- Prof. Edilberto Silva
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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Pós-Graduação Lato Sensu em Governança de Tecnologia da Informação Marco Antonio Fragoso de Souza Indicadores de Desempenho para Governança de TI: Aplicação do 6E do GesPública aos processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1 Brasília-DF 2013 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Marco Antonio Fragoso de Souza Indicadores de Desempenho para Governança de TI: Aplicação do 6E do GesPública aos processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1 Trabalho de apresentado Conclusão como de requisito Curso para a obtenção do título de Especialista em Governança de Tecnologia da Informação ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Unidade EAD – SENAC/DF. Orientador(a): Prof. ME. Edilberto Magalhães Silva Brasília-DF 2013 S726 Souza, Marco Antonio Fragoso de. Indicadores de desempenho para governança de TI: aplicação do 6E do GesPública aos processos AI2, AI5 e DSB do COBIT 4.1 / Marco Antonio Fragoso de Souza – Brasília: SENAC-DF, 2013. Orientador: Edilberto Magalhães Silva. Inclui bibliografia 61 f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialista em Governança de Tecnologia da Informação) SENAC - DF, 2013. 1. Desempenho. 2. Tecnologia da Informação. 3. Balanced Scorecard. I.Título. CDU 658.012:004 Marco Antonio Fragoso de Souza Indicadores de Desempenho para Governança de TI Projeto apresentado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, Distrito Federal, como requisito parcial para obtenção do título Aprovado em <xx de xxxxxxxxx de 201x> BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Prof. ME Edilberto Magalhães Silva Tutor Orientador ____________________________________________________ <Prof.(a). Dr/ME/Esp (usar o maior título) Nome do 2o Membro da Banca > Convidado ____________________________________________________ Prof.ª ME Alexandra Cristina Moreira Caetano Coordenadora Pedagógica Dedico este trabalho à minha esposa Silvana e aos meus filhos Matheus e Gabriel. Sem eles para dar um sentido à busca pelo crescimento pessoal profissional, não teria chegado até aqui. e AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele nada é possível, à minha esposa, aos meus filhos, aos meus pais e demais familiares e amigos. Especialmente agradeço ao meu orientador que, com paciência e boa vontade, ajudou-me a concretizar uma ideia neste Trabalho de Conclusão de Curso. Finalmente, agradeço aos meus colegas de trabalho, em especial ao Fernando Siqueira, ao Eduardo César e ao Vinícius Faria que colaboraram diretamente avaliando as propostas aqui formuladas e criticando de forma construtiva. Se um sacrifício é uma tristeza para ti, e não uma alegria, então não o faças, não és digno dele. Romain Roland RESUMO A melhoria da gestão pública envolve a união de diversos esforços. Tendo essa afirmação como premissa este trabalho busca unir conceitos desenvolvidos em cenários diversos, mas surpreendentemente complementares. O objetivo é propor indicadores de desempenho para uma unidade de TI do Governo Federal. Essas unidades atuam entre a velocidade da transformação tecnológica e a morosidade dos processos burocráticos. Para buscar o melhor dos dois cenários, tecnologia da informação e gestão pública, utilizou-se as boas praticas apresentadas pelo COBIT 4.1 com conceitos do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização GesPública. A proposta do trabalho é aplicar os conceitos de dimensão de indicadores, ou os 6E do desempenho (GesPública), aos objetivos, de TI e de processos, descritos nos processos AI2 – Adquirir e manter software aplicativo, AI5 – Adquirir recursos de TI e DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes, todos do COBIT 4.1. O produto final é a proposta de seis indicadores de desempenho para cada processo, sendo três indicadores das dimensões de resultado e três das dimensões de esforço. Palavras-chave: Desempenho. Tecnologia da Informação. Balanced Scorecard ABSTRACT Improving public management involves the union of several efforts. Taking this statement as a premise this paper seeks to unite concepts developed in various scenarios, but surprisingly complementary. The goal is to propose performance indicators for an IT unit of the Federal Government. These units operate between the speed of technological change and lengthy beadledom procedures. To get the best of both scenarios, information technology and public administration, we used good practices presented by COBIT 4.1 with concepts of the Public Management and no Beadledom National Program - GesPública. The purpose of this study is to apply the concepts of indicators dimensions, or performance 6E (GesPública), the goals and IT processes described in processes AI2 - Acquire and maintain application software, AI5 - Acquiring IT resources and DS8 - Manage service desk and incidents, all of COBIT 4.1. The final product is a proposed six performance indicators for each process, three indicators of outcome dimensions and three dimensions of effort. Keywords : Performance. Information Technology. Balanced Scorecard LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Princípios Básicos do COBIT 4.1 (p. 12).......................................... 21 Figura 2: Inter-relação entre os quatro dominios do COBIT 4.1 (p. 14)........ 22 Figura 3: Inter-relação entre os objetivos e métricas do COBIT 4.1 (p. 26). 23 Figura 4: Os 6E do desempenho segundo o GesPública (p.19)................... 26 Figura 5: Mapa Estratégico do PETI-MP 2013/2015 (p. 14)............................ 29 Figura 6: Objetivos e métricas do Processo AI2 do COBIT 4.1 (p. 81)......... 33 Figura 7: Objetivos e métricas do Processo AI5 do COBIT 4.1 (p. 93)......... 35 Figura 8: Objetivos e métricas do Processo DS8 do COBIT 4.1 (p. 133)..... 37 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Cronograma de Implementação................................................ 20 Quadro 2: Dimensões e subdimensões do 6E do desempenho.............. 30 Quadro 3: Passo 1 para a construção de indicadores do processo AI2 do COBIT 4.1............................................................................... Quadro 4: Passo 1 para a construção de indicadores do processo AI5 do COBIT 4.1............................................................................... Quadro 5: 36 Passo 1 para a construção de indicadores do processo DS8 do COBIT 4.1............................................................................... Quadro 6: 33 38 Indicadores propostos para o processo AI2 do COBIT 4.1................................................................................................ 46 Quadro 7: Indicadores propostos para o processo AI5 do COBIT 4.1... 47 Quadro 8: Indicadores propostos para o processo DS8 do COBIT 4.1.. 51 Quadro 9: Indicadores propostos para os processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1.................................................................................... 56 LISTA DE SIGLAS APF – Administração Pública Federal APO - Administração por Objetivos BSC - Balanced Scorecard COBIT – Control Objectives for Information and related Technology CONJUR - Consultoria Jurídica GesPública - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização IAGP - Instrumento para Avaliação da Gestão Pública IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa ISACA - Information Sistems Audit and Control Association ITGI - Information Technology Governance Institute ITIL – Information Technology Infrastructure Library MP - Minisitério do Planejamento, Orçamento e Gestão PE - Planejamento Estratégico PETI - Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação SEGES - Secretaria de Gestão (tornou-se a SEGEP) SEGEP - Secretaria de Gestão Pública TI - Tecnologia da Informação SUMÁRIO SUMÁRIO ................................................................................................................. 13 1 Introdução......................................................................................................... 15 1.1 Formulação da situação problema (Questões de pesquisa) ....................... 16 1.2 Objetivos e escopo...................................................................................... 16 1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 16 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 17 1.2.3 Escopo................................................................................................... 17 1.3 Justificativa ................................................................................................. 17 1.4 Hipóteses .................................................................................................... 18 2 Metodologia ...................................................................................................... 19 2.1 3 4 5 6 Cronograma de desenvolvimento do TCC .................................................. 20 Revisão de Literatura e Fundamentos ........................................................... 21 3.1 O COBIT 4.1 ............................................................................................... 21 3.2 Administração Por Objetivos – APO e Balanced Scorecard – BSC ........... 23 3.3 Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização - GesPública 25 Estudo de caso................................................................................................. 28 4.1 Processo AI2 – Adquirir e manter software aplicativo ................................. 32 4.2 Processo AI5 – Adquirir recursos de TI....................................................... 35 4.3 Processo DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes ............... 37 Discussão ......................................................................................................... 40 5.1 Critérios para interpretação dos achados do estudo de caso ..................... 40 5.2 Combinação dos dados para responder às questões de pesquisa ............. 42 5.3 Proposição da solução e aplicação de boas práticas ................................. 42 Conclusões e Trabalhos Futuros ................................................................... 56 6.1 Conclusões ................................................................................................. 56 6.2 7 Trabalhos Futuros ....................................................................................... 58 Referências e Fontes Consultadas ................................................................. 60 15 1 INTRODUÇÃO Toda organização objetiva algum tipo de resultado. A medição desses resultados deve ser acompanhada durante todo o processo produtivo, na periodicidade necessária a cada situação. Visando permitir que os gestores possam atuar, corrigindo e aperfeiçoando ações e processos, para garantir o melhor resultado possível é necessária a definição de indicadores de desempenho. Esses indicadores permitem mensurar, na periodicidade adequada, os resultados parciais da organização. A metodologia utilizada pode variar conforme a organização. Este estudo visa aplicar a metodologia de medição de desempenho (GesPública, 2009) formulado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP aos processos AI2 – Desenvolver e manter softwares aplicativos, AI5 – Adquirir recursos de TI e DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes – do COBIT 4.1. A metodologia faz parte do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização - GesPública, programa que visa fornecer mecanismos de modernização da administração pública, conduzido pela Secretaria de Gestão Pública – SEGEP-MP. Dentre as tecnologias propostas pelo GesPública está o Produto 4: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho, publicado em 2009. O Produto 4 do GesPública será a principal referência desse estudo, juntamente com o COBIT 4.1. O ponto de vista da abordagem será propor indicadores de execução, excelência, economicidade, eficiência, eficácia e efetividade (6E) para os processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1. Apesar do conhecimento gerado sobre a avaliação de desempenho de uma organização de TI ou sobre avaliação do desempenho da governança de TI, deconhece-se um estudo que faça a relação do desempenho da governança com a metodologia proposta pelo GesPública. A escolha desse tema de estudo se deve a necessidade de alinhar esforços dentro da administração pública. Os diversos órgãos estão constantemente desenvolvendo trabalhos muito similares de forma totalmente paralela, ou seja, um não sabe o que o outro está desenvolvendo. Buscando esse alinhamento optou-se pela utilização da metodologia de avaliação de desempenho do GesPública para o monitoramento do desempenho de 16 unidades de TI em órgãos da APF, garantindo-se que as boas práticas de mercado para TI também estivessem presentes por meio do COBIT 4.1. Assim, foram escolhidos os processos AI2 – Desenvolver e manter softwares aplicativos, AI5 – Adquirir recursos de TI e DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes – do COBIT 4.1, sendo essa escolha definida por dois critérios. O primeiro define que cada processo deve atender a um dos seguintes pilares: sistemas (AI2), governança (AI5) e serviços de TI (DS8). O segundo que os processos sejam de fácil implementação. Esse segundo critério objetiva a utilização prática desse estudo em uma unidade de TI da APF. Dessa forma esse trabalho pretende propor seis indicadores para cada um dos processos escolhidos, sendo três indicadores de esforço (economicidade, excelência e execução) e três de resultado (eficiência, efetividade e eficácia). 1.1 Formulação da situação problema (Questões de pesquisa) Para alinhar a modernização do estado, conforme preconiza o GesPública (2009), e as unidades de TI, no que se refere ao monitoramento do desempenho, é necessário alinhar as boas práticas de TI com a metodologia preconizada pelo Governo Federal. Para iniciar esse alinhamento é preciso responder: Quais as métricas do COBIT 4.1 podem ser utilizadas como indicadores de esforço e resultados, conforme o Produto 4 do GesPública, permitindo avaliar a governança de unidade de TI do Governo? 1.2 Objetivos e escopo 1.2.1 Objetivo Geral Propor conjunto de indicadores a partir dos objetivos e métricas de cada um dos processos do COBIT 4.1, e em conformidade com o 6E (Efetividade, Eficácia, Eficiência, Execução, Excelência e Economicidade) do Produto 4 do GesPública, 17 visando evidenciar os resultados da aplicação de boas práticas do COBIT 4.1 em unidade de TI do Governo Federal. 1.2.2 Objetivos Específicos Definir indicadores de esforço (economicidade, excelência e execução) e de resultados (eficiência, eficácia e efetividade), baseados no 6E do Produto 4 do GesPública a partir dos objetivos e métricas dos seguintes processos do COBIT 4.1: a) AI2 – Adquirir e manter software aplicativo; b) AI5 – Adquirir recursos de TI; c) DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes. 1.2.3 Escopo O escopo desse trabalho restringe-se a propor seis indicadores de desempenho, baseado nos 6E do Produto 4 do GesPública e nos objetivos e métricas dos processos do COBIT AI2, AI5 e DS8, para medir os resultados de uma unidade de TI do Governo Federal. 1.3 Justificativa O Governo Federal, visando à modernização da gestão pública criou o GesPública. Dentre as tecnologias utilizadas está o Produto 4: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho. As unidades de TI do Governo Federal vem utilizando os conceitos de mercado para avaliarem os resultados da TI. Esses conceitos são extraídos de diversos frameworks, entre eles o COBIT e o ITIL. O COBIT 4.1 define diversos objetivos (de TI, de Processos e de Atividades) para cada um dos seus processos. Para cada objetivo é proposto um conjunto de métricas. Já o Produto 4 do GesPública divide os indicadores em dimensões de resultado e esforço. Os indicadores de resultado visam medir os impactos dos 18 processos para os beneficiários, metas estabelecidas e processos envolvidos. Os indicadores de esforço visam medir a utilização dos recursos na execução do processo, o nível de excelência utilizado e o custo benefício do uso dos recursos. Assim para que uma unidade de TI do Governo Federal tenha seus resultados mensurados tanto do ponto de vista da gestão pública, quanto do ponto de vista das boas práticas em governança de TI, esse estudo propõem a elaboração de indicadores baseados nos 6E do GesPública para três processos do COBIT 4.1 ligados a cada um desses pilares: governança, sistemas e serviços de TI. 1.4 Hipóteses Faz-se necessário adequar o monitoramento do desempenho das unidades de TI do Governo Federal ao estabelecido pelo GesPública (2009), sem abrir mão da aplicação das boas práticas de mercado aplicadas à TI. 19 2 METODOLOGIA Para execução deste trabalho, foi utilizada a modalidade de pesquisa exploratória adotando–se a: • Análise bibliográfica, incluindo o material base das disciplinas do curso de Governança de TI do SENAC, visando fundamentar teoricamente seu conteúdo; • Análise documental do guia para elaboração de indicadores do GesPública e do framework de boas práticas para governança COBIT 4.1, visando relacionar os três processos escolhidos com os indicadores de esforço e resultado construindo, dessa forma, os indicadores a serem propostos; • Entrevistas com gestores de unidade de TI a fim de validar os indicadores propostos. Para obtenção dos dados e sua análise foram realizadas as seguintes atividades: • Levantamento de referencial teórico; • Leitura e sistematização do conteúdo; • Elaboração do conteúdo; • Análise dos resultados. Para obtenção dos dados foram utilizadas as seguintes técnicas • Observação participante; • Observação direta das atividades e serviços executados; • Realização de entrevistas; e • Análises de documentos do órgão de TI. 20 2.1 Cronograma de desenvolvimento do TCC Quadro 1: Cronograma de Implementação Tarefa/Datas Meta: definir a abordagem de construção dos indicadores Atividade: levantar informações bibliográficas e documentais sobre Gestão por Desempenho /Resultados e Governança de TI Meta: construir os indicadores a serem propostos Atividade: identificação das métricas dos processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1 e relacionamento com as dimensões de esforço e resultado conforme o Produto 4 do GesPública Meta: identificar para cada processo escolhido os indicadores de desempenho com base nos 6E do GesPública Atividade: validação dos indicadores propostos através de análise de conceitos e avaliação de gestores de TI Meta: concluir o TCC Atividade: revisão do conteúdo do TCC 15/out 26/out 08/nov 13/nov 21 3 REVISÃO DE LITERATURA E FUNDAMENTOS 3.1 O COBIT 4.1 Documento desenvolvido pelo IT Governance Institute – ITGI, braço da Information Systems Audit and Control Association – ISACA, responsável pelo fomento da governança de TI, tornou-se um guia de boas praticas para os gestores de TI em todo o mundo (ITGI, 2007) O principal objetivo do COBIT 4.1 é alinhar as ações de TI à estratégia da organização. O documento afirma que a governança de TI é de responsabilidade dos executivos e da alta direção, e que integra e institucionaliza boas práticas para garantir que a TI suporte os objetivos do negócio (COBIT 4.1, p. 7) Figura 1: Princípios Básicos do COBIT 4.1 (p. 12) Para alcançar a integração entre as necessidades de negocio e as ações de TI, o COBIT 4.1 foi estruturado em processos. Ao todo são trinta e quatro processos divididos em quatro domínios (COBIT 4.1, p. 14): Planejar e Organizar (PO); Adquirir e Implementar (AI); Entregar e Suportar (DS); e Monitorar e Avaliar (ME). 22 Figura 2: Inter-relação entre os quatro dominós do COBIT 4.1 (p. 14) Esse modelo de domínios e processo, construídos de uma forma lógica e gerenciável, é fortemente focado nos controles, auxiliando os gestores a otimizar os investimentos, assegurar a entrega de serviços e prover meios para identificar desempenhos insatisfatórios. O domínio Planejar e Organizar busca garantir o alinhamento estratégico da TI com o negócio, promover a comunicação, definir a estrutura da TI (arquitetura e tecnologia), definir processos internos e relacionamentos da TI, e gerir recursos, riscos e projetos. Para fornecer os recursos necessários às atividades de TI o domínio Adquirir e Implementar orienta a identificação, a aquisição e a implementação das soluções, além da gestão de mudanças. Visando a prestação dos serviços de TI, o domínio Entregar e Suportar, o mais amplo entre os quatro domínios, trata da razão de ser da TI, orientando a qualidade e continuidade dos serviços prestados, a gestão tanto da tecnologia envolvida quanto da informação, a atenção aos clientes da TI e a alocação de custos. Por fim, o domínio Monitorar e Avaliar busca garantir que a governança de TI esteja sendo aproveitada ao máximo pela organização. Cada um dos processos do COBIT 4.1 é estruturado em quatro seções a seguir: • Descrição de Processo: descreve as principais características e resultados esperados em cada processo; • Objetivos de Controles Detalhados: detalha a lista de macro-objetivos de cada processo; • Diretrizes de Gerenciamento: define entradas, saídas, responsabilidades, objetivos e métricas de cada processo; e 23 • Modelo de Maturidade: permite avaliar o nível de maturidade de cada processo. Na seção Diretrizes de Gerenciamento está o principal insumo deste estudo: os objetivos e métricas de cada processo. Eles são divididos em Objetivos de TI, Objetivos de Processo e Objetivos de Atividades. Entre esses objetivos existe uma relação complexa, ilustrada na figura abaixo. Figura 3: Inter-relação entre os objetivos e métricas do COBIT 4.1 (p. 26) 3.2 Administração Por Objetivos – APO e Balanced Scorecard – BSC A definição da estratégia organizacional passa por alguns conceitos, dentre os quais destacam se a Administração por Objetivos e o Balanced Scorecard. A Administração por objetivos, por desempenho ou por resultados é um modelo de gestão estratégica que tem como premissa que aquilo que não é medido não é gerenciado. Desde Drucker (1986) esse modelo vem evoluindo significativamente. O modelo consiste em definir objetivos para a organização e a partir deles estabelecer indicadores para acompanhar o alcance desses objetivos. Nessa evolução, Porter (1989) destacou a importância da vantagem competitiva. Na visão de Porter os objetivos das organizações devem agregar valor ao negócio, garantindo dessa forma sua sobrevivência e crescimento. 24 Ao proporem o Balanced Scorecard - BSC, Kaplan e Norton (1997) buscaram sistematizar os conceitos da APO, estruturando-os em quatro pilares, que agregam valor às organizações capitalistas: financeiro, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. Esses pilares sustentam a missão e a visão estratégica da organização. A utilização dos conceitos propostos por esses quatro autores (Drucker, Porter, Kaplan e Norton) na administração moderna, sugere que as organizações devam: • Identificar e explicitar a sua missão, que deve estar sendo periodicamente revista a fim de adequar o negócio da organização às mudanças comportamentais da sociedade; • Definir uma visão de futuro, alinhada a sua missão, que permita aos colaboradores, independente do nível hierárquico, compreenderem o resultado final de seus esforços conjuntos; • Definir objetivos de curto, médio e longo prazos que indiquem o caminho evolutivo a ser trilhado pela organização para alcançar sua visão de futuro; • Definir indicadores para monitorar o alcance desses objetivos, permitindo a correção das ações que estão sendo desenvolvidas; • Definir as metas desejáveis para cada período de apuração; e • Definir iniciativas e ações estratégicas para o alcance dos objetivos. Nesse contexto os indicadores possuem grande importância. De nada adianta uma estratégia bem elaborada se não é possível avaliar durante a sua execução se os resultados obtidos permitem o alcance dos objetivos propostos. Os indicadores devem ser claros e mensuráveis, e as metas desafiadoras e possíveis. É necessário destacar que para a construção dos indicadores é preciso ter definidos os objetivos estratégicos alinhados à visão e missão da organização. A partir das sugestões supracitadas, as organizações vêm adaptando o modelo conforme suas necessidades específicas. Para a administração pública, diferente das organizações capitalistas, o objetivo não é o resultado financeiro, mas os benefícios e serviços prestados a sociedade. 25 3.3 Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização - GesPública Visando aprimorar a gestão pública no Brasil o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP e o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Administração – CONSAD assinaram a “Carta de Brasília” em abril de 2009 (CONSAD, 2009). Esse documento objetivava indicar as diretrizes e intenções para a melhoria da gestão pública no país. Como consequência desse documento o Governo Federal, articulado com os demais estados da federação e o Distrito Federal, lançou o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GesPública (GesPública, 2009). Dentre as iniciativas do GesPública está a elaboração de soluções de gestão chamadas de “Tecnologias de Gestão”. São soluções que orientam a utilização da avaliação continuada, a elaboração de carta de serviços ao cidadão, a gestão de processos (com foco na integração e interoperabilidade de governo eletrônico), a melhoria de processos (com foco na simplificação), a medição de desempenho e construção de indicadores, a instrumentalização de pesquisas eletrônicas de satisfação e o gerenciamento de riscos. Para a elaboração deste estudo foi utilizada a Tecnologia de Gestão chamada de Produto 4: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho (GesPública, 2009). O guia se propõe a oferecer um caminho a ser seguido pelos órgãos públicos de distintos portes, natureza de atividade e contexto de atuação, para a construção de modelos específicos de mensuração de desempenho. O modelo proposto pelo Produto 4 do GesPública busca a agregação de valor aos processos utilizando indicadores que permitam mensurar resultados, realizar análises críticas, promover a melhoria contínua, subsidiar o planejamento e viabilizar a comparação de resultados. Seguindo esse objetivo o Produto 4 do GesPública identifica seis dimensões do desempenho baseados na concepção de cadeia de valor, que podem ser aplicadas em vários níveis da administração pública (Produto 4, p. 15): • Macro (governo); • Meso (políticas públicas ou setores de governo); • Meso-micro (redes de organizações); • Micro (organizações); e 26 • Nano (unidade de organização). Dessa forma, são sugeridas seis dimensões do desempenho (Produto 4, p. 19 e 20) que abrangem toda a cadeia de valor, divididos em dois grupos: resultado e esforço. As dimensões de resultado visam avaliar os impactos gerados, enquanto as dimensões de esforço visam avaliar a qualidade empregada na execução da atividade. As três dimensões de resultado são: • Eficiência: indica a relação entre o resultado esperado e os recursos utilizados para alcança-los; • Eficácia: indica se o objetivo foi alcançado; • Efetividade: indica os impactos gerados pela atividade, avaliando seu valor agregado. As três dimensões de esforço são: • Economicidade: indica economia possível de recursos sem comprometer a qualidade; • Excelência: indica a conformidade da atividade aos padrões de excelência; • Execução: indica a realização da atividade em conformidade com o processo proposto. Figura 4: Os 6E do desempenho segundo o GesPública (p. 19) Apesar de esse modelo ter sido proposto para a gestão pública, com foco maior para as políticas públicas, é perfeitamente adaptável para as atividades meio como a tecnologia da informação. Para melhor esclarecer essa aplicabilidade lembram-se os conceitos de governança corporativa e governança de TI. 27 O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC afirma que a principal preocupação da governança corporativa é criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivo quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com os interesses dos acionistas (IBGC, 2013). Já o IT Governance Institute – ITGI, braço da Information Systems Audit and Control Association – ISACA, afirma que a governança de TI é de responsabilidade dos executivos e da alta direção, e que integra e institucionaliza boas práticas para garantir que a TI suporte os objetivos do negócio (COBIT 4.1, p. 7). Por essas afirmações é possível observar que a governança de TI trata a tecnologia e a informação para atender à governança corporativa. Desse ponto de vista, o modelo de gestão pública proposto, que apoia a governança corporativa na administração pública, também é aplicável à governança de TI das unidades de TI de órgãos de governo. 28 4 ESTUDO DE CASO O Produto 4: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho, elaborado pelo Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GesPública, propõe um passo a passo para a construção dos indicadores (Produto 4, p. 40 a 72): • Passo 1: identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração; • Passo 2: estabelecimento de indicadores de desempenho; • Passo 3: análise e validação intermediária com as partes envolvidas; • Passo 4: construção de fórmulas, métricas e estabelecimento de metas; • Passo 5: definição dos responsáveis; • Passo 6: geração de sistema de coleta de dados; • Passo 7: ponderação e validação final dos indicadores com as partes envolvidas; • Passo 8: mensuração dos resultados; • Passo 9: análise e interpretação dos indicadores; • Passo 10: comunicação dos resultados. Nesse estudo serão realizados os três primeiros passos (identificação do nível, subdimensão e objetos de mensuração; estabelecimento de indicadores de desempenho e análise e validação intermediária com as partes envolvidas) que consiste na construção dos indicadores a serem propostos. Os quatro passos seguintes tratam da medição dos indicadores, e isso pode variar conforme a organização. Já os três últimos passos validam a aplicação dos indicadores, estando fora do escopo. Ressalta-se que para iniciar o primeiro passo a organização deve possuir um planejamento estratégico definido. Para esse estudo usaremos como referencial o mapa estratégico do Planejamento Estratégico de TI 2013/2015 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – PETI-MP 2013/2015 (MP, 2013). 29 Figura 5: Mapa Estratégico do PETI-MP 2013/2015 (p. 14) Esse mapa estratégico foi escolhido primeiramente por ser do órgão central de gestão pública do Governo Federal, segundo por estar alinhado ao Planejamento Estratégico do MP 2012/2015 (os objetivos da dimensão “Impactos para o Ministério” desse mapa são os mesmos da dimensão “Ações de Sustentação” do Planejamento Estratégico), e terceiro por possuir como objetivos da dimensão “Processos Internos” o aperfeiçoamento de processos relacionados com os quatro domínios do COBIT 4.1. Importante ressaltar que para a construção de indicadores é importante a definição das metas a serem alcançadas. Mas, essa definição não é escopo desse estudo. Para a realização do Passo 1, será construído, para cada processo, um quadro com as seguintes colunas: • Indicador: sequencial dos indicadores a serem propostos; • Nível: em conformidade com o guia do GesPública (Produto 4, p. 15) os indicadores podem ser utilizados em diversos níveis. Como o objetivo do indicador é avaliar uma unidade de TI, os níveis aplicados serão o Micro 30 (resultados para a organização) ou o Nano (resultados para a unidade de TI); • Dimensão: os 6E do GesPública (Produto4, p. 19 e 20) que define as dimensões de resultado (eficiência, eficácia e efetividade) e de esforço (execução, excelência e economicidade); • Subdimensão: subdivisão das dimensões (Produto 4, p. 20 a 23) de efetividade (impacto final e intermediário), eficácia (quantidade ou volume, qualidade do produto ou serviço, acessibilidade e equidade, cobertura, e risco), eficiência (custo-efetividade, produtividade, tempo, custo unitário e custo-benefício), execução (física e financeira), excelência (conformidade a padrões de excelência gerencial, conformidade, riscos, causalidade e comunicação) e economicidade (quantidade de recursos, qualidade dos recursos, acessibilidade, cobertura e riscos). • Objeto de mensuração: o que deve ser medido. Está relacionado com o Objetivo de TI ou de Processo e a métrica proposta na Diretriz de Gerenciamento de cada processo do COBIT 4.1; • Relação com o COBIT 4.1: indica os objetivos de TI ou de Processos ao qual está relacionado cada indicador. A proposta dos indicadores será formulada a partir da análise das subdimensões de desempenho do Produto 4 do GesPública, que são definidas conforme o Quadro 2 (Produto 4, p. 20 a 23) a seguir, e os objetivos e métricas de cada processo. Quadro 2: Dimensões e subdimensões do 6E do desempenho Dimensões 1.Efetividade Subdimensões 1.1. Impacto Final: é o resultado gerado pelos produtos e serviços de um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.) no beneficiário final, ou seja, na sociedade. Exemplos: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); PIB per capita; Coeficiente de Gini. 1.2. Impacto Intermediário: é o resultado intermediário gerado pelos produtos e serviços de um determinado sistema (organização, programa, política pública, setor rede etc.) em seu beneficiário direto. Exemplos: Coeficiente de mortalidade infantil; Expectativa média de vida da população Habitantes/domicílio; Taxa de Homicídios. 31 Dimensões 2.Eficácia Subdimensões 2.1 Quantidade / Volume: é o nível de oferta e disponibilidade de um bens ou serviços gerado por um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.). Exemplo: Número de jovens e adultos alfabetizados; Quantidade de habitações construídas; Extensão da Malha rodoviária pavimentada. 2.2 Qualidade do produto / serviço: representa a adequação entre as características dos produtos e serviços entregues, e os requisitos e necessidades dos beneficiários. Exemplos: Qualidade percebida (Percepção/Expectativa), durabilidade, estética, Confiabilidade, Tempestividade, Inovação etc. 2.3 Acessibilidade e Equidade: é a capacidade de disponibilizar bens e serviços equitativamente e fornecê‐los de forma equânime, atendendo igualmente as necessidades dos beneficiários e a sociedade. 2.4 Cobertura: corresponde à relação entre a população atendida sobre a que deveria ser atendida com bens ou serviços públicos gerados por um determinado sistema (organização, programa, política pública, rede etc.). 3.Eficiência 2.5 Risco: avalia a probabilidade de um determinado sistema assegurar a entrega de bens e serviços para determinados beneficiários e a população. 3.1 Custo-efetividade: relação entre os insumos para a prestação de um determinado serviço ou elaboração de um produto e a efetividade, ou seja, entende-se pelo grau de contribuição de um programa ou ação na consecução de metas e objetivos de impacto fixados para reduzir as dimensões de um problema ou melhorar uma dada situação. 3.2 Produtividade: relação entre o nível de produção (serviços e produtos) e os recursos utilizados, seja o capital humano, imobilizado, investimentos e o tempo. 3.3 Tempo: tempo decorrido entre o inicio e o fim de um determinado programa, projeto ou processo. Exemplos: Tempo de ciclo, Frequência de entrega, Tempo de desenvolvimento de novos bens e serviços, Desperdício etc. 3.4 Custo unitário: conjunto de custos (fixos, variáveis, reais, atribuídos, específicos e não específicos) a ser imputados a uma atividade por cada unidade de produto ou serviço gerado. 4.Execução 3.5 Custo-benefício (qualidade do gasto): relação entre os dispêndios realizados por um determinado sistema e os retornos obtidos por conta desses dispêndios, apresenta a relação entre os insumos e os produtos gerados. 4.1 Execução financeira: relação entre o volume de recursos disponibilizados pelo orçamento e o nível de utilização desses recursos visando atender à realização de etapas e/ou atividades de um programa, projeto ou processo (finalísticos ou de suporte). Exemplo: taxa de execução financeira. 4.2 Execução física: relação entre o volume de produtos previstos para serem entregues pelo orçamento e o nível de entrega desses produtos, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades. Exemplo: taxa de execução física. 32 Dimensões 5.Excelência Subdimensões 5.1 Conformidade em relação a padrões de excelência gerencial. O IAGP (Instrumento para Avaliação da Gestão Pública) é um excelente proxy para a medição da excelência de organizações públicas. É um indicador composto qualitativo e quantitativo que abrange critérios como: Liderança, Estratégia e Planos, Cidadãos, Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos. 5.2 Conformidade: representa a adequação dos projetos, ações e processos aos padrões e requisitos definidos. Exemplos: retrabalhos, erros, responsabilidade ambiental, infraestrutura (conforto etc.), medidas e especificações, segurança (acidentes por horas trabalhadas), transparência, confidencialidade, acessibilidade, confiabilidade, inovação, prazo etc. 5.3 Riscos: avalia a probabilidade de ocorrência de falhas ou a entrega de produtos fora das especificações estabelecidas nos processos ou nos programas, de modo que isso possa provocar a insatisfação das partes envolvidas. 5.4 Causalidade: é a avaliação de fatores precedentes que impactam ou influenciam o comportamento ou resultado subsequente, sendo, deste modo, indicadores que avaliam a adequação à padrões, normas e especificações. Exemplo: índice de reajustes devido a falhas no processo. Neste caso, as falhas no processo geram impactos negativos na execução de processos e entrega de serviços. 6.Economicidade 5.5 Comunicação: é a avaliação da fluxos de informação e seus canais, averiguando a existência ou não de falhas no processo de comunicação. Exemplo: percentual de pessoas com acesso à informações críticas da organização. 6.1 Quantidade de recursos: é o nível de oferta e disponibilidade de um produto ou serviço gerado por um determinado fornecedor ou sistema (organização, programa, política pública, setor rede etc.). 6.2 Qualidade dos recursos: representa a adequação entre as características dos produtos e serviços adquiridos, e os requisitos e necessidades da organização (ou Governo). Exemplos: durabilidade técnica, estética, Qualidade percebida (Percepção/Expectativa), Confiabilidade, Tempestividade, Inovação etc. 6.3 Acessibilidade: é a capacidade de captar bens e serviços equitativamente e fornecê‐los de forma equânime, atendendo igualmente as necessidades dos beneficiários e a sociedade. 6.4 Cobertura: é a avaliação do nível de abrangência de um determinado insumo crítico para a execução de programas, projetos, processos, sendo desta forma um insumo que requer alta disponibilidade. Exemplo: quantidade de fornecedores de um determinado insumo. 6.5 Risco: Avalia a possibilidade de ocorrência de falhas no fornecimento de recursos para prover programas, projetos e processos. Exemplo: grau de propensão de não recebimento de insumos críticos. 4.1 Processo AI2 – Adquirir e manter software aplicativo Os objetivos e métricas do Processo AI2 do COBIT 4.1 estão representados na Figura 6 abaixo. 33 Figura 6: Objetivos e métricas do Processo AI2 do COBIT 4.1 (p. 81) Executando-se o Passo 1 (identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração) para construção de indicadores, conforme orienta o Produto 4, relaciona-se os objetivos de TI e de processos e as métricas do processo AI2 do COBIT (Figura 3) com as dimensões e subdimensões apresentadas no Produto 4 (Quadro 2). A construção desse relacionamento está detalhada do tópico “Discussão” desse trabalho e o resultado está representado no quadro abaixo (Quadro 3). Quadro 3 – Passo 1 para a construção de indicadores do processo AI2 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Indicador 1 Micro Efetividade Impacto Intermediário Indicador 2 Nano Eficácia Qualidade do produto Objeto de Mensuração Satisfação dos usuários finais com as funcionalidades entregues Projetos que não atenderam às expectativas Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: - Definição de como requisitos de negócio e controle são traduzidos em soluções automatizadas eficazes e eficientes; - Aquisição e manutenção de sistemas aplicativos integrados e padronizados. 34 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Objeto de Mensuração Esforços de desenvolvimento em manutenções corretivas Indicador 3 Nano Eficiência Produtividade Indicador 4 Nano Execução Execução física Projetos executados no prazo e orçamento Indicador 5 Nano Excelência Causalidade Indicador 6 Nano Economicidade Qualidade dos recursos Problemas de produção que causam indisponibilidade nas aplicações Defeitos reportados Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de Processo: - Aquisição e manutenção de aplicações que atendam com custo adequado aos requisitos de negócio; - Aquisição e manutenção de aplicações em alinhamento com a estratégia e a arquitetura de TI; - Garantia de que o processo de desenvolvimento atende aos prazos e tem boa relação custobenefício. Para o segundo passo (estabelecimento de indicadores de desempenho) foram propostos os indicadores abaixo: • Indicador 1: Percentual de usuários satisfeitos com as funcionalidades entregues; • Indicador 2: Quantidade projetos que não atenderam às expectativas; • Indicador 3: Percentual de esforço de desenvolvimento em manutenções corretivas; • Indicador 4: Percentual de projetos executados no prazo e orçamento; • Indicador 5: Quantidade de problemas de produção que causam indisponibilidade nas aplicações ; • Indicador 6: Quantidade mensal de defeitos reportados. Para atendimento ao terceiro passo (análise e validação intermediária com as partes envolvidas), a proposta foi submetida para a validação de um gestor de unidade de tecnologia da informação do Governo Federal, que atua no pilar sistemas, sendo aprovada sem ressalvas. 35 4.2 Processo AI5 – Adquirir recursos de TI Os objetivos e métricas do processo AI5 do COBIT 4.1 estão representados na Figura 7 abaixo. Figura 7: Objetivos e métricas do Processo AI5 do COBIT 4.1 (p. 93) Repetindo-se os passos executados no processo anterior, tem-se que o Passo 1 (identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração) relaciona os objetivos de TI e de processos e as métricas do processo AI5 do COBIT 4.1 (Figura 4) com as dimensões e subdimensões apresentadas no Produto 4 (Quadro 2). O detalhamento da construção desses relacionamentos está no tópico “Discussão” deste trabalho e o resultado está representado no quadro abaixo (Quadro 4). 36 Quadro 4 – Passo 1 para a construção de indicadores do processo AI5 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Indicador 1 Micro Efetividade Impacto intermediário Indicador 2 Nano Eficácia Qualidade do produto Discordâncias dos contratos de aquisições Indicador 3 Indicador 4 Nano Nano Eficiência Execução Indicador 5 Nano Excelência Custo unitário Execução financeira Conformidade Indicador 6 Nano Economicidade Custos de compras Orçamento realizado Conformidade com as normas vigentes Atendimento aos requisitos iniciais demandados Refazendo o segundo Qualidade dos recursos passo Objeto de Mensuração Satisfação das partes interessadas com os fornecedores (estabelecimento de Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: Aquisição e manutenção de infraestrutura de TI e de aplicações integradas e padronizadas; Aquisição e manutenção de uma infraestrutura de TI integrada e padronizada; Aquisição e manutenção da especialização de TI para responder à estratégia de TI. Aquisições requeridas alinhadas aos procedimentos definidos Objetivos de Processo: - Redução dos riscos de aquisição de TI; Otimização de valores nos processos de aquisição de TI. Obtenção de parecer profissional para aspectos legais e contratuais - Custo reduzido de compras indicadores de desempenho) para o Processo AI5, tem-se abaixo as propostas de indicadores: • Indicador 1: Percentual de demandantes satisfeitos com as aquisições; • Indicador 2: Percentual de aquisições com questionamento a editais e contratos; • Indicador 3: Percentual de aquisições com preço final igual ou inferior à média da APF; • Indicador 4: Percentual do orçamento disponível executado; • Indicador 5: Percentual de processos de aquisição/contratação com parecer favorável; 37 • Indicador 6: Percentual de processos de aquisição/contratação com parecer favorável; Seguindo o Passo 3 do Produto 4 do GesPública (análise e validação intermediária com as partes envolvidas), a proposta foi submetida para a validação de um gestor de unidade de tecnologia da informação do Governo Federal, que atua no pilar governança. A proposta também foi aprovada, mas houve considerações. Primeiramente questionou-se sobre os conceitos de eficácia e eficiência que parecem estar invertidos na proposta. Depois se sugeriu outros indicadores que entende serem mais eficazes para mensurar o impacto das aquisições, tais como: medir o grau de automação da organização ou a redução do risco operacional. Esses questionamentos serão tratados no tópico “Discussão” deste trabalho. 4.3 Processo DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes O processo DS8 possui objetivos e métricas representados na Figura 8 a seguir. Figura 8: Objetivos e métricas do Processo DS8 do COBIT 4.1 (p. 133) Executando-se novamente o Passo 1 (identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração) e relacionando os objetivos de TI e de processos e as métricas do processo DS8 do COBIT 4.1 (Figura 5) com as 38 dimensões e subdimensões apresentadas no Produto 4 (Quadro 2), tem-se o Quadro 5 a seguir, cujo detalhamento da construção é apresentado no tópico “Discussão” deste trabalho. Quadro 5 – Passo 1 para a construção de indicadores do processo DS8 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Indicador 1 Micro Efetividade Impacto intermediário Indicador 2 Nano Eficácia Qualidade do produto Indicador 3 Nano Eficiência Produtividade Indicador 4 Nano Execução Execução física Indicador 5 Nano Excelência Comunicação Indicador 6 Nano Economicidade Qualidade dos recursos Objeto de Mensuração Satisfação dos usuários finais com o primeiro nível de atendimento Incidentes resolvidos no período estipulado Resolução de chamados em 1º nível Duração de incidentes de alta severidade Resposta a consultas por telefone ou email Chamados reabertos Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: Garantia de satisfação dos usuários finais com ofertas e níveis de serviço; - Garantia de uso e desempenho adequado de aplicações e soluções tecnológicas; - Garantia de que os serviços de TI estarão disponíveis conforme solicitado. Atendimentos resolvidos no prazo estipulado Objetivos de Processo: Análise, documentação e escalação de incidentes no tempo correto; - Respostas precisas a consultas e no tempo correto; - Realização periódica de tendências em solicitações e consultas. - Definição de critérios e procedimentos Na sequência, o segundo passo (estabelecimento de indicadores de desempenho) define a seguinte proposta de indicadores: • Indicador 1: Percentual de usuários satisfeitos com a central de serviços; • Indicador 2: Percentual de incidentes resolvidos no período estipulado; • Indicador 3: Percentual de resolução de chamados em 1º nível; • Indicador 4: Tempo médio de duração de incidentes de alta severidade; • Indicador 5: Tempo médio de resposta a consultas por telefone e e-mail; • Indicador 6: Percentual de chamados reabertos; 39 Para atender o Passo 3 (análise e validação intermediária com as partes envolvidas), a proposta foi submetida para a validação de um gestor de unidade de tecnologia da informação do Governo Federal, que atua no pilar serviços de TI, sendo aprovada sem ressalvas. 40 5 DISCUSSÃO1 O Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho (Produto 4 do GesPública) foi elaborado com foco no monitoramento das políticas públicas em todas as suas fases. Para isso é subdividido em níveis (macro, meso, meso-micro, micro e nano) que permitem criar indicadores para avaliar os resultados da política pública em si, mas também do segmento em que a política é aplicada, do grupo de organizações que atuam nessa política, de cada organização individualmente e das unidades organizacionais que atuam diretamente na implementação da política pública. O COBIT 4.1 se propõe a ser um conjunto de processos, ou boas práticas, em governança de TI que visa garantir o alinhamento das ações de TI à estratégia organizacional, a maximização dos resultados do negócio com o apoio da TI e a gestão apropriada dos recursos e riscos de TI. Tem-se um documento voltado para gestão de negócio e um voltado para a gestão de TI. O desafio é integrar os conceitos de ambos propondo indicadores que estejam alinhados às políticas de governo e às boas práticas de TI. Ressalta-se, porém que a gestão da tecnologia da informação nunca foi política de governo e que as unidades de TI são consideradas áreas de apoio à gestão. 5.1 Critérios para interpretação dos achados do estudo de caso O primeiro desafio foi interpretar os conceitos de dimensões, subdimensões e níveis do Produto 4 do GesPública, bem como buscar no COBIT 4.1 a conexão ideal para construir os indicadores mais apropriados para o ambiente organizacional, ou seja, níveis micro (organização) e nano (unidade de TI). Ao tratar de dimensões, estas são divididas em dois grupos: resultados e esforço. As dimensões de resultado visam monitorar os impactos causados pelo processo no ambiente (efetividade), o alcance dos resultados previstos (eficácia) e a realização do processo como planejado (eficiência). 1 O 6E do Gespública são as dimensões de resultado (efetividade, eficácia e eficiência) e de esforço (execução, excelência e economicidade) 41 Para as dimensões de esforço o objetivo é monitorar o empenho em cumprir o processo (execução), a conformidade do processo com as normas legais e as boas praticas gerenciais (excelência) e a utilização dos recursos da forma mais apropriada ao interesse público (economicidade). As subdimensões aumentam a complexidade da combinação de conceitos. No grupo de dimensões de resultado, a efetividade possui duas subdimensões: impacto final (avaliação do resultado no ambiente) e impacto intermediário (avaliação do resultado para o público alvo); a eficácia possui cinco subdimensões: quantidade ou volume (do que se pretende como resultado), qualidade do produto ou serviço (ofertado), acessibilidade e equidade (na oferta do produto ou serviço), cobertura (no alcance do público alvo) e risco (para o alcance dos resultados esperados); e a eficiência também possui cinco subdimensões: custo-efetividade (relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos), produtividade (relação entre os recursos utilizados e a quantidade de produto/serviço gerado), tempo (entre o início e o fim de um processo), custo unitário (custo do produto ou serviço) e custobenefício (relação entre os recursos utilizados e os impactos gerados). No grupo de dimensões de esforço, a execução possui duas subdimensões: execução financeira (utilização dos recursos orçamentários previstos) e execução física (realização do volume de produtos/serviços previstos); a excelência possui cinco subdimensões: conformidade em relação a padrões de excelência gerencial, conformidade (a normas e procedimentos), riscos (falha nos produtos ou serviços), causalidade (fatores que impactam no resultado) e comunicação (avaliação dos fluxos e canais de informação utilizados); e a economicidade com também cinco subdimensões: quantidade de recursos (nível de oferta e disponibilidade), qualidade dos recursos (adequação dos recursos aos requisitos), acessibilidade (capacidade de captação de bens e serviços), cobertura (nível de abrangência de um insumo crítico para a execução do processo) e riscos (avalia falhas no fornecimento dos recursos). O COBIT 4.1 estrutura cada processo em quatro seções: descrição do processo, objetivos de controle (boas práticas para o gerenciamento do processo), diretrizes de gerenciamento (ferramentas para definição de responsabilidades e medição de performance dos processos) e modelos de maturidade (descrevem níveis de maturidade que permitem uma auto avaliação). Como o trabalho trata de indicadores de desempenho o foco está nas diretrizes de gerenciamento. Nesta 42 seção do processo estão listados os objetivos de TI, os objetivos de processos, os objetivos de atividades e suas respectivas métricas. A apresentação desses objetivos permite interpretar que os objetivos de TI são os resultados que se esperam da TI, que os objetivos de processos são os resultados que se esperam dos processos e que os objetivos de atividades são os resultados que se esperam das atividades. 5.2 Combinação dos dados para responder às questões de pesquisa Com base na interpretação dos conceitos apresentados no tópico anterior, foram realizadas análises e combinações. A primeira combinação foi entre a dimensão de resultados e esforço (Produto 4 do GesPública) e os objetivos de TI e de processos (COBIT 4.1) respectivamente. Numa análise mais detalhada observouse que a dimensão de eficiência (GesPública) estava mais ligada aos objetivos de processo. Não foram levados em consideração os objetivos de atividades e suas métricas, porque se entendeu que estavam num nível de detalhamento do processo maior do que o desejado para esse estudo. Assim, combinou-se as dimensões de efetividade e eficácia (GesPública) com os objetivos de TI (COBIT 4.1) e as dimensões de eficiência, execução, excelência e economicidade (GesPública) com os objetivos de processos (COBIT 4.1). Com essa estrutura montada passou-se a identificar o objetivo, a subdimensão e o nível que melhor se adequavam. 5.3 Proposição da solução e aplicação de boas práticas O processo de construção dos indicadores iniciou-se com a avaliação das métricas propostas pelo COBIT 4.1 com as dimensões do GesPública, identificandose simultaneamente os objetos de mensuração de cada métrica e as subdimensões mais adequadas para promover essa ligação. Em seguida avaliou-se em que nível o objeto de mensuração impacta, se no nível organizacional (micro) ou no nível da unidade de TI (nano). A partir dessa identificação (Quadros 3, 4 e 5), combinando-se o objeto de mensuração a subdimensão e o nível, foram propostos os indicadores para cada 43 processo conforme os quadros abaixo. Seguem, abaixo de cada quadro (6, 7 e 8), as avaliações realizadas para identificar o objeto de mensuração, subdimensão e nível de cada indicador, bem como a justificativa para a forma de quantificar o indicador. Quadro 6 – Indicadores propostos para o processo AI2 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Percentual de usuários satisfeitos com as funcionalidades entregues Micro Efetividade Impacto Intermediário Quantidade projetos que não atenderam às expectativas Percentual de esforço de desenvolvimento em manutenções corretivas Percentual de projetos executados no prazo e orçamento Nano Eficácia Qualidade do produto Nano Eficiência Produtividade Nano Execução Execução física Projetos executados no prazo e orçamento Nano Excelência Causalidade Problemas de produção que causam indisponibilidade nas aplicações Nano Economicidade Qualidade dos recursos Defeitos reportados Quantidade de problemas de produção que causam indisponibilidade nas aplicações Quantidade mensal de defeitos reportados Para o Indicador Percentual de Objeto de Mensuração Satisfação dos usuários finais com as funcionalidades entregues Projetos que não atenderam às expectativas Esforços de desenvolvimento em manutenções corretivas usuários Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: - Definição de como requisitos de negócio e controle são traduzidos em soluções automatizadas eficazes e eficientes; Aquisição e manutenção de sistemas aplicativos integrados e padronizados. Objetivos de Processo: Aquisição e manutenção de aplicações que atendam com custo adequado aos requisitos de negócio; Aquisição e manutenção de aplicações em alinhamento com a estratégia e a arquitetura de TI; - Garantia de que o processo de desenvolvimento atende aos prazos e tem boa relação custobenefício. satisfeitos com as funcionalidades entregues foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão efetividade, portanto, avalia impactos aos beneficiários do processo. Dentre as métricas sugeridas, a mais adequada é a mensuração da satisfação dos usuários finais com as funcionalidades 44 entregues, que mede a satisfação do beneficiário direto, ou seja, subdimensão de impacto intermediário; • Para a escolha do nível: ao medir a satisfação dos usuários dos softwares estamos ampliando o resultado para o nível da organização, pois, na maioria dos casos esses usuários não são da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o micro; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir uma identificação imediata do nível de satisfação em relação ao total do público alvo. Para o Indicador Quantidade de projetos que não atenderam as expectativas foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficácia, portanto, avalia o resultado do processo em face do planejado. Dentre as métricas sugeridas a que mais adequada é a mensuração da quantidade de projetos cujos benefícios esperados não foram alcançados, ou seja, não atenderam às expectativas, que mede a qualidade do resultado do processo, ou seja, subdimensão de qualidade do produto; • Para a escolha do nível: ao medir a qualidade dos produtos a avaliação está sobre o desempenho da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: a proposição desse indicador necessita de uma reflexão. Em geral a identificação de não conformidades em projetos de software após sua entrega não é percebida de imediato, ocorrendo algum tempo depois de sua implementação. Para que o indicador represente o que dele se espera, optou-se por medir a quantidade de projetos que não atenderam as expectativas. Para o Indicador Percentual de esforço de desenvolvimento em manutenções corretivas foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficiência, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Apesar de ser uma dimensão de resultado, o objeto de monitoração está mais adequado aos objetivos de processos 45 apresentados pelo COBIT 4.1. Após exaustivas análises de combinação entre as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão eficiência, optou-se por medir o esforço de desenvolvimento em manutenções corretivas, alinhado à subdimensão produtividade. Essa opção se justifica porque esse esforço não é medido quando tratamos de novas funcionalidades, mas faz parte da produtividade da unidade de TI; • Para a escolha do nível: ao medir o esforço da equipe de desenvolvimento com manutenções corretivas está sendo avaliada a produtividade da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume do esforço em manutenções corretivas em relação ao esforço total em desenvolvimento da unidade de TI. Para o Indicador Percentual de projetos executados no prazo e no orçamento foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão execução, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão execução, optou-se por quantificar os projetos executados no prazo e no orçamento, alinhado à subdimensão execução física; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo de projetos que foram executados no prazo e no orçamento, está sendo avaliada o quanto a unidade de TI planeja e executa de forma precisa. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume dos projetos executados no prazo e no orçamento em relação ao total de projetos executado pela unidade de TI. Para o Indicador Quantidade de problemas de produção que causaram indisponibilidade de aplicação foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão excelência, portanto, avalia os resultados da conformidade às normas na execução do processo. Analisando-se as 46 métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão excelência, optou-se por quantificar os problemas de produção que causam indisponibilidade de aplicação, alinhado à subdimensão causalidade. Essa escolha se justifica porque ao seguir as boas práticas e metodologias mitigam-se os riscos de problemas de produção; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo de problemas de produção que causaram indisponibilidade, está avaliando-se o quanto a unidade de TI executa seus projetos seguindo boas práticas e normas. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se a quantidade para permitir avaliar o volume de falhas de conformidade nos projetos executado pela unidade de TI. Para o Indicador Quantidade mensal de defeitos reportados foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão economicidade, portanto, avalia a utilização dos recursos em função dos resultados alcançados pelo processo. Analisandose as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão economicidade, optou-se por quantificar os defeitos reportados, alinhado à subdimensão qualidade dos recursos. Essa escolha se justifica porque a qualidade dos recursos utilizados impacta na qualidade do produto entregue. Além disso, a reparação de defeitos pode ser considerada retrabalho, ou seja, é antieconômico; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo mensal de defeitos reportados, está avaliando-se o quanto a unidade de TI executa seus projetos com qualidade. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se a quantidade mensal para permitir avaliar o volume de retrabalho da unidade de TI. 47 Quadro 7 – Indicadores propostos para o processo AI5 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Objeto de Mensuração Satisfação das partes interessadas com os fornecedores Percentual de demandantes satisfeitos com as aquisições Micro Efetividade Impacto intermediário Percentual de aquisições com questionamento a editais e contratos Nano Eficácia Qualidade do produto Discordâncias dos contratos de aquisições Percentual de aquisições com preço final igual ou inferior à média da APF Nano Eficiência Custo unitário Custos de compras Percentual do orçamento disponível executado Nano Execução Execução financeira Orçamento realizado Percentual de processos de aquisição/contratação com parecer favorável Nano Excelência Conformidade Conformidade com as normas vigentes Percentual de aquisições que contrataram a solução demandada Nano Economicidade Qualidade dos recursos Atendimento aos requisitos iniciais demandados Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: Aquisição e manutenção de infraestrutura de TI e de aplicações integradas e padronizadas; Aquisição e manutenção de uma infraestrutura de TI integrada e padronizada; Aquisição e manutenção da especialização de TI para responder à estratégia de TI. Objetivos de Processo: - Redução dos riscos de aquisição de TI; - Otimização de valores nos processos de aquisição de TI. Para o Indicador Percentual de demandantes satisfeitos com as aquisições foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão efetividade, portanto, avalia impactos aos beneficiários do processo. Dentre as métricas sugeridas, a mais adequada é a mensuração da satisfação dos demandantes com as aquisições realizadas, que mede a satisfação do beneficiário direto, ou seja, subdimensão de impacto intermediário; 48 • Para a escolha do nível: ao medir a satisfação dos demandantes de soluções de TI estamos ampliando o resultado para o nível da organização, pois, na maioria dos casos esses demandantes não são apenas da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o micro; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir uma identificação imediata do nível de satisfação em relação ao total do público alvo. Para o Indicador Percentual de aquisições com questionamentos a editais e contratos foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficácia, portanto, avalia o resultado do processo em face do planejado. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão eficácia, optou-se por quantificar as aquisições com discordâncias aos contratos, alinhada à subdimensão qualidade do produto. Essa escolha se justifica porque os questionamentos ao edital e aos contratos além de atrasarem o processo de aquisição indicam que o planejamento da contratação não foi bem executado; • Para a escolha do nível: ao medir a quantidade de processos de aquisição com questionamentos, avalia-se a qualidade do processo da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de aquisições com discordância em relação ao total. Para o Indicador Percentual de aquisições com preço final igual ou inferior a média da APF foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficiência, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Como no processo anterior, apesar de ser uma dimensão de resultado, o objeto de monitoração está mais adequado aos objetivos de processos apresentados pelo COBIT 4.1. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão eficiência, 49 optou-se por medir os custos de compras, alinhado à subdimensão custo unitário. Essa opção se justifica porque um dos principais objetivos dos processos de aquisição governamental é o menor preço; • Para a escolha do nível: ao medir o custo das aquisições em relação à média da APF, avalia-se o processo de aquisição realizado pela da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de aquisições “econômicas” em relação ao volume total das aquisições. Para o Indicador Percentual do orçamento disponível executado foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão execução, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão execução, optou-se por medir o orçamento realizado, alinhado à subdimensão execução financeira. Essa opção se justifica pela necessidade das unidades de governo de realizarem um planejamento antecipado das aquisições e dos orçamentos, evitando-se desperdício de recursos; • Para a escolha do nível: ao medir a execução do orçamento previsto, avalia-se o cumprimento do planejamento de aquisições pela unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume dos recursos orçamentários utilizados em relação ao total de recursos orçamentários disponíveis para a unidade de TI. Para o Indicador Percentual de processos de aquisição/contratação com parecer favorável foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão excelência, portanto, avalia os resultados da conformidade às normas na execução do processo. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão excelência, optou-se por medir a conformidade com as normas vigentes, 50 alinhado à subdimensão conformidade. Essa escolha se justifica porque um dos gargalos aos processos de aquisição é a conformidade jurídica às normas legais e às orientações dos órgãos de controle; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo de processos de aquisição com parecer favorável, avalia-se o quanto a unidade de TI executa suas aquisições em conformidade com as normas legais e as orientações dos órgãos de controle. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de aquisições com conformidade legal em relação ao total de aquisições realizadas pela a unidade de TI. Para o Indicador Percentual de aquisições que contrataram a solução demandada foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão economicidade, portanto, avalia a utilização dos recursos em função dos resultados alcançados pelo processo. Analisandose as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão economicidade, optou-se por medir o atendimento aos requisitos iniciais demandados, alinhado à subdimensão qualidade dos recursos. Essa escolha se justifica porque em um processo de aquisição o importante não é adquirir o que foi pedido, e sim atender aos requisitos com uma solução economicamente mais viável. Essa análise é tanto melhor quanto forem os recursos disponíveis; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo de aquisições que contrataram a solução demandada, avalia-se o quanto a unidade de TI é capaz de atender aos requisitos do demandante com economicidade. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de aquisições realizadas pela unidade de TI que atenderam aos requisitos do demandante. 51 Quadro 8 – Indicadores propostos para o processo DS8 do COBIT 4.1 Indicador Nível Dimensão Subdimensão Objeto de Mensuração Satisfação dos usuários finais com o primeiro nível de atendimento Percentual de usuários satisfeitos com a central de serviços Micro Efetividade Impacto intermediário Percentual de incidentes resolvidos no período estipulado Nano Eficácia Qualidade do produto Percentual de resolução de chamados em 1º nível Nano Eficiência Produtividade Tempo médio de duração de incidentes de alta severidade Nano Execução Execução física Duração de incidentes de alta severidade Tempo médio de resposta a consultas por telefone e e-mail Nano Excelência Comunicação Resposta a consultas por telefone ou email Percentual de chamados reabertos Nano Economicidade Qualidade dos recursos Chamados reabertos Incidentes resolvidos no período estipulado Resolução de chamados em 1º nível Relação com o COBIT 4.1 Objetivos de TI: garantia de satisfação dos usuários finais com ofertas e níveis de serviço; - garantia de uso e desempenho adequado de aplicações e soluções tecnológicas; - Garantia de que os serviços de TI estarão disponíveis conforme solicitado. Objetivos de Processo: análise, documentação e escalação de incidentes no tempo correto; - respostas precisas a consultas e no tempo correto; - realização periódica de tendências em solicitações e consultas. Para o Indicador Percentual de usuários satisfeitos com a central de serviços foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão efetividade, portanto, avalia impactos aos beneficiários do processo. Dentre as métricas sugeridas, a mais adequada é a mensuração da satisfação dos usuários com o primeiro nível de atendimento, que mede a satisfação do beneficiário direto, ou seja, subdimensão de impacto intermediário; 52 • Para a escolha do nível: ao medir a satisfação dos usuários da central de serviços estamos ampliando o resultado para o nível da organização, pois, a maioria desses demandantes não é da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o micro; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir uma identificação imediata do nível de satisfação em relação ao total do público alvo. Para o Indicador Percentual de incidentes resolvidos no período estipulado foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficácia, portanto, avalia o resultado do processo em face do planejado. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão eficácia, optou-se por quantificar os incidentes resolvidos no prazo, alinhada à subdimensão qualidade do produto; • Para a escolha do nível: ao medir a quantidade de incidentes resolvidos no prazo, avalia-se a qualidade do processo de atendimento da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de atendimentos no prazo em relação ao total. Para o Indicador Percentual de resolução de chamados em 1º nível foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão eficiência, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Como nos processos anteriores, apesar de ser uma dimensão de resultado, o objeto de monitoração está mais adequado aos objetivos de processos apresentados pelo COBIT 4.1. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão eficiência, optou-se por medir a resolução de chamados em 1º nível, alinhado à subdimensão produtividade. Essa opção se justifica porque garante maior rapidez no atendimento e menor custo de prestação do serviço; 53 • Para a escolha do nível: ao medir a resolução de chamados em 1º nível, avalia-se a eficiência da central de serviços da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de resoluções em 1º nível em relação ao volume de atendimentos. Para o Indicador Tempo médio de duração de incidentes de alta severidade foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão execução, portanto, avalia os resultados da execução do processo. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão execução, optou-se por medir a duração dos incidentes de alta severidade, alinhado à subdimensão execução física. Essa opção se justifica pela necessidade manter a disponibilidade dos serviços de TI; • Para a escolha do nível: ao medir o tempo médio da duração de incidentes de alta severidade, avalia-se a capacidade de mobilização e resposta da unidade de TI. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se a média de tempo para permitir avaliar o nível de não oferta dos serviços de TI. Para o Indicador Tempo médio de resposta a consultas por telefone e email foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão excelência, portanto, avalia os resultados da conformidade às normas na execução do processo. Analisando-se as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão excelência, optou-se por medir a duração, em horas, de respostas por telefone ou e-mail, alinhado à subdimensão comunicação. Essa escolha se justifica pela necessidade de avaliar a comunicação direta entre a central de serviços e os usuários; • Para a escolha do nível: ao medir a duração da resposta ao usuário em comunicações diretas (telefone e e-mail), avalia-se o quanto a central de 54 serviços da unidade de TI atende com prontidão às solicitações diretas. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador: utilizou-se o tempo médio para avaliar a prontidão das respostas às solicitações diretas à unidade de TI. Para o Indicador Percentual de chamados reabertos foram observados: • Para a escolha do objeto de mensuração e subdimensão: o indicador visa atender a dimensão economicidade, portanto, avalia a utilização dos recursos em função dos resultados alcançados pelo processo. Analisandose as métricas sugeridas pelo COBIT 4.1 e as subdimensões da dimensão economicidade, optou-se por quantificar a reabertura de chamados, alinhado à subdimensão qualidade dos recursos. Essa escolha se justifica porque a qualidade dos recursos utilizados impacta na qualidade do atendimento realizado. Além disso, a reexecução de um atendimento pode ser considerada retrabalho, ou seja, é antieconômico; • Para a escolha do nível: ao medir o quantitativo de reabertura de chamados, avalia-se o quanto a unidade de TI é capaz de identificar e solucionar um problema nos prazos definidos. Dessa forma o nível mais adequado para esse indicador é o nano; • Para a escolha do quantificador do indicador utilizou-se o percentual para permitir avaliar o volume de chamados reabertos em relação ao total. Apresentadas as justificativas de elaboração dos indicadores propostos, é necessário analisar as criticas elaboradas pelo gestor que avaliou os indicadores do processo AI5 do COBIT 4.1 e a aplicabilidade prática dos indicadores ora propostos. Quanto à avaliação de que os conceitos de eficácia e eficiência parecem estar invertidos, observa-se que essa percepção ocorre devido à subdimensão utilizada na proposta de indicadores. A avaliação da qualidade do produto ligada a eficácia é um conceito construído pelo GesPública. Do mesmo modo, o conceito de eficiência ligado ao de custo unitário também parece inadequado. Mas nas justificativas apresentadas observa-se que é possível a combinação proposta. Quanto à utilização de indicadores que poderiam ser enquadrados como de impacto final, a limitação surge em relação às métricas propostas pelo COBIT 4.1. O que o gestor propõe são indicadores relacionados à governança corporativa, um 55 escopo maior que a governança de TI tratada no COBIT 4.1. Nada impede a sua utilização, porém está fora do escopo desse trabalho. 56 6 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS2 6.1 Conclusões Os indicadores de desempenho são essenciais para o acompanhamento da implementação das estratégias organizacionais pela alta administração. Por melhor que seja a estratégia definida, ela torna-se ineficaz sem a possibilidade de avaliar se os resultados obtidos levam à organização ao objetivo determinado. Para garantir a melhor leitura possível, os indicadores devem ser claros e mensuráveis, e suas metas desafiadoras e alcançáveis. A partir dessa consciência da importância dos indicadores, esse estudo se dedicou a propor indicadores de desempenho para uma unidade de TI do Governo Federal. A complexidade desse trabalho deriva do convívio da burocracia governamental e da velocidade das inovações tecnológicas. Utilizar exclusivamente um modelo de avaliação de desempenho de governo desconsideraria as necessidades peculiares de uma unidade de TI. Seguir apenas as boas práticas de gestão de TI difundidas pelo mercado esbarra nas dificuldades de gestão dentro do governo. Assim, optou-se por combinar elementos dos dois modelos. Escolheu-se o Produto 4: Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho, do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – GesPública e o COBIT 4.1, do IT Governance Institute – ITGI. Para realizar essa combinação de elementos escolheram-se os processos AI2 – Desenvolver e manter softwares aplicativos, AI5 – Adquirir recursos de TI e DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes – do COBIT 4.1. Seguindo a estrutura do COBIT 4.1, cada um desses processos possui quatro seções: a descrição do processo, os objetivos de controle (boas práticas para o gerenciamento do processo), as diretrizes de gerenciamento (ferramentas para definição de responsabilidades e medição de performance dos processos) e os modelos de maturidade (descrevem níveis de maturidade que permitem uma auto avaliação). O estudo focou na seção das diretrizes de gerenciamento que lista os objetivos de TI, os objetivos de processos, os objetivos de atividades e suas respectivas métricas. 2 O 6E do Gespública são as dimensões de resultado (efetividade, eficácia e eficiência) e de esforço (execução, excelência e economicidade) 57 Do Produto 4 do GesPública utilizou-se os primeiros três passos para construção de indicadores (Passo 1: identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração; Passo 2: estabelecimento de indicadores de desempenho; e Passo 3: análise e validação intermediária com as partes envolvidas), os níveis de monitoramento (micro - organização e nano – unidade de TI), as dimensões (Efetividade, Eficácia, Eficiência, Execução, Excelência e Economicidade) e suas respectivas subdimensões: impacto intermediário (avaliação do resultado para o público alvo); qualidade do produto; produtividade (relação entre os recursos utilizados e a quantidade de produto/serviço gerado) ou custo unitário (custo do produto ou serviço); execução financeira (utilização dos recursos orçamentários previstos) ou execução física (realização do volume de produtos/serviços previstos); conformidade (a normas e procedimentos) ou causalidade (fatores que impactam no resultado) ou comunicação (avaliação dos fluxos e canais de informação utilizados); e qualidade dos recursos (adequação dos recursos aos requisitos). A combinação das subdimensões dependeu diretamente do objeto de mensuração escolhido dentre os objetivos e métricas do COBIT 4.1. Realizadas as combinações foram propostos seis indicadores para cada processo conforme a seguir: Quadro 9 – Indicadores propostos para os processos AI2, AI5 e DS8 do COBIT 4.1 Processo AI2 – Desenvolver e manter softwares aplicativos AI5 – Adquirir recursos de TI DS8 – Gerenciar a central de serviços e os incidentes Indicadores Propostos Percentual de usuários satisfeitos com as funcionalidades entregues Quantidade projetos que não atenderam às expectativas Percentual de esforço de desenvolvimento em manutenções corretivas Percentual de projetos executados no prazo e orçamento Quantidade de problemas de produção que causam indisponibilidade nas aplicações Quantidade mensal de defeitos reportados Percentual de demandantes satisfeitos com as aquisições Percentual de aquisições com questionamento a editais e contratos Percentual de aquisições com preço final igual ou inferior à média da APF Percentual do orçamento disponível executado Percentual de processos de aquisição/contratação com parecer favorável Percentual de aquisições que contrataram a solução demandada Percentual de usuários satisfeitos com a central de serviços Percentual de incidentes resolvidos no período estipulado Percentual de resolução de chamados em 1º nível Tempo médio de duração de incidentes de alta severidade Tempo médio de resposta a consultas por telefone e e-mail Percentual de chamados reabertos 58 Esses indicadores foram submetidos a avaliação de gestores de unidade de TI em cada um dos pilares representados: sistemas (AI2), governança (AI5) e serviços de TI (DS8). Apesar das críticas apresentadas por um dos gestores, os três avaliaram que é viável a aplicação dos indicadores propostos, e que sua utilização proporcionará melhorias significativas nos processos relativos a software, aquisições e central de serviços. O estudo não envolve todo o processo de criação de indicadores e por isso os indicadores propostos não tiveram sua metas definidas. Isso permitirá alterações quando da sua implementação, conforme cada organização. Outra possibilidade é a decisão de ampliar o escopo dos indicadores tanto no sentido da governança corporativa, quanto no das atividades que compõe os processos, tendo dessa forma indicadores mais voltados aos resultados ou aos processos. Importante destacar nesse estudo é que os objetivos do COBIT 4.1 não permitem definir indicadores de desempenho para a subdimensão impacto final do Produto 4 do GesPública. No sentindo inverso, os níveis de avaliação do Produto 4 do GesPública não permitem utilizar os objetivos e métricas de atividades do COBIT 4.1. Enfim esse estudo passa a ser um ponto de partida para que os gestores públicos das unidades de TI, bem como a alta administração dos respectivos órgãos, possam aplicar as boas práticas, tanto públicas quanto privadas, na busca pelo aumento da maturidade na gestão dos recursos de TI. 6.2 Trabalhos Futuros Como apontado na conclusão, fica aqui a indicação para novos trabalhos acadêmicos: • Implementar os indicadores aqui propostos, definindo metas, monitorando e reportando as alterações necessárias e as melhorias observadas; • Propor indicadores para a subdimensão impacto final do Produto 4 do GesPública, para avaliar os impactos das ações de TI na governança corporativa; • Propor indicadores para avaliar as atividades de TI propostas no COBIT 4.1; 59 • Propor indicadores para avaliar os processos do ITIL; • Propor aperfeiçoamentos no GesPública para abranger atividades de gestão de TI, já que são essenciais para a aplicação das políticas públicas; • Repetir esse estudo utilizando como framework de boas práticas o COBIT 5. Essa relação é exemplificativa, e toma por base a utilização do Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual de Construção de Indicadores de Desempenho combinado com outras boas práticas do mercado. 60 7 REFERÊNCIAS E FONTES CONSULTADAS CARRETEIRO, Ronald. Orientação para Resultados. Coleção Biblioteca de Competências. Senac. CONSAD – Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Administração, MP – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Carta de Brasília. 2009. Disponível em: <http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2011-0104.7420811917/CartaBrasilia.pdf>. Acesso em: Setembro de 2013 DRUCKER, Peter Ferdinand. The Pratice of Management. Perennial Library - 1986 GASETA, Edson Roberto. Fundamentos de Governança de TI. Rio de Janeiro. RNO/ESR, 2011 GESPÚBLICA, Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de Indicadores de Desempenho. 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CobiT 4.1: Modelo, Objetivos de Controle, Diretrizes de Gerenciamento e Modelos de Maturidade. IT Governance Institute, 2007. Disponível em: < http://analistati.com/guia-de-estudos-cobit-4-1-simulados/>. Acesso em: Setembro de 2013 KAPLAN, Robert; NORTON, David. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Campus. 1997 KAPLAN, Robert; NORTON, David. Mapas Estratégicos: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Campus – Elsevier. 2004 61 MARTINS, Humberto Falcão. Gestão de Recursos Públicos : Orientação para Resultados e Accountability. Artigo elaborado para apresentação no Seminário “Repensando o Estado em Cabo Verde”, realizado na Cidade da Praia, República de Cabo Verde, em outubro de 2002. MARTINS, Humberto; MARINI, Caio. Guia de Governança para Resultados. Ed. Publix, 2010. MP - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Planejamento Estratégico – 2012/2015. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2013 MP - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 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