Sem t tulo-28 - Sociedade Brasileira de Cefaleia
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ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO Amitriptilina versus amitriptilina combinada a fluoxetina no tratamento preventivo da migrânea transformada: estudo duplo-cego Amitriptyline versus amitriptyline combined with fluoxetine in the preventative treatment of transformed migraine: a double-blind study Abouch Valenty Krymchantowski, Jackeline Soraya Barbosa, Marcus Tulius Silva, Luiz Anastácio Alves Centro de Tratamento da Dor de Cabeça do Rio de Janeiro e Instituto de Neurologia Deolindo Couto/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil (Drs. Krymchantowski, Silva e Barbosa) e Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Brasil (Dr. Alves) RESUMO Introdução e Objetivos: Antidepressivos são freqüentemente utilizados no tratamento da cefaléia crônica diária por migrânea transformada, em parte pela alta prevalência associada de distúrbios do humor. Conduzimos este estudo para comparar a eficácia e a tolerabilidade do tratamento combinado da amitriptilina associada a fluoxetina com amitriptilina isoladamente no tratamento da cefaléia crônica diária devida a migrânea transformada. Pacientes e Métodos: Trinta e nove pacientes, 26 homens e 13 mulheres, entre 20 e 69 anos (media, 36.4; SD, 2,5) que preenchiam os critérios propostos por Silberstein e col. para migrânea transformada, foram estudados prospectivamente. As doses de amitriptilina foram como se segue: 8 mg/dia por seis dias, 8 mg/dia duas vezes ao dia por seis dias, 20 mg/dia por seis dias e 20 mg/dia duas vezes ao dia por 45 dias. No grupo que recebeu terapêutica combinada, a fluoxetina foi dosada e administrada de forma idêntica. Do início ao fim do estudo (nove semanas), os índices de cefaléia (freqüência versus intensidade) foram comparados entre os grupos. Resultados: Vinte e sete pacientes completaram o estudo, 13 apenas com amitriptilina (grupo 1) e 14 com medicação combinada (grupo 2). O efeito adverso mais freqüente em ambos os grupos foi xerostomia e não houve nenhuma diferença significativa entre esse efeito e os outros efeitos adversos entre os dois grupos. Os índices iniciais de cefaléia entre os grupos 1 e 2 foram semelhantes. A diferença média entre os índices final e inicial de cefaléia para o grupo 1 foi 513.5 ( P<.0005 ) e 863 ( P<.0017 ) para o grupo 2. A diferença entre os índices finais de cefaléia não foi significativa para os dois grupos ( P>.207 ). Conclusões: Não foi possível demonstrar nenhuma diferença significativa entre o tratamento usando amitriptilina mais fluoxetina e somente amitriptilina na cefaléia crônica diária/migrânea transformada. Devido ao pequeno número de indivíduos envolvidos e o tempo curto da duração do nosso estudo, um erro do tipo 2 não pode ser excluído. PALAVRAS-CHAVE Amitriptilina; Fluoxetina; Tratamento preventivo; Migrânea transformada. ABSTRACT Background and objectives: Antidepressants are attractive pharmacological agents for chronic daily headache (CDH) due to transformed migraine TM, chronic tension-type headache (CTTH) and new daily persistent headache (NDPH) because of the high prevalence of associated emotional disturbances. Tricyclic antidepressants are Migrâneas & Cefaléias, vol 5, nº 3,outubro/novembro/dezembro 2002 Sem título-28 111 111 14/05/2003, 19:42 ABOUCH VALENTY KRYMCHANTOWSKI, E COLABORADORES suggested because they may also work by raising 5-HT levels whether or not a patient has emotional illness such as depression, but provoke adverse effects that may lead to the suspension of the treatment The selective serotonin reuptake inhibitors also has been suggested and are better tolerated. The aim of this study is to evaluate the efficacy and tolerability of the combination amitryptline and fluoxetine compared to amitriptyline in the prophylactic treatment of CDH due to TM thru a double-blind, randomized trial. Patients and methods: Thirty-nine patients, 26 women and 13 men, ages from 20 to 69 years (mean 36,36, SD 2,52) fulfilling Silberstein et al. proposed criteria for TM were prospectively studied. The amitriptyline doses were 8 mg/day during six days, 8 mg twice a day six days, 20 mg/day six days and 20 mg twice a day during 45 days. To the group that received the drug combination, fluoxetine was added in the same doses of 8 mg/day during six days, 8 mg twice a day six days, 20 mg/day six days and 20 mg twice a day during 45 days. The initial headache indexes (frequency X intensity) were compared between groups and with those of the end of the study (nine weeks). Results: Twenty-seven patients completed the study being 13 in amitriptyline group (group 1) and 14 in the combination group (group 2). The most frequent adverse event in both groups was dry mouth (44,5%) and there were no significant differences with regard to the occurrence of this and the other observed adverse effects (weight gain, 29,6%, heartburn, 29,6%; somnolence, 14,8% - p> 0,15). The initial headache index (HI) between groups 1 and 2 was not significantly different (p>0,6104). The mean difference between the initial and final HI of the group 1 was 513,46 (p<0,0005) and of the group 2 was 893 (p<0,0017). The statistical analysis of the differences between final HI of the two groups was not significant (p>0.207). Conclusions: We were unable to demonstrate any significant difference concerning the efficacy and adverse effects of the groups, which may have being due to the small number of subjects and short duration of the study. However, the clinical practice suggests that the combination of two classes of antidepressants may be useful in terms of reducing dosage and side effects of the tricyclic derivatives and increasing efficacy. We therefore suggest the continuation of the study with a higher number of patients and for a longer period of follow up to confirm these observations. KEY WORDS episódica (ME) no passado, com evolução gradual no padrão de cefaléia para diária ou quase diária, acompanhado da redução dos aspectos típicos da migrânea e desenvolvimento de características clínicas da cefaléia do tipo tensional crônica.2,3,4 Esta conversão de ME para cefaléia diária é denominada transformação e há relatos que cerca de 80% desses pacientes fazem uso excessivo de medicações sintomáticas (MS).5,6 Os pacientes com migrânea transformada (MT) são difíceis de tratar, existindo poucos estudos para avaliar seu manejo farmacológico.7 Devido a sua eficácia na profilaxia da ME e tendo em vista a alta prevalência de distúrbios psiquiátricos associados à CCD, a amitriptilina é freqüentemente usada para tratar pacientes com MT.8,9 A fluoxetina também tem sido investigada para tal utilização pela sua eficácia no tratamento da ME e CCD.10,11 Os antidepressivos tricíclicos freqüentemente causam efeitos colaterais tais como: sonolência, boca seca, constipação, ganho de peso, hipotensão ortostática e taquicardia, o que pode limitar o seu uso.7,8,12 A fluoxetina e outros inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são melhor tolerados e podem ser utilizados em idosos com maior segurança e em pacientes com certas condições cardíacas, glaucoma ou constipação.7 A fluoxetina tem pouca afinidade pelos receptores D2 dopaminérgicos, 5-HT 1A, 5-HT 2A, serotoninérgicos, alfa 1 e beta adrenérgicos, receptores muscarínicos e histamínicos com poucos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais da fluoxetina incluem náusea, boca seca, insônia, cefaléia, agitação e redução da libido.7,12 Embora os mecanismos de ação pelos quais os antidepressivos exerçam sua ação na prevenção da migrânea permaneçam especulativos,13 a combinação de dois agentes antidepressivos de classes diferentes pode ser atraente, uma vez que pode aumentar a eficácia,14 diminuir a dose administrada de tricíclicos (menos efeitos colaterais) e proporcionar melhor prognóstico evolutivo aos pacientes com ME e CCD (comunicação verbal, Dr Alan Rapoport, junho de 2002). Conduzimos este estudo para avaliar a eficácia e a tolerabilidade do tratamento combinado de amitriptilina com fluoxetina e compará-lo com a amitriptilina isoladamente no tratamento da CCD por MT. PACIENTES E MÉTODOS A cefaléia crônica diária (CCD) afeta cerca de 5% da população geral adulta.1 A maioria dos pacientes que se apresentam a um centro terciário de atendimento relata migrânea Trinta e nove pacientes, 26 mulheres e 13 homens, de 20 a 69 anos (media 36,4; SD, 2.5), que preenchiam os critérios diagnósticos de MT com abuso de MS propostos por Silbertein e colaboradores15 foram estudados prospectivamente. Todos os pacientes faziam uso excessivo de MS, tiveram as mesmas interrompidas abruptamente, completaram uma série de seis dias de prednisona oral (60 mg/dia por dois dias, 40 mg/dia por dois dias e 20 mg/dia por dois dias) e foram randomicamente selecionados para dois regimes de tratamento profilático. Nenhum dos pacientes fazia uso de medicação profilática para 112 Migrâneas & Cefaléias, vol 5, nº 3, outubro/novembro/dezembro 2002 Amitriptyline; Fluoxetine; Preventive treatment; Transformed migraine. INTRODUÇÃO Sem título-28 112 14/05/2003, 19:42 AMITRIPTILINA VERSUS AMITRIPTILINA COMBINADA A FLUOXETINA NO TRATAMENTO PREVENTIVO DA MIGRÂNEA TRANSFORMADA: ESTUDO DUPLO-CEGO migrânea ou tratamento para quaisquer outras doenças crônicas no momento do início do tratamento. Mulheres com potencial para reprodução e que não faziam uso efetivo de contraceptivos, foram excluídas da randomização, assim como pacientes que não eram capazes de preencher detalhadamente um diário de dor. Durante os 35 primeiros dias de participação no estudo, foi permitido aos pacientes o uso de indometacina 100 mg (supositório) apenas uma vez por semana como medicação de resgate. Após cinco semanas foi permitido aos pacientes utilizarem MS variadas (prescritas pelos autores) não mais que duas vezes por semana. O grupo 1 incluiu 19 pacientes (sete homens e 12 mulheres) que receberam apenas amitriptilina (8 mg/dia em dose única ao deitar por seis dias; 8 mg duas vezes ao dia por seis dias, 20 mg/dia uma vez ao dia por seis dias e duas vezes ao dia por 45 dias). O grupo 2 incluiu vinte pacientes (seis homens e 14 mulheres), que receberam amitriptilina mais fluoxetina, combinadas na mesma cápsula e em cápsulas de igual aparência ao do grupo1, através de desenho duplo-cego. O regime de dosagem para o grupo 2 foi: fluoxetina 8 mg mais amitriptilina 8 mg, diariamente, por seis dias em dose única ao deitar, fluoxetina 8 mg e amitriptilina 8 mg duas vezes ao dia por seis dias, fluoxetina 20 mg mais amitriptilina 20 mg em dose única ao deitar, por seis dias e fluoxetina 20 mg com amitriptilina 20 mg duas vezes ao dia por 45 dias. Os índices iniciais de cefaléia (IC) foram calculados para os dois grupos pela multiplicação da freqüência de cefaléia (número total de dias de cefaléia tomando por base um período de trinta dias) pela intensidade (soma de todas intensidades: 0 = sem cefaléia, 1 = leve, 2 = moderada, 3 = intensa, e 4 = intensa necessitando repouso no leito) para cada paciente e calculando a média para todos os pacientes em cada grupo. Os índices de cefaléia foram calculados no fim do período de tratamento. Foram comparados os índices intragrupo e intergrupo. estudo: quatro por não completarem adequadamente o diário de dor e dois devido à piora da cefaléia. No grupo 2, três pacientes deixaram o estudo por não completarem o diário, dois devido aos efeitos colaterais da medicação estudada e um devido à piora da cefaléia, com retorno ao uso excessivo de MS. O efeito adverso mais comum em ambos os grupos foi boca seca (44,5% do total: 46% no grupo 1 e 43% no grupo 2): não houve diferença significativa entre os dois grupos concernente a este efeito colateral ou a qualquer dos efeitos colaterais observados. (Tabela 1) Tabela 1 Efeitos colaterais* apresentados pelos pacientes dos dois grupos de tratamento Efeitos Colaterais Grupo 1 Amitriptilina Grupo 2 Amitriptilina e Fluoxetina Boca seca Ganho de peso Epigastralgia Sonolência Constipação Sem efeitos colaterais 6 4 4 2 2 2 6 4 4 2 2 3 (46.1) (30.8) (30.8) (15.4) (15.4) ( 15.4) (42.8) (28.6) (28.6) (14.2) (14.2) (21.4) Percentual Total 44.5 29.6 29.6 14.8 14.8 18.5 (*) Os valores são números (percentual) de pacientes. O grupo 1 apresentava freqüência média de cefaléia em 27,4 dos dias por mês e intensidade media de 51. O grupo 2 (amitriptilina mais fluoxetina) manifestava média de 24,2 dias de cefaléia por mês com uma intensidade média de 42,1. Os índices inicias de cefaléia para os dois grupos foram de: 940 para o grupo 1, e 1.146 para o grupo 2: esta diferença não foi estatisticamente significativa (P>.61). A diferença entre os índices final e inicial de cefaléia para o grupo 1 foi 513.5 (P<.0005) e para o grupo 2 foi de 893 (P<.0017): a diferença entre os IC pertencentes aos dois grupos não foi significativa (P>.27). (Figura 1) ANÁLISE ESTATISTICA As análises estatísticas foram realizadas através dos testes Mann-Whitney “rank sum” e Wilcoxon Signed utilizando o graphapad Prisma software, versão 2 (San Diego, Califórnia). O teste Mann-Whitney foi utilizado para comparações dos índices de cefaléia, intragrupo (i.e pré-tratamento versus póstratamento). O teste de Wilcoxon foi utilizado para comparações intergrupo (teste não pareado). A tabela de contingência foi analisada pelo teste de precisão de Fisher. As diferenças foram consideradas significativas quando o valor de p foi inferior a 0.5. RESULTADOS Vinte e sete pacientes completaram o estudo, 13 no grupo 1 e 14 no grupo 2. Seis pacientes do grupo 1 abandonaram o COMENTÁRIOS A amitriptilina é a droga principal no tratamento da CCD7,16 e a imipramina (um derivado N-dimetil da amitriptilina), nortriptilina e doxepina também são amplamente utilizadas para este propósito.7,17,18 O uso dessas drogas impõe freqüentemente o surgimento de efeitos colaterais que podem interromper seu uso ou prevenir o escalonamento das doses. 19 Devido à melhora da cefaléia ou da depressão que podem surgir após semanas de utilização, os efeitos adversos que freqüentemente se manifestam no início do tratamento são de pouca importância. A amitriptilina tem sido avaliada em vários estudos não controlados e duplo-cegos desde a década de 60.16 Nos poucos estudos placebo-controlados envolvendo CCD ou cefaléia do tipo tensional crônica, o tratamento com 75 mg de amitriptilina Migrâneas & Cefaléias, vol 5, nº 3,outubro/novembro/dezembro 2002 Sem título-28 113 113 14/05/2003, 19:42 ABOUCH VALENTY KRYMCHANTOWSKI, E COLABORADORES Figura 1 Comparações da média dos índices inicial e final de cefaléia (IC) para os grupos: amitriptilina (amt) e amitriptilina mais fluoxetina (amt + fluox). /dia levou a uma melhora na maioria dos casos.20 Um estudo envolvendo 34 pacientes sem depressão com cefaléia tipo tensional crônica tratados com citaprolam (ISRS), placebo ou amitriptilina, a amitriptilina foi o único tratamento eficaz na redução da freqüência e duração das crises bem como no uso de sintomáticos.21 Outros ensaios indicaram a superioridade da amitriptilina na prevenção da migrânea com doses variando entre 10 a 150 mg/dia; no entanto, nenhum desses estudos foi realizado segundo os guidelines atuais Sociedade Internacional de Cefaléias.22 A fluoxetina, um ISRS usado primariamente no tratamento da depressão, transtorno obssessivo-compulsivo e na bulimia, também tem sido proposta no tratamento para CCD.7 Saper e colaboradores administraram 40 mg/dia a 64 pacientes com CCD e migrânea, tendo obtido melhora em 47% dos pacientes com CCD em relação ao aumento na quantidade de dias livres da dor e a uma melhora > 50% da freqüência da cefaléia.11 A fluoxetina 20 mg/dia foi comparada a amitriptilina 50mg/dia em 38 pacientes com CCD. Ambas promoveram melhora dos escores e dos índices da cefaléia e da depressão na Escala de Avaliação da Depressão de Hamilton (EADH).10 Os mecanismos propostos para o efeito no tratamento da migrânea e CCD com amitriptilina incluem: aumento sináptico de norepinefrina ou serotonina (pela diminuição da recaptação), regulação para baixo dos receptores 5-HT, diminuição da densidade de receptores beta e aumento da ação de receptores opiáceos endógenos.17 A fluoxetina induz uma redução para baixo, gradual, nos receptores 5-HT2 centrais e dos receptores beta-adrenérgicos, sendo uma inibidora mais potente que a amitriptilina na recaptação de 5-HT.8,12 Uma vez que ambas as drogas apresentam efeitos semelhantes no sistema nervoso central, poderia existir a possibilidade de que o tratamento combinado resultasse em uma profunda ação nos sistemas serotoninérgicos e noradrenérgicos com melhora ainda maior da eficácia de cada uma isoladamente. Especificamente, enquanto a densidade e função dos receptores beta-adrenérgicos diminui consistentemente com antidepressivos tricíclicos, tal não ocorre com os ISRS, e a combinação de ambas poderia levar à dessensibilização mais rápida e intensa desses receptores, apesar de ainda não sabermos se esses efeitos farma114 Sem título-28 cológicos têm implicações clínicas convenientes para o tratamento da migrânea e da MT.14 Embora não tenhamos podido demonstrar a superioridade de amitriptilina mais fluoxetina versus amitriptilina isoladamente no tratamento da MT, aventamos a possibilidade disto ter sido devido ao pequeno número de pacientes envolvidos e ao curto período do estudo e não a uma inadequação intrínseca da terapia combinada. Teoricamente, a fluoxetina ainda poderia não ter exercido sua eficácia terapêutica no tratamento da cefaléia crônica mesmo que várias semanas se passassem.23 Estudos semelhantes envolvendo um número maior de pacientes e com duração mais longa poderão confirmar ou refutar os nossos resultados preliminares. AGRADECIMENTOS: Este estudo não recebeu qualquer suporte financeiro. Agradecimentos expressos aos Drs. Mauricio Liuzzi e à Farmácia PhD pela doação das cápsulas de medicação do estudo. Aos Drs. Williams Lorenzatto e Marcos Adriano pela assistência e coleta de dados e ao Dr. Allan Rapoport pela sua revisão do manuscrito. REFERÊNCIAS 1. Castillo J, Muñoz P, Guitera V, Pascual J. Epidemiology of chronic daily headache in the general population. Headache 1999;39: 190-6. 2. Krymchantowski AV, Barbosa JSS. Prednisone as intial treatment of analgesic-induced daily headache. Cephalalgia 2000;20: 107113. 3. Krymchantowski AV, Barbosa JSS, Lorenzatto WS, Adriano MV, Cheim CJ. 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Centro de Tratamento da Dor de Cabeça do Rio e Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Rua Siqueira Campos 43/1002 Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil 22031.070 [email protected] - www.dordecabeca.com.br Migrâneas & Cefaléias, vol 5, nº 3,outubro/novembro/dezembro 2002 Sem título-28 115 115 14/05/2003, 19:42