avaliação e seleção de leveduras comerciais e nativas para o
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avaliação e seleção de leveduras comerciais e nativas para o
PIBITI/CNPq (Termovinif) Morgana Contini; Ana Paula Longaray Delamare; Sergio Echeverrigaray INTRODUÇÃO A termovinificação, por definição, envolve a extração do mosto a temperaturas elevadas seguido de vinificação na presença ou não de cascas (Ribereau-Gayon et al., 2006). Apesar de antiga a técnica continua em desenvolvimento, tendo se tornado uma boa alternativa para as cooperativas, onde a qualidade da uva nem sempre obedece aos padrões adequados para a produção de vinhos finos. O tratamento térmico promove rápida difusão de compostos fenólicos das cascas, em particular antocianinas, propiciando a obtenção de mostos com coloração intensa. Porém a cor é relativamente instável havendo perda durante a fermentação e pós-fermentação. Durante a fermentação as leveduras podem reduzir a cor através da atividade de enzimas que modificam as antocianinas, produção de metabólitos que reduzem e afetam a polimerização de antocianinas, e pela adsorção destes compostos e seu arraste. O objetivo deste trabalho foi avaliar e selecionar leveduras para o aumento da intensidade de cor em vinhos termovinificados. METODOLOGIA MICROFERMENTAÇÕES FERMENTAÇÕES COM CEPAS SELECIONADAS Foi analisado um conjunto de 47 cepas do gênero Saccharomyces, sendo 24 cepas comerciais e 23 isolados nativos da Serra Gaúcha, e duas cepas nativas não Saccharomyces. Nos primeiros ensaios, foram conduzidas microfermentações em triplicata, com mosto termovinificado (Merlot/Tannat 4:1, safra 2014) e inóculo das distintas cepas. Após o término das fermentações as amostras foram centrifugadas e o sobrenadante foi avaliado espectrofotometricamente para determinação de intensidade de cor (I=A520+A420) e tonalidade (T=A420/A520). Em continuação, foi realizado ensaio em volume maior de mosto com sete leveduras selecionadas: comerciais (Rouge, QD145 e Red Fruit) e nativas (NFT-1, IOMF-1, NBTF2 e CFT-2), de acordo com o resultado dos ensaios anteriores. Foi utilizado como critério para escolha das cepas, os valores de intensidade altos, medianos e baixos. As fermentações foram preparadas em mosto termovinificado e adicionado inóculo das distintas cepas. Após o fim das fermentações, com base nos dados espectrofotométricos foram calculadas a intensidade de cor, tonalidade, antocianinas livres, polimerizadas, co-polimerizadas, fenóis totais, entre outros parâmetros, de acordo com o Wine & Most Analysis Manual, Napa Valley College (2003). RESULTADOS E DISCUSSÃO MICROFERMENTAÇÕES FERMENTAÇÕES COM CEPAS SELECIONADAS Com relação aos primeiros ensaios, os resultados apresentaram diferenças significativas entre cepas, não havendo correlação entre intensidade de cor e recomendação em cepas comerciais. Destas, a que levou a obtenção de um produto final de coloração mais intensa foi a cepa Rouge e a que levou a um produto final com a menor intensidade de cor foi a levedura Red Fruit (Fig.1 A). Nos experimentos com cepas selecionadas foi notada alta reprodutibilidade na cor do produto final para todas as sete leveduras. A cepa que induziu a maior intensidade de cor após o fim da fermentação foi Rouge, e as que induziram menor cor foram Red Fruit e CFT-2 (Fig 2 e 3) . Fig. 2 e 3. Comparação da coloração final do vinho para as cepas Rouge, Red Fruit e CFT-2. Foram constatadas variações significativas entre vinhos elaborados com cepas com alta, média e baixa redução de cor para os seguintes parâmetros: antocianinas livres, polimerizadas e co-polimerizadas. Tabela 1. Análise de antocianinas em vinhos produzidos com as sete cepas selecionadas. Fig. 1. Comparativo de intensidade de cor entre leveduras comerciais (A). Em pontos vermelhos, as leveduras que obtiveram o maior valor de intensidade de cor (Rouge), valor mediano (QD145) e menor valor de intensidade de cor (Red Fruit), respectivamente, e comparação das médias de intensidade de cor entre vinhos fermentados com cepas comerciais e nativas (B). As cepas nativas, em geral, levaram a produção de vinhos com cor significativamente inferior às cepas comerciais (Fig. 1 B). Por outro lado, não foram detectadas diferenças significativas na tonalidade dos vinhos. Amostra Antocian. Livres Coloridas Cores Copigmentadas Cores Polimerizadas Antocian. Totais Coloridas Antocian. coloridas e incolores Grau de coloração (%) Mosto 1,31 1,29 1,29 3,90 12,77 30,55 Rouge 1,59 0,37 1,62 3,59 10,97 32,77 QD145 1,63 0,60 1,60 3,84 11,64 33,06 Red Fruit 1,36 0,52 1,33 3,22 11,11 29,07 NFT-1 1,71 0,39 1,61 3,72 11,95 31,12 NBTF-2 0,41 0,82 1,37 2,60 11,58 22,50 CFT-2 0,40 0,76 1,29 2,46 11,48 21,45 IOMF-2 1,11 0,84 1,56 3,52 11,48 30,66 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos com as leveduras nativas, nos levam a crer que de um modo geral, elas levam a baixa intensidade de cor no vinho termovinificado, sendo que os motivos podem ser variados, como a alta produção de sulfito, a baixa polimerização dos antocianos, a elevada captura ou associação de antocianos na parede de leveduras ou a alta produção de ácidos. Concluímos que foi estabelecida correlação reduzida, mas significativa entre a redução de intensidade de cor do vinho e a adsorção de antocianinas pelas leveduras, indicando que este é um dos fatores envolvidos, porém não é o único. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ribereau-Gayon, P.; Dubourdieu, D.; Donèche, B.; Lonvaud, A. (2006) Handbook of Enology, Voll: The microbiology of wine and vinifications. John Wiley and Sons, Chichester, UK. AGRADECIMENTOS