Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a
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Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a
Os Poderosos do Varejo Global A força dos emergentes e a reviravolta do setor A hora e a vez dos emergentes A Deloitte tem o prazer de apresentar a 13ª edição do relatório anual da pesquisa “Os Poderosos do Varejo Global”, desenvolvida em parceria com a STORES Magazine. Esta publicação aponta quais são as 250 maiores redes varejistas do mundo, considerando o último período fiscal avaliado de cada empresa, até junho de 2009. O estudo também apresenta um panorama macroeconômico global e discute os principais desafios, tendências e estratégias que afetam o setor varejista. A presente edição do estudo indica, entre outros movimentos, que os mercados emergentes da América Latina, da Região Ásia/Pacífico e da África/ Oriente Médio vêm vivenciando um período de grandes oportunidades para o varejo, em parte, por conta do aumento do consumo interno e também pelo espaço que vêm ganhando nos mercados globais. Um dos fatos que ratificam essa expansão é o de que a América Latina foi a região que apresentou maior crescimento de vendas em 2008. De cada 20 varejistas do ranking dos maiores do mundo, um é da América Latina. Além disso, a região já responde por 10,7% do faturamento do grupo respondente da pesquisa. De qualquer forma, o posicionamento dos EUA ainda é predominante no ranking, com um terço das empresas e representatividade de 41,2% em faturamento. As empresas latino-americanas vêm melhorando suas posições no ranking referente ao período fiscal avaliado em relação aos anos anteriores. Entre os brasileiros, permaneceram na lista os dois varejistas que já vêm ganhando destaque nas últimas edições: o Grupo Pão de Açúcar, que saltou do 106º lugar para a 92ª colocação, e a Casas Bahia, que subiu do 147º lugar para a 131ª posição. Por outro lado, a Cencosud, do Chile, desbancou o Grupo Pão de Açúcar da primeira posição, deixando o varejista brasileiro em segundo lugar entre os maiores da América Latina. É importante ressalvar que este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia. Neste ano mais uma empresa brasileira passou a marcar presença entre os poderosos, a Lojas Americanas S.A, que ocupa a 200ª posição. Além disso, a empresa foi classificada na 11ª posição da lista das 50 empresas de crescimento mais rápido entre 2003 e 2008. A Casas Bahia, que já estava neste grupo na última edição do estudo, desponta na 39ª colocação. “Os Poderosos do Varejo Global” não poderia deixar de abordar como as maiores empresas de varejo estão aproveitando as possibilidades do comércio eletrônico, um tema que vem ganhando cada vez mais relevância para o setor nos últimos anos. Dos 100 maiores varejistas, dois terços apostam nas vendas online e, de maneira geral, o e-commerce foi responsável por uma média de 6,6% do total das vendas dessas empresas. O segmento de bens duráveis e produtos de lazer e o de moda foram os que mais se destacaram na utilização do canal de vendas online. Ciente da importância de se acompanhar os movimentos de um mercado tão dinâmico como o setor varejista, a Deloitte espera que as informações contidas neste relatório sirvam de ferramenta para reflexão e possam, efetivamente, auxiliar as organizações do varejo nacional a se integrarem, cada vez mais e de modo mais acelerado, à dinâmica da economia global. Índice Destaques sobre as 250 maiores redes.........................................................................................4 A lista dos 250 poderosos do varejo global. ............................................................................ 10 Os poderosos por região................................................................................................................. 12 Os poderosos por setor.................................................................................................................... 14 Os novatos da lista............................................................................................................................. 18 O tema do ano: comércio online.................................................................................................. 19 Movimentos de conjuntura............................................................................................................. 20 Grandes tendências para o varejo em 2010............................................................................. 21 Estatégias para o varejo brasileiro................................................................................................ 24 Metodologia do estudo e fontes de dados As empresas são incluídas na lista dos 250 poderosos do varejo global com base nos montantes registrados para suas vendas a varejo, que excluem comércio de automóveis, para o ano fiscal 2008*. Várias fontes de informação foram consultadas para este estudo. Os principais dados financeiros e de outras naturezas foram obtidos de balanços anuais e relatórios protocolados na Securities and Exchange Commission (SEC) e também encontrados em comunicados à imprensa. Na falta de informações publicadas pela própria empresa, foram usadas outras fontes de domínio público, inclusive estimativas em publicações especializadas, relatórios de analistas e vários bancos de dados comerciais. Boa parte dos dados do setor alimentício instalado fora dos Estados Unidos foi fornecida pela Planet Retail, um dos principais fornecedores online de informações sobre o varejo, com uma base de dados de mais de 1,8 mil varejistas e 4 mil operações em mais de 130 países (para mais informações, acesse www.planetretail.net). * Nota: Considerando que as empresas avaliadas neste estudo utilizam períodos diferentes para o início e término do seu ano fiscal, as referências sobre 2008 (ou “ano fiscal 2008”) inseridas neste relatório dizem respeito ao último período fiscal encerrado até junho de 2009. As vendas de cada grupo econômico refletem as vendas líquidas consolidadas da controladora do varejista, independentemente da controladora ter o foco primário no varejo ou não. Os dados para lucro e/ou prejuízo também refletem os resultados da controladora. Para varejistas pertencentes a um conglomerado maior, as vendas no varejo refletem apenas a parcela varejista das vendas líquidas consolidadas da empresa. As vendas de varejo não consideraram operações de serviços de alimentação e restaurantes, nem outras receitas advindas do atacado ou de transações comerciais entre empresas (exceto as feitas em lojas de varejo), quando foi possível desmembrar. Faturamentos por bandeira de franquia, concessionárias ou autônomas associadas em cooperativas não foram considerados, nem as operações nas quais a empresa tenha participação minoritária. Por outro lado, receitas de royalties e franchising fees ou concessão foram levados em conta. Com o intuito de fornecer uma base comum para classificar resultados de empresas não americanas, os valores de suas vendas e lucros/prejuízos do período fiscal analisado foram convertidos para dólares norte-americanos, portanto, as taxas de câmbio acabaram impactando os resultados. O site www. oanda.com é a fonte de referência para o câmbio, com a taxa média diária correspondendo ao ano fiscal usado para converter os resultados obtidos. A taxa composta de crescimento anual de 2003-2008 para vendas no varejo, contudo, foi calculada na moeda local da empresa. Também é importante destacar que este relatório usa taxas de crescimento compostas, ponderadas pelas vendas, em lugar de médias aritméticas simples, como medida primária para a compreensão dos resultados financeiros do grupo. Portanto, os resultados de empresas maiores contribuem mais para o composto do que os resultados das empresas menores. Como os dados foram convertidos para dólares norte-americanos para fins de classificação e para facilitar a comparação entre os grupos, as taxas de crescimento compostas também foram ajustadas para corrigir o movimento de moeda no período. Os resultados compostos geralmente se comportam de modo semelhante às médias aritméticas e apresentam valores representativos melhores para fins de referência. Deve-se notar que os dados financeiros usados por cada empresa, em um determinado ano fiscal, têm a precisão da data em que o relatório foi emitido originalmente. Uma empresa pode ter consolidado resultados de um ano fiscal anterior para demonstrar uma mudança nas suas operações ou o resultado de uma mudança nas praticas contábeis. Tais situações não se refletem nesses dados. Como resultado dos fatores mencionados, as taxas de crescimento para empresas individuais podem não corresponder a outros resultados publicados. Os poderosos do varejo global 3 Destaques sobre os 250 maiores varejistas As vendas e os lucros ao longo do ano fiscal 2008 dos 250 poderosos do varejo global refletem o impacto da diminuição da confiança dos consumidores no mundo causados pela crise financeira que afetou todas os continentes. Da lista das 250 maiores empresas, 61 apresentaram queda nas vendas em 2008, contra 44 em 2007. Como os gastos se tornaram muito mais dependentes da receita do que do crédito, os varejistas dos segmentos de vestuário e acessórios, eletrônicos e utensílios domésticos enfrentaram dificuldades. Entretanto, considerando a gravidade da retração econômica global, o crescimento composto de vendas no varejo de forma geral não foi tão lento como poderia ter sido. As vendas no varejo dos 250 poderosos, corrigidas monetariamente e ponderadas pelas vendas, subiram 6,3% em 2008, comparado a 7,6% em 2007. Walmart e Carrefour lideram o ranking e, apesar dos problemas na economia, metade do grupo dos maiores varejistas divulgou aumentos de vendas maiores do que na última edição do estudo. 4 O total das vendas dos 250 poderosos do varejo global ultrapassou US$ 3,8 trilhões no ano fiscal de 2008 em comparação com os US$ 3,6 trilhões alcançados pelas 250 maiores empresas varejistas de 2007. Parte do aumento reflete o crescimento nominal das vendas e parte dele deve-se à mudança na composição do próprio grupo das 250 maiores empresas varejistas. Além disso, o aumento no valor global de vendas em dólares norte-americanos refletiu o efeito de um dólar mais fraco com relação a muitas das principais moedas durante 2008. Acompanhando os efeitos da queda nas receitas, o lucro líquido caiu de 3,7% no ano anterior para 2,4%, mostrando uma ruptura na tendência de melhoria contínua na lucratividade do varejo nos últimos anos. Muitos varejistas efetivaram vendas fazendo uso de grandes promoções, o que prejudicou muito seus resultados. Das 184 empresas que divulgaram seus resultados, 30 apresentaram prejuízo líquido (mais do que o dobro das 14 empresas não rentáveis em 2007). Além disso, 123 empresas, (ou dois terços de todas as que apresentaram relatório), viram suas margens de lucro cair em 2008. Os dez primeiros da lista As vendas no varejo ficaram um pouco mais concentradas nas mãos dos dez maiores varejistas em 2008. Com vendas somadas atingindo o total de US$ 1,2 trilhão, os dez maiores varejistas acumularam 30,2% das vendas dos 250 maiores, um ligeiro aumento em relação aos 29,6% alcançados em 2007. Apesar dos problemas na economia, metade do grupo divulgou aumentos de vendas maiores em 2008 do que em 2007. Embora a composição da lista das dez maiores empresas varejistas seja a mesma que em 2007, ocorreram algumas mudanças nas classificações. O Walmart ainda é o líder incontestável e o Carrefour continuou em segundo lugar, a mesma classificação registrada no ranking desde 2000. Embora a Tesco tenha crescido três vezes mais que a Metro (14,9% versus 5,3%), a alemã tomou o terceiro lugar da inglesa no ranking. O Schwarz Group continuou sua escalada para a liderança, tirando a Home Depot do quinto lugar da lista. As vendas da Home Depot continuaram a cair pelo segundo ano consecutivo, deixando a empresa em sétimo lugar da lista e a Target caiu duas posições na lista depois de um ano difícil (crescimento de apenas 2,3%), ocupando a 10º posição. Destaque também para a Costco que alcançou dois dígitos de crescimento, 12,5% permanecendo na 8ª colocação. Tendência de desconcentração A quantidade de empresas norte-americanas na lista dos 250 maiores varejistas e sua participação total nas vendas desse grupo continuaram em queda em 2008. No ano de 2006, 93 empresas norte-americanas faziam parte dos 250 maiores varejistas do mundo; em 2007, esse número caiu para 87 e, em 2008, somente 84 fizeram parte deste seleto grupo.Parte desse declínio deveu-se à queda do dólar norte-americano em relação a muitas outras moedas, permitindo que mais varejistas não norte-americanos conseguissem uma maior “fatia do mercado”. Adicionalmente, Concentração econômica das dez maiores varejistas Classificação Crescimento Vendas no varejo nos 250 maiores Nome da empresa País de origem das vendas no (US$ milhões) varejistas varejo (%) 1 Walmart EUA 401.224 7,1 2 Carrefour França 127.958 5,9 3 Metro Alemanha 99.004 5,3 4 Tesco Reino Unido 96.210 14,9 5 Schwarz Alemanha 79.924 12,6 6 Kroger EUA 76.000 8,2 7 Home Depot EUA 71.288 -7,8 8 Costco EUA 70.977 12,5 9 Aldi Alemanha 66.063 7,1 10 Target EUA 62.884 2,3 Grupo dos 10 maiores* 1.151.552 6,9 Grupo dos 250 maiores* 3.818.830 6,3 Participação das vendas dos dez maiores no total de vendas dos 250 30,2 * Vendas brutas, com taxas de crescimento compostas ajustadas de acordo com as taxas de câmbio Participação no ranking por país/região Grupo, país ou região Grupo dos 250 maiores* África/Oriente Médio Ásia/Pacífico Japão Europa* França Alemanha Reino Unido América Latina América do Norte* EUA* Nº de empresas 250 6 45 31 96 13 19 18 10 93 84 Média de vendas no varejo (US$ milhões) 15.275 4.864 9.798 9.134 16.872 31.532 23.988 15.591 6.327 17.911 18.736 Nº médio de países em que atuam 6,9 7,5 3,4 2,6 11,7 21,8 14,6 11,8 1,8 4,3 4,6 Vendas no varejo de operações no exterior (%) 22,9 8,2 11,9 8,5 36,2 41,0 42,6 21,5 13,1 13,4 13,3 Os resultados mostram os 250 maiores varejistas com sede central em cada região/país * A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (Suíça) e Dell (EUA), cuja cobertura quase global distorceria a média Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os poderosos do varejo global 5 os varejistas dos Estados Unidos vivenciaram um crescimento significativamente mais fraco em relação a seus concorrentes em outros países, visto que a economia norte-americana deteriorou-se antes da do resto do mundo. Como consequência, o impacto foi a queda substancial da margem líquida de 3,6% para 2,4%. Para as empresas representantes da América Latina no ranking, as vendas compostas do varejo cresceram 26,3% no último período analisado. As aquisições Para as empresas representantes da América Latina no ranking, as vendas cresceram 26,3% no período analisado. Os 250 maiores varejistas por região/país de origem (%) 3,6 2,4 da Cencosud e da Falabella no Chile, da Soriana no México e do Pão de Açúcar no Brasil, entre outras, contribuíram para que a taxa de crescimento desta Região fosse líder quando comparada com as outras do globo. Região mais lucrativa em 2007, com uma margem de lucro líquido de 5,3% em 2008, a América Latina apresentou uma lucratividade de apenas 1,4%. Este baixo resultado deve-se em grande parte ao varejista mexicano Controladora Comercial Mexicana, cuja margem de lucro líquido caiu de 5,1% para -16,1%. A empresa tornou-se inadimplente em outubro de 2008 (similar ao processo de concordata), depois que a crise de crédito global causou enormes prejuízos pelas grandes apostas nos derivativos especulativos. O destino das vendas dos 250 maiores varejistas (%) 2,4 0,8 7,4 12,4 4,1 5,6 10,7 5,2 33,6 41,2 7,6 11,9 7,2 7,3 4 18,4 Japão Ásia/Pacífico (Outros) França Alemanha Reino Unido Europa (Outros países) América Latina EUA Canadá África/Oriente Médio Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 6 1,7 12,4 Japão Ásia/Pacífico (Outros) França Alemanha Reino Unido Europa (Outros países) América Latina EUA Canadá África/Oriente Médio Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Em contrapartida, do outro lado do mundo, a Região Ásia/Pacífico registrou um crescimento de vendas no varejo acima da média (6,3%), atingindo 7,3% em 2008, apesar do pequeno crescimento do Japão de 1,4%. Mesmo a Região atingindo este crescimento em 2008, é apenas pouco mais da metade da taxa de crescimento alcançada no ano anterior (13,9%). Importante salientar que muitos dos varejistas chineses continuaram apresentando um crescimento de dois dígitos em 2008. O Japão representou o segundo maior grupo de varejistas por país de origem (depois dos Estados Unidos). Após vários anos em queda, a participação do Japão na lista das 250 maiores empresas varejistas e as vendas se recuperaram em 2008. Das 24 empresas que fazem ou voltaram a fazer parte da lista dos 250 maiores em 2008, 9 estão baseadas no Japão. Mais uma vez, é preciso ressaltar que o ressurgimento do Japão no ranking tem muito mais a ver com a força do iene em relação ao dólar norteamericano e relativamente pouco com o crescimento efetivo das vendas dos varejistas japoneses. Crescimento de vendas e lucratividade, por nível de globalização (%) Os seis varejistas da Região da África/Oriente Médio incluídos na lista dos 250 poderosos do varejo também continuaram vivenciando um crescimento em vendas bem acima da média em 2008. 7,6 7,3 7,3 2003-2008 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido 3 2,4 1,4 Empresas operando em um país Empresas operando em dez ou mais países Globalização continua avançando As operações no exterior, ou seja, em outros países que não o da sede da empresa, continuaram a contabilizar uma maior participação nas vendas, atingindo 22,9% do total de vendas dos 250 maiores varejistas em 2008, um aumento de 21,3% em relação a 2007. A média no número de países em que as empresas atuam também apresentou um leve aumento de 6,8 para 6,9, excluindo duas, a Richemont e a Dell, cuja cobertura é realmente global. *Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os poderosos do varejo global 7 É importante mencionar que os varejistas com uma base operacional mais global apresentam um melhor desempenho do que os que não possuem operações internacionais. Na lista dos 250 maiores, 100 varejistas operam em um único país, enquanto 50 estão em dez ou mais países. Os varejistas que operam em mais de dez países alcançaram, em 2008, um crescimento de vendas de um ponto percentual mais rápido do que os que operam em um só país. Seu retorno sobre as vendas foi mais do que duas vezes o obtido pelos varejistas que operam exclusivamente em seu próprio país. Os varejistas europeus permanecem sendo os mais ativos globalmente, operando, em média, em 11,7 países. As empresas francesas e alemãs, de longe, as maiores na média, geraram mais de 40% das vendas em operações no exterior. Os varejistas da América Latina são os que menos operam no exterior, fazendo negócios em apenas 1,8 país, em média. Sete dos dez principais varejistas dessa Região não têm operações internacionais. A maioria dos varejistas da América do Norte não tem operações no exterior significativas. Mais da metade dos 93 varejistas norte-americanos da lista dos 250 maiores não se expandiu além de suas fronteiras em 2008. Apenas 13,4% do total das vendas no varejo da Região foram feitas no exterior, embora isso represente um aumento em relação aos 11,8% das vendas em 2007. Por outro lado, somente 20% dos varejistas europeus operaram em um único país. Na Região Ásia/Pacífico – e Japão em especial –, as operações no exterior geraram uma fatia relativamente pequena do total das vendas. Em 2008, quase dois terços dos varejistas japoneses fizeram negócios somente no Japão. Os varejistas da África e do Oriente Médio se expandiram para bem longe de seus países, porém a grande maioria de suas vendas, 91,8%, ainda ocorreu em operações domésticas. 26,3 Crescimento de vendas e lucratividade por região/país (%) 2002-2007 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido 19,8 16,7 17,2 11,2 8,5 8,9 7,5 7,3 6,3 7,2 5,6 2,4 3,2 6,8 5,6 5,3 3,9 2,2 7,9 2,7 7,8 6,5 4,5 4,5 3,2 2,5 1,4 1,5 1,4 2,4 2,3 0,2 250 maiores África/ Oriente Médio Ásia/ Pacífico Japão Europa França Alemanha Reino Unido América Latina América do Norte EUA * Os resultados mostram a taxa de crescimento anual composta/acumulada de vendas no varejo das 250 maiores empresas, de acordo com o país ou região de suas sedes centrais Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 8 A importância da diversificação Os varejistas que foram mais ambiciosos globalmente e aqueles que operaram em diferentes formatos desfrutaram maiores taxas de crescimento e maior lucratividade. A diversificação pode ter um papel especialmente importante em um ambiente econômico difícil, como uma maneira de mitigar o risco inerente de se fazer negócios em um único local geográfico ou de uma única forma. Para manter uma trajetória de crescimento agressiva, a maioria dos grandes varejistas do mundo desenvolveu múltiplos formatos de vendas. Em 2008, mais da metade dos 250 maiores varejistas operaram com algum nível de diversificação de formato, em comparação com 119 que operaram com um formato único. Entretanto, mesmo as empresas com uma cadeia diversificada de conceitos de lojas de varejo tenderam a ter um formato responsável pela maioria das suas vendas. Somente 34 dos 250 maiores não tiveram um formato dominante. Diferentemente de 2007, em que os varejistas mais focados apresentaram maior crescimento de vendas e lucratividade, em 2008 ocorreu o oposto. As empresas com múltiplos formatos aumentaram as vendas muito mais rápido do que seus concorrentes com um único formato. É importante destacar que os varejistas que operaram em formatos mais diversificados são maiores e suas operações também são mais globais do que os varejistas que utilizaram basicamente um único formato. Os supermercados voltaram à lista dos 250 maiores varejistas após vários anos perdendo espaço. Dos 24 recém-chegados à lista, 14 operam supermercados, incluindo 9 que têm esse formato dominante. Embora o formato de supermercado tenha sido substituído, de certa forma, pelos hipermercados, pelas lojas de desconto e pelas lojas de conveniência, ele continuou sendo o mais comum, operado por 103 dos 250 maiores varejistas. Os varejistas que foram mais ambiciosos globalmente e aqueles que operaram em diferentes formatos desfrutaram maiores taxas de crescimento e maior lucratividade. Lojas de material para construção, reforma e decoração estão se destacando de maneira crescente no mercado global. Em 2008, 43 dos 250 maiores varejistas operaram uma rede de lojas desse tipo, em comparação a 32 em 2005. Drogarias e farmácias estão, pouco a pouco, perdendo espaço. Menos varejistas entre os 250 maiores estão operando nesse formato do que anteriormente, sendo que supermercados, hipermercados e varejistas que vendem produtos de massa estão, cada vez mais, fornecendo produtos farmacêuticos, demonstrando ser esta uma tendência do varejo nos próximos anos. Formatos operados pelos 250 poderosos (%) Supermercados 103 84 Hipermercados Lojas de conveniência 67 Lojas de desconto 51 Vestuários/Calçados 49 48 Lojas de departamento 43 Construção, reforma e decoração Aparelhos eletrônicos Canais de vendas sem estabelecimento físico 39 34 30 Drogarias/Farmácias Autosserviço para atacado/ Clubes de compras Lojas de departamento de desconto 26 14 Outras especialidades 98 0 Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 70 Os poderosos do varejo global 9 A lista dos 250 poderosos do varejo global Ranking Empresa (origem) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 10 Walmart (EUA) Carrefour (França) Metro (Alemanha) Tesco (Reino Unido) Schwarz Unternehmens (Alemanha) Kroger (EUA) Home Depot (EUA) Costco (EUA) Aldi (Alemanha) Target (EUA) Rewe-Zentral (Alemanha) Walgreens (EUA) Groupe Auchan (França) Seven & I Holdings (Japão) CVS (EUA) Lowe´s (EUA) AEON (Japão) Leclerc (França) Edeka Zentrale (Alemanha) Sears Holdings (EUA) Best Buy (EUA) ITM Développment (França) Safeway (EUA) Casino Guichard-Perrachon (França) Koninklijke Ahold (Países Baixos) Woolworths (Austrália) SuperValu (EUA) Wesfarmers (Austrália) J Sainsbury (Reino Unido) IKEA (Suécia) Rite Aid (EUA) WM Morrison Supermarkets (Reino Unido) Delhaize (Bélgica) Système U, Centrale Nationale (França) Macy’s (EUA) Publix Super Markets (EUA) Loblaw Companies (Canadá) Mercadona (Espanha) PPR Group (França) Migros-Genossenchafts Bund (Suíça) El Corte Inglés (Espanha) TJX Companies (EUA) Yamada Denki (Japão) Amazon.com (EUA) JCPenney (EUA) Coop Italia (Itália) Kingfisher (Reino Unido) Kohl´s (EUA) Louis Delhaize (Bélgica) Alimentation Couche-Tard (Canadá) Marks & Spencer (Reino Unido) Coop (Suíça) AS Watson (Hong Kong) Inditex (Espanha) Gap (EUA) H.E. Butt Grocery (EUA) Meijer (EUA) Tengelmann (Alemanha) Staples (EUA) H&M (Suécia) ICA AB (Suécia) Vendas (US$ milhões) 401.244 127.958 99.004 96.210 79.924 e 76.000 71.288 70.977 66.063 e 62.884 61.549 e 59.034 56.831 54.113 48.990 48.230 47.975 47.567 e 47.389 e 46.770 45.015 44.530 e 43.222 e 39.697 37.846 36.002 34.664 32.716 32.558 31.794 26.289 26.166 25.192 e 25.175 e 24.892 23.929 22.208 e 21.016 20.681 20.055 20.048 19.000 18.718 18.624 18.486 17.172 e 16.806 16.389 16.185 e 15.781 15.602 15.573 e 15.217 15.048 14.526 14.460 e 14.321 e 14.293 14.154 e 13.821 13.771 Ranking Empresa (origem) 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 Toys “R” Us (EUA) Isetan (Japão) LVMH (França) DSG Internacional (Reino Unido) Groupe Adeo (França) Empire Company (Canadá) S Group (Finlândia) Conad Consorzio Nazionale Dettaglianti (Itália) Otto Group (Alemanha) Arcandor (Alemanha) SPAR Österreichische Warenhandels (Áustria) Alliance Boots (Reino Unido) Kesko (Finlândia) Dell (EUA) Grupo Eroski (Espanha) Uny (Japão) Dansk (Dinamarca) John Lewis Partnership (Reino Unido) Cencosud (Chile) Metro (Canadá) Dollar General (EUA) Co-operative Group (Reino Unido) Office Depot (EUA) Shinsegae (Coreia do Sul) Home Retail (Reino Unido) Daiei (Japão) Reitangruppen (Noruega) Fa. Anton Schlecker (Alemanha) Bailian Group (China) Gome Home Appliance (China) Grupo Pão de Açúcar (Brasil) BJ´s Wholesale Club (EUA) Jerónimo Martins (Portugal) J. Front Retailing (Japão) Great Atlantic & Pacific Tea Company (EUA) Lotte (Coreia do Sul) Takashimaya Company (Japão) C&A (Bélgica/Alemanha) Limited Brands (EUA) The Pantry (EUA) Shoppers Drug Mart (Canadá) GameStop (EUA) Organizacion Soriana (México) Army & Air Force Exchange Service (EUA) Kesa Electricals (Reino Unido) X5 Retail Group (Rússia) Nordstrom (EUA) Giant Eagle (EUA) Menard (EUA) Whole Foods (EUA) Canadian Tire (Canadá) Beisia (Japão) Esselunga (Itália) QuikTrip (EUA) Edion (Japão) Yodobashi Camera (Japão) Hudson´s Bay (EUA) Ets Franz Colruyt (Bélgica) Winn-Dixie Stores (EUA) FDB (Dinamarca) Oxylane Groupe/Decathlon (França) Vendas (US$ milhões) 13.724 13.723 13.660 13.501 13.242 e 13.035 12.943 12.885 12.812 12.640 12.484 e 12.305 11.604 11.529 11.526 e 11.511 e 11.436 11.351 11.226 10.644 10.458 10.371 10.353 e 10.278 10.263 10.214 10.158 e 10.093 e 10.091 e 10.091 e 10.047 9.802 9.738 9.571 9.516 9.140 e 9.126 9.107 9.043 8.996 8.896 8.806 8.672 8.422 8.320 8.320 8.272 8.150 e 8.100 7.954 7.837 7.777 e 7.758 e 7.730 e 7.709 7.692 7.591 e 7.431 7.367 7.328 7.307 Ranking Empresa (origem) 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 Vendas (US$ milhões) Liberty Media (EUA) Bed Bath and Beyond (EUA) Suning Appliance (China) Family Dollar Stores (EUA) Dillard´s (EUA) Dairy Farm International (Hong Kong) RaceTrac Petroleum (EUA) Shoprite Holdings (África do Sul) Casas Bahia (Brasil) Globus Holding (Alemanha) Ross Stores (EUA) S.A.C.I. Falabella (Chile) dm-drogerie markt (Alemanha) Apple Inc./Apple Stores (EUA) Katz Group (Canadá) Hy-Vee (EUA) SHV Holdings N.V./Makro (Países Baixos) Sonae Distribuição SGPS (Portugal) Groupe Galeries Lafayette (França) Defense Commissary Agency (EUA) Pick´n Pay (África do Sul) Tokyu (Japão) Bic Camera (Japão) AutoZone (EUA) Praktiker Bau- und Heimwerkermärkte (Alemanha) Euroset Group (Rússia) K´s Holdings (Japão) Dirk Rossmann (Alemanha) Next (Reino Unido) Fast Retailing (Japão) OJSC “Magnit” (Rússia) KF Gruppen (Suécia) Blockbuster (EUA) Foot Locker (EUA) OfficeMax (EUA) Celesio (Alemanha) Eldorado (Rússia) PetSmart (EUA) Barnes & Noble (EUA) Save Mart Supermarkets (EUA) Norma Lebensmittelfilialbetrieb (Alemanha) Apoteket (Suécia) Sherwin-Williams (EUA) Massmart Holdings (África do Sul) H2O Retailing Corporation (Japão) Controladora Comercial Mexicana (México) SPAR Group (África do Sul) Douglas Holding (Alemanha) Don Quijote Company (Japão) Coop Norge (Noruega) Casey´s General Stores (EUA) Big Lots (EUA) Dollar Tree Stores (EUA) Maxeda (Países Baixos) NorgesGruppen (Noruega) Wegmans Food (EUA) Neiman Marcus (EUA) Deichmann Group (Alemanha) Kojima (Japão) Luxottica Group (Itália) Dalian Dashang (China) Albertsons (EUA) Life Corporation (Japão) President Chain Store (Taiwan) China Resources Enterprise (Hong Kong) 7.303 7.208 7.193 6.984 6.831 6.733 6.680 6.611 6.524 6.500 6.486 6.410 6.369 6.315 6.278 6.200 6.159 5.995 5.947 5.800 5.789 5.782 5.776 5.769 5.748 5.726 5.684 5.665 5.584 5.425 5.326 5.288 5.255 5.237 5.232 5.230 5.223 5.065 5.059 5.050 5.007 4.878 4.835 4.806 4.770 4.746 4.740 4.715 4.701 4.698 4.688 4.645 4.645 4.644 4.644 4.620 4.601 4.591 4.577 4.575 4.561 4.500 4.498 4.482 4.441 e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e Ranking Empresa (origem) 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 Vendas (US$ milhões) Bauhaus (Alemanha) Groupe Vivarte (França) FEMSA Comercio (México) RadioShack (EUA) DCM Japan Holdings Company (Japão) East Japan Railway (Japão) Dick´s Sporting Goods (EUA) Sheetz (EUA) Shimamura (Japão) Blokker Holding (Países Baixos) Poslovni sistem Mercator (Eslovênia) Migros Türk (Turquia) Lojas Americanas (Brasil) Heiwado (Japão) Distribución y Servicio D&S (Chile) Michaels Stores (EUA) Associated British Foods/Primark (Reino Unido) Gruppo PAM (Itália) HORNBACH-Baumarkt (Alemanha) Jim Pattison (Canadá) Roundy´s Supermarkets (EUA) CP All (Tailândia) Matsumoto Kiyoshi (Japão) Arcadia Group (Reino Unido) Marui (Japão) Ruddick (EUA) Debenhams (Reino Unido) Izumiya Company (Japão) Kwik Trip (EUA) Stater Bros Holdings (EUA) El Puerto de Liverpool (México) Advance Auto Parts (EUA) Raley´s (EUA) Maxima Grupè (Lituânia) Joshin Denki Company (Japão) Iceland Foods Group (Reino Unido) Finiper (Itália) O’Reilly Automotive (EUA) The Game Group (Reino Unido) Axfood (Suécia) Burlington Coat Factory (EUA) Abercrombie & Fitch (EUA) RONA (Canadá) Dunnes Stores (Irlanda) WinCo Foods (EUA) Belk (EUA) Lagardère Services (França) Wawa (EUA) XXXLutz Group (Áustria) Williams-Sonoma (EUA) The Maruetsu (Japão) Signet Jewelers (EUA) The Golub Corp. Price Chopper Supermarkets (EUA) BIM (Birlesik Magazalar) (Turquia) HMV Group (Reino Unido) Compagnie Financière Richement (Suíça) Valor Campany (Japão) Systembolaget (Suécia) Borders Group (EUA) Izumi Company (Japão) Nonggongshang Supermarket Group (China) The Bon-Ton Stores (EUA) Best Denki (Japão) 4.417 e 4.349 4.276 4.225 4.212 4.150 4.130 4.107 e 4.096 4.088 3.950 3.942 3.886 3.851 3.849 3.817 3.814 3.793 e 3.755 3.720 e 3.705 e 3.698 3.687 e 3.678 3.666 3.665 3.661 3.643 3.640 3.640 e 3.637 3.633 e 3.612 e 3.607 e 3.597 3.583 3.579 e 3.577 3.571 3.543 3.542 3.540 3.533 3.514 e 3.506 e 3.499 3.414 3.396 e 3.384 e 3.361 3.345 e 3.344 3.300 e 3.296 3.286 3.282 3.256 e 3.254 3.242 3.192 e 3.139 e 3.130 3.110 Esta lista se baseia nas vendas das empresas durante o último período fiscal encerrado até junho de 2008; e = estimativa Os poderosos do varejo global 11 Os poderosos por região América do Norte Embora 9 dos 10 varejistas norte-americanos sejam os mesmos que em 2007, a ordem foi alterada. A Best Buy ficou na 10ª posição, no lugar da Safeway, que tem piorado sua classificação desde 2000. A queda nas vendas da Home Depot levou a empresa a cair para o terceiro lugar, abaixo da Kroger. A Costco superou a Target, e a CVS, com a aquisição da Longs Drug Stores em outubro de 2008, pulou da 9ª para a 7ª posição, trocando de lugar com a Sears Holdings. Europa A lista dos dez maiores varejistas na Europa mudou muito pouco em 2008. Os nomes permaneceram os mesmos, mas a Metro superou a Tesco e ocupa o segundo lugar, logo abaixo do Carrefour. Ásia/Pacífico A Região Ásia/Pacífico vivenciou a maior mudança nas posições de suas dez maiores empresas varejistas em 2008. Embora a Seven & I Holdings, a AEON e a Woolworths continuem ocupando os três primeiros lugares, as demais posições do ranking sofreram mudanças consideráveis. A aquisição do Grupo Coles pela Wesfarmers, em novembro de 2007, alavancou a empresa para o quarto lugar e excluiu a Coles da lista como uma entidade separada. A fusão das japonesas Isetan e Mitsukoshi deu origem à sétima maior empresa varejista da região, a Isetan Mitsukoshi Holdings. Considerando o impulso dado pelo iene forte, duas empresas japonesas, a UNY Co. e a Daiei, voltaram para a lista dos dez maiores varejistas da região em 2008, perfazendo um total de seis varejistas representando o Japão – o dobro em relação a 2007. 12 América do Norte Classificação na América do Norte 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 1 6 7 8 10 12 15 16 20 21 Empresa Walmart Kroger Home Depot Costco Target Walgreens CVS Caremark Lowe’s Sears Holdings Best Buy Vendas no varejo (US$ bilhões) 401.244 76.000 71.288 70.977 62.884 59.034 48.990 48.230 46.770 45.015 País de origem EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Europa Classificação na Europa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 2 3 4 5 9 11 13 18 19 22 Empresa Carrefour Metro Tesco Schwarz Aldi Rewe Auchan E. Leclerc Edeka Zentrale ITM (Intermarché ) Vendas no varejo (US$ bilhões) 127.958 99.004 96.210 79.924 66.063 61.549 56.831 47.567 47.389 44.085 País de origem França Alemanha Reino Unido Alemanha Alemanha Alemanha França França Alemanha França Ásia/Pacífico Classificação Classificação nos 250 maiores na Ásia/Pacífico varejistas 1 14 2 17 3 26 4 28 5 43 6 53 7 63 8 77 9 85 10 87 Empresa Seven & I Holdings AEON Woolworths Wesfarmers Yamada Denki AS Watson Isetan Mitsukoshi UNY Shinsegae Daiei Vendas no varejo (US$ bilhões) 54.113 47.975 36.002 32.716 18.718 15.217 13.723 11.511 10.278 10.214 País de origem Japão Japão Austrália Austrália Japão Hong Kong SAR Japão Japão Coreia do Sul Japão América Latina Os varejistas latino-americanos também continuam ganhando espaço na lista dos 250 maiores. Em 2008, a região foi representada por um total de dez empresas, sendo oito em 2007. As Lojas Americanas, do Brasil, e a Distribución y Servicio (D&S), do Chile, foram incluídas no ranking. A D&S, contudo, foi uma adição temporária, uma vez que a empresa foi comprada pelo Walmart em fevereiro de 2009. A Cencosud, do Chile, desbancou o Pão de Açúcar, do Brasil, da primeira posição, deixando o varejista brasileiro em segundo lugar na região. É importante ressalvar que este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia. África/Oriente Médio A Região África/Oriente Médio é representada por seis dos 250 maiores varejistas. A BİM, da Turquia, é uma novata na lista dos 250 maiores varejistas em decorrência de um aumento de 32% no número de lojas em 2008. É o segundo varejista turco entre os 250 maiores, com a Migros Türk. As outras quatro empresas da lista são sediadas na África do Sul. Combatendo um cenário de recessão prolongada, a Shoprite, da África do Sul, empresa líder do varejo na região, aumentou sua liderança em relação à segunda colocada, Pick n Pay. A Metcash Africa, integrante da lista dos 250 maiores varejistas dessa região em 2007, não conseguiu ser incluída em 2008. América Latina Classificação na América Latina 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 80 92 104 131 134 168 190 200 202 218 Empresa Cencosud Grupo Pão de Açúcar Soriana Casas Bahia Falabella Comercial Mexicana FEMSA Comercio Lojas Americanas D&S El Puerto de Liverpool Vendas no varejo (US$ bilhões) 11.226 10.047 8.672 6.524 6.410 4.746 4.276 3.886 3.849 3.637 País de origem Chile Brasil México Brasil Chile México México Brasil Chile México Nota: Este estudo foi finalizado antes do anúncio da fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia África/Oriente Médio Classificação na África/OM 1 2 3 4 5 6 Classificação nos 250 maiores varejistas 130 143 166 169 199 241 Empresa Shoprite Holdings Pick ‘n Pay Massmart Spar Migros BIM Vendas no varejo (US$ bilhões) 6.611 5.789 4.806 4.740 3.942 3.296 País de origem África do Sul África do Sul África do Sul África do Sul Turquia Turquia Os poderosos do varejo global 13 Os poderosos por setor Para a análise deste estudo, são considerados quatro setores: bens de consumo não duráveis, bens duráveis e produtos de lazer, moda e diversificados. Uma empresa é designada para um setor específico se mais da metade das vendas derivar de uma categoria de produto de definição abrangente. Se nenhum dos três setores específicos cobrir ao menos 50% das vendas, a empresa é considerada diversificada. Crescimento de vendas e lucratividade por setor (%) 8,6 8,3 7,6 7,5 7,5 6,3 4,7 4,1 3,1 2,4 2,2 2,7 1,8 2,1 -0,6 250 maiores (todos os setores) Moda Bens de consumo não duráveis Bens duráveis e produtos de lazer Diversificados 2003-2008 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido *Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Bens de consumo não duráveis Produtos alimentícios e outros bens de consumo não duráveis continuam predominando entre os poderosos. No total, os 134 varejistas de bens de consumo não duráveis representaram mais da metade dos 250 maiores e foram responsáveis por mais de dois terços das vendas do grupo (67,7%). Além de serem mais numerosos, esses varejistas também são os maiores, registrando uma média de vendas de US$ 19,3 bilhões em 2008. Entretanto, esse grupo é o setor menos dispersado geograficamente, concentrando suas operações em uma média de 4,5 países. Apesar disso, as operações no exterior geraram uma participação relativamente alta, de 21,7% no total das vendas dos varejistas de bens de consumo não duráveis. Em épocas difíceis, mais consumidores deixam de se alimentar fora do lar. Consequentemente, o setor de bens de consumo não duráveis desfrutou de um crescimento de vendas em relação ao ano anterior de 8,6% acima dos outros grupos de produtos. Entretanto, a lucratividade sofreu com o resto do setor varejista na medida em que os consumidores procuraram por ofertas no período. A margem composta de lucro líquido do setor caiu de 3,0% em 2007 para 2,2% em 2008. Perfis por setor de produto Nº de empresas 250 maiores* Bens de consumo não duráveis Bens duráveis e produtos de lazer* Moda* Diversificados 250 134 56 38 22 Média de vendas no varejo (US$ milhões) 15.275 19.283 10.300 8.027 16.049 Nº médio de países em que atuam 6,9 4,5 9,1 12,6 7,2 * A média no número de países em que as empresas atuam exclui Richemont (moda) e Dell (bens duráveis), cuja cobertura quase global distorceria a média Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 14 Vendas no varejo de operações no exterior (%) 22,9 21,7 24,8 26,2 25,3 Grande parte da mudança na classificação dos dez maiores varejistas por setor de produto primário é resultante de alterações na classificação de alguns poucos varejistas. A reclassificação da Metro tirou a empresa da primeira posição entre os dez maiores varejistas de bens de consumo não duráveis, deixando o lugar para a Auchan, que foi incluída na lista daquele setor como a “número um”. Todas as dez maiores empresas varejistas de bens de consumo não duráveis registraram um sólido crescimento. A queda nas vendas atingiu cinco dos dez maiores varejistas de bens duráveis e produtos de lazer em 2008: Home Depot, Lowe’s, PPR, Kingfisher e Toys “R” Us. A DSG, em sétimo lugar em 2007, saiu da lista dos dez maiores devido a uma combinação de crescimento de vendas negativo e desvalorização da libra esterlina. O varejista do setor de eletrônicos Yamada Denki e a Amazon.com, ambos figurantes dessa lista de líderes do setor em 2007, subiram duas posições. A Staples retornou à nona posição entre os dez maiores. Bens duráveis e produtos de lazer O colapso do mercado imobiliário, em especial nos Estados Unidos, que vinha impulsionando a demanda de utilidades domésticas nos últimos anos, atingiu o setor de bens duráveis e produtos de lazer em 2008. Os 56 varejistas que compõem esse grupo viram o crescimento das vendas encolher em mais da metade, chegando a 3,1% em comparação com os 6,8% de 2007. A margem de lucro caiu de 4,0% para 2,7%. Seis dos dez varejistas do setor de eletrônicos apresentaram resultados negativos. Bens de consumo não duráveis A expansão global tornou-se uma importante estratégia de crescimento para muitos varejistas do setor de bens duráveis e produtos de lazer. No período analisado por este estudo, as empresas desse setor operaram, em média, em 9,1 países. Como um grupo, elas geraram aproximadamente um quarto do total das vendas de operações no exterior. Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 1 2 2 3 4 4 5 5 6 6 8 7 9 8 11 9 12 10 13 Vendas no varejo (US$ milhões) 401.244 127.958 96.210 79.924 76.000 70.977 66.063 61.549 59.034 56.831 Empresa Walmart Carrefour Tesco Schwarz Kroger Costco Aldi Rewe Walgreens Auchan País de origem EUA França Reino Unido Alemanha EUA EUA Alemanha Alemanha EUA França Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Bens duráveis e produtos de lazer Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 7 2 16 3 21 4 30 5 39 6 43 7 44 8 47 9 59 10 62 Empresa Home Depot Lowe’s Best Buy IKEA PPR Yamada Denki Co. Amazon.com Kingfisher Staples Toys “R” Us Vendas no varejo (US$ milhões) 71.288 48.230 45.015 31.794 20.681 18.718 18.624 16.806 14.154 13.724 País de origem EUA EUA EUA Suécia França Japão EUA Reino Unido EUA EUA Os poderosos do varejo global 15 Moda Os varejistas do setor de moda foram os que mais sofreram com a retração econômica. O crescimento composto de vendas no varejo desse grupo foi negativo (-0,6%). A margem caiu praticamente pela metade, de 7,3% para 4,1%. Entretanto, a margem de lucro, historicamente alta no setor de moda, permaneceu sendo a mais alta entre todos os grupos de produtos. Com 38 empresas, o setor de moda representou 15,2% das 250 maiores empresas varejistas, mas apenas 8% das vendas. Embora continuem sendo empresas menores, com média de vendas de US$ 8 bilhões, elas aumentaram de tamanho ao longo dos anos, beneficiando-se da contínua expansão global. 16 Em média, os varejistas desse grupo operaram em 12,6 países em 2008, mais do que qualquer outro setor e com um aumento significativo em relação a 10,1 países em 2007. Elas aparecem, também, com a maior participação nas vendas de operações fora de seus países de origem. Entre os varejistas de moda, a Macy’s manteve o primeiro lugar, apesar de uma queda de 5,4% nas vendas. A JCPenney desceu para a terceira posição e a inclusão da empresa criada pela fusão da Isetan Mitsukoshi Holdings excluiu a Limited Brands da lista dos dez maiores varejistas do setor de moda. Os varejistas de vestuário multinacionais, Inditex e H&M continuaram subindo no ranking, enquanto a Gap continuou caindo de posição. Moda Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 35 2 42 3 45 4 48 5 54 6 55 7 60 8 63 9 10 64 71 Empresa Macy’s TJX J.C. Penney Kohl’s Inditex Gap H&M Isetan Mitsukoshi Holdings LVMH Arcandor Vendas no varejo (US$ milhões) 24.892 19.000 18.486 16.389 15.048 14.526 13.821 13.723 13.660 12.640 País de origem EUA EUA EUA EUA Espanha EUA Suécia Japão França Alemanha Diversificados Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 3 2 10 3 20 4 41 5 58 6 70 7 74 8 95 9 97 10 118 Vendas no varejo (US$ milhões) Metro 99.004 Target 62.884 Sears Holdings 46.770 El Corte Inglés 20.048 Tengelmann 14.293 Otto Group 12.812 Kesko 11.604 J. Front Retailing 9.571 Lotte Shopping 9.140 Hudson’s Bay Trading 7.591 Empresa País de origem Alemanha EUA EUA Espanha Alemanha Alemanha Finlândia Japão Coreia do Sul EUA Diversificados O grupo do setor de diversificados, que vende uma ampla gama de produtos e frequentemente opera em diferentes formatos, foi representado por 22 empresas. As empresas varejistas alemãs Metro e Tengelmann foram reclassificadas nesta edição do estudo, saindo do setor de bens de consumo não duráveis e entrando para o setor de diversificados. A Metro vendeu sua rede de supermercados Extra para a Rewe, enquanto a Tengelmann diluiu sua participação na rede de supermercados A&P nos Estados Unidos. Nos dois casos, os bens de consumo não duráveis não representam mais a maior parte das vendas desses varejistas. A inclusão dessas duas empresas no grupo de diversificados ajudou a impulsionar a média de vendas no varejo desse setor, ultrapassando US$ 16 bilhões; porém, o crescimento das vendas foi insignificante, 1,8%, assim como foi a margem de lucro, de apenas 2,1%. Com esta nova classificação, a Metro assumiu o primeiro lugar no grupo de diversificados. A Marks & Spencer, quarto lugar no ano anterior, não é mais considerada parte desse grupo. A empresa foi realocada em 2008 como um varejista do setor de bens de consumo não duráveis. A Tengelmann, outro varejista de bens de consumo não duráveis reclassificado, ocupa o quinto lugar. Incluída pela primeira vez entre os dez maiores varejistas do setor de diversificados está a norte-americana Hudson’s Bay Trading Company (HBTC), criada em julho de 2008 como a empresa controladora para os ativos de varejo da NRDC Equity Partners. A NRDC adquiriu a Hudson’s Bay Company, do Canadá, e fez sua consolidação com a Lord & Taylor e a Fortunoff. Os poderosos do varejo global 17 Os novatos da lista Dos 24 varejistas que ingressaram na lista dos 250 maiores em 2008, 9 são empresas japonesas. Entretanto, conforme observado antes, isso se deve basicamente à força do iene em relação ao dólar norte-americano durante o ano fiscal de 2008. Considerando que os varejistas do setor de alimentação cresceram mais rápido que os de outros setores no período analisado, talvez não seja tão surpreendente que 17 dos recém-chegados à lista operam supermercados e outros formatos de lojas de alimentos. Três dessas empresas – FDB (Coop Danmark), KF Gruppen e Coop Norge – são “novas” porque operaram independentemente como cooperativas nacionais. Por vários anos, elas estiveram subordinadas à Coop Norden, que agora se converteu definitivamente a uma empresa de compras. Os recém-chegados na lista dos 250 maiores Classificação nos 250 maiores varejistas 63 96 118 121 154 171 172 192 200 202 215 216 221 222 223 225 226 238 240 241 244 247 248 250 Empresa País de origem Formato predominante Isetan Mitsukoshi Holdings The Great Atlantic & Pacific Tea Company Hudson´s Bay Trading Company FDB KF Gruppen Don Quijote Company Coop Norge DCM Japan Holdings Company Lojas Americanas Distribuición y Servicio D&S Izumiya Company Kwik Trip Maxima Grupè Joshin Denki Company Iceland Foods Group O’Reilly Automotive The Game Group The Maruetsu The Golub Corp./Price Chopper Supermarkets BIM (Birlesik Magazalar) Valor Campany Izumi Company Nonggongshang Supermarket Group Best Denki Company Japão EUA EUA Dinamarca Suécia Japão Noruega Japão Brasil Chile Japão EUA Lituânia Japão Reino Unido EUA Reino Unido Japão EUA Turquia Japão Japão China Japão Loja de departamento Supermercado Loja de departamento e desconto Supermercado Supermercado Loja de desconto Supermercado Construção, reforma e decoração Loja de departamento e desconto Hipermercado, centro de compras Hipermercado, centro de compras Loja de conveniência Supermercado Aparelhos eletrônicos Supermercado Outras especialidades Outras especialidades Supermercado Supermercado Loja de desconto Supermercado Hipermercado, centro de compras Hipermercado, centro de compras Aparelhos eletrônicos Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 18 O tema do ano: comércio online A utilização de múltiplos canais continua em forte crescimento à medida que mais empresas desenvolvem o varejo eletrônico (e-commerce). Neste ano, o estudo “Os Poderosos do Varejo Global” mostra até que ponto os 100 maiores varejistas apostaram nesse canal de vendas cada vez mais importante. A análise baseia-se somente nas empresas que têm informações disponíveis de vendas online para 2008, mais as empresas que não operaram um site para transações em 2008 e, portanto, não fizeram vendas online. Dos 100 maiores varejistas, 69 foram incluídos na análise, pois as vendas online não estavam disponíveis para outras 31 empresas. O comécio online já é responsável por 6% do faturamento total dos varejistas brasileiros (similar ao resultado dos 250 maiores varejistas – 6,6%), ficando em terceiro lugar entre os canais de venda relacionados aos resultados das empresas. Em primeiro lugar estão as lojas físicas e, logo em seguida, as vendas diretas. Fonte: pesquisa “Comércio online: As relações das empresas com seus públicos na internet” (Deloitte, 2009) É importante salientar que esses resultados devem ser interpretados com muita cautela devido à pequena amostra de dados em alguns setores, mas, em geral, o comércio eletrônico foi responsável por uma média de 6,6% do total das vendas desses varejistas em 2008. Por setor de produto, as vendas online representaram, em média, 24% das vendas de bens duráveis e produtos de lazer. Isso inclui, porém, a Amazon.com, a Dell, a Office Depot e a Staples, que juntas distorcem drasticamente os resultados. Excluindo essas quatro potências do varejo eletrônico, os números descem para 5,1% para as nove empresas restantes incluídas neste setor. Para o setor de moda (composto de apenas seis empresas), as vendas online representaram 5,2% das vendas. O setor de bens de consumo não duráveis representa o menos adepto ao e-commerce. Para as empresas desse grupo, uma média de apenas 0,9% das vendas foi gerada por varejo eletrônico. Olhando os dados por região geográfica, a Europa lidera esse canal de venda, com uma média de vendas online de 4,1%. O e-commerce foi responsável por 2,5% das vendas para os varejistas norte-americanos, excluindo os quatro gigantes do varejo eletrônico citados acima. Com a inclusão dessas empresas, o número sobe para 12%. A Região Ásia/Pacífico ficou para trás, registrando uma média de vendas online de somente 0,8% do total das vendas. Entre as 100 maiores empresas do ranking, apenas três são latinoamericanas – Cencosud, do Chile, Grupo Pão de Açúcar, do Brasil, e Organizacion Soriana, do México –, uma amostra que não é considerada significativa para efeito de análise por região. Os poderosos do varejo global 19 Movimentos de conjuntura Acompanhando a recuperação econômica global, o setor varejista vem restabelecendo sua trajetória de crescimento, porém, a natureza e a distribuição geográfica desse crescimento serão relativamente diferentes do que vinha sendo observado até recentemente. Na década que se inicia, os países que utilizaram grandes empréstimos para financiar os gastos excessivos dos consumidores podem experimentar um menor crescimento do consumo, visto que as famílias se esforçam para sanar suas dívidas e acumular recursos para a aposentadoria futura e outras necessidades. A maior parte do crescimento econômico desses países será provavelmente movida por exportações, investimentos de negócios e gastos governamentais. Por outro lado, o crescimento de países como a China provavelmente passará a ser movido pelo consumo interno. Por outro lado, na China, a demanda interna deve continuar a ser um importante fator de crescimento dado que as exportações ainda estão abaixo do nível atingido ao final de 2008. O governo chinês tende a promover o consumo privado, e a retirada gradual desse estímulo fiscal somente se efetivará a partir da consolidação dos níveis de emprego e renda que devem estimular diretamente as vendas no varejo. Os investimentos privados também devem aumentar em resposta ao dinamismo da demanda doméstica. Na Índia, as expectativas são de forte crescimento em 2010, impulsionado também pela demanda doméstica conjugada à estabilidade do sistema financeiro e à confiança dos investidores estrangeiros. A próxima década apresentará um ambiente de negócios muito diferente. Não apenas o crescimento dos gastos dos consumidores mudará geograficamente, como também mudará a natureza desse consumo. Em lugares como os Estados Unidos e o Reino Unido, o crescimento do setor varejista não será apenas mais lento, mas se concentrará nas necessidades de um consumidor orientado pelo preço. E a recente mudança da participação no mercado em direção a formatos de lojas de descontos pode muito bem ser mantida durante a recuperação. E o Brasil? O Brasil está com tudo. Sua economia se recuperou muito bem de uma recessão bastante modesta e há um consenso geral de que as perspectivas são bastante boas. Quase duas décadas de inflação baixa, déficits modestos e forte crescimento convenceram os investidores globais de que o Brasil é uma aposta relativamente segura. Uma combinação de política e economia estáveis gerou investimentos diretos sólidos do exterior. Além disso, a recente conquista para sediar a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 aumentou a sensação de confiança na comunidade de negócios brasileira. Outro aspecto positivo para o Brasil é de que as políticas sociais do governo, combinadas com o crescimento econômico, levaram à redução da desigualdade de renda. Assim, o número de pessoas que passaram da pobreza para a classe média é substancial, o que representa uma enorme oportunidade para o setor varejista. O Brasil está com tudo. Sua economia se recuperou muito bem de uma recessão bastante modesta e há um consenso geral de que as perspectivas são bastante boas. 20 Grandes tendências para o varejo em 2010 1) Mudança no comportamento do consumidor Como esperado, a instabilidade econômica global mudou o comportamento dos consumidores. Eles se tornaram mais conscientes sobre valores, mais atraídos por marcas próprias e menos propensos a adquirir itens que não sejam de primeira necessidade e a comer fora de casa. Ainda, a duração e a profundidade da recente retração aumentam a possibilidade de que essas mudanças no comportamento dos consumidores sejam mantidas mesmo depois da recuperação. Isso se aplicaria principalmente aos mercados em que os gastos dos consumidores foram excessivos e sustentados por dívidas durante a pré-recessão. Para citar os mais importantes, esses mercados incluem os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha. Se o padrão for mantido, haverá importantes implicações para os varejistas que operam em grandes mercados desenvolvidos. Primeiro, eles terão de oferecer aos consumidores uma proposta de valor favorável, o que será um desafio para os varejistas que não operarem nos formatos de lojas de desconto. Ou então terão que se diferenciar passando aos consumidores uma sensação de exclusividade e fugindo da comparação de preços. Nesse contexto, os varejistas mais espertos deverão priorizar a gestão da marca, a fim de transmitir sua proposta de valor. Eles se concentrarão, também, em melhorar a experiência do consumidor como um fator de diferenciação. Deve-se considerar que as atuais condições de mercado desafiadoras nos EUA e no Reino Unido podem direcionar os grandes varejistas para novos mercados. Ou seja, a orientação de consumo por cadeia de valor nos países ricos podem acelerar o processo de globalização do varejo. Os poderosos do varejo global 21 2) Segmentação do mercado de luxo Existem basicamente dois mercados de luxo. O primeiro compreende famílias com renda extremamente alta, que sofreu menos com a recessão econômica, afinal, mesmo se a riqueza de uma família for reduzida de US$ 100 milhões para US$ 50 milhões, ainda resta muito dinheiro para pagar uma bolsa cara. O segundo compreende o mercado de luxo movido pelo desejo de consumo. Ele compreende famílias com renda e riqueza suficientes para comprar itens de luxo, mas cujas compras de alto valor exercem um impacto considerável sobre a renda. Para esses consumidores, a recente desaceleração econômica causou uma grave queda na riqueza percebida e, portanto, nos gastos com produtos de luxo. A próxima etapa na evolução desses grupos será investir em mercados desenvolvidos e já existem varejistas em países emergentes que visualizam oportunidades de crescimento em países mais ricos. Essa tendência indica que a participação global do varejo está se tornando mais nivelado. Muitos mercados emergentes possuem, atualmente, uma classe média suficientemente grande para suportar as operações de varejistas grandes com foco no mercado interno. Além disso, esses varejistas têm um acesso relativamente fácil aos mercados doméstico e global. Eles obtêm capital de poupanças privadas (principalmente na Ásia), fundos de investimento em participações e outros fundos interessados em suportar empreendedores nacionais. Dessa forma, nasce um novo modelo concorrencial no varejo. Para o setor varejista de luxo, esse ambiente será muito dificil. Apelar para o consumidor movido pela aspiração exigirá uma maior concentração na questão de valor agregado. Dessa forma, é possível que haja necessidade de uma maior segmentação do mercado por parte dos varejistas e fornecedores de artigos de luxo. 4) Globalização dos varejistas norte-americanos A globalização do setor varejista norte-americano esteve em curso há décadas e agora ganhou novo fôlego. Os varejistas norte-americanos enfrentam um ambiente econômico interno muito mais desafiador do que qualquer coisa que já tenham experimentado no passado recente. Considerando as experiências ruins de muitos varejistas globais e as fortes oportunidades que existiam internamente, muitas empresas de varejo se concentraram, nos últimos anos, no mercado doméstico dos Estados Unidos. No entanto, no curto e médio prazos, o mercado doméstico crescerá lentamente e o consumidor será provavelmente mais volúvel. Portanto, para atingir um crescimento sólido, os varejistas norte-americanos terão necessariamente de ganhar uma fatia do mercado em casa ou encontrar novas oportunidades em outros mercados. Além disso, os vendedores de artigos de luxo desviarão seu foco para mercados emergentes, como a China e o Brasil. Nesses mercados, os novos ricos são especialmente atraídos por marcas de luxo e podem ser mais facilmente fisgados, em comparação com famílias semelhantes em mercados desenvolvidos. 3) Globalização de varejistas emergentes Qualquer discussão sobre o futuro do consumidor requer necessariamente uma análise criteriosa dos grandes mercados emergentes. Muitos varejistas desses mercados estão rapidamente se tornando concorrentes de grandes redes varejistas globais. Não apenas estão bem equipados para competir com os gigantes em seus mercados domésticos como estão se tornando competitivos fora de seus países. Diversos varejistas de mercados emergentes já foram bem sucedidos em mercados emergentes vizinhos, seja na Ásia Oriental, na África, no Oriente Médio ou na América do Sul. 22 Os candidatos mais prováveis para expansão global são varejistas especializados e não aqueles que vendem alimentos, produtos de massa ou lojas de departamento. Os varejistas especializados baseados nos Estados Unidos são bem desenvolvidos, muitas vezes nitidamente diferenciados, possuem recursos financeiros significativos e estão enfrentando uma saturação e um crescimento lento do mercado interno. 5) Mídias sociais e varejo Como ocorre com a maioria das novas tecnologias, as redes sociais estão tendo um grande impacto sobre o setor varejista. O primeiro efeito disso é a necessidade de uma maior transparência. Os consumidores demandam mais acesso a informações sobre os varejistas, seus produtos e preços. Essencialmente, é uma grande mudança na relação entre varejistas e consumidores, pressionando os preços para baixo e reduzindo as margens. Em segundo lugar, as redes sociais exercem um efeito sobre a experiência de compra compartilhada. Os consumidores buscam, cada vez mais, dicas e recomendações sobre ofertas e novos produtos, bem como relatos de experiências ruins. Os consumidores estão efetuando compras virtuais com seus amigos, aguardando aprovação, validação e opinião instantâneas. A referência pessoal está voltando no mundo virtual. deixar de oferecer uma categoria ou uma gama de produtos pode ser tão importante quanto introduzir uma nova. No futuro, os varejistas inteligentes deverão se orgulhar de quantas unidades mantidas em estoque eliminaram e da natureza focada de sua oferta. As redes sociais não apenas afetam os consumidores, ela cria novos pontos de ligação e táticas de marketing para varejistas. O marketing personalizado, por exemplo, foi uma tentativa frustrada há cerca de dez anos e ficou com uma reputação ruim no início. Com as redes sociais, essa ferramenta é totalmente viável e será uma habilidade competitiva necessária. 7) Aumento da polarização A maior parte dos mercados varejistas desenvolvidos – e cada vez mais dos emergentes – pode ser desmembrada em três segmentos principais: o de desconto, o médio e o premium. O segmento de desconto envolve varejistas que operam no formato de grandes galpões e oferecem grandes volumes de produtos a preços competitivos. O segmento premium tem uma abordagem voltada a nichos de mercado mais específicos, com produtos de alto valor agregado e margens de lucro mais altas. Por último, a internet possibilita o acesso à informação em um nível que desloca o equilíbrio entre conhecimento e capacitação do vendedor para o comprador. Os compradores podem pesquisar informações sobre os produtos com o objetivos de ultrapassar a capacidade de muitos varejistas de treinar seus vendedores. Este fenômeno impulsionará os varejistas a buscarem e equiparem seus vendedores e associados com informações cada vez mais precisas sobre os produtos que vendem. 6) Racionalização do sortimento A maioria dos varejistas oferece produtos demais. Este é um sintoma da falta de conexão entre as equipes de compras e a capacidade da empresa de entender os clientes, bem como uma falha em reconhecer o ciclo de vida dos produtos e das marcas com os quais trabalham. Os varejistas frequentemente se vangloriam da grande quantidade de unidades mantidas em estoque. Porém, O fortalecimento da fidelização dos clientes dependerá, cada vez mais, da capacidade do varejista de demonstrar que entende as preferências e o estilo de vida do consumidor e consegue antecipar mudanças nesses atributos. Uma demonstração fundamental desse entendimento é eliminar o que o cliente não quer e se concentrar no que é importante para ele. Atingir esse objetivo não é simples: envolve não só o uso da tecnologia da informação para monitoramento do comportamento do consumidor, mas também o uso da comunicação nas redes para entendimento das preferências e hábitos dos consumidores. O segmento médio, portanto, é freqüentemente o segmento padrão, em que muitos varejistas tentam oferecer de tudo a todos. Nesse momento, ele é especialmente vulnerável em virtude da diminuição do consumo em diversos países e da pressão sobre as margens. As restrições econômicas sobre os consumidores continuarão a impulsionar a necessidade dos varejistas de optarem por uma estratégia que priorize grandes volumes e margens baixas ou uma abordagem voltada ao segmento premium. Aqueles que ficarem no meio sofrerão uma pressão crescente. A chave para a sobrevivência dos participantes do mercado de nível médio será a capacidade de fortalecer seus modelos e focar nas necessidades dos consumidores. Os poderosos do varejo global 23 Estratégias para o varejo brasileiro Reflexões sobre os anseios do consumidor Consumidor quer: facilidade de acesso à compra Estratégia varejista: multicanal e multiformato O varejista não pode perder de vista que o consumidor quer ter a opção de comprar de acordo com sua necessidade (perto de casa, perto do trabalho, no trajeto casa-trabalho, no shopping ou em qualquer lugar), tempo (com pressa na loja, com pressa sem ir à loja, com tranqüilidade) e desejo (tudo em um único lugar, serviços gerais e excelência no atendimento). A necessidade, o tempo e o desejo do consumidor se alteram constantemente, e o varejista precisa, mais do que nunca, conhecer profundamente o perfil do público que deseja fidelizar. Conseguir fazer com que o cliente tropece na sua marca e se encante com sua loja exige, na maior parte das vezes, que seus pontos-de-venda estejam presentes utilizando os mais diversos canais e formatos. Lojas especializadas (“conceitos”) e de luxo possuem exceções por suas próprias características. Em alguns casos, ter apenas um ponto-de-venda ou poucos e em determinada região pode fazer parte da estratégia da marca e do negócio. Tão importante quanto oferecer opções de canais (loja física, e-commerce, mobile, entre outros) é a integração entre eles, ou seja, como levar o consumidor do site para a loja, da loja para o site, que é uma tarefa árdua, mas necessária ao varejista. Além disso, os preços, mix de produtos e promoções devem estar muito bem alinhados entre os canais e o consumidor deve ser claramente comunicado. O varejista, ao montar sua estratégia de canais e formatos, deve, além de conhecer profundamente o perfil do seu cliente, estar preparado para que o consumidor consiga facilmente acessar a sua marca e atender o cliente considerando sua necessidade, tempo e desejo. 24 Consumidor quer: disponibilidade Estratégia varejista: mix de produto e eficiência na cadeia de suprimentos Chegar a uma loja e não encontrar o produto que deseja (ruptura de gôndola) é uma frustração. O espaço da loja é limitado e o varejista pode definir três principais estratégias para evitar esta variável denominada ruptura. A primeira é definir com eficiência o mix de produtos de modo a garantir a opção de produtos/serviços que atendam às reais necessidades do consumidor. Além disso, a maneira de exposição do produto dentro da loja deve permitir que eles sejam facilmente encontrados e visualizados tanto pelo cliente como pelo vendedor. A segunda principal estratégia é uma gestão eficiente de estoques (negociação de compras e compartilhamento de demanda e outras informações com fornecedores) e uma operação e malha logística que suporta o atendimento excelente pela loja. A terceira principal estratégia refere-se às operações dentro da loja, considerando reposição de produtos nas gôndolas e eficiência das operadoras de caixa. Outras ações, como gerenciamento eficaz das perdas, manutenção da base de cadastro, eficiência no recebimento de mercadorias, entre outras, são também importantíssimas para garantir a disponibilidade do produto. Oferecer a possibilidade de compra pela internet, inclusive dentro da loja, com entrega a domicílio ou na própria loja também pode ser uma poderosa estratégia, que se encaixa muito bem com o atual perfil dos consumidores. Com essas opções, o varejista amplia seu leque de produtos, vence a barreira do espaço dentro da loja e também pode possibilitar algumas ações para trazer o cliente até a loja física. Consumidor quer: serviço com excelência Estratégia varejista: modelo de atendimento e gestão do capital humano Nem sempre o consumidor quer ter um vendedor que o acompanhe o tempo todo pela loja, mas, ao mesmo tempo, quando desejar uma explicação ou suporte, quer ser prontamente e muito bem atendido. É paradoxal, mas o varejista deve saber compreender qual o perfil do consumidor para que esta solução seja encontrada. O consumidor atual é muito bem informado, conhece as características do produto/serviço que deseja comprar e, muitas vezes, dependendo da fidelidade da marca, até melhor que o próprio vendedor da loja. Para responder a isso, o segredo está na definição do modelo de atendimento e na gestão do capital humano. Trabalhar o desenvolvimento da equipe significa conseguir equalizar com eficiência o mix de ferramentas existentes para a gestão do capital humano (treinamentos e desenvolvimento, programa de recompensas, remuneração e bônus, gestão de talentos, programa de aconselhamento, ambiente de trabalho, ações das lideranças, perspectiva de carreira, entre outros). Consumidor quer: valor Estratégia varejista: pricing O consumidor, ao tomar a decisão de compra de um produto/serviço, automaticamente e sem perceber, realiza uma análise, em milésimos de segundos, e chega a um resultado individual de valor. A grande e inquietante questão é saber o que cada consumidor considera na sua análise. Não é possível dizer com 100% de certeza o que se passa na cabeça de cada consumidor, embora alguns especialistas sobre o tema comentem que são experiências já vivenciadas somadas ao valor da imagem que possui da marca, preços de referência de produtos/serviços similares e o desejo/necessidade de adquirir o produto/serviço. É importante lembrar que o conceito de valor para o cliente é a equação do conjunto de benefícios versus custo percebido por ele mesmo. Varejistas devem fazer uma análise criteriosa ao definir sua estratégia de pricing e, com base no pacote de benefícios que entrega ao cliente (serviços, atendimento, qualidade do produto, ambiente de loja etc.), deve buscar o preço que melhor irá satisfazer seu público-alvo e garantir o ponto ótimo de vendas. O processo de recrutamento e seleção deve ser muito bem estruturado e garantir, com a máxima eficiência, a contratação de pessoas que realmente possuam o perfil adequado e desejado para exercer determinada função. O perfil ideal é aquele que, além de ser adequado à atividade que irá exercer, está alinhado com o código de conduta, valores e missão da organização. O sucesso de um varejista está atrelado a transformar seus profissionais em fiéis defensores da marca. Os poderosos do varejo global 25 Consumidor quer: interatividade e relacionamento Estratégia varejista: novas mídias, ambientação e “atividades interativas” Os consumidores estão interagindo cada vez mais e com uma velocidade surpreendente por meio do Orkut, Facebook, Twitter, blogs, entre tantos outros canais à disposição na internet. Eles adoram compartilhar informações e experiências. Boas e más notícias sobre produtos, marcas e serviços são amplificadas por diversos meios e o impacto à reputação de uma empresa pode ter proporções ilimitadas. No entanto, os consumidores não querem interagir apenas nas redes sociais, eles também querem ter a experiência no ponto-de-venda, daí a importância e a rapidez com que muitos varejistas estão revendo seus layouts de lojas, o visual merchandising, a criação de atividades interativas e o próprio uso da tecnologia com a finalidade de entreter o consumidor. Os varejistas devem lembrar, ainda, que o grande segredo do sucesso da continuidade de seus negócios não está somente no foco no produto/serviço que vendem ou no cliente, e sim no desejo maior do cliente. Isso significa que as empresas varejistas precisam ir além, construir uma nova relação com seus consumidores, considerando seus hábitos, necessidades e anseios. Consumidor quer: comodidade Estratégia varejista: oferta de serviços A agregação de serviços, hoje ainda uma opção, em breve será uma necessidade vital para a sobrevivência e o crescimento das empresas varejistas. Os altos índices de competitividade, a crescente falta de tempo do consumidor, os novos canais de venda e o interesse pela otimização dos investimentos feitos nos pontosde-venda impulsionam os varejistas em direção à constante busca de alternativas para o aumento das receitas. 26 A tendência é que os serviços se tornem tão importantes dentro da estratégia de negócios das redes de varejo a ponto de justificar o desenvolvimento de operações fora das lojas de origem. Desenvolvendo serviços não necessariamente atrelados aos produtos que vendem nas lojas, como financiamentos, seguros e transporte, as redes varejistas ampliam sua atuação junto ao seu público, tornam-se mais atraentes e, com investimentos moderados, criam soluções mais completas e cômodas para o consumidor. Consumidor quer: compromisso social e sustentável Estratégia varejista: projetos sociais e “verdes”, comunicação/imagem Pesquisas apontam que os consumidores consideram, cada vez mais, no momento da compra o compromisso ambiental e social das empresas. Tais conceitos, que podem ser aplicados tanto na fabricação de produtos orgânicos, na priorização de processos produtivos sustentáveis, e na ambientação do ponto-de-venda, contribuem para a geração de um valor intangível para a marca. Projetos relacionados à sustentabilidade, reciclagem de produtos, utilização de materiais reciclados, utilização de sistemas de geração de energia renovável, oferta de produtos green e saudáveis, entre outros, além de projetos sociais são exemplos de como os varejistas podem aplicar tais conceitos. Além de uma importante estratégia de imagem, as práticas de reciclagem e preservação do meio ambiente vêm ao encontro de uma busca natural das empresas neste momento por redução de custos. Estão reservados à Deloitte todos os direitos autorais desta publicação. A reprodução de informações nela contidas está sujeita à autorização prévia, mediante consulta formal e citação de fonte. Para mais informações, contate-nos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 5186-6686. Os poderosos do varejo global 27 A Deloitte oferece serviços nas áreas de Auditoria, Consultoria Tributária, Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais, Corporate Finance, Consultoria Empresarial e Outsourcing para clientes dos mais diversos setores. Com uma rede global de cerca de 169.000 profissionais atuando a partir de firmas-membro em mais de 140 países, a Deloitte reúne habilidades excepcionais e um profundo conhecimento local para ajudar seus clientes a alcançar o melhor desempenho, qualquer que seja o seu segmento ou região de atuação. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado e seus cerca de 4.000 profissionais são reconhecidos pela integridade, competência e habilidade em transformar seus conhecimentos em soluções para seus clientes. Suas operações cobrem todo o território nacional, com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. A Deloitte refere-se a uma ou mais Deloitte Touche Tohmatsu, uma verein (associação) estabelecida na Suíça, e sua rede de firmas-membro, sendo cada uma delas uma entidade independente e legalmente separada. Acesse www.deloitte.com/about para a descrição detalhada da estrutura legal da Deloitte Touche Tohmatsu e de suas firmas-membro. Para mais informações, contate-nos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 5186-6686. © 2010 Deloitte Touche Tohmatsu. Todos os direitos reservados.
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