Nova fábrica
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REVISTACARGILL Nova fábrica Cargill investe R$ 130 milhões e aposta no mercado brasileiro de biodiesel ANO 32 - SET. OUT. NOV. 2012 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 1 33 04/12/2012 18:02:53 Cenário positivo para 2013 3 r entrevista 4 s u m Nova estratégia para o campo á i o mensagem Fundação Cargill na luta contra a fome Nova fábrica de biodiesel em Três Lagoas especial Desenvolvimento sustentável é o caminho artigo Notícias Cargill destaques 6 8 12 13 Revista Cargill é uma publicação trimestral editada pelo Departamento de Assuntos Corporativos e dirigida aos clientes, fornecedores e funcionários da Cargill – Av. Morumbi, 8.234 – CEP 04703-002 – São Paulo – Tel.: (11) 5099-3311 – www.cargill.com.br – Coordenação Editorial e Jornalista Responsável: Anna Costa (MTB: 22.555) – Comitê Editorial: Ana Lúcia Caiasso, César Neres, Cintia Bernardes, Cristiane Bordinhon, Cristine Chui, Flávia Peria, Gerson Beraldo, Leni Jacobuce, Luciane Reis, Natalia Teruya, Neusa Duarte e Sônia Matangrano – Colaboração: Bárbara Amorim e Vinícius Oliveira – Projeto Gráfico: Oz Design – www.ozdesign.com.br - Editoração e Direção de Arte: Arco W Comunicação & Design – www.arcow.com.br – Elaboração de Conteúdo: Quintal 22 – Edição de Textos: Anna Costa e Letícia Tavares – Reportagem: Claudia Cagni, Cristiane Giglio, José Ruy Gandra, Renata Nogueira e Thatiana Antunes – Foto Capa: Arquivo Cargill. A Revista Cargill não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em entrevistas. • A Revista Cargill adota o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. A N O 3 2 - N º - 3 3 S E T . / O U T . / N O V . 2 0 1 2 responsabilidade social Para comentários ou sugestões sobre a Revista, envie seu e-mail para [email protected] ou telefone para (11) 5099-3220. Revista Cargill 33 - 07-12-12.indd 2 07/12/2012 14:38:08 t n e d i s o d A reportagem de capa traz a inauguração da nova fábrica de biodiesel em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul – uma confirmação de que estamos atentos às necessidades de mercado e mais ainda às soluções sustentáveis que geram cada vez menos impacto ao meio ambiente. Trazemos também uma entrevista com Alexandre Mendonça de Barros – um expert em agronomia e em cenários e tendências desse mercado. Eu fiquei otimista com o que li. Espero que vocês gostem também. p r Estou bastante confiante e otimista nessa minha nova etapa profissional. Também acredito na evolução do mercado e no nosso bom desempenho para o próximo ano. A nossa empresa entende a importância do Brasil para os seus negócios globais e tenho certeza de que vai continuar fortalecendo cada vez mais sua presença no País. Por falar em ampliar a atuação, nas próximas páginas vocês vão encontrar vários exemplos que mostram na prática o crescimento da Cargill. e A minha carreira mostra bem o jeito de ser de nossa empresa. Uma organização que dá oportunidades e que entende o valor das pessoas, sejam elas funcionários, clientes, fornecedores ou parceiros. Também é assim o meu jeito de fazer negócios: olhar as necessidades de todos os públicos com quem nos relacionamos e atuar da melhor maneira para atendê-los. e É um grande prazer escrever este primeiro editorial na Revista Cargill como presidente na empresa no Brasil. Entendo que aqui tenho um espaço especial para me dirigir diretamente aos leitores da publicação. Quero, primeiramente, apresentar-me a todos vocês. Há sete anos faço parte do time da Cargill e atuei fortemente na área financeira até chegar à presidência do Banco Cargill no Brasil e na posição de tesoureiro da empresa para América Latina. Um abraço, 3 Revista Cargill 33 - 07-12-12.indd 3 Foto: Arquivo Cargill m e n s a g e m Luiz Pretti Presidente 07/12/2012 14:38:39 s r o a t r s a i b v d e Foto: Divulgação e r Com a soja em alta no mercado global, devido à quebra da safra americana e à demanda dos setores de alimentação, o Brasil tem grandes oportunidades, mas não avança por falta de diretrizes claras para o setor a l e x a n d r e l . m e n d o n ç a t n e Brasil precisa melhorar sua estratégia para a agricultura Engenheiro agrônomo formado e doutorado em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/ USP), Alexandre Lahoz Mendonça de Barros hoje é sócio da MBAgro, consultoria focada nas várias frentes do agronegócio. Em entrevista exclusiva à Revista Cargill, ele analisa o cenário atual do setor e revela sua preocupação com a perda de competitividade brasileira e a ausência de um planejamento estratégico efetivo, no País, para áreas importantíssimas, como as de produção de etanol e de biodiesel. “Existem apenas remendos”, lamenta Mendonça. Alexandre – Eu diria que vivemos a fase dos grãos. O biênio 2012/2013 tem por principal característica os preços altíssimos dos grãos. O marco de 2012 foi a grande seca nos Estados Unidos, um fenômeno climático que ocasionou uma quebra imensa na produção do milho e da soja americanos. Se por um lado, porém, os grãos estão nas alturas, por outro, 2012 vem se revelando um ano problemático para o segmento de proteína animal (que o Brasil lidera globalmente). Quando os grãos sobem, os custos da cadeia de produção de carne, particularmente os de suínos e aves, sobem junto. Esses dois segmentos vivem um ano dificílimo. O Brasil teve uma quebra anterior à americana e, por conta dela, os preços dos grãos e da carne já haviam subi- Revista Cargill – Qual o cenário global do agronegócio e seu impacto no Brasil? 4 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 4 04/12/2012 18:03:09 do no mercado interno. Agora os preços devem subir muito no mercado internacional – e, com isso, nossos exportadores de proteína animal devem recuperar boa parte de sua rentabilidade. não chegam a configurar uma visão e um planejamento lógicos. Por razões políticas e comerciais, o preço da gasolina é o mesmo há quatro anos. Há uma queda de produtividade no segmento de etanol, por conta das secas e do endividamento dos produtores. Revista Cargill – Essa tendência segue inalterada em 2013? Alexandre – Os preços dos grãos vão continuar altos. Não tanto como agora, mas ainda assim em patamares elevados. Provavelmente a rentabilidade na cadeia produtiva de aves e suínos deve melhorar. Revista Cargill – Por que o Brasil tem dificuldades para emplacar o etanol como uma commodity global? Alexandre – Acho que isso acontece por duas razões básicas. Quem usaria etanol lá fora obviamente quer uma certeza de continuidade no suprimento e, hoje em dia, existe certa desconfiança quanto ao Brasil nesse aspecto. Compare a evolução da produção. Em 2010 o Brasil produziu 25 bilhões de litros de etanol. No ano seguinte, 2011, foram apenas 20 bilhões – um recuo de 20%. Este ano o número não deve passar de 21 bilhões de litros. Enquanto isso, os Estados Unidos, com todos os problemas de quem usa o milho como matéria-prima, já que esse é um produto bem mais demandado pelos setores de alimentação, aproxima-se rapidamente da marca de 50 bilhões de litros anuais. Nossos programas de álcool estão estagnados. O que eu percebo é uma desconfiança generalizada, tanto entre produtores quanto consumidores. ”Não tenho dúvida de que o setor irá evoluir para uma realidade mais sofisticada – produzindo, a partir da matéria-prima agrícola, os mesmos produtos extraídos do petróleo” Revista Cargill – O Brasil corre o risco de se transformar num gigantesco fornecedor de commodities? Alexandre – Eu não tenho dúvida de que o setor irá evoluir para uma realidade mais sofisticada – produzindo, a partir da matéria-prima agrícola, os mesmos produtos que são extraídos do petróleo (plástico, resinas etc.). A tendência de industrialização da biomassa é muito forte, por conta dos avanços da tecnologia e da infinidade de usos que sequer começamos a fazer. A tendência é que, gradualmente, passemos a ter um setor álcool-químico, como hoje temos o petroquímico. Revista Cargill – E o uso dos grãos como matériaprima na produção de biocombustível? Alexandre – O biocombustível veio para ficar. Ele é uma resposta fundamental diante dos problemas ambientais enfrentados hoje pela humanidade. Além disso, o Brasil sempre exibiu uma tecnologia muito avançada no setor. É, portanto, um produto de grande futuro. Lamentavelmente, no entanto, não temos no Brasil nenhuma visão ou diretrizes estratégicas efetivas para o produto – e sim uma série de remendos que Oportunidades para uso do biodiesel É energia renovável e pode ser obtida a partir de uma série de produtos agrícolas. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de matériaprima para o biodiesel. Além disso, a obtenção e a queima do biodiesel, formado por carbono neutro, não contribuem para o aumento das emissões de CO2 na atmosfera. Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel é necessária para que eles funcionem bem com misturas de biodiesel com diesel de até 20%. Percentuais de mistura acima de 20% requerem avaliações mais elaboradas do desempenho do motor. 5 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 5 04/12/2012 18:03:19 Foto: Arquivo Cargill r e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l Promovendo a educação nutricional 6 Revista Cargill 33 - 07-12-12.indd 6 07/12/2012 14:39:45 Cargill apoia programas e organizações que incentivam a nutrição e a saúde de pessoas que vivem nas comunidades onde estão as operações da empresa ao redor do mundo A pobreza e a fome ainda geram números alarmantes e se tornaram um grande desafio às entidades que buscam a sua erradicação. As Nações Unidas estimam que cerca de 925 milhões de pessoas, pouco mais de 15% da população mundial, vivem em completo estado de desnutrição. Esse percentual é ainda maior em países em desenvolvimento e na África Subsaariana. Todos os dias morrem cerca de 16 mil crianças de causas relacionadas à fome. Solidariedade no Brasil Por conta dessa realidade preocupante, a Cargill vem liderando, nos últimos cinco anos, um movimento que tem uma meta ambiciosa: acabar com a fome no mundo. Para atingir seu objetivo, até agora a empresa contribuiu anualmente com mais de US$ 55 milhões em ações em todo o planeta, por meio de organizações globais, nacionais e locais. Os esforços são concentrados no aprimoramento de práticas agrícolas e de segurança alimentar, que ajudam a melhorar a renda e os meios de subsistência das comunidades beneficiadas. A empresa atua também na busca de parcerias para encontrar soluções de longo prazo para diminuir a fome e melhorar a nutrição. Conheça, a seguir, as principais ações sociais da Fundação Cargill. “de grão em grão” – Criado em 2004 para promover e disseminar conceitos sobre alimentação saudável, segura e sustentável, o Programa “de grão em grão” tem realizado investimentos anuais que favoreceram 446 mil alunos, educadores e merendeiras de escolas municipais em que a Cargill está presente, totalizando a produção de mais de 700 toneladas de hortaliças. No Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, a Cargill renovou seu compromisso para a erradicação da fome no mundo e apresentou suas iniciativas em diversos países. Na África, por exemplo, a empresa auxilia 49 mil produtores de cacau de Gana a melhorar sua prática de plantio e seu padrão de vida, e é parceira de uma instituição que ajuda 100 mil fazendeiros a tornar suas plantações de algodão mais lucrativas. Já na Índia, contribuiu na criação do primeiro banco de alimentos do país. Em Honduras, ajudou a construir 27 cozinhas em escolas e, mensalmente, doa alimentos para 70 instituições. Na Bolívia, fornece recursos para a produção de merenda escolar para mais de 30 mil crianças. Parceria com o Sesi – Nutricionistas ministram cursos com conceitos e práticas para uma culinária saudável e econômica, abordando também temas como a utilização integral dos alimentos, prevenção a doenças como obesidade, colesterol alto, hipertensão e diabetes. A parceria com o Sesi beneficiou 883 pessoas nos municípios de São Paulo, Porto Ferreira, Patrocínio Paulista e Restinga (SP), Ilhéus (BA), Ponta Grossa (PR) e Itumbiara (GO). Fazenda Experimental em Uberlândia – Em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Prefeitura Municipal de Uberlândia, apoia a difusão de tecnologia e de boas práticas agrícolas para pequenos produtores por meio de treinamento específico e da manutenção de um viveiro de hortaliças e frutas. Para viabilizar as ações sociais no Brasil, onde o índice de subnutrição gira em torno de 6,9%, a Fundação Cargill passou a apostar este ano em iniciativas focadas em alimentação saudável, segura, acessível e sustentável, desde a produção no campo até a mesa do consumidor. Em 2012, a Fundação Cargill colocou em prática 15 projetos que beneficiaram 45.875 pessoas em 20 municípios. Parceria com o CAT e o Peti – O acordo promoveu apoio à reforma de cozinha, palestras com a comunidade e implantação de horta na Casa de Abrigo Temporário - CAT. Além disso, foi realizado o mapeamento do estado nutricional em cerca de 600 crianças do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Por meio de ações como essas, a Cargill se mantém firme em seu compromisso, continuando a investir em novas tecnologias e parcerias para alimentar milhares de pessoas em todo o planeta. 7 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 7 04/12/2012 18:03:24 l a i c e p s e Nova fronteira Cargill entra no mercado brasileiro de biodiesel com o início das operações da nova Unidade em Três Lagoas (MS) – um investimento de R$ 130 milhões A Cargill marcou sua entrada, no final de agosto passado, no mercado brasileiro de biodiesel. Até aqui a companhia atuava no segmento apenas nos Estados Unidos, na Bélgica, na Alemanha e na Argentina. O marco nacional foi o começo das operações de uma nova Unidade produtiva da commodity no município sul mato-grossense de Três Lagoas. Fruto de um investimento de R$ 130 milhões, a planta, equidistante dos grandes centros produtores de matéria-prima e dos principais mercados consumidores, tem uma capacidade produtiva de 200 mil toneladas/ano (ou 700 metros cúbicos diários). “Mundialmente poucos setores cresceram tanto quanto o biodiesel no Brasil”, diz Elcio de Angelis, gerente comercial para Biodiesel da Cargill. “As perspectivas são de que ele dobre nos próximos cin- co ou dez anos.” A companhia já atua na comercialização de grãos, além da produção de farelo, óleos, gorduras e óleos industriais e lubrificantes. A matriz de produção da nova Unidade será a soja. Não à toa, a fábrica recém-inaugurada foi instalada junto a uma processadora de soja do grupo. “A atividade trará uma importante opção para o escoamento do óleo ali produzido, permitindo à Cargill sua entrada no segmento de biodiesel”, afirma Paulo Sousa, diretor da Unidade de Negócio Grãos e Processamento de Soja. Se ainda pode ser considerada relativamente tímida em seu volume de produção (que equivale a cerca de 3% do consumo nacional de biodiesel), a Unidade traz inúmeras inovações do ponto de vista da construção do negócio – 8 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 8 04/12/2012 18:03:28 Fotos: Arquivo Cargill em especial da cadeia de fornecedores que, por meio do Programa Cargill de Agricultura Familiar, envolve cerca de 1.100 pequenos produtores e suas famílias. Endereço estratégico O município de Três Lagoas ostenta uma localização privilegiada. Está praticamente cravado entre as regiões Centro-Oeste e Sudeste. A primeira é a maior produtora de soja, sua matéria-prima. A segunda é o maior centro consumidor de biodiesel da América Latina. Essa vantagem competitiva permite que a nova fábrica da Cargill alongue seu potencial para operar em diferentes modais logísticos (rodoviário, ferroviário e fluvial). A fábrica, obviamente, conta com o conhecimento e a experiência internacionais adquiridos pela Cargill na produção de biodiesel. A tecnologia utilizada na planta é alemã, idêntica, aliás, à das demais cinco fábricas do grupo, situadas nos Estados Unidos (2), na Argentina, na Bélgica e na Alemanha. O mercado de biodiesel está em franca expansão no Brasil. Em 2006, a produção em escala industrial era praticamente inexistente. Em apenas cinco anos (em 2011) ela alcançou um total de mais de 2,5 milhões de metros cúbicos. Há, entre os empresários e executivos do setor, um indisfarçável otimismo quanto às perspectivas do negócio. Explica-se: tal aumento expressivo da última meia década deveu-se à obrigatoriedade da adição de 5% de biodiesel em todo o óleo diesel distribuído no País, acréscimo que origina um composto conhecido como B5. Hoje muitos órgãos já defendem a elevação desse percentual para B10 – ou mesmo B20, em se tratando 9 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 9 04/12/2012 18:03:33 Foto: Arquivo Cargill l a i c e p s e No programa de agricultura familiar, a Cargill estabelece boa relação com os produtores, oferecendo a eles assistência técnica necessária para um plantio de qualidade das regiões metropolitanas. De todo modo, mesmo que o nível de mistura obrigatório permaneça inalterado, o consumo de biodiesel cresce com o aumento do consumo do diesel, consumo este que está diretamente ligado ao crescimento da economia no Brasil. a companhia estabelece com os produtores rurais que adotam o modelo da agricultura familiar, em consonância com os parâmetros normativos do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o setor. “Sem a agricultura familiar, nosso programa de biodiesel sequer existiria”, explica Elcio. De fato, em 2012, a empresa deu a largada em um programa de compra de soja de cerca de 1.100 pequenos produtores e oferece a eles toda a assistência técnica, compromisso, responsabilidade e padrão de qualidade de uma companhia presente no agronegócio há mais de 145 anos. Além disso, o setor, sempre alvo de forte regulamentação pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai aos poucos se desburocratizando. “Eu não tenho dúvida de que, em mais alguns anos, seremos um mercado de livre negociação”, aposta o gerente comercial Elcio. Se e quando isso ocorrer, decerto a Cargill estará bem posicionada e apta a dar um novo salto. A própria empresa, esclarece Elcio, teve de preparar os seus quadros para melhor gerir essas relações com a comunidade. “Parte da compra de soja está sendo feita de pequenas propriedades agrícolas, baseadas na agricultura familiar, o que permitiu à Cargill a obtenção da concessão do Selo Combustível Social. Para isso, foi necessária a especialização de funcionários da área de originação (compra Negócios em família Talvez o elemento que melhor simbolize as boas práticas levadas a cabo pela Cargill na concepção de sua nova Unidade sejam as relações responsáveis que 10 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 10 04/12/2012 18:03:37 de grãos), tanto comercial quanto administrativa, para oferecer o suporte necessário com políticas específicas de fomento de produção e compra do fluxo da soja produzida por agricultura familiar”, explica o gerente. Os contratos entre a companhia e as famílias são sempre avalizados pelos sindicatos rurais de cada região. A persistência e o sucesso nessas boas práticas deram à Cargill um valioso reconhecimento em novembro: o Selo Combustível Social. Trata-se de uma identificação concedida pelo MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrícola) aos produtores de biodiesel que promovem a inclusão social e o desenvolvimento regional por meio de geração de emprego e renda para os agricultores familiares do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar). Com esse selo, o produtor de biodiesel tem acesso a alíquotas de PIS/Pasep e Cofins com coeficientes de redução diferenciados e a melhores condições de financiamentos junto aos agentes financeiros. Também pode usar o selo para fins de promoção comercial, além de parcela exclusiva da demanda nos leilões de biodiesel para os detentores do selo. Ainda segundo o executivo, a Cargill contratou empresas de assistência técnica para orientar as famílias nas diferentes fases da produção. “Os técnicos agrícolas realizam quatro visitas anuais ao fornecedor. Nelas analisam o terreno e orientam os agricultores até a colheita, que chega diretamente nos armazéns da Cargill.” Esse convívio sistemático com muita frequência deságua em um estreito relacionamento. “Nossos técnicos não entendem apenas de soja e muitas vezes dão conselhos valiosos para os agricultores em outras áreas, como granjas, hortifrútis e outras criações.” Selo Combustível Social É dessa maneira, unindo tecnologia de ponta, estratégia em logística, bom relacionamento com os produtores e com seus clientes, além de responsabilidade ambiental, que a Cargill realiza os seus negócios no Brasil e no mundo. E o biodiesel é mais um setor no qual a empresa irá atuar fortemente. Atualmente a empresa adquire soja de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina. “Para o próximo ano, vemos oportunidades para iniciar a atuação em agricultura familiar também no Pará”, complementa Elcio. Unidade em números A Cargill já participou do primeiro leilão organizado pela Petrobras, ocorrido no final de setembro, com um volume vendido de 33.000 m³ para entrega nos meses de outubro, novembro e dezembro. O volume vendido representou 52% da capacidade instalada, e a fábrica já funciona a pleno vapor. • Capacidade produtiva: 200 mil toneladas/ano Ilustração: Arquivo Arco W/123-RF • Capacidade de carregamento: 700 m³/dia 11 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 11 04/12/2012 18:03:41 t i Foto: Arquivo Cargill g o Yuri Feres* a r Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial: um conceito em evolução Ações desenvolvidas pela Cargill buscam melhores práticas em toda a cadeia produtiva O desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social são ideias que se mesclam e estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia, seja no contato com nossos clientes, no relacionamento com as comunidades em que atuamos, em nossa vida familiar ou nas nossas decisões corporativas. Mas como esses temas influenciam a maneira de fazermos negócios? mento de insumos industriais ou pela produção de itens para o consumidor final. Além de ações para reduzir as emissões atmosféricas e melhorar o aproveitamento dos recursos naturais em nossas fábricas, temos bons exemplos de compromissos setoriais e de iniciativas que demonstram o cuidado e o comprometimento da Cargill em todas as etapas das cadeias produtivas. Nos negócios de soja e cacau, desenvolvemos projetos em parceria com a ONG TNC (The Nature Conservancy), que incentiva a adoção de melhores práticas de produção e ajuda agricultores a regularizar suas propriedades por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O conceito de responsabilidade social empresarial ainda é novo. Apenas nos últimos 20 anos, a sociedade passou a discutir sistematicamente o papel e a importância das empresas na contribuição para o desenvolvimento sustentável. No âmbito corporativo, esse conceito pode ser interpretado como um modelo de gestão economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto. Isso se traduz em uma relação ética e transparente da empresa com todos os seus públicos de relacionamento e em uma atuação responsável, que impulsiona também o desenvolvimento da sociedade preservando recursos ambientais e culturais. E o que isso tem a ver com a Cargill? Outro exemplo é o nosso compromisso com o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, onde trabalhamos para garantir que não realizamos negócios com empregadores que tenham sido flagrados utilizando práticas de trabalho degradantes. Também investimos na educação e sensibilização de caminhoneiros no que diz respeito ao combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas. O desenvolvimento sustentável se coloca como um tema estratégico para a Cargill. Desenvolvemos iniciativas importantes que visam garantir a perenidade dos nossos negócios e contribuir para o desenvolvimento social de nosso País, englobando desde a origem das matérias-primas que utilizamos até o pós-venda de nossos produtos. Por sermos uma das principais empresas de alimentos no mundo, atuamos em diferentes pontos das mais variadas cadeias de valor. Essa atuação pode ser por meio da originação de produtos agrícolas, pelo processa- Acreditamos que, atuando com base nesse modelo de negócio mais sustentável, podemos potencializar e garantir o crescimento de nossos negócios ao mesmo tempo em que contribuímos para a manutenção de um meio ambiente equilibrado e uma sociedade mais justa e inclusiva. * Yuri Feres é gerente da área de Responsabilidade Corporativa da Cargill no Brasil 12 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 12 04/12/2012 18:03:42 P R D e volta à mídia. Nos meses de agosto a outubro, a Cargill investiu em ações de comunicação em televisão, internet e revista para três das suas principais marcas. A marca Maria esteve presente nas páginas de sete grandes publicações nacionais, como Ana Maria e Manequim. Além disso, o produto estampou painéis nos metrôs e nas TVs de ônibus econhecimento no mercado. Em outubro, a Cargill e a Nutron receberam o prêmio Melhores do Agronegócio 2012, concedido pela revista Globo Rural, da Editora Globo. A premiação baseiase em dados coletados pela Serasa Experian relativos ao exercício de 2011. A Cargill foi reconhecida na categoria de Melhor Indústria de Soja e Óleos e a Nutron, na de Rações. Em setembro, a Cargill também destacou-se na categoria Alimentos e Agronegócio do prêmio Balanço Anual/Melhores dos Maiores 2012, organizado pela Associação Comercial de São Paulo (Acsp) e pelo jornal Diário do Comércio. Esse prêmio ressalta o espírito de empreendedorismo das empresas, fator necessário para o desenvolvimento do Brasil. de São Paulo e Belo Horizonte. Já a marca Liza foi exibida na revista Caras e nos intervalos dos principais programas dos canais Globo, Record e Bandeirantes, em importantes cidades do País. Outro destaque foi o retorno da campanha de mídia do extrato de tomate Elefante, agora como marca da Cargill. O produto foi veiculado com um filme exclusivo, que traz à tona os principais benefícios – rendimento, cor e sabor – de maneira simpática e lúdica pela presença do personagem Jotalhão. Anúncios em revistas femininas, merchandising nos programas Mais Você, com Ana Maria Braga, e Hoje em Dia, com Edu Guedes, também passaram a mesma mensagem. Todas as ações fortalecem as marcas da Cargill e potencializam a atuação da empresa na área de produtos de consumo. e d M elhor expositor. A Cargill recebeu o prêmio de “Melhor exposição de produtos” na Abad, na 32ª Convenção Anual do Atacadista Distribuidor, realizada em agosto, no Rio de Janeiro. O estande da empresa apresentou o portfólio completo de produtos das áreas de Food Service e de Retail. Os destaques foram os azeites Gallo e La Española, os atomatados das marcas Pomarola, Tarantella e Elefante, e a linha Liza – com óleos especiais, molhos para saladas e maioneses. Já para a linha de Food Service a Cargill expôs, além dos itens exclusivos das marcas Gallo e Liza, as gorduras para panificação Al Chef e o item exclusivo Ovomaltine. O diferencial da participação no evento foi a conectividade entre as duas áreas da empresa, apresentando aos clientes a gama de produtos comercializados pela Cargill para o setor atacadista. s t a q u e s Fotos: Arquivo Cargill raticidade e qualidade. Lançados em outubro em todo o País, Pizza e Manjericão são os dois novos sabores da linha Molho Pronto Tarantella. Além de ajudar a variar o cardápio, os produtos são adequados para as famílias modernas: basta aquecer e servir. Saborosos, práticos e de alta qualidade, chegam para aumentar o volume de vendas da marca, que já contava com o sabor Tradicional. 13 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 13 04/12/2012 18:03:43 B e s arbecue: da entrada ao prato principal. A marca Liza ganhou mais um item para seu portfólio: o molho Liza Barbecue. Para atender às demandas crescentes do mercado por inovação e praticidade, a Cargill Food Service desenvolveu um produto de alta qualidade e preço acessível. O novo molho Liza Barbecue acompanha pratos como costelinhas suínas, carnes, grelhados, porções fritas, fondues e também é resistente ao processo de marinar. Além do sabor diferenciado, outra vantagem é a sua validade após aberto, maior do que a da concorrência. O molho Liza Barbecue já está disponível para distribuidores e redes atacadistas do País. u C d e s t a q acau sustentável. Em setembro, a Cargill, a ONG The Nature Conservancy (TNC), o Ministério da Agricultura – por meio da Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac) – e a Cooperativa Alternativa dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos, de São Félix do Xingu (Cappru), assinaram um acordo de cooperação técnica, válido por três anos, para implantação do projeto Cacau mais sustentável na microrregião de São Félix do Xingu, no Pará. Essa atividade contribuirá para recuperar a vegetação nativa de áreas degradadas, promover a produção de cacau e gerar renda para essa população. F N ovo sabor. A Cargill lan lançou, em setembro, mais um sabor para a linha de molhos para salada Liza: Ervas Finas. A novidade é produzida com ervas e especiarias selecionadas e contém apenas 20 kcal por porção. Comparando com os principais concorrentes de mercado, o novo molho apresenta menos calorias, menos gordura e menor teor de sódio. Ervas Finas entra no mercado para fortalecer a presença da marca, atrair novos consumidores e manter a liderança de Liza em molhos para salada. I novação em alimentos. Em agosto, na cidade de Foz do Iguaçu (PR), aconteceu o 16º Congresso Mundial de Ciência e Tecnologia de Alimentos, onde a Cargill marcou presença com a apresentação da linha de substitutos de gordura ood Service em debate. Pelo quinto ano consecutivo, a Cargill patrocinou o Congresso Internacional de Food Service da Abia – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, realizado em São Paulo, em setembro. O evento reuniu cerca de 500 participantes, entre eles fabricantes de alimentos e insumos e entidades de classe. Durante o encontro, foram apresentadas pesquisas de mercado e tendências, como a mobilidade social na pirâmide de renda e o crescimento do consumo de produtos industrializados. Os novos dados propiciaram a troca de experiências entre os participantes e debates sobre oportunidades no setor industrial, sobretudo para o Food Service. SlimTex4, sob o tema Substitutos de gordura: o desafio de manter as características sensoriais sem comprometer a saúde. O evento teve como objetivo promover trocas de informações, discussões e oportunidades de cooperação internacional entre especialistas de alimentos de todo o mundo. Com mais de 3 mil participantes de 5 continentes, essa foi a primeira vez que o congresso foi realizado em um país latino-americano. O encontro foi patrocinado pela Unidade de Negócio Amidos & Adoçantes da Cargill. 14 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 14 04/12/2012 18:03:44 P rimeira Colheita. Acabam de chegar ao Brasil a edição limitada do Gallo Azeite Novo e as Azeitonas Novas, que compõem a linha Premium Primeira Colheita e aliam ao sabor único dos produtos Gallo os conceitos de inovação e sofisticação que trazem liderança à marca no setor de azeites no País. Para a edição 2012-2013, além de numerada, a garrafa do Gallo Azeite Novo tem design diferenciado e vem em uma caixa transparente, que possibilita a visualização do produto. Outra novidade é que, na compra do produto, os consumidores ganham um pratinho de porcelana. Para o lançamento da linha Primeira Colheita, haverá ações publicitárias em revistas, internet e TV a cabo. Gallo estampada em jogos americanos, galheteiros e guarda-sóis nas praias do litoral Norte de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Balneário Camboriú (SC) e Porto de Galinhas (PE). d n u m o l fábricas de processamento de óleo de canola no Canadá. Uma delas está localizada em Camrose, na província de Alberta, e deverá estar concluída até 2014. Terá capacidade para processar 850 mil toneladas métricas de canola por ano e irá gerar 50 empregos diretos. A segunda refinaria será uma fábrica com escala mundial com endereço em Clavet, na província de Saskatchewan. Quando entrar em operação, em 2014, terá capacidade de processar mais de 1,5 milhão de toneladas métricas de canola ao ano e empregará mais de 230 funcionários. A inauguração das refinarias demonstra a confiança da Cargill no crescimento e na competitividade do mercado para o óleo de canola no Canadá. A Cargill lançou o adoçante Truvia® no Fotos: Arquivo Cargill V erão com a Cargill. Para incrementar as vendas nessa época do ano e aumentar a visibilidade das marcas, a Cargill investiu no Plano Verão 2012/13, uma campanha realizada de outubro a janeiro. Pela primeira vez, a ação apresenta o portfólio de Food Service da marca Gallo acompanhado dos molhos para salada, das maioneses e do lançamento do molho Barbecue, todos da marca Liza. Os produtos estão presentes em vários restaurantes, e a marca A Cargill anunciou a construção de duas e C argill na Fisa. Este ano, a Cargill marcou presença na 16ª edição da feira Food Ingredients South America – a maior do segmento de ingredientes alimentícios da América do Sul. Na ocasião, apresentou soluções inovadoras para alimentos e bebidas, como bolos, sorvetes e balas, desenvolvidas pela Cargill no Centro de Inovação para a América Latina, em Campinas (SP). O evento ocorreu entre os dias 18 e 20 de setembro, em São Paulo. p to do Conselho Empresarial Estados Unidos-Costa do Marfim com as Câmaras de Comércio dos EUA e da Costa do Marfim e também com grandes empresas norteamericanas. O presidente da Cargill, Greg Page, esteve presente na cerimônia, em Nova York. Na ocasião, Greg afirmou que a troca de conhecimentos, propiciada pela formação do Conselho Empresarial e aliada a investimentos e ao comércio internacional de longo prazo, pode melhorar o sustento das pessoas e estimular o crescimento econômico. “O Conselho atua como um fórum de diálogo e fomento aos esforços da Costa do Marfim para levar maior prosperidade aos seus cidadãos”, afirmou o executivo. o A companhia participou do lançamen- L ançamento do C*iCoat. No dia 17 de outubro, a Cargill promoveu no Centro de Inovação, em Campinas (SP), um evento para o lançamento do C*iCoat – um biopolímero ligante para a indústria de papel revestido, produzido a partir de fontes naturais renováveis. O evento foi prestigiado pelos principais clientes do setor e contou com a participação de Ivo Baumann, especialista em aplicação de revestimento de papel da Cargill Europa, para discutir as tendências e movimentações desse mercado. mercado venezuelano, utilizando as mídias sociais como parte da estratégia de comunicação. Em três meses de campanha, Truvia® interagiu com mais de 9 mil pessoas no Facebook, alcançou o número de 2 mil seguidores do Twitter e teve mais de 2.600 visualizações no blog oficial da marca e no canal do YouTube. O lançamento do adoçante Truvia® na América do Sul consolida o mercado internacional da Cargill para esse negócio. Truvia® é um substituto natural do açúcar, sem calorias e à base de extrato da folha de estévia. De sabor agradável, o produto também compõe vários ingredientes de alimentos e bebidas, incluindo iogurtes, barras de cereais e sucos. 15 Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 15 04/12/2012 18:03:47 ANÚNCIO Revista Cargill 33 - 04-12-12.indd 16 04/12/2012 18:03:52
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