“Headache in Systemic Lupus Erythematous: Results from a

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“Headache in Systemic Lupus Erythematous: Results from a
“Headache in Systemic Lupus Erythematous: Results from a Prospective,
International Inception Cohort Study”. John G.H. et al.
Arthritis & Rheumatism nov. 2013; 65 (11): 2887-2897
Objetivo:
Examinar a freqüência e as características das cefaleias, além da sua associação
com a atividade global de doenças e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Métodos:
Um coorte de início da doença foi avaliada anualmente para dor de cabeça (5
tipos) e outros 18 eventos neuropsiquiátricos (PN). Escores globais de atividade de
doença (SLE Disease Activity Index 2000 [SLEDAI -2K]), escores de dano (Systemic
Lupus International Collaborating Clinics/American College of Rheumatology Damage
Index [SDI]) e Short Form 36 (SF-36) para pontuações de componente físico e mental
foram coletados. Tempo para a primeira dor de cabeça e associações com SF-36 foram
analisados por meio de riscos proporcionais de Cox e modelos de regressão linear com
equações de estimação generalizadas.
Resultados:
Entre os 1.732 pacientes com LES inscritos, 89,3% eram do sexo feminino e
48,3% eram da raça branca. A média de idade ± DP foi de 34,6 ± 13,4 anos, a duração
da doença foi de 5,6 ± 5,2 meses, e a duração do acompanhamento foi de 3,8 ± 3,1 anos.
No momento da inscrição, 17,8% dos pacientes tiveram dor de cabeça (enxaqueca
[60,7%], cefaleia do tipo tensional [38,6%], cefaleia inespecfícia e intratável [7,1%],
cefaléia em salvas [2,6%] e hipertensão intracraniana [1,0 %]).
A prevalência de dor de cabeça aumentou para 58% após 10 anos. Apenas 1,5%
dos pacientes tiveram dor de cabeça do lúpus, como identificado na SLEDAI-2K. Além
disso, a cefaléia foi associada a outros eventos de PN atribuídos ou não ao LES.
Não houve associação de dor de cabeça com a pontuação SLEDAI-2K (sem a
variável dor de cabeça do lúpus), escore SDI, uso de corticosteróides, uso de
antimaláricos, uso de medicamentos imunossupressores ou auto-anticorpos específicos.
No SF- 36, os componentes mentais foram menores em pacientes com dor de
cabeça em comparação com aqueles sem dor de cabeça (média ± DP 42,5 ± 12,2 vs 47,8
± 11,3 , P < 0,001), e diferenças semelhantes nos escores de componentes físicos foram
vistos (38,0 ± 11,0 naqueles com dor de cabeça, contra 42,6 ± 11,4 naqueles sem dor de
cabeça, P < 0,001). Em 56,1 % dos pacientes, as dores de cabeça foram resolvidas ao
longo do seguimento.
Conclusão:
Cefaleia é freqüente no LES, mas no geral, não está associada com a atividade
global da doença ou a auto-anticorpos específicos. Embora existam dores de cabeça
associadas com uma menor HRQOL, a maioria dessas dores se resolve ao longo do
tempo, independentemente das terapias específicas do lúpus.
Aluna Medicina Olga Francis Pita Chagas
Prof. Dr. José Geraldo Speciali