Set/Out 2011
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Set/Out 2011
Set/Out 2011 Índice 05 Meio Ambiente Plano Nacional de Resíduos Sólidos em consulta pública 06 Meio Ambiente GMP se reúne sem a presença do CONAMA 08Legislação Sindicatos apresentam propostas para a Resolução SMA 38 09Qualidade Cláudia M. Generoso, assessora jurídica do Sindilub Programa do Monitoramento da Qualidade muda de nome 13 Sindilub em Ação 10Capa 14 Seu Negócio Lubrificantes em destaque no Salão Duas Rodas Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012 Como garantir renda em caso de acidente ou doença 16 Fique por Dentro ARLA 32 18Varejo Parcerias de sucesso 20Entrevista Petrobras produzirá óleo básico grupo II no Comperj 22Entrevista Contra o apagão da mão de obra 24Evento Simpósio da AEA discute a evolução tecnológica dos óleos lubrificantes 26Evento A competitividade e o futuro da indústria automotiva Editorial Caros leitores, Lendo a pauta desta edição para escrever estas mal traçadas linhas, tive a impressão que os colaboradores já foram tomados pela inevitável ansiedade característica do final de ano. Sim, porque matérias não faltam nesta edição, dada a variedade de temas abordados. Desde os comentários sobre as propriedades do Arla 32, passando por meio ambiente, negociações coletivas de trabalho, entrevistas, boas informações sobre negócios, até os eventos realizados nesse período, de interesse para o Revendedor de lubrificantes. Calma, pessoal, esta ainda não é a última edição da Sindilub Press este ano. Guardem o fôlego para a próxima, e aí sim estourem a champanhe, descansem, pero no mucho. Num desses dias, ao ler o jornal chamou-me a atenção a opinião de um analista econômico sobre a crise nos Estados Unidos, e principalmente na Europa, e a estabilidade econômica experimentada no Brasil. Dizia ele, em outras palavras, mais ou menos o seguinte, que há pouco tempo atrás também lá havia a estabilidade econômica, que se dissipou em curto espaço de tempo, devido a vários fatores, mas dentre eles, principalmente o controle dos gastos. Ora, em tempos de estabilidade econômica, elevar gastos é uma tentação. O duro é manter a posição, com os gastos elevados, numa eventual crise. Pensando bem, é uma receita bastante simples, e perfeitamente aplicável também a um micro universo, pois é preciso sempre considerar que é mais difícil cortar gastos lá na frente, em eventual turbulência, que ser comedido para elevá-los na bonança, afastando a tentação. Isso não quer dizer, por favor, que não se deve pensar em investimentos. Tudo depende, porém, de como fazê-lo, da previsão orçamentária. Miremos o exemplo da responsabilidade fiscal em nível de finanças públicas, e apliquemos ao nosso universo. Tenho um amigo apaixonado pela língua latina, que às vezes envia-me algumas mensagens pela Internet, mas ainda bem que sempre acompanhadas da respectiva tradução para o português. Apropriadamente, a última que me enviou, ouso transcrevê-la em latim, porém com a tradução (confio nele, heim?): Carpe diem quam minime credule postero (Consumir-se o todo hoje, pois não há o mesmo amanhã). No mês de outubro visitamos dois eventos importantes realizados na cidade de São Paulo, o Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva e o Salão Duas Rodas. Neste último, a matéria de capa deu especial enfoque aos lubrificantes desenvolvidos pelos fabricantes especialmente para motocicletas. Aqueles que tiveram o privilégio de comparecer a esses dois eventos por certo saíram dos salões recompensados. A indústria de lubrificantes não para de evoluir. Isso é muito bom para a revenda, que sempre tem novidades para oferecer ao mercado consumidor. Boa Leitura. Expediente Presidente: Laercio dos Santos Kalauskas Vice-Presidente: Lucio Seccato Filho Diretor Secretário: Jaime Teixeira Cordeiro Diretor Tesoureiro: Paulo Roberto N. Carvalho Diretor Social: Antonio da Silva Dourado Diretor Executivo: Ruy Ricci Rua Tripoli, 92 - Conjunto 82 V. Leopoldina - São Paulo - SP - 05303-020 Fone/Fax: (11) 3644-3440 / 3645-2640 www.sindilub.org.br - [email protected] Coordenadora: Ana Leme - (11) 3644-3440 Jornalista Responsável: Ana Azevedo - MTB 22.242 Editoração: iPressnet - www.ipressnet.com.br Impressão: A. R. Fernandez - (11) 3271-6520 Capa: Shutterstock As matérias são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente opinião da revista. Não nos responsabilizamos conteúdos dos anúncios publicados. É proibida reprodução de qualquer matéria e imagem sem nossa prévia autorização. Órgão de divulgação do Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes – SINDILUB Foto: Wellington Cerqueira Que maravilha! Que bom seria se assim fosse, poder saber, ter a certeza, que no amanhã nada te faltará. Laercio Kalauskas Presidente do Sindilub M eio Ambiente Plano Nacional de Resíduos Sólidos em consulta pública Texto: Renato Vaisbih A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi colocada em consulta pública durante os meses de setembro e outubro, com a realização de audiências em todo o país. Como membro do Grupo de Trabalho Temático (GTT) da Logística Reversa de Embalagens Plásticas Usadas de Óleos Lubrificantes, o Sindilub foi comunicado oficialmente da decisão. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, “o plano é um instrumento importante para efetiva implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), porque traz cenários macroeconômicos e institucionais, diretrizes e estratégias e as metas para o manejo adequado de resíduos sólidos no Brasil”. As contribuições oriundas das audiências públicas regionais e das sugestões encaminhadas via internet até o dia 7 de novembro serão apresentadas na Audiência Pública Nacional, marcada para os dias 30 de novembro e 1º de dezembro, em Brasília. Produção de lubrificantes Alguns pontos em debate dizem respeito diretamente à logística reversa de embalagens de óleos lubrificantes e ao oluc (óleo usado e contaminado), sendo que representantes do Sindilub participaram ativamente das discussões sobre o tema. A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos indica que se tratam de resíduos perigosos, segundo a norma brasileira NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), definida em 2004. Documento preliminar indica que 35% do total de lubrificantes comercializados no Brasil é coletado após o uso O documento colocado em consulta pública também analisa dados sobre o mercado no Brasil, com informações fornecidas pelo Ministério do Meio Ambiente em junho de 2011, que apontam a comercialização, no ano passado inteiro, de 1.260.533,41 m³ de óleos lubrificantes, sendo coletados após o uso 381.023,80 m³, o que representa 35% do total vendido. O relatório preliminar ainda considera levantamento feito pelo Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) que calcula no Estado de São Paulo uma produção de 1 milhão de m³/ano, o equivalente a cerca de 150 milhões de embalagens, a maioria delas de 1 litro. S sindilub 5 M eio Ambiente GMP se reúne sem a presença do CONAMA Texto: Ana Azevedo O GMP – Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução Conama 362/05 realizou nos dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a 24ª reunião. O evento contou com a 2ª Reunião Setorial sobre o gerenciamento dos óleos lubrificantes usados e ou contaminados – oluc, que tem por objetivo a divulgação da Resolução, dos resultados obtidos até este momento e do debate quanto às diversas formas de contribuição de cada setor para a melhoria do sistema de logística reversa do oluc, no sentido de atender também ao que estabelece a Lei 12.305/2010, que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. Participaram do encontro, que aconteceu na FIEMS – Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul, representantes de diversos setores da economia, que tiveram oportunidade de conhecer um pouco do trabalho que vem sendo realizado pelo GMP, bem como as principais características dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, o sistema legal de gestão desse resíduo, e as expectativas em relação aos entes representados pelos presentes. Após essa apresentação, cada um dos participantes teve oportunidade para apresentar suas ações e preocupações sobre o tema, mostrando os diversos aspectos que envolvem a coleta, seja sob o ângulo do poder público, ou das empresas. Além da reunião setorial, que é um importante marco para o trabalho do Grupo, o diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci, destacou o fato de ser a primeira vez que uma reunião do GMP não contou com a presença de representantes do Conama. A ausência vem sendo justificada por problemas de dotação de verba para os Ministérios, porém, diz Ric- 6 sindilub “ O grupo teve no sucesso desse evento a confirmação de sua sensibilidade ao reunir previamente representantes locais da indústria e comércio para debater com o GMP ” ci, “além desta justificativa tenho impressão que existe um injustificado desestímulo às reuniões itinerantes do GMP, que paradoxalmente atribuo mais ao sucesso desses eventos do que a sua ineficiência”. O diretor ressalta que o importante é continuar contando com a participação da ANP, das Associações Abema e Anamma, além dos representantes da sociedade civil como Apromac e de entidades de classe ligadas aos problemas ambientais gerados com a coleta de oluc, como Sindirrefino, Sindicom, Simepetro, Sindirepa e o Sindilub. “O grupo teve no sucesso desse evento a confirmação de sua sensibilidade ao reunir previamente representantes locais da indústria e comércio para debater com o GMP pontos específicos de suas realidades relativas à aplicação da Resolução 362, nos surpreendendo o interesse pelo assunto, o desconhecimento da Resolução, os volumes de oluc envolvidos e a sua destinação”, comenta. Para Ricci o aprendizado acumulado pelo Grupo se repete cada vez mais na eficiência, na organização das oficinas, na receptividade e facilidades operacionais oferecidas pelas Federações das Indústrias e Comércio dos estados visitados, e na receptividade demonstrada pelos estudantes, principalmente da área de engenharia de meio ambiente, convidados a participar das oficinas, que em conjunto com os agentes ambientais dos estados e municípios, revelam uma sinergia que sem dúvida contribuirá para acelerar a conscientização de uma cultura voltada para a preservação do meio ambiente. S @cosan_mobil /cosan.mobil Se você acha sua família superprotetora, é porque ainda não conhece a nossa. Superproteção é com a gente mesmo. Por isso desenvolvemos lubrificantes com tecnologia avançada para cada tipo de motor: Mobil Super Flex, ideal para proteger motores flex contra o desgaste; Mobil Super EcoPower, que ajuda na redução do consumo de combustível; e Mobil Super Sintético, que oferece proteção totalmente sintética. Mobil Super. Superproteção para todos os tipos de carros. ® Todos os nomes dos produtos Mobil constantes nesta peça são marcas registradas da Exxon Mobil Corporation ou de uma de suas subsidiárias. A Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. é a distribuidora autorizada pela Exxon Mobil Corporation para o desenvolvimento da atividade de distribuição de produtos Mobil no Brasil, sendo sua a responsabilidade pelo exercício local dessa atividade. L egislação Sindicatos apresentam propostas para a Resolução SMA 38 Texto: Ana Azevedo E O Diretor Executivo do Sindirrefino, Walter Françolin explica que foi xpirou no último dia dois de outubro o prazo para que fabricantes e importadores apresentassem ao Governo do Estado de São Paulo proposta de implantação de programas de responsabilidade pós-consumo, indicando um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos dos produtos que a Resolução relaciona como de significativo impacto ambiental, que devem voltar para o setor produtivo. É a chamada logística reversa. solicitado à Secretaria elaborar um Termo de Compromisso com os A determinação consta da Resolução SMA-038, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em complemento ao Decreto nº 54.645, de 2009, que regulamenta a Lei nº 12.300, de 2006, explica o assessor técnico da Secretaria, Flávio Ribeiro. “A lei já existe desde 2006, todas as empresas estão obrigadas. Estamos esclarecendo que a Resolução só pediu que fosse apresentada uma proposta, é uma maneira menos traumática de aplicar a lei. A proposta vai orientar um cronograma de aplicação”. discutirmos o assunto. Estamos aguardando”. Ribeiro diz que foram feitas 54 reuniões e duas audiências públicas para tratar do tema. Especificamente na questão dos óleos lubrificantes usados (oluc) e embalagens usadas de óleos lubrificantes, a discussão reuniu as principais entidades ligadas ao setor, como o Sindilub, Sindirrefino, Sindicom, Simepetro e Sindirepa. Durante as reuniões os representantes dos Sindicatos apresentaram e discutiram várias considerações sobre o tema. No caso do óleo lubrificante foi protocolado um documento conjunto, explicando que o produto já possui uma política de logística reversa, 8 desde a publicação da Resolução Conama 362/05. sindilub Sindicatos, estabelecendo princípios de ambos os lados. “Queremos que o Estado também invista na fiscalização da destinação irregular do oluc; bem como na desoneração e agilidade da análise dos projetos de modificação das plantas das empresas coletoras e rerrefinadoras”. Segundo Françolin, é preciso que as empresas tenham uma contrapartida do Estado, “o documento tem que fixar responsabilidades de parte a parte”, destaca. A proposta é homologar o programa de coleta do oluc, que já existe, e então fixar os pontos para elaborar o Termo de Compromisso. “O Secretário ficou de marcar uma nova reunião para Com relação à coleta das embalagens de óleos lubrificantes, o Sindicom e o Simepetro protocolaram um documento apresentando o “Programa Jogue Limpo”, que já está em funcionamento, inclusive na cidade de São Paulo. Para Ribeiro, o fato do Programa estar bem adiantado pode facilitar a adesão dos demais integrantes da cadeia. “Não vamos proibir que ninguém apresente uma proposta individual, mas sugerimos que isso seja feito de forma coletiva. Com as entidades fazendo essa articulação, fica mais fácil para quem propõe, até porque um acordo envolvendo todos facilita e reduz custos”. Ribeiro afirma que a Secretaria sempre reconheceu que o assunto não é fácil para ninguém. “Começamos o mais suave possível e vamos avançando, pois sabemos que isso inclui custos, envolve market share, além de outros fatores”. Segundo o assessor, as empresas estão representadas, e o controle será feito pelo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). No momento da apresentação da proposta, cada entidade deverá indicar os CNPJs cobertos, para que as empresas sejam identificadas. O próximo passo, a exemplo do oluc, será a assinatura de um Termo de Compromisso. “É um documento hierarquicamente abaixo do acordo setorial, com algumas particularidades. Se preciso for, vamos rever Segundo Ribeiro, o Governo paulista não quer esperar pelo Federal para começar a implantação. “Nos sentimos na obrigação moral de começar por aqui, que é um Estado com mais estrutura. O governo Federal tem um problema grande, são muitos municípios e alguns muito pequenos”. promisso ainda em novembro, para então efetivar a coleta a partir de janeiro. Ribeiro acredita que pelo fato do Jogue Limpo já existir, haverá uma agilidade no processo. No entanto, comenta que a questão é muito complexa em outros setores, como o de lâmpadas fluorescentes, no qual o custo para descontaminação é muito maior que o da produção da lâmpada. A Secretaria acredita que cobriu praticamente 100% da questão dos óleos e embalagens após essa rodada de negociações. Para eles o importante nesse momento não é percentual de coleta, mas a ideia de responsabilidade. “Acreditamos que existirão ganhos econômicos de agentes da cadeia, como já existe com o óleo usado, que é matéria-prima para a produção de óleo básico. Vamos ter empresas interessadas, e assim o processo prospera. Não será preciso que o governo intervenha. Se necessário, pensaremos em metas”. Embora no primeiro momento a Resolução fale do produtor e importador, o assessor lembra que a revenda também será envolvida. “O revendedor pode aderir ao programa do produtor como solidário, mas a questão não está definida, temos divergências de opiniões. Se a revenda não entrar agora, terá que entrar depois”. o que está sendo feito em função do que for decidido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos”, alerta. Para o momento o importante é a cobertura geográfica. Quanto mais consumidores participarem da devolução das embalagens, melhor. O percentual deverá ficar para uma segunda etapa, depois que o programa “ganhar musculatura”. A Secretaria espera iniciar a assinatura dos primeiros Termos de Com- A Revenda Ribeiro explica que as soluções serão negociadas, mas que todos os setores terão que assumir uma parcela de responsabilidade. “Se a revenda não se aliar ao fabricante, se não assinarem juntos, teremos que analisar como irão atender a Resolução”. S Q ualidade Programa do Monitoramento da Qualidade muda de nome Texto: Ana Azevedo C riado há cinco anos, o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes - PMQL, está ganhando um novo perfil. Desde a edição de agosto de 2011, o Programa passou a ser chamado de “Programa de Monitoramento dos Lubrificantes – PML. De acordo com a Superintendência da Qualidade da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o novo nome retrata melhor sua abrangência, já que além da qualidade são tratados dados de registro e rótulo. Outra mudança anunciada está na periodicidade da divulgação dos dados, que passa de mensal para bimestral. O objetivo é conferir maior representatividade aos resultados reportados, já que as conclusões deverão se basear em um universo maior. Desde sua criação, o Programa vem se posicionando como importante ferramenta para mapear a qualidade dos lubrificantes e avaliar o mercado. Ao longo do ano de 2011, os índices giraram em torno dos 20% de não-conformidade, níveis considerados elevados pela ANP. Em função disso, a Agência pretende intensificar as ações de fiscalização junto ao segmento, de forma a garantir um produto com maior qualidade. S sindilub 9 C apa Divulgação Lubrificantes em destaq Texto: Renato Vaisbih O 10 ção de 336% nos últimos onze anos, segundo dados divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos s principais fabricantes de óleos lubrificantes tiveram presença marcante no 11º Salão Duas Rodas, realizado de 4 a Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), chegando a uma frota superior 9 de outubro, no Pavilhão de Exposição do Anhembi, em São a 17,5 milhões de veículos. Para o encerramento do Paulo. Castrol, Ipiranga, Motul, Petrobras, Total e Shell apresentaram balanço de 2011, a Abraciclo projeta crescimento de novidades durante o evento. De acordo com os organizadores, a feira 10% nas vendas e de 12,5% na produção, na compa- recebeu neste ano mais de 255 mil visitantes, superando o público ração com o ano passado. nas edições anteriores. “Com essa perspectiva de crescimento, o motociclista Os investimentos no setor de lubrificantes são um reflexo do cresci- se tornou extremamente importante para a gente. Por mento do mercado brasileiro de motocicletas, que registrou eleva- isso desenvolvemos um produto para atender a esse sindilub ue no Salão Duas Rodas consumidor, que é mais seletivo, tem suas necessidades e, muitas vezes, se sente marginalizado em detrimento do setor automobilístico”, afirma Miguel Fabricantes apresentaram Lacerda de Almeida, diretor de lubrificantes da Ipiranga, que comanda uma divisão criada recentemente pela empresa. Para ele, o fato de formar uma diretoria exclusiva para tratar de lubrificantes, ao lado das diretorias de combustíveis e varejo, mostra que a Ipiranga está atenta ao mercado. “A ideia é ter foco no negócio de lubrificantes, uma produtos desenvolvidos exclusivamente para vez que o segmento como um todo, incluindo os carros, está crescendo”. No Salão Duas Rodas, a Ipiranga lançou uma linha exclusiva de óleos para motos durante evento motos, com cinco produtos de especificações diferentes que atendem desde motos para passeio até os veículos utilizados para competições. Visual simplificado O uso de novas tecnologias e embalagens mais atrativas e com in- recorde em São Paulo Roberto Koba Roberto Koba Fábio Chieppe formações simplificadas também foram destaque durante a feira. A que recebeu público sindilub 11 Petrobras, por exemplo, apresentou o óleo Lubrax Tecno Moto e novas embalagens da linha Lubrax já existente, com outros três tipos de lubrificantes exclusivos para motocicletas. A Shell foi outra empresa que alterou as embalagens dos óleos específicos para motos, com um desenho desenvolvido globalmente ao longo de três anos. “Isso reforça a preocupação da Shell em simplificar e melhorar sua oferta de produtos aos clientes, tendo em vista que teremos um portfólio relevante, com fácil compreensão dos benefícios e diferenças dos produtos”, afirma Raphaelly Figueira, analista em marketing de lubrificantes da Shell. A Castrol mostrou aos visitantes a nova linha Actevo, para motos 4 tempos, que já contava com a tecnologia Trizone, agora incrementada com moléculas de proteção ativa, que, de acordo com o fabricante, assegura a proteção do motor até quando a moto está desligada. Além disso, a empresa anunciou para o final do ano o lançamento de mais um óleo, tornando possível atender todas as especificações das principais montadoras de motocicletas no Brasil. Parcerias O gerente comercial da Motul Brasil, José Venâncio, ressalta que a empresa já é especialista em lubrificantes para motos e a sua participação no mercado do país está crescendo. “Para a feira, a gente trouxe como novidade uma linha com 24 itens que complementa o nosso trabalho com lubrificantes. São itens que fazem a diferença para quem é dono de uma moto, que asseguram a manutenção e embelezamento, por exemplo, com lubrificantes de corrente, fluído de freios, cera e produtos para higienização de capacetes”. Venâncio ainda destaca a parceria com a montadora Kawasaki, que utiliza os óleos Motul nos veículos que saem da fábrica, e o processo de desenvolvimento dos produtos da empresa. “Tudo é testado e aprovado nas pistas, em grandes competições internacionais com a presença dos melhores pilotos do mundo. A Motul traz a tecnologia das pistas para o dia a dia do motociclista”. Mais uma parceria entre fabricante de lubrificantes e montadora de motocicletas foi anunciada durante o Salão Duas Rodas. A ELF, marca da Total, iniciou em outubro a distribuição às concessionárias da Kasinski do óleo para motor 4 tempos, fluído de freios e fluído de radiador, o que ocorria anteriormente somente no primeiro enchimento do óleo de motor na fábrica da montadora, em Manaus (AM). Roberto Koba Para Diego Tricci, diretor comercial do grupo, a parceria “mostra mais uma vez 12 nossa presença no mercado brasileiro, agora não somente em carros, mas também no segmento de motos em todo o país”. sindilub S S indilub em Ação Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2012 Texto: Renato Vaisbih E m 26 de setembro foi realizada reunião entre os representantes da Fepetrol (Entidade Profissional) e a Comissão de Negociação do Sindilub, composta pelo presidente, Laercio Kalauskas; pelo diretor-executivo, Ruy Ricci; pelo gerente da associada Fusus – Comércio e Participações (Shell), Edélcio Fornari, assistida pela assessora jurídica da entidade, Cláudia Marques Generoso. Na ocasião foram traçadas as novas diretrizes da Convenção Coletiva de Trabalho que vigorará no período de 1º de setembro de 2011 a 31 de agosto de 2012. Foram definidas a revisão das cláusulas econômicas do referido instrumento, estipulando-se novos pisos salariais e que devem ser pagos pelos revendedores atacadistas de óleos lubrificantes a partir de 1º de setembro – data base da categoria. Também foi negociado o índice de correção salarial de 9% sobre os salários praticados acima dos pisos, sendo que o vale refeição passou a um valor facial de R$ 8,50. Cabe esclarecer que os valores reajustados são retroativos a 1º de setembro de 2011, e fazem parte da Convenção Coletiva do Trabalho que vigorará para o período de 2011/2012. A assessora jurídica do Sindilub, Cláudia Marques Generoso, faz um alerta quanto à cláusula que trata da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), através da qual as empresas deverão observar os novos percentuais que foram negociados, mantendo-se a periodicidade anteriormente pactuada, ou seja, a primeira parcela deverá ser paga em fevereiro e a segunda, e última, em agosto de 2012. Os associados que tiverem dúvidas sobre os novos valores a serem aplicados devem entrar em contato com o Sindilub para solicitar a íntegra do instrumento coletivo negociado. S S eu Negócio Como garantir renda em caso de acidente ou doença Texto: Ana Azevedo Foto: Divulgação O utro dia o presidente Laercio Kalauskas comentou em uma reunião, sobre um problema enfrentado por um amigo. O rapaz, representante comercial, sofreu um acidente de moto e terá que ficar três meses imobilizado. O assunto levantou a seguinte questão: existe alguma maneira de garantir uma renda para esse tipo de profissional, sem vínculo empregatício? A resposta é: existe. Pensando nisso, o mercado de seguros criou entre as diversas opções de coberturas adicionais do Seguro de Vida e de Acidentes Pessoais, a Diária de Incapacidade Temporária (DIT). As diárias são pagas de acordo com o valor contratado, a partir do 16° dia de afastamento das atividades, explica o Assessor Técnico da Presidência do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros, de Empresas Corretoras de Seguros, Resseguros, de Saúde, de Vida, de Capitalização, de Previdência Privada no Estado de São Paulo), Marcos Pummer. Ele explica ainda que é possível contratar mais uma cláusula adicional na qual a diária pode ser antecipada a partir do 8° dia de afastamento em caso de acidentes pessoais. Consultor sênior da Barros de Moura & Associados e diretor da APTS (Associação Paulista dos Técnicos de Seguro), Carlos Antônio Barros de Moura, lembra que essa modalidade de seguro é muito indicada para profissionais liberais que têm seu próprio negócio. “O seguro dá direito a um valor proporcional aos dias em que a pessoa fica afastada de suas atividades, dentro dos parâmetros ditados pelos limites de valores contratados”, comenta. A simulação que pode ser feita é a seguinte: um profissional contrata uma diária de R$ 75,00 e paga quase R$ 30,00 mensais. Nesse caso, se ele deixa de trabalhar por 45 dias (devido a um tratamento médico, por exemplo), receberá R$ 3.375,00 de indenização. 14 Carlos Antônio Barros de Moura Representantes comerciais, profissionais liberais e autônomos podem contar com Diária de Incapacidade Temporária Antes de adquirir qualquer tipo de seguro, no entanto, é preciso estar bem orientado. Marcos Pummer, do Sincor-SP, lembra que é importante procurar um profissional corretor de seguros devidamente habilitado e registrado, “para isso consultem o portal do Sincor-SP – www.sincorsp.org.br – e procurem um corretor de seguros mais próximo de sua residência/trabalho, para a melhor orientação possível da relação custo/benefício”. Barros de Moura ressalta que o DIT tem muito espaço para crescer, mas não é tão procurado, sobretudo porque ainda é desconhecido. De acordo com o Sincor-SP os profissionais que mais utilizam esse tipo de seguro são os profissionais liberais, médicos e dentistas. Vale ressaltar que existe limite de idade para a contratação de seguros. Para Seguro de Vida (morte) e Acidentes Pessoais até 64 anos e somente para Acidentes Pessoais até 70 anos. Em ambos os casos é preciso estar em plena atividade profissional. Outra orientação importante é só fechar negócio se estiver tudo esclarecido. “É importante que o valor caiba no seu bolso e que a seguradora a garantir os riscos seja de primeira linha”, ressalta Pummer. S sindilub F ique por Dentro ARLA 32 – Revendedor deve se preparar para vender e esclarecer clientes Texto: Ana Azevedo Imagem: Divulgação A poluição gerada pela emissão de gases dos motores dos veículos, em especial os movidos a diesel, tem sido objeto de preocupação no mundo todo. A indústria automobilística engajada aos programas de sustentabilidade vem investindo pesadamente no desenvolvimento de tecnologias para a fabricação de motores mais leves, menos poluentes e de baixo consumo de combustível. O governo, por sua vez, através de legislações ambientais cada vez mais severas vem acelerando o processo com objetivo de reduzir o impacto das emissões de gases poluentes. Podemos citar a legislação Conama Proconve 7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), equivalente ao EURO 5, que estabelece que todos os veículos movidos a diesel produzidos no Brasil a partir de 1° de janeiro de 2012, devem atender às citadas legislações. O que é o ARLA 32? ARLA 32 no Catalizador A válvula dosadora recebe informações do motor e efetua a dosagem do ARLA 32. A solução é bombeada para uma válvula dosadora. Uma solução de 32% de Uréia - chamada ARLA 32 - é colocada em um tanque. O ARLA 32 é injetado diretamente no duto de escape. Uma CPU processa informações e informa a correta dosagem ARLA 32 para ser dosado. 16 sindilub O catalizador que está montado no sistema de escape utiliza o ARLA 32 para reduzir o NOx em Nitrogênio comum e Vapor d’água. Os novos motores diesel deverão dispor de um sistema chamado SCR, que neutraliza o Óxido de Nitrogênio (NOx) no sistema de escapamento, processo realizado dentro do catalisador através da injeção no sistema de escapamento de uma solução à base de uréia, que atua na saída dos gases, transformando o NOx gerado na combustão em uma substância inofensiva. É importante observar que os novos caminhões e ônibus equipados com motores com o sistema integrado SCR devem vir equipados com o tanque adicional específico para receber essa solução. Em hipótese alguma o produto deverá ser misturado ao diesel e muito menos ao lubrificante do motor. Comercialmente a solução de uréia é disponibilizada sob a sigla “Arla 32”. O produto já está sendo disponibilizado no mercado através de importação, e até a presente data, pelo que temos notícia, produzido pela Tirreno, Petrobras e Vale, podendo ser encontrado na rede de concessionárias de veículos a diesel, e postos revendedores. Embora o volume inicial de demanda do produto seja pequeno, é importante que o revendedor atacadista não só domine essa nova tecnologia para o esclarecimento aos seus clientes, como inclua o produto na sua grade de comercialização. Atenção »» o uso de qualquer outra solução pode causar sérios problemas ao veículo, que entrará automaticamente em modo de proteção limitando a potência do motor gradativamente; »» utilizar somente diesel com baixo teor de enxofre – S50 (máximo 50ppm de enxofre) e que não possua concentração de biodiesel acima de 5% (B5); »» as embalagens de Arla 32 não devem ser reaproveitadas para outros usos e caso ocorra vazamento ou escorrimento na sua aplicação, limpe imediatamente a região, pois o produto, em contato com metais e conexões elétricas, causa corrosão. V arejo Parcerias de sucesso Texto: Renato Vaisbih Fabricantes de óleos lubrificantes e filtros investem em projetos que vão desde a capacitação de funcionários até atendimento diferenciado nas revendas P or motivos óbvios, seria impossível manter uma revenda ou qualquer outro tipo de negócio envolvendo lubrificantes sem um relacionamento direto com os fabricantes dos produtos oferecidos nestes estabelecimentos. Na outra ponta, também é evidente que os produtores de óleos têm inúmeros interesses em jogo e traçam diferentes estratégias para aumentar o volume de vendas. É dessa equação que surgem projetos e parcerias frutíferos para todos, inclusive aos consumidores finais, proprietários de automóveis, motos ou outros tipos de veículos. A fabricante de filtro Tecfil criou o Centro de Treinamento TecStop, com uma extensa programação de cursos gratuitos para empresários do setor e seus funcionários. O objetivo principal é capacitar os aplicadores, apresentando os produtos e a maneira correta de utilizá-los. De acordo com Roberto Rualonga, gerente da assistência técnica da empresa, “é uma forma de estreitarmos o relacionamento com os nossos clientes e distribuidores, além de contribuir tecnicamente e aumentar a confiança. Outro ponto levado em 18 sindilub Foto: Divulgação Tecfil Foto: Carol Castro consideração ao criar o TecStop foi a carência no mercado de treinamento deste tipo para quem vende os produtos. Assim, também mostramos a importância do estreitamento comercial”. Adotado em 2006 pela Total Lubrificantes, que comercializa as marcas Elf e Total, o projeto ROC (da sigla em inglês para Rapid Oil Change) transfere o know-how do fabricante para os empresários. Trata-se de uma espécie de franquia, com algumas diferenças nas regras, como a inexistência da cobrança de royalties (taxas pelo uso da marca). “A ideia é oferecer estabelecimentos diferenciados, com atendimento especializado, ágil, em um ambiente confortável e com serviço prestado por técnicos treinados pela Total, que efetuarão, ainda, a checagem gratuita de até 15 itens de segurança do veículo para seus clientes”, afirma Diego Tricci, diretor comercial do grupo. Outra parceria com empresários foi viabilizada pela Cosan Lubrificantes e Especialidades, detentora do direito de uso da marca Mobil no Brasil, com o objetivo de atender às necessidades do mercado com um conceito diferenciado de atendimento aos clientes. O programa, batizado de Mobil 1 Center, teve início em setembro, com a inauguração de duas lojas-piloto em Campinas, no interior paulista. “Há troca de óleo, alinhamento, balanceamento, injeção eletrônica, serviços de freios, pneus e suspensão. Uma sala de espera Foto: Divulgação Mobil equipada com televisão, WiFi e café é um conforto a mais para a espera da troca. Sem contar a imersão no clima de Fórmula 1 que conquista qualquer apaixonado por carros”, afirma Newton Perez, gerente nacional de Vendas - Automotivo da Cosan Lubrificantes e Especialidades. S E NTREVISTA Bernardo Lemos Gerente de Com. Int. de Lub. e Parafinas da Petrobras Petrobras produzirá óleo básico grupo II no COMPERJ Texto e Foto: Ana Azevedo A Petrobras decidiu incluir no projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) a produção de óleo básico para fabricação de lubrificantes do chamado grupo II. O produto de melhor qualidade do que o atualmente produzido pela estatal no Brasil, favorece a formulação de lubrificantes automotivos que contribuem para a economia de combustível e para a redução de emissões. Cerca de 60% dos lubrificantes têm como destino o mercado automotivo que vem exigindo produtos com maior desempenho, influenciados pela legislação ambiental. O país é o quinto maior mercado no mundo de lubrificantes e o maior em crescimento, no entanto, importa atualmente 60% do óleo básico que consome. A América do Sul totaliza 3.500 mil m³/ano (9% do mercado mundial) com déficit crescente na produção de óleos básicos. Para o gerente de Comércio Interno de Lubrificantes e Parafinas da Petrobras, Bernardo Lemos, a produção no Comperj tem por objetivo atender às necessidades do mercado não só em termos de volume, quanto em melhoria da qualidade dos novos lubrificantes. Como está hoje a oferta de básico tipo II por parte da Petrobras? Atualmente a Petrobras importa óleos básicos grupo II para atender às necessidades de alguns de seus clientes no Brasil. E a demanda no país? A demanda por este tipo de óleo básico está aumentando à medida que o mercado necessita de lubrificantes de melhor qualidade, principalmente para atendimento aos novos requisitos de lubrificantes automotivos. 20 sindilub “ Os preços de óleos básicos no Brasil acompanham a variação deste produto no mercado internacional e a variação do câmbio. ” O que isso significa para os negócios da Petrobras e para o mercado nacional, o início da produção de básico tipo no Comperj? A produção de óleo básico grupo II no Comperj significa redução da dependência de importação de óleos básicos para atendimento ao mercado brasileiro e aumento da participação da Petrobras neste mercado, com um produto de boa qualidade e atendendo às necessidades do mercado. Já existe previsão do tamanho dessa produção? A produção será de 400.000 m³/ano de óleo básico grupo II. Com o aumento do dólar mudou alguma coisa na previsão do consumo de óleo básico no país até o final do ano? Não, o que pode alterar a previsão de consumo de óleo básico no Brasil é a atividade econômica do país. Existe previsão de aumento de preço do básico ou do produto acabado em função dessa virada no preço do dólar? Os preços de óleos básicos no Brasil acompanham a variação deste produto no mercado internacional e a variação do câmbio. A desvalorização do real está, de certa forma, sendo compensada pela redução da commodity no mercado internacional. Mas devido às incertezas na economia mundial, é difícil precisar como será o comportamento destas duas variáveis nos próximos meses e, consequentemente, como se comportará o preço para o mercado brasileiro. S Dê ao óleo usado o destino previsto em lei e ajude a preservar a natureza. Cumpra a Resolução CONAMA 362/2005 SINDIRREFINO Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais Avenida Paulista, 1313 • 8º andar • conjunto 811 • FIESP CEP 01311-923 • São Paulo/SP • Fone/Fax (11) 3285-5498 www.sindirrefino.org.br E NTREVISTA Edécio Fornari Gerente de RH da Fusus Contra o apagão Texto: Renato Vaisbih Foto: Divulgação D urante um fórum organizado em agosto pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), 80 presidentes de grandes empresas do país apontaram que, entre os maiores desafios para os próximos anos, a escassez de mão de obra ocupa o primeiro lugar, citada por 55% dos dirigentes. A entrada de novos concorrentes estrangeiros no mercado nacional (22%), a variação cambial (18%) e a taxa de juros (4%) também apareceram na lista de preocupações. Edélcio Fornari, gerente de Recursos Humanos da Fusus Comércio e Participações (Shell Lubrificantes) e membro da comissão de negociação sindical do Sindilub, afirma que o resultado do levantamento leva a área de RH para o centro das discussões de qualquer tipo de negócio. Nesta entrevista à Sindilub Press, Fornari ainda analisa o cenário atual com relação às dificuldades enfrentadas pelos empresários para encontrar mão de obra qualificada e enumera algumas sugestões de como agir para manter os bons funcionários nos seus postos de trabalho atuais. Muito se fala sobre o apagão da mão de obra por causa da falta de qualificação. Como o sr. analisa este cenário? A falta de mão de obra qualificada é um assunto que nos acompanha há algum tempo, mas vem ganhando mais importância em função, logicamente, dos pontos positivos da economia do país e das expectativas para o futuro, com a realização de grandes eventos, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Desde quando, então, o Brasil já enfrenta dificuldades por causa da escassez de mão de obra qualificada? Em meados dos anos 1990, no auge da implementação dos programas de qualidade total e a busca por melhorias para se alcançar as certificações ISO, muitas empresas já sentiram a falta de mão de obra qualificada e começaram a investir nos seus funcionários, inclusive com programas para reter esses trabalhadores. Isso, aliás, é uma ação lógica. Não adianta a empresa investir e não reter o funcionário. É jogar dinheiro fora, ou no mínimo treinar para o mercado. Até o início dos anos 2000 vivíamos um momento em que havia muitos profissionais disponíveis no mercado. O problema é que, quando as empresas iam buscar as pessoas nesse mercado, em um processo de seleção com 50 candidatos, acabavam sobrando dois ou três qualificados para aquela vaga que precisava ser preenchida. E como está o mercado atualmente? A falta de mão de obra continua sendo um problema, apesar da expansão da economia e da onda de consumo verificada no Brasil nos últimos anos. A formação e qualificação de mão de obra não acompanharam este crescimento, pelo contrário aumentou o déficit. Percebemos dificuldades mesmo em áreas de grandes empregadores e que a mão de obra não tem de ser extremamente qualificada, como em algumas posições na área da construção civil, por exemplo. A área de lubrificantes também enfrenta este apagão? Conforme você vai afunilando para ser mais técnico, vai piorando. Então, na hora que você precisa de um funcionário mais técnico, que entenda como funciona o motor, fica mais difícil. Seria muito bom o trabalhador de uma revenda de lubrificantes, de uma loja de autopeças ou de uma oficina mecânica vender o o da mão de obra Gerente de RH defende treinamento e benefícios para reter talentos nas empresas lubrificante e explicar para o cliente como o produto atua no motor e quais os seus benefícios. O funcionário da revenda de óleo também precisa estar melhor preparado, conhecer as especificações dos lubrificantes, comparar um produto com o outro, indicar qual o melhor óleo para determinado tipo de motor. Para o trabalhador conhecer isso tudo, é preciso formação e, mais do que isso, que esteja comprometido e engajado com a empresa. Existe alguma receita para formar e engajar o funcionário? Esse é o problema que está tirando o sono dos CEOs das grandes companhias, como mostrou o levantamento da ABRH. O que vamos fazer para conseguir essa mão de obra e, depois, para retê-la? Os presidentes das grandes empresas colocam claramente que querem ter o setor de RH mais próximo deles. Isso se tornou algo estratégico nas companhias, com a área de RH no centro das mesas de discussões. E essa experiência também é válida para pequenas e médias empresas, como as que fazem parte do segmento de lubrificantes no Sindilub. O sr. afirma que as pequenas e médias empresas também podem seguir exemplos das grandes companhias. No segmento de lubrificantes, o que os empresários podem fazer para qualificar a mão de obra e manter os trabalhadores? Eu coloco para todos – companhias, distribuidores e revendedores – a educação como ponto fundamental. É muito importante investir em treinamento. Depois disso, como fazer para manter meus talentos? É preciso ter boas práticas, ser uma empresa que tem um diálogo aberto, uma comunicação transparente, um bom ambiente de trabalho e que proporcione segurança e qualidade de vida. Só a remuneração não é mais suficiente para segurar os trabalhadores. É claro que ainda é algo importante, mas não é tudo. Um processo de feedback na companhia, por exemplo, pode ser positivo, com os funcionários em contato constante com seus superiores. Os benefícios tradicionais ajudam a reter os funcionários? Os benefícios variam de empresa para empresa, inclusive com alguns itens definidos por convenções coletivas e acordos sindicais. Mas o empresário precisa pensar em algo diferente, como algumas ações que podem ser, em alguns casos, até mais eficientes do que o aumento de salários. Dar prêmios por metas atingidas por um funcionário que teve bons resultados, como uma viagem com a família dele, pode ser muito bom. Desenvolver um bom programa de Participação nos Resultados. Premiá-lo por uma ideia implementada e que trouxe ganhos financeiros para a empresa. Mais do que benefícios, acho que é importante a oportunidade de desenvolvimento profissional. Nas pequenas e médias empresas, é possível auxiliar um jovem trabalhador pagando parte de um curso técnico ou da universidade. Certamente ele vai perceber que está sendo valorizado e terá chances de ter uma promoção no médio prazo. Os trabalhadores da nova geração não têm muita paciência para esperar por resultados. Eles querem saber logo como será a sua carreira. Qual o recado que o sr. deixaria para os empresários do segmento de lubrificantes sobre o relacionamento com seus funcionários? Nas pequenas e médias empresas, os funcionários precisam se sentir donos do negócio. E isso é bom para os dois lados. O empregado se sente valorizado e, para a empresa, o retorno que esse funcionário vai dar é muito melhor. Ele vai fazer o trabalho com muito mais carinho e eficácia. Mas o grande recado é investir em educação em todos os níveis. É disso que as empresas precisam hoje para sobreviver. Se você perde hoje um funcionário, seja ele um ajudante, um analista, um gerente ou um diretor, você terá dificuldades para repor esse profissional. S sindilub 23 E vento Simpósio da AEA discute a evolução tecnológica dos óleos lubrificantes Texto: Ana Azevedo Fotos: João Luiz Oliveira - Tecnifoto A Visão Tecnológica dos Lubrificantes Automotivos foi o tema central do IV Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, no dia 27 de outubro, no Hotel Renaissance, em São Paulo. Ao longo de todo o dia, diversos palestrantes, sendo cinco internacionais, discorreram sobre as tendências e desafios do setor. Durante a abertura o presidente da AEA, Antonio Megale, destacou a importância do pais ter não apenas um grande mercado, mas também tecnologia de ponta. Comissão organizadora do evento. Da esquerda para a direita Pedro Nelson Belmiro (Consultor Técnico de Lubrificantes), Simone Hashizume (Gerente Senior da JX Nippon Oil) e Sergio Luiz Viscardi (Gerente Técnico da Ipiranga). Abrindo os trabalhos o vice-presidente da Cummins para a América Latina, Luis Afonso Pasquotto, falou sobre a expectativa dos consumidores em relação aos lubrificantes. Para ele, os usuários comuns buscam preço, enquanto os profissionais querem qualidade e desempenho. No painel internacional sobre óleos básicos, que contou com a participação do diretor técnico da SL Lubricantes Américas, Mike Brown, o diretor de vendas da neste Oil, Ed Potter e o diretor de vendas da ExxonMobil Chemical, Martin Krevalis, foi dado destaque para as tendências e desafios tecnológicos dos óleos básicos, que buscam a economia de consumo, melhor desempenho dos motores e controle da emissão de poluentes. A qualidade dos óleos lubrificantes foi o tema da palestra da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, apresentada pela especialista em regulação, Maria da Conceição França. O representante do Inmetro, Fabio Ferreira Real, abordou os requisitos de avaliação de conformidade para fluidos de freio. Os aspectos tecnológicos que envolvem a relação entre óleos lubrificantes e os componen- 24 sindilub tes dos motores modernos, bem como a influência da tribologia na performance da transmissão, foram os temas da segunda metade do Simpósio, apresentados por Rafael Antonio Bruno, da Mahle Metal leve e Carlos Mussato, da ZF do Brasil. Para finalizar o evento, o Painel Tecnologia reuniu Eduardo Baralt, cientista da Novvi SA, de Marcos Davi Rufino dos Santos, gerente de Vendas da ChevronOronite, Ian Field, gerente de óleos lubrificantes de cárter automotivo da Infineum e de Cláudio Williams Azevedo Lopes, gerente de Vendas da Afton Chemical. Ao final de cada painel e palestra, os presentes tiveram oportunidade de realizar perguntas. Os painéis foram mediados pelo representante do IBP - Instituto Brasileiro do Petróleo, Pedro Nelson Belmiro. De forma geral, todos os palestrantes destacaram como principal desafio, a redução de emissão de CO², concomitantemente à economia de consumo e eficiência energética. Para os organizadores do evento, a presença dos convidados e participantes estrangeiros prova que o Brasil, 6° maior produtor de automóveis e 5° de motocicletas, está entre os mais importantes mercados internacionais também em óleos lubrificantes. S E vento A competitividade e o futuro da indústria automotiva Texto: Ana Azevedo Foto: Divulgação AEA A convite da AEA o Sindilub participou da 19ª edição do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - SIMEA 2011. O evento, realizado nos dias 21 e 22 de setembro, no WTC Sheraton Hotel, em São Paulo, teve como tema central a “Competitividade da Indústria Automotiva Brasileira: o futuro é agora”. Para o diretor executivo do Sindilub, Ruy Ricci, que representou o Sindicato, o evento demonstrou uma magnitude surpreendente tanto pela área de exposição, que contou com a presença de estandes da indústria automobilística, bem como de universidades que tem no seu currículo foco voltado para a formação de profissionais de engenharia automotiva, quanto pelas palestras nas plenárias. Durante a abertura do evento, o diretor da IHS Automotive, Philip G. Gott fez uma leitura do segmento automotivo internacional, até o detalhamento do pólo produtivo brasileiro, hoje na 6ª posição do ranking mundial, contextualizado no 5° mercado consumidor mais importante do mundo. “A visão estratégica do setor automotivo brasileiro deve contemplar a pergunta: o que o Brasil quer ser no futuro?”, indagou Gott. Outro painel que mereceu destaque abordou o desenvolvimento do profissional da indústria automobilística com uma grande preocupação com a falta de mão de obra especializada em nível de engenharia, já verificada no presente, e principalmente, quando se visualiza o futuro. Esse painel contou com a participação de cinco palestrantes, como Miguel Jorge, ex Ministro do 26 sindilub Desenvolvimento da Indústria e Comércio, professor José Roberto Cardoso, diretor da Poli-USP, João Irineu Medeiros, diretor da Fiat Powertrain, Ronaldo Salvagni, professor doutor e diretor acadêmico da AEA. Como mediador Fred Carvalho, diretor e editor da Autodata, responsável pela organização do evento, e a participação do estudante de engenharia mecânica da Poli, Diego Haim, que transmitiu aos presentes sob seu ponto de vista, a dificuldade da atração do recém-formado pelo setor automobilístico que passa entre outros pontos, pela baixa remuneração oferecida. A programação contou ainda com painéis que cuidaram do cenário atual de emissões, mesa redonda das montadoras sobre a importância do desenvolvimento de uma engenharia automotiva nacional, segurança no transporte e no trânsito e inovação para a competitividade. Durante os dois dias de evento, simultaneamente ocorreram cerca de 50 sessões técnicas dispostas em auditórios que abordaram os mais diversos temas. De acordo com Ricci, difícil foi escolher as palestras das sessões técnicas, que se sobrepunham, tanto pelos temas de relevante interesse quanto por horários, porém com total flexibilidade para circulação entre os auditórios. De forma geral, os debates concentraram-se na proposta de se encurtar o distanciamento entre a indústria, universidades e o governo, clareza na visão estratégica setorial, para consolidar o setor automobilístico brasileiro como um dos pólos produtivos mais importantes do mundo. S
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