a imagem da marca nacional
Transcrição
a imagem da marca nacional
Pela primeira vez na história do agro-alimentar nacional, Portugal esteve representado na maior feira do mundo do sector - a SIAL Paris 2014 - sob o signo de uma só marca: o da PortugalFoods. A associação, formada por empresas, várias delas sediadas em Famalicão, por entidades do ensino superior e tecnológico e por entidades regionais ou nacionais que representam os vários subsectores do agroalimentar, abriu assim as portas do mercado global a mais de 6 dezenas de empresas portuguesas. «Pela primeira vez Portugal apareceu unificado, sob uma só marca e imagem em todos os pavilhões sectoriais, num certame internacional desta natureza», refere ao Cidade Hoje Amândio Santos, presidente da direcção da PortugalFoods. O responsável destaca a importância da mobilização das empresas sob a égide daquele que tem sido o principal interlocutor e dinamizador do sector agroalimentar nos mercados externos. «Desta forma somos mais fortes e mais dinâmicos para conquistar o nosso espaço no mercado global», atira. As 65 empresas portuguesas que marcaram presença na SIAL Paris 2014 apresentaram-se em dois formatos distintos: individualmente embora inseridas num stand colectivo no Pavilhão Internacional da Feira, ora organizadas por grupos de empresas em função dos produtos e em pavilhões dedicados a cada um desses temas. Vieira de Castro, Grupo Primor, Porminho, Campicarn e Ferraz & Ferreira foram algumas das empresas famalicenses que aproveitaram a boleia da Portugal Foods para marcar presença neste importante evento, que se realiza de dois em dois anos, na capital PORTUGALFOODS PROMOVE AGRO-ALIMENTAR A IMAGEM DA MARCA NACIONAL A QUALIDADE DO ARROZ francesa. «O concelho de Vila Nova de Famalicão é um cluster agro-alimentar muito importante, que está até na base da PortugalFoods», aponta Amândio Santos, lembrando que há empresas que integram o conselho de administração, caso da Vieira de Castro e do Grupo Primor. De acordo com aquele responsável, o nível de facturação das 36 empresas representadas individualmente no certame ronda os mil milhões de euros, enquanto que a capacidade exportadora ultrapassa os 300 milhões. «Quando conseguimos mobilizar as melhores empresas e aquelas que têm maior experiência no mercado internacional demonstramos que temos dimensão e que somos capazes de competir num mercado tão global», frisa Amândio Santos, sublinhando que a instituição que dirige tem o mérito de conseguir agregar num cabaz alimentar produtos que cativam os clientes. O presidente da Portugal Foods reconhece que o país é pequeno na sua dimensão geográfica, mas grande na capacidade de empreender. «Temos empresas que bri- lham nos mercados internacionais não pela quantidade mas pela diferenciação, com produtos únicos recheados de história e tradição, mas que agora são acompanhados de tecnologia capazes satisfazer os clientes mais exigentes». De entre as várias acções previstas, destaca-se a participação em feiras de referência do sector, como a SIAL de Abhu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, entre outras. «Viajámos pelo mundo com as empresas e para 2015 temos definidas várias acções. Em 2016 queremos voltar aqui a Paris com uma dinâmica ainda mais inovadora e com outra dimensão», atira, salientando que a instituição que lidera, além de trabalhar na comercialização e implementação das marcas nacionais no panorama internacional, tem como missão reforçar a competitividade das empresas do sector, incorporando inovação. «Fomentamos a ligação das empresas às universidades para que o conhecimento tecnológico chegue à vertente produtiva das empresas», explica. FERRAZ & FERREIRA MOSTRA QUALIDADE EM PARIS A Ferraz & Ferreira, com sede em Vilarinho das Cambas, trabalha na área dos pré-cozinhados ultracongelados, desde 1979. Tem no mercado vários tipos de produtos, desde salgados, pizzas e bases para pizza, folhados, pastelaria e pão. Para mostrar a qualidade dos seus produtos e conquistar novos mercados, a empresa tem estado presente em várias feiras: em Maio deste ano esteve na APAS, em São Paulo (Brasil); na passada semana “mostrou-se” em Paris, integrando um stand nacional intitulado Portugal Foods, com outras marcas de produtos alimentares. Ao nível da qualidade, a Ferraz & Ferreira pauta-se pela gestão de qualidade e segurança alimentar. Formar, informar e apostar no desenvolvimento e aplicação de acções diferenciadoras são o padrão de actuação, procurando um crescimento sustentável. Estes são alguns dos motivos pelos quais recebeu, em 2013 e pelo quarto ano consecutivo, o galardão PME Excelência pelo desempenho económico-financeiro; pelas mesmas razões, em 2014 foi distinguida como PME Líder. A 9 de Julho de 2013 recebeu da Câmara Municipal de Famalicão a medalha de mérito municipal económico. Ao longo dos anos, a Ferraz & Ferreira Lda foi crescendo em termos físicos, tecnológicos e humanos, com preocupações crescentes de higiene e salubridade, necessárias para a concepção, produção e comercialização dos produtos pré-cozinhados, nomeadamente rissóis, croquetes, pastéis de bacalhau, panados, massas folhadas, massas de croissant, pastéis de nata, pizzas, bases para pizzas e outros. O arroz está em quase toda a gastronomia portuguesa e é o acompanhamento habitual de qualquer iguaria. Portugal é, de resto, um dos países mais consumidores de arroz de toda a Europa, com uma larga diferença dos restantes países, mas ao nível da produção ainda não somos reconhecidos mundialmente. «Não temos escala suficiente para o sermos em termos da produção, mas já somos reconhecidos mundialmente pela qualidade do nosso produto», explica André Coelho, responsável pelo departamento de marketing da Novarroz, empresa que tem uma parceria mensal com o CH, e que também esteve na SIAL de Paris, à “boleia” da PortugalFoods. Sediada em Oliveira de Azeméis, a Novarroz não se dedica ao cultivo do arroz. «Somos industriais de arroz», assim define André Coelho o trabalho que tem sido feito na unidade fundada em 1979. «Compramos arroz em casca aos produtores e procedemos ao descasque, branqueamento, embalamento e venda de arroz e de subprodutos de arroz». Existem mais de duas mil variedades de arroz. Pode ser de grão longo e fino, glutinoso, integral, tailandês ou basmati. Em Portugal, o Carolino é o principal tipo de arroz produzido e de maior consumo. «É o mais adequado ao nosso tipo de cozinha» nota André Coelho, salientando que foram várias as amostras que a empresa levou até Paris, de onde destaca a gama Oriente com uma vasta variedade de opções que proporcionam uma viagem desde o Japão, Índia, Canadá, Itália, Espanha ou Tailândia. Embalada em vácuo, esta é a gama premium da marca. André Coelho diz que a participação na SIAL é «uma excelente oportunidade para estar em contacto com um segmento importante que é a comunidade emigrante portuguesa». Além disso, «temos a possibilidade para conhecer distribuidores de todo o mundo». A Novarroz trabalha com muitos países europeus e com alguns asiáticos. Tem relações comerciais com os EUA e América do Sul.