Os Poderosos do Varejo Global O doce encanto dos mercados
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Os Poderosos do Varejo Global O doce encanto dos mercados
Os Poderosos do Varejo Global O doce encanto dos mercados emergentes Novos caminhos para o crescimento A Deloitte tem o prazer de apresentar a 14ª edição do relatório anual da pesquisa “Os Poderosos do Varejo Global”, desenvolvida em parceria com a STORES Magazine. manter, na média, o ritmo de desenvolvimento em 2009, apresentando números significativamente mais baixos. O crescimento diminuiu em 9 das 10 maiores empresas latino-americanas. Esta publicação aponta quais são as 250 maiores redes varejistas do mundo com base em dados públicos do exercício fiscal de 2009 (inclui exercícios fiscais terminados em junho de 2010). O estudo também apresenta um panorama macroeconômico mundial e as lições da globalização do varejo, abordando as estratégias do varejo brasileiro frente a entrada de novos varejistas e investidores estrangeiros no mercado local. Entretanto, as três empresas brasileiras que apareciam na edição passada continuam presentes entre as 250 maiores. O Grupo Pão de Açúcar, que no estudo anterior aparecia na 92ª colocação, ocupa a 75ª posição. Com o desempenho do período analisado, a organização entrou no grupo das 50 que mais crescem e voltou a ser líder da América Latina, desbancando a Cencosud, do Chile. Isso se deve, em parte, às recentes aquisições do varejista. A Casas Bahia manteve a colocação do ano passado e aparece no 131º lugar. A presente edição do estudo aponta que, passado o período de instabilidade na economia global, os varejistas de expressão internacional começam a se recuperar. No entanto, as economias desenvolvidas (como Estados Unidos, Europa e Japão, por exemplo) estão encontrando mais dificuldades nessa recuperação. Por outro lado, os emergentes, menos afetados pela crise de 2008, têm apresentado um ritmo de crescimento acelerado, fator que fez com que os mercados em desenvolvimento se tornassem estratégias atrativas aos competidores do varejo global. Nesse cenário econômico, no qual se destacam as economias emergentes, as empresas buscam caminhos para continuarem competitivas. A América Latina, que no estudo anterior foi a região com o maior crescimento das vendas, não conseguiu A Lojas Americanas também apresentou um bom resultado, passando da 200ª colocação, em 2008, para a 184ª posição. A rede ainda aparece entre as dez empresas que mais cresceram no período, destacando-se na 7ª posição. Ciente da importância de acompanhar os movimentos de um mercado tão dinâmico como o setor varejista, a Deloitte espera que as informações contidas neste relatório sirvam de ferramenta para reflexão e possam, efetivamente, auxiliar as organizações do varejo nacional a manterem-se competitivas diante dos novos competidores internacionais e integrarem-se, cada vez mais e de modo mais acelerado, à dinâmica da economia global. Índice Destaques sobre os 250 maiores varejistas.................................................................................4 Os Poderosos por região. ...................................................................................................................5 Os 250 Poderosos do Varejo Global...............................................................................................8 Os dez maiores varejistas por região........................................................................................... 10 Presença nos mercados emergentes........................................................................................... 12 Os Poderosos por setor.................................................................................................................... 14 Os novatos da lista............................................................................................................................. 17 Os segredos das 50 empresas que mais crescem................................................................... 18 Movimentos de conjuntura............................................................................................................. 20 Lições da globalização do varejo.................................................................................................. 21 O futuro do consumo no Brasil..................................................................................................... 24 Estratégias para competir e crescer............................................................................................. 26 Metodologia do estudo e fontes de dados As empresas são incluídas na lista dos 250 Poderosos do Varejo Global com base nos montantes registrados para suas vendas a varejo, que excluem comércio de automóveis, para o ano fiscal 2009* (inclui exercícios fiscais terminados em junho de 2010). Várias fontes de informação foram consultadas para este estudo. Os principais dados financeiros e de outras naturezas foram obtidos de balanços anuais e relatórios protocolados na Securities and Exchange Commission (SEC) – a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos –, e também encontrados em comunicados à imprensa. Na falta de informações publicadas pela própria empresa, foram usadas outras fontes de domínio público, inclusive estimativas em publicações especializadas, relatórios de analistas setoriais e vários bancos de dados comerciais. Boa parte dos dados do setor alimentício instalado fora dos Estados Unidos foi fornecida pela Planet Retail, que oferece opiniões, análises, notícias e dados sobre mais de 9.000 operações de varejo em 211 mercados (para mais informações, acesse www.planetretail.net). *Nota: Considerando-se que as empresas avaliadas neste estudo utilizam períodos diferentes para o início e o término do seu ano fiscal, as referências sobre 2009 (ou “ano fiscal 2009”) inseridas neste relatório dizem respeito ao último período fiscal encerrado até junho de 2010. As vendas de cada grupo econômico refletem as vendas líquidas consolidadas da controladora do varejista, independentemente dela ter o varejo como atividade principal ou não. Os dados de lucro e/ou prejuízo também refletem os resultados da controladora. Para varejistas que pertencem a grandes conglomerados, as vendas de varejo refletem apenas a parcela varejista das vendas líquidas consolidadas da empresa e, por isso, podem refletir ajustes das receitas para excluir outras operações. As vendas de varejo não consideraram operações de serviços de alimentação e restaurantes, nem outras receitas advindas do atacado ou de transações comerciais entre empresas (exceto as feitas em lojas de varejo), quando foi possível desmembrar. Faturamentos por bandeira de franquias, concessionárias ou autônomas associadas em cooperativas não foram considerados, incluindo, no entanto, royalties e taxas de franquia ou concessão. As vendas do grupo incluem receitas de atacado nas operações em rede, tanto entre lojas associadas como outras lojas. Com o intuito de fornecer uma base comum para classificar resultados de empresas não americanas, os valores de suas vendas e lucros/prejuízos do período analisado pelo estudo foram convertidos para dólares norte-americanos, portanto, as taxas de câmbio acabaram impactando os resultados. O site www. oanda.com é a fonte de referência para o câmbio, com a taxa média diária correspondendo ao período analisado para converter os resultados obtidos. A taxa composta de crescimento anual de 2004-2009 para vendas no varejo, contudo, foi calculada na moeda local da empresa. É importante destacar que este relatório usa taxas de crescimento compostas, ponderadas pelas vendas, em lugar de médias aritméticas simples, como medida primária para a compreensão dos resultados financeiros do grupo. Portanto, os resultados de empresas maiores contribuem mais para o composto do que os resultados das empresas menores. Como os dados foram convertidos para dólares norte-americanos para fins de classificação e para facilitar a comparação entre os grupos, as taxas de crescimento compostas também foram ajustadas para corrigir a variação cambial do período. Os resultados compostos geralmente comportam-se de modo semelhante às médias aritméticas e apresentam valores representativos melhores para fins de referência. Os resultados financeiros do grupo aplicam-se apenas a empresas com dados publicados e nem todas as organizações têm dados disponíveis. Deve-se notar que os dados financeiros usados por cada empresa, em um determinado exercício, têm a precisão da data em que o relatório foi emitido originalmente. Uma empresa pode ter reapresentado resultados do exercício anterior para refletir uma mudança nas suas operações nas práticas contábeis. Tais situações não se refletem nesses dados. Como resultado dos fatores mencionados, as taxas de crescimento para empresas individuais podem não corresponder a outros resultados publicados. Os Poderosos do Varejo Global 3 Destaques sobre os 250 maiores varejistas No período analisado por este estudo, os varejistas continuaram a sofrer as consequências da crise econômica de 2008. Da lista das 250 maiores empresas, 90 registraram queda nas vendas, contra 61 do ano anterior. A redução do endividamento dos consumidores e o fraco crescimento do crédito continuaram contaminando o setor, o que fez com que o volume ponderado e corrigido das vendas do conjunto dessas empresas subisse apenas 1,3%. Por outro lado, a rentabilidade registrou uma melhoria acentuada em relação ao ano anterior devido ao enxugamento do setor, que já previa as quedas nas vendas. Para aumentar os ganhos, muitas empresas reduziram seus custos radicalmente e ajustaram os estoques em resposta à redução de demanda dos consumidores. Em virtude desses esforços, a margem de lucro líquido composta dos 250 maiores subiu de 2,4% em 2008 para 3,1%. Concentração econômica dos dez maiores varejistas Classificação nos Empresa 250 maiores 1 Walmart País de origem EUA 2 Carrefour França 3 Metro Alemanha Vendas no varejo (US$ milhões) 405.046 Crescimento das vendas no varejo (%) 0,9 119.887 -1,2 90.850 -3,2 4 Tesco Reino Unido 90.435 4,8 5 Schwarz Alemanha 77.221 1,4 6 Kroger EUA 76.733 1,0 -1,5 7 Costco EUA 69.889 8 Aldi Alemanha 67.709 3,8 9 Home Depot EUA 66.176 -7,2 Target EUA 63.435 0,9 Grupo dos 10 maiores* 10 1.127.381 0,2 Grupo dos 250 maiores* 3.763.535 Participação das vendas dos 10 maiores no total de vendas dos 250 1,3 30,0 * Vendas brutas, com taxas de crescimento compostas ajustadas de acordo com as taxas de câmbio Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Estatísticas resumidas dos 250 maiores $3,76 trilhões – vendas totais (em US$) $15,05 milhões – venda média das 250 maiores empresas de varejo $3,075 milhões – vendas mínimas necessárias para fazer parte da lista 1,3% – crescimento anual das vendas compostas 6,1% – taxa de crescimento anual composta conjunta das vendas do varejo de 2004 a 2009 3,1% – margem de lucro líquido composta 4 Das 188 empresas que divulgaram os seus resultados, apenas 13 registraram prejuízo, menos da metade das 30 empresas deficitárias de 2008. Além disso, 67 empresas (cerca de um terço de todas as que apresentaram relatório) registraram uma redução da margem de lucro líquido neste ano contra 123 no ano anterior (dois terços). No total, as vendas combinadas dos 250 maiores totalizaram US$ 3,76 trilhões neste ano, um decréscimo em relação aos quase US$ 3,82 trilhões registrados por essas empresas no período anterior. Esse decréscimo reflete a queda de vendas bem como a mudança na composição do grupo a cada ano. Porém, o principal fator está atrelado à valorização de algumas moedas frente ao dólar, como o euro, a libra e o peso mexicano, entre outras. A exceção fica por conta do iene, no Japão, e do yuan, na China. Os 10 primeiros da lista A participação dos dez primeiros colocados do ranking Poderosos do Varejo Global no total de vendas dos 250 maiores diminuiu neste ano. O crescimento das vendas compostas dos líderes estagnou em 0,2% e os dez maiores varejistas abocanharam 30% das vendas combinadas da lista (contra 30,2% em 2008). As vendas de quatro das dez maiores diminuíram: Carrefour, Metro, Costco e Home Depot. Três delas cresceram apenas 1% ou menos. A Tesco e lojas de desconto como a Schwarz e a Aldi foram as únicas do grupo que apresentaram crescimento acima de 1,3%. A rentabilidade também ficou atrás comparada à dos 250 maiores, visto que oito do grupo geraram uma margem de lucro líquido de 2,6%, contra 3,1% de todo o ranking. A composição da lista das dez maiores deste ano foi igual às dos dois últimos períodos analisados, e o Walmart continua como líder incontestável. A subida da Costco e da Aldi (uma posição cada), ultrapassando a Home Depot (que caiu duas posições e terminou em nono), constituem as únicas alterações no ranking das dez maiores. Os Poderosos por região Com o propósito de análise geográfica, as empresas estão categorizadas por localização do escritório central, o que pode coincidir com o maior volume de vendas. Mesmo que muitas empresas executem vendas fora da região, 100% das vendas de cada empresa são contabilizadas na região. Aumento nas vendas, queda na participação No período analisado, as vendas dos varejistas europeus foram superiores às dos 250 maiores como um todo. Entretanto, o número de empresas europeias na lista caiu de 96 em 2008 para 92 em 2009. Com um número menor entre o total de empresas, a sua participação no total das vendas de varejo também diminuiu. Com exceção da França, onde as vendas compostas caíram 1,9%, esse resultado deve-se, Os 250 maiores varejistas por região/país de origem (%) O destino das vendas dos 250 maiores varejistas (%) 1,6 1 2,4 3,2 4 4,7 33,6 4 42,1 6,9 5,2 5,6 7,9 6 9,9 7,6 18 12,8 EUA Europa (Outros países) Japão Alemanha Reino Unido Ásia/Pacífico (Outros) França Canadá América Latina África/Oriente Médio Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 11,6 11,9 EUA Europa (Outros países) Alemanha França Japão Reino Unido Ásia/Pacífico (Outros) Canadá América Latina África/Oriente Médio principalmente, à valorização do dólar em 2009 em relação ao euro e à libra, que fez com que menos empresas europeias entrassem na lista. As empresas britânicas registraram um crescimento composto relativamente forte, de 7,1%, o mais elevado de todas as regiões e países analisados, além de gerar a rentabilidade mais elevada, com margem de lucro líquido de 3,5%. A região Ásia/Pacífico aumentou a sua participação na lista dos 250 maiores neste ano, sendo o Japão o maior responsável pelos ganhos estatísticos da região. A presença contínua das redes de varejo japonesas entre os 250 maiores decorre mais devido ao fortalecimento do iene do que pelo crescimento real das vendas. Coletivamente, as redes de varejo japonesas registraram quedas nas vendas e uma margem de lucro líquido de apenas 1,3%. O desempenho da região como um todo foi negativamente afetado pelas empresas japonesas. Tirando o Japão, as vendas compostas dos restantes varejistas da região Ásia/Pacífico cresceram 4,8% e a margem de lucro líquido composta foi de 4,1%. O fortalecimento do dólar foi um fator que fez aumentar de 41,2% para 42,1% a participação das redes de varejo dos Estados Unidos no total de vendas na lista dos 250 maiores. Entretanto, as vendas praticamente estagnaram devido ao clima de incerteza entre os consumidores. Como os Estados Unidos representam uma grande parcela dos 250 maiores, o crescimento de apenas 0,5% nas vendas puxou para baixo o restante do grupo. Apesar disso, a rentabilidade para os varejistas norte-americanos foi acima da média, com uma margem de lucro líquido composta de 3,4%. Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os Poderosos do Varejo Global 5 Os varejistas europeus são, de longe, os mais internacionais, tendo obtido mais de um terço das suas vendas no período analisado pelo estudo em operações fora do seu país de origem. As operações no exterior dos 250 maiores sediados na Alemanha e na França geraram mais de 40% das vendas totais, o que ajuda a explicar o tamanho médio significativamente maior das redes alemãs e francesas em relação às suas congêneres no resto do mundo. Nesta última edição, cerca de 20% dos varejistas europeus tinham operações apenas dentro de suas fronteiras nacionais, contra 40% dos 250 maiores como um todo. Todos os varejistas franceses e alemães têm operações internacionais. Os varejistas da região África/Oriente Médio continuaram a registrar forte crescimento e rentabilidade sólida. Seis das oito 250 maiores dessa região apresentaram ganhos de dois dígitos. O crescimento na América Latina, a região que mais cresceu na edição anterior do relatório Os Poderosos do Varejo Global, foi significativamente baixo neste ano. O ritmo de crescimento diminuiu em nove das dez empresas latino-americanas. Apenas o Grupo Pão de Açúcar viu seu crescimento acelerar, devido a recentes aquisições. Varejistas europeus mais globalizados Pela primeira vez desde 2005, quando a Deloitte começou a medir o nível de globalização entre os Poderosos do Varejo Global, houve uma queda na participação das operações no exterior nas vendas dos 250 maiores. Apesar de a alteração ser pequena (queda de 22,9% para 22,2%), pode ser um sinal de que ainda é difícil encontrar os caminhos certos para a expansão global (para mais informações, leia Lições da globalização do varejo, na página 21). Por outro lado, 55% dos varejistas norte-americanos (52 das 94 empresas) na lista dos 250 maiores operam em um único país. As operações no exterior representaram 13,3% das vendas totais na América do Norte. Mas isso está começando a mudar, em especial entre lojas de moda, como The Gap, Limited Brands e Foot Locker, à medida que estabelecem parcerias em todo o mundo para operar franquias ou concessionárias. 16,2 Crescimento de vendas e lucratividade por região/país (%) 13,2 10,4 8,8 7,1 7,1 6,1 5 3,1 3 1,3 250 maiores África/ Oriente Médio 4,7 3,7 2,2 2,3 3 1,3 -0,5 Ásia/Pacífico 3,1 2,8 3,5 2,7 Europa Alemanha 6 6,2 3,4 3,3 0,8 0,5 Reino Unido -1,9 França -3,4 Japão * Os resultados mostram a taxa de crescimento anual composta/acumulada de vendas no varejo das 250 maiores empresas, de acordo com o país ou região de suas sedes centrais Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 6,2 5,5 América Latina América do Norte 3,4 0,4 EUA 2004-2009 CAGR* Crescimento de vendas no varejo (2009) Lucro líquido (2009) Neste ano, quase 60% dos 250 maiores varejistas da região Ásia/Pacífico não tiveram operações fora das suas fronteiras nacionais e, entre eles, mais de dois terços atuaram apenas no Japão. Apesar de os varejistas da África e do Oriente Médio terem se expandido muito além de seus países, a grande maioria de suas vendas foi proveniente de operações internas. Os varejistas latino-americanos apresentaram a menor presença global em termos de número médio de países em que atuam (apenas 1,9). Seis das empresas da região entre os 250 maiores tinham apenas operações nacionais. Entretanto, as operações no exterior representaram 12% das vendas combinadas da região, em virtude de uma série de aquisições regionais da operadora de supermercados chilena Cencosud. É importante observar que o número médio de países com operações de varejo nesta edição não é exatamente comparável com o número apresentado no relatório Poderosos do Varejo Global dos anos anteriores. Em um esforço para mapear a globalização do varejo, os valores atuais incluem a localização de operações franqueadas, concessionárias e joint ventures, além de canais de distribuição corporativos. Sempre que existem informações disponíveis, o número de países reflete canais de venda além das lojas físicas, como sites de comércio eletrônico voltados para o consumidor e catálogos. Devido a essa mudança, houve um aumento do número médio de países com operações de varejo em todas as cinco regiões em relação aos anos anteriores. No caso dos 250 maiores como um todo, os varejistas operaram em média em 7,7 países no período analisado (contra 6,9 na edição anterior). Esse valor não inclui a Dell, que tem alcance verdadeiramente global, com vendas diretas ao consumidor em 177 países. Em média, os varejistas europeus atuam em 13 países, a maior média de qualquer região, sendo a média da França mais que o dobro da Europa, com 29,1 países. Isso se deve, em parte, ao grande e crescente número de lojas franqueadas e concessionárias abertas no mundo pelos principais varejistas europeus de artigos de moda e de luxo, como a LVMH, a Richemont, a H&M, a Inditex, a Groupe Vivarte, a PPR e a Next. Participação no ranking por região/país Grupo, país ou região Grupo dos 250 maiores* África/Oriente Médio Ásia/Pacífico Japão Nº de empresas 250 Média de vendas no varejo (US$ milhões) 15.054 Vendas no varejo de operações no exterior (%) 22,2 Nº médio de países em que atuam (%) 7,7 Empresas que operam em apenas país (%) 41,2 8 4.858 8,7 8,5 0,0 46 10.267 10,5 3,5 58,7 32 9.254 6,9 2,9 68,8 92 16.507 36,5 13,0 19,6 França 13 28.620 41,3 29,1 0,0 Alemanha 19 23.046 41,6 13,7 5,3 Reino Unido 15 17.282 21,9 10,7 20,0 Europa (outros países) América Latina 10 5.868 12,0 1,9 60,0 América do Norte* 94 17.820 13,3 5,1 55,3 84 18.851 13,3 5,5 52,4 EUA* Os resultados mostram os 250 maiores varejistas com sede central em cada região/país * A média no número de países em que as empresas atuam exclui a Dell (EUA), cuja cobertura quase global distorceria a média Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os Poderosos do Varejo Global 7 Os 250 Poderosos do Varejo Global Ranking Empresa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 8 Walmart (EUA) Carrefour (França) Metro (Alemanha) Tesco (Reino Unido) Schwarz Unternehmens (Alemanha) Kroger (EUA) Costco (EUA) Aldi (Alemanha) Home Depot (EUA) Target (EUA) Walgreens (EUA) Rewe-Zentral (Alemanha) CVS Caremark (EUA) Edeka Zentrale (Alemanha) Groupe Auchan (França) Seven & i Holdings (Japão) Best Buy (EUA) Aeon (Japão) Lowe’s (EUA) Woolworths (Austrália) Sears Holdings (EUA) E. Leclerc (França) Wesfarmers (Austrália) Safeway (EUA) Koninklijke Ahold (Países Baixos) Casino Guichard-Perrachon (França) ITM Développement (França) J Sainsbury (Reino Unido) SuperValu (EUA) IKEA (Suécia) Rite Aid (EUA) Delhaize (Bélgica) Publix Super Markets (EUA) WM Morrison Supermarkets (Reino Unido) Amazon.com (EUA) Macy’s (EUA) Yamada Denki (Japão) TJX Companies (EUA) Mercadona (Espanha) Loblaw Companies (Canadá) Migros-Genossenschafts Bund (Suíça) Système U, Centrale Nationale (França) El Corte Inglés (Espanha) PPR (França) J. C. Penney (EUA) Kohl’s (EUA) Coop Italia (Itália) Alimentation Couche-Tard (Canadá) Coop (Suíça) Inditex (Espanha) Louis Delhaize (Bélgica) Kingfisher (Reino Unido) Marks & Spencer (Reino Unido) H.E. Butt Grocery (EUA) AS Watson (Hong Kong) Meijer (EUA) Staples (EUA) Empire Company (Canadá) Gap (EUA) Groupe Adeo (França) LVMH (França) Isetan Mitsukoshi (Japão) Toys “R” Us (EUA) DSG International (Reino Unido) Vendas (US$ milhões) 405.046 119.887 90.850 90.435 77.221 76.733 69.889 67.709 66.176 63.435 63.335 61.771 55.355 55.339 54.057 52.508 49.694 49.021 47.220 44.410 44.043 41.002 40.288 40.034 38.945 36.549 34.071 31.869 31.637 29.100 25.669 25.026 24.320 24.200 23.856 23.489 21.734 20.288 20.086 20.070 19.918 19.692 18.759 18.714 17.556 17.178 16.495 16.440 16.077 15.424 15.411 15.381 15.224 15.039 14.977 14.960 14.635 14.228 14.197 13.807 13.794 13.575 13.568 13.309 e e e e e e e e e e e e e e e e e e Ranking Empresa 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 H & M (Suécia) Co-operative Group (Reino Unido) Conad Consorzio Nazionale Dettaglianti (Itália) S Group (Finlândia) Otto Group (Alemanha) Bailian Group (China) ICA AB (Suécia) SPAR Österreichische Warenhandels (Áustria) Dell (EUA) Alliance Boots (Reino Unido) Grupo Pão de Açúcar (Brasil) Dollar General (EUA) UNY (Japão) Tengelmann (Alemanha) Dansk (Dinamarca) John Lewis (Reino Unido) Grupo Eroski (Espanha) Kesko (Finlândia) Daiei (Japão) BJ’s Wholesale Club (EUA) Jerónimo Martins (Portugal) Gome Home Appliance (China) Metro (Canadá) Home Retail (Reino Unido) J. Front Retailing (Japão) Cencosud (Chile) Shinsegae (Coreia do Sul) GameStop (EUA) Reitangruppen (Noruega) C&A (Bélgica/Alemanha) Shoprite Holdings (África) Lotte Shopping (Coreia do Sul) Great Atlantic & Pacific Tea Company (EUA) Takashimaya (Japão) Shoppers Drug Mart (Canadá) X5 Retail Group (Rússia) Office Depot (EUA) Limited Brands (EUA) Beisia (Japão) Suning Appliance (China) Giant Eagle (EUA) Menard (EUA) Hudson’s Bay (EUA) Nordstrom (EUA) Edion (Japão) Kesa Electricals (Reino Unido) Army and Air Force Exchange Service (EUA) QuikTrip (EUA) Whole Foods (EUA) Bed Bath and Beyond (EUA) Esselunga (Itália) Oxylane Groupe (França) Fa. Anton Schlecker (Alemanha) Family Dollar Stores (EUA) Liberty Media (EUA) Yodobashi Camera (Japão) Etn. Fr. Colruyt (Bélgica) Winn-Dixie Stores (EUA) Ross Stores (EUA) Fast Retailing (Japão) Dairy Farm International (Hong Kong) K’s Holdings (Japão) Canadian Tire (Canadá) FDB (Dinamarca) Vendas (US$ milhões) 13.218 13.066 12.969 12.747 12.572 12.257 12.230 12.221 12.054 12.004 11.819 11.796 11.785 11.297 10.664 10.641 10.460 10.429 10.295 9.954 9.932 9.823 9.525 9.405 9.389 9.143 9.080 9.078 9.068 8.882 8.823 8.823 8.814 8.800 8.790 8.684 8.661 8.632 8.568 8.547 8.535 8.300 8.266 8.258 8.221 8.206 8.158 8.099 8.032 7.829 7.746 7.587 7.478 7.401 7.374 7.369 7.369 7.248 7.184 7.118 7.029 6.992 6.955 6.904 e e e e e e e e e e e e e e e e e Ranking Empresa 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 Globus Holding (Alemanha) Pick’n Pay (África do Sul) Casas Bahia (Brasil) Organización Soriana (México) Apple Stores (EUA) Hy-Vee (EUA) Pantry (EUA) Makro (Países Baixos) dm-drogerie markt (Alemanha) Massmart Holdings (África do Sul) Sonae (Portugal) Bic Camera (Japão) AutoZone (EUA) Tokyu (Japão) Defense Commissary Agency (EUA) Dillard’s (EUA) Dalian Dashang (China) Dirk Rossmann (Alemanha) Barnes & Noble (EUA) Katz Group (Canadá) Groupe Galeries Lafayette (França) Falabella (Chile) RaceTrac (EUA) OJSC “Magnit” (Rússia) PetSmart (EUA) Dollar Tree (EUA) Wegmans Food (EUA) Don Quijote (Japão) Praktiker Bau-und Heimwerkermärkte (Alemanha) Next (Reino Unido) Bauhaus (Alemanha) Save Mart Supermarkets (EUA) Life Corporation (Japão) Foot Locker (EUA) O’Reilly Automotive (EUA) H2O Retailing Corporation (Japão) Celesio (Alemanha) Big Lots (EUA) Kojima (Japão) Casey’s General Stores (EUA) OfficeMax (EUA) China Resources Enterprise (Hong Kong) Shimamura (Japão) NorgesGruppen (Noruega) Wawa (EUA) KF Gruppen (Suécia) Norma Lebensmittelfilialbetrieb (Alemanha) DCM Japan Holdings (Japão) Bass Pro Shops (EUA) Dick’s Sporting Goods (EUA) Luxottica Group (Itália) Douglas Holding (Alemanha) Coop Norge (Noruega) WinCo Foods (EUA) RadioShack (EUA) Lojas Americanas (Brasil) Sherwin-Williams (EUA) Albertsons (EUA) East Japan Railway (Japão) Apoteket (Suécia) Maxeda (Países Baixos) Deichmann (Alemanha) Vendas (US$ milhões) 6.851 6.810 6.608 6.586 6.574 6.400 6.390 6.373 6.351 6.274 6.096 6.060 6.044 6.015 5.981 5.890 5.864 5.740 5.730 5.669 5.656 5.644 5.463 5.346 5.336 5.231 5.150 5.139 5.109 5.074 4.947 4.900 4.889 4.854 4.847 4.812 4.800 4.727 4.703 4.637 4.629 4.626 4.602 4.589 4.550 4.522 4.514 4.481 4.440 4.413 4.378 4.332 4.330 4.300 4.276 4.236 4.209 4.200 4.173 4.158 4.158 4.044 e e e e e e e e e e e e e e e e e e e Ranking Empresa 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 Vendas (US$ milhões) Blockbuster (EUA) Joshin Denki (Japão) Groupe Vivarte (França) Controladora Comercial Mexicana (México) MatsumotoKiyoshi (Japão) FEMSA Comercio (México) Blokker Holding (Países Baixos) Michaels Stores (EUA) Heiwado (Japão) Ruddick (EUA) Izumiya (Japão) President Chain Store (Taiwan) HORNBACH-Baumarkt (Alemanha) Advance Auto Parts (EUA) Sheetz (EUA) Migros Ticaret (Turquia) Stater Bros. Holdings (EUA) Poslovni sistem Mercator (Eslovênia) Marui Group (Japão) Neiman Marcus (EUA) SPAR Group (África do Sul) Roundy’s Supermarkets (EUA) Jim Pattison Group (Canadá) Iceland Foods (Reino Unido) Primark (Associated British Foods) (Reino Unido) Valor (Japão) Maruetsu (Japão) Burlington Coat Factory (EUA) Comercial Chedraui (México) BİM (Birleşik Mağazalar) (Turquia) Nonggongshang Supermarket (China) The Golub Corp./Price Chopper Supermarkets (EUA) Compagnie Financière Richemont (Suíça) Dunnes (Irlanda) Belk (EUA) Gruppo PAM (Itália) Signet Jewelers (Bermuda) XXXLutz Group (Áustria) Finiper (Itália) Lagardère Services (França) HMV (Reino Unido) Tractor Supply Company (EUA) CP ALL (Tailândia) Demoulas Super Markets (EUA) Kintetsu Department Store (Japão) Müller (Alemanha) Liquor Control Board of Ontario (Canadá) Coach (EUA) Ingles Markets (EUA) MAXIMA GRUPè (Lituânia) El Puerto de Liverpool (México) Sugi Holdings (Japão) RONA (Canadá) Axfood (Suécia) Metcash Trading Africa (África do Sul) Williams-Sonoma (EUA) Raley’s (EUA) Woolworths (África do Sul) Systembolaget (Suécia) Fuji (Japão) 4.042 4.039 4.020 4.012 3.982 3.979 3.927 3.888 3.869 3.827 3.818 3.797 3.784 3.705 3.700 3.691 3.669 3.656 3.648 3.643 3.627 3.610 3.609 3.601 3.590 3.579 3.567 3.550 3.522 3.440 3.438 3.400 3.372 3.365 3.346 3.303 3.291 3.277 3.274 3.226 3.217 3.207 3.203 3.200 3.176 3.170 3.160 3.156 3.144 3.131 3.130 3.122 3.116 3.114 3.105 3.103 3.100 3.093 3.076 3.075 e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e e Esta lista baseia-se nas vendas das empresas durante o período analisado pelo estudo e = estimativa Os Poderosos do Varejo Global 9 Os dez maiores varejistas por região Europa A lista dos dez maiores varejistas da Europa é dominada por Alemanha e França. Todas as alterações na lista da região ocorreram na metade de baixo. A Edeka subiu dois lugares, assumindo o sétimo lugar, ultrapassando a Auchan e a Leclerc. O forte aumento de vendas da Edeka, de 9,9%, deve-se principalmente à integração de 2.339 lojas de desconto Plus, adquiridas da Tengelmann em janeiro de 2009. A Ahold substitui a ITM (Intermarché) no décimo lugar. América do Norte Embora os dez maiores varejistas continuem os mesmos, o colapso do mercado imobiliário nos Estados Unidos embaralhou as posições. Tanto a Home Depot como a Lowe’s caíram no ranking com a contínua queda nas vendas de materiais de construção em 2009, fazendo com que a Costco subisse para o terceiro lugar e a Best Buy para o oitavo. Ásia/Pacífico Em oitavo lugar, o Grupo Bailian é o primeiro varejista chinês a ingressar na lista dos dez maiores varejistas da região. A empresa foi criada em 2003 com a fusão das matrizes de várias grandes varejistas chinesas e atualmente opera com variados formatos em toda a China. A Shinsegae saiu da lista das dez maiores da região, vítima da desvalorização da moeda sulcoreana. Europa Classificação na região 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 2 3 4 5 8 12 14 15 22 25 Empresa Carrefour Metro Tesco Schwarz Aldi Rewe Edeka Zentrale Auchan E. Leclerc Ahold Vendas no varejo (US$ milhões) 119.887 90.850 90.435 77.221 67.709 61.771 55.339 54.057 41.002 38.945 País de origem França Alemanha Reino Unido Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha França França Países Baixos América do Norte Classificação na região 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 1 6 7 9 10 11 13 17 19 21 Empresa Walmart Kroger Costco Home Depot Target Walgreens CVS Caremark Best Buy Lowe’s Sears Holdings Vendas no varejo (US$ milhões) 405.046 76.733 69.889 66.176 63.435 63.335 55.355 49.694 47.220 44.043 País de origem EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA EUA Ásia/Pacífico Classificação na região 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 16 18 20 23 37 55 62 70 77 83 Empresa Seven & i Holdings AEON Woolworths Wesfarmers Yamada Denki AS Watson Isetan Mitsukoshi Bailian UNY Daiei Vendas no varejo (US$ milhões) 52.508 49.021 44.410 40.288 21.734 14.977 13.575 12.257 11.785 10.295 País de origem Japão Japão Austrália Austrália Japão Hong Kong Japão China Japão Japão América Latina Neste ano, a lista dos dez maiores varejistas latinoamericanos sofreu diversas mudanças de posições. Várias empresas trocaram de lugares, inclusive as duas maiores, uma vez que o Grupo Pão de Açúcar do Brasil ultrapassou a Cencosud, do Chile, e a Casas Bahia superou a Soriana, do México. Em 2010, o Pão de Açúcar e a Casas Bahia acertaram uma fusão, causando ampla movimentação no mercado. Além disso, a Lojas Americanas subiu duas posições e deixou para trás as mexicanas Comercial Mexicana e FEMSA Comercio, impulsionada pelo crescimento de 11% em vendas na loja. A novata na lista, a também mexicana Comercial Chedraui, substituiu a Distribución y Servicio (D&S), que foi adquirida pelo Walmart. África/Oriente Médio Na presente edição do relatório, duas novas empresas sul-africanas entraram na lista dos dez maiores varejistas da região: Metcash e Woolworths. A Metcash já havia integrado a lista e a Woolworths entra pela primeira vez na lista dos 250 maiores varejistas globais. A Migros Ticaret tornou-se o quarto maior varejista da região com a abertura de 432 novas lojas, ultrapassando o Grupo SPAR. América Latina Classificação na região 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Classificação nos 250 maiores varejistas 75 90 131 132 150 184 194 196 219 241 Empresa Grupo Pão de Açúcar Cencosud Casas Bahia Soriana Falabella Lojas Americanas Comercial Mexicana FEMSA Comercio Comercial Chedraui El Puerto de Liverpool Vendas no varejo (US$ milhões) 11.819 9.143 6.608 6.586 5.644 4.236 4.012 3.979 3.522 3.130 País de origem Brasil Chile Brasil México Chile Brasil México México México México África/Oriente Médio Classificação na região 1 2 3 4 5 6 7 8 Classificação nos 250 maiores varejistas 95 130 138 206 211 220 245 248 Vendas no varejo (US$ milhões) 8.823 6.810 6.274 3.691 3.627 3.440 3.105 3.093 Empresa Shoprite Holdings Pick ‘n Pay Massmart Migros Ticaret SPAR BİM Metcash Woolworths País de origem África do Sul África do Sul África do Sul Turquia África do Sul Turquia África do Sul África do Sul Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os Poderosos do Varejo Global 11 Presença nos mercados emergentes No período analisado, 147 dos 250 maiores varejistas do mundo, quase 60% do total desse grupo, operavam em mais de um país. Para retratar melhor a distribuição geográfica e a expansão mundial dos 250 Poderosos do Varejo Global, foi feito um levantamento da atividade em 12 sub-regiões. Dos 147 varejistas com operações fora dos seus mercados internos, 115 (mais de 75%) têm presença em mais de uma sub-região, enquanto 32 operam apenas na sua sub-região. A dimensão da expansão internacional dos maiores varejistas do mundo também pode ser observada na comparação entre o número de varejistas na lista dos 250 maiores que operam em cada uma das sub-regiões geográficas com o número de varejitas efetivamente nelas sediados. É importante observar que um grande percentual dos varejistas que operam na Ásia Central e Sudoeste, na Europa Central e Oriental e no Oriente Médio não está sediado nessas sub-regiões, o que contrasta radicalmente com a situação na Europa Ocidental e na América do Norte, mercados maduros onde estão sediados 80% dos 250 maiores varejistas que operam por lá. Os 250 maiores varejistas continuaram a aumentar a sua cobertura global com o ingresso em novos mercados. Trinta e oito deram início a operações em um novo país pela primeira vez, totalizando 57 ingressos em novos mercados, em 42 países localizados em 11 das 12 sub-regiões. Como seria de esperar, nenhum varejista ingressou no mercado norte-americano pela primeira vez. Em quase metade das ocasiões (27 dos 57 ingressos em novos mercados registrados), o novo país estava localizado na Europa Central (14, em especial na Bulgária e na Albânia) ou no Oriente Médio (13, em especial no Kuwait e nos Emirados Árabes Unidos). Isso mostra que os varejistas continuam a prever um crescimento do consumo em mercados emergentes nos próximos anos. Foram identificados quatro métodos de ingresso no mercado: crescimento orgânico, joint ventures, aquisições e franquia/licenciamento. Crescimento orgânico foi o método mais utilizado, responsável por metade dos ingressos em novos mercados (29 de 57). Os 250 maiores varejistas por sub-região América do Norte 94 Europa Ocidental 118 88 Europa Central 2 Europa Oriental 2 66 33 Ásia Oriental 43 Sudeste Asiático 1 34 Oceania 2 25 Ásia Central 109 81 17 América Central 5 e Caribe 45 América do Sul 5 22 2 Oriente Médio África 6 41 29 Fonte: dados publicados pelas próprias empresas 12 Os 250 maiores com sede na sub-região Os 250 maiores com negócios na sub-região Franquia/licenciamento foi utilizado em 42% dos ingressos em um novo país (24x), enquanto joint ventures foi escolhido apenas em quatro casos. Nenhum dos ingressos em novos mercados envolveu fusões e aquisições. Os varejistas que ingressaram em países da Europa Central utilizaram principalmente o crescimento orgânico (11 dos 14 casos). Grande parte da expansão em países do Oriente Médio aconteceu por meio de franquias/licenciamentos (11 dos 13 casos). Apesar da crescente presença global, o desempenho dos 250 maiores varejistas em nível de globalização mostra que ela não é uma estratégia infalível de crescimento sustentável. O crescimento das vendas de varejistas que atuam apenas em seus mercados internos superou o dos varejistas com operações mais globalizadas. Por outro lado, a rentabilidade dos varejistas com maior presença global é maior. Crescimento de vendas e lucratividade, por nível de globalização (%) 6,3 5,3 5,3 3,6 3,2 3,5 2,3 1,0 0,6 Empresas operando em cinco ou mais países Empresas operando em apenas um país Empresas com 25% ou mais das vendas provenientes de operações no exterior 2004-2009 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido * Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Entrada em novos mercados dos 250 maiores varejistas, por sub-região América do Norte 0 Europa Ocidental 1 6 Europa Central 11 Europa Oriental 1 2 2 Ásia Oriental 1 1 Sudeste Asiático 1 1 Oceania 1 Ásia Central 1 1 América Central e Caribe 2 América do Sul 2 Oriente Médio 1 África 1 Crescimento orgânico Franchising/licenciamento Joint venture 1 3 2 11 1 3 Fonte: dados publicados pelas próprias empresas Os Poderosos do Varejo Global 13 Os Poderosos por setor A análise deste estudo focaliza quatro setores: bens de consumo não duráveis, bens duráveis e produtos de lazer, moda e diversificados. Uma empresa é classificada em um setor específico quando mais da metade das vendas deriva de uma categoria de produto de definição abrangente. Se nenhum dos três setores específicos cobrir ao menos 50% das vendas, a empresa é considerada diversificada. O colapso do mercado imobiliário nos Estados Unidos e na Europa afetou, pelo segundo ano consecutivo, o setor de bens duráveis e produtos de lazer. As vendas compostas caíram de 3,1% para 1,1% no atual relatório. A Home Depot e a Lowe’s sofreram mais um ano de vendas em declínio. Por outro lado, a maioria dos varejistas desse setor registrou lucros consideráveis. A margem de lucro líquido composta subiu mais de um ponto percentual, para 3,8% versus 2,7% no ano anterior. Avanço do comércio de alimentos Aproveitando o impulso de 2008, o comércio de alimentos e outros bens de consumo não duráveis voltou a ganhar terreno entre os 250 maiores varejistas do mundo. A capacidade de adaptação em períodos críticos dos varejistas de produtos alimentícios permitiu ao setor aumentar tanto o número de empresas na lista como a sua participação nas vendas. No atual estudo, o setor representa mais da metade das 250 maiores empresas e mais de dois terços das vendas. As empresas de bens de consumo não duráveis são, de longe, as maiores e as mais numerosas, com vendas médias de US$ 18,4 bilhões. Apesar do fraco crescimento de 1,7% das vendas compostas do varejo no período analisado (comparado aos 8,6% em 2008), os resultados do setor foram melhores que os de outros segmentos, aumentando a margem de lucro líquido composta de 2,2% para 2,5%. Moda No período analisado, a contenção dos consumidores pressionou o comércio de moda. O aumento das vendas das 35 empresas que integram o setor de moda foi praticamente zero, aumentando apenas 0,7% em relação ao ano anterior, causando uma queda na participação desse grupo entre os 250 maiores. Essas empresas relativamente pequenas, com faturamento médio de US$ 8 bilhões, representaram 14% dos 250 maiores varejistas, mas apenas 7,5% das suas vendas, ambos os valores menores que no relatório anterior. Apesar da estagnação das vendas, os resultados melhoraram. A margem de lucro líquido composta para o setor de moda quase dobrou de 4,1% para 7,6% no período analisado. Crescimento de vendas e lucratividade por setor (%) 7,6 6,5 6,1 6,1 5 4,7 3,8 3,1 1,3 250 maiores (todos os setores) 1,7 2,5 0,7 Moda Bens de consumo não duráveis 2004-2009 CAGR* Crescimento de vendas no varejo Lucro líquido * Taxa composta de crescimento anual em vendas no varejo Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 14 2,3 1,1 Bens duráveis e produtos de lazer -0,8 Diversificados O setor de diversificados foi o único que registrou queda nas vendas. No entanto, a sua rentabilidade melhorou, tal como a dos outros setores. Cenário global da moda Dos quatro setores, os varejistas de moda foram os mais ativos em termos globais. Apesar de as vendas das operações no exterior representarem apenas entre 20% e 25% das vendas totais de todos os setores, os varejistas desse setor registraram a maior presença global em número de países onde operam, chegando aos consumidores por meio de lojas, catálogos e/ou sites em 17,5 países em média, mais que o dobro dos 250 maiores como um todo. Em parte, isso pode ser explicado por uma tendência para a maior internacionalização de estilos criados por varejistas de moda multinacionais, principalmente aqueles intitulados “fast fashion”, como a H&M, a Inditex e a Fast Retailing, que continuaram a desafiar a desaceleração econômica mundial por meio de uma firme expansão global. Os varejistas de bens de consumo não duráveis operaram em menos países neste ano (em média, apenas 4,4). Metade das empresas desse setor operava em um único país contra menos de um quarto dos varejistas de moda. Diferenças culturais e volume de investimento exigido podem dificultar a expansão global do varejo de produtos alimentícios. No entanto, os varejistas de bens não duráveis que entraram em mercados internacionais fizeram sentir a sua presença, visto que as operações no exterior geraram um valor relativamente elevado de 21,2% das vendas totais do setor. Os dez maiores varejistas por setor Bens de consumo não duráveis – Os maiores dez varejistas do setor de bens de consumo não duráveis formaram um grupo bastante estável. As únicas alterações foram verificadas no final da lista. A Walgreens ultrapassou a Rewe e a CVS Caremark tornou-se o décimo maior varejista do setor, enquanto a Auchan saiu da lista devido a vendas estagnadas no período analisado. Bens duráveis e produtos de lazer – Mesmo com queda nas vendas, a Home Depot continuou no topo do setor de bens duráveis e produtos de lazer, fato explicado pelo tamanho da empresa. A queda puxou também a sua concorrente Lowe’s para o terceiro lugar, enquanto após vários anos de crescimento de dois dígitos, a Best Buy subiu à segunda posição. A Amazon.com continuou a subir no ranking das 250 maiores, tornando-se o 35º maior varejista do mundo e ocupando a quinta posição no grupo de bens duráveis e produtos de lazer. A francesa PPR, que também vende livros, músicas e vídeo games por meio das suas lojas de entretenimento Fnac, caiu para a sétima posição. O Groupe Adeo, líder do mercado internacional de bricolagem, adquiriu a Castorama Italy da Kingfisher em janeiro de 2009, levando a empresa ao 10º lugar e empurrando a Toys “R” Us para fora da lista dos dez maiores. Bens de consumo não duráveis Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 1 Empresa Walmart Vendas no varejo País de origem (US$ milhões) 405.046 EUA 2 2 Carrefour 3 4 Tesco 119.887 90.435 França Reino Unido 4 5 Schwarz 77.221 Alemanha 5 6 Kroger 76.733 EUA 6 8 Costco 69.889 EUA 7 9 Aldi 67.709 Alemanha 8 11 Walgreens 63.335 EUA 9 12 Rewe 61.771 Alemanha 10 13 CVS Caremark 55.355 EUA Bens duráveis e produtos de lazer Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 9 Empresa Home Depot Vendas no varejo País de origem (US$ milhões) 66.176 EUA 2 17 Best Buy 49.694 EUA 3 19 Lowe’s 47.220 EUA 4 30 IKEA 29.100 Suécia 5 35 Amazon.com 23.856 EUA 6 37 Yamada Denki 21.734 Japão 7 44 PPR 18.714 França 8 52 Kingfisher 15.381 Reino Unido 9 57 Staples 14.635 EUA 10 60 Groupe Adeo 13.807 França Os Poderosos do Varejo Global 15 Moda Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 36 Empresa Macy’s Vendas no varejo País de origem (US$ milhões) 23.489 EUA 2 38 TJX 20.288 EUA 3 45 J.C. Penney 17.556 EUA 4 46 Kohl’s 17.178 EUA 5 50 Inditex 15.424 Espanha 6 59 Gap 14.197 EUA 7 61 LVMH 13.794 França 8 62 Isetan Mitsukoshi 13.575 Japão 9 65 H&M 13.218 10 94 C&A 8.882 Suécia Bélgica/ Alemanha Diversificados Classificação Classificação nos 250 no setor maiores varejistas 1 3 Empresa Metro Vendas no varejo País de origem (US$ milhões) 90.850 Alemanha 2 10 Target 63.435 EUA 3 21 Sears Holdings 44.043 EUA 4 43 El Corte Inglés 18.759 Espanha 5 53 Marks & Spencer 15.224 Reino Unido 6 69 Otto Group 12.572 Alemanha 7 82 Kesko 10.429 Finlândia 8 89 J. Front Retailing 9.389 Japão 9 96 Lotte Shopping 8.823 Coreia do Sul 10 107 Hudson’s Bay 8.266 EUA Moda – Mais uma vez, a variação cambial influenciou o ranking no caso dos dez maiores varejistas de moda, fazendo com que a Isetan Mitsukoshi, do Japão, ultrapassasse a H&M, da Suécia, apesar da queda das vendas da empresa japonesa e do crescimento de dois dígitos da sueca. A outra alteração do setor envolveu a Arcandor, que declarou falência e já não consta como um dos 250 Poderosos do Varejo Global. Ela foi substituída pela C&A Europe como o décimo maior varejista de artigos de moda. Diversificados – As mudanças entre os dez maiores do setor de diversificados têm a ver com a forma como os varejistas foram classificados. A Tengelmann foi reclassificada da lista dos dez maiores desse setor para o setor de bens duráveis e produtos de lazer, pois, atualmente, a sua divisão de bricolagem OBI representa a maioria das vendas da empresa. A Marks & Spencer, antes classificada no setor de bens não duráveis, passou para o grupo de diversificados, ocupando a quinta posição nesse grupo. Perfis por setor de produto Nº de empresas 250 maiores* Moda Bens de consumo não duráveis* Bens duráveis e produtos de lazer* Diversificados 250 35 139 53 23 Média de vendas no varejo (US$ milhões) 15.054 8.018 18.425 10.842 15.099 Nº médio de países em que atuam 7,7 17,5 4,4 9,2 9,3 Vendas no varejo de operações no exterior (%) 22,2 24,7 21,2 24,8 23,8 * A média no número de países em que as empresas atuam exclui a Dell (bens duráveis), cuja cobertura quase global distorceria a média Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail 16 Os novatos da lista A lista dos 250 Poderosos do Varejo Global não mudou tanto neste relatório como em anos anteriores. Apenas 13 empresas que não estavam na lista anterior entraram agora; dessas, nove pela primeira vez. Coletivamente, os novatos registraram forte crescimento e ocuparam o lugar de antigos membros da lista. As vendas compostas dos recém-chegados apresentaram um sólido crescimento de 8,2% contra 1,3% dos 250 maiores varejistas como um todo. Seis das 13 empresas também se destacaram por pertencerem aos 50 varejistas de mais rápido crescimento da lista. Apesar de o desempenho geralmente determinar quem entra e quem não entra na lista, a variação cambial também teve um impacto significativo sobre os resultados. Uma taxa de câmbio favorável ajudou três empresas japonesas a figurar entre as 250 maiores. A Debenhams e a Arcadia Group saíram da lista este ano somente por causa da libra mais enfraquecida. Entretanto, a maioria dos varejistas saiu devido a queda nas vendas. Outra exceção foi a chilena D$S, que foi adquirida pelo Walmart. Os recém-chegados na lista dos 250 maiores Classificação dos 250 maiores 177 Empresa País de origem Formato predominante Bass Pro Shops EUA Outras especialidades 219 Comercial Chedraui México Hypermercado, centro de compras 232 Tractor Supply Company EUA Outras especialidades 234 Demoulas Super Markets EUA Supermercado 235 Kintetsu Department Store Japão Loja de departamento 236 Müller Alemanha Drogaria 237 Liquor Control Board of Ontario Canadá Outras especialidades 238 Coach EUA Outras especialidades 239 Ingles Markets EUA Supermercado 242 Sugi Holdings Japão Drogaria 245 Metcash Trading Africa África do Sul Atacadista 248 Woolworths África do Sul Loja de departamento 250 Fuji Japão Hypermercado, centro de compras Os Poderosos do Varejo Global 17 Os segredos das 50 empresas que mais crescem Crescimento com rentabilidade é a missão de cada empresa de varejo. Entretanto, não houve um caminho para crescimento comum aos 50 varejistas que mais cresceram no período analisado pelo estudo. Crescimento orgânico agressivo – especialmente em mercados emergentes –, aquisições e foco em produtos, segmentos, formatos e canais de consumo de alto crescimento são fatores que contribuíram para vendas de dois dígitos. De 2004 a 2009, as vendas compostas desse grupo aumentaram a uma taxa anual composta de 19,9%, mais de três vezes o ritmo das 250 maiores como um todo. Além disso, a margem de lucro líquido composta para os 50 varejistas que mais crescem foi mais alta que a dos 250 maiores (4% contra 3,1%). Entre os varejistas que entraram nesse ranking pela primeira vez destaca-se a britânica Co-operative Group. A operadora de supermercados concluiu a aquisição da Somerfield em março de 2009, impulsionando a sua taxa composta de crescimento anual para 16,6% para o período entre 2004 e 2009. Adaptando-se a um consumidor mais contido, a Coach, líder nos Estados Unidos em design e venda de bolsas e acessórios, adotou uma nova estratégia de preços e criou produtos mais baratos, contribuindo para o forte crescimento da empresa em um ambiente de varejo enfraquecido, com uma taxa de crescimento anual de 27,5% nos últimos cinco anos. O ano de 2009 marca a entrada da empresa na lista dos 250 Poderosos do Varejo Global pela primeira vez. O Grupo Chedraui, operador mexicano de hipermercados e supermercados, também é um recém-chegado às listas dos 250 maiores e dos 50 varejistas que mais crescem. Entre 2005 e 2009, mais que dobrou o número de lojas, de 69 para 163, abrindo ou adquirindo 94 novas lojas (inclusive 29 do Carrefour no México e sete do Grupo Gigante nos Estados Unidos). Em 2010, a empresa utilizou os proventos da recente abertura de capital para adquirir a Fiesta Foods, sediada em Los Angeles, aumentando a sua presença no mercado hispânico no sudoeste dos Estados Unidos. Os varejistas em mercados emergentes também estão bem representados na lista dos 50 que mais crescem, incluindo cinco dos oito varejistas da região África/ Oriente Médio que integram a lista dos 250 maiores e quatro das cinco empresas chinesas. A brasileira Lojas Americanas também se destaca nessa lista, ocupando a 7ª posição. 18 Os 50 que crescem mais rápido Ranking de crescimento Classificação nos 250 maiores Empresa País de origem Formato predominante Crescimento das vendas no varejo* (%) 1 23 Wesfarmers Austrália Supermercado 62,3 2 152 OJSC “Magnit” Rússia Loja de conveniência 45,7 3 104 Suning Appliance China Aparelhos eletrônicos 45,0 4 133 Apple Stores EUA Aparelhos eletrônicos 40,9 5 92 GameStop EUA Outras especialidades 37,6 6 90 Cencosud Chile Supermercado 30,5 7 184 Lojas Americanas Brasil Loja de departamento e desconto 29,6 8 220 BİM (Birleşik Mağazalar) Turquia Loja de desconto 28,8 9 86 Gome Home Appliance China Aparelhos eletrônicos 28,7 10 35 Amazon.com EUA Loja virtual 28,6 11 238 Coach EUA Outras especialidades 27,5 12 29 SuperValu EUA Supermercado 24,6 13 163 O’Reilly Automotive EUA Outras especialidades 23,0 14 242 Sugi Holdings Japão Drogaria 22,6 15 215 Associated British Foods Reino Unido Roupas e calçados 21,9 16 211 SPAR Group África do Sul Supermercado 21,7 17 170 China Resources Enterprise Hong Kong Supermercado 21,0 18 219 Grupo Comercial Chedraui México Hypermercado, centro de compras 20,8 19 206 Migros Ticaret Turquia Supermercado 20,5 20 196 FEMSA Comercio México Loja de conveniência 19,1 21 146 Dirk Rossmann Alemanha Drogaria 19,0 22 173 Wawa EUA Loja de conveniência 18,2 23 221 Nonggongshang Supermarket Group China Hypermercado, centro de compras 17,6 24 21 Sears Holdings EUA Loja de departamento 17,5 25 95 Shoprite Holdings África do Sul Supermercado 17,3 26 145 Dalian Dashang China Loja de departamento 17,2 27 85 Jerónimo Martins Portugal Loja de desconto 17,1 28 240 MAXIMA GRUPè Lituânia Supermercado 16,9 29 66 Co-operative Group Reino Unido Supermercado 16,6 30 178 Dick’s Sporting Goods EUA Outras especialidades 15,9 31 113 Whole Foods EUA Supermercado 15,8 32 172 NorgesGruppen Noruega Supermercado 15,6 33 48 Alimentation Couche-Tard Canadá Loja de conveniência 15,4 34 160 Save Mart Supermarkets EUA Supermercado 15,3 35 132 Organización Soriana México Hypermercado, centro de compras 15,3 36 50 Inditex Espanha Roupas e calçados 15,3 37 150 Falabella Chile Construção, reforma e decoração 15,1 38 156 Don Quijote Japão Loja de desconto 15,1 39 93 Reitangruppen Noruega Loja de desconto 15,1 40 124 Fast Retailing Japão Roupas e calçados 15,0 41 60 Groupe Adeo França Construção, reforma e decoração 14,6 42 177 Bass Pro Shops EUA Outras especialidades 14,1 43 13 CVS Caremark EUA Drogaria 14,0 44 248 Woolworths África do Sul Loja de departamento 13,9 45 126 K’s Holdings Japão Aparelhos eletrônicos 13,6 46 65 H&M Suécia Roupas e calçados 13,6 47 182 WinCo Foods EUA Supermercado 13,3 48 87 Metro Canadá Supermercado 13,3 49 75 Grupo Pão de Açúcar Brasil Hypermercado, centro de copras 13,1 50 232 Tractor Supply Company EUA Outras especialidades 13,0 Média de crescimento das vendas dos 50 que mais crescem 19,9 Média de crescimento das vendas dos 250 varejistas 6,1 * Taxa composta de crescimento anual de vendas no varejo, no período 2004 – 2009 Fonte: dados publicados pelas próprias empresas e pela Planet Retail Os Poderosos do Varejo Global 19 Movimentos de conjuntura O ano de 2010 começou promissor. A crise já dava sinais de enfraquecimento e, apesar da recessão de 2009 ter sido a pior em décadas, teve seus impactos minimizados graças à intervenção dos governos para recapitalizar bancos, estimular a demanda e inundar os mercados com liquidez. Entretanto, tudo isso não foi suficiente para iniciar uma recuperação sólida nas economias desenvolvidas da América do Norte, da Europa e do Japão, onde o crescimento foi moderado e a inflação baixa. Por outro lado, o forte crescimento veio dos países emergentes e, com ele, o risco da inflação. Neste início de 2011, os varejistas estão preocupados com a falta de demanda nos países ricos e o aumento nos países emergentes, além da volatilidade cambial, da mudança das políticas fiscais e da sustentabilidade da recuperação econômica em alguns mercados. O desequilíbrio continua a assombrar a economia mundial. As taxas de juros nos países desenvolvidos estão atipicamente baixas, reflexo de uma política monetária agressiva e da fraca demanda por crédito, acarretando a saída do dinheiro desses países para mercados emergentes com taxas de juros mais elevadas. A entrada de capital nos países de forte crescimento pressiona o valor das moedas e prejudica a sua competitividade externa. Ao mesmo tempo, esse crescimento acelerado está criando novas pressões inflacionárias, que levaram alguns bancos centrais a apertarem a política monetária. Muitos governos de países emergentes estão interferindo nos mercados monetários com o intuito de segurar o câmbio e melhorar a sua competitividade externa, o que pode aumentar a inflação. Além disso, se todos os países tentarem desvalorizar as suas moedas, nenhuma delas se desvalorizará e todos aumentarão a sua oferta de moeda. Portanto, a economia mundial continua desequilibrada. Os países que tradicionalmente dependem de exportações (como a China, o Japão e a Alemanha) e que precisam promover o crescimento com demanda interna continuam dependendo pesadamente das exportações. Países que dependiam de seus consumidores (como os Estados Unidos e o Reino Unido) e precisam exportar mais enfrentam desvalorização competitiva em seus mercados-alvo. 20 Países ricos que quase declararam falência enfrentam agora mercados financeiros fragilizados. O volume de crédito não cresce porque consumidores e empresas poupam dinheiro e continuam reduzindo o endividamento. Debate-se acirradamente se bancos centrais e governos devem reagir com medidas mais agressivas. No geral, o panorama para 2011 é de forte crescimento econômico mundial, sobretudo em mercados emergentes. Não se espera que o crescimento nos países desenvolvidos seja excepcional. Emergentes com força total O varejo parece ser mais promissor em mercados emergentes, sobretudo naqueles com perspectivas fortes de crescimento e população ideal, como Brasil, Turquia, Egito, Indonésia, Colômbia e África do Sul, entre outros. A previsão em cada um desses mercados é de forte crescimento econômico e grandes investimentos em varejo moderno. Varejistas globais falam cada vez mais da África, uma região que não registrou crescimento significativo nos últimos 50 anos, mas vive agora uma época de intenso desenvolvimento devido ao aumento dos preços das commodities e à melhoria da governança nas empresas. Nos próximos anos, os principais competidores mundiais devem atravessar essa última fronteira do varejo moderno. E o Brasil? A expectativa de crescimento para os próximos anos faz do Brasil a bola da vez. Entretanto, a história mostra que, nos períodos de desenvolvimento acelerado no País (sobretudo nos anos 50 e 60), esse crescimento veio acompanhado de inflação muito alta. A lição foi aprendida e, em 2010, mesmo mantendo um intenso crescimento, a inflação continuou baixa para os padrões históricos. Para os consumidores, as perspectivas são excelentes. A economia deverá crescer a um ritmo saudável nos próximos anos. O novo cenário social, com um grande número de famílias deslocando-se das classes baixas para a classe média, será uma fonte significativa de crescimento para o setor do varejo. As modernas redes de varejo de produtos alimentícios atrairão esses consumidores com preços competitivos e técnicas de comercialização. Lições da globalização do varejo Uma época em que a economia mundial enfrenta algumas incertezas, as vendas do varejo nos Estados Unidos lutam para se recuperar e os mercados de crédito da Europa estão à beira do colapso, não parece ser o momento ideal para discutir a globalização do varejo. Por outro lado, o crescimento econômico mundial está se recuperando, sobretudo nos mercados emergentes, onde se verifica também um rápido aumento do consumo. Entretanto, alguns mercados de varejo dos países desenvolvidos deverão registrar crescimento e ficar saturados e expostos à excessiva interferência normativa. Para alcançar crescimento rápido, varejistas bem-sucedidos devem procurar novos territórios. Por que globalizar? Os varejistas globalizam as suas operações por vários motivos. Os europeus são mais abertos à globalização que os norte-americanos porque costumam enfrentar restrições ao desenvolvimento de seus mercados internos. Basta lembrar dos hipermercados franceses. Por causa da regulamentação, é difícil inaugurarem novas lojas em seus mercados de origem. Consequentemente, procuram crescer em outros países. É por isso que a maior parte dos varejistas globais está sediada na Europa. Alguns deles investem globalmente para aproveitar mercados consumidores de rápido crescimento, especialmente quando os seus mercados estão estagnados (caso da Alemanha e do Japão). A expansão global serve para alavancar ativos: relações com fornecedores e cadeia logística globais, produto e formato únicos ou marca bem conhecida. Por último, alguns varejistas globalizam as suas operações porque mercados estrangeiros oferecem resultados fáceis de serem alcançados, ou seja, podem levar práticas de governança de última geração a mercados emergentes. Dessa forma, podem arrasar a concorrência (ou pelo menos assim esperam). Neste momento, varejistas dos Estados Unidos mostram cada vez mais interesse na internacionalização. Isso se deve ao fato de enfrentarem um mercado de fraco crescimento, consumidores endividados e comedidos e uma saturação de mercado cada vez maior. Investir fora dos Estados Unidos é visto como uma boa forma de manter crescimento rápido. Além disso, a maioria do crescimento do consumo global está se deslocando dos Estados Unidos para grandes mercados emergentes. Quais são as lições do varejo global? Escolha uma estratégia e execute-a Não basta decidir entrar em um mercado promissor. É necessário ter uma estratégia que faça sentido no contexto do mercado escolhido. Não se trata de uma tarefa simples, pois não existe um método científico para definir a estratégia adequada. Alguns especialistas sugerem que ela deve ser orientada para as qualidades próprias de cada mercado, ou seja, o importante é se adaptar. Outros, no entanto, argumentam que um varejista deve trazer para o novo mercado as qualidades que possui na origem e, em vez de se adaptar ao mercado, deve introduzir uma nova ideia. Mas há muitos exemplos de sucesso e fracasso de ambas as estratégias. Parece não existir uma regra de ouro. Ainda assim, uma regra parece se aplicar a qualquer caso: seja qual for a estratégia, cuidado ao executá-las. Os Poderosos do Varejo Global 21 Encontre uma vantagem competitiva Se não existe uma regra para escolher a estratégia, o que deve fazer o varejista? A resposta é: descobrir que fator ele pode introduzir no mercado que permita bater a concorrência, o que pode variar muito e depende do tipo de ambiente competitivo. Em um mercado emergente sem a presença de varejo moderno, basta levar uma gestão da cadeia logística e técnicas de comercialização modernas, além de recursos financeiros. Em um mercado mais sofisticado, a vantagem competitiva pode ser a oferta de uma marca global bastante conhecida, um formato único, um nível elevado de atendimento ao cliente ou uma cadeia logística mais eficiente que permita baixar os preços. Aprenda mais sobre preferências locais Os melhores varejistas globais gastam tempo e recursos conhecendo o mercado local. Isso implica estudar cadeias logísticas, regulamentação, fontes de mercadorias e, sobretudo, os gostos e os hábitos dos consumidores. Este último constitui o maior desafio. Há exemplos de varejistas que, após anos de pesquisa, não conseguiram desenvolver a técnica de comercialização certa. Entender uma cultura diferente é de extrema dificuldade mesmo nas melhores condições. Recorrer a uma combinação de gestores locais e expatriados pode ajudar a acertar. A maioria do crescimento do consumo global está se deslocando dos Estados Unidos para grandes mercados emergentes. 22 Alguns dos maiores varejistas europeus atuando em novos mercados emergentes enviam equipes de gestores para outros mercados. Muitas vezes, passam meses ou até anos aprendendo os gostos dos consumidores, os hábitos de compras e de vida, as atitudes culturais e a sensibilidade à marca e preço. Esse (estudo) indica como deve ser a implantação do negócio principal da empresa no país de origem e as adaptações que devem ser feitas no novo mercado. Utilize o talento gerencial local Os melhores varejistas globais tendem a recorrer cada vez menos a gestores estrangeiros. Existem várias razões para que isso aconteça. Na maioria das vezes, gerentes locais têm conexões com a comunidade empresarial e o governo, compreendem melhor a cultura do consumidor local e geram mais lealdade dentro da organização do que os estrangeiros. O problema com os estrangeiros é que, apesar de compreenderem a cultura e os processos da empresa, não compreendem necessariamente o mercado local muito bem (sobretudo quando existe a barreira da língua). Além disso, podem não ser capazes de exercer o mesmo grau de autoridade sobre os funcionários locais que um gerente local. O desafio é desenvolver o talento local consistente com os valores, a cultura e os processos da matriz. Em muitos países emergentes, como a China, um grande desafio é reter talento bem treinado. O problema nesses mercados é que o rápido crescimento econômico e o investimento estrangeiro massivo geram uma grande demanda por gestores qualificados e, apesar do aumento do número de graduados, a oferta não tem acompanhado a demanda. Por isso, os custos da mão de obra estão subindo e pessoas qualificadas têm várias opções. Reter esse talento exigirá não só boa remuneração, mas a promessa de uma longa carreira de sucesso. Isso é mais provável se a empresa tiver boas perspectivas de atuação no mercado local e um compromisso de longo prazo com esse mercado. Desenvolva as relações locais Na China, uma grande rede de varejo europeia teve problemas para se estabelecer com sucesso, sobretudo por não ter estabelecido relações fortes com fornecedores locais. Na Indonésia, uma grande rede de varejo global começou a ter dificuldades quando o franqueado local abriu uma concorrente. O franqueado tinha adquirido conhecimento do processo de trabalho com a rede estrangeira e aplicou-o à sua própria rede. Por último, uma rede global de lojas de produtos alimentícios cometeu inúmeros erros na América do Sul por não ter dado ouvidos aos conselhos culturais do seu sócio local. Podemos tirar disso três lições: primeiro, as relações locais são decisivas. Mesmo quando não se tem um sócio ou um franqueado, ainda assim vai depender de fornecedores locais. O desenvolvimento dessas relações de forma favorável exige trabalho. Segundo, é importante encontrar as relações locais corretas. É fundamental certificar-se que os interesses estão devidamente alinhados. Por último, varejistas globais devem ouvir seus parceiros e fornecedores locais para entenderem melhor o mercado local. Prepare-se para cometer erros Deve ficar claro, mesmo ao mais casual dos observadores, que o varejo global tem uma curva de aprendizado bastante acentuada. Serão cometidos erros, algumas vezes, grandes. É essencial ter capacidade para aprender e mudar, o que exige tempo e dedicação. No entanto, a aceitação do erro não é algo que faça parte do DNA de todas as empresas. Os investidores costumam penalizar erros de maneira a afetar a remuneração e a estabilidade do emprego dos executivos. Mas deve-se reconhecer desde o início que investir no varejo global é uma aposta. E o apostador tem de estar disposto a manterse na mesa por mais de um jogo. Prepare-se para investir em grande escala Os varejistas costumam fazer testes para sentir o mercado. Uma medida sensata até certo ponto, porque só se terá uma operação rentável com economia de escala suficiente. Vários varejistas abriram poucas lojas em vários mercados para depois descobrirem que nenhum deles gerou resultados positivos. Na grande maioria das histórias de sucesso, os varejistas foram seletivos ao escolher os novos mercados e ao repassar recursos para os escolhidos. Escala não é importante apenas para operar com eficiência, mas também para criar um grupo de consumidores leais e convencer os fornecedores locais de que a empresa veio para ficar. Caso contrário, eles relutam em estabelecer novas relações para não prejudicar as relações com os clientes existentes. Uma nova era para a globalização do varejo? Os especialistas do varejo têm previsto a globalização do setor durante a maior parte das duas últimas décadas. Apesar de existirem diversos casos de globalização, o setor é muito mais provinciano que outros, como os de bens de consumo, hotelaria, telecomunicações e entretenimento. A questão tem sido sempre que o varejo é um negócio particularmente complicado. É o setor que mantém os laços mais fortes e pessoais com o consumidor, afetando muitas vezes a sua vida semanal ou diariamente, e estabelecer uma relação pessoal bem-sucedida é muito mais desafiador em uma cultura estranha. Mas, talvez agora, os especialistas tenham acertado. À medida que o sucesso nos mercados desenvolvidos se torna mais difícil, o mundo emergente torna-se mais atraente. Além disso, a experiência obtida por alguns competidores globais, operando em mercados emergentes, ensinou ao setor lições valiosas sobre o que deve (e o que não deve) ser feito. Não será fácil, mas muitas empresas estão prontas para se aventurarem. Talvez estejamos no início de uma nova era de globalização do varejo. Os Poderosos do Varejo Global 23 O futuro do consumo no Brasil Um novo consumidor vem alterando as estratégias dos varejistas O contexto social do País já não é mais o mesmo. Na primeira década do século 21, o Brasil viveu um período de expansão econômica, e a expectativa para os próximos anos é de que esse crescimento continue. A crise econômica global que começou nos Estados Unidos em setembro de 2008 e se alastrou pelo mundo reduziu os fluxos internacionais e reverteu a tendência de crescimento. Entretanto, o Brasil conseguiu recuperar-se rapidamente e a retomada da atividade econômica no País acentuou-se no segundo semestre de 2009, levando a um novo cenário de confiança. A estabilidade econômica alcançada e as perspectivas de crescimento tornaram-se importantes para a expansão da indústria nacional. Esses fatores também exerceram atração sobre empresas internacionais interessadas em diversificar as áreas de investimento diante da recuperação ainda tímida dos mercados globais. O Brasil desponta como um dos protagonistas do cenário internacional e é alvo de grandes empresas do setor varejista. O aumento do poder de compra das classes C e D também contribuiu para o surgimento de um novo consumidor. O mercado interno se fortaleceu, consequência da queda na taxa de desemprego, da expansão da renda, da inflação sob controle e do aumento da oferta de crédito. O Brasil desponta como um dos protagonistas do cenário internacional e é alvo de grandes empresas do setor varejista. 24 Todos esses fatores originaram um contexto sócio-econômico onde é importante que haja uma segmentação total do mercado, o que inclui a necessidade de uma “customização” dos produtos e serviços. Para conquistar esses consumidores, os varejistas terão de investir em atendimento personalizado e no estudo do estilo de vida e do comportamento dos seus clientes, criando segmentos de produtos quase “personalizados”, voltados para esse público. Além disso, alguns nichos demográficos que estão em crescimento, como solteiros e pessoas que moram sozinhas, mulheres, casais sem filhos, idosos e outros, também requerem e merecem marketing e desenvolvimento específico de produtos. Uma nova classe média Nos últimos anos, mais de 30 milhões de brasileiros ingressaram na classe C e, apesar de terem subido um degrau na pirâmide social, grande parte ainda não refinou seus hábitos de consumo. Os varejistas brasileiros devem compreender quem são esses novos consumidores, conquistar sua confiança e, ainda, mostrar a eles que é possível adquirir um produto ou serviço que não teriam acesso há algum tempo atrás. Entender essa evolução e as tendências dos desejos dos consumidores é a difícil tarefa à qual os varejistas devem se dedicar. O desafio é enorme, mas, quem investir em estratégias para atingir esse público certamente sairá na frente, aproveitando esse aumento da base de consumo. Os segmentos com maior potencial de evolução nos próximos anos se relacionam à maior comodidade e conforto almejados pelo consumidor Mudanças demográficas Alguns levantamentos mostram outras alterações além da ocorrida na estrutura das classes sociais. A composição da população brasileira também é outra, visto que, desde 2007, o número de adultos ultrapassou o de crianças e idosos. Outro destaque nessas alterações é o aumento do número de solteiros. Em 1996, havia cerca de 3,2 milhões de solteiros e a perspectiva é de que, em 2016, deverá chegar a 12 milhões. Além disso, o aumento do número de pessoas que não querem ter filhos, o adiamento dos casamentos e a ampliação da quantidade de divórcios, além da longevidade, contribuem para a elevação do número de pessoas que moram sozinhas. Os consumidores solteiros – jovens e descasados entre 23 a 45 anos – hoje representam 10% das vendas do setor, e esse percentual não deve ser ignorado pelos varejistas. Diversificar para ganhar mercado Os segmentos com maior potencial de evolução nos próximos anos se relacionam à maior comodidade e conforto almejados pelo consumidor, com destaque para a área de alimentos. Por questões de praticidade, a alimentação fora do lar tem ganhado muita força. Uma das tendências que se destaca é a alimentação dentro do varejo, com o cliente realizando as refeições no mesmo local onde faz compras. Para se relacionar com os segmentados públicos de interesse, os varejistas precisam estruturar-se melhor do ponto de vista de seus canais de comunicação, por meio do desenvolvimento de mecanismos de interação que surgiram há poucos anos, como as próprias mídias sociais. Além disso, precisarão ficar atentos aos interesses das minorias. Já não é mais possível falar com a totalidade do conjunto social, mas com indivíduos que, em seus interesses e visões particulares, refletem uma sociedade que atingiu um nível inédito de diversificação. Os especialistas em consumo acreditam que o comprador será cada vez mais online. O comércio virtual brasileiro tem crescido em patamares acima de 30% ao ano, e é uma das grandes tendências do varejo. Portanto, impõe grandes desafios às organizações. A internet dá o poder de o consumidor fazer uma comparação entre os concorrentes e realizar uma seleção prévia, antes de escolher o produto. Com tamanha gama de ofertas de produtos e serviços, elaborar planos específicos de mercado, com base em produtos ofertados e públicos-alvo de consumo tende a ser um caminho bem-sucedido. A personalização e a estratificação são conceitos que estão muito em curso. Atender à demanda e fidelizar o consumidor é a condição para se manter vivo na competição. Os Poderosos do Varejo Global 25 Estratégias para competir e crescer Como os varejistas brasileiros devem se preparar diante das novas expectativas do consumidor e da perspectiva de chegada de concorrentes e investidores estrangeiros A conjuntura econômica projetada para o País no curto e médio prazos não deixa dúvida de que o mercado local deve continuar a se expandir e oferecer grandes oportunidades de negócios. Para os varejistas brasileiros, a palavra de ordem neste novo ciclo econômico brasileiro é “crescer ou crescer”. Diante desse cenário promissor para o varejo brasileiro e da expectativa de entrada de novos investidores e varejistas estrangeiros no Brasil, aqueles que aqui estão instalados devem se preparar estrategicamente para esse novo mercado de competição. As oportunidades são muitas. Tudo depende do momento vivenciado pelo negócio, da decisão estratégica e do direcionamento que desejar seguir. Nesse panorama promissor e que aparenta ser sustentável nos próximos anos, alguns caminhos precisam ser percorridos pelos varejistas para trilhar uma trajetória de prosperidade em seus negócios. Estratégias operacionais Personalização – Em um mundo cada vez mais diversificado, surge a necessidade de tornar o momento da compra algo simples e, ao mesmo tempo, intensificar o relacionamento com o consumidor. O relacionamento deve ser customizado, pois o atual consumidor anseia que o varejista o conheça profundamente e ofereça o que ele realmente deseja. Como consequência, a personalização ganha importância para facilitar a vida dos consumidores. Os produtos e serviços desejados pelos consumidores devem estar presentes onde, como e quando ele quiser. Na prática, a personalização nada mais é que o meio para exercer o conceito que vem sendo divulgado e debatido no setor varejista nos últimos tempos: customer centricity, 26 ou seja, a inserção do consumidor efetivamente no centro das atenções das decisões operacionais e estratégicas de qualquer empresa varejista. Tecnologia – Não há duvidas de que a tecnologia é um fator crucial para o varejo moderno. Com o auxílio das novas tecnologias que visam primariamente satisfazer os clientes mais particulares, o varejo vem colocando em prática o que até então estava no campo apenas conceitual. Aliada no processo de personalização, a tecnologia está cada vez mais sofisticada, requerendo constantes investimentos e adequação. Porém, antes dos bits e bytes estarem disponíveis para a experiência do consumidor, deve-se definir uma estratégia muito clara por parte dos varejistas. Multicanais e multiformatos – O varejo é hoje uma indústria sem fronteiras, evidenciada pela adoção de operações multicanais e multiformatos. O tema é recorrente, porém, a cada ano, amadurece e avança na esfera da execução. A estratégia multicanal deve permitir ao varejista visualizar o cliente de forma única, integrando os canais de forma sinérgica. Multicanal passa a ser cross channel. Mobilidade – As pessoas estarão cada vez mais com menos tempo e utilizarão sempre mais recursos móveis para se relacionar com o varejo. O potencial do celular como instrumento de informação, comunicação e relacionamento é surpreendente. Embora sua penetração como canal de venda ainda seja muito limitada, principalmente no Brasil, a internet móvel baseada em celulares e tablets vem sendo incorporada crescentemente por consumidores em suas rotinas de compra mundo afora, com destaque para os EUA. Diversas funcionalidades permitem enriquecer o processo de compra, tornando-o mais conveniente e com maior nível de informação. Assim, novamente a tecnologia pautará algumas das principais decisões estratégicas e de investimento dos varejistas, exatamente para atender a essa crescente demanda. Redes sociais – O poder das novas tecnologias e a sensação de urgência das novas gerações fizeram com que a internet ganhasse espaço no cotidiano da população. Diante desse novo comportamento, as empresas precisam reinventar a comunicação com seu público consumidor. Mais do que isso, as empresas têm de manter um diálogo com seus clientes de forma constante e em tempo real. O varejo deve ter a habilidade de transformar e convergir todo esse conhecimento em execução personalizada e diferenciada para cada consumidor. Sustentabilidade – Ser sustentável é muito mais do que ser “verde”. É garantir que todos possam ganhar com o que a empresa faz: o planeta, as pessoas e os negócios. Além de pensar nas estratégias operacionais, os varejistas brasileiros, mais do que nunca, devem se preocupar com suas estratégias de continuidade de negócio. Crescer ou crescer – a estratégia única para competir no Brasil É importante que os varejistas brasileiros avaliem se o patrimônio será melhor preservado e ampliado por meio de novos investimentos na empresa e no seu crescimento, ou vendendo-a em um momento oportuno para investidores que estejam dispostos a pagar um preço justo. Caminho 1: aquisição Crescer e competir! – Muitas vezes, a velocidade obtida por meio de um crescimento orgânico pode não ser suficiente para preservar ou conquistar uma posição competitiva no mercado, ainda mais considerando o cenário global e a possibilidade de novos entrantes no varejo brasileiro, que, em sua maioria, são grandes varejistas com experiência, conhecimento e capital, impulsionando o consumo e também a concorrência. Nesse contexto, a aquisição de outras empresas ou negócios surge como uma alternativa atrativa. E para isso, muitas vezes, é preciso recorrer a fontes de capital externo. atendendo aos objetivos estratégicos do negócio, mas prevê que, no futuro, poderá ter dificuldades, sem esquecer os movimentos do varejo mundial rumo por limitações de capital, escala, tecnologia e aos mercados emergentes, como o Brasil. sucessores, entre outros motivos. Caminho 2: venda Aproveitar a onda – O varejo brasileiro é caracterizado por poucos grandes varejistas mundiais e nacionais e uma infinidade de pequenos e médios negócios, geralmente de capital fechado (empresas limitadas ou de sociedade anônima), nos quais o negócio é a principal fonte de recursos para seus proprietários. Por isso, sua venda representa um acontecimento marcante nas vidas dessas famílias. Atrelando o apetite dos fundos de investimento e o momento de alguns varejistas, o casamento é perfeito. O cardápio de modalidades de fundos que podem realizar esses investimentos estratégicos no varejo é bem grande. Há aqueles que adquirem a totalidade das corporações pagando um valor para os sócios, mas existem aqueles que compram só uma parte dos negócios em troca de injeções de capital nas empresas, como os fundos de private equity. Vender uma empresa é uma atividade muito mais complexa do que se imagina à primeira vista e, acima de tudo, uma operação que só pode ser realizada uma vez. Portanto, é importante proteger o patrimônio construído, planejando e estruturando o processo de venda com cuidado. Ao fazer isso, as chances de maximizar o valor de venda do negócio serão muito maiores. Independentemente de venda total ou parcial, é essencial a preparação da empresa para esse processo. Boas oportunidades para reorganizar o negócio e enquadrar-se nos padrões contábeis, fiscais e de governança corporativa. A própria entrada de um novo sócio consiste, no entanto, de uma grande oportunidade de profissionalização. A começar pela estrutura de comando, já que a vinda de um novo sócio exige O sucesso de uma aquisição depende de saber o que as figuras do dono e do executivo se separem, valor que se pode pagar e de se ter a disciplina ainda que o proprietário continue no comando das para não pagar nada além disso, principalmente no atividades da empresa. Essa mistura pode atrapalhar mercado varejista, onde a relação dono-empresa Em algumas situações, a venda de uma participação as estratégias de crescimento. Por isso, a entrada de ainda é muito emocional e a percepção de valor do minoritária a um investidor estratégico ou financeiro é um fundo de participação não deve ser vista apenas negócio pode ser deturpada em relação à realidade. uma alternativa para capitalizar a empresa e viabilizar como uma oportunidade de capitalização, mas Além disso, quando o capital próprio deixa de seu crescimento, sem que haja a necessidade de também de readequação e profissionalização. ser suficiente, é importante que a empresa tenha abrir mão do controle e da gestão, possibilitando aos construído alternativas de financiamento para investir proprietários transformar parte do seu investimento Afinal, para enfrentar a novidade da concorrência e reforçar o capital de giro. em dinheiro. estrangeira mais intensa, prevista para os próximos anos, é preciso disposição para mudar. Os caminhos Para evitar que uma oportunidade de ouro se torne Em alguns casos, os proprietários podem concluir são muitos. Os varejistas de sucesso serão aqueles um enorme problema, deve-se ter uma visão clara que a melhor forma de maximizar ou até de que conseguirão traduzir as expectativas de seus dos benefícios almejados com essa transação, preservar seu patrimônio é por meio da venda total clientes em estratégias de seus negócios, observando identificando adequadamente possíveis empresas da empresa. Essa situação ocorre principalmente os movimentos e oportunidades do mercado que ou negócios a serem adquiridos. Seja qual for a em casos nos quais a empresa detém uma posição estão surgindo, independentemente de já estarem motivação, a aquisição deve ser muito bem planejada, financeira e competitiva saudável na atualidade, instalados no País ou não. Estão reservados à Deloitte todos os direitos autorais desta publicação. A reprodução de informações nela contidas está sujeita à autorização prévia, mediante consulta formal e citação de fonte. Para mais informações, contate-nos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 5186-6686. Os Poderosos do Varejo Global 27 “Deloitte” refere-se à sociedade limitada estabelecida no Reino Unido “Deloitte Touche Tohmatsu Limited” e sua rede de firmas-membro, cada qual constituindo uma pessoa jurídica independente. Acesse www.deloitte.com/about para uma descrição detalhada da estrutura jurídica da Deloitte Touche Tohmatsu Limited e de suas firmas-membro. © 2011 Deloitte Touche Tohmatsu. Todos os direitos reservados.
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