Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão
Transcrição
Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão
ISSN 0103-9121 (versão impressa) ISSN 2318-9444 (versão eletrônica) Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão Nova Série Volume 37 Número 3 - Julho/Setembro de 2015 Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Instituto Nacional da Mata Atlântica Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão Nova Série v. 37 n. 3 julho-setembro 2015 BOLETIM DO MUSEU DE BIOLOGIA MELLO LEITÃO Nova Série ISSN 0103-9121 (versão impressa) ISSN 2318-9444 (versão eletrônica) v. 37 n. 3 julho-setembro 2015 GOVERNO DO BRASIL PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Rousseff MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO José Aldo Rebelo Figueiredo INSTITUTO NACIONAL DA MATA ATLÂNTICA DIRETOR EM EXERCÍCIO Helio de Queiroz Boudet Fernandes Endereço eletrônico do INMA www.inma.gov.br INSTITUTO NACIONAL DA MATA ATLÂNTICA CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Akemi Shibuya (IB-USP) Ana Paula Carmignotto (UFSCar) Bolivar Rafael Garcete-Barrett (UNA-Paraguai) Cibele Rodrigues Bonvicino (INCA) Diva Maria Borges-Nojosa (UFC) Fernando César Vieira Zanella (UNILA) Geraldo Jorge Barbosa de Moura (UFRPE) Henrique Caldeira Costa (UFV) Marcelo Napoli (UFBA) Roberta Richard Pinto (MN/UFRJ) Robson Waldemar Avila (URCA) Ulisses Leite Gomes (UERJ) BOLETIM DO MUSEU DE BIOLOGIA MELLO LEITÃO EDITOR CIENTÍFICO Luisa Maria Sarmento Soares, Instituto Nacional da Mata Atlântica EDITORES ASSOCIADOS Biogeografia: Alexandre Cunha Ribeiro, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil Biologia Marinha: Fernando Zaniolo Gibran, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP, Brasil Botânica: Arno Fritz das Neves Brandes, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil Ecologia: Giulianna Rondineli Carmassi, Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre, ES, Brasil Entomologia: Frederico F. Salles, Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus, ES, Brasil e Elaine Della Giustina Soares, Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, PR, Brasil Etnobiologia: Eraldo Medeiros Costa Neto, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil Genética: Paulo Affonso, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, Brasil Herpetologia (anfíbios): Geraldo Jorge Barbosa de Moura, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil Herpetologia (répteis): Vinicius Xavier da Silva, Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG, Brasil Ictiologia: Marcelo Ribeiro de Britto, Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Maztozoologia: Dra. Caroline Cotrim Aires, Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, SP, Brasil Ornitologia: Dr. Renato Gaban-Lima, Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil Editoria internacional: María Dolores Casagranda, Instituto de Herpetología Fundación Miguel Lillo CONICET, San Miguel de Tucumán, Argentina Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação INSTITUTO NACIONAL DA MATA ATLÂNTICA Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão Nova Série ISSN 0103-9121 (versão impressa) ISSN 2318-9444 (versão eletrônica) Bol. Mus. Biologia Mello Leitão Nova Série Santa Teresa v. 37 n. 3 p. 241-343 julho-setembro 2015 ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Instituto Nacional da Mata Atlântica Av. José Ruschi, 4, 29650-000 Santa Teresa, ES - Brasil Fone/Fax (27) 3259-1182 E-mail: [email protected] Endereço eletrônico do INMA: www.inma.gov.br SEER - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas E-revista@s - Plataforma Open Acess de Revistas Científicas Electrónicas Españolas Y Latinoamericanas Portal de Periódicos CAPES DOAJ - Directory of Open Access Journals VERSÃO ONLINE DA REVISTA: www.inma.gov.br/boletim.asp PRODUCÃO EDITORIAL Coordenação editorial Luisa Maria Sarmento Soares SUBMISSÃO DE TRABALHOS: http://www.boletimmbml.net/boletim/ Editoração eletrônica Comunicação Impressa AQUISIÇÃO [email protected] Impressão Gráfica e Editora Nonononon INDEXADORES Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão está indexado em: Kew Record of Taxonomic Literature Zoological Record – BIOSIS Latindex – Sistema Regional de Información em Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, Espanã y Portugal. Ilustração da capa Teresa Miranda/ Chris Colombo (Beija-flor) Superior esquerda - Eurytomidae, Bephrata Cameron, 1984 Superior direita - Aphelinidae, Punkaphytis Kim & Heraty, 2012 Inferior esquerda - Trichogrammatide, Oligosita Walker, 1851 Inferior direita - Formicidae, Cylindromyrmex Mayr, 1870 Tiragem 1.000 exemplares Publicação: on line, 10 de agosto de 2015 Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão - Nova Série – n. 1 (1992). – Santa Teresa: Instituto Nacional da Mata Atlântica, 1992 – ISSN 0103-9121 (versão impressa) ISSN 2318-9444 (versão eletrônica) Trimestral a partir do v. 33 ano 2014 Títulos anteriores: Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Antropologia, 1953; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Biologia, 1949-1985; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Botânica, 1949-1985; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Divulgação, 1960-1984; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Geologia, 1978; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Proteção à Natureza, 1949-1982; Boletim do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão – Zoologia, 1951-1984. 1. Biologia. 2. Botânica. 3. Conservação. 4. Ecologia. 5. Zoologia. I. Instituto Nacional da Mata Atlântica. II. Museu de Biologia Prof. Mello Leitão. CDU – 504 (05) CDD21 – 574 (05) 581 (05) 591 (05) 570.05 577.05 580.05 590.05 © Direitos de Cópia /Copyright 2015 por/by MCTI/ Instituto Nacional da Mata Atlântica EDITORIAL Prezados leitores, Nos últimos anos, os pesquisadores brasileiros testemunharam o crescimento da produção acadêmica nacional, tornando o processo de publicação científica competitivo, especialmente na busca de periódicos com qualificação, fator de impacto e inserção internacional. Em consonância com essa tendência, a equipe editorial do Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão - Nova Série agilizou do processo de submissão e revisão de manuscritos sem abrir mão da excelência e originalidade dos artigos. Não obstante, o Boletim também representa um espaço democrático para a divulgação das pesquisas relacionadas à Biodiversidade, independentemente da abordagem, variando desde trabalhos de taxonomia alfa até aqueles relacionados à filogenia, biogeografia e diversidade genética. Merece destaque a possibilidade de envio de novas ocorrências e listas de espécies, por entendermos que há uma lacuna desse tipo de informação, essencial para a gestão sustentável dos recursos naturais e tomada de decisões para a conservação da biodiversidade. A fim de que esses trabalhos não fiquem restritos à redoma de grupos científicos, assumimos, com certa dose de ousadia no cenário atual, a decisão de incluir trabalhos em língua portuguesa, além do espanhol e inglês, garantindo o acesso ao conteúdo para o meio não-acadêmico e estudantes, sem custos de submissão e com disponibilização gratuita do conteúdo. Essa política editorial tornase especialmente importante com o grave e inesperado contingenciamento de recursos financeiros à pesquisa e pós-graduação no Brasil. No caso da presente edição, os artigos selecionados demonstram tal abrangência. O primeiro artigo traz novos registros de uma espécie de cobra-cega (Liotyphlops beui), destacando a importância desses dados para estudos de modelagem e status de conservação. Em seguida, é apresentado um estudo comparativo de duas espécies simpátricas de raias (gênero Myliobatis) ao longo do litoral sul brasileiro, demonstrando diferenças importantes que diminuem a competição por recursos. O terceiro artigo descreve a biologia reprodutiva do anfíbio Hypsiboas crepitans em área de transição entre Caatinga e Mata Atlântica na Bahia, considerada um hotspot de biodiversidade. Ampliações na distribuição em mais de 100 km em direção sudeste de uma espécie de Amphisbaena (Squamata) e mais de 500 km ao leste do roedor Oligoryzomys fornesi são apresentadas nos dois artigos seguintes, respectivamente. Por fim, é reunida uma lista impressionante de insetos himenópteros do Espírito Santo, totalizando 972 gêneros, a maioria representando primeiras citações para o estado. Para que continuemos a divulgar essas e outras pesquisas, esperamos contar com a submissão de mais trabalhos nas diferentes áreas para os próximos números. Somente com a participação ativa dos leitores, poderemos atingir as metas de qualificação esperadas para esse importante periódico que celebra a biodiversidade Neotropical de modo tão amplo e idôneo. Paulo Roberto Antunes de Mello Affonso (editor de área – Genética) CONTEÚDO/CONTENTS New records of Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) and an updated distribution map - Novo registro de Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) e uma atualização do mapa de distribuição .............................................................................................. ................... Henrique C. Costa, Fidélis Júnio Marra Santos & Daniel Loebmann 241 Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias simpátricas, Myliobatis goodei e M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes) - Diet and morphology of the head, mouth and teeth of two sympatric rays, Myliobatis goodei and M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes) ..................................... ... Gabriela Amaral de Rezende, Ricardo Roberto Capitoli & Carolus Maria Vooren 255 Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans (Amphibia, Anura, Hylidae) Reproductive biology of Hypsiboas crepitans (Anura, Hylidae) ............................. ............................................................................Ana Paula Barbosa Nascimento, Arhetta Almeida, Amanda Santiago Ferreira Lantyer-Silva e Juliana Zina 271 Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): Distribution extension and map - Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): extensão de distribuição e mapa ................................................ Jéssica Yara Araujo Galdino, Ubiratan Gonçalves, Gesika Matias & Selma Torquato 293 Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Distribution extension - Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Extensão da distribuição ............................................... ........................................ Natália L. Boroni, Ulyses F. J. Pardiñas & Gisele Lessa 301 Checklist of the genera of Hymenoptera (Insecta) from Espírito Santo state, Brazil - Lista de gêneros de Hymenoptera (Insecta) do Espírito Santo, Brasil ....... .......................................................................... Celso O. Azevedo, Ana Dal Molin, Angélica Penteado-Dias, Antonio C.C. Macedo, Beatriz Rodriguez-V., Bianca Z.K. Dias, Cecilia Waichert, Daniel Aquino, David R. Smith, Eduardo M. Shimbori, Fernando B. Noll, Gary Gibson, Helena C. Onody, James M. Carpenter, John E. Lattke, Kelli dos S. Ramos, Kevin Williams, Lubomir Masner, Lynn S. Kimsey, Marcelo T. Tavares, Massimo Olmi, Matthew L. Buffington, Michael Ohl, Michael Sharkey, Norman F Johnson, Ricardo Kawada, Rodrigo B. Gonçalves, Rodrigo M. Feitosa, Steve Heydon, Tânia M. Guerra, Thiago S.R. da Silva & Valmir Costa 313 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):241-253. Julho-Setembro de 2015 241 New records of Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) and an updated distribution map Henrique C. Costa1,*, Fidélis Júnio Marra Santos2 & Daniel Loebmann3 ABSTRACT: Data on species distribution is basic information for many research fields, including assessment of conservation status. Usually, this issue is non-available or it is incomplete for fossorial species. Herein, we provide an updated map of distribution and new records of occurrence of the blind snake Liotyphlops beui. Although it is one of the most widely distributed Neotropical anomalepidids, we identify relevant gaps on species records of occurrence as well as dubious information about its most Austral distribution. A dataset with all recognized records which may be useful for other studies like distribution modeling is also provided. Key words: Blind snakes; gaps of distribution; Scolecophidia. RESUMO: Novo registro de Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) e uma atualização do mapa de distribuição. Dados sobre distribuição de espécies constituem uma informação básica para muitas linhas de pesquisa, incluindo a avaliação de estado de conservação. Geralmente, esses dados não estão disponíveis ou são incompletos para espécies fossoriais. Nós apresentamos um mapa de distribuição atualizado e novos registros de ocorrência da cobra-cega Liotyphlops beui. Embora seja uma das espécies de anomalepidídeos mais amplamente distribuída, identificamos importantes lacunas nos registros dessa espécie, assim como informações dúbias sobre sua distribuição austral. Uma base de dados com todos os registros identificados, a Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Zoologia, Laboratório de Herpetologia. Avenida Antônio Carlos 6627, Pampulha, 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil. 2 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Museu de Ciências e Tecnologia, Laboratório de Sistemática de Vertebrados, Setor de Herpetologia. Avenida Ipiranga, 6681, Partenon, 90619-900, Porto Alegre, RS, Brasil. 3 Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Vertebrados. Avenida Itália, km 8, Vila Carreiros, 96203-900, Rio Grande, RS, Brasil. * Corresponding author. [email protected] Recebido: 3 jun 2014 – Aceito: 3 fev 2015 1 242 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui qual pode ser útil para outros estudos como modelagem de distribuição também é apresentada. Palavras-chave: Cobras-cegas; lacunas de distribuição; Scolecophidia. Anomalepididae Taylor, 1939 comprises four genera of blind snakes: Anomalepis Jan, 1860, Helminthophis Peters, 1860, Liotyphlops Peters, 1881, and Typhlophis Fitzinger, 1843 (McDiarmid et al., 1999). Liotyphlops is the richest genus, with 10 species current recognized, distributed from Costa Rica to Argentina (Dixon & Kofron, 1983; Haad et al., 2008; Centeno et al., 2010). In his Catalogue of the Snakes from the British Museum, Boulenger (1893) synonymized Liotyphlops with Helminthophis. Thirty years later, Amaral (1924) described Helminthophis beui, based on specimens from Butantan, São Paulo, Brazil, and the same author further synonymized H. beui with Helminthophis ternetzii Boulenger, 1896 (Amaral, 1929). Dunn (1932), removed Liotyphlops from the synonymy of Helminthophis, and only after the study by Dixon & Kofron (1983) L. beui was resurrected. Liotyphlops beui is diagnosed by having: three scales contacting posterior edge of prefrontal; two scales contacting posterior edge of nasal between second supralabial and prefrontal; five scales in the first vertical row of dorsals; four supralabials; four infralabials; 22–26 anterior scale rows; 20–24 midbody scale rows; 20 posterior scale rows; 384–464 dorsal scale rows (Centeno et al., 2010). Today, this species has one of the widest range among its congeners, occurring from Misiones in Argentina, northward to Goiás, in Brazil (Centeno et al., 2010). Recently, after examining anomalepidids deposited in some Brazilian collections, we found specimens from localities representing important records for the knowledge of the geographic distribution of Liotyphlops beui. These new records come from specimens in the collections of Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, and Museu de Ciências e Tecnologia, PUC-RS (MCT), Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Two specimens (UFMG 1906, 1907 [Figure 1]), from Pará de Minas (19.8600° S, 44.6078° W) represent the second known record from the state of Minas Gerais, filling a gap of ca. 800 km between Uberlândia and Colatina, the closest records (Centeno et al., 2010). In Figure 1 of Centeno et al. (2010), two locality records for L. beui are present in Minas Gerais: Uberlândia in the west and a second point in the southeast, which actually lies in the city of Viçosa, where L. wilderi, not L. beui occurs (F. C. Centeno, by e-mail to HCC; see also the appendix in Centeno et al. (2010), and Costa et al. (2010)). Other four new important records come from Bom Progresso (27.5439° S, 53.8658° W) (MCT 19086), Frederico Westphalen (27.3589° S, 53.3939° W) (MCT 4345), Frederico Westphalen, Colégio Agrícola (27.3916° S, 53.4307° Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 243 Figure 1. Live specimen of Liotyphlops beui (UFMG 1907, snout-vent length 282 mm), from Pará de Minas, state of Minas Gerais, Brazil. Photo by Henrique C. Costa. W) (MCT 9494), and Porto Vera Cruz (27.7358° S, 54.9008° W) (MCT 11676). Lema (1994, 2002) cites L. beui for Rio Grande do Sul, but without voucher or detailed locality information. Although close to previous known localities in Argentina (Giraudo, 1994), our records of L. beui for Rio Grande do Sul can be considered the first with voucher specimens. With these new data, Liotyphlops beui is now known to occur from Porto Vera Cruz in Rio Grande do Sul, northward through Misiones (Argentina), Ciudad del Este (Paraguay) and the Brazilian states of Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso (westernmost record in Barra do Bugres [15.0728° S, 57.1808° W]), Espírito Santo (easternmost record in Colatina [19.5400° S, 40.6300° W]), Minas Gerais and Goiás (northernmost record in Minaçu, UHE Cana Brava [13.4882° S, 48.1871° W]) (Table 1). Locality records lie in the terrestrial ecoregions (sensu Olson et al., 2001) of Alto Paraná Atlantic Forests (including a transition with the Southern Cone Mesopotamian Savanna), Araucaria Moist Forests, Serra do Mar Coastal Forests, Bahia Interior Forests, Cerrado, and Chiquitano Dry Forests (Figure 2). 244 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui Liotyphlops beui inhabits environments varying from forests to open habitats, including urbanized areas (Barbo et al. 2011). Besides the new records here presented, many gaps remain in the knowledge of the geographic distribution of Liotyphlops beui. Probably, the examination of specimens from regional collections, and even more field work may help filling those gaps. Figure 2. Geographic distribution of Liotyphlops beui. Red dots = literature records; yellow squares = new records. Terrestrial Ecoregions follow Olson et al. (2001). See text for details and Table 1 for the list of localities here represented. -27.5140 -25.7037 Oberá Parque Nacional Iguazú Argentina Misiones Argentina Misiones GO MG MG MS MS / MT Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil -20.4419 -17.6086 UHE Ponte de Pedra -18.9189 -19.8600 Terenos Uberlândia Pará de Minas -13.9000 GO Brasil UHE Serra da Mesa GO Brasil -16.3190 -13.4882 Minaçu, UHE Cana Brava GO Brasil UHE Corumbá IV -14.3089 Mambaí, PCH Santa Edwidges GO Brasil -18.3065 -16.6721 Goiânia, Campinas GO Brasil Serranópolis 1 -19.5400 Colatina ES Brasil -27.3833 Posadas Argentina Misiones -27.1000 -26.2664 Aristobolu del Valle Argentina Misiones Argentina Misiones Latitude -26.9305 Municipality/City, Localidade 17 Km al sur de Fracrán por el camino que va hacia El Soberbio 30 km al noreste de Bernardo de Irigoyen Country State/Province Argentina Misiones -54.8278 -54.8600 -48.2769 -44.6078 -48.3100 -48.3373 -51.9624 -48.1871 -46.1736 -49.2898 -40.6300 -55.8833 -54.4645 -55.1221 -54.8333 -53.67 ? IBSP 8882 IBSP 75588 Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983) Silva Jr. et al. (2009) UFMG 1906, 1907 Centeno et al. (2010) MZUSP 11042–11043 Moreira et al. (2009); Centeno et al. (2010) This study ? IBSP 44188 Moreira et al. 2009 ? Centeno et al. (2010) MZUSP 15117, 15118 IBSP 4552 MZUSP 5255, 5256 CUNAM s/n CIES 45, 53 MACN 3554 CFA 231, 405 MACN 33040 Voucher CFA 431 Moreira et al. (2009) Cintra et al. (2009) Dixon & Kofron (1983); Centeno et al. (2010) Amaral (1954) Giraudo (1994) Giraudo (1994) Giraudo (1994) Giraudo (1994) Giraudo (1994) Longitude Source -54.2820 Giraudo (1994) Table 1. Locality records of Liotyphlops beui based on literature review and this study. Voucher information is based solely on its respective source. Collection acronyms: Argentina: CFA = Colección Felix de Azara; MACN = Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”; CIES = Colección del Centro de Investigaciones Ecológicas Subtropicales; CUNAM = Colección de la Universidad Nacional de Misiones. Brazil: MZUSP = Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo; IBSP = Instituto Butantan; UFMG = Universidade Federal de Minas Gerais; MNRJ = Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro; MCT = Museu de Ciências e Tecnologia, PUC-RS. USA: CM = Carnegie Museum; MCZ = Museum of Comparative Zoology; DU = Duke University. Switzerland: MNHG = Museum d’Histoire Naturelle, Geneve. United Kingdom: BM = British Museum. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 245 State/Province MT MT PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR PR RJ RS Country Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil -25.4115 Curitiba, Jardim Social Bom Progresso Paraty1 -27.5439 -23.2185 -26.2300 -25.5074 Tres Barras do Paraná, Barra Bonita União da Vitória -23.3100 -25.0950 -23.3100 Rolândia Ponta Grossa Londrina -25.5478 -25.4287 Curitiba, Cirsto Rei Foz do Iguaçu -25.3990 Curitiba, Bacacheri -25.5762 Cruzeiro do Iguaçu, Foz do Chopim -25.4278 -25.4313 Boa Vista da Aparecida, Flor da Serra Curitiba -25.5928 -23.0508 -15.4500 Latitude -15.0728 Araucaria Andirá Chapada dos Guimarães Municipality/City, Localidade Barra do Bugres -53.8658 -44.7134 -51.0858 -53.2930 -51.3689 -50.1619 -51.1628 -54.5878 -49.2284 -49.2441 -49.2367 -49.2728 -53.0425 -53.4121 -49.4100 -50.2289 -55.7400 MCT 10848, 10853–10855, MCT 10871, 10879 MCT 10880; MZUSP 11544–11551 MZUSP 4086-4090, 15643 IBSP 8163, 8164, 8884– 8889 IBSP 26467 MZUSP 6349 Voucher MNRJ 7854 IBSP 73913 MCT 19086 Centeno et al. (2010) This study This study MCT 10857-1059, 10862, 10864, 10868 MCT 16360 MZUSP 2756-2757, 4098 IBSP 68127 ? MNRJ 383, 384 Freire et al. (2007) Bernarde & Machado (2002) Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010) Dixon & Kofron (1983); Centeno et al. (2010) This study MCT 16362 This study Centeno et al. (2010); This study Dixon & Kofron (1983); Centeno et al. (2010) Haad et al. (2008); Centeno IBSP 74097 et al. (2010) This study MCT 16363 Dixon & Kofron (1983); Centeno et al. (2010) Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010) Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983); Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010) This study Longitude Source -57.1808 Freire et al. (2007) Table 1 (cont.) 246 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui State/Province RS RS RS SC SC SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP Country Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil -24.1000 -23.5228 -23.5675 Capão Bonito, Parque Estadual Carlos Botelho Carapicuíba Carapicuíba, Vila Cristina Ibiúna1 Guararapes1 Florínia1 Embu das Artes1 -23.6565 -21.2615 -22.9035 -46.8524 -23.6039 -22.8167 Campinas, Mata de Santa Genebra Cotia -22.9058 -23.5108 -23.3856 Campinas Barueri Bacaetava -47.2234 -50.6434 -50.7384 -46.8524 -46.9189 -46.8410 -46.8358 -48.0333 -47.1167 -47.0608 -46.8758 -47.6544 -50.3500 IBSP 23210 IBSP 62761, 75379; MNRJ 10578; MCT 16361 IBSP 76279 IBSP 62751–62752 IBSP 70988, 71358 IBSP 27588 ? IBSP 44200, 61986–61988 Freire et al. (2007); Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010); This study Haad et al. (2008) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) ? Forlani et al. (2010) Freire et al. (2007); Centeno et al. (2010) Sazima & Manzani (1995) CM 39570, 39571; IBSP 16036, 75391; MCZ 142557 IBSP 61758, MNRJ 8143 IBSP 7640 ? IBSP 67915 -22.5500 Araújo & Almeida-Santos (2011) Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983) Dixon & Kofron (1983) ? Assis, Estação Ecológica de Assis -52.5332 IBSP 55743 Angatuba 1 Centeno et al. (2010) -26.6618 Ipuaçu / São Domingos, UHE Quebra Queixo ? MCT 11676 -49.2201 Bérnils et al. (2001) This study Araçariguama1 -27.1170 Áreas altas da Bacia do Rio Itajaí 2 MCT 9494 This study -54.9008 -53.4307 Voucher MCT 4345 Longitude Source -53.3939 This study Hartmann & Giasson (2008) Centeno et al. (2010) -27.7358 -27.3916 Frederico Westphalen, Colegio Agricola Porto Vera Cruz Latitude -27.3589 Municipality/City, Localidade Frederico Westphalen Table 1 (cont.) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 247 State/Province SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP Country Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Porto Feliz Piraju 1 Paranapanema 1 -23.2150 -49.3844 -48.7234 -22.9678 -23.5250 Osasco, Vila Quitaúna Ourinhos -23.5328 -23.6678 -49.9464 -23.5458 -23.1858 -23.5278 -23.2639 -23.5489 Osasco Mauá Marília 1 Mairinque Jundiaí Jandira Itú Itapevi -24.5333 -23.7169 -20.4733 Iporanga, Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira Itapecerica da Serra Latitude -47.5554 Iporanga Municipality/City, Localidade Iguape1 -47.5239 -49.3844 -48.7234 -49.8708 -46.8083 -46.7919 -46.4608 -49.9464 -47.1828 -46.8839 -46.9028 -47.2989 -46.9339 -46.8489 -48.7500 -49.5822 IBSP 62642 MNRJ 8144–8146 IBSP 26544-26545, 64196, 71725 IBSP 44295 IBSP 30559, 42554 IBSP 69126 IBSP 68909 Centeno et al. (2010) Freire et al. (2007) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) IBSP 73549 IBSP 72489 IBSP 67692, 67693 IBSP 55927 Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) Dixon & Kofron (1983); Centeno et al. (2010) DU R 3974, 3975, 3977; IBSP6403–6404, 2528825289, 31879, 32677, 44235, 58709, 59055, 59187, 59964, 60481, 62141, 62802, 71915, 71929–71930; MZUSP 10661, 12092; MCZ 142576 IBSP 6403– 6405 IBSP 75958 Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) ? MZUSP 7517 Voucher ? Araújo et al. (2010) (Dixon & Kofron, 1983) Longitude Source -47.5554 Centeno et al. (2010) Table 1 (cont.) 248 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui State/Province SP SP SP SP SP SP SP SP Country Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil São Paulo 3 -23.5478 -46.6358 -46.5508 -46.9229 -23.6228 -46.9229 São Caetano do Sul Santana do Parnaíba 1 -52.9556 -22.4672 Rosana, Porto Primavera -50.7224 -46.5275 -47.8417 BM 1946.1.11.12; DU R 3978, 3979; IBSP 13634, 17345, 17842, 18745, 19577, 20871, 22446, 23748, 26629, 27867, 30403, 32428, 32732, 34494, 42271,42422, 42709, 42886, 43817, 43881, 44091, 44348, 45317, 46102, 50044, 53395, 53639, 58948, 60557, 60929, 60940, 61935, 62010, 62027, 62099, 62662, 62676, 62705, 2859, 62944, 63017, 68356, 68682, 70206, 72649, 72797, 72924, 73342, 74105, 74185, 74477, 75354, 75355; MNRJ 10577; MZUSP 2083, 2359, 6451, 6613, 12393 MCT 16365 This study Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983); Freire et al. (2007); Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010); Barbo et al. (2011) IBSP 43658 Centeno et al. (2010) IBSP 41532 IBSP 63077 IBSP 42736 Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) IBSP 55978 Centeno et al. (2010) Voucher IBSP 17756 Centeno et al. (2010) Longitude Source -51.3889 (Dixon & Kofron, 1983) -21.7265 -23.7808 -24.4962 Latitude -22.1258 Rinópolis 1 Riacho Grande Registro 1 Municipality/City, Localidade Presidente Prudente Table 1 (cont.) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 249 SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP SP Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Paraguai -23.5785 São Paulo, Vila Gomes -23.6019 -25.5099 Ciudad del Este, Puente Stroessner -23.5019 Taboão da Serra Sorocaba -23.5778 -23.6007 São Paulo, Morumbi São Roque, Vargem Grande, Fazenda Caitê 4 -23.5533 São Paulo, Jardim Providência -23.5374 -23.5750 São Paulo, Jardim Paulistano São Roque, São João Novo 1 -23.5442 São Paulo, Jaguaré -23.5289 -23.5840 São Paulo, Caxingui São Roque Latitude -23.5678 Municipality/City, Localidade São Paulo, Butantã -54.6035 -46.7528 -47.4578 -47.0604 -47.0399 -47.1350 -46.7327 -46.7192 -46.6404 -46.6869 -46.7506 -46.7168 MCT 16368 MCT 16367 IBSP 42515, 43618, 61946 This study This study Centeno et al. (2010) ISBP 42318 IBSP 22416, 27646-27648, 42757, 44129, 44131, 44133, 44139, 44143 Haad et al. (2008); Centeno IBSP 22377, 22712, 43664, 55334, 59335, 62943, et al. (2010) 63599, 64468, 72517 Dixon & Kofron (1983) MNHG (PE) 736 Centeno et al. (2010) Centeno et al. (2010) IBSP 43618 MCT 16366 Centeno et al. (2010) IBSP 17000 This study IBSP 4790 ISBP 17305 Voucher IBSP 282, 652, 1032, 1041, 1806, 3018–3020, 3024, 3025, 3289, 3799, 5120, 7533, 7568 Amaral (1954); Dixon & Kofron (1983) Dixon & Kofron (1983) Dixon & Kofron (1983) Longitude Source -46.7192 Amaral (1924); Amaral (1954); Haad et al. (2008); Centeno et al. (2010) Notes: 1 Record mapped by Centeno et al. (2010) but not cited in their appendix. Specific informarion was given to us by F. C. Centeno and G. Puorto (Instituto Butantan). 2 Since no specific localities were given by Bérnils et al. (2001), we used general coordinates for high elevation areas of the Itajaí river basin. 3 Barbo et al. (2011) present a map with records of L. beui from several districts of the city of São Paulo, but no locality names were given. 4 Proximate coordinates were used because the toponym Vargem Grande, Fazenda Caitê was not found. State/Province SP Country Brasil Table 1 (cont.) 250 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 251 Acknowledgements To Fernanda C. Centeno for information about her data of Liotyphlops beui, and Giuseppe Puorto for collection numbers of some of Instituto Butantan’s specimens. To Gláucia M. F. Pontes (MCT) for access to specimens under her care. To Leonardo E. Lopes (Universidade Federal de Viçosa, Campus Florestal) for sending the specimens from Pará de Minas to HCC, and to Paulo C. A. Garcia (UFMG) for agreeing to deposit those snakes in the UFMG collection. We are also grateful to Roberta R. Pinto and one anonymous reviewer for comments on the manuscript. Literature Cited Amaral, A. 1924. Helminthophis. Proceedings of the New England Zoölogical Club 9: 25-30. Amaral, A. 1929. Estudos sobre ophidios Neotropicos XVII. Valor systematico de varias formas de ophidios Neotropicos. Memórias do Instituto Butantan 4: 1-68. Amaral, A. 1954. Contribuição ao conhecimento dos ofídios do Brasil. 12. Notas a respeito de Helminthophis ternetzii Boulenger, 1896. Memórias do Instituto Butantan 26: 191-195. Araújo, C. O. & Almeida-Santos, S. M. 2011. Herpetofauna de um remanescente de cerrado no estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Biota Neotropica 11(3): 47-62. Araújo, C. O.; Condez, T. H.; Bovo, R. P.; Centeno, F. C. & Luiz, A. M. 2010. Amphibians and reptiles of the Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), SP : an Atlantic Forest remnant of Southeastern Brazil. Biota Neotropica 10(4): 257-274. Barbo, F. E.; Marques, O. A. V. & Sawaya, R. J. 2011. Diversity, Natural History, and Distribution of Snakes in the Municipality of São Paulo. South American Journal of Herpetology 6(3): 135-160. Bernarde, P. S. & Machado, R. A. 2002. Fauna reptiliana da bacia do rio Tibagi, p. 291-296. In: Medri, M. E.; Bianchini, E.; Shibatta, O. A.; Pimenta, J. A. (Eds.). A Bacia do Rio Tibagi. Londrina: Universidade Estadual de Londrina. Bérnils, R. S.; Batista, M. A. & Bertelli, P. W. 2001. Cobras e lagartos do Vale: levantamento das espécies de Squamata (Reptilia, Lepidosauria) da Bacia do Rio Itajaí, Santa Catarina, Brasil. Revista de Estudos Ambientais 3(1): 69-79. 252 Costa et al.: Geographic distribution of Liotyphlops beui Boulenger, G. A. 1893. Catalogue of the snakes of the British Museum (Natural History). I. London: Taylor and Francis. 448 p. Centeno, F. C.; Sawaya, R. J. & Germano, V. J. 2010. A new species of Liotyphlops (Serpentes: Anomalepididae) from the Atlantic Coastal Forest in southeastern Brazil. Herpetologica 66(1): 86-91. Cintra, C. E. D.; Silva, H. L. R. & Silva Jr., N. J. S. 2009. Herpetofauna, Santa Edwiges I and II hydroelectric power plants, state of Goiás, Brazil. Check List 5(3): 570-576. Costa, H. C.; Pantoja, D. L.; Pontes, J. L. & Feio, R. N. 2010. Serpentes do Município de Viçosa , Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. Biota Neotropica 10: 353-377. Dixon, J. R. & Kofron, C. P. 1983. The Central and South American Anomalepid Snakes of the Genus Liotyphlops. Amphibia-Reptilia 4: 241-264. Dunn, E. R. 1932. Notes on Blind Snakes from Lower Central America. Proceedings of the Biological Society of Washington 45: 173-175. Forlani, M. C.; Bernardo, P. H.; Haddad, C. F. B. & Zaher, H. 2010. Herpetofauna do Parque Estadual Carlos Botelho, São Paulo, Brasil. Biota Neotropica 10(3): 265-309. Freire, E. M. X.; Caramaschi, U. & Argôlo, A. J. S. 2007. A new species of Liotyphlops (Serpentes: Anomalepididae) from the Atlantic Rain Forest of Northeastern Brazil. Zootaxa 1393: 19-26. Giraudo, A. R. 1994. Comentarios sobre las especies del genero Liotyphlops Peters (Serpentes: Anomalepididae) presentes en la Provincia de Misiones (Republica Argentina). Cuadernos de Herpetologia 8(2): 229-233. Haad, J. J. S.; Franco, F. L. & Maldonado, J. 2008. Una nueva especie de Liotyphlops Peters, 1881 (Serpentes, Scolecophidia, Anomalepidae) del sur de la Amazonia Colombiana. Biota Colombiana 9(2): 295-300. Hartmann, P. A. & Giasson, L. O. M. 2008. Répteis, p. 111-130. In: Cherem, J.J.; Kammers, M. (Eds.). A Fauna das Áreas de Influencia da Usina Hidrelétrica Quebra Queixo. Erechim: Habilis. Lema, T. 1994. Lista comentada dos répteis ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, Série Zoologia 7: 41-150. Lema, T. 2002. Os répteis do Rio Grande do Sul. Atuais e fósseis – biogeografia – ofidismo. Porto Alegre: EDIPUCRS. 264 p. McDiarmid, R. W.; Campbell, J. A. & Touré, T. A. 1999. Snake Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. Washington: The Herpetologists’ League. 511 p. Moreira, L. A.; Fenolio, D. B.; Silva, H. L. R. & Silva Jr., N. J. S. 2009. A preliminary list of the Herpetofauna from termite mounds of the cerrado Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 253 in the Upper Tocantins river valley. Papéis Avulsos de Zoologia 49(15): 183-189. Olson, D. M.; Dinerstein, E.; Wikramanayake, E. D.; Burgess, N. D.; Powell, G. V. N.; Underwood, E. C.; D’amico, J. A.; Itoua, I.; Strand, H. E.; Morrison, J. C.; Loucks, C. J.; Allnutt, T. F.; Ricketts, T. H.; Kura, Y.; Lamoreux, J. F.; Wettengel, W. W.; Hedao, P. & Kassem, K. R. 2001. Terrestrial Ecoregions of the World: A New Map of Life on Earth,. BioScience 51: 933-938. Sazima, I. & Manzani, P. R. 1995. As cobras que vivem numa reserva florestal urbana, p. 78-82. In: Morellato, P. C. & Leitão-Filho, H. F. (Eds.), Ecologia e Preservação de uma Floresta Tropical Urbana. Campinas: Editora UNICAMP. Silva Jr., N. J. S.; Cintra, C. E. D.; Silva, H. L. R.; Costa, M. C.; Souza, C. A.; Pachêco Jr.; A. A. & Gonçalves, F. A. 2009. Herpetofauna, Ponte de Pedra Hydroelectric Power Plant, states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, Brazil. Check List 5(3): 518-525. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):255-270. Julho-Setembro de 2015 255 Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias simpátricas, Myliobatis goodei e M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes) Gabriela Amaral de Rezende1,*, Ricardo Roberto Capitoli2 & Carolus Maria Vooren1 RESUMO: Comparamos as dietas e morfologias relacionadas à alimentação de duas espécies de raias simpátricas do gênero Myliobatis. As raias foram coletadas na plataforma do Rio Grande do Sul, litoral sul do Brasil, entre os anos de 1981-2005, nas profundidades de 11-100 m. A alimentação de Myliobatis goodei foi composta principalmente por poliquetas e crustáceos. Outros itens como ofiuróides, peixes e moluscos foram encontrados, mas com pouca representação. Para M. ridens, os moluscos foram os itens mais representativos, seguido pelos crustáceos pagurídeos. Os itens alimentares apareceram em sua maioria inteiros nos estômagos de M. goodei, e fragmentados e sem presença de carapaças duras em M. ridens. Myliobatis ridens possui cabeça mais estreita, placas dentárias mais robustas e maiores, e medidas da boca também maiores do que M. goodei. Tipicamente, as espécies de Myliobatis alimentam-se de moluscos e crustáceos, esmagando as carapaças duras de suas presas com suas fortes placas dentárias. Myliobatis goodei pode ser considerada uma das exceções dentro do gênero, por ter sua dieta baseada em poliquetas. A diferença na dieta entre estas duas espécies parece estar relacionada com as diferenças na morfologia da cabeça, boca e placas dentárias observadas, que minimizam a competição e permitem a partilha alimentar. Palavras-chave: partilha de recursos, divergência evolutiva, placas dentárias, elasmobrânquios. ABSTRACT: Diet and morphology of the head, mouth and teeth of two sympatric rays, Myliobatis goodei and M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes). We compared the differences between diet and morphologies Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica – IO, FURG (Caixa Postal 474, 96201-900 Rio Grande, RS, Brasil) 2 In memoriam *autor para correspondência: [email protected] Recebido: 5 ago 2014 – Aceito: 6 fev 2015 1 256 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis related to feeding of two species of sympatric rays of Myliobatis genus. Rays were collected at the Rio Grande do Sul platform, South Brazil littoral, between 1981-2005, at depths from 11-100 m. The diet of Myliobatis goodei was mainly composed of polychaetes and crustaceans. Other items such as ophiuroids, fish and mollusks were found, but with low representation. For M. ridens, mollusks were the main item, followed by paguridean crustaceans. Most food items appeared complete in Myliobatis goodei stomachs, and fragmented without the presence of hard carapaces in M. ridens. Myliobatis ridens, has narrowest head width, more robust and larger dental plates and mouth measurements larger than M. ridens. Typically, Myliobatis rays feed on mollusks and crustaceans, crushing their hard shells with their strong dental plates. Myliobatis goodei can be considered as one exception on the genus, by their polychaete-based diet. The differences between these two species diets seem to be related with the differences on the head, mouth, and dental plates morphology that minimize competition and allow resource partitioning. Key words: Resource partitioning, evolutionary divergence, tooth plates, elasmobranchs. Introdução As raias do gênero Myliobatis são comuns na costa brasileira, sendo que Figueiredo (1977) descreve duas espécies para o Brasil: Myliobatis freminvillei Leseur, 1824 e Myliobatis goodei Garman, 1885. Mas, no Sul do Brasil, nos anos 90, Vooren (1997) verificou que a raia descrita como M. goodei possuía dois morfotipos, que diferiam principalmente no tamanho proporcional da boca e das placas dentárias. Na época, esses morfotipos foram nomeados Myliobatis DL e Myliobatis DE, em que “DE” e “DL” são abreviações do português para dentes estreitos e dentes largos, respectivamente (Figura 1). Atualmente, Myliobatis DL é reconhecida como uma nova espécie chamada M. ridens Ruocco, Lucifora, Astarloa, Mabragaña & Delpiani, 2012 e Myliobatis DE corresponde às descrições de M. goodei que constam em Bigelow & Schroeder (1953) e em Figueiredo (1977). Myliobatis goodei, para ambos os sexos, apresenta rebordos laterais na cabeça que em vista dorsal ultrapassam o perfil dos olhos (Figura 1A). Já Myliobatis ridens, para ambos os sexos, apresenta a cabeça claramente saliente em relação ao disco, em que a borda lateral não ultrapassa o perfil dos olhos em vista dorsal (Figura 1B). Em ambas as arcadas dentárias das raias do gênero Myliobatis a dentição é constituída por elementos hexagonais em forma de dentes pavimentosos dispostos de maneira a formar uma única placa Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 257 dentária com superfície lisa (Bigelow & Schroeder, 1953). Esse tipo de dentição é do tipo triturador, e é encontrada em elasmobrânquios que se alimentam de invertebrados com partes duras (Cappetta, 1986). Gastrópodes, bivalves, caranguejos e lagostas predominam nas dietas de M. freminvillei, M. aquila e M. californica, mas M. aquila, M. californica e M. goodei também se alimentam de poliquetas (Bigelow & Schoroeder, 1953; Revi, 1975; Capapé, 1976; Gray et al., 1997; Jardas et al., 2004; Sommerville et al., 2011). Figura 1. Vista dorsal de dois exemplares mostrando as diferenças nas larguras das cabeças entre Myliobatis goodei (♀ 478 mm de largura do disco LD) (A, C) e M. ridens (♀ 455 mm LD) (B, D). Detalhes das cabeças destas duas raias em vista ventral, em que se observam diferenças nas larguras das bocas (M. goodei = E; M. ridens = F). Placas dentárias em que se observam diferenças nos tamanhos das placas e dos dentes médios das placas dentárias entre M. goodei (♀ 586 mm LD) (G, H) e M. ridens (♀ 590 mm LD) (I, J) (na esquerda estão as placas superiores de cada espécie, e na direita as placas inferiores). No Sul do Brasil, M. goodei e M. ridens são simpátricas e suas distribuições batimétricas se sobrepõem nas profundidades de 10 a 85 m, com ocorrência de M. goodei entre 10 e 175 m e M. ridens entre 10 e 85 m (Vooren, 1997). Espécies filogeneticamente próximas e simpátricas podem apresentar partilha de recursos e especializações alimentares, minimizando a competição por alimento (Nilsson, 1967). Dessa forma, as raias podem apresentar diferenças na alimentação que devem estar associadas às diferenças morfológicas da cabeça, boca e arcadas dentárias, proporcionando habilidades funcionais 258 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis diferentes na captura, processamento e ingestão das presas. O objetivo deste trabalho é prover informações sobre as dietas, discutindo suas relações com a morfologia das bocas, placas dentárias e cabeças destas duas raias. Material e Métodos Dieta. As raias cujos estômagos foram analisados foram capturadas através de arrasto de fundo realizados por cruzeiros científicos na região que compreende a Plataforma Continental Sul do Brasil, entre o Cabo de Santa Marta Grande (28°36’S; 48º48’O) e o estreito do Chuí (35°45’S; 52º59’O), no período de 1981 a 2005, nas profundidades entre 11 e 101 m. Os estômagos foram retirados de 47 indivíduos de M. goodei (25 fêmeas e 22 machos) e de 48 indivíduos de M. ridens (32 fêmeas e 16 machos) capturados em 19 estações de pesca. Myliobatis goodei ocorreu em 15 estações de pesca, enquanto M. ridens ocorreu em nove estações, sendo que as duas espécies ocorreram juntas em cinco estações. Os indivíduos das duas espécies, cujos conteúdos estomacais foram analisados, possuíam tamanhos semelhantes. A largura do disco (LD) de M. goodei variou de 243-590 mm para machos e 249-880 mm para fêmeas. Em M. ridens a largura do disco variou entre 200565 mm para machos e 254-750 mm para fêmeas. Os estômagos foram fixados em solução de formalina a 10 %, depois preservados em álcool 70%. Os itens alimentares foram identificados até o menor nível taxonômico possível, com auxílio de bibliografia e especialistas. A importância de cada item na dieta foi obtida pelo Índice de Importância Relativa Percentual (IRI%) (Cortés, 1997), modificado para peso, como segue: IRIi = %FOi x (%Ni x %Pi), em que: %FOi é a frequência de ocorrência relativa de cada item alimentar; %Ni é a porcentagem em número de presas ingeridas do item alimentar i no total de itens presentes em todos os estômagos analisados; %Pi é a porcentagem em peso de presas ingeridas do item alimentar i pelo peso total das presas ingeridas em todos os estômagos analisados. Para verificar a diferença na dieta entre as duas espécies, e entre a mesma espécie por sexo e classes de largura do disco (200-399 mm, 400-699 mm, 700-899 mm) a frequência de ocorrência dos itens alimentares foi comparada através do teste-G, com correção de Williams, com nível de significância α = 0,05, disponível no pacote estatístico BioStat 5.0 (Ayres et al., 2000). A sobreposição de nichos entre as espécies foi determinada pelo Índice de Schoener (T), (Schoener, 1970): T=1 – 0,5 Σ |Pxi - Pyi |, em que: T = Índice de similaridade; Pxi = proporção em frequência de ocorrência do item alimentar i ingerido pela espécie x; Pyi = proporção em frequência de ocorrência do Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 259 item alimentar i ingerido pela espécie y. Um valor T ≥ 0,6 é considerado como evidência de alta similaridade entre as dietas das duas espécies (Scrimgeour & Winterbourn, 1987). Morfologia. Para descrever quantitativamente a conformação da boca e da cabeça entre as duas espécies foram considerados 24 indivíduos de M. goodei (sete machos e 17 fêmeas) e 17 indivíduos de M. ridens (seis machos e 17 fêmeas) capturados em outubro de 2000, através de arrasto de parelha comercial na Plataforma Sul do Brasil. As raias das duas espécies, em que foi estudada a morfometria, apresentaram amplitude de largura de disco semelhante. A largura de disco variou entre 462-990 mm para M. goodei, e entre 372-772 mm para M. ridens. Foram aferidas medidas da cabeça, boca, peso das placas dentárias e distâncias entre as fendas branquiais, detalhadas na Tabela 1. As medidas foram realizadas nos indivíduos descongelados. As medidas lineares de cada exemplar, com exceção da espessura da placa dentária, foram transformadas em proporções corporais expressas como porcentagem da largura do disco (Bass, 1973). Tabela 1. Medidas lineares da cabeça, boca, placas dentárias, distâncias entre as fendas branquiais pares e peso das placas dentárias registradas no estudo morfométrico de Myliobatis goodei e Myliobatis ridens. Largura da cabeça na altura da lente dos olhos Largura da boca entre as comissuras laterais Largura máxima da placa dentária superior Largura máxima da placa dentária inferior Espessura da placa dentária superior Espessura da placa dentária inferior Distância entre as primeiras fendas branquiais Distância entre as quintas fendas branquiais Peso da placa dentária superior Peso da placa dentária inferior (LC) (LB) (LPS) (LPI) (EPS) (EPI) (D1F) (D5F) (PPS) (PPI) Unidades: milímetros e grama. As diferenças morfométricas entre as duas espécies foram analisadas através de análises de regressão para cada proporção corporal e peso das placas dentárias relativo à largura do disco. Foram ajustadas equações lineares para as relações largura do disco/largura da cabeça e boca, e equações potenciais para as relações largura do disco/peso das placas dentárias. Para verificar se 260 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis o crescimento das mesmas estruturas entre as diferentes espécies apresentou padrão semelhante ou diferente foi usado o teste-t para os coeficientes angulares e interceptos através do programa BioStat 5.0, com α = 0,05 (Ayres et al., 2000). Resultados A dieta de M. goodei foi composta principalmente por poliquetas, importantes na dieta tanto em frequência de ocorrência (77,5%), como em número (13,7%) e peso (66%) e, consequentemente, em IRI (86,2%). Entre os poliquetas, Ophellidae e Flabelligeridae apresentaram os maiores índices de importância. Os crustáceos representaram o segundo grupo mais importante em frequência (62,5%), número (13,7%) e IRI (10%). Destes, os carídeos foram os mais importantes em frequência (20%) e número (7,7%). Os peixes, representados pela Anchoa marinii (Clupeiformes), apresentaram maior importância em peso (13,6%) do que em número (1,2%), com pouca importância relativa na dieta (IRI = 2,3%). Outros grupos que ocorreram com menor importância foram os moluscos e os equinodermos (Tabela 2, Fig. 2). Ainda, foi verificada a presença de sedimento nos conteúdos estomacais de Myliobatis goodei. A dieta de M. ridens foi composta quase que exclusivamente por moluscos (FO=100%; IRI%=98,7%), sendo que os bivalves apresentaram maior importância tanto em peso (96,4%) quanto em número (90,1%), apresentando o maior valor de IRI (34,5%). Os crustáceos pagurídeos seguiram os moluscos em ocorrência (78%) e número (7,6%) (Tabela 2, Fig. 2). Foi observado que os moluscos presentes no conteúdo estomacal destas raias apresentavam apenas as partes moles, principalmente os pés no caso dos bivalves, e que não apareceram conchas ou sedimentos. Entre as classes de largura do disco estudadas não houve diferença nas dietas para M. goodei (Test-G Williams = 0,7323, gl = 40, p < 0,0001) nem para Myliobatis ridens (Test - G Williams = 0,0687, gl = 8, p < 0,0001). Contudo, entre as duas espécies de raias a dieta foi diferente (test - G Williams < 0,0001, gl = 21 α = 0,05). Ainda, de acordo com o índice de similaridade de Schoener (T), as espécies não apresentam o mesmo espectro alimentar, com o valor de T = 0,03 (para os itens classificados pelo menor nível taxonômico) e T = 0,22 (para os itens classificados por grandes grupos). O coeficiente angular das retas de regressões das relações morfométricas (Figs. 3 e 4) foi estatisticamente diferente entre as duas espécies de raias para as medidas da boca e das placas dentárias (%LB, %LPS, % LPI) (Tabelas 3, 4 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 261 Figura 2. Representação tridimensional da importância em frequência de ocorrência (%FO) peso (%P) e número (%N) dos itens alimentares encontrados na dieta de Myliobatis goodei (A) e M. ridens (B). 1,0 1,0 Paguridae Peneidae 9,0 1,0 Majiidae 9,0 1,0 Macrochiridotea Ophiuroidea 1,0 Lepidopa richmondi ECHINODERMATA 1,0 Idoteidae 3,0 2,0 Goneplacidae Stomatopoda 23,0 Cumacea 1,0 2,0 Cirolonidae 10,0 8,0 Caridea Crustacea n.i 5,0 Amphipoda Pinnixa patagoniensis FO 25,0 CRUSTACEA Itens 22,5 22,5 7,5 25,0 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 5,0 7,5 5,0 20,0 12,5 62,5 %FO 48,0 48,0 14,0 - 1,0 1,0 1,0 1,0 4,0 4,0 2,0 6,0 3,0 3,0 69,0 14,0 123,0 N 5,3 5,3 1,6 - 0,1 0,1 0,1 0,1 0,4 0,4 0,2 0,7 0,3 0,3 7,7 1,6 13,7 %N Estômagos vazios: 7 Estômagos cheios: 40 6,1 6,1 0,7 0,9 0,1 2,2 - 0,4 0,1 3,3 - 3,2 - 0,3 2,5 0,2 13,9 P Myliobatis goodei 3,2 3,2 0,4 0,5 0,0 1,1 - 0,2 0,0 1,7 - 1,7 - 0,2 1,3 0,1 7,3 %P IRI 191,7 190,8 14,6 - 0,4 3,1 - 0,8 1,2 5,4 - 17,8 - 2,5 179,6 20,8 1307,9 3,9 1,5 0,3 - 0,0 0,1 - 0,0 0,0 0,1 - 0,4 - 0,1 3,6 0,4 10,0 %IRI FO - - - 2,0 - 1,0 11,0 - - - - - - - - - 12,0 - - - 4,3 - 2,1 23,4 - - - - - - - - - 25,5 %FO - - - - - 1,0 78,0 - - - - - - - - - 79,0 N - - - - - 0,1 7,6 - - - - - - - - - 7,7 %N Estômagos vazios:1 Estômagos cheios: 48 P - - - 0,2 - 0,1 6,8 - - - - - - - - - 7,0 - - - 0,1 - 0,0 2,2 - - - - - - - - - 2,3 %P Myliobatis ridens IRI - - - - - 0,3 228,6 - - - - - - - - - 253,9 - - - - - 0,0 1,8 - - - - - - - - - 1,3 %IRI Tabela 2. Conteúdos estomacais de Myliobatis goodei (n=40) e M. ridens (n=48). Valores de frequência de ocorrência (FO), número (N), peso (P) e índice de importância relativa (IRI) e suas porcentagens. n.i. = não identificado. 262 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis 19,0 13,0 Matéria orgânica n.i. 10,0 Fabelligeridae Polychaeta n.i 31,0 POLYCHAETA 16,0 3,0 Teleostei n.i Ophellidae 6,0 Anchoa marinii 5,0 8,0 ACTINOPTERYGII 10,0 - Mollusca n.i Onuphidae 1,0 Pelecypoda Maldanidae - 1,0 Loligo sanpaulensis 2,0 MOLLUSCA Gastropoda - ECHIURA 32,5 47,5 40,0 25,0 12,5 25,0 77,5 7,5 15,0 20,0 - 2,5 2,5 - 5,0 - - - 416,0 98,0 16,0 184,0 714,0 - 11,0 11,0 - 3,0 2,0 - 5,0 - 16,2 26,3 46,1 10,9 1,8 20,4 79,2 - 1,2 1,2 - 0,3 0,2 - 0,6 - Estômagos vazios: 7 Estômagos cheios: 40 0,3 25,5 25,7 - 0,8 1,6 - 2,5 - 16,2 26,3 46,1 14,7 1,3 36,8 125,2 Myliobatis goodei - 0,4 0,9 - 1,3 - 8,4 13,9 24,3 7,8 0,7 19,4 66,0 0,1 13,4 13,6 - 219,9 296,4 - 1,9 2,7 - 9,2 - - - 2820,6 465,7 30,7 995,5 11256,5 - - 56,7 9,4 0,6 20,0 86,2 - 4,4 2,3 - 0,0 0,1 - 0,1 2,0 2,0 - - - - - - - - - 16,0 36,0 - 29,0 47,0 4,3 - - - - - - - - - 34,0 76,6 - 61,7 100,0 4,3 2,0 - - - - - - - - - - 586,0 - 344,0 930,0 21,0 0,2 - - - - - - - - - - 56,8 - 33,3 90,1 2,0 Estômagos vazios:1 Estômagos cheios: 48 3,9 0,2 - - - - - - - - - 35,6 145,9 - 113,6 295,0 1,3 0,1 - - - - - - - - - 11,6 47,7 - 37,1 96,4 Myliobatis ridens 14,1 1,1 - - - - - - - - - - 7999,3 - 4345,0 18646,6 0,0 - - - - - - - - - - 63,5 - 34,5 98,7 0,1 Table 1 (cont.) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 263 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis 264 e 5). Os interceptos foram estatisticamente diferentes em relação à largura da cabeça (%LC), à distância das fendas branquiais (%D1F, %D5F), à espessura das placas dentárias inferiores (EPI) e ao peso das placas dentárias (PPS, PPI) com a largura do disco, que foi significativamente maior em M. goodei do que em M. ridens (Tabelas 3, 4 e 5, Figs. 3 e 4). Tabela 3. Estatística descritiva da morfologia da cabeça e boca de Myliobatis goodei e M ridens, com número de indivíduos (n), média, amplitude e desvio padrão (DP). Para as unidades de medição e significados dos demais símbolos, ver Tabela 1. Myliobatis goodei Myliobatis ridens n média amplitude DP n média amplitude DP %LC 19 20,36 16,58 - 22,91 1,46 17 15,98 14,73 - 17,48 0,84 %LB 19 7,30 6,32 - 8,70 0,76 17 9,83 8,33 - 10,31 0,62 %LPS 24 3,77 3,16 - 4,53 0,33 17 5,12 4,17 - 5,71 0,35 %LPI 24 3,52 3,16 - 4,26 0,28 17 4,72 4,17 - 5,43 0,35 %D1F 19 16,06 14,61 -17,39 0,71 15 17,71 17,00 - 18,26 0,39 %D5F 19 10,28 9,37 - 11,14 0,47 15 10,58 9,91 - 11,40 0,44 EPS 15 0,22 0,16 - 0,30 0,03 7 0,50 0,39 - 0,63 0,09 EPI 15 0,25 0,15 - 0,33 0,04 7 0,41 0,32 - 0,49 0,06 PPS 20 1,68 0,37 - 3,96 0,90 11 5,78 2,60 -14,88 3,39 PPI 20 2,53 0,51 - 5,71 1,39 11 7,19 3,47 - 16,01 3,49 Tabela 4. Equações de regressão comparando os valores das dimensões relativos (%) ou absolutos com relação à largura do disco para Myliobatis goodei e M. ridens, e os coeficientes de correlação (r2). Para as unidades de medição e significados dos demais símbolos, ver Tabela 1. Myliobatis goodei Myliobatis ridens Equação de regressão r2 Equação de regressão r2 HWE% y = - 0,0037x + 22,947 0,16 y = - 0,0002x + 16,102 0,00 MOW% y = - 0,0027x + 9,135 0,30 y = 0,0021x + 8,6437 0,11 WPU% y = - 0,001x + 4,4882 0,20 y = 0,0013x + 4,3514 0,14 WPL% y = - 0,0011x + 4,2915 0,31 y = 0,0011x + 4,0777 0,10 G1W% y = - 0,0012x + 16,8724 0,07 y = 0,0031x + 15,899 0,18 G5W% y = 0,0019x + 8,9839 0,38 y = 0,001x + 9,816 0,06 TPU y = 8E - 05x + 0,1665 0,01 y = 0,0007x + 0,1348 0,02 TPL y = 0,0002x + 0,1388 0,24 y = 0,003x + 0,2342 0,16 UPM y = 7E - 08x2,5714 0,84 y = 4E - 12x4,3918 0,74 LPM y = 8E - 08x2,6116 0,78 y = 4E - 11x4,1021 0,81 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 265 Tabela 5. Teste-t entre os coeficientes angulares e interceptos das retas de regressão de Myliobatis goodei e M ridens em relação às dimensões morfométricas relativas com a largura do disco. Valores de t-student, graus de liberdade (gl), e probabilidade (p). Para as unidades de medição e significados dos demais símbolos, ver Tabela 1. coeficiente angular intercepto t-student gl p t-student gl p %LC %LB %LPS %LPI %D1F %D5F EPS EPI PPS PPI -0,9320 -2,7429 -2,6959 -3,2171 -1,325 0,1412 1,5948 1,5802 8,0029 6,3579 32 32 37 37 33 32 18 18 27 27 0,3583 0,0098 0,0105 0,0027 0,1942 0,8886 0,1281 0,1314 < 0,0001 < 0,0001 2,9656 -0,1532 0,4579 0,2206 3,2436 5,7899 1,8014 2,9877 5,2074 6,1507 33 33 38 38 34 33 19 19 28 28 0,0055 0,8791 0,6496 0,8266 0,0026 < 0,0001 0,0875 0,0075 < 0,0001 < 0,0001 Figura 3. Peso e espessura das placas dentárias das raias Myliobatis goodei e M. ridens em relação às larguras dos discos, com as respectivas retas de tendência dos pontos. Espessura da placa dentária superior – EPS; espessura da placa dentária inferior – EPI, peso da placa dentária superior – PPS; peso da placa dentária inferior – PPI. 266 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis Devido ao pequeno número de indivíduos em que foi medida a espessura das placas dentárias de M. ridens (n= 7) não foi possível verificar a relação existente entre a espessura da placa dentária com a largura do disco (Tabela 3, Fig. 4). Contudo, entre a amplitude de largura do disco de 460-690 mm não houve sobreposição entre os valores da espessura de placa dentária para as duas espécies. A média da espessura da placa dentária superior foi de 0,22 mm e de 0,50 mm, e a média da espessura da placa dentária superior foi de 0,25 mm e 0,41 mm, respectivamente para M. ridens e M. goodei. Portanto, para a mesma amplitude de largura de disco as espessuras das placas dentárias superior e inferior de M. ridens foram, respectivamente, 44% e 60% maiores que as de M. goodei (Tabela 6). Todas as medidas morfométricas analisadas foram maiores para M. ridens, com exceção da largura da cabeça que foi 21,5% menor que M. goodei e a distância entre as quintas fendas branquiais, que foi aproximadamente igual para as duas espécies (Tabela 6). Figura 4. Larguras relativas das cabeças e bocas das raias Myliobatis goodei e M. ridens em relação às larguras dos discos, com as respectivas retas de tendência dos pontos. Largura da boca entre as comissuras laterais – LB; largura máxima da placa dentária inferior – LPI; largura máxima da placa dentária superior – LPS; distância entre as primeiras fendas branquiais – D1F; distância entre as quintas fendas branquiais – D5F. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 267 Tabela 6. Razão entre valores médios das estruturas morfométricas das duas espécies. Valores médios de Myliobatis ridens sobre valores médios de M. goodei. Para as unidades de medição e significados dos demais símbolos, ver Tabela 1. medidas %LC %LB %LPS %LPI %D1F %D5F EPS EPI PPS PPI razão 0,78 1,35 1,36 1,34 1,10 1,03 2,27 1,64 3,44 2,84 Discussão As dietas de M. goodei e M. ridens não apresentaram sobreposição. Myliobatis goodei ingere principalmente poliquetas, enquanto M. ridens se alimenta mais de moluscos. Para M. goodei, os resultados são semelhantes aos encontrados por Revi (1975), que descreve para esta espécie uma dieta composta por pequenos crustáceos, poliquetas e peixes. Este é o primeiro registro sobre a alimentação de M. ridens; uma espécie recém-descrita (Ruocco et al, 2012), que havia sido considerada como morfotipo de M. goodei. A conformação dentária das raias do gênero Myliobatis é descrita como dentes em forma de blocos, dispostos em forma de um pavimento horizontal sem espaços entre os dentes e com superfície levemente curvada. Esta dentição foi denominada de trituradora, e é considerada como indício de uma alimentação baseada em invertebrados bentônicos com tegumento duros, principalmente crustáceos, moluscos e bivalves, cujo aproveitamento ocorre após a raia triturar a presa separando a carne do tegumento (Cappeta, 1986). De acordo com os resultados da dieta e morfologia, a alimentação de M. ridens se enquadra na classificação geral para raias Myliobatis, consideradas como predadoras de moluscos com conchas e outros organismos duros, por possuírem placas dentárias capazes de esmagar e triturar presas (Capetta, 1986). A ausência de vestígios de conchas ou sedimento nos conteúdos estomacais de M. ridens, com registros de apenas as partes moles dos moluscos ingeridos, principalmente pés, nos levam a supor que esta raia é capaz de processar o alimento no interior da boca. Provavelmente, quebra as válvulas dos bivalves em seus dentes e separa os pedaços de carne dos fragmentos de 268 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis válvulas, selecionando o que será ingerido (carne) do que será desprezado (válvulas). Algumas raias são capazes de usar os músculos associados à arcada dentária inferior para se alimentar de presas com tegumento duro, separando a parte rígida da carne que será ingerida (Summers, 2000). A raia myliobatiforme Rhinoptera bonasus consegue, através de movimentos da boca e das fendas branquiais, controlar a entrada de água para que esta seja somente pela boca, selecionando partes dos itens alimentares como um tipo de peneiração hidráulica em que as partes indesejáveis são expelidas (Sasko et al., 2006). É possível que M. ridens também possua esta capacidade de controlar o fluxo de água de maneira a separar as conchas dos moluscos de suas partes moles. Estudos confirmam a preferência de moluscos e crustáceos pelas raias Myliobatis, contudo estas raias também se alimentam de poliquetas em quantidades menores (Gray et al., 1997; Jardas et al., 2004; Sommerville et al., 2011). Myliobatis goodei parece ser uma exceção dentro do gênero, por sua preferência por poliquetas. Diferentemente de M. riddens, itens mais delicados, como poliquetas e pequenos crustáceos, foram encontrados relativamente inteiros nos estômagos de M. goodei, sem terem sido triturados e acompanhados da presença de sedimentos. Assim, cria-se a hipótese de que a maneira com que M. riddens e M. goodei processam o alimento antes da ingestão não é a mesma. M. goodei não tritura os alimentos, e a reduzida espessura de suas placas dentárias correspondem a isto, enquanto M. ridens possui boca maior com placas dentárias mais robustas, com aparato mandibular mais adequado à captura e ao processamento de presas duras. No sul do Brasil, M. goodei e M. ridens são simpátricas e suas distribuições se sobrepõem nas profundidades de 10-85 m (Vooren, 1997). McEachran et al. (1976) afirmam que a preferência alimentar pode estar correlacionada com diferenças na boca, número de dentes e forma da arcada dentária, o que levariam à redução na competição entre elas e permitiria a coocorrência. A dentição com placas grossas e fortes, que possibilitam a alimentação de presas com tegumentos duros parece ser a condição ancestral no gênero Myliobatis. Portanto, M. goodei representa uma linhagem evolutiva que teria surgido a partir dos Myliobatis durofágicos. Apesar da sobreposição espacial, a exploração dos recursos alimentares pelas duas espécies de raias estudadas é diferente. Não existe informação sobre a data de origem do táxon M. goodei; sabe-se, contudo, que Myliobatidae é um táxon relativamente recente, surgido nos meados do Cretáceo (Cappetta, 1987). Futuros estudos de fósseis de Myliobatis, com enfoque na altura dos dentes, levando-se em consideração que a especiação possa ter ocorrido através da modificação da espessura das placas dentárias, poderão esclarecer quando M. goodei surgiu a partir da conformação dentária original do gênero. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 269 Literatura Citada Ayres, M.; Ayres, Jr. M.; Ayres, D. L. & Santos, A. S. 2000. BioEstat 2.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil Mamirauá, Bélem, 259p. Bass, A. J. 1973. Analysis and description of variation in the proportional dimensions of the Scyliorhinid, Carcharhinid and Sphyrnid sharks. The Oceanographic Research Institute. Investigational Report Nº 32. Bigelow, H. B. & Schroeder, W. C. 1953. Fishes of the Western North Atlantic (sawfishes, guitarfishes, skates and rays). Sears Foundation for Marine Research, 112-124. Capapé, C. 1976. Etude du régime alimentaire de l’Aigle de mer, Myliobatis aquila (L., 1958) des côtes tunisiennes. Journal du Conseil Permanent International Pour L’exploration de la Mer, 37(1): 29-35. Cappetta, H. 1986. Types dentaires adaptatifs chez les sélaciens actuels et postpaléozoiques. Paleovertebrata, Montpellier, 16(2): 57-76. Cappetta, H. 1987. Extinctions et renouvellements fauniques chez lês Sélaciens post-jurassiques. Mémoires de la Société géologique de France, N. S., 150: 113-131. Cortés, E. 1997. A critical review of methods of studying fish feeding based on analysis of stomach contents: application to elasmobranch fishes. Canadian Journal Fish Aquatic Science, 54: 726-738. Figueiredo, J. L. 1977. Manual de peixes marinhos do Sudeste do Brasil 1. Introdução. Cações, raias e quimeras. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 104p. Gray, A. E.; Mulligan, T. J. & Hannah R. W. 1997. Foods habits, occurrence, and population structure of the bat ray, Myliobatis californica, in Humbolt Bay, California. Environmental Biology of Fishes, 49: 227-238. Jardas, I.; Santic, M. & Pallaoro, A. 2004. Diet composition of the eagle ray, Myliobatis aquila (Chondrichthyes : Myliobatidae), in the eastern Adriatic Sea. Cybium, 28(1): 372-374. McEachran, J. D.; Boesch, D. F. & Musick, J. A. 1976. Food division within two sympatric species-pairs of skates (Pisces: Rajidae). Marine Biololgy, 35: 301-317. Nilsson, N. A. 1967. Interactive segregation between fish species. Pp: 295-313. In: Gerking, S. D., Ed. The biological basis of freshwater fish production. Oxford: Blackwell. Pinkas, L.; Oliphant M. S & Iverson I. L. K. 1971. Food habits of albacore, bluefin tuna and bonito in California waters. Fish Bulletin, 152: 1-105. Revi S. M. 1975. Myliobatidae y Dasyatidae del litoral bonarense de la república 270 Rezende et al.: Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias Myliobatis argentina y estudio comparado del mixopterígeo (Chondrichtyes: Myliobatoidea). Physis, 34(88): 124-136. Ruocco, N. L.; Lucifora, L. O.; Astarloa, J. M. D. De; Mabragaña, E. & Delpiani, S. M. 2012. Morphology and DNA barcoding reveal a new species of eagle ray from the Southwestern Atlantic: Myliobatis ridens sp. nov. (Chondrichthyes: Myliobatiformes: Myliobatidae). Zoological Studies, 51(6): 862-873. Sasko, D. E.; Dean, M. N.; Motta, P. J., & Hueter, R. E. 2006. Prey capture behaviour and kinematics of the Atlantic cownose ray, Rhinoptera bonasus. Zoology, 109: 171-181. Schoener, T. W. 1970. Nonsynchronous spatial overlap of lizards in patchy habitats. Ecology, 50: 408-418. Scrimgeour, G. J. & Winterbourn, M. J. 1987. Diet, food resource partitioning and feeding periodicity of riffle-dwelling fish species in a New Zealand river. Journal of Fish Biology, 31: 309-324. Sommerville, E.; Platell, M. E.; White, W. T.; Jones, A. A. & Potter, I. C. 2011. Partitioning of food resources by four abundant, co-occurring elasmobranch species: relationships between diet and both body size and season. Marine and Freshwater Research, 62(1): 54-65. Summers, A. P. 2000. Stiffening the stingray skeleton – An investigation of durophagy in Myliobatid stingrays (Chondrichthyes, Batoidea, Myliobatidae). Journal of Morphology, 243: 113-126. Vooren, C. M. 1997. Demersal Elasmobranchs. Pp: 141-146. In: Seeliger, U.; Odebrechtc. & Castello, J. P (Eds). Subtropical Converegence Environmental. Springer, Heidelberg. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):271-291. Julho-Setembro de 2015 271 Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans (Amphibia, Anura, Hylidae) Ana Paula Barbosa Nascimento1*, Arhetta Almeida1, Amanda Santiago Ferreira Lantyer-Silva2 e Juliana Zina1 RESUMO: Objetivamos no presente estudo descrever os padrões reprodutivos adotados por Hypsiboas crepitans e caracterizar os comportamentos associados à reprodução empregados pela espécie. Entre agosto de 2010 e abril de 2011 e de agosto de 2011 a junho de 2012 realizamos coletas noturnas em uma área transicional de Caatinga e Mata Atlântica localizada no município de Jequié, estado da Bahia, Brasil. Durante esse período registramos o número de indivíduos em atividade de vocalização, os sítios utilizados para reprodução, presença de fêmeas e desovas e os valores da temperatura do ar e pluviosidade. Hypsiboas crepitans foi registrada em atividade de vocalização durante todo o período de estudo, utilizando corpos d’água permanentes e semipermanentes. As desovas de H. crepitans foram registradas em pequenas depressões às margens de corpos de água permanentes, sendo estes os mesmos sítios utilizados pelos machos para atividade de vocalização. Estas características comportamentais, em consonância com a baixa razão sexual operacional, determinam características típicas de espécies de estação reprodutiva prolongada. Palavras-chave: História Natural, Autoecologia, Uso do ambiente, Grupo de Hypsiboas faber. ABSTRACT: Reproductive biology of Hypsiboas crepitans (Anura, Hylidae). In the present study we aimed to describe the reproductive patterns exhibited by Hypsiboas crepitans as well as to characterize the behaviors associated to reproduction adopted by the species. From August 2010 to April 2011 and from August 2011 to June 2012, we conducted nocturnal surveys in a transitional area of Caatinga and Atlantic Forest located in the municipality of Jequié, State of Bahia, Brazil. During this period we registered the number of individuals Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Departamento de Ciências Biológicas, Rua José Moreira Sobrinho, s/n, Jequiezinho, Jequié, BA, Brasil. 2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Av. 24A, nº 1515, Rio Claro-SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Recebido: 18 jul 2014 – Aceito: 9 fev 2015 1 272 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans in calling activity, the sites used for reproduction, presence of females and clutches as well as the air temperature and rainfall. Hypsiboas crepitans was registered in calling activity during the whole study period, using permanent and semi-permanent water bodies. The clutches of Hypsiboas crepitans were registered in small burrows at the margins of the permanent water body, being this site the same used by the males during calling activity. These behavioral traits together with the low operational sex ratio establish typical features of prolonged breeder anuran species. Keywords: Natural history, Autoecology, Habitat use, Hypsiboas faber species group. Introdução A reprodução é um dos aspectos mais estudados em populações de anuros (Prado et al., 2000; Toledo & Haddad, 2005; Zina & Haddad, 2005), devido à sua forte influência na maneira pela qual as espécies exploram os recursos disponíveis em seu meio e quando o fazem (ver Wells, 1977; Haddad & Prado, 2005). Há, por exemplo, uma estreita correlação entre os modos reprodutivos e os padrões de distribuição temporal e espacial das espécies de anuros, e entre estes dois últimos e o tipo de estratégia reprodutiva adotada (Wells, 1977). Modo reprodutivo pode ser definido como a combinação de características ecológicas e comportamentais e anatomofisiológicas que incluem: sítio de oviposição, características dos ovos e desova, taxa e duração do desenvolvimento larval, estágio e tamanho dos girinos e tipo de cuidado parental, quando presente (Salthe & Duellman, 1973). Visto que características do sítio de oviposição fazem parte do conjunto de dados utilizados para classificar os modos reprodutivos, a maneira como as espécies de anuros utilizam o ambiente e o tipo de sítio ocupado por elas está intimamente relacionado à reprodução [e.g. Aplastodiscus spp. (Zina & Haddad, 2006, 2007), Crossodactylus spp. (Weygoldt & Carvalho-e-Silva, 1992), Aparasphenodon arapapa (Lantyer-Silva et al., 2014)]. Da mesma maneira, o hidroperíodo dos ambientes aquáticos também podem direcionar a escolha de um determinado sítio para atividade reprodutiva, de acordo com a taxa de desenvolvimento e duração dos estágios larvais das espécies [e.g. Scinax trapicheiroi (Rico et al., 2004), Pseudis paradoxa (Downie et al., 2009)]. Embora para maioria dos anuros o modo reprodutivo seja estereotipado, algumas espécies exibem certa plasticidade, principalmente relacionada ao local de oviposição [e.g. Dendropsophus minusculus, Zina et al. (2014), Physalaemus Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 273 spiniger (Haddad & Pombal, 1998)]. Esta plasticidade é evidente quando os sítios de desova típicos de seus modos reprodutivos principais se tornam escassos ou estão ausentes (Haddad & Prado, 2005). Há também, em alguns casos, a escolha de um sítio alternativo de desova dada a alta densidade de competidores (Haddad & Prado, 2005). Em ambos os casos, a exploração de um novo recurso espacial confere aos indivíduos uma grande vantagem adaptativa. Estratégia reprodutiva pode ser definida como o conjunto de ações e características intrínsecas das espécies (morfologia e fisiologia) que sinergicamente atuam de modo a aumentar o número de descendentes dos indivíduos sexualmente ativos (Duellman & Trueb, 1986). As estratégias mais comuns adotadas por machos de espécies de anuros são: “macho vocalizador” (Pombal & Haddad, 2005), “macho satélite” (Haddad, 1991) e “procura ativa por fêmeas” (Haddad & Bastos, 1997). Estratégias menos comuns incluem: “pirataria de ovos”, “competição de esperma” e “desova comunal” (Newcomer et al., 1999; Vieites et al., 2004; Zina, 2006). De modo geral, as estratégias reprodutivas em anuros são adotadas de acordo com a densidade de machos e presença de fêmeas (Haddad, 1991). Ao mesmo tempo, o uso de uma determinada estratégia também está vinculado ao padrão temporal apresentado pelas espécies. Segundo Wells (1977), dois padrões temporais reprodutivos podem ser considerados em anuros: o explosivo e o prolongado. As espécies de reprodução explosiva apresentam atividade reprodutiva ao longo de poucos dias no ano, quando certas condições abióticas específicas estão presentes. As espécies de reprodução prolongada, por sua vez, apresentam atividade reprodutiva ao longo de várias semanas no ano. Crump (1974) também considerou espécies que apresentam atividade reprodutiva ao longo de todo o ano e as denominou “espécies de padrão reprodutivo contínuo”. Fatores abióticos como presença de chuvas, temperatura do ar e umidade relativa podem modular a intensidade e duração da atividade reprodutiva de muitas espécies de anuros (Rossa-Feres & Jim, 2001; Zina et al., 2007). Embora em diversas regiões do Brasil espécies de estação reprodutiva prolongada e/ou contínua representem uma significativa parcela da comunidade de anuros (ver Bertoluci, 1997; Vasconcelos & Rossa-Feres, 2005), poucos estudos são conduzidos a respeito da biologia reprodutiva destas espécies. Essa realidade é tão impactante que até mesmo espécies de ampla ocorrência ainda não tiveram sua história natural estudada. Este é o caso de Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824), um hilídeo que, embora comum em diversos domínios morfoclimáticos e áreas antropizadas (La Marca et al., 2010), apresenta biologia reprodutiva ainda pouco estudada (Donoso-Barros & Ochoa, 1972; Casal & Juncá, 2008). 274 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans Os objetivos do presente estudo foram: (1) descrever os padrões temporais e o uso do ambiente por indivíduos de H. crepitans e (2) descrever as estratégias e comportamentos empregados durante a reprodução da espécie. Material e Métodos O presente estudo foi desenvolvido em uma propriedade particular (Fazenda Brejo Novo) (13º56’34,5”S; 40º06’31,6”W) sob forte influência de atividade humana (pecuária, fragmentação florestal e caça) localizada no município de Jequié, estado da Bahia, Brasil. Originalmente, a área era caracterizada como ambiente transicional entre Caatinga e Mata Atlântica (Mata de Cipó) (SEMA, 2007). Normalmente o período de chuvas na região ocorre nos meses de outubro a novembro e de março a abril e o período de seca nos meses de agosto a setembro. No entanto, o clima da região é extremamente variável, de modo que o período de seca ou escassez de chuvas, por exemplo, pode durar por vários meses ou até um ano (UESB, 2012). Realizamos as coletas de dados em campo nos meses de agosto de 2010 a abril de 2011 e de agosto de 2011 a junho de 2012. As excursões noturnas ocorreram num intervalo de aproximadamente 15 dias (de agosto a novembro) e sete dias (de dezembro a junho). Monitoramos uma lagoa permanente de 20 m de largura máxima e 1 m de profundidade máxima e um corpo d’água semipermanente de 10 m de largura máxima e 50 cm de profundidade máxima. Ambos caracterizam-se pela presença de vegetação marginal rasteira composta por gramíneas. O corpo d’água permanente também conta com pequenos arbustos e macrófitas (taboa, Typha sp.) em uma de suas margens. Durante o período de seca o corpo d’água semipermanente desapareceu, enquanto que o corpo d’água permanente diminui seu volume em cerca de 70%. As coletas de dados em campo tinham início logo após o ocaso, sendo finalizadas quando nenhum ou apenas um indivíduo de H. crepitans ainda estava em atividade de vocalização. Para a observação de comportamentos adotamos a metodologia de animal focal (Lehner, 1996). Registramos o número de indivíduos em atividade de vocalização, presença de fêmea e desovas. Observamos também os locais utilizados como sítios de vocalização e oviposição. O comprimento rostro-cloacal (CRC) das fêmeas e machos adultos foi medido em campo com o auxílio de um paquímetro de 0,01 mm de precisão. Utilizamos o teste t-Student a fim de verificar a presença de dimorfismo sexual em relação ao tamanho corpóreo. Este mesmo teste foi aplicado para Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 275 verificarmos diferenças entre as médias dos CRCs dos machos que utilizaram poleiros como sítios de vocalização e a média dos CRCs dos machos registrados vocalizando no solo. A normalidade dos dados e homogeneidade da variância foi testada em ambos os casos para atender as premissas do teste adotado. Os machos encontrados em atividade de vocalização, além de medidos, foram marcados, de acordo com a técnica de amputação de dedos e artelhos (Martof, 1953), e soltos no mesmo local de captura. Para verificarmos se há correlação entre o número máximo de machos em atividade de vocalização e dados abióticos (pluviosidade e temperatura do ar), utilizamos uma análise de regressão múltipla incluindo as seguintes variáveis registradas por dia de coleta: abundância (variável dependente) e pluviosidade e temperatura do ar (variáveis independentes). A temperatura do ar foi registrada no momento das coletas em campo enquanto que os dados de pluviosidade foram obtidos através da base de dados do Proclima (CPTEC/ INPE, 2012). A colinearidade, a homogeneidade da variância e os resíduos foram previamente analisados a fim de atender as premissas do teste. Para todos os testes estatísticos foram considerados significativos valores de P < 0,05 (Zar, 1996). A razão sexual operacional da população estudada foi calculada à partir da razão número de fêmeas registradas em campo pelo número de machos presentes nas agregações reprodutivas (Emlen & Oring, 1977). Observamos e descrevemos dois comportamentos para Hypsiboas crepitans; comportamento de briga (observado em campo na data de 23 de março de 2011) e comportamento de desova (observado em laboratório em duas ocasiões distintas nas datas de 27 de agosto de 2010 e 25 de janeiro de 2011). Para este último, dois casais, observados em campo, foram coletados, acondicionados em sacos plásticos com água e levados ao laboratório onde foram mantidos em terrários até que desovassem. Observamos o comportamento de desova sob meia luz e anotamos todos os movimentos dos machos e das fêmeas. Em laboratório, acompanhamos o desenvolvimento de girinos que eclodiram de uma desova coletada em campo na data de 24 de setembro de 2010. Durante o desenvolvimento os girinos foram mantidos em caixas plásticas em laboratório climatizado à temperatura constante de 24°C. Casais em amplexo, quando encontrados, foram acondicionados em sacos plásticos com água para obtenção de desovas. Também coletamos desovas em campo. Os ovos provenientes destas desovas foram contados sob estereomicroscópio. Aplicamos o teste de correlação de Pearson para verificarmos se há correlação entre o tamanho corpóreo das fêmeas e o número de ovos nas suas desovas. A normalidade dos dados e homogeneidade da 276 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans variância foram testadas em ambos os casos a fim de atender as premissas do teste adotado. Os exemplares adultos coletados foram levados ao laboratório, onde foram fixados em formalina 10% e preservados em álcool 70%. As desovas e os girinos foram fixados e preservados em formalina 5%. Todo o material biológico encontra-se depositado na Coleção Zoológica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Jequié. Resultados Machos de Hypsiboas crepitans foram registrados em atividade de vocalização dentro d’água (n= 3), no solo junto às gramíneas (n= 17) ou empoleirados em galhos às margens dos corpos d’água estudados (n= 8), sendo mais frequentemente encontrados (59,25%) em atividade de vocalização no solo às margens dos corpos d’água. Por outro lado, verificamos também que o uso de poleiros por machos em atividade de vocalização foi mais frequente (87% dos casos) durante os períodos mais frios e secos (março, julho e agosto), quando a densidade de machos era menor. Independente do sítio de vocalização, todos os machos mantiveram o corpo e a cabeça direcionados para a água quando em atividade. A distância média dos machos até a água foi de 114,50 cm (DP= 207,96, 10-700 cm; N= 10). Machos de H. crepitans que utilizaram poleiros foram registrados a uma altura média de 58 cm (DP= 11,50; 45-75 cm; N= 5) em relação ao nível da água. A média do CRC dos machos registrados utilizando poleiros como sítios de vocalização foi de 53,4 mm (DP= 2,68; 50,70-57,10 mm; N= 6), valor significativamente menor (t= -3,64; GL= 7; P< 0,01) que os CRCs exibidos por machos que foram registrados em atividade de vocalização no solo (= 59,09 mm; DP= 3,19; 53,7-63,3 mm; N= 10). Machos de Hypsiboas crepitans começavam a vocalizar pouco antes do ocaso e, por volta de 24:00 h, poucos ainda estavam em atividade de vocalização. Registramos a espécie em atividade reprodutiva durante todos os meses de estudo, exceto em janeiro de 2012, período coincidente com um dos menores índices pluviométricos na região (Figura 1). Ao longo de todo o período de estudo o maior número de indivíduos foi registrado em atividade no corpo de d’agua permanente. Durante a estiagem (janeiro/2012), o corpo d’água semipermanente secou por completo e o corpo de água permanente reduziu sua extensão para o equivalente a 30% de seu tamanho inicial. Durante este período, todos os indivíduos de H. crepitans registrados em campo foram observados em atividade de vocalização no corpo de água permanente. Em apenas um mês (dezembro/2011) houve uma maior ocupação Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 277 do corpo d’água semipermanente (N= 22 machos). Quarenta e seis indivíduos de H. crepitans foram marcados sendo que apenas quatro foram recapturados, um no dia seguinte, dois em até seis dias após a marcação e um 21 dias após sua captura. Os indivíduos recapturados foram reencontrados em atividade de vocalização, ora no mesmo sítio de vocalização (N= 3) ora a apenas alguns centímetros de seu sítio original (N=1). Ao longo do período de estudo, as maiores abundâncias de machos em atividade de vocalização foram registradas tanto nos meses mais chuvosos (Figura 1) quanto nos dias que se sucediam a eventos de chuva. O número máximo de machos em atividade de vocalização por mês de coleta não se correlacionou com a quantidade de chuvas mensal na região (R2= 0,058; GL= 95; P< 0,31) nem com a temperatura média mensal do ar (R2= 0,002; GL= 95; P= 0,84). A única interação agonística observada em campo teve duração aproximada de 15 minutos e pode ser resumida como se segue: inicialmente o macho residente estava emitindo seu canto de anúncio. Após perceber a presença de um invasor, ele passou a emitir cantos territoriais intercalados por cantos de anúncio. Na sequência, o macho invasor também vocalizou (canto de Figura 1. Número máximo de machos de Hypsiboas crepitans em atividade de vocalização e índices pluviométricos na Fazenda Brejo Novo, município de Jequié, estado da Bahia, Brasil. 278 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans anúncio) e o macho residente saltou sobre ele. Durante a interação os machos foram observados utilizando os espinhos do pré-polex para agredir o adversário. Ao fim da briga o macho residente (CRC= 62,5 mm) apresentou escoriações nos membros e o macho invasor (CRC= 52,7mm) se retirou do território com arranhões em seu dorso. Durante este evento, além dos dois indivíduos envolvidos na interação, havia três machos em atividade de vocalização no mesmo corpo d’água, diferente de outras agregações em que foi possível visualizar mais de dez machos em atividade. Registramos fêmeas e desovas em apenas alguns meses ao longo do período de estudo (Figura 2). O número de fêmeas em campo sempre esteve abaixo do número de machos em atividade de vocalização, o que resultou em um baixo valor médio da razão sexual operacional da população estudada (= 0,02; DP= 0,06; 0-0,16; N= 22). Girinos de H. crepitans foram observados apenas no corpo d’água permanente. Em laboratório, os girinos resultantes da desova coletada em campo e cujo desenvolvimento foi acompanhado, levaram cerca de três meses para que o processo de metamorfose fosse completado. Os machos de H. crepitans apresentaram CRC médio de 59,86 mm (DP= 4,04; 67,55-55,66; N= 12), sendo este valor significativamente menor (t= Figura 2. Número máximo de fêmeas e desovas de Hypsiboas crepitans na Fazenda Brejo Novo, município de Jequié, estado da Bahia, Brasil. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 279 2,62; GL= 11 P< 0,05) da média apresentada pelas fêmeas 63,68mm (DP= 2,19; 67,3-55.96; N= 8). Machos e fêmeas em amplexo não apresentaram correlação entre seus CRCs (r= 0,21; N= 5). Os amplexos observados em campo ocorreram após o ocaso, sendo que os casais permaneceram amplectados de quatro a seis horas até desovarem. A sequência de comportamentos observados durante o processo de desova baseado na observação de dois casais de H. crepitans, pode ser resumida como se segue. Por cerca de quatro horas, o macho permaneceu em amplexo axilar com a fêmea. Momentos antes do início da deposição de ovos, o macho alterou a posição dos braços e permaneceu em amplexo cefálico com a fêmea. Logo na sequência, a deposição de ovos foi iniciada. Não observamos a emissão de sinais emitidos pelas fêmeas ou machos que pudessem indicar o início da oviposição. Desde a primeira massa de ovos liberada até a separação do casal transcorreu-se aproximadamente 1 minuto e 30 segundos. Conforme a fêmea liberava seus ovos, o macho permaneceu apoiado com seus pés acima da parte interna da coxa da fêmea (Figura3), realizando movimento de extensão das Figura 3. Comportamento de oviposição de Hypsiboas crepitans registrado em laboratório. Casal coletado na Fazenda Brejo Novo, Município de Jequié, estado de Bahia. 280 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans pernas conforme ocorria a liberação da massa de ovos. O processo de extensão e liberação de ovos foi realizado 27 vezes. Essa sequência de movimentos se manteve até que a desova fosse completamente liberada. A maneira como o casal se posicionou permitiu que, durante a sincronia dos movimentos, a cabeça da fêmea tocasse a região gular do macho. Ao final do último movimento de liberação de ovos, a fêmea movimentou lateralmente e de maneira bem rápida a sua região cloacal e o macho soltou-se do amplexo. As desovas de H. crepitans foram registradas às margens de corpos d’água permanente em pequenas depressões ancorados na vegetação marginal (gramíneas) (Figura 4), sendo estes os mesmos sítios onde os casais foram encontrados. Algumas destas depressões eram naturais e outras resultantes de pegadas de gado. Não verificamos indícios de que estas depressões haviam sido construídas por machos da espécie estudada. Os ovos de H. crepitans são pigmentados em um de seus pólos e são envoltos por uma cápsula gelatinosa. O número médio de ovos por desovas foi de 2053,5 (DP= 388,21; 1522-2561, N= 5) sendo este valor não correlacionado ao tamanho corpóreo das fêmeas (r=-0,28; P= 0,71; N= 4). Fêmeas desovadas apresentaram ovócitos imaturos em seus ovários. Figura 4. Desova de Hypsiboas crepitans depositada em depressão às margens de corpos de água permanente na Fazenda Brejo Novo, município de Jequié, estado da Bahia. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 281 Discussão Hypsiboas crepitans foi observada vocalizando dentro da água, junto a gramíneas próximas aos corpos d’água, em depressões no solo causadas pelo gado e empoleirada em galhos, tal como observado por Alves (2011) e Ferreira et al. (2012) para populações do estado da Paraíba e do Espírito Santo, respectivamente. Machos foram registrados utilizando tanto o ambiente permanente como o semipermanente (quando este esteve disponível). A preferência pela utilização do corpo d’água permanente em detrimento de corpos de água temporários pode estar relacionada a uma série de fatores, incluindo o tempo de desenvolvimento de girinos e características da desova e sítios de oviposição (Haddad & Prado, 2005). De fato, o tempo de desenvolvimento das larvas de H. crepitans, em laboratório, foi superior ao conhecido para a maioria das espécies que ocorrem no ambiente de Caatinga (Zina, obs.pessoal). De acordo com Skelly (1997), espécies que apresentam longo tempo de desenvolvimento larval ovipõem preferencialmente em ambientes permanentes, possivelmente devido à seca a qual corpos de água temporários e semipermanentes estariam sujeitos em um dado período do ano, o que inviabilizaria a sobrevivência das larvas. Se por um lado os corpos de água temporários e semipermanentes não apresentam uma abundância ou grande riqueza dos predadores de girinos, por outro estão sujeitos a um hidroperíodo menor. O uso de ambientes permanentes para a atividade reprodutiva por H. crepitans, portanto, pode ser o fator chave responsável pela presença da espécie em atividade mesmo nos períodos de maior seca. De fato, na região da Fazenda Brejo Novo, espécies de estação reprodutiva prolongada utilizam preferencialmente ambientes permanentes para atividade reprodutiva (Lantyer Silva et al., 2013). Estudos realizados com algumas espécies de anuros por Bowker & Bowker (1979) e Kluge (1981), demonstraram que a atividade de algumas espécies tem início apenas quando corpos de d’água atingem um volume ideal. Blair (1961), analisando espécies de regiões temperadas, notou que a atividade se mantinha mesmo após o término das chuvas, desde que algum volume de água ainda restasse na poça. Nós também observamos esse mesmo padrão para H. crepitans. A atividade ao longo do ano todo pode explicar a ausência de correlação significativa entre os dados abióticos e o número de machos em atividade reprodutiva. Além disso, em áreas de Caatinga ou de transição entre Caatinga e Mata Atlântica, onde secas pronunciadas são registradas, a presença de chuvas não garante a formação e manutenção de corpos d’água. A água das primeiras chuvas pode apenas percolar o solo enquanto que, após a formação de corpos d’água temporários, a ausência de 282 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans chuvas não implica na extinção imediata dos corpos d’água. Embora a maior parte dos machos das espécies da família Hylidae vocalize em poleiros altos (Greer & Wells, 1980; Mitchell & Miller, 1991; Bastos & Haddad, 1999), o uso mais frequente do solo como sítio de vocalização por H. crepitans, bem como o registro de machos de maior tamanho utilizando este ambiente, já foi observado e explicado para outras espécies de anuros por outros autores. Estudos realizados por Crump (1971), Hӧdl (1977) e Pombal (1997), demonstraram que espécies de tamanho corpóreo grande e/ou mais pesadas tendem a vocalizar no chão. Este fato pode estar relacionado à sustentação do macho no seu sitio de vocalização e/ou sua maior exposição a predadores em sítios acima do nível da água. Röhr & Juncá (2013) encontraram diferença significativa em parâmetros do canto de H. crepitans alocados em poleiros e no solo (às margens de corpos d’águas), porém não houve diferença quanto a propagação do canto em ambos micro-habitats. Contudo, ainda que a propagação não difira entre os micro-hábitats, é possível que no presente estudo, a estrutura da vegetação (ao nível do solo) interfira na transmissão do sinal acústico como já observado em outros estudos (Ryan et al., 1990; Sorjonen, 1986). Assim, com a diminuição dos coros reprodutivos, os machos escolheriam poleiros mais altos para aproveitar melhor a distribuição do som no ambiente, tornando-se mais atrativos para as fêmeas durante o período mais seco e frio. Porém, novas análises devem ser realizadas a fim de validar a eletividade dos sítios durante os períodos de escassez de chuva e frio. Pluviosidade, umidade relativa do ar e temperatura desempenham importante influência na atividade reprodutiva dos anuros (Bernarde & Anjos, 1999; Prado & Pombal, 2005; Campos & Vaz-Silva, 2010). Em ambientes sazonais, a reprodução tende a ocorrer nos períodos mais quentes e úmidos (Donnelly & Guyer, 1994; Rossa-Feres & Jim, 1994), já em regiões em que não ocorre sazonalidade climática, as espécies tendem a se reproduzir ao longo do ano (Crump, 1974). Embora a intensidade da atividade reprodutiva de H. crepitans não tenha sido influenciada pela pluviosidade e a região apresente sazonalidade climática pronunciada, a espécie pode ser classificada como de estação reprodutiva prolongada. A ausência de registro da espécie no mês de janeiro de 2012, possivelmente esteve relacionada à estiagem registrada no mês. Embora a lagoa permanente não tenha secado, seu volume diminuiu consideravelmente durante o período sem chuva na região. Ainda que os machos de H. crepitans tenham permanecido ao longo de praticamente todo o período de estudo no ambiente reprodutivo, o período de desova e a chegada de fêmeas ocorreu em apenas alguns meses, gerando razões operacionais baixas. É possível que as fêmeas tenham optado por participar de maiores agregações, presentes nos meses mais chuvosos e quentes, aumentando Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 283 assim o seu leque de escolhas de machos, ao passo que também facilitaria o encontro de parceiros (Bradbury, 1981; Dyson et al., 1992; Pombal et al., 1994). Inclusive, o fato de fêmeas desovadas apresentarem folículos imaturos indica um investimento reprodutivo contínuo. Espécies de estação reprodutiva prolongada (sensu Wells, 1977) exibem uma série de características únicas, relacionadas não apenas ao uso de ambientes específicos, mas também relacionadas à dinâmica populacional e comportamentos (Wells, 2007). De acordo com Wells (2007), espécies cujo período reprodutivo se estende por mais três meses, apresentam razões operacionais baixas, chegada assincrônica de fêmeas, defesas de território e estratégias reprodutivas como “macho vocalizador” e “macho satélite”. Exceto pela estratégia de macho satélite, todas as outras características típicas de espécies de estação reprodutiva prolongada foram observadas para H. crepitans. A baixa taxa de recaptura de machos marcados pode ter ocorrido em virtude de um grande recrutamento de novos machos para compor o coro reprodutivo. O recrutamento constante de novos indivíduos também pode estar relacionado com a temporada reprodutiva prolongada de H. crepitans. Fato semelhante foi observado por De Sá & Zina (2014) para uma espécie de estação reprodutiva prolongada pertencente ao mesmo grupo de H. crepitans (H. albopunctatus). O curto deslocamento de alguns machos marcados indica a possibilidade de um comportamento territorial para a espécie (Martof, 1953; Wells, 1977), fato este reforçado pela observação de comportamento agonístico entre machos de H. crepitans (ver abaixo). Ademais, segundo Woodward (1982), permanecer no coro o maior número possível de noites pode aumentar a probabilidade de encontros com fêmeas, independentemente do tipo de seleção sexual que esteja ocorrendo. O dimorfismo sexual em tamanho registrado no presente estudo era esperado para a espécie, pois em cerca de 90% das espécies de anuros as fêmeas são maiores que os machos (Shine, 1979; Duellman &Trueb, 1986). Os maiores tamanhos corpóreos das fêmeas de H. crepitans em relação aos machos aparentemente não está correlacionado a pressão seletiva envolvida na fertilidade das fêmeas (Ritke et al.,1990), visto que o número de ovos por desova não se mostrou correlacionado com o tamanho das fêmeas. Assim, espécies em que fêmeas são maiores do que machos, tal como H. crepitans, outros fatores podem ser responsáveis pela determinação do tamanho, tal como idade (Halliday & Tejedo,1995). Contudo, nossos dados podem ter sido subestimados comprometendo o resultado dos testes estatísticos e resultando em conclusões errôneas. 284 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans As fêmeas desovadas apresentaram ovócitos imaturos em seus ovários, característica que nos leva a considerar que a espécie se reproduz mais de uma vez ao longo de uma temporada reprodutiva, já que este fato é muito comum em espécies que apresentam estação reprodutiva prolongada (Duellman & Trueb, 1986). As atividades de deposição de ovos de H. crepitans, tal como observado para H. albomarginatus por Giasson (2003), iniciaram no final da noite. A desova tardia observada em espécies de anuros, segundo Bastos & Haddad (1996), evitaria que possíveis machos oportunistas tentassem interceptar casais. No entanto, não observamos tentativas de deslocamento de machos em casais de H. crepitans. Por outro lado, Kluge (1981) sugeriu que os ovos têm mais chances de sobreviver quando são postos no início da manhã, uma vez que a maioria dos machos já não mais ocupa os sítios de reprodução, e isso pode evitar que as desovas sejam desfeitas pelo pisoteio dos mesmos. A agressão animal, empregada na defesa de um recurso, pode ser favorecida pela seleção quando a quantidade de recursos for menor que a de competidores. Assim, o indivíduo que conseguir expulsar vizinhos coespecíficos, obtém ganhos imediatos em sua aptidão (Parker, 1974). No entanto, no caso dos anuros, a maioria destas interações são resolvidas por meio da emissão de vocalização e raramente os indivíduos envolvidos nas interações envolvem-se em combates físicos, evitando dessa forma injúrias ou o aumento na vulnerabilidade a predadores (Robertson, 1986; Martins et al., 1998). No entanto, quando combates físicos ocorrem, o tempo de residência e o tamanho dos machos, ou ambos, são os fatores responsáveis pelo resultado da interação (Howard, 1978; Wells, 1978; Fellers, 1979; Krebs, 1982), fato corroborado pela interação agonística observada no presente estudo; observamos que o macho residente e de maior tamanho corpóreo venceu a disputa por território. Alguns autores observaram que interações agressivas entre machos são muito comuns em densas agregações reprodutivas (Wells, 1978; Bastos & Haddad, 1995; Martins et al., 1998), estando relacionada a disputa por sítios de vocalização mais atrativos para fêmeas (Wells, 1977; Ryan, 1985; Robertson, 1986). No presente estudo não observamos densas agregações, embora tenhamos observado um comportamento agonístico bem marcado. A razão para este aparente paradoxo talvez esteja relacionada à baixa disponibilidade de sítios de vocalização no ambiente e não a competição por melhores sítios. Estudos experimentais serão necessários para fundamentar essa hipótese. Machos de H. crepitans apresentam um espinho do pré-polex bem desenvolvido (Kluge, 1979). Aparentemente, o macho invasor envolvido na disputa observada apresentou injúrias provocadas pelo espinho do pré-polex do Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 285 macho residente. A presença do espinho do pré-polex foi utilizada por Kluge (1979) para alocar H. crepitans no grupo de H. boans (rãs gladiadoras). Anos mais tarde, Faivovich et al. (2005) propôs a alocação de H. crepitans no grupo de H. faber argumentando que a construção de piscinas pelos machos seria uma sinapomorfia para o grupo. Há quatro registos na literatura de construção de ninhos de H. crepitans; na Venezuela por Caldwell (1992), na Colômbia por Lynch & Vargas Ramirez (2000), no Brasil, na Serra São José, Estado da Bahia por Casal & Juncá (2008) e em Tobago por Lehtinen (2014). O ninho é construído por machos que moldam o terreno arenoso, às margens de corpos de água, no formato de uma panela dentro da qual os girinos se desenvolvem. Além da construção deste ninho, a presença do pré-polex, foi utilizada por diversos autores como sinapomorfia dos grupos de H. boans e de H. faber, sendo este último o grupo no qual H. crepitans está atualmente alocada (ver Faivovich et al., 2005). No entanto, tal como ressaltado por Caldwell (1992) e Faivovich et al. (2005), a construção de ninhos em H. crepitans é facultativa. No presente estudo não observamos ninhos construídos, apenas a utilização de pequenas depressões às margens dos corpos de água. Este fato não altera o modo reprodutivo da espécie, que permanece como o de número 4 (sensu Haddad & Prado, 2005), mas demonstra que a espécie apresenta plasticidade associada ao sítio de oviposição, tal como outras espécies da família Hylidae [e.g. Hypsiboas prasinus, Haddad& Prado (2005); Dendropsophus spp. (ver Zina et al., 2014)]. É interessante ressaltar que apesar das novas condições de arquitetura de ninho, as características relativas ao local de crescimento e desenvolvimento de girinos aparentemente permanecem conservadas. Os fatores que modulam a escolha do sítio de oviposição ou construção de ninho ainda são obscuros para a maior parte das espécies cuja plasticidade foi relatada, o que evidencia a necessidade de estudos experimentais bem delineados. Por fim, o uso de características comportamentais para traçar filogenia deve levar em consideração a possibilidade de plasticidade associada à presença de determinados recursos. Ao mesmo tempo, não podemos deixar de mencionar a importância do uso dessas características como fenótipos típicos de grupos de espécies. Agradecimentos A Vanderlan Souza, Michelly Gally, Gabriel Novaes, Ricardo Alves pela ajuda nas coletas em campo e ao Instituto Chico Mendes pela concessão de licença para coleta de material zoológico a JZ (n º35068). 286 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans Literatura Citada Alves, B.C.F. 2011. Aspectos ecológicos de Hypsiboas crepitans e H. albomarginatus (Anura: Hylidae) em um remanescente de Mata Atlântica da Paraíba. Trabalho de Conclusão de Curso não publicado, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande. 31 p. Bastos, R.P. & Haddad, C.F.B. 1995. Vocalizações e interações acústicas em Hyla elegans (Anura, Hylidae) durante atividade reprodutiva. Naturalia, 20: 165-176. Bastos, R.P. & Haddad, C.F.B. 1996. Breeding activity of the Neotropical treefrog Hyla elegans (Anura, Hylidae). Journal of Herpetology, 30 (3): 355-360. Bastos, R.P. & Haddad, C.F.B. 1999. Atividade reprodutiva de Scinax rizibilis (Bokermann) (Anura, Hylidae) na Floresta Atlântica, sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 16(2): 409-421. Bernarde, P.S. & Anjos, L. 1999. Distribuição espacial e temporal da anurofauna no parque Estadual Mata do Godoy, Londrina, Paraná, Brasil (Amphibia: Anura). Comunicação do Museu de Ciências e Tecnologia PUCRS 12: 127-140. Bertoluci, J. 1997. Fenologia e seleção de hábitat em girinos da Mata Atlântica em Boracéia (Amphibia, Anura). Tese de Doutorado não publicada, Universidade de São Paulo, São Paulo. 123 p. Blair, W.F. 1961. Calling and spawning seasons in a mixed population of anurans. Ecology, 42(1): 99-110. Bowker, R.G. & Bowker, M.H. 1979. Abundance and distribution of anurans in Kenyan Pond. Copeia, 1979(2): 278-285. Bradbury, J.W. 1981. The evolution of leks, p. 138-169. In: Alexander, R. D. & Tinkle, D. W. (Eds.). Natural selection and social behavior: recent research and new theory. New York: Chiron Press, 340p. Caldwell, J.P. 1992. Diversity of reproductive modes in anurans: facultative nest construction in gladiator frogs, p. 85-97. In: Hamlett, W. C. (Ed.). Reproductive Biology of South American Vertebrates. New York: Springer-Verlag, 328 p. Campos, F.S. & Vaz-Silva, W. 2010. Distribuição espacial e temporal da anurofauna em diferentes ambientes no município de Hidrolândia, GO, Brasil Central. Neotropical Biology and Conservation 5(3): 179-187. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC/INPE. Programa de monitoramento climático em tempo real da região nordeste. Disponível em: http://proclima.cptec.inpe.br/(24/01/ 2012). Casal, F.C. & Juncá, F.A. 2008. Girino e canto de anúncio de Hypsiboas Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 287 crepitans (Amphibia, Anura, Hylidae) do estado da Bahia, Brasil, e considerações taxonômicas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Naturais, 3(3): 217-224. Crump, M.L. 1971. Quantitative analysis of the ecological distribution of a tropical herpetofauna. Occasional Papers of the Museum of Natural History, University of Kansas, 3: 1-62. Crump, M.L. 1974. Reproductive strategies in a tropical anuran community. Miscellaneous Publications of Museum of Natural History of University of Kansas 61: 1-68. De Sá, F.P.; Zina, J. & Haddad, C.F.B. 2014. Reproductive dynamics of the Neotropical treefrog Hypsiboas albopunctatus (Anura, Hylidae). Journal of Herpetology, 48(2): 181-185. Donnelly, M.A. & Guyer, C. 1994. Patterns of reproduction and habitat use in assemblage of Neotropical hylid frogs. Oecologia, (98):291-302. Donoso-Barros, R. & Ochoa, J.L. 1972. Desarrollo y evolucion larval de Hyla crepitans (Amphibia – Salientia). Boletin de la Sociedad de Biología de Concepcion, 44: 117-127. Downie, J.R.; Ramnarine, I., Sams, K. & Walsh, P.T. 2009. The paradoxical frog Pseudis paradoxa: larval habitat, growth and metamorphosis: The Herpetological Journal, 19(1): 11-19. Duellman, W.E. & Trueb, L. 1986. Biology of amphibians. New York: McGray Hill Book Co, 670 p. Dyson, M.L. 1992. Effect of interma1 spacing on female frequency preferences in the painted reed frog. Copeia, (4): 1111-1114. Emlen, S.T. & Oring, L.W. 1977. Ecology, sexual selection and the evolution of mating systems. Science, 197: 215-223. Faivovich, J., Haddad, C.F.B., Garcia, P.C.A., Frost, D.R., Campbell, J.A. & Wheeler, W.C. 2005. Systematic review of the frog family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History, 294: 1-240. Fellers, G.M. 1979. Agression, territoriality, and mating behaviour in North American treefrogs. Animal Behaviour, 27(1): 107-119. Ferreira, R.B., Dantas, R. B & Tonini, J. F. R. 2012. Distribuição espacial e sazonal de anfíbios em quatro poças na região serrana do Espírito Santo, sudeste do Brasil: influência de corredores florestais. Iheringia, 102(2): 163-169. Giasson, L.O.M. 2003. Comportamento Social e Reprodutivo de Hyla albomarginata Spix, 1824 (Anura: Hylidae) na Mata Atlântica. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação da Zoologia, Universidade Estadual de São Paulo, Rio Claro.76 p. 288 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans Greer, B.J. & Wells, K.D. 1980. Territorial and reproductive behavior of the tropical American frog Centrolenella fleischmanni. Herpetologica, 36(4): 318-326. Haddad, C.F.B. 1991. Satellite behavior in the Neotropical treefrog Hyla minuta. Journal of Herpetology, 25(2): 226-229. Haddad, C.F.B. & Bastos, R. P. 1997. Predation on the toad Bufo crucifer during reproduction (Anura: Bufonidae). Amphibia-Reptilia, 18(3):295-298. Haddad, C.F.B. & Pombal, J.P.Jr. 1998. Redescription of Physalaemus spiniger (Anura: Leptodactylidae) and description of two new reproductive modes. Journal of Herpetology, 32(4): 557-565. Haddad, C.F.B. & Prado, C.P.A. 2005. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the Atlantic Forest of Brazil. BioScience, 55(3): 207-217. Halliday, T. & Tejedo, M. 1995. Intrasexual selection and alternative mating behavior, p. 419-468. In: Heatwole, H. & Sullivan, B. (Eds.). Amphibian Biology, Vol II, Social Behaviour. Vol. 2. New South Wales: Surrey Beatty and Sons Chipping Norton, 710 p. Hӧdl, W. 1977. Call differences and calling site segregation in anuran species from Central Amazonian floating meadows. Oecologia, 28: 351-363. Howard, R.D. 1978. The evolution of mating strategies in bullfrogs, Rana catesbeiana. Evolution, 32(4): 850-871. Kluge, A.G. 1979. The gladiator frogs of Middle America and Colombia a reevaluation of their systematics (Anura: Hylidae). Occasional Papers of the Museum of Zoology, University of Michigan, 688: 1-24. Kluge, A.G. 1981. The life history, social organization and parental behavior of Hyla rosenbergi Boulanger, a nest-building gladiator frog. Miscellaneous publications of the Museum of Zoology, University of Michigan, 160: 1-170. Krebs, J. R. 1982. Territorial defence in the great tit (Parus major): do residents always win. Behavior Ecology and Sociobiology, (11):185-194. La Marca, E., Azevedo-Ramos, C., Silvano, D., Solís, F., Ibáñez, R., Jaramillo, C. Fuenmayor, Q. & Hardy, J. 2010. Hypsiboas crepitans. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2014.3. Lantyer-Silva, A.S.F., Siqueira, S.Jr. & Zina, J. 2013. Checklist of amphibians in a transitional area between the Caatinga and the Atlantic Forest, centralsouthern Bahia, Brazil. Checklist Journal, 9(4): 725-732. Lantyer-Silva, A.S.F., Solé, M. & Zina, J. 2014. Reproductive biology of a bromeligenous frog endemic to the Atlantic Forest: Aparasphenodon arapapa Pimenta, Napoli and Haddad, 2009 (Anura: Hylidae). Anais da Academia Brasileira de Ciências, 86(2): 867-880. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 289 Lehner, P.N. 1996. Handbook of ethological methods. Cambridge: Cambridge University Press.694 p. Lehtinen, R.M. 2014. Confirmation of nest building in a population of the gladiator frog Hypsiboas crepitans (Anura, Hylidae) from the island of Tobago (West Indies). Herpetology Notes, 7: 227-229. Lynch, J.D. & Vargas Ramírez, M.A. 2000. Lista preliminar de espécies de anuros del departamento del Guainía, Columbia. Revista de la Academia Columbiana Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, 93: 579-589. Martins, M.., Pombal, J.P.Jr. & Haddad, C.F.B. 1998. Escalated aggressive behaviour and facultative parental care in the nest building gladiator frog, Hyla faber. Amphibia-Reptilia, 19:65-73. Martof, B.S. 1953. Territoriality in the green frog, Rana clamitans. Ecology, 34(1): 166-174. Mitchell, S.L. & Miller, G.L. 1991. Intermale spacing and calling site characteristics in a Southern Mississipi chorus of Hyla cinerea. Copeia, (2): 521-524. Newcomer, S.D., Zeh, J.A. & Zeh, D.W. 1999. Genetic benefits enhance the reproductive success of polyandrous females. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 96: 10236-10241. Parker, G.A. 1974. Assessment strategy and the evolution of fighting behaviour. Journal of Theoretical Biology, (47): 223-243. Pombal, J.P.Jr. 1997. Distribuição espacial e temporal de anuros (Amphibia) em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Biologia, 57(4): 583-594. Pombal, J.P. Jr. & Haddad, C.F.B. 2005. Estratégias e modos reprodutivos de anuros (Amphibia) em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, Sudeste do Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia, 45(15): 201-213. Pombal, J.P.Jr., Sazima, I. & Haddad, C.F.B. 1994. Breeding behavior of the pumpkin toadlet, Brachycephalus ephippium (Brachycephalidae). Journal of Herpetology, 28(4): 516-519. Prado, G.M. & Pombal, J.P.Jr. 2005. Distribuição espacial e temporal dos anuros em um brejo da Reserva Biológica de Duas Bocas, sudeste do Brasil. Arquivos do Museu Nacional, 63(4): 685-705. Prado, C.P.A., Uetanabaro, M. & Lopes, F. S. 2000. Reproductive strategies of Leptodactylus chaquensis and L. podicipinus in the Pantanal, Brazil. Journal of Herpetology, 34(1): 135-139. Rico, M.., Rocha, C.F.D., Borges Jr., V.N.T. & Van Sluys, M. 2004. Breeding ecology of Scinax trapicheiroi (Anura, Hylidae) at a creek in the Atlantic Rainforest of Ilha Grande, southeastern Brazil. Amphibia-Reptilia, 25: 277-286. 290 Nascimento et al.: Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans Ritke, M.E., Babb, J.G. & Ritke, M.K. 1990. Life history of the gray treefrog (Hyla chrysoscelis) in western Tenessee. Journal of Herpetology, 24(2): 135-141. Ryan, M. J. 1985. The túngara frog: A study in sexual selection and communication. Chicago: University of Chicago Press,230p. Ryan, M.J., Cocroft, R.B. & Wilczynski, W. 1990. The role of environmental selection in intraspecific divergence of mate recognition signals in the Cricket Frog Acris crepitans. Evolution, 44(7): 1869-1872. Robertson, J.G.M. 1986. Male territoriality, fighting and assessment of fighting ability in the australian frog, Uperoleia rugosa. Animal Behaviour, 34(3): 763-772. Röhr, D.L. & Juncá, F. A. 2013. Micro-habitat influence on the advertisement call structure and sound propagation efficiency of Hypsiboas crepitans (Anura: Hylidae). Journal of Herpetology, 47(4): 549-554. Rossa-Feres, D.C. & Jim, J. 1994. Distribuição sazonal em comunidades de anfíbios anuros na região de Botucatu, São Paulo. Revista Brasileira de Biologia, 54(2): 323-334. Rossa-Feres, D.C. & Jim, J. 2001. Similaridade do sítio de vocalização em uma comunidade de anfíbios anuros na região noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, 18(2): 439-454. Salthe, S.N. & Duellman, W.E. 1973. Quantitative constraints associated with reproductive mode in anurans, p. 229-249. In: Vial, J. L. (Ed.). Evolutionary Biology of the Anurans: Contemporary Research on Major Problems. Columbia: University of Missouri Press,470 p. SEMA - Secretaria do Meio Ambiente. 2007. Mapa dos Biomas e Unidades de Conservação da Bahia. Disponível em: http://www.meioambiente.ba.gov. br/conteudo.aspx?s=MAPASMAP&p=MAPAS (29/06/2014) Shine, R. 1979. Sexual selection and sexual dimorphism in the Amphibia. Copeia, 1979(2): 297-306. Skelly, D.K. 1997. Pond permanence and predation are powerful forces shaping the structure of tadpole communities. American Scientist, 85(1): 36-45. Sorjonen, J. 1986. Factors affecting the structure of song and the singing behavior of some Northern European passerine birds. Behaviour, 98(1/4): 286-304. Toledo, L.F. & Haddad, C.F.B. 2005. Acoustic repertoire and calling behavior of Scinax fuscomarginatus (Anura, Hylidae). Journal of Herpetology, 39(3): 455-464. UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Microrregião de Jequié: características gerais. Disponível em: http://www.labgeo.biouesb.com/ biotrilha-uesb/88-2/ (29/06/2014). Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 291 Vasconcelos, T.S. & Rossa-Feres, D.C. 2005. Diversidade, distribuição espacial e temporal de anfíbios anuros (Amphibia, Anura) na região noroeste do estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica, 5(2): 1-14. Vieites, D.R., Nieto-Román, S., Barluega, M.., Palanca, A., Vences, M. & Meyer, A. 2004. Post-mating clutch piracy in an amphibian. Nature, 431: 305-308. Weygoldt, P. & Carvalho-e-Silva, S.P. 1992. Mating and oviposition in the hylodine frog Crossodactylus gaudichaudii (Anura: Leptodactylidae). Amphibia-Reptilia, 13: 35-45. Wells, K.D. 1977. The social behavior of anuran amphibians. Animal Behaviour, 25(3): 666-693. Wells, K.D. 1978. Territoriality in the green frog (Rana clamitans): vocalizations and aggressive behaviour. Animal Behaviour, 26(4): 1051–54. Wells, K.D. 2007. The ecology and behavior of amphibians. Chicago University Press, Chicago, 1148 p. Woodward, B.D. 1982. Sexual selection and nonrandom mating patterns in desert anurans (Bufo woodhousei, Scaphiopus couchi and S. bombifrons). Copeia, 1982(2): 351-355. Zar, J.H. 1996. Biostatistical analysis. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, 662 p. Zina, J. 2006. Communal nests in Physalaemus pustulosus (Amphibia: Leptodactylidae): experimental evidence for female oviposition preferences and protection against desiccation. Amphibia-Reptilia, 27(2006): 148-150. Zina, J. & Haddad, C.F.B. 2005. Reproductive activity and vocalizations of Leptodactylus labyrinthicus (Anura, Leptodactylidae) in southeastern Brazil. Biota Neotropica, 5(2): 119-129. Zina, J. & Haddad, C.F.B. 2006. Ecology and reproductive biology of two species of Aplastodiscus (Anura: Hylidae) in the Atlantic forest, Brazil. Journal of Natural History, 40(29-31): 1831-1840. Zina, J. & Haddad, C.F.B. 2007. Courtship Behavior of two Treefrogs Species, Aplastodiscus arildae and A. leucopygius (Anura: Hylidae), from the Atlantic Rainforest, Southeastern Brazil. Herpetological Review, 38: 282-285. Zina, J.; Ennser, J., Pinheiro, S.C.P., Haddad, C.F.B. & Toledo, L.F. 2007. Taxocenose de anuros de uma mata semidecídua do interior do Estado de São Paulo e comparações com outras taxocenoses do Estado, sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 7(2):49-57. Zina, J.; Silva, G. R.; Loebmann, D. & Orrico, V. G. D. 2014 . The recognition of Dendropsophus minusculus (Rivero, 1971) (Hylidae, Dendropsophini) as a highly polymorphic, multi-domain distributed species. Brazilian Journal of Biology, 74(3): 146-153. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):293-299. Julho-Setembro de 2015 293 Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): Distribution extension and map Jéssica Yara Araujo Galdino1,2, Ubiratan Gonçalves1, Gesika Matias1 & Selma Torquato1,* RESUMO: Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): extensão de distribuição e mapa. Amphisbaena lumbricalis é conhecida apenas da localidade tipo, a área da Usina Hidroelétrica de Xingó, em ambas as margens do rio São Francisco, nos estados de Alagoas e Sergipe. Aqui, registramos uma nova localidade para a espécie – o município de Traipu, Alagoas, estendendo por 100 km a sudeste a distribuição conhecida. Palavras-chave: anfisbenas, biogeografia, Nordeste brasileiro, Agreste, Traipu. ABSTRACT: To date, Amphisbaena lumbricalis is known only from its type locality, in the area of Xingó Hydroelectric Power Plant, on both banks of the São Francisco River, in the states of Alagoas and Sergipe, Brazil. Here we add a new locality record for this species – the municipality of Traipu, Alagoas, extending the known distribution by 100 km to the southeast. Key words: amphisbaenians, biogeography, northeastern Brazil, Agreste, Traipu. Amphisbaenia is currently represented by about 190 nominal species (Uetz & Hosek, 2015) belonging to six families (Vidal & Hedges, 2009), with reduced or absent limbs (Crook & Parsons, 1980). Amphisbaenidae, the richest family (ca. 171species), is distributed mainly in South America and Africa (Gans, 2005; Vidal et al., 2008; Uetz & Hosek, 2015). Several aspects of amphisbaenian biology remain poorly understood, partly because the fossorial habit of these animals limits observation in nature (Navega-Gonçalves, 2009). Universidade Federal de Alagoas, Museu de História Natural, Seção de Herpetologia. Av. Aristeu de Andrade, 452, Farol. CEP 57021-090. Maceió, AL, Brazil. 2 Mineração Vale Verde Ltda. Fazenda Lagoa da Laje s/n, Serrote da Laje. CEP 57320-000. Craíbas, AL, Brazil. * Corresponding author: e-mail: [email protected] Recebido: 16 jan 2014 – Aceito: 29 mar 2015 1 294 Galdino et al.: Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996… Distribution extension Consequently, amphisbaenians are usually underrepresented in collections, and many species have been described based on a single or small number of specimens from imprecise localities (Gans, 2005; Roberto et al., 2014; Teixeira Jr. et al., 2014; Pinna et al., 2014). In Brazil, which harbors the greatest diversity of Amphisbaenia worldwide (Mott & Vieites, 2009), 72 species, two genera (Amphisbaena and Mesobaena) and one family (Amphisbaenidae) have been reported (Pyron et al., 2013; Costa & Bérnils, 2014). Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 was described based on 72 specimens from the type locality Xingó Hydroelectric Power Plant, on both banks of the San Francisco River, in the states of Alagoas and Sergipe, Brazil (09° 25’ 00’’ S - 09°40 00’ S; 37° 45’ 00’’ W - 38° 05’ 00’’ W, Vanzolini, 1996). No other record of specimens was made after the type description. Climate at the type locality is semi-arid and hot. The maximum altitude is 256 m (Leal et al., 2003). During a herpetofaunal monitoring at the Xingó Hydroelectric Power Plant reservoir (1998–2001), we collected 26 specimens of Amphisbaena lumbricalis in the municipality of Canindé do São Francisco, state of Sergipe, one in Delmiro Gouveia and eight in Piranhas, both in the state of Alagoas. All 35 specimens of Amphisbaena lumbricalis were obtained in sandy soil areas. Those specimens are deposited in the Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (MUFAL) (Appendix, Table 1). Two additional specimens (MUFAL 9071, 9812) were collected at Serra da Mão, municipality of Traipu, Alagoas (9° 45′ 33″ S, 36° 56′ 54″ W; elevation 653 m; ICMBio collection permit #24083-2) (Figures 1 and 2). This site is 23 km from the left bank of the Rio São Francisco, about 100 km southeast of the type locality of A. lumbricalis. The new locality, an ecotone between Atlantic Forest and Caatinga biome (sensu IBGE, 2004), has vegetation physiognomies represented by seasonal forest and steppe savannah, besides rocky fields at higher elevations. The first specimen (MUFAL 9071) was collected on July 22, 2010, in sandy soil with pebbles, by digging among the roots of the macambira bromeliad (Encholirium spectabile Martius ex. Schultes f.). The second specimen (MUFAL 9812) was obtained occasionally on October 12, 2011, among roots of the bromeliad tank species Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb in a non-sandy area of the Caatinga, a microhabitat different from that previously reported for the species. All specimens of Amphisbaena lumbricalis later collected at type locality and at Serra da Mão had similar characteristics to the type series, except for the maximum number of body annuli (252 in MUFAL 2819) and the autotomic site in the tail was evident, occurring at the 9th annulus, different from that reported by Vanzolini (1996), which emphasizes no clearly visible autotomic site (Table 1). Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 295 Figure 1. Amphisbaena lumbricalis (MUFAL 9071; 99 mm snout venter lenght), collected on July 22, 2010 in the community of Santa Cruz, municipality of Traipu , Alagoas state. Photograph by Ubiratan Gonçalves. Figure 2. Distribution map of Amphisbaena lumbricalis. AL = Alagoas; BA = Bahia; CE = Ceará; MA = Maranhão; MG = Minas Gerais; PB = Paraíba; PE = Pernambuco; PI = Piauí; RN = Rio Grande do Norte; SE = Sergipe. PO 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 VO 2777 2789 2800 2782 2779 2778 2781 2780 2783 2784 2796 2797 2798 2808 2807 2809 2806 2815 235 239 244 239 246 237 241 243 239 243 237 249 237 234 239 249 247 237 BA 22 23 22 23 24 22 22 22 22 22 22 24 23 24 23 25 24 22 CA 12 13 14 14 13 12 13 12 12 13 14 14 13 12 13 14 14 14 DS 18 20 20 18 20 18 18 18 17 18 17 20 18 19 18 18 20 19 VS 8 8 7 9 7 8 7 8 8 9 7 9 8 9 9 6 8 8 AU 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 PG 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 3 3 SL 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 IL 138 136 116 128 138 121 127 86 120 146 136 134 135 122 142 146 138 110 SVL 18 17 15 15 16 15 16 10 15 18 17 15 17 17 19 15 15 TL 2.52 2.92 2.22 3.06 3.36 2.87 3.25 2.15 2.1 2.74 2.76 2.4 2.68 2.48 2.88 2.81 2.36 2.42 HD 2.52 2.8 2.39 2.91 2.27 2.92 2.67 1.97 2.62 2.86 2.73 3.03 2.71 2.64 2.58 3 3.32 2.3 DB CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF Locality Table 1. Meristic features of specimens of Amphisbaena lumbricalis, based on examined specimens (Appendix) and the literature (Vanzolini, 1996). VO = vouchers of MUFAL; PO = number of precloacal pores ; BA = number of body annuli; CA = number of caudal annuli; AU = autotomy sites on caudal annuli; DS = number of dorsal segments per annulus at midbody; VS = number of ventral segments per annulus at midbody, TL = tail length; DMB = diameter at midbody; DH = diameter of head; SL = supralabial scales; IL = infralabial scales; PG = first row of postgeniais; CSF = municipality of Canindé do São Francisco, Sergipe; PI = municipality of Piranhas, Alagoas; DE = municipality of Delmiro Gouveia, Alagoas; TP = municipality of Traipu, Alagoas; ? = unknown. 296 Galdino et al.: Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996… Distribution extension 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2817 2818 2819 2786 2787 2785 2802 2803 2804 2805 9423 2790 9071 9812 4(2,5,6) 4 2816 Type_ specimens 4 2814 0 4 2813 Standard_ deviation 4 2812 4 4 2811 Mean PO VO 225-247 5.64 240.11 249 228 239 243 242 235 246 238 238 246 238 252 234 242 242 231 228 239 239 BA 20-26 1.023 22.8 ? 20 22 24 23 21 23 22 24 24 23 23 22 23 23 ? 24 23 23 CA 12-16 1.02 13.3 13 12 13 15 14 14 15 12 15 14 15 14 14 14 12 12 14 12 12 DS 12-20 1.21 18.08 17 16 18 16 19 19 20 18 18 18 17 19 15 18 17 17 17 18 18 VS 6-10 0.79 8.06 8 9 7 9 8 8 7 8 9 9 ? 9 8 8 8 7 9 8 8 AU 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 PG 0.23 3.05 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 3 3 3 3 3 3 3 SL 0 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 IL 19.28 126.35 124 99 114 145 145 140 135 146 113 123 75 151 66 140 128 129 127 125 131 SVL 2.88 15.97 24 15 18 18 17 16 17 15 20 10 18 10 17 16 9 16 16 17 TL 0.3 2.62 2.6 2.43 2.61 2.88 2.73 2.9 2.65 2.81 2.26 2.41 2.03 2.85 2.63 2.65 2.42 2.84 2.56 2.49 2.38 HD 0.42 2.71 3 2.72 2.8 2.8 3.29 3.34 3.63 3.37 2.32 2.58 1.95 3.09 1.92 1.96 2.52 2.89 2.88 2.26 2.55 DB UHE_ Xingó TP TP DG PI PI PI PI PI PI PI PI CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF CSF Locality Table 1 (cont.) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 297 298 Galdino et al.: Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996… Distribution extension Acknowledgements We thank Ingrid Carolline Soares Tiburcio and José Vieira Araújo-Neto for drawing up the map, Mineração Vale Verde for financing the project, staff members José Adelson and Cícero Fernando for their invaluable help with voucher specimen collection, and Tamí Mott and Filipe Augusto Cavalcanti do Nascimento, for their critical reading of the manuscript. Literature Cited Costa, H. C. & Bérnils, R. S. (Org.). 2014. Répteis brasileiros – Lista de espécies. Available in: http://www.sbherpetologia.org.br/ (30/12/2014). Crook, J. M. & Parsons, T. S. 1980. Visceral anatomy of the Amphisbaenia. Journal of Morphology, 163(2): 99-133. Gans, C. 2005. Checklist and Bibliography of the Amphisbaenia of the world. Bulletin of the American Museum of Natural History, 289: 1-130. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2004. Mapas de biomas e de vegetação. Available in: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2004. Mapas de biomas e de vegetação. Available in: http://www.ibge.gov.br/ home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm. (10/01/2015). Leal, I. R., Vicente, A. & Tabarelli, M. 2003. Herbivoria por caprinos na caatinga da região de Xingó: uma análise preliminary, p. 695-716. In: Leal, I. R.; Tabarelli, M. & Silva, J. M. C. (Eds.). Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 822p. Mott, T. & Vieites, D. R. 2009. Molecular phylogenetics reveals extreme morphological homoplasy in Brazilian worm lizards challenging current taxonomy. Molecular Phylogenetics and Evolution, 51(2): 190-200. Navega-Gonçalves, M. E. C. 2009. Anatomia visceral comparada de seis espécies de Amphisbaenidae (Squamata: Amphisbaenia). Revista Brasileira de Zoologia, 26(3): 511-526. Pinna, P. H.; Mendonça, A. F.; Bocchiglieri, A. & Fernandes, D. S. 2014. A new species of Amphisbaena linnaeus, 1758 from a Cerrado region in Bahia, Northeastern Brazil (Squamata: Amphisbaenidae) Herpetologica, 70(3): 339–349. Pyron, R.A.; Burbrink, F. T. & Wiens, J. J. 2013. A phylogeny and revised classification of Squamata, including 4161 species of lizards and snakes. Biomed Central Evolutionary Biology, 13: 1-53 Roberto, I. J.; Brito, L. B. M. & Ávila, R. W. 2014. A new six-pored Amphisbaena (Squamata: Amphisbaenidae) from the coastal zone of northeast Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 299 Brazil. Zootaxa 3753 (2): 167–176. Teixeira Jr., M.; Dal Vechio, F.; Mollo Neto, A. & Rodrigues, M. T. 2014. A New Two-Pored Amphisbaena Linnaeus, 1758, from Western Amazonia, Brazil (Amphisbaenia: Reptilia) Source: South American Journal of Herpetology, 9(1): 62-74. Uetz, P. & Hosek, J. (Eds). 2014. The reptile database. Available in: http://www. reptile-database.org. (30/12/2014). Vidal, N.; Azvolinsky, A.; Cruaudand, C. & Hedges, S. B. 2008. Origin of tropical American burrowing reptiles by transatlantic rafting. Biology Letters, 1(4): 115-118. Vidal, N. & Hedges, S. B. 2009. The molecular evolutionary tree of lizards, snakes and amphisbaenians. Comptes Rendus Biologies, 332 (2): 129139. Vanzolini, P. E. 1996. On slender species of Amphisbaena, with the description of a new one from northeastern Brazil (Reptilia, Amphisbaenia). Papéis Avulsos de Zoologia, 39(16): 293-305. Appendix Specimens of Amphisbaena lumbricalis deposited in the Amphibian and Reptile Collection of the Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas. (MUFAL 2777, 2778, 2779, 2780, 2781, 2782, 2783, 2784, 2789, 2796, 2797, 2798, 2800, 2806, 2807, 2808, 2809, 2811, 2812, 2813, 2814, 2815, 2816, 2817, 2818, and 2819), from the Canindé do São Francisco, Sergipe state, MUFAL 2785, 2786,2787, 2802, 2803, 2804, 2805, and 9423 from Piranhas, MUFAL 2790 from Delmiro Gouveia , and MUFAL 9071 and 9812 from Traipu all in Alagoas state. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):301-311. Julho-Setembro de 2015 301 Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Distribution extension Natália L. Boroni¹*, Ulyses F. J. Pardiñas² & Gisele Lessa¹ ABSTRACT: We report the easternmost record for the Fornes’ Colilargo, Oligoryzomys fornesi in the state of Minas Gerais, Brazil extending more than 500 km to the southeast the geographic range of the species. The studied specimens were found in owl pellets collected in caves. This is the first record of O. fornesi in the municipalities of Lagoa Santa, Sete Lagoas and Cordisburgo, a karst transition zone between the Atlantic Forest and Cerrado biomes. Key-words: Geographic distribution, owl pellets, karst area, Minas Gerais RESUMO: Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Extensão da distribuição. Relatamos o registro mais oriental para o rato-do-mato Oligoryzomys fornesi no estado de Minas Gerais, Brasil ampliando a distribuição da espécie em mais de 500 km para o sudoeste. Os espécimes foram amostrados por pelotas de coruja coletadas em cavernas. Este é o primeiro registro de O. fornesi nos municípios de Lagoa Santa, Sete Lagoas e Cordisburgo, uma área cárstica de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Palavras-chaves: Distribuição geográfica, pelotas de coruja, área cárstica, Minas Gerais Oligoryzomys Bangs, 1900 comprises a group of small sigmodontinae mice distributed from Central America to southern South America (Musser & Carleton, 2005). In Brazil, nine species of Oligoryzomys have been reported: O. chacoensis (Myers & Carleton, 1981), O. flavescens (Waterhouse, 1837), Museu de Zoologia João Moojen, Universidade Federal de Viçosa, Vila Gianetti, nº 32, Campus, Viçosa, Minas Gerais, Brasil. ² Instituto de Diversidad y Evolución Austral (IDEAus-CONICET), CC 128, 9120 Puerto Madryn, Chubut, Argentina. * Corresponding author: [email protected] Recebido: 30 jan 2015 – Aceito: 22 abr 2015 1 302 Boroni et al.: Distribution extension of Oligoryzomys fornesi O. fornesi (Massoia, 1973), O. fulvescens (Saussure, 1860), O. microtis (J. A. Allen, 1916), O. moojeni Weksler & Bonvicino, 2005, O. nigripes (Olfers, 1818 ), O. rupestris Weksler & Bonvicino, 2005 and O. stramineus Bonvicino & Weksler, 1998 (Paglia et al., 2012). Recently another species, Oligoryzomys utiaritensis J. A. Allen, 1916, was recognized for the country (Agrellos et al., 2012). These mice can be found in forested and open formations in the Amazon Forest, Atlantic Forest, Cerrado, Caatinga and Pantanal biomes (Bonvicino et al., 2008). In Brazil, Oligoryzomys fornesi primarily inhabits open formations in the Cerrado (Federal District, Minas Gerais, Goiás, Bahia) and Caatinga domains (Pernambuco), but it can also be found in forest formations in these biomes (Weskler & Bonvicino, 2005; Pereira & Geise, 2009). This species have also been reported in eastern Paraguay and northern Argentina, where the type locality is situated, in Formosa Province (Weskler & Bonvicino, 2005; Teta & Pereira, 2009; Teta & Pardiñas, 2010). The aim of this study is to report a record that extend the current geographic distribution of O. fornesi more than 500 km to the southeast, being the most eastern locality known for the species in the state of Minas Gerais and in Brazil. Between 2010 and 2012 we collected owl pellets of Tyto furcata (Aves, Tytonidae) from three caves in a karst area in the state of Minas Gerais, Brazil. Samples of pellets were collected in three different areas: Sumidouro State Park (19º33’30’’ S, 43º57’03’’W), Lagoa Santa; Mata Grande Cave (19º30’02’’S, 44º15’59’’W), Sete Lagoas; Peter Lund Natural Monument (19º07’17”S, 44º28’24”W), Cordisburgo (Fig. 1). According to the Köppen classification, the climate in the region is the type Aw tropical humid, characterized by hot, rainy summers and dry winters (IEF, 2008; Travassos, 2010). The annual average temperature is 22ºC in Cordisburgo and 21,4ºC in the Lagoa Santa region (IEF, 2008; Travassos, 2010). The annual average precipitation varies between 1250 mm to 1500 mm in Cordisburgo (Travassos, 2010) and in Lagoa Santa the annual pluviometric average is 1206.80 mm (IEF, 2008; Travassos, 2010).The area is inserted in the Cerrado biome, with some peculiarities related to the presence of enclaves similar to Caatinga vegetation, with Deciduous Seasonal Forest (“dry forest”) in the areas of limestone outcrops (Piló, 1998). Currently the sampled area is disturbed, often the vegetation is restricted to cerrado in regeneration or in transition and “dry forest” in the limestone outcrops (Berbert-Born, 2002) along with pastures, crops and eucalyptus plantations (IEF, 2008; Travassos, 2010). Fieldwork was carried out with IEF (Instituto Estadual de Florestas) and SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade) permits (Permit # 13045-1). The pellets were disaggregated and accumulated in the cave floor. The skulls and mandibles were recovered by hand and identified to Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 303 the lowest taxonomic level based on specific literature (Bonvicino & Weksler, 1998; Paresque, 2010; Weskler & Bonvicino, 2005; Weksler & Percequillo, 2011) and the reference material at the Mastozoology Collection at the João Moojen Zoology Museum (MZUFV, Universidade Federal de Viçosa, Brasil). Some of the specimens examined were identified as O. fornesi. Posteriorly were tumbled in batches according to locality (with the other specimens from the pellets) and deposited in this collection, under the reference numbers: MZUFV 3814(Lagoa Santa); MZUFV 3843 (Sete Lagoas); MZUFV 3856 (Cordisburgo). As the studied material is originated by owls pellets, in most cases the bones are disarticulated and fragmented. Is common to find skulls and mandibles Figure 1. Collecting localities (white squares) and previous records in the state of Minas Gerais (black squares) of Oligoryzomys fornesi. Localities 1 and 2 are in the Cerrado biome (dark gray) and localities 3 to 5 are in the transition zone between Cerrado/ Atlantic Rainforest biome (light gray) (IEF, 2014). Localities in the state of Minas Gerais: 1) Grande Sertão Veredas National Park, Formoso (Paresque, 2010); 2) Panga Ecological Station, Uberlândia (Bruna et al., 2010); 3) Peter Lund Natural Monument, Cordisburgo; 4) Mata Grande Cave, Sete Lagoas; 5) Sumidouro State Park, Lagoa Santa. 304 Boroni et al.: Distribution extension of Oligoryzomys fornesi broken, beyond just maxilla bones with molars. Mandibles, maxillas (left and right of both) and one fragmented skull of Oligoryzomys fornesi were found in the owl pellets sampled. For the taxon, was calculated the number of identified specimens (NISP), being the sum of all fragments (mandibles, maxillae, skull) of the taxon. Of the total 499 (NISP) of cranial and mandibular remains of Oligoryzomys, 49 specimens (NISP), were assigned to O. fornesi (Fig. 2) based on the following combinations of traits: 1) skull with a strong anterior constriction of the interorbital area and divergent posteriorly; 2) short incisive foramen not reaching M1; 3) reduction of mesoloph/mesolophid in the molars; 4) mandibular with a slightly dilated capsular process (Weksler & Bonvicino, 2005; Paresque, 2010). The reduced mesoloph and mesolophid in the molars was an important feature to differentiate O. fornesi from others Oligoryzomys species that can occur in the studied area. The mesoloph/mesolophid can be reduced in most specimens of O. fornesi (see Paresque, 2010). See the Table 1 for comparison of the diagnostic cranial characters used to identify O. fornesi and among other Oligoryzomys species which can be simpatric in the region. This is the first record of Oligoryzomys fornesi in the central karst of Minas Gerais, a transition zone between the Cerrado and Atlantic Forest. Few records of O. fornesi in the state are available in the literature, all in areas of Cerrado: Grande Sertão Veredas National Park (15°23’S, 45°54’W), in the municipality of Formoso, about 700 km northwest of Lagoa Santa (Paresque, 2010) and Panga Ecological Station (19°10’S, 48°23’W) (Bruna et al., 2010), in Uberlândia, approximately 570 km west of Lagoa Santa (Fig. 1). In these studies the external characteristics were used for identification of specimens, but Paresque (2010) also examined the cranial features and karyotype. In addition to O. fornesi, 15 other rodent species were found in the owl pellets collected in the three localities, including Oligoryzomys nigripes (NISP = 334) (Table 2). O. fornesi can be sympatric with O. nigripes, O. flavescens and O. stramineus in Brazil (Bonvicino & Weksler, 1998; Weksler & Bonvicino, 2005; Pereira & Geise, 2009; Bruna et al., 2010). Despite being sympatric in some regions of Cerrado, these species are usually found in different habitats. O. fornesi is generally found in open vegetation formations in the Cerrado, unlike O. nigripes (Weskler & Bonvicino, 2005). Among the species of the genus Oligoryzomys, O. nigripes is the most generalist in its habitat preferences, occurring in primary and secondary vegetation formations, especially in forested areas such as gallery forests in the Cerrado, Montane and Sub-Montane Forest in the Atlantic Forest (Weskler & Bonvicino, 2005). Despite several studies on the taxonomy, morphology, cytogenetics, and molecular phylogeny (e.g. Weskler & Bonvicino, 2005; Paresque et al., 2007; Trott et al., 2007; Palma et al., 2010; Paresque, 2010; Machado et al., 2011; Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 305 Figure 2. Remains of Oligoryzomys fornesi found in the karst central area of Minas Gerais, Brazil. From top to bottom: anterior fragment of skull in dorsal (A) and ventral view (B), mandible in labial view (C) and upper and lower molars (D, E). D – Superior molar 1,50 mm in length. E – Inferior molar 1,46 mm in length. Specimens voucher: MZUFV 3856, Cordisburgo. Scale bar = 10 mm. Boroni et al.: Distribution extension of Oligoryzomys fornesi 306 Table 1. Cranial and molar comparison among sympatric Oligoryzomys species of Minas Gerais. Adapted from Weksler & Bonvicino (2005) and Paresque (2010). Species Interorbital region Incisive foramina Mandible Mesoloph and mesolophid Oligoryzomys fornesi Convergent anteriorly, giving a triangular appearance; supraorbital margins with sharp edges Lenticular shape; usually reaches the first molar; vomer appears dilated along all their extension Capsular process of lower incisor alveolus slightly dilated, not exceeding the mandibular notch line Frequently present, but may be reduced Oligoryzomys flavescens Hourglass-shaped and rounded, may presents a slight posterior divergence; supraorbital margins tenuous and little curvy Teardrop shape; often surpass the anterior edge of the first molar;vomer appears dilated only on 2/3 previous Capsular process of lower incisor alveolus poorly developed; masseteric crest unclear Frequently present Oligoryzomys nigripes Hourglassshaped with a long constriction, following the molar rows; supraorbital margins rounded Lenticular shape; may reach the anterior edge of the first molar; dilation of the vomer varies widely, usually appears 2/3 dilated Capsular process of lower incisor alveolus slightly dilated, not exceeding the mandibular notch line Frequently present Oligoryzomys stramineus Convergent anteriorly; supraorbital margins slightly sharp Lenticular shape; may reach the anterior edge of the first molar; dilation of the vomer varies widely, usually appears 2/3 dilated Capsular process of lower incisor alveolus slightly dilated, not exceeding the mandibular notch line Frequently present Table 2. NISP (number of identified specimens) of Oligoryzomys collected in owl pellets from the Sumidouro State Park, Lagoa Santa; Mata Grande Cave, Sete Lagoas; Peter Lund Natural Monument, Cordisburgo. Lagoa Santa Sete Lagoas Cordisburgo Oligoryzomys nigripes 54 219 61 Oligoryzomys fornesi 6 33 10 Oligoryzomys sp. 7 92 17 Total 67 344 88 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 307 Weksler & Percequillo, 2011), Oligoryzomys is a complex genus with many morphological similarities between species. This makes the identification of the species difficult, especially because many are sympatric in different localities. In some cases, the use of molecular and cytogenetic data is essential for the identification of Oligoryzomys species. Oligoryzomys fornesi might have already been collected in other regions of Cerrado in eastern Minas Gerais, between Uberlandia and Lagoa Santa, and further north between Formoso and Lagoa Santa, but assigned as another species of Oligoryzomys or O. nigripes, the most common species of the genus. Minas Gerais is a large state and many areas of Cerrado have not yet been surveyed, which also explains the lack of information about the geographic distribution of this species in the state. Recently studies with Oligoryzomys molecular phylogeny suggest a taxonomic revision for populations assigned to O. fornesi in Brazil (GonzálezIttig et al., 2010; González-Ittig et al., 2014). These authors point out the distinctiveness of specimens from Brazil and the ones from the type locality (Naineck in Formosa, Argentina), since they are recovered in different clades, with Brazilian O. fornesi grouped into a basal group (González-Ittig et al., 2010; González-Ittig et al., 2014). More extensive studies are needed to clarify the taxonomic status of Oligoryzomys populations from central Brazil, including the recent proposition to refer to O. mattogrossae the records previously assigned to O. fornesi from Cerrado and Caatinga (see Weksler & Bonvicino, 2015). It should be pointed out that some species of this genus are important hantavirus reservoirs, such as Oligoryzomys nigripes and O. fornesi. They have been identified as reservoirs by serological and molecular methods in different Brazilian regions (Lemos et al., 2004; Suzuki et al., 2004; Oliveira et al., 2013; Guterres et al., 2014). The hantavirus, subject of studies worldwide, is among the most important zoonotic pathogens of humans and the role in hantaviruses cycles reinforce the importance of rodent inventories in poorly sampled regions and taxonomic studies on this genus. The karst area of Lagoa Santa can be considered poorly sampled actually because no small mammals survey was done since Lund and Winge´s work in 1887. Some works were made in nearby regions such as the Parque Nacional Serra do Cipó (Leal et al., 2008), Parque Nacional das Sempre-Vivas (Camara et al., 2007) and Conceição do Mato Dentro (Ávila Pires, 1960) Our findings also show the importance and effectiveness of owl pellets to inventory small mammal assemblages in poorly known regions. The analysis of barn owl pellets is a valuable, quick, and cost-effective tool for surveying small mammals and it should be extensively used in Brazil. 308 Boroni et al.: Distribution extension of Oligoryzomys fornesi Acknowledgments We are grateful to Marcelo Weksler for the identification of some specimens. We thank the staff of Sumidouro State Park, Peter Lund National Monument and mining company Mata Grande for allowing the use of their facilities for the collection of samples. We are also grateful to Leonardo Dias for assistance in the field, Rodolfo Stumpp for doing the map and comments (Figure 1) and Leonardo Lôbo for taking the picture (Figure 2). The Federal Forest Institute (IEF) granted permits for the collection of specimens. This study was supported by FAPEMIG (APQ-02262-12) grant to Gisele Lessa. Literature Cited Agrellos R.; Bonvicino, C. R.; Rosa, E. S. T.; Marques, A. A. R.; D’andrea, P. S. & Weksler, M.. 2012. The taxonomic status of the Castelo dos Sonhos Hantavirus reservoir, Oligoryzomys utiaritensis Allen 1916 (Rodentia, Cricetidae, Sigmodontinae). Zootaxa, 3220:1–28. Avila-Pires, F. D. de. 1960. Roedores colecionados na região de Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil. Arquivos do Museu Nacional, 50:25-46. Bonvicino, C. R.; Oliveira, J. A. & D’Andrea, P. S. 2008. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Rio de Janeiro: Centro Pan- Americano de Febre Aftosa - OPAS/OMS. 120 p. Bonvicino, C. R. & Weksler, M. 1998. A new species of Oligoryzomys (Rodentia, Sigmodontinae) from Northeastern and Central Brazil. Zeitschrift für Saugetierkunde, Jena, 63:90-103. Berbert-Born, M. 2002. Carste de Lagoa Santa, MG: Berço da paleontologia e da espeleologia brasileira. In: C. Schobbenhaus; D. A. Campos; E. T. Queiroz; M. Winge; M. L. Berbert-Born (ed); Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. 1ºed., Brasília: DNPM/CPRM - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP), 1:415-430. Bruna, E. M.; Guimarães, J. F.; Lopes, C. T.; Duarte, P.; Cláudia, A.; Gomes, L.; Belentani, S. C.; Pacheco, R.; Facure, K. G.; Lemos, F. G. & Vasconcelos, H. L. 2010. Mammalia, Estação Ecológica do Panga, a Cerrado protected area in Minas Gerais state, Brazil. Check List, 6(4):668-675. Câmara, E. M.; Costa, C. G.; Lira, F.; Paula, A.; Duarte, G.; Leal, K. P. & Diniz, F. F. 2007. Comunidade de mamíferos do Parque Nacional das Sempre Vivas, Minas Gerais Mammals communities of Parque Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 309 Nacional das Sempre Vivas, Minas Gerais. In: Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Anais Eletrônicos: Foz do Iguaçu, Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação: Fundação o Boticário de Proteção à Natureza. González-Ittig, R. E.; Salazar-Bravo, J.; Barquez, R. M. & Gardenal, C. N. 2010. Phylogenetic relationships among species of the genus Oligoryzomys (Rodentia, Cricetidae) from Central and South America. Zoologica Scripta, 39: 511–526. González-Ittig, R. E.; Rivera, P. C.; Levis, S. C.; Calderón, G. E. & Gardenal, C. N. 2014. The molecular phylogenetics of the genus Oligoryzomys (Rodentia: Cricetidae) clarifies rodent host– hantavirus associations. Zoological Journal of the Linnean Society, 171:457–474. Guterres, A.; de Oliveira, R. C.; Fernandes, J.; Strecht, L.; Casado, F.; Gomes de Oliveira, F. C.; D’Andrea, P. S.; Bonvicino, C. R.; Schrago, C. G. & Sampaio de Lemos, E. R. 2014. Characterization of Juquitiba Virus in Oligoryzomys fornesi from Brazilian Cerrado. Viruses, 6:1473-1482. IEF – Instituto Estadual De Floresta. 2008. Parque Estadual do Sumidouro. Plano de Manejo. Relatório técnico não publicado. IEF/Gheosfera Consultoria Ambiental. Leal, K. P.; Batista, I. R.; Santiago, F. L.; Costa, C. G. & Câmara, E. M. 2008. Mamíferos registrados em três unidades de conservação na Serra do Espinhaço: Parque Nacional da Serra do Cipó, Parque Nacional das Sempre Vivas e Parque Estadual da Serra do Rola-moça. Sinapse Ambiental, 5:40-50. Lemos, E. R. S.; D’Andrea, P. S.; Bonvicino, C. R.; Famadas, K. M.; Padula, P.; Cavalcanti, A. A. & Schatzmayr, H. G. 2004. Evidence of Hantavirus in wild rodents captured in an endemic area for Brazilian spotted fever in the State of São Paulo. Pesquisa Veterinária Brasileira, 24(2):71-73. Machado, L. F.; Paresque, R. & Christoff, A. U. 2011. Anatomia comparada e morfometria de Oligoryzomys nigripes e O. flavescens (Rodentia, Sigmodontinae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Papéis Avulsos Zoologia, 51(3):29-47. Musser, G. G. & Carleton, M. D. 2005. Superfamily Muroidea, p. 894–1531. In: Wilson, D. E. & Reeder, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World, Baltimore: The John Hopkins University Press. 2000 p. Oliveira, S. V.; Escobar, L. E.; Peterson, A. T. & Gurgel-Gonçalves, R. 2013. Potential geographic distribution of hantavirus reservoirs in Brazil. PLoS ONE, 8(12): e85137. Paglia, A.; Fonseca, G. A.; Rylands, A. B.; Hermann, G.; Aguiar, L. M. S.; 310 Boroni et al.: Distribution extension of Oligoryzomys fornesi Chiarello, A. G.; Leite, Y. R. L.; Costa, L. P.; Siciliano, S.; Kierulff, M. C. M.; Mendes, S. L.; Tavares, V.; Mittermeier, R. A. & Patton, J. L. 2012. Annotated Checklist of Brazilian Mammals. 2. ed. Arlington, VA: Conservation International, 1:1-76. Palma, R. E.; Rodríguez-Serrano, E.; Rivera-Milla, E.; Hernandez, C. E.; Salazar-Bravo, J.; Carma, M. I.; Belmar-Lucero, S.; Gutierrez-Tapia, P.; Zeballos, H. & Yates, T. L. 2010. Phylogenetic relationships of the pygmy rice rats of the genus Oligoryzomys Bangs, 1900 (Rodentia: Sigmodontinae). Zoological Journal of the Linnean Society, 160:551566. Paresque, R.; Silva, M. J. J.; Yonenaga-Yassuda, Y. & Fagundes, V. 2007. Karyological geographic variation of Oligoryzomys nigripes Olfers, 1818 (Rodentia, Cricetidae) from Brazil. Genetics and Molecular Biology, 30:43-53. Paresque, R. 2010. Diversificação das espécies do gênero Oligoryzomys Bangs 1900 (Rodentia, Cricetidae) na região neotropical. 2010. Tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em Ciências, Universidade de São Paulo, São Paulo. 326f. Pereira, L. G. & Geise, L. 2009. Non-flying mammals of Chapada Diamantina (Bahia, Brazil). Biota Neotropica, 9(3):165-196. Piló, L. B. 1998. Morfologia cárstica e materiais constituintes: Dinâmica e evolução da Depressão Poligonal Macacos-Baú - Carste de Lagoa Santa, Minas Gerais. 1998. Tese de Doutorado, Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 269f. Suzuki, A.; Bisordi, I.; Levis, S.; Garcia, J.; Pereira, L. E.; Souza, R. P; Sugahara, T. K. N; Pini, N.; Enria, D. & Souza, L. T. M. 2004. Identifying rodent hantavirus reservoirs, Brazil. Emerging Infectious Diseases, 10 (12): 2127-2134. Teta, P. & Pardiñas, U. F. 2010. Mammalia, Didelphimorphia and Rodentia, central Santa Fe Province, Argentina. Check List, 6(4):552-554. Teta, P. & Pereira, J. A. 2009. Mammalia, Didelphimorphia, Chiroptera, and Rodentia, Parque Nacional Chaco and Capitán Solari, Chaco Province, Argentina. Check List, 5(1):144-150. Travassos, L. E. 2010. Considerações sobre o carste da região de Cordisburgo, Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte: Tradição Plana. Trott, A.; Callegari-Jacques, S.; Oliveira, L.; Langguth, A. & Mattevi, M. 2007. Genetic diversity and relatedness within and between species of the genus Oligoryzomys (Rodentia; Sigmodontinae). Brazilian Journal Biology, 67(1):153-160. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 311 Weksler, M. & Bonvicino, C. R. 2005. Taxonomy of pigmy rice rats genus Oligoryzomys Bangs, 1900 (Rodentia, Sigmodontinae) of the brazilian cerrado, with the description of two new species. Arquivos do Museu Nacional, 1900(1):113-130. Weksler, M. & Bonvicino, C. R. 2015. Genus Oligoryzomys Bangs, 1900, p. 417-437. In: Patton, J.; Pardiñas, U. F. J. & D’Elía, G. (Eds.). Mammals of South America, Volume 2 – Rodents. The University of Chicago Press. 1384 p. Weksler, M. & Percequillo, A. R. 2011. Key to the genera of the tribe Oryzomyini (Rodentia: Cricetidae: Sigmodontinae). Mastozoología Neotropical, 18(2): 281-292. Winge, H. 1887. Jordfundne og nulevende Gnavere (Rodentia) fra Lagoa Santa, Minas Geraes, Brasilien. E Mus. Lundii,178 + 18 pls. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3):313-343. Julho-Setembro de 2015 313 Checklist of the genera of Hymenoptera (Insecta) from Espírito Santo state, Brazil Celso O. Azevedo1, Ana Dal Molin2, Angélica Penteado-Dias3, Antonio C.C. Macedo4, Beatriz Rodriguez-V.5, Bianca Z.K. Dias1, Cecilia Waichert6, Daniel Aquino7, David R. Smith8, Eduardo M. Shimbori3, Fernando B. Noll9, Gary Gibson10, Helena C. Onody3, James M. Carpenter11, John E. Lattke12, Kelli dos S. Ramos13, Kevin Williams14, Lubomir Masner10, Lynn S. Kimsey15, Marcelo T. Tavares1, Massimo Olmi16, Matthew L. Buffington17, Michael Ohl18, Michael Sharkey19, Norman F Johnson20, Ricardo Kawada1, Rodrigo B. Gonçalves21, Rodrigo M. Feitosa22, Steve Heydon15, Tânia M. Guerra1, Thiago S.R. da Silva21 & Valmir Costa23 RESUMO: Lista de gêneros de Hymenoptera (Insecta) do Espírito Santo, Brasil. É apresentada uma lista dos gêneros de Hymenoptera do Espírito Santo, Brasil pela primeira vez. Foram listados 973 gêneros de Hymenoptera, dos quais Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Brazil Texas A&M University, College Station, U.S.A. 3 Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brazil 4 Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil 5 Universidad Nacional Autonoma de Mexico, Mexico City, Mexico 6 Utah State University, Logan, U.S.A. 7 Museo de La Plata, La Plata, Argentina 8 Smithsonian Institution, Washington, DC, U.S.A. 9 Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, Brazil 10 Agriculture and Agri-Food Canada, Ottawa, Canada 11 American Museum of Natural History, New York, U.S.A. 12 Universidad Nacional de Loja, Loja, Ecuador 13 Universidade de São Paulo, São Paulo, Brazil 14 Florida State Collection of Arthropods, Gainesville, U.S.A. 15 University of California, Davis, U.S.A. 16 University of Tuscia, Viterbo, Italy 17 United State Department of Agriculture, Washington, DC, U.S.A. 18 Museum für Naturkunde, Berlin, Germany 19 University of Kentucky, Lexington, U.S.A. 20 The Ohio State University, Columbus, U.S.A. 21 Unversidade Federal do Paraná, Palotina, Brazil 22 Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brazil 23 Instituto Biológico, Campinas, Brazil Corresponding author: [email protected] Recebido: 03 dez 2014 – Aceito: 19 mai 2015 1 2 314 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo 555 (57%) são citados pela primeira vez para o estado. As duas superfamílias com o maior número de gêneros foram Ichneumonoidea e Chalcidoidea com 241 e 203 gêneros respectivamente. Braconidae foram a família mais rica com 141 gêneros. Palavras-chave. Biodiversidade, entomofauna, Mata Atlântica, primeiras citações, riqueza de gêneros. ABSTRACT: The first checklist of genera of Hymenoptera from Espírito Santo state, Brazil is presented. A total of 973 genera of Hymenoptera is listed, of which 555 (57%) are recorded for the first time from this state. Ichneumonoidea and Chalcidoidea are the two superfamilies with the most genera, 241 and 203 respectively. Braconidae, with 141 genera, are the richest family. Key words. Biodiversity, entomofauna, Atlantic forest, first records, genus richness. Introduction The insect order Hymenoptera is one of the dominant life forms on Earth, both in terms of number of species and in the diversity of life styles (Austin & Dowton 2000). Hymenoptera have traditionally been divided into two suborders, ‘‘Symphyta’’ (sawflies) and Apocrita, with the latter subdivided into ‘‘Parasitica’’ (parasitoids) and Aculeata (stinging wasps, bees, and ants) (Sharkey et al., 2011). Symphyta and Parasitica have been demonstrated to be paraphyletic, whereas Aculeata are monophyletic (Heraty et al., 2011; Sharkey et al., 2011). The Hymenoptera are one of most speciose orders of insects, potentially surpassing the Coleoptera (Grissell, 1999; New, 2012). There are about 150,000 valid species (Huber, 2009; Aguiar et al., 2013), but there are estimates of between 600,000 and 1,200,000 extant species (Grimaldi & Engel, 2005; Sharkey, 2007). The state of Espírito Santo lies within the Atlantic forest phytogeographic domain (Lani et al., 2008) and has Atlantic rain forest (hillside and flatland), Mangrove forest and Restinga coastal vegetation. The fauna of Hymenoptera from the Brazilian state of Espírito Santo has been poorly studied. Most previous studies of this order deal with Apidae, Bethylidae, Chalcididae, and Ichneumonidae, which are focal organisms of the staff of local institutions, besides a few published surveys of Hymenoptera families for select localities (e.g. Alencar et al., 2007; Azevedo & Santos 2000; Azevedo et al., 2002; Azevedo et al., 2003). Thus the primary goal of Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 315 the present study is to provide the first checklist of the genera of Hymenoptera from Espírito Santo, Brazil. Materials and methods This paper is a result of an initiative of the project “N.E.S.H. – Nucleus of Excellence in Systematic of Hymenoptera: broadening agricultural and environmental frontiers of Espírito Santo” which was carried out under coordination of the first author and supported by FAPES (the State Science Foundation). Under this initiative about 140,000 specimens of Hymenoptera from Espírito Santo were mounted between 2011 and 2013 and deposited at UFES Insect Collection. The great majority of these specimens were collected using Malaise trap. The minority of the material was collected using other methods of collection such entomological nets and yellow pan trap. Most of the material comes from areas of Atlantic rain forests, but few specimens were collected in Mangrove forests and Restinga coastal vegetation. A collective effort was made for the authors to visit the UFES insect collection in Vitória, the capital of the state, during a five-week workshop in 2013 to identify the material under their expertise. To elaborate the checklist we also included generic citations available from literature. All images were prepared by Ricardo Kawada. They were taken with a Leica DFC 495 video camera attached to a Leica Z16 APO with a Planapo 1.0 or 2.0x objective lens. Figs 1-46 were produced from stacks of images that vertically transected the specimen using Leica LAS (Leica Application Suite V4.3.0) Microsystems by Leica (Switzerland) Limited. These were combined automatically into a single image using Helicon Focus (version 6.0.18), based on Method C (Pyramid) and focus autoadjustments 1% (horizontally). The sequence of the genera in the list follows the traditional way presented in several handbooks of Hymenoptera with Symphyta, then Parasitica and finally Aculeata. An asterisk after the authorship in the checklist indicates that the genus is recorded for the first time from Espírito Santo. Results A total of 973 genera of Hymenoptera, belonging to 48 families, were identified (Table 1); 555 (57%) of the genera are recorded for the first time from the Brazilian state of Espírito Santo (Table 1). Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo 316 Table 1. Number of genera of Hymenoptera from Espírito Santo state, Brazil (by family). Upper group Superfamily Family number of genera “Symphyta” Tenthredinoidea Argidae 12 Cimbicidae 1 Pergidae 12 Tenthredinidae 8 Xiphydrioidea Xiphydriidae 1 Stephanoidea Stephanidae 1 Ichneumonoidea Braconidae 141 Ichneumonidae 100 “Parasitica” Trigonalioidea Trigonalidae 1 Cynipoidea Figitidae 36 Ibaliidae 1 Liopteridae 2 Aulacidae 2 Evaniidae 6 Gasteruptiidae 1 Diapriidae 28 Ismaridae 1 Monomachidae 1 Ceraphronidae 3 Megaspilidae 2 Platygastroidea Platygastridae 54 Proctotrupoidea Heloridae 1 Pelecinidae 1 Proctotrupidae 1 Mymarommatoidea Mymarommatidae 3 Chalcidoidea Agaonidae 4 Aphelinidae 2 Chalcididae 15 Encyrtidae 38 Evanioidea Diaprioidea Ceraphronoidea Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 317 Table 1 (cont.) Upper group Aculeata Superfamily Chrysidoidea Vespoidea Apoidea Family number of genera Eucharitidae 4 Eulophidae 35 Eupelmidae 16 Eurytomidae 3 Leucospidae 1 Mymaridae 22 Perilampidae 1 Pteromalidae 51 Signiphoridae 2 Tanaostigmatidae 2 Torymidae 5 Trichogrammatidae 2 Bethylidae 17 Chrysididae 10 Dryinidae 9 Embolemidae 1 Sclerogibbidae 1 Scolebythidae 1 Formicidae 66 Mutillidae 19 Pompilidae 28 Rhopalosomatidae 3 Scoliidae 1 Tiphiidae 13 Vespidae 21 Ampulicidae 2 Crabronidae 51 Sphecidae 10 Apidae 97 318 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo “SYMPHYTA” Tenthredinoidea, Argidae Acrogymnia Malaise, 1937* Atomacera Say, 1836* Didymia Lepeletier & Serville, 1828 Dieloceros Curtis, 1844 Durgoa Malaise, 1937 Eriglenum Konow, 1901 Hemidianeura Kirby, 1872 Manaos Rohwer, 1912* Neurogymnia Malaise, 1937* (Figura 1) Ptilia Lepeletier, 1823 Scobina Lepeletier & Serville, 1828 Sericoceros Konow, 1905 Tenthredinoidea, Cimbicidae Pachylosticta Malaise, 1937* Tenthredinoidea, Pergidae Acordulecera Malaise, 1937* Acorduloceridea Say, 1836* Anathulea Lepeletier & Serville, 1828 (Figura 2) Aulacomerus Curtis, 1844 Camptoprium Malaise, 1937 Decameria Konow, 1901 Figura 1. Argidae, Neurogymnia Malaise, 1937 Haplostegus Kirby, 1872 Heteroperreyia Rohwer, 1912* Lagideus Malaise, 1937* Perreyia Lepeletier, 1823 Perreyiella Lepeletier & Serville, 1828 Quetutus Konow, 1905 Tenthredinoidea, Tenthredinidae Acidiophora Malaise, 1937* Adiaclema Say, 1836* Andeana Lepeletier & Serville, 1828 Dochmioglene Curtis, 1844 Plaumanniana Malaise, 1937 Pristiphora Konow, 1901 Probleta Kirby, 1872 Waldheimia Rohwer, 1912* Xiphydrioidea, Xiphydriidae Derecyrta Smith, 1860 “PARASITICA” Stephanoidea, Stephanidae Hemistephanus Enderlein, 1905 Ichneumonoidea, Braconidae Acanthorhogas Szépligeti, 1906* Figura 2. Pergidae, Anathulea Lepeletier & Serville, 1828 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Exis Mason, 1981* Lissodoryctes Marsh, 2002* Alabagrus Enderlein, 1920 Aleiodes Wesmael, 1838 Allobracon Gahan, 1915 Allorhogas Gahan, 1912* Alphomelon Mason, 1981 Amputoearinus Sharkey, 2006* Andesipolis Whitfield & Choi, 2004* Apanteles Förster, 1862* Aphaereta Förster, 1862 Aphelopsia Marsh, 1993* Aphidius Nees, 1818* Araucania Marsh, 1993* Aridelus Marshall, 1887* Ascogaster Wesmael, 1835* Asobara Förster, 1862* Aspilodemon Fischer, 1966* Aspilota Förster, 1862* Austroearinus Sharkey, 2006* Austrozele Roman, 1910 Barbalhoa Marsh, 2002* Blacozona van Achterberg, 1988* Blacus Nees, 1818* Bracon Fabricus, 1804 Callihormius Ashmead, 1900* Capitonius Brullé, 1846 Cardiochiles Nees, 1819* Centistidea Rohwer, 1914* Chelonus Panzer, 1806* Choeras Mason, 1981* Choreborogas Whitfield, 1980* Chrysopophthorus Goidanach, 1948* Clinocentrus Haliday, 1833* Coiba Marsh, 1993* Compsobracon Ashmead, 1900* Concurtisella Roman, 1924* Cotesia Cameron, 1891 Curtisella Spinola, 1853* 319 Cystomastax Szépligeti, 1904* Dasylagon Muesebeck, 1958* Dentigaster Zettel, 1990* Diaeretiella Starý, 1960 Digonogastra Viereck, 1912 Dinotrema Förster, 1862* Diolcogaster Ashmead, 1900* Diospilus Haliday, 1833* (Figura 3) Distatrix Mason, 1981* Dolichozele Viereck, 1911* Doryctinus Roman, 1910* Doryctobracon Enderlein, 1920 Ecphylus Förster, 1862* Eubazus Nees, 1814* Euphoriella Ashmead, 1900* Exasticolus van Achterberg, 1979* Fornicia Brullé, 1846* Fritziella Marsh, 1993* Glyptapanteles Ashmead, 1904* Glyptocolastes Ashmead, 1900* Gnamptodon Haliday, 1833* Gnathopleura Fischer, 1975 Hebichneutes Sharkey & Wharton, 1994 Helcon Nees, 1814* Figura 3. Braconidae, Diospilus Haliday, 1833 320 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Helconichia Sharkey & Wharton, 1994 Heredius Marsh, 2002* Heterospathius Barbalho & Penteado-Dias, 1999* Heterospilus Haliday, 1836 Hormius Nees, 1818* Hydrangeocola Brèthes, 1927* Hymenochaonia Dalla Torre, 1898* Hypomicrogaster Ashmead, 1898* Idiasta Förster, 1862 Johnsonius Marsh, 1993 Labania Hedqvist, 1963* Larissimus Nixon, 1965* Lecythodella Enderlein, 1912* Leiophron Nees, 1818* Leluthia Cameron, 1887* Leptodrepana Shaw, 1983* Litostolus van Achterberg, 1985* Lysiphlebus Förster, 1862* Lytopylus Viereck, 1905* Macrocentrus Curtis, 1833* Macrostomion Szépligeti, 1900* Mariapanteles Whitfield & Fernández-Triana, 2012* Marshiella Shaw, 1985* Masonbeckia Sharkey & Wharton, 1994* Mendesella Whitfield & Mason, 1994* Meteorus Haliday, 1835* Microcrasis Fischer, 1975* Microctonus Wesmael, 1835* Microplitis Förster, 1862* Monarea Szépligeti, 1904 Monitoriella Hedqvist, 1963 Mononeuron Fischer, 1981* Nealiolus Mason, 1974* Notiospathius Matthews & Marsh, 1973 Oligoneurus Szépligeti, 1902* Opius Wesmael, 1835 Orgilus Haliday, 1833* Pambolus Haliday, 1836* Papanteles Mason, 1981* Paroligoneurus Muesebeck, 1931* Pedinotus Szépligeti, 1902* Peristenus Förster, 1862* Phaenocarpa Förster, 1862 Phanerotoma Wesmael, 1838* Pholetesor Mason, 1981* Pioscelus Muesebeck & Walkley, 1951* Plynops Shaw, 1996* Podorgilus van Achterberg, 1994 Prasmodon Nixon, 1965* Promicrogaster Brues & Richardson, 1913* Protapanteles Ashmead, 1898* Proterops Wesmael, 1835* Psenobolus Reinhard, 1885 Pseudapanteles Ashmead, 1898* Pseudognaptodon Fischer, 1964* Pseudophanerotoma Zettel, 1990* Pseudorhysipolis Scatolini, Penteado-Dias & van Achterberg, 2002* Rasivalva Mason, 1981* Rhysipolis Förster, 1862* Rinamba Cameron, 1912* Rogas Nees, 1818* Sacirema Quicke, 1995* Semirhytus Szépligeti, 1902* Sendaphne Nixon, 1965* Stantonia Ashmead, 1904* Stiropius Cameron, 1911* Syntretus Förster, 1862* Therophilus Wesmael, 1837* Topaldios Papp, 1995* Triaspis Haliday, 1835* Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Trigonophasmus Enderlein, 1912* Urosigalphus Ashmead, 1889* Utetes Förster, 1862* Waitaca Marsh, 1993 Xanthomicrogaster Cameron, 1911* Zamicrodus Viereck, 1912* Zelomorpha Viereck, 1912 Ichneumonoidea, Ichneumonidae Acerastes Cushman, 1929 Acorystus Townes, 1970 Acrotaphus Townes, 1960 Agrypon Förster, 1860* Allophris Förster, 1868* Aneuclis Förster, 1868* Anomalon Panzer, 1804 Apechoneura Kriechbaumer, 1890 Barycnemis Förster, 1868* Bathyzonus Townes, 1970 Bicryptella Strand, 1917 Boethella Bennett, 2003 Brachycyrtus Kriechbaumer, 1880* Calliephialtes Ashmead, 1900 Campoplex Gravenhorst, 1829* Casinaria Holmgren, 1859* Charops Holmgren, 1859* Clistopyga Gravenhorst, 1829* (Figura 4) Colpotrochia Holmgrem, 1855 Creagura Townes, 1971* Cryptanura Brullé, 1846 Cryptophion Viereck, 1913* Cubus Townes, 1959* Cymodusa Holmgren, 1859* Debilos Townes, 1966 Diaparsis Förster, 1868* Digonocryptus Viereck, 1913 Dimophora Förster, 1869* Diradops Townes, 1946* Distictus Townes, 1966 321 Dolichomitus Smith, 1877* Dusona Cameron, 1900 Eiphosoma Cresson, 1865 Eknomia Santos & Aguiar, 2012 Enicospilus Stephens, 1835 Epirhyssa Cresson, 1865* Eruga Townes, 1960* Eutanygaster Cameron, 1911* Exetastes Gravenhorst, 1829* Ganodes Townes, 1957* Golbachiella Townes, 1970 Grotea Cresson, 1864* Hapsinotus Townes, 1970* Hymenoepimecis Viereck, 1912 Joppa Fabricius, 1804 Joppidium Walsh, 1873 Labena Cresson, 1864* Lagarosoma Gupta & Gupta, 1984 Lamprocryptus Schmiedeknecht, 1904 Latosculum Townes, 1966 Leurus Townes, 1946* Limonethe Townes, 1946 Loxopus Townes, 1970 Lycorina Holmgren, 1859* Macrojoppa Kriechbaumer, 1898 Figura 4. Ichneumonidae, Clistopyga Gravenhorst, 1829 322 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Meggoleus Townes, 1971* Melanocryptus Cameron, 1902 Meniscomorpha Schmiedeknecht, 1907 Mesochorus Gravenhorst, 1829 Messatoporus Cushman, 1929 Metopius Panzer, 1806* Neotheronia Krieger, 1899* Netelia Gray, 1860 Nonnus Cresson, 1874 Occia Tosquinet, 1903* Oedemopsis Tschek, 1869* Ophion Fabricius, 1798 Ophiopterus Brullé, 1846* Orthocentrus Gravenhorst, 1829* Oxytorus Förster, 1869 Petila Tedesco & Aguiar, 2009 Phradis Förster, 1868* Pimpla Fahrilles, 1804* Podogaster Brullé, 1846* Polycyrtidea Viereck, 1913 Polyphrix Townes, 1970 Polysphincta Gravenhorst, 1829* Priotomis Townes, 1970 Pristomerus Curtis, 1836* Probles Förster, 1868* Prosthoporus Porter, 1977 Rhinium Townes, 1966 Sphingozona Townes, 1971* Stethantyx Townes, 1971* Syzeuctus Förster, 1868* Temelucha Förster, 1869* Thymebatis Brèthes, 1909 Thyreodon Brullé, 1846 Ticapimpla Gauld, 1991* Toechorychus Townes, 1946 Trathala Cameron, 1899* Trieces Townes, 1946* Woldstedtius Carlson, 1979* Xanthopimpla Saussure, 1892* Xiphosomella Szépligeti, 1905* Xorides Latreille, 1809* Zaglyptus Foster, 1869* Zagryphus Cushman, 1919* Zatypota Förster,1869* Zonopimpla Ashmead, 1900* Trigonalioidea, Trigonalidae Taeniogonalos Schulz, 1906* (Figura 5) Cynipoidea, Figitidae Acanthaegilips Ashmead, 1897* Acantheucoila Ashmead, 1900* Aganaspis Lin, 1988* Agrostocynipis Diaz, 1976* Alloxysta Förster, 1869* Anacharis Dalman, 1823* Angustocorpa Quinlan, 1988* Apocharips Fergusson, 1988* Aspicera Dahlbom, 1842* Chrestosema Förster, 1869* Dettmeria Borgmeier, 1935* Dicerataspis Ashmead, 1896* Didyctium Riley, 1880* Dieucoila Ashmead, 1903* Figura 5. Trigonalydae, Taeniogonalos Schulz, 1906 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Endecameris Yoshimoto, 1963* Figites Latreille, 1802* Ganaspis Förster, 1869* Gronotoma Förster, 1869* Hexacola Förster, 1869* Kleidotoma Westwood, 1833* Leptolamina Yoshimoto, 1962* Leptopilina Förster, 1869* (Figura 6) Marthiella Buffington, 2009* Micreroides Yoshimoto, 1962* Neralsia Cameron, 1833* Odontoeucoila Ashmead, 1903 Odontosema Kieffer, 1909* Preseucoela Buffington, 2004* Rhabdeucoela Kieffer, 1907* Rhoptromeris Förster, 1869* Steleucoela Kieffer, 1908 Striatovertex Schick & Forshage, 2011* Thoreauella Girault, 1930* Triplasta Kieffer, 1901* Tropideucoila Ashmead, 1903* Zaeucoila Ashmead, 1903* Cynipoidea, Ibaliidae Ibalia Latreille, 1802* 323 Figura 6. Figitidae, Leptopilina Förster, 1869 Figura 7. Liopteridae, Liopteron Perty, 1833 Cynipoidea, Liopteridae Liopteron Perty, 1833* (Figura 7) Pseudibalia Kieffer, 1911* Evanioidea, Aulacidae Aulacus Jurine, 1807* (Figura 8) Pristaulacus Kieffer, 1900 Evanioidea, Evaniidae Alobevania Kawada & Deans, 2008* Evania Fabricius, 1775 Evaniella Bradley, 1905 Evaniscus Szépligeti, 1903* Figura 8. Aulacidae, Aulacus Jurine, 1807 324 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Hyptia Illiger, 1807 Semaeomyia Bradley, 1908 (Figura 9) Evanioidea, Gasteruptiidae Gasteruption Latreille, 1796 (Figura 10) Diaprioidea, Diapriidae Acanthopria Ashmead, 1896* (Figura 11) Acidopsilus Kieffer, 1909* Aclista Förster, 1856* Basalys Westwood, 1833* Belyta Jurine, 1807* Camptopsilus Kieffer, 1908* Coecopria Masner, 1969* Coptera Say, 1836* Dissoxylabis Kieffer, 1909* Doddius Masner & Garcia, 2002* Doliopria Kieffer, 1910* Entomacis Förster, 1856* Idiotypa Förster, 1856* Leucopria Masner & Garcia, 2002* Lyteba Thomson, 1858* Megaplastopria Ashmead, 1903* Mimopria Holgren, 1908* Miota Förster, 1856* Monoxylabis Kieffer, 1909* Monoxylabis Kieffer, 1909* Odontopsilus Kieffer, 1909* Paramesius Westwood, 1832* Pentapria Kieffer, 1905* Propsilomma Kieffer, 1916* Scorpioteleia Ashmead, 1897* Spilomicrus Westwood, 1832* Szelenyiopria Fabricius, 1974* Tropidopsilus Kieffer, 1908* Diaprioidea, Ismaridae Ismarus Haliday, 1835* Figura 9. Evaniidae, Semaeomyia Bradley, 1908 Figura 10. Gasteruptiidae, Gasteruption Latreille, 1796 Figura 11. Diapriidae, Acanthopria Ashmead, 1896 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Diaprioidea, Monomachidae Monomachus Klug, 1841 (Figura 12) Platygastroidea, Platygastridae Acanthoscelio Ashmead, 1893 Acerotella Masner, 1964 Allostemma Masner & Huggert, 1989 Allotropa Förster, 1856* Amblyaspis Förster, 1856 Amitus Haldeman, 1850* Baeus Haliday, 1833 Baryconus Förster, 1856 Calliscelio Ashmead, 1893 Calotelea Westwood, 1837 Chromoteleia Ashmead, 1893 Cremastobaeus Ashmead, 1893 Duta Nixon, 1933 Dyscritobaeus Perkins, 1910 Embidobia Ashmead, 1896* Eumicrosoma Gahan, 1913* Euxestonotus Fouts, 1925* Fidiobia Ashmead, 1894 Gastrotrypes Brues, 1922 Gryon Haliday, 1833 Gryonoides Dodd, 1920* Idris Förster, 1856 Inostemma Haliday, 1833* Iphitrachelus Haliday, 1836 Isostasius Förster, 1856* Leptacis Förster, 1856 Figura 12. Monomachidae, Monomachus Klug, 184 325 Leptoteleia Kieffer, 1908 Macroteleia Westwood, 1835 Metanopedias Brues, 1910* Odontacolus Kieffer, 1910 Oethecoctonus Ashmead, 1893 Opisthacantha Ashmead, 1893 Orseta Masner & Huggert, 1989* Parabaeus Kieffer, 1910 Parascelio Dodd, 1920 Paridris Kieffer, 1908 Phanuromyia Dodd, 1914* Phanuropsis Girault, 1916* Piestopleura Förster, 1856* Platygaster Latreille, 1809 Probaryconus Kieffer, 1908 Psilanteris Kieffer, 1916 Pyrgaspis Kozlov, 1967* Scelio Latreille, 1805 Sceliomorpha Ashmead, 1893 Synopeas Förster, 1856 Telenomus Haliday, 1833 Thoronella Masner, 1972 Trichacis Förster, 1856 Trimorus Förster, 1856 Trissolcus Ashmead, 1893 Triteleia Kieffer, 1906 Tyrannoscelio Masner & Johnson, 2007 (Figura 13) Figura 13. Platygastridae,Tyrannoscelio Masner & Johnson, 2007 326 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Xenomerus Walker, 1836* Proctotrupoidea, Heloridae Helorus Ogloblin 1928* Proctotrupoidea, Pelecinidae Pelecinus Latreille, 1800 (Figura 14) Ceraphron Jurine, 1807* Synarsis Förster, 1878* (Figura 16) Ceraphronoidea, Megaspilidae Conostigmus Dahlbom, 1858* Dendrocerus Ratzeburg, 1852* (Figura 17) Proctotrupoidea, Proctotrupidae Exallonyx Kieffer, 1904* (Figura 15) Ceraphronoidea, Ceraphronidae Aphanogmus Thomson, 1858* Figura 16. Ceraphronidae, Synarsis Förster, 1878 Figura 14. Pelecinidae, Pelecinus Latreille, 1800 Figura 15. Proctotrupidae, Exallonyx Kieffer, 1904 Figura 17. Megaspilidae, Dendrocerus Ratzeburg, 1852 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Mymarommatoidea, Mymarommatidae Mymaromella Girault, 1931 Mymaromma Girault, 1920 Palaeomymar Meunier, 1901 Chalcidoidea, Agaonidae Aepocerus Mayr, 1885 Heterandrium Mayr, 1885 Idarnes Walker, 1843 (Figura 18) Pegoscapus Cameron, 1906 327 Epitranus Walker, 1834 Halsteadium Boucek, 1992 Haltichella Spinola, 1811 Hockeria Walker, 1834* Melanosmicra Ashmead, 1904 Notaspidium Dalla Torre, 1897 Stypiura Kirby, 1883 Chalcidoidea, Aphelinidae Encarsia Förster, 1878* Punkaphytis Kim & Heraty, 2012* (Figura 19) Chalcidoidea, Chalcididae Antrocephalus Kirby, 1883 Aspirrhina Kirby, 1883 Brachymeria Westwood, 1829 Ceyxia Girault, 1911 Conura Spinola, 1837 (Figura 20) Dirhinus Dalman, 1818 Ecuada Boucek, 1992* Figura 19. Aphelinidae, Punkaphytis Kim & Heraty, 2012 Figura 18. Agaonidae, Idarnes Walker, 1843 Figura 20. Chalcididae, Conura Spinola, 1837 328 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Zavoya Boucek, 1992 Chalcidoidea, Encyrtidae Adelencyrtus Ashmead, 1900* Aenasius Walker, 1846* Agarwalencyrtus Hayat, 1981* Anagyrus Howard, 1896 Anicetus Howard, 1896* Aphycus Mayr, 1876* Arrhenophagus Aurivillius, 1888* Blastothrix Mayr, 1876* Blepyrus Howard, 1898* Brachyplatycerus De Santis, 1972* Cerchysiella Girault, 1914 Cheiloneurus Westwood, 1833* Coccidoctonus Crawford, 1912* Coelopencyrtus Timberlake, 1919* Comperia Gomes, 1942 Copidosoma Ratzeburg, 1844 Encyrtus Latreille, 1809 Hambletonia Compere, 1936* Hemencyrtus Ashmead, 1900 Hexacladia Ashmead, 1891* Homalopoda Howard, 1894* Homalotylus Mayr, 1876* Figura 21. Encyrtidae, Metaphycus Mercet, 1917 Meromyzobia Ashmead, 1900* Metaphycus Mercet, 1917* (Figura 21) Microterys Thomson, 1876* Mira Schellenberg, 1803* Mucrencyrtus Noyes, 1980* Neastymachus Girault, 1915* Ooencyrtus Ashmead, 1900* Parablastothrix Mercet, 1917* Prionomastix Mayr, 1876 Prochiloneurus Silvestri, 1915* Protyndarichoides Noyes, 1980* Psyllaephagus Ashmead, 1900* Rhytidothorax Ashmead, 1900* Shenahetia Noyes, 1980* Syrphophagus Ashmead, 1900* Tineophoctonus Ashmead, 1900* Chalcidoidea, Eucharitidae Isomerala Shipp, 1894 Kapala Cameron, 1884* Lirata Cameron, 1884* (Figura 22) Orasema Cameron, 1884* Chalcidoidea, Eulophidae Alveoplectrus Wijesekara & Schauff, 1997* Figura 22. Eucharitidae, Lirata Cameron, 1884 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 329 Ametallon Ashmead, 1904* Aoridus Yoshimoto, 1971* Apleurotropis Girault, 1913 Aprostocetus Westwood, 1833* Cabeza Hansson & LaSalle, 2003* Chrysocharis Förster, 1856* Closterocerus Westwood, 1833* (Figura 23) Deutereulophus Schulz, 1906* Diglyphus Walker, 1844* Elachertus Spinola, 1811* Elasmus Westwood, 1833* Emersonella Girault, 1916* Eriastichus LaSalle, 1994* Euderus Haliday, 1844* Euplectrus Westwood, 1832* Galeopsomyia Girault, 1916* Grotiusomyia Girault, 1917* Hoplocrepis Ashmead, 1890* Horismenus Walker, 1843* Melittobia Westwood, 1848* Ogmoelachertus Schauff, 2000* Omphale Haliday, 1833* Oxypracetus LaSalle, 1994* Paracrias Ashmead, 1904* Paraolinx Ashmead, 1894* Pediobius Walker, 1846* Perditorulus Hansson, 1996* Phymastichus LaSalle, 1990* Platyplectrus Ferrière, 1941* Proacrias Ihering, 1914* Pseudosecodes Girault & Dodd, 1915* Tachinobia Boucek, 1977* Tetrastichus Haliday, 1844* Trichospilus Ferrière, 1930* Figura 23. Eulophidae, Closterocerus Westwood, 1833 Figura 24. Eupelmidae, Brasema Cameron, 1884 Chalcidoidea, Eupelmidae Anastatus Motschulsky, 1859* Arachnophaga Ashmead, 1896* Australoodera Girault, 1922* Brasema Cameron, 1884 (Figura 24) Calosota Curtis, 1836* Ecnomocephala Gibson, 1995* Eupelmus Dalman, 1820* Lecaniobius Ashmead, 1896* Macreupelmus Ashmead, 1896* Metapelma Westwood, 1835* Omeganastatus Gibson, 1995* 330 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Oozetetes De Santis, 1970* Phlebopenes Perty, 1833* Psomizopelma Gibson, 1995* Reikosiella Yoshimoto, 1969* Zaischnopsis Ashmead, 1896* Chalcidoidea, Eurytomidae Bephrata Cameron, 1984 (Figura 25) Khamul Gates, 2008 Rileya Ashmead, 1988 Figura 25. Eurytomidae, Bephrata Cameron, 1984 Chalcidoidea, Leucospidae Leucospis Fabricius, 1775* (Figura 26) Chalcidoidea, Mymaridae Acmopolynema Ogloblin, 1946* (Figura 27) Alaptus Westwood, 1839* Anagroidea Girault, 1915* Anagrus Haliday, 1833* Arescon Walker, 1846* Australomymar Girault, 1929* Callodicopus Ogloblin, 1955* Camptoptera Förster, 1856* Camptopteroidea Viggiani, 1974* Cleruchus Enock, 1909* Erdosiella Soyka, 1956* Erythmelus Enock, 1909* Gonatocerus Nees, 1834* Litus Haliday, 1833* Myrmecomymar Yoshimoto, 1990* Neomymar Carwford, 1913* Neostethynium Ogloblin, 1964* Omyomymar Schauff, 1983* Polynema Haliday, 1833* Schizophragma Ogloblin, 1949* Stephanocampta Mathot, 1966* Tetrapolynema Ogloblin, 1946* Figura 26. Leucospidae, Leucospis Fabricius, 1775 Figura 27. Mymaridae, Acmopolynema Ogloblin, 1946 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Chalcidoidea, Perilampidae Perilampus Latreille, 1809 (Figura 28) Chalcidoidea, Pteromalidae Ablaxia Delucchi, 1957* Acaenasis Girault, 1917* Aepocerus Mayr, 1885* Apsilocera Boucek, 1956* Arachnopteromalus Gordh, 1976* Asaphes Walker, 1834* Bubekia Dalla Torre, 1897* Callitula Spinola, 1811* Catolaccus Thomson, 1878* Chalcedectus Walker, 1852* Chrysoglyphe Ashmead, 1894* Cleonymus Latreille, 1809* (Figura 29) Dipara Walker, 1833* Epipteromalus Ashmead, 1904* Epistenia Westwood, 1832* Erixestus Crawford, 1910* Erotolepsia Howard, 1894* Eurydinoteloides Girault, 1913* Gastrancistrus Westwood, 1833* Halticopteroides Girault, 1913* Hedqvistia Gibson, 2003* Herbertia Howard, 1894* Heteroschema Gahan, 1919* Holcaeus Thomson, 1878* Figura 28. Perilampidae, Perilampus Latreille, 1809 331 Jaliscoa Boucek, 1993* Lelaps Walker, 1843* Leptofoenus Smith, 1862* Lycisca Spinola, 1840* Lyrcus Walker, 1842* Macroglenes Westwood, 1832* Mauleus Graham, 1981* Metastenus Walker, 1834* Miristhma Boucek, 1993* Nasonia Ashmead, 1904* Neocatolaccus Ashmead, 1904* Netomocera Boucek, 1954* Notoglyptus Masi, 1917* Ogloblinisca Hedqvist, 1968* Pachycrepoideus Ashmead, 1904* Pachyneuron Walker, 1833* Propodeia Boucek, 1993* Proschizonotus Girault, 1928* Protoepistenia Gibson, 2003* Psilocera Walker, 1833* Shedoepistenia Gibson, 2003* Spalangia Latreille, 1805* Systatis Walker, 1834* Theocolax Westwood, 1832* Toxeumella Girault, 1913* Trichomalopsis Crawford, 1913* Uniclypea Boucek, 1976* Figura 29. Pteromalidae, Cleonymus Latreille, 1809 332 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Chalcidoidea, Signiphoridae Signiphora Ashmead, 1880* Thysanus Walker, 1840* Chalcidoidea, Tanaostigmatidae Tanaostigma Howard, 1890 (Figura 30) Tanaostigmodes Ashmead, 1896* Chalcidoidea, Torymidae Palmon Dalman, 1825 Podagrion Spinola, 1811* Torymoides Walker, 1871 Torymus Dalman, 1820* Zaglyptonotus Crawford, 1914* Chalcidoidea, Trichogrammatidae Oligosita Walker, 1851* (Figura 31) Trichogramma Westwood, 1833 Aspidepyris Evans, 1964 Bakeriella Kieffer, 1910 Cephalonomia Westwood, 1833 Chlorepyris Kieffer, 1913 Dissomphalus Ashmead, 1893 Epyris Westwood, 1832 Goniozus Förster, 1856 Holepyris Kieffer, 1905 Laelius Ashmead, 1893 Nothepyris Evans, 1973 Prorops Waterson, 1923 Prosierola Kieffer, 1905 Pseudisobrachium Kieffer, 1904 (Figura 32) Sclerodermus Latreille, 1809 Solepyris Azevedo, 2006 Chrysidoidea, Bethylidae Anisepyris Kieffer, 1905 Apenesia Westwood, 1874 Chrysidoidea, Chrysididae Adelphe Krombein, 1890* Amisega Cameron, 1888* Caenochrysis Kimsey & Bohart, 1981 (Figura 33) Chrysis Linnaeus, 1761* Cleptidea Mocsáry, 1904 Figura 30. Tanaostigmatidae, Tanaostigma Howard, 1890 Figura 31. Trichogrammatide, Oligosita Walker, 1851 ACULEATA Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Exallopyga French, 1985* Exochrysis Bohart, 1966* Holophris Mocsáry, 1890* Ipsiura Bohart, 1959* Pleurochrysis Bohart, 1966* Chrysidoidea, Dryinidae Anteon Jurine, 1807* Aphelopus Dalman, 1823 Bocchus Ashmead, 1893* Crovettia Olmi, 1984 Deinodryinus Perkins, 1907 Dryinus Latreille, 1804* Gonatopus Ljungh, 1810* (Figura 34) 333 Neodryinus Perkins, 1905 Thaumatodryinus Perkins, 1905* Chrysidoidea, Embolemidae Embolemus Westwood, 1833 (Figura 35) Chrysidoidea, Sclerogibbidae Probethylus Ashmead, 1902 (Figura 36) Figura 32. Bethylidae, Pseudisobrachium Kieffer, 1904 Figura 34. Dryinidae, Gonatopus Ljungh, 1810 Figura 33. Chrysididae, Caenochrysis Kimsey & Bohart, 1981 Figura 35. Embolemidae, Embolemus Westwood, 1833 334 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Chrysidoidea, Scolebythidae Clystopsenella Kieffer, 1911* (Figura 37) Vespoidea, Formicidae Acanthognathus Mayr, 1887 Acanthoponera Mayr, 1862 Acanthostichus Mayr, 1887* Acromyrmex Mayr, 1865 Anochetus Mayr, 1861 Apterostigma Mayr, 1865 Atta Fabricius, 1804 Azteca Forel, 1878 Basiceros Schulz, 1906 Brachymyrmex Mayr, 1868 Camponotus Mayr, 1861 Carebarella Emery, 1906 Cephalotes Latreille, 1802 Cerapachys Smith, 1857* Crematogaster Lund, 1831 Cryptomyrmex Fernández, 2004 Cylindromyrmex Mayr, 1870* (Figura 38) Cyphomyrmex Mayr, 1862 Dinoponera Roger, 1861 Discothyrea Roger, 1863 Dolichoderus Lund, 1831 Dorymyrmex Mayr, 1866 Eciton Latreille, 1804 Ectatomma Smith, 1858 Eurhopalothrix Brown & Kempf, 1961 Gnamptogenys Roger, 1863 Heteroponera Mayr, 1887 Hylomyrma Forel, 1912 Hypoponera Santschi, 1938 Figura 37. Scolebythidae, Clystopsenella Kieffer, 1911 Figura 36. Sclerogibbidae, Probethylus Ashmead, 1902 Figura 38. Formicidae, Cylindromyrmex Mayr, 1870 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Labidus Jurine, 1807 Lachnomyrmex Wheeler, 1910 Leptogenys Roger, 1861 Linepithema Mayr, 1866 Mayaponera Schmidt & Shattuck, 2014 Megalomyrmex Forel, 1885 Monomorium Mayr, 1855 Mycocepurus Forel, 1893 Myrmelachista Roger, 1863 Myrmicocrypta F. Smith, 1860 Neivamyrmex Borgmeier, 1940 Neoponera Emery, 1901 Nesomyrmex Wheeler, 1910 Nomamyrmex Borgmeier, 1936 Nylanderia Emery, 1906 Octostruma Forel, 1912 Odontomachus Latreille, 1804 Oxyepoecus Santschi, 1841 Pachycondyla Smith, 1858 Paratrechina Motschoulsky, 1863 Pheidole Westwood, 1839 Platythyrea Roger, 1863* Prionopelta Mayr, 1866* Procryptocerus Emery, 1887 Pseudomyrmex Lund, 1831 Rogeria Emery, 1894 Figura 39. Mutillidae, Hoplocrates Mickel, 1937 335 Sericomyrmex Mayr, 1865 Simopelta Mann, 1922 Solenopsis Westwood, 1840 Stigmatomma Roger, 1859 Strumigenys Smith, 1860 Tapinoma Förster, 1850 Tetramorium Mayr, 1855 Thaumatomyrmex Mayr, 1887 Trachymyrmex Forel, 1893* Typhlomyrmex Mayr, 1862 Wasmannia Forel, 1893 Vespoidea, Mutillidae Calomutilla Mickel, 1952* Darditilla Casal, 1965* Ephuta Say, 1836 Hoplocrates Mickel, 1937 (Figura 39) Hoplomutilla Ashmead, 1899 Horcomutilla Casal, 1962* Lomachaeta Mickel, 1936* Lophomutilla Mickel, 1952 Lophostigma Mickel, 1952* Lynchiatilla Casal, 1963* Pappognatha Mickel, 1939 Pertyella Mickel, 1952* Pseudomethoca Ashmead, 1899* Seabratilla Casal, 1963 Sphaeropthalma Blake, 1871* Timulla Ashmead, 1899 Traumatomutilla André, 1901 Vianatilla Casal, 1962* Xystromutilla André, 1905* Vespoidea, Pompilidae Abernessia Arlé, 1947 Ageniella Banks, 1911 Agenioideus Ashmead, 1902* Aimatocare Roig Alsina, 1989* Anoplius Dufour, 1834 Aplochares Banks, 1944* 336 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Aporus Spinola, 1808* (Figura 40) Aridestus Banks, 1947* Auplopus Spinola, 1841 Balboana Banks, 1944* Caliadurgus Pate, 1946* Ceropales Latreille, 1796* Dicranoplius Haupt, 1950* Dipogon Fox, 1897* Entypus Dahlbom, 1843* Epipompilus Kohl, 1884* Episyron Schiødte, 1837* Eragenia Banks, 1946 Euplaniceps Haupt, 1930* Irenangelus Schultz, 1906* Minagenia Banks, 1934* Mystacagenia Evans, 1973 Notocyphus Smith, 1855 Pepsis Fabricius, 1804 Poecilopompilus Howard, 1901 Priochilus Banks, 1944 Priocnemis Schiodte, 1837* Tachypompilus Ashmead, 1902* Vespoidea, Scoliidae Campsomeris Lepeletier, 1845 (Figura 42) Vespoidea, Rhopalosomatidae Liosphex Townes, 1977* Olixon Cameron, 1887* Rhopalosoma Shuckard, 1841 (Figura 41) Figura 41. Rhopalosomatidae, Rhopalosoma Shuckard, 1841 Figura 40. Pompilidae, Aporus Spinola, 1808 Figura 42. Scoliidae, Campsomeris Lepeletier, 1845 Vespoidea, Tiphiidae Aelurus Klug, 1842* Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Anthobosca Guérin Méneville, 1830* Atopothynnus Kimsey, 1991* Epomidiopteron Romand, 1836* Mallochessa Allen, 1972* Mesothynnus Kimsey, 1991* Methocha Latreille, 1804* Myzinum Latreille, 1803* Pterombrus Smith, 1869* Scotaena Klug, 1810* (Figura 43) Tiphia Fabricius, 1775* Upa Kimsey, 1991* Zeena Kimsey, 1991* Vespoidea, Vespidae Agelaia Lepeletier, 1836 (Figura 44) Angiopolybia Araujo, 1946 Apoica Lepeletier, 1836 Brachygastra Perty, 1833 Cephalastor Giordani Soika, 1982 Chartergellus Bequaert, 1938 Epipona Latreille, 1802 Leipomeles Möbius, 1856 Mischocyttarus de Saussure, 1853 Monobia de Saussure, 1852 Montezumia de Saussure, 1852 Figura 43. Tiphiidae, Scotaena Klug, 1810 337 Pachodynerus de Saussure, 1870 Pirhosigma Giordani Soika, 1978 Polistes Latreille, 1802 Polybia Lepeletier, 1836 Protonectarina Ducke, 1910 Protopolybia Ducke, 1905 Pseudodynerus de Saussure, 1855 Pseudopolybia de Saussure, 1863 Synoeca de Saussure, 1852 Zethus Fabricius, 1804 Apoidea, Ampulicidae Ampulex Jurine, 1807* Dolichurus Latreille, 1809* Apoidea, Apidae Acamptopoeum Cockerell, 1905 Ancyloscelis Latreille, 1829 Agapostemon Guerin-Meneville, 1844 Anthodioctes Holmberg, 1903 Anthrenoides Ducke, 1907 Apis Linnaeus, 1758 Ariphanarthra Moure, 1951 Augochlora Smith, 1853 Figura 44. Vespidae, Agelaia Lepeletier, 1836 338 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Augochlorella Sandhouse, 1937 Augochloropsis Cockerell, 1897 Austrostelis Michener & Griswold, 1994 Bombus Latreille, 1802 Bothranthidium Moure, 1947 Centris Fabricius, 1804 Cephalotrigona Schwarz, 1940 Ceratalictus Moure, 1943 Ceratina Latreille, 1802* Chilicola Spinola, 1851* Coelioxys Latreille, 1809 Colletes Latreille, 1802* Corynurella Eickwort, 1969* Cyphomelissa Schrottky, 1902 Dialictus Robertson, 1902 Dicranthidium Moure & Urban, 1975 Dithygater Moure & Michener, 1955* Epanthidium Moure, 1947 Epicharis Klug, 1807 Eufriesea Cockerell, 1909 Euglossa Latreille, 1802 (Figura 45) Eulaema Lepeletier, 1841 Eulonchopria Brèthes, 1909 Eurytis Smith, 1854 Exaerete Hoffmannsegg, 1817 Exomalopsis Spinola, 1853 Florilegus Robertson, 1900 Friesella Moure, 1946 Frieseomelitta Ihering, 1912 Gaesischia Michener, LaBerge & Moure, 1955 Habralictus Moure, 1941* Hoplocolletes Michener, 1965 Hoplostelis Dominique, 1898 Hylaeus Fabricius, 1793* Hypanthidium Cockerell, 1904 Larocanthidium Urban, 1997 Leiopodus Smith, 1854 Lestrimelitta Friese, 1903 Leurotrigona Moure, 1951 Lophopedia Michener & Moure, 1957 Megachile Latreille, 1802 Megalopta Smith, 1853 Megaloptidia Cockerell, 1900 Megommation Moure, 1943 Melipona Illiger, 1806 Melissoptila Holmberg, 1884 Melitoma Lepeletier & Serville, 1828 Melissodes Latreille, 1829 Mesoplia Lepeletier, 1841 Microsphecodes Eickwort & Stage, 1972* Moureanthidium Urban, 1995 Mydrosoma Smith, 1879 Nananthidium Moure, 1947 Nannotrigona Cockerell, 1922 Neocorynura Schrottky, 1910* Nomada Scopoli, 1770* Odyneropsis Schrottky, 1902* Osiris Smith, 1854 Oxaea Klug, 1807 Oxytrigona Cockerell, 1917 Parapsaenythia Friese, 1908 Paratetrapedia Moure, 1941 Paratrigona Schwarz, 1938* Partamona Schwarz, 1939 Figura 45. Apidae, Euglossa Latreille, 1802 Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 Plebeia Schwarz, 1938 Protodiscelis Brèthes, 1909 Psaenythia Gerstaecker, 1868 Pseudagapostemon Schrottky, 1909 Pseudaugochlora Michener, 1954 Ptiloglossa Smith, 1853* Rhathymus Lepeletier & Serville, 1828 Rhinocorynura Schrottky, 1909 Rhophitulus Ducke, 1907* Saranthidium Moure & Hurd, 1960 Scaptotrigona Moure, 1942 Scaura Schwarz, 1938 Schwarziana Moure, 1943 Temnosoma Smith, 1853* Tetragona Lepeletier & Serville, 1828 Tetragonisca Moure, 1946 Tetrapedia Klug, 1810 Thectochlora Moure, 1940 Thygater Holmberg, 1884 Trichocerapis Cockerell, 1904 Trigona Jurine, 1807 Trigonisca Moure, 1950 Trigonopedia Moure, 1941 Tropidopedia Michener & Moure, 1957 Xylocopa Latreille, 1802 Apoidea, Crabronidae Argogorytes Ashmead, 1899* Aroliagorytes Bohart, 2000* Astata Latreille, 1796 Bembecinus A. Costa, 1859* Bembix Fabricius, 1775 Bicyrtes Lepeletier, 1845 Bothynostethus Kohl, 1884* Cerceris Latreille, 1802* Clitemnestra Spinola, 1851* Ectemnius Dahlbom, 1845 Editha Parker, 1929 339 Enoplolindenius Rohwer, 1911* Entomocrabro Kohl, 1905* Epinysson Pate, 1935* Foxia Ashmead, 1898* Holcorhopalum Cameron, 1904* (Figura 46) Hoplisoides Gribodo, 1884* Incastigmus Finnamore, 1995 Larra Fabricius, 1793 Lecrenierus Leclercq, 1977* Lestiphorus Lepeletier, 1832* Liogorytes Bohart, 1967* Liris Fabricius, 1804* Lyroda Say, 1837* Microbembex Patton, 1879 Microstigmus Ducke, 1907 Nitela Latreille, 1809* Oxybelus Latreille, 1796:* Pae Pate, 1944* Philanthus Fabricius, 1790* Figura 46. Crabronidae, Holcorhopalum Cameron, 1904 340 Pison Jurine in Spinola, 1808 Pisoxylon Menke, 1968* Pluto Pate, 1937 Podagritus Spinola, 1851* Psen Latreille, 1796* Pterygorytes Bohart, 1967 Quexua Pate, 1942* Rhopalum Stephens, 1829* Rubrica Parker, 1929 Sagenista Bohart, 1967 Scapheutes Handlirsch, 1887* Selman Parker, 1929 Solierella Spinola, 1851* Spilomena Shuckard, 1838* Stictia Illinger, 1807 Stigmus Panzer, 1804* Tachysphex Kohl, 1883 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Tachytes Panzer, 1806 Tracheliodes Morawitz, 1866* Trachypus Klug, 1810* Trypoxylon Latreille, 1796 Apoidea, Sphecidae Ammophila Kirby, 1798 Dynatus Lepeletier, 1845 Eremnophila Menke, 1964 Isodontia Patton, 1880* Penepodium Menke in Bohart & Menke, 1976 Podium Fabricius, 1804 Prionyx Vander Linden, 1827 Sceliphron Klug, 1801 Sphex Linnaeus, 1758 Trigonopsis Perty, 1833 Discussion Fernández & Sharkey (2006) estimated 2,520 genera of Hymenoptera in the Neotropical region. So the total of 973 genera recognized from Espírito Santo represents about 38.6% of their estimate. The area of Espírito Santo is approximately 46,000 km, representing close to 0.23% of the Neotropical region. Given its high diversity of habitats and geographic location, a high level of faunistic biodiversity is expected. About 57% of the genera listed here are new records from this state. That indicates how the fauna of Hymenoptera this area is poorly studied. Guénard et al. (2012) expected 75 genera of ants for Espírito Santo, according to an interpolation model. The Espírito Santo ant fauna was known from 58 genera, and we found six more totaling 64 genera, if the recent splitting (Schmidt & Shattuck 2014) of Pachycondyla is not taken into account, and 66 genera considering the new definition of Pachycondyla. One possible reason for the present list not fulfilling these authors’ expectations could be that the new data in the present checklist was mostly based on material collected using Malaise traps, available through the UFES collections. This clearly must have produced sampling bias and prevented the sampling from being exhaustive, given that several taxa need specific strategies for exhaustive sampling (see Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 341 Noyes, 1989). Nevertheless, this extensive use of Malaise traps permitted the capture of several ant species for poorly collected genera, such as two species of Acanthostichus and three species of Cylindromyrmex for Espírito Santo compared with only one species of the former genus and none for the latter in the intensive leaf litter sampling of Silva & Brandão (2014) throughout the Atlantic Forest. Given the known distribution records for ants in surrounding states (Guénard et al., 2012; Silva & Brandão, 2014) we expect the following, relatively widespread, genera also to be present in Espírito Santo: Acropyga, Centromyrmex, Cryptopone, Forelius, Kalathomyrmex, Mycetagroicus, Mycetophylax, Mycetarotes, Ochetomyrmex, Proceratium, Pseudoponera, and Tranopelta. Mycetosoritis, Rasoponera, and Tropidomyrmex, while not as widespread as the previous genera, are to be found in neighboring states and may be present. Given the busy activities in the port city of Vitoria, additional invasive ant genera, such as Cardiocondyla, may also be eventually sampled. These considerations suggest the presence of at least 78 ant genera in Espírito Santo, and perhaps 81 or 82. It is important to point out that this is the first check list of Hymenoptera from Espírito Santo and based mostly on material collected by Malaise traps in areas of Atlantic forest. Thus future field expeditions using several different methods of sampling and in different habitats will certainly improve the coverage of the present list. In spite of the sampling limitations, this checklist represents the first attempt at producing concrete faunistic estimates for a state in Southeastern Brazil, and the authors hope that it will be a starting point for more thorough research of these organisms. Acknowledgements We thank Paulo Stein, Chirlei Brito, Mirella Tostes, Lidiana Zamprogno, Magno Ramos, Fernanda Gomes, and Felipe Fraga for mounting and labeling thousands of specimens; Sandra Fagundes for helping in preparing of thousands of pages of the report; Isabel Alencar, Diego Barbosa, and Anderson Pessan for assisting N.E.S.H.; to Chirley Brito again for uploading references and checklist; to Nelson Perioto for identifying the genus of the Eurytomidae illustrated. We also thank CNPq/FAPES, call Pronex program, for the financial support to the proposal “N.E.S.H. – Hymenoptera Systematics Center: broadening agricultural and environmental frontiers of Espírito Santo”, grant #52263010/2011 under coordination of COA. We thank Valéria Fagundes, Sandra Fagundes, and Viviana Corte for encouraging us in several steps of this work. USDA is an equal opportunity provider and employer. 342 Azevedo et al.: Genera of Hymenoptera from Espírito Santo Literature Cited Aguiar, A. P.; Deans, A. R.; Engel, M. S.; Forshage, M.; Huber, J. T.; Jennings, J. T.; Johnson, N. F.; Lelej, A. S.; Longino, J. T.; Lohrmann, V.; Mikó I.; Ohl, M.; Rasmussen, C.; Taeger, A. & Yu, D. S. 2013. Order Hymenoptera. Zootaxa, 3703: 51-62. Alencar, I. D. C. C.; Fraga, F. B.; Tavares, M. T. & Azevedo, C. O. 2007. Perfil da fauna de vespas parasitóides (Insecta, Hymenoptera) em uma área de Mata Atlântica do Parque Estadual de Pedra Azul, Domingos Martins, Espírito Santo, Brasil. Arquivos do Instituto Biológico de São Paulo, 74: 111-114. Austin, A. D. & Dowton, M. 2000. The Hymenoptera: an introduction. In Austin, A. D. & Dowton, M. (eds) Hymenoptera: evolution, biodiversity and biological control. CSIRO Publishing, Collingwood. Azevedo, C. O. & Santos, H. S. 2000. Perfil da fauna de himenópteros parasitóides (Insecta, Hymenoptera) em uma área de Mata Atlântica da Reserva Biológica de Duas Bocas, Cariacica, ES, Brasil. Boletim do Museu Biológico Mello Leitão, 11: 117-126. Azevedo, C.O.; Kawada, R.; Tavares, M.T. & Perioto; N.W. 2002. Perfil da fauna de himenópteros parasitóides (Insecta, Hymenoptera) em uma área de Mata Atlântica do Parque Estadual da Fonte Grande, Vitória, ES, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, 46: 133-137. Azevedo, C.O.; Corrêa M.S.; Gobbi F.T.; Kawada R.; Lanes G.O.; Moreira A.R.; Redighieri E.S.; Dos Santos L.M. & Waichert C. 2003. Perfil das famílias de vespas parasitoides (Hymenoptera) em uma área de Mata Atlântica da Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Lúcia, Santa Teresa, ES, Brasil. Boletim do Museu Biológico Mello Leitão, 16: 39-46. Fernández, F. & Sharkey, M. J. 2006. Introdución a los Hymenoptera de la Región Neotropical. Sociedad Colombiana de Entomologia y Universidade Nacional de Colombia, Bogotá, 894 pp. Grimaldi, D. & Engel, M. S. 2005 Evolution of the insects. Cambridge University Press, 755 pp. Grissell, E. E. 1999. Hymenopteran diversity: some alien notions. American Entomologist, 45: 235-244. Guénard, B.; Weiser, M. D. & Dunn, R. R. 2012. Global models of ant diversity suggest regions where new discoveries are most likely are under disproportionate deforestation threat. Proceedings of the National Academy of Sciences, 109: 7368-7373. Heraty, J.; Ronquist, F.; Carpenter J. M.; Hawks, D.; Schulmeister, S.; Dowling, A. P.; Murray, D.; Munro, J.; Wheeler, W.C,; Schiff, N. & Sharkey, Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(3). 2015 343 M. 2011. Evolution of the hymenopteran megaradiation. Molecular Phylogenetics and Evolution, 60: 73-88. Huber, J. T. 2009. Biodiversity of Hymenoptera. In Footit, R. G. & Adler, P. H. (eds) Insect Biodiversity: Science and Society. Wiley- Blackwell Lani, J. L.; Resende, M.; Rezende, S. B. & Feitosa, L. R. 2008. Atlas dos Ecossistemas do Espírito Santo. Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, UFV, Viçosa. 504 p. New, T. R. 2012. Hymenoptera and Conservation. Hoboken, NJ, WileyBlackwell, 232 pp. Noyes, J. S. 1989. A study of five methods of sampling Hymenoptera (Insecta) in a tropical rainforest, with special reference to the parasitica. Journal of Natural History, 23: 285-298. Schmidt, C. A. & Shattuck, S. O. 2014. The Higher Classification of the ant subfamily Ponerinae (Hymenoptera: Formicidae), with a Review of Ponerine Ecology and Behavior. Zootaxa, 3817: 1-242. Sharkey, M. J. 2007. Phylogeny and Classification of Hymenoptera. Zootaxa, 1668: 521-548. Sharkey, M. J.; Carpenter, J. M.; Vilhelmesen, L.; Heraty, J.; Liljeblad, J.; Ashley, P. G.; Dowling, P. G.; Schulmeister, S.; Murray, D.; Deans, A. R.; Ronquist, F.; Krognam, L. & Wheeler, W. C. 2011. Phylogenetic relationships among superfamilies of Hymenoptera. Cladistics, 27: 1-33. Silva, R. & Brandão, C. R. F. 2014. Ecosystem-wide morphological structure of leaf-litter ant communities along a tropical latitudinal gradient. Plos One, 9: e93049. Instruções aos autores O Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, Nova Série destina-se à publicação de artigos científicos originais na área de Biodiversidade (Ecologia e Meio Ambiente, Botânica, Oceanografia Biológica e Zoologia), Biogeografia e Etnobiologia, incluindo inventários, revisões e notas taxonômicas. Os manuscritos devem submetidos em formato eletrônico pelo sítio: http://www.boletimmbml.net/boletim conforme as instruções disponíveis no mesmo. Os trabalhos devem ser redigidos em português, espanhol ou inglês, com resumos em inglês e no idioma do manuscrito com até 250 palavras. (Para manuscritos em Inglês o resumo será em português). Apresentados em formato A4, em espaço duplo, margem esquerda de 3 cm e as outras 2,5 cm, com as páginas numeradas. Utilizar fonte Times New Roman, corpo 12, sem separar sílabas. O arquivo com o manuscrito pode ser enviado nos formatos “rich text” (.rtf) ou documento do MS-Word (.doc). A primeira página deve conter título, título abreviado, autor(es), instituições com endereços e autor para conato. Na segunda página e seguintes: Resumo (com título em português, no caso de trabalhos em outro idioma), Palavras-chave, Abstract (com título em inglês em caso de trabalho em português), “Key words”, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão e Agradecimentos. Literatura Citada, tabelas com suas legendas e legendas das figuras devem ser colocadas ao final em páginas separadas. Resultados e Discussão não podem ser escritos em um único tópico. Subtítulos devem vir em negrito seguido de ponto e com o texto logo em sequência. As figuras devem ser enviadas em arquivos separados. Não usar sublinhado. Colocar em itálico apenas as notações científicas de espécie e gênero. Notas taxonômicas deverão ser apresentadas com uma página de rosto contendo título, título abreviado, autor(es), palavras chave e endereços. Nas páginas seguintes o texto corrido, incluindo um pequeno resumo e abstract. Outras formas de apresentação poderão, excepcionalmente, ser aceitas pelo Editores. As figuras devem obedecer, em proporção, à área a ser ocupada na página (12 x 18,5 cm). A numeração das tabelas e figuras deve ser feita com algarismos arábicos. A localização desejável das figuras e tabelas deve ser indicada no texto. Figuras em formato digital: As figuras precisam ser de alta definição e qualidade para impressão com uma resolução mínima de 300 dpi (pontos por polegada), enquanto ilustrações e gráficos devem estar com uma resolução mínima de 600 dpi. No entanto, esses arquivos de alta definição serão necessários somente após a aceitação do manuscrito. Para submissão, esses arquivos podem ser reduzidos para 72 dpi e salvos no formato jpeg (.JPG). Figuras em papel: As fotos devem ser em preto e branco em papel brilhante; os gráficos e desenhos devem ser feitos a nanquim ou em impressora com boa resolução gráfica (jato de tinta ou laser), com números, letras e escalas que possam ser reduzidos. Os originais das ilustrações deverão ser encaminhados após a aceitação do trabalho. Recomenda-se o envio de figuras coloridas para publicação no pdf. A publicação em cores no Boletim impresso só será realizada mediante o pagamento pelos autores. A literatura citada no texto deverá mencionar o último sobrenome do autor e a data da publicação (Passamani, 1973; Laps & Chiarello, 1989). Quando se tratar de mais de dois autores, a citação deverá conter o último sobrenome do primeiro autor seguido de et al., e a data da publicação (Zortéa et al.,1994). Estes trabalhos serão relacionada em ordem alfabética sob o título Literatura Citada, segundo o último sobrenome dos autores. Indique o nome completo das publicações. Não abrevie. Exemplos de referências são: Vieira, F. & Gasparini, J. L. 2007. Os Peixes Ameaçados de Extinção no Estado do Espírito Santo, p. 87-104. In: Passamani, M. & Mendes, S. L. (Orgs.). Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória: Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica. 280 p. Dean, W. 1996. A Ferro e Fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo, 484 p. Campos-da-Paz, R. & Albert, J. S. 1998. The gymnotiform “eels” of Tropical America: a history of classification and phylogeny of the South American electric knifefishes (Teleostei: Ostariophysi: Siluriphysi), p. 419 - 446. In: Malababa, L. R.; Reis, R. E.; Vari, R. P. Z.; Lucena, M. S. & Lucena, C. A. S. (Eds.). Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes. Porto Alegre: Edipucrs. 350 p. Ramos, C. F. A. 2006. A tutela do meio ambiente e a aplicação da lei de crimes ambientais no sul da Bahia – um estudo de caso. Dissertação de Mestrado não publicada, Programa de Pósgraduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus. 110 p. Sousa, R. F.; Barbosa, M. P.; Neto, J. M. M. & Fernandes, M. F. 2007. Estudo do processo da desertificação em Cabaceiras-PB: Revista de Engenharia Ambiental. Espírito Santo do Pinhal, 4(1): 089-102. Sociedade Brasileira de Herpetologia – SBH. 2005. Lista de espécies de anfíbios do Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH). Disponível em: http://www.sbherpetologia.org.br/checklist/anfíbios.htm (23/02/2008). Uieda, V. S. & Uieda, W. 2001. Species composition and spatial distribution of a stream fish assemblage in the east coast of Brazil: comparison of two field study methodologies. Brazilian Journal of Biology, 61(3):377-388. Os Editores de área poderão rejeitar o trabalho ou encaminhá-lo ao(s) autor(es) para revisão. Todos os artigos serão submetidos a, pelo menos, dois revisores. A publicação dos trabalhos será feita de acordo com a seqüência de aceitação. Os casos omissos serão resolvidos pelo Editor. Endereços para contato: Boletim do MBML – Editor (Luisa Maria Sarmento Soares) Museu de Biologia Mello Leitão Av. José Ruschi 4 29650-000 Santa Teresa, ES – Brasil Endereço para submissão de artigo: Sítio: www.boletimmbml.net E-mail: [email protected] Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão Nova Série Volume 37 Número 3 - Julho/Setembro de 2015 New records of Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) and an updated distribution map - Novo registro de Liotyphlops beui (Amaral, 1924) (Serpentes: Anomalepididae) e uma atualização do mapa de distribuição .............................................................................................. ................... Henrique C. Costa, Fidélis Júnio Marra Santos & Daniel Loebmann 241 Dieta e morfologia da cabeça, boca e dentição de duas raias simpátricas, Myliobatis goodei e M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes) - Diet and morphology of the head, mouth and teeth of two sympatric rays, Myliobatis goodei and M. ridens (Batoidea: Myliobatiformes) ..................................... ... Gabriela Amaral de Rezende, Ricardo Roberto Capitoli & Carolus Maria Vooren 255 Biologia reprodutiva de Hypsiboas crepitans (Amphibia, Anura, Hylidae) Reproductive biology of Hypsiboas crepitans (Anura, Hylidae) ............................. ............................................................................Ana Paula Barbosa Nascimento, Arhetta Almeida, Amanda Santiago Ferreira Lantyer-Silva e Juliana Zina 271 Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): Distribution extension and map - Amphisbaena lumbricalis Vanzolini, 1996 (Squamata: Amphisbaenidae): extensão de distribuição e mapa ................................................ Jéssica Yara Araujo Galdino, Ubiratan Gonçalves, Gesika Matias & Selma Torquato 293 Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Distribution extension - Oligoryzomys fornesi (Massoia, 1973), Mammalia, Rodentia, Sigmodontinae: Extensão da distribuição ............................................... ........................................ Natália L. Boroni, Ulyses F. J. Pardiñas & Gisele Lessa 301 Checklist of the genera of Hymenoptera (Insecta) from Espírito Santo state, Brazil - Lista de gêneros de Hymenoptera (Insecta) do Espírito Santo, Brasil ....... .......................................................................... Celso O. Azevedo, Ana Dal Molin, Angélica Penteado-Dias, Antonio C.C. Macedo, Beatriz Rodriguez-V., Bianca Z.K. Dias, Cecilia Waichert, Daniel Aquino, David R. Smith, Eduardo M. Shimbori, Fernando B. Noll, Gary Gibson, Helena C. Onody, James M. Carpenter, John E. Lattke, Kelli dos S. Ramos, Kevin Williams, Lubomir Masner, Lynn S. Kimsey, Marcelo T. Tavares, Massimo Olmi, Matthew L. Buffington, Michael Ohl, Michael Sharkey, Norman F Johnson, Ricardo Kawada, Rodrigo B. Gonçalves, Rodrigo M. Feitosa, Steve Heydon, Tânia M. Guerra, Thiago S.R. da Silva & Valmir Costa 313