O CESE - Europa.eu
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ISSN 1830-6365 Fevereiro de 2014/2 – Edição especial PT CESE info EDITORIAL Caros leitores, «Vive-se uma atmosfera de otimismo», «a mudança está ao virar da esquina», «os primeiros sinais da retoma começam a surgir». Nas reuniões de peritos, de Davos a Dublim, começa-se a ouvir a linguagem da retoma económica. Mas será que esta reflete verdadeiramente a realidade nas ruas? Longe das encostas cobertas de neve dos Alpes suíços, o congelamento financeiro continua a fazer-se sentir, e os mais vulneráveis são os mais atingidos. O desemprego dos jovens, a dívida crónica, a pobreza infantil e o fosso entre os «favorecidos» e os «desfavorecidos» continua a aumentar. “ Impõe-se uma mudança, que não pode ser apenas cosmética. Temos de aprender a preocuparmo-nos mais, e não menos, uns com os outros, a reavivar o espírito de dar, e não só o de receber, a ultrapassar a distância que nos separa a nível da cultura e das convicções e a aprender a viver juntos como europeus. No entanto, se é verdade que estamos finalmente a sair da pior crise económica da história da UE, não nos podemos contentar em ser simples espetadores, temos de agir. Primeiro temos de nos assegurar de que, na nossa corrida para recuperar o crescimento económico perdido, não atropelamos ninguém nem deixamos ninguém para trás. Simultaneamente, temos de encontrar formas de aprender com os nossos erros, para que nunca se voltem a repetir. ” Os últimos sete anos de caos económico e monetário ensinaram-nos mais sobre nós próprios enquanto sociedade do que os últimos 70 anos. Fomos confrontados diretamente com os perigos da espiral da dívida, do crédito virtual, do egoísmo e da ganância. A «cultura de casino» deixou milhões de pessoas – jovens e idosos – sem emprego, sem casa, sem dinheiro e, demasiadas vezes, sem esperança. Impõe-se uma mudança, que não pode ser apenas cosmética. Temos de aprender a preocuparmo-nos mais, e não menos, uns com os outros, a reavivar o espírito de dar, e não só o de receber, a ultrapassar a distância que nos separa a nível da cultura e das convicções e a aprender a viver juntos como europeus. Acima de tudo, temos de proteger e promover os valores em que se fundou a UE – igualdade, justiça social e equidade para todos. Enquanto Comité Económico e Social Europeu, temos o dever de assegurar que o aspeto «social» e o «económico» se aliam para o bem dos cidadãos da UE. É este o nosso mandato e não nos esquivaremos às nossas responsabilidades ao aconselhar os legisladores da UE sobre qual é, na nossa opinião, a melhor via a seguir. Apenas quatro meses nos separam das eleições europeias, que representam, para os cidadãos da UE, uma oportunidade histórica para ajudar a garantir a concretização de uma mudança positiva. Nós, no CESE, também não nos esquivaremos à nossa responsabilidade neste domínio. Jane Morrice Vice-presidente do CESE responsável pela Comunicação AGENDA NESTA EDIÇÃO 14 de março de 2014 2 3 4 5 O CESE lidera a definição do futuro do empreendedorismo social 6 Marianne Muona: O CESE – uma ponte entre as pessoas Salónica, Grécia: Dia Europeu dos Consumidores 18 de março de 2014 CESE, Bruxelas: Dia da Sociedade Civil 2014 25 e 26 de março de 2014 CESE, Bruxelas: Reunião plenária do CESE 26 a 28 de março de 2014 CESE, Bruxelas: A tua Europa, a tua voz Comité Económico e Social Europeu Uma ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada A sociedade civil europeia ao lado do povo ucraniano Henri Malosse, presidente do CESE, intervém na praça Maïdan, em Kiev Em dezembro de 2013, o Comité Económico e Social Europeu deslocou-se a Kiev para encontrar e escutar os manifestantes da praça Maïdan. Debaixo de tendas improvisadas ou na rua, a delegação che- Ao mesmo tempo que o Parlamento ucraniano reforçava a legislação que rege o direito de manifestação, o CESE decidiu fazer ouvir a voz da sociedade civil ucraniana em Bruxelas. Ruslana Lyzhychko, figura emblemática de EuroMaidan, e Oleksiy Honcharuk, um dos porta-vozes do movimento, eram os convidados da reunião plenária de 21 de janeiro. «A Europa não pode fechar os olhos ao que se passa nas suas fronteiras, na Ucrânia. A Europa deve ter a coragem de ostentar uma posição forte», declarou Henri Malosse. A sociedade civil europeia pode levar a UE a evoluir a este propósito». Foi com estas palavras que os 353 membros do CESE aprovaram uma resolução na qual o CESE oficializou o seu apoio à sociedade civil ucraniana. (ll) ● Ruslana afirma: «A Europa tem de agir» Ruslana Lyzhychko, o rosto dos protestos na praça Maïdan em Kiev, cantora e vencedora do concurso Eurovisão de 2004, foi convidada, juntamente com Oleksiy Honcharuk, um porta-voz do movimento, a participar na reunião plenária do CESE em 21 de janeiro. Apesar de nos últimos dias o direito de manifestação ter sido restringido pelo Parlamento ucraniano, o CESE continua a reforçar o seu apoio à sociedade civil ucraniana. CESE Info: Como surgiu a decisão de se envolver na promoção de uma participação ativa e democrática dos cidadãos? Ruslana Lyzhychko: Há já muito tempo que defendo convictamente não só a integração da Ucrânia na comunidade europeia e euro-atlântica, como também uma maior adesão da nossa sociedade aos princípios democráticos e a plena participação dos cidadãos. Portanto, é perfeitamente natural que tenha começado a apoiar ativamente e a participar nos protestos em curso na EuroMaidan. Que espera da Europa no que toca a este assunto? O que é que a Europa já fez de positivo? Espero que a Europa seja mais proativa e ponha em prática medidas para ajudar os ucranianos e não se limite a dar um apoio verbal ou diplomático. Penso que um dos aspetos mais importantes foi que a Europa começou a ter uma ideia muito mais clara da natureza absolutamente corrupta e criminosa de muitos dos atuais funcionários do Governo ucraniano e se apercebeu da hostilidade da Rússia e das suas «investidas» contra a Ucrânia. Que deveria fazer a Europa para promover/ajudar a reforçar a sociedade civil ucraniana, encorajar os cidadãos a participar e a sentirem-se responsáveis e promover a inclusão de todos os seus cidadãos? A Europa deverá dar sinais claros à população ucraniana de que apoia a sua luta para Sociedade civil europeia solidária com o povo tibetano Central Tibetana, Dicki Chhoyang. A representante do Governo tibetano reuniu-se com o presidente do Comité, Henri Malosse, e com vários membros, nomeadamente Anne-Marie Sigmund, Béatrice Ouin e Thomas Janson. A UE precisa urgentemente de uma política industrial Reforçar a capacidade de cooperação internacional da Europa Novas fronteiras na «guerra contra as drogas» – a necessidade de novas abordagens fiada pelo Presidente Henri Malosse falou com vários representantes dos movimentos de protesto. Denunciando a violência policial durante as primeiras manifestações que sucederam à recusa de assinar o acordo com a UE, os manifestantes sublinharam o forte sentimento da população de ter sido privada do direito de escolher o seu destino. Henri Malosse, presidente do CESE, e Dicki Chhoyang, ministra dos Negócios Estrangeiros da Administração Central Tibetana O CESE recebeu recentemente, nas suas instalações, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Administração Há mais de 50 anos, o Dalai Lama – líder espiritual do Tibete –, o Governo e o Parlamento do Tibete tiveram de se refugiar em Dharamsala (Índia). Ao longo de meia década, a situação do povo tibetano não cessou de se agravar, as autoridades da China reforçaram a sua política repressiva para com os Ruslana Lyzhychko na reunião plenária do CESE viver numa sociedade justa, sem corrupção, e fazer parte da comunidade europeia de nações democráticas. Estou a pensar, por exemplo, na imposição de sanções individuais a funcionários do Governo ucraniano, num regime de isenção de vistos entre a UE e a Ucrânia e na perspetiva de a Ucrânia vir a aderir à UE. (ab) ● tibetanos, que estão privados dos seus direitos e liberdades fundamentais e cuja identidade cultural e religiosa está ameaçada. A situação é tal que os anos que se seguiram a 2009 foram marcados por uma série de imolações em sinal de protesto. Mais de uma centena de pessoas morreram desta forma sem que se tenha verificado qualquer reação da parte do Governo central da China. Durante esta visita da ministra tibetana, o CESE destacou a posição firme da sociedade civil europeia, renovando >>> p. 2 www.eesc.europa.eu 1 Que futuro para a UEM? Em 5 de dezembro de 2013, a Secção Especializada da União Económica e Monetária e Coesão Económica e Social (ECO) do CESE realizou uma audição pública para debater as propostas a apresentar às instituições europeias sobre a concretização da União Económica e Monetária. Deputados ao Parlamento Europeu, representantes da sociedade civil e outros oradores de prestígio provenientes das instituições da UE e de grandes fóruns de reflexão apresentaram os seus pontos de vista sobre as medidas que o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia devem tomar durante o próximo mandato para melhorar a arquitetura da UEM em quatro áreas, nomeadamente, a união bancária, a governação económica, a política orçamental e a integração política. «Está prestes a ser dado um salto decisivo na integração da UEM. Isto constitui um passo importante, dado que os primeiros resultados positivos já estão à vista. Mas a retoma ainda é modesta e frágil. Apesar de terem sido alcançados progressos significativos, temos ainda importantes desafios pela frente», afirmou Taneli Lahti, conselheiro do vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn. Referindo-se aos instrumentos para apoiar a economia real e promover o crescimento e a criação de emprego, Elmar Brok, deputado ao Parlamento Europeu, explicou: «O mercado é o lugar indicado para criar recursos, mas precisa de regras bem definidas. As propostas do Parlamento Europeu visam definir orientações para a convergência que, em última análise, conduzirá a um aumento da competitividade a longo prazo, o que, por sua vez, está diretamente ligado à coesão social». José Leandro, membro do Gabinete do Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, salientou também que «ao reforçar as regras orçamentais e a coordenação económica, está-se também a reforçar a soberania, uma vez que os governos podem assim corresponder às expectativas do público». Outro aspeto importante é assegurar mais democracia e transparência no processo decisório relacionado com as questões da UEM. Philippe Lamberts, deputado ao Parlamento Europeu, referiu que «cada instituição tem de ter legitimidade democrática. Caso contrário, é bem provável que a tendência geral de abrandamento da integração europeia venha a acentuar-se». De facto, numa democracia participativa, o apoio do público é essencial e a sociedade civil organizada é fundamental para estimular o empenho de largas camadas da opinião pública. Por conseguinte, o CESE apontou, explicitamente, a necessidade de aprofundar o diálogo social tanto a nível da UE como a nível nacional. No seu todo, a arquitetura da UEM está longe de concluída, pois o Conselho ainda não tomou decisões importantes. Resta ainda muito por fazer para cimentar as estruturas que permitem evitar crises futuras e promover um ambiente mais favorável ao crescimento sustentável e à criação de emprego. Nesse sentido, e com base nas opiniões expressas na conferên- Declaração de Estrasburgo As conclusões do evento refletiram-se na Declaração de Estrasburgo, que foi assinada pelo CESE e pela Comissão Europeia. A declaração apresentou os seguintes apelos à ação, entre outros: ■ Discurso de abertura de Henri Malosse, presidente do CESE A economia social é um importante pilar da economia europeia, representando cerca de 10% do PIB. Mais de 11 milhões de trabalhadores, ou 4,5% da população ativa da União Europeia, estão empregados na economia social. Uma em cada quatro novas empresas criadas anualmente é uma empresa do setor social, proporção essa que atinge mesmo uma em cada três empresas em França, na Finlândia e na Bélgica. Os empreendedores sociais tentam assegurar um impacto na sociedade e não apenas gerar lucros para os seus proprietários e acionistas. A título de exemplo, proporcionam emprego para grupos desfavorecidos, promovendo a sua inserção social e o reforço da solidariedade na economia. Porém, enfrentam também enormes desafios e condições de concorrência desiguais. Assim sendo, a Comissão Europeia, o Comité Económico e Social Europeu 2 (CESE) e a cidade de Estrasburgo decidiram organizar, em 16 e 17 de janeiro de 2014, um grande evento interativo a nível europeu sobre o empreendedorismo social e a economia social. Uma delegação de 33 membros do CESE participou no evento em que os participantes também tiveram a oportunidade de ficar a conhecer melhor o Comité, graças a um balcão de informação especial do CESE aberto ao público. Ademais, o CESE figurava num lugar de destaque da ordem do dia. Henri Malosse, presidente do CESE, fez o discurso oficial de abertura, Ariane Rodert, membro do CESE (Suécia, Grupo dos Interesses Diversos), presidiu a um ateliê intitulado «Mudança sistémica: o papel das organizações da sociedade civil e das empresas sociais», enquanto Giuseppe Guerini, membro do CESE (Itália, Grupo dos Interesses Diversos), participou no painel que debateu as «Políticas da UE ■ ■ ■ Os Estados-Membros e os órgãos de poder local e regional devem apoiar plenamente o crescimento das empresas sociais e ajudá-las a reforçar as suas capacidades, através, por exemplo, de quadros jurídicos, do acesso ao financiamento, do apoio à criação e ao desenvolvimento de empresas, do ensino e da formação, e dos contratos públicos. As instituições europeias e os Estados-Membros devem atribuir às empresas sociais um papel mais relevante nas reformas estruturais para a saída da crise, nomeadamente nos casos em que a economia social se encontra menos desenvolvida. A Comissão, os Estados-Membros e as regiões devem fomentar uma cooperação sem fronteiras entre empresas sociais para permitir a partilha de experiências e boas práticas. Os atores públicos e privados devem criar uma gama completa de instrumentos financeiros adequados e de intermediários que apoiem as ● empresas sociais. (ail) ” cia, os relatores do CESE, Joost van Iersel e Carmelo Cedrone, estão a elaborar um novo parecer de iniciativa que apresentará detalhadamente as propostas do CESE no domínio da UEM para a próxima legislatura europeia. (hb) ● Estados-Membros devem ser livres de organizar os seus sistemas ferroviários Entrevista com André Mordant, relator do parecer do CESE sobre o «Quarto pacote ferroviário» A separação da gestão da infraestrutura num sistema de transporte que dispõe de um só nível de liberdade cria mais problemas do que benefícios e complica fortemente o funcionamento, incrementando os custos e diminuindo a qualidade do serviço. Além disso, a separação das funções de gestor de infraestruturas das de transportador aumenta a distância entre o gestor da rede ou das infraestruturas e os utilizadores finais. O CESE lidera a definição do futuro do empreendedorismo social e exemplos concretos de empreendedorismo social». Outros membros do CESE também participaram em diferentes ateliês. “ Ao reforçar as regras orçamentais e a coordenação económica, está-se também a reforçar a soberania, uma vez que os governos podem assim corresponder às expectativas do público. Qual é a maior preocupação relativamente ao nível de segurança deste modo de transporte? André Mordant, membro do CESE CESE Info: Quais são as principais recomendações do CESE em relação ao quarto pacote ferroviário? André Mordant: O CESE pede que os Estados-Membros conservem a capacidade de organizar o seu sistema ferroviário nacional e de abrir o seu mercado interno à concorrência, em função da sua geografia, demografia, contexto histórico e condições económicas, sociais e ambientais. Preconiza que as autoridades competentes fiquem responsáveis por confiar missões de serviço público diretamente a um operador ou por recorrer a procedimentos de concurso público, organizando livremente a sua estrutura. Quais são as principais críticas feitas à proposta da Comissão Europeia sobre a separação da gestão da infraestrutura? O CESE recomenda que a Comissão lance uma iniciativa relativa ao controlo do nível de segurança ferroviária, essencial para o desenvolvimento dos caminhos de ferro, através da criação de observatórios nacionais ou de comissões mistas em matéria de segurança. Preconiza que se assegure a transparência das condições de exploração ferroviária e defende uma democratização da abordagem dos poderes públicos à segurança. Quais são as propostas do CESE para assegurar um serviço de qualidade no setor do transporte ferroviário? O CESE propõe que não se imponham restrições às autoridades competentes quanto à definição das missões de serviço público, no que respeita à obrigação de elaboração de planos de transporte público solicitados pela Comissão, e solicita que se definam objetivos claros para a melhoria da acessibilidade das pessoas com deficiência e para a intervenção dos passageiros através de consultas e controlos do nível de qualidade do serviço. (ab) ● Co n ti nu a ç ão da p. 1 Sociedade civil europeia solidária com o povo tibetano o seu apoio à luta do povo tibetano pelos seus direitos fundamentais. O Comité reafirmou igualmente que é indispensável relançar o diálogo entre a Administração Central Tibetana e o Governo chinês, com vista a encontrar soluções possíveis para esta crise que se arrasta. O presidente lembrou ainda que é necessária uma posição clara e o apoio constante de todas as instituições europeias. «Os valores fundamentais são de importância primordial para os europeus e nenhum interesse económico, político ou de outra natureza pode justificar o menor afastamento destes princípios», afirmou Henri Malosse. (ll) ● CESE info — Fevereiro de 2014/2 – Edição especial a UE c i t da í l o al p A stri u d in ISSN 1830-6365 Fevereiro de 2014/2 – Edição especial PT CESE info EDITORIAL Comité Económico e Social Europeu Uma ponte entre a Europa e a sociedade civil organizada A UE precisa urgentemente de uma política industrial Caros leitores leitores, A reindustrialização na Europa já não é um tema tabu, como revela a recente comunicação da Comissão intitulada «Por um renascimento industrial europeu». Desejo, por isso, felicitar o comissário europeu Antonio Tajani, com quem me avistei há poucos dias a este propósito, pelo seu empenho numa questão tão atual e decisiva. Com efeito, há muita coisa em jogo: é preciso atrair novos investimentos e criar um clima mais favorável para as empresas. “ A Europa precisa de uma estratégia de competitividade industrial integrada, solidária e sustentável, sob pena de poder vir a assistir a uma crise social ainda mais profunda. Lamentavelmente, enquanto a Comissão está empenhada neste domínio, o Conselho decidiu adiar os debates sobre a indústria europeia para a cimeira de março, cuja agenda já está sobrecarregada. Apesar de os laços entre a indústria, a energia e o clima serem por demais evidentes, há um risco de que, ao abordar estes três domínios em simultâneo, se menosprezem os reptos com que o setor industrial está confrontado. Além disso, o adiamento dos debates pelo Conselho é extremamente revelador do grau de prioridade que os Estados-Membros dão a este dossiê. Com demasiada frequência se esquece que a indústria é um pilar de integração económica e social europeia diretamente responsável por 25% dos postos de trabalho e com uma parcela do PIB superior a 15%. Também se esquece que, historicamente, a Europa tem raízes num projeto industrial – a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) – que outra coisa não era senão um mecanismo de partilha dos instrumentos industriais dos países que a fundaram. ” É, pois, chegado o momento de a União relançar a sua indústria. A Europa precisa de uma estratégia de competitividade industrial integrada, solidária e sustentável, sob pena de poder vir a assistir a uma crise social ainda mais profunda. A UE não tem o direito de ignorar este motor de crescimento! Henri Malosse Presidente do CESE Joost van Iersel é membro ativo da Comissão Consultiva das Mutações Industriais do CESE, presidente da Secção Especializada da União Económica e Monetária e Coesão Económica e Social (ECO) e relator do parecer sobre «Reforçar a indústria europeia em prol do crescimento e da recuperação económica». CESE Info: Qual é a situação atual da indústria transformadora da UE? Joost van Iersel: A reindustrialização é a palavra de ordem do momento. O Conselho Europeu fixou um objetivo: até 2020, a indústria transformadora deve contribuir para 20% do PIB da UE. No entanto, a situação atual não é animadora. A produção industrial está a diminuir em toda a Europa, à exceção da Alemanha. xisto) e a programas de investigação. A China está a avançar a passos largos no domínio dos processos e tecnologias inovadores, seguida da Índia, do Brasil e de outros países. As empresas são flexíveis, e a produção europeia baseada na energia está a transferir-se para os EUA. As instalações de produção tendem a deslocar-se para os países onde se encontram os mercados. Além disso, as empresas europeias veem-se cada vez mais obrigadas a deslocalizar uma parte das suas atividades de investigação para países com maiores mercados potenciais. A Comissão, o Conselho e os Estados-Membros estão a responder a estes desafios? Há preocupações, principalmente relacionadas com o mercado único e a necessidade de adotar um espírito comum, em vez de ceder, pouco a pouco, à renacionalização. Além disso, as políticas industriais dos Estados-Membros devem convergir numa política europeia. Só o mercado europeu dispõe de massa crítica suficiente para promover iniciativas industriais novas e pioneiras, capazes de assumir a liderança a nível mundial. As empresas europeias só podem manter uma Quais são os obstáculos a ultrapassar para atingir este objetivo? A Europa mantém, sem sombra de dúvida, uma posição de relevo a nível mundial, mas a produção industrial dos EUA está a aumentar rapidamente, graças à energia barata (gás de posição forte se estiverem bem representadas nos segmentos mais altos das cadeias de valor, em que perderam terreno. Que medidas são necessárias? É fundamental promover quadros e redes a nível transfronteiriço para a investigação e o desenvolvimento. Importa encorajar a mobilidade do know how, salientando simultaneamente a importância das aptidões e competências a todos os níveis. Em particular, a ausência de uma política energética está a afetar seriamente a Europa, uma vez que prejudica o mercado interno. O cabaz energético é demasiado diversificado e as diferenças de preço têm um efeito devastador. Esta questão, tal como a dos serviços, deveria ser abordada pela nova Comissão. As cadeias de valor industriais são cada vez mais uma mistura de tecnologia, produção e serviços avançados, aspetos frequentemente esquecidos na elaboração de políticas a nível europeu. Acolhemos muito favoravelmente a criação de um Grupo de Trabalho da UE para os Serviços. Como vê a situação a longo prazo? O desafio é considerável. Os objetivos, por si só, não alteram a realidade. A definição de uma política industrial comum deve ser uma prioridade para o próximo mandato da Comissão, e o Conselho (Competitividade) deve ter em conta esta questão. ● © TTstudio Trazer empregos de volta à Europa «Relocalizar» é a mais recente tendência na indústria transformadora mundial. O termo refere-se a empresas que trazem a produção industrial de volta à Europa (ou aos Estados Unidos), uma vez que os lucros diminuem nas economias em expansão, como a China. lização para a reindustrialização da Europa. O Comité está a elaborar um parecer sobre o tema «Relocalizar as indústrias na UE no âmbito da reindustrialização». «A deslocalização está a diminuir e algumas indústrias estão de volta», afirma o relator Edgardo Maria Iozia. «No Reino Unido, detetámos 107 empresas em fase de relocalização. Inicialmente, haviam deixado a Europa para poupar dinheiro, mas, no final, algumas Em 13 de fevereiro, a Comissão Consultiva das Mutações Industriais (CCMI) do CESE organizou uma audição pública no norte da Itália sobre o contributo da reloca- © Andrii Kondiuk Estamos à beira de uma nova Era da Máquina? Em «A Terceira Revolução Industrial» (2011), Jeremy Rifkin explora o impacto das comunicações digitais nos novos sistemas energéticos. Para muitos observadores, porém, são os progressos no domínio da impressão 3D – sublime união da tecnologia digital e do fabrico de precisão – que encerram o maior potencial para desencadear uma nova Era da Máquina, cujos protagonistas de pouco mais precisarão do que de uma ideia e de acesso a um computador. A impressão 3D – ou o que na indústria se designa por «fabrico por processos aditivos» em referência ao modo como as impressoras industriais produzem objetos reais por camadas sucessivas com base em modelos digitais – é uma forma rápida e económica de criar protótipos para apresentar a clientes ou a fabricantes potenciais. Utilizada na arquitetura, na construção, no design industrial, na engenharia e em toda uma série de setores que incluem a indústria aeroespacial, a medicina, a embalagem e os bens de consumo, para além das artes, a impressão 3D oferece possibilidades de aplicação virtualmente ilimitadas. Também pode intervir em qualquer fase do ciclo de vida dos produtos – inclusive para personalizar a indústria tradicional (montagem, torneamento, perfuração, trituração) –, permitindo assim aumentar a competitividade. Contudo, as «revoluções industriais» são por natureza perturbadoras. Os avan- >>> p. 4 chegaram à conclusão de que haviam sobrestimado as vantagens económicas. Relocalizar implica custos acrescidos para os transportes e a substituição do pessoal. Existem vários problemas a resolver quando se deslocaliza. «Além disso, os custos da mão de obra estão a aumentar todos os anos. A China decidiu aumentar os salários dos trabalhadores para impulsionar a procura interna, por razões de ordem política e económica.» De acordo com um grupo de reflexão dos EUA, a remuneração média dos trabalhadores chineses aumentou 19% por ano entre 2005 e 2010. A qualidade é, no entanto, a razão mais comum para relocalizar as empresas, de acordo com um estudo a nível mundial da consultora internacional Stanton Chase, que participou na audição do CESE. «Algumas empresas estavam insatisfeitas com a qualidade dos produtos», explica Edgardo Maria Iozia. «Tinham muitas reclamações dos clientes, pelo que decidiram voltar». A Stanton Chase constatou que 34% dos líderes empresariais encaram a tendência de relocalizar. A revista The Economist considera, no entanto, que é necessário «relativizar». Muitas das grandes empresas ainda continuam a enviar mais trabalho para o estrangeiro do que aquele que trazem de volta. Para as empresas que exploram novos mercados nas economias em desenvolvimento, a deslocalização faz todo o sentido, uma vez poupam nas despesas de envio e estão mais próximas dos potenciais consu- midores. Ainda assim, a relocalização «está a ser levada a cabo por forças poderosas e será cada vez mais forte». estratégica», observa Edgardo Maria Iozia, o que significa que o parecer do CESE está a desbravar novos caminhos. Será um risco para a Europa se as empresas apenas transferirem a sua produção para economias com salários ainda mais baixos em África ou no sudeste asiático, afirma Edgardo Maria Iozia. «Por exemplo, os centros de atendimento telefónico estão a ser deslocados de países como a China para outros países, como o Vietname, onde os custos são mais baixos. Algumas indústrias europeias levam a cabo esta forma de relocalização — deslocando-se de um país para outro». «Precisamos de ação por parte dos governos e das regiões europeias para atrair este tipo de empresas. A produção na Europa deve tornar-se mais aliciante para os investidores. Uma opção é o auxílio estatal. As regiões mais desfavorecidas na Europa poderiam ser apoiadas com medidas específicas no âmbito dos parâmetros do direito europeu da concorrência — temos de respeitar as regras. O parecer apresentará propostas concretas, uma vez que tudo o mais não passa de palavras que o vento leva. Solicitamos uma política industrial europeia que funcione a par das políticas industriais nacionais. Esta é uma questão muito importante». ● A nova comunicação da Comissão Europeia intitulada «Por um renascimento industrial europeu» não menciona a relocalização. «Este é um assunto inteiramente novo para a Comissão, que nem sequer vê aí uma questão 3 CESE info — Fevereiro de 2014/2 – Edição especial Reforçar a capacidade de cooperação internacional da Europa ideias e trabalhar com os melhores investigadores no terreno, independentemente de onde se encontrem. Se olhar para as publicações científicas, verá muitas vezes autores de diferentes laboratórios e institutos da Europa e mais além. Eu, por exemplo, passei um ano no Reino Unido enquanto cientista convidado. A política da UE tem de simplificar as formalidades da cooperação internacional. Gerd H. Wolf, relator dos pareceres do CESE sobre a União da Inovação e a cooperação internacional no domínio da investigação e da inovação A Europa é um líder mundial na investigação, mas tem de continuar a inovar para manter a sua competitividade e criar novos postos de trabalho. Gerd H. Wolf, membro do CESE, explica por que razão a cooperação internacional é vital para garanti-lo. CESE Info: Qual é o papel da cooperação internacional no domínio da investigação e da inovação? Gerd H. Wolf: A ciência é uma disciplina altamente especializada. Muitas vezes, a cooperação surge automaticamente, por necessidade; é preciso encontrar novas Quais são as suas principais preocupações no que toca à repartição dos recursos para a investigação na UE? Ao nível da UE estão disponíveis recursos financeiros para estimular a cooperação, o que é positivo. Estes recursos são atribuídos sobretudo em função dos requerimentos, com base em critérios específicos, como a excelência. Isso é absolutamente necessário. Contudo, alguns Estados-Membros, sobretudo os mais recentes, não tiveram ainda a oportunidade de criar institutos de excelência. Por isso, os fundos têm de ser atribuídos com vista a ajudar a reforçar os recursos disponíveis nesses países. cientistas lhes permitir atingir um nível de excelência mas não houver institutos de investigação no seu país onde possam desenvolver ou aplicar o seu conhecimento, esses cientistas terão de partir para o estrangeiro. Isso também pode ter as suas vantagens. Ao trabalharem noutros países, os cientistas podem aprender as práticas neles seguidas. Mas deve haver uma forma de os convencer a regressar e de construir novas infraestruturas de I&D. Trata-se de um problema monetário, financeiro, estrutural e mesmo de mão de obra que tem de ser resolvido. E quanto à cooperação com países exteriores à UE? A cooperação internacional com parceiros não pertencentes à UE é um outro aspeto importante da investigação. Tenho a impressão de que a Comissão enfatizou porventura demasiado a importância da cooperação com países menos desenvolvidos. Não devemos esquecer que a cooperação com as instituições de topo de gama de alguns dos países mais desenvolvidos do mundo (como os EUA, o Japão, a Rússia e a Coreia do Sul) também é do interesse da UE. É nesse domínio que ainda temos algo a aprender. ● Uma questão relacionada é a chamada fuga de cérebros. Se a formação dos jovens Manter o motor da Europa a carburar A indústria automóvel europeia tem grande dimensão e prestígio mundial, mas confronta-se com algumas escolhas difíceis. As decisões a tomar deverão procurar um equilíbrio «entre a atenuação das alterações climáticas e a necessidade de mais competitividade». É esta a tónica principal do parecer elaborado pelos relatores do CESE Virgilio Ranocchiari e Monika Hrusecká. tunidades de amanhã», afirmam os relatores. Isto requer um investimento quer em capital humano quer em novas tecnologias. Há que completar o mercado interno, implementar a regulamentação inteligente e reforçar a capacidade de a Europa competir nos mercados internacionais (política comercial). Significa também que importa antecipar as mudanças e atenuar o impacto das restruturações (perdas de postos de trabalho). Exposto à turbulência económica da Europa, a um excesso de capacidade crónico e ao enfraquecimento da procura interna, o setor enfrenta uma concorrência feroz por parte dos veículos importados. Para além disso, move-se num contexto legislativo e tecnológico em constante mudança, o que tanto pode constituir um desafio como uma oportunidade, dado que a procura de veículos inteligentes e eficientes tem vindo a aumentar. Virgilio Ranocchiari, relator do parecer do CESE sobre «CARS 2020» Responsável por cerca de 13 milhões de empregos diretos e indiretos, a indústria automóvel é um motor de crescimento e geradora de emprego. A UE necessita de manter uma indústria automóvel de classe mundial que produza veículos eficientes, inteligentes e seguros e gere milhões de empregos altamente qualificados. Este é o princípio subjacente ao Plano de Ação da Comissão Europeia CARS 2020 que pretende reforçar a competitividade e sustentabilidade dos construtores de automóveis. O Comité Económico e Social Europeu apoia as linhas gerais da comunicação da Comissão (COM(2012) 636 final), mas solicita uma definição mais pormenorizada dos planos de restruturação propostos. 4 Com efeito, segundo a Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), a indústria automóvel é um dos setores mais regulamentados da Europa, com cerca de 80 diretivas da UE e 70 acordos regulamentares internacionais da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), que abrangem, na sua grande maioria, questões técnicas e de normalização. O CESE está plenamente de acordo com a ênfase que o Plano de Ação CARS 2020 coloca no financiamento para investigação, desenvolvimento e inovação, especialmente orientado para as pequenas empresas da cadeia de valor da indústria automóvel e os programas neutros do ponto de vista tecnológico. Alerta, no entanto, que tal não deve travar a evolução das tecnologias verdes, como os veículos elétricos ou a hidrogénio. «São necessárias políticas proativas para apoiar a inovação e o desenvolvimento e transformar os problemas de hoje nas opor- A indústria automóvel europeia: factos, números e tendências © Dmitry Kalinovsky Segundo os dados mais recentes publicados no Guia de Bolso 2013 pela Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), trabalham na indústria automóvel europeia cerca de 13 milhões de pessoas que produzem aproximadamente 16,2 milhões de carros, camionetas, camiões e autocarros. Destes empregos cerca de 3 milhões são altamente qualificados, o que representa 10% dos postos de trabalho da indústria transformadora da UE. O carburador da indústria automóvel tem repercussões no resto da economia europeia, alimentando uma vasta cadeia de abastecimento e de serviços às empresas, incluindo muitas pequenas e médias empresas. A indústria automóvel é também o setor que mais investe em investigação e desenvolvimento (mais de 32 mil milhões de euros), o que representa cerca de 25% do total do investimento em I&D. Além disso, este investimento tem o seu retorno, uma vez que, por ano, mais de 55% (cerca de 9500) das patentes do setor automóvel registadas no Instituto Europeu de Patentes provêm da indústria automóvel da UE. Veículos não poluentes, seguros, silenciosos e produzidos na Europa gerando um excedente comercial de 92 mil milhões de euros. Com um volume de negócios na ordem dos 840 mil milhões de euros, este setor robusto representa 6,9% do PIB da UE. Os veículos produzidos na Europa são também conhecidos como os menos poluentes e os mais seguros e silenciosos do mundo. «Atualmente, o motor de um automóvel emite, em média, 28 vezes menos monóxido de carbono do que há vinte anos atrás. Em 2012, 71% dos novos carros emitiam menos do que 140g de CO2 por quilómetro e desses, mais de metade emitiam menos do que 120g», faz notar a ACEA no seu Guia de Bolso. Além disso, apesar de o tráfico ter aumentado de forma global, o número de vítimas mortais nas estradas europeias tem diminuído significativamente nos últimos anos, em parte graças à introdução de uma série de tecnologias avançadas em matéria de segurança dos veículos, muitas delas desenvolvidas na Europa. Segundo o regulamento europeu relativo à segurança geral dos veículos a motor, que abrange a segurança dos condutores, passageiros e peões, até 2014 deverá tornar-se obrigatória em todos os novos carros vendidos na Europa a utilização de sistemas de controlo eletrónico da estabilidade, de sistemas avançados de travagem de emergência, de avisos de afastamento da faixa de rodagem e de controlos do nível de segurança dos pneus e de ruído, entre outros dispositivos. ● A indústria automóvel da Europa tem também uma dimensão global, produzindo 6,6 milhões de veículos para o mercado internacional e Co n ti nu a ç ão da p. 3 Estamos à beira de uma nova Era da Máquina? Monika Hrusecká, correlatora do parecer do CESE sobre «CARS 2020» O CESE entende que a Comissão deve assumir a dianteira e apoiar as empresas, ao passo que os Estados-Membros e as regiões devem resolver os problemas sociais subestimados e o excesso de capacidade estrutural de que o setor automóvel padece. Solicita que se obtenham dados mais detalhados sobre o emprego, o excesso de capacidade e o custo das linhas de produção paradas, que, como é sabido, difere consideravelmente consoante o construtor de automóveis e o país. Apela também a que se proceda a uma avaliação do impacto do ciclo de vida dos regulamentos relativos ao CO2 para ajudar a «atenuar a pegada ecológica global dos veículos». ● ços tecnológicos (automatização) abriram caminho a uma transformação radical no plano social e industrial. Os trabalhadores não qualificados começaram por ser os mais duramente atingidos. Porém, com a melhoria dos serviços de educação e de assistência e os ganhos de produtividade decorrentes da automatização, a racionalização da mão de obra fez aumentar os rendimentos. mais potentes possa gerar um desequilíbrio. Também há vozes menos pessimistas que, sem deixar de reconhecer o seu potencial de transformação profunda, são mais céticas em relação a um futuro de desemprego tecnológico generalizado – a tecnologia acabará por compensar quando a sociedade tiver encontrado o modo ótimo de a aplicar para o bem de todos. O «desemprego tecnológico», escreveu outrora o economista John Maynard Keynes, levaria a uma «fase temporária de desajustamento», previsão essa que no século XX em larga medida se cumpriu. A História tem revelado a relação positiva entre inovação, criação de emprego e aumento do nível de vida. «Qualquer grande período de inovação produziu a sua dose de profetas da desgraça vaticinando o pior para o mercado de trabalho, mas até agora o progresso tecnológico nunca deixou de criar novas oportunidades de emprego», escreve The Economist. O impacto da mutação tecnológica leva algum tempo a materializar-se verdadeiramente e varia de acordo com o setor industrial. A adaptação a mudanças paradigmáticas como o fabrico digital depende «das respostas e medidas políticas», conclui a revista. ● Hoje em dia, há, no entanto, quem tema que uma nova era de automatização assente em computadores mais pequenos e CESE info — Fevereiro de 2014/2 – Edição especial CESE quer limites máximos para o sistema europeu de pagamento por cartão O quadro regulamentar da UE tem de ser adequado ao seu objetivo, sublinha o Comité Económico e Social Europeu (CESE) num parecer adotado em 10 de dezembro de 2013, permitindo aos cidadãos europeus fazer pagamentos eletrónicos simples através da Internet, de modo fácil e a baixo custo, tanto a nível nacional como transfronteiras. «Comissão de intercâmbio» é um conceito utilizado no setor dos cartões de pagamento, dominado pela Visa e o MasterCard entre outros, para designar o montante cobrado pelos bancos quando os clientes utilizam cartões para efetuar pagamentos. Complexas até para os especialistas, as comissões dependem da marca e do tipo de cartão (de crédito ou de débito), do tipo de transação (em linha, numa loja, através de televendas, etc.) e de o comerciante aceitar o cartão como forma de pagamento. © sixninepixels Os cartões de débito, cartões de crédito e toda a espécie de sistemas de pagamento móvel e eletrónico dominam o comércio atual. Mas a regulamentação da UE sobre os pagamentos tem tido dificuldade em acompanhar o ritmo acelerado da mudança. As novas regras propostas, incluindo um limite máximo para as comissões de intercâmbio aplicadas aos pagamentos com cartão e pagamentos eletrónicos, são um passo na direção certa. O novo pacote relativo aos pagamentos, que introduz um limite máximo para as comissões de intercâmbio e atualiza a DSP (Diretiva Serviços de Pagamento) de forma a traduzir as realidades do mercado atual, conseguirá, até certo ponto, melhorar a transparência e a segurança, eliminar as divergências nacionais e uniformizar os requisitos jurídicos do sistema de pagamentos. Contudo, o Comité recomenda que os limites máximos para pagamentos eletrónicos efetuados tanto com cartões de crédito como com cartões de débito sejam inferiores aos propostos. O parecer assinala que a abolição total das comissões de intercâmbio para as transações com cartões de débito abriria oportunidades mais interessantes para o comércio eletrónico na Europa e beneficiaria o consumidor e a economia. É altura de agir Segundo o Eurostat, cada vez mais utilizadores da Internet na UE fazem compras em linha, registando-se um aumento de 43% em 2011 para 59% em 2012. Esta tendência deveria ser altamente animadora, pois apoia o crescimento económico numa altura em que ele é tão necessário. Mas há um problema. Apesar das oportunidades proporcionadas pela Internet, apenas 9,3% dos comerciantes vendem efetivamente além das fronteiras da UE e 44% dos europeus afirmam não comprar no estrangeiro por desconhecerem os seus direitos. Os custos dos pagamentos e os problemas de entrega, bem como preocupações de ordem jurídica e de segurança, estão a travar a expansão das transações comerciais via Internet. O conjunto dos pequenos comerciantes europeus está simplesmente renitente em relação a desenvolver a sua atividade no mercado único (digital). Segundo Vincent Farrugia (Malta, Grupo dos Empregadores), membro do CESE e relator do parecer referido, «o novo pacote relativo aos pagamentos oferecerá aos consumidores serviços de pagamento pela Internet mais baratos e com menor risco de fraudes em linha e de litígios. Promoverá o aparecimento de novos operadores e o desenvolvimento de serviços inovadores de pagamento por telemóvel e pela Internet. E, além disso, a proposta reforça os direitos dos consumidores relativamente às transferências monetárias internacionais». (ail) ● Novas fronteiras na «guerra contra as drogas» – a necessidade de novas abordagens A União Europeia não está a enfrentar com eficácia o problema da propagação de «novas substâncias psicoativas». No seu parecer sobre as «Novas substâncias psicoativas» adotado em 21 de janeiro, o CESE apela a que sejam postas em prática novas estratégias. Legais, mas não seguras As «velhas» substâncias psicoativas mais conhecidas são a canábis, a cocaína, a heroína, o ecstasy e a morfina. Todavia, existem muitas outras substâncias que não estão incluídas na lista e que são vendidas a indivíduos sem controlo médico ou qualquer forma de avaliação dos riscos. São as chamadas «novas substâncias psicoativas» ou NSP. Já se conhecem mais de trezentas, e outras novas estão a ser identificadas nos países da Europa a um ritmo de cerca de uma por semana. Por não serem reconhecidas e não terem sido analisadas, tecnicamente não são ilegais. Isso não significa, porém, que são seguras. O que são substâncias psicoativas? O termo descreve qualquer substância que interaja com o sistema nervoso central dos seres humanos, estimulando-o ou deprimindo-o, alterando o humor, o raciocínio ou o comportamento e por vezes provocando alucinações. Algumas delas são utilizadas legalmente e de forma construtiva, quando são receitadas e controladas por profissionais de saúde. Mas outras podem ser nocivas ou perigosas se consumidas para provocar um estado de euforia, especialmente se criam dependência ou são ilegais, permitindo aos vendedores explorar os utilizadores e obter lucros elevados. Estes euforizantes legais são vendidos aos jovens através da Internet como alternativas às drogas duras e estão especialmente em voga na Irlanda, Letónia, Polónia e Reino Unido. Infelizmente, podem provocar dependência, doenças graves e, nos casos mais trágicos, a morte. Novas estratégias O controlo das drogas é sempre uma questão muito controversa, e as posições sobre a melhor política a seguir estão sempre a evoluir. Alguns governos tendem para uma abordagem mais liberal. «Estão a considerar outras estratégias, reconhecendo que a simples proibição não funciona», acrescenta David Sears (Reino Unido, Grupo dos Empregadores), relator do parecer do CESE sobre as «Novas substâncias psicoativas». «Temos de tratar o consumo de drogas como um problema social e de saúde, e não como uma atividade criminosa. A última coisa que queremos é enviar mais pessoas para a prisão, onde ganham hábitos ainda piores», defende David Sears. As sanções penais devem limitar-se aos traficantes que pretendem retirar um ganho comercial com a venda de substâncias ilegais ou perigosas. Importa reconhecer os riscos relativos. O álcool, o tabaco e a cafeína podem corresponder aos critérios de substância psicoativa e, em doses excessivas, os dois primeiros têm sem dúvida efeitos sociais e impactos na saúde largamente superiores aos da maioria das novas substâncias psicoativas. «Qualquer resposta deve ser proporcionada e basear-se em factos, e não ser utilizada simplesmente para fins eleitorais», insiste David Sears. (ail) ● A REUNIÃO PLENÁRIA EM POUCAS PALAVRAS Consumo colaborativo, uma alternativa em tempos de crise Lançar luz sobre a economia subterrânea – CESE recomenda o método italiano para uma análise à escala europeia Em 21 de janeiro, o CESE aprovou um novo parecer sobre o «Consumo colaborativo ou participativo», instando a novas ações ao nível da UE. O CESE também debateu o tema delicado da «Luta contra a economia subterrânea e o trabalho não declarado» e adotou o seu parecer de iniciativa por 129 votos a favor e 4 abstenções. Trata-se de um tema sensível porque, para muitos, a economia subterrânea é uma parte normal da sociedade e as pessoas têm muito poucos escrúpulos em usar o «mercado negro» para angariar/obter mão de obra barata ou comprar/vender bens, fugindo ao pagamento de impostos, como referiu o relator Stefano Palmieri (Itália, Grupo dos Trabalhadores). Além disso, muitos países continuam a não assumir uma posição clara em relação à economia subterrânea e ao trabalho não declarado. O consumo colaborativo é uma atividade comercial em que os participantes partilham o acesso a produtos e serviços (tal como, carsharing – aluguer ou utilização partilhada de veículos, bookcrossing, aluguer de quartos, ou comunidades digitais para aprender línguas). Dada a complexidade e a transcendência que acompanham o aparecimento do consumo colaborativo, o CESE gostaria de regulamentar e identificar quaisquer obstáculos potenciais a estas atividades. «É, sem dúvida, necessário informar e sensibilizar para o consumo colaborativo. O consumo colaborativo pode cobrir as necessidades sociais nos casos em que a abordagem não seja comercial e contribuir como atividade com fins lucrativos para a criação de emprego», afirmou Bernardo Hernández Bataller (Espanha, Grupo dos Interesses Diversos), relator e membro do CESE. Bernardo Hernández Bataller, membro do CESE Os consumidores compram ferramentas e utensílios que nunca utilizam com tanta frequência que se justifique o preço que pagaram por eles. O consumo colaborativo oferece uma alternativa aos excessos provocados pelo consumo excessivo do século passado e às enormes desigualdades que criou. (ail) ● De acordo com as estimativas, a economia subterrânea e o trabalho não declarado na Europa envolvem montantes que ultrapassam os 2,1 biliões de euros, dinheiro que os governos poderiam usar para investir e criar empregos tão necessários. Stefano Palmieri, membro do CESE e presidente do Comité de Pilotagem para a Estratégia Europa 2020 Como primeiro passo, o Comité recomenda uma avaliação à escala europeia, baseada em métodos que ainda têm de ser consolidados. Só então será possível lançar alguma luz sobre a economia subterrânea e desenvolver políticas eficazes. O CESE recomenda a utilização de um método desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estatística da Itália, que já foi testado neste país particularmente exposto a este fenómeno e que apresenta, além disso, grandes disparidades regionais. (sma) ● Para mais informações ver: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.opinions CESE info — Fevereiro de 2014/2 – Edição especial 5 Marianne Muona: O CESE – uma ponte entre as pessoas Marianne Muona: A minha primeiríssima impressão foi que havia muitas pessoas que não conhecia, mas que felizmente também havia algumas com quem já tinha lidado. Assim, venham por favor falar comigo! A melhor parte é conhecer pessoas novas. O CESE é uma rede verdadeiramente pan-europeia de pessoas, o que considero muito interessante. Marianne Muona, membro do CESE Numa nova série de entrevistas, Béatrice Ouin, conselheira francesa do Grupo dos Trabalhadores do CESE e representante dos membros no conselho de redação do CESE Info, conversa com outros membros para descobrir os seus centros de interesse. Recentemente, entrevistou Marianne Muona, conselheira finlandesa do Grupo dos Trabalhadores e diretora cessante da representação dos sindicatos finlandeses junto da UE. CESE Info: Foi nomeada conselheira do Comité Económico e Social Europeu muito recentemente. Quais são as suas primeiras impressões? A variedade de temas tratados também pode ser avassaladora, pelo que decidi centrar-me num pequeno grupo de questões que me interessam. Por exemplo, o trabalho do CESE sobre a política comercial motiva-me bastante. Pode apresentar em poucas palavras a organização que representa no CESE (número de membros, setor, o seu papel na Finlândia, etc.)? A confederação de sindicatos que represento é a STTK – a Confederação Finlandesa de Profissionais. Conta com dezassete sindicatos filiados que representam 608 000 membros, que trabalham em domínios como a saúde, como enfermeiros e técnicos de enfermagem (nurses e practical nurses segundo a terminologia inglesa utilizada pelos próprios sindicatos de enfermeiros), na indústria ou no setor bancário. Há igualmente muitos funcionários públicos e municipais, bem como pessoas que Com os olhos no Oriente trabalham em organizações do setor dos serviços. Na Finlândia, 70% dos trabalhadores está filiado num sindicato. A STTK desempenha um papel importante nas negociações de compromissos no âmbito de amplos acordos tripartidos com as confederações de empregadores e o Governo finlandês. Nos últimos dois anos e meio, foram negociados dois acordos-quadro para determinar os aumentos salariais, questões fiscais e melhorias no domínio da segurança social, entre outros. A Marianne é muito jovem. Quando começou a trabalhar para um sindicato, qual a sua motivação, e em que trabalhava antes? Comecei a trabalhar no setor sindical em 2010, no Conselho de Sindicatos Nórdicos (NFS), em Estocolmo, onde coordenava a Rede de Sindicatos do Mar Báltico (BASTUN). Pouco tempo depois, a STTK contratou-me como consultora internacional responsável pela UE, CES e OIT. Em abril de 2012, fui nomeada diretora do gabinete de Bruxelas da organização de sindicatos finlandeses (FinUnions) em nome da STTK. O meu mandato termina em janeiro de 2014 e pretendo regressar à minha função de conselheira internacional na STTK. ● BREVEMENTE NO CESE A tua Europa, a tua voz – 2014 Inscreveram-se para esta edição, centrada nas eleições para o Parlamento Europeu em Em cada um dos 28 Estados-Membros foi selecionada uma escola para participar no evento «A tua Europa, a tua voz». E agora serão convidados a vir a Bruxelas três alunos dessas escolas acompanhados de um professor. As 28 escolas – e as 56 escolas suplentes – foram escolhidas de forma aleatória por um painel de três membros do CESE: Indré Vareikyté, Béatrice Ouin e Cveto Stantič. O Comité Económico e Social Europeu, enquanto principal representante da sociedade civil europeia, realizou em novembro último, em Chengdu, a 13.ª reunião da Mesa-Redonda UE-China. Da ordem do dia constavam nomeadamente as negociações relativas a um acordo de investimento e os direitos humanos. © amnachphoto Investimento recíproco – Uma situação benéfica para os cidadãos da China e da Europa Apesar de a China já ser o segundo maior parceiro comercial da UE e a UE o principal parceiro comercial da China, o nível de investimento entre ambas as partes é extremamente baixo. Espera-se que a situação mude a breve trecho, fruto das negociações encetadas sobre um acordo de investimento abrangente entre a UE e a China. Em Chengdu, o CESE debateu os motivos que estão na base deste baixo nível de investimento, como os obstáculos no acesso ao mercado, os entraves regulamentares e culturais e a proteção dos direitos de propriedade intelectual, e explorou a forma de os superar. «É importante integrar as prioridades da sociedade civil nas negociações relativas ao investimento», salientou Jonathan Peel. «Um acordo deste tipo tem de aplicar normas muito exigentes em matéria ambiental e de proteção laboral.» O CESE tem apelado a que as organizações da sociedade civil sejam informadas e consultadas ao longo de todo o processo. Direitos humanos – um capítulo que ainda não está pronto para ser encerrado A delegação do CESE também aproveitou esta visita para debater aprofundadamente a questão dos direitos humanos. «Os direitos humanos são universais, interdependentes e inter-relacionados», sublinhou Thomas Janson (Suécia, Grupo dos Trabalhadores), relator do CESE para o relatório sobre os direitos humanos». «A cultura, a tradição ou o nível de desenvolvimento não podem justificar a violação dos direitos humanos». O CESE respeita os esforços envidados pela China para erradicar a pobreza e assegurar, aos seus mais de 1,3 mil milhões de habitantes, acesso aos cuidados de saúde e à educação. No entanto, muito há ainda por fazer, designadamente nas zonas rurais. 2014, cerca de 700 escolas de toda a UE. O objetivo da campanha, sob o lema «Act, react, impact», é incentivar os europeus a escolher quem os representará durante o próximo mandato de cinco anos. Trata-se de algo muito importante para a Europa! Na sequência do sucesso dos eventos precedentes «A tua Europa, a tua voz», dedicados à juventude, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) está a organizar uma quinta edição destinada aos jovens europeus (de 16 e 17 anos). Este evento realizar-se-á no CESE, entre 26 e 28 de março de 2014. O CESE debate o acordo de investimento e os direitos humanos em Chengdu, na China QE-AA-14-002-PT-N NOTÍCIAS BREVES ENTREVISTAS ENTRE PARES Em janeiro e fevereiro de 2014, membros do CESE visitam as escolas dos seus próprios países para explicar como funciona o Comité. Também falarão sobre a viagem prevista a Bruxelas, que dará uma oportunidade única aos jovens para debater e votar questões importantes para o futuro da Europa. (fgr) ● As principais preocupações manifestadas pelos membros do CESE em Chengdu diziam respeito aos direitos humanos. As liberdades de reunião, de associação e de expressão ainda não estão garantidas, apesar de alguns destes direitos estarem consagrados na Constituição chinesa. Quem exerce os seus direitos é frequentemente perseguido, preso ou detido, ou simplesmente desaparece. O debate centrou-se num mecanismo de monitorização da proteção dos direitos humanos, através tanto da sociedade civil independente como, informalmente, das redes sociais, com o objetivo da chamar a atenção para as lacunas e de apoiar as pessoas nos seus esforços para garantir a liberdade. A delegação do CESE aproveitou também a visita à China para se encontrar em Pequim com organizações da sociedade civil chinesa e defensores dos direitos humanos. Os principais temas debatidos foram os direitos dos migrantes e das pessoas portadoras de deficiência, a liberdade de expressão e de reunião, bem como a liberdade de religião e os direitos culturais no Tibete e em Sinquião (Xinjiang). (sma) ● Dia Europeu dos Consumidores «Defesa do consumidor e inclusão social em tempo de crise» © Bilan 3D O 16.º Dia Europeu dos Consumidores realizar-se-á em 14 de março de 2014, em Salónica, na Grécia. Este ano, o tema da conferência é «Defesa do consumidor e inclusão social em tempo de crise». Três painéis de debate analisarão os desafios no âmbito da defesa do consumidor, os direitos dos consumidores e a possibilidade de os exercer em tempo de crise, e as situações de sobre-endividamento e de exclusão financeira. A recente crise económica, os crescentes preços dos bens de consumo básicos e a instabilidade do mercado de trabalho tiveram um impacto significativo nos consumidores. A edição deste ano do Dia Europeu dos Consumidores permitirá aos participantes debater de que forma as condições atuais estão a afetar os consumidores e que medidas poderiam melhorar a situação. A conferência é coorganizada pelo KEPKA, o centro de defesa dos consumidores da Grécia, que está a preparar um inquérito especial sobre as opiniões dos consumidores em relação ao respeito dos seus direitos. Os resultados desse inquérito serão apresentados durante o evento. Para mais informações, visite o nosso sítio Web: http://www.eesc.europa. eu/?i=portal.en.events-and-activities● -consumer-day-2014 (ail/dz) CESE info em 23 línguas: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info www w.e CESE info O CESE Info é publicado nove vezes por ano, por ocasião das reuniões plenárias do CESE. Fevereiro de 2014/2 – Edição especial Editora: Coordenação geral: As versões impressas do CESE Info em alemão, inglês e francês podem ser obtidas gratuitamente junto do Serviço de Imprensa do Comité Económico e Social Europeu. Béatrice Ouin – representante dos membros do CESE no Comité Editorial (Grupo dos Trabalhadores, FR) Maciej Bury (mb) Agata Berdys Contribuíram para esta edição: Agota Bazsik (ab) Alejandro Izquierdo Lopez (ail) Dorota Zapatka (dz) Fabiola Giraldo Restrepo (fgr) Henry Borzi (hb) Laure Limousin (ll) Silvia M. Aumair (sma) Endereço: Comité Económico e Social Europeu Edifício Jacques Delors, Rue Belliard, 99, B-1040 Bruxelas, Bélgica Tel.: (+32 2) 546 94 76 Fax: (+32 2) 546 97 64 Correio eletrónico: [email protected] Sítio Internet: http://www.eesc.europa.eu/ Além disso, o CESE Info encontra-se disponível em 23 línguas, em formato PDF, no sítio Web do Comité: URL: http://www.eesc.europa.eu/?i=portal.en.eesc-info O CESE Info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CESE, que se encontra no Jornal Oficial da União Europeia e noutras publicações do Comité. A reprodução, com menção do CESE Info como fonte, é autorizada (mediante envio de cópia ao editor). Tiragem: 12 310 exemplares. Próximo número: março de 2014
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