obesidade SEDENTARISMO

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obesidade SEDENTARISMO
Sedentarismo
obesidade
ano 6 número 52 | R$ 8,50 | www.revistamercado.com.br
+
Márcio Atalla
Educador físico do quadro Medida Certa, do
programa Fantástico, fala dos perigos do
sedentarismo e da obesidade que, no Brasil,
atingiram níveis jamais vistos e juntos são uma
verdadeira bomba relógio para o corpo humano
Entrevista Rede social pode morrer? Quem explica é Gil Giardelli, professor da ESPM
Política De homicídio a sequestro, os crimes no Congresso Nacional brasileiro
Veículos O imponente 300C, símbolo da Marca Chrysler, é (re)lançado no Brasil
mercado
informe publicitário
TOTVS é a Empresa do Ano de
Melhores e Maiores 2012 da Exame
A fabricante de software também foi contemplada como a melhor na
Indústria Digital
A
TOTVS, líder em desenvolvimento e comercialização de software
de gestão empresarial,
serviços e tecnologia,
é a Empresa do Ano do especial
Melhores e Maiores 2012 da Exame.
A empresa também foi classificada
como a melhor no segmento Indústria Digital.
Em sua 39ª edição, o ranking traz
diversas classificações, dentre elas as
500 maiores empresas do Brasil, os
200 maiores grupos empresariais do
país e, pela primeira vez, o ranking
internacional dos 200 maiores grupos da América Latina.
Neste ano, a equipe de produção do especial, junto com o Fipecafi, instituição ligada à Faculdade
de Economia, Administração e
Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo, utilizaram como
critério de avaliação as vendas
líquidas de companhias de 18 setores da economia. Para analisar
o sucesso dessas empresas, foram
comparados os resultados obtidos
em termos de crescimento, renta-
bilidade, saúde financeira, participação de mercado e produtividade por empregado.
“É muito gratificante termos
sido contemplados por estes prêmios. São, em momentos como
este, que olhamos para o que vivemos e nos desafiamos em querer
mais, em sonhar mais. A história da
TOTVS vem sendo construída em
fortes alicerces. Atualmente, estamos trabalhando na nossa quinta
fase, que é a de se tornar uma referência global”, declara Laércio Cosentino, presidente da TOTVS.
“Eu estava no grupo que escolheu a Empresa do Ano. É muito
raro, uma empresa brasileira conseguir disputar em pé de igualdade
com os gigantes internacionais, especialmente na área de tecnologia
de informação. É um exemplo de
que é possível fazer acontecer aqui,
com o capital local, com o talento
local e com muito trabalho e imaginação. A TOTVS está de parabéns!”,
diz Roberto Civita, presidente do
Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril.
Sobre a TOTVS
Líder absoluta no Brasil, com
53,1% de market share*, e também
na América Latina com 35,6%, a
TOTVS é uma empresa de software, serviços e tecnologia. É a 6ª
maior desenvolvedora de sistemas
de gestão integrada (ERP) do mundo e a 1ª em países emergentes,
sendo líder também no segmento
de pequenas e médias empresas
(PME) na América Latina. A TOTVS
foi a primeira empresa do setor de
TI da América Latina a abrir capital
e está listada no Novo Mercado da
BOVESPA. Suas operações em ERP
são complementadas por um amplo portfólio de soluções verticais
e por serviços como Consultoria,
BPO e Cloud Computing. Para mais
informações, acesse o website
www.totvs.com.
*Fonte: Gartner - “Market Share: All
Software Markets, Worldwide, 2011”.
mercado
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editorial
Tem muita gente
precisando se
mexer
Todo alerta é pouco em se tratando dos perigos decorrentes do sedentarismo e
da obesidade, que em muitos dos casos estão interligados entre si e se configuram
ambos numa bomba relógio prestes a explodir.
Por isso, a reportagem de capa desta edição é dedicada a mais uma vez a chamar
a atenção do leitor para esses dois males que têm cada vez mais vitimado pessoas
em todo o mundo.
Considerado um dos principais fatores de doenças cardiovasculares, o sedentarismo é comum entre brasileiros e atinge 80% da população, de acordo com dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Situação mais grave ainda está relacionada à obesidade. Nos Estados Unidos, o
caso é tão crítico que 2/3 da população apresenta peso acima do recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Aqui no Brasil, essa situação, até pouco tempo
atrás, não era comum, mas, segundo dados do Ministério da Saúde e do IBGE, atualmente cerca de 30% das crianças e 48% da população adulta do país já estão com
sobrepeso.
Esses indicadores aproximam o Brasil de uma epidemia que, mantido o ritmo de
crescimento atual do número de pessoas acima do peso, no ano de 2020 o nosso
país terá se igualado aos EUA, onde a obesidade já é tratada como um sério problema de saúde pública.
Diante disso, a MERCADO foi atrás de especialistas nos dois assuntos - sedentarismo e obesidade - para entender os porquês e buscar orientações de como prevenir
e combater esses dois males. Um dos profissionais entrevistados é o educador físico
e especialista em Nutrição Márcio Atalla, que virou destaque nacional por causa de
suas recentes aparições no programa Fantástico, da Rede Globo, no comando dos
quadros “Medida Certa” e “Medidinha Certa”.
Na matéria, tanto Atalla quanto os demais especialistas entrevistados concordam
num ponto: na maioria dos casos não é preciso muito para banir o sedentarismo e
acabar com a obesidade, depende mais de força de vontade e de iniciativas como
adotar uma dieta balanceada, aliada à prática regular de exercícios, uma receita aparentemente simples, mas que pouca gente consegue seguir.
Para muita gente, aqueles que contribuem para aumentar as estatísticas de sedentários e obesos no Brasil, é hora de se mexer.
Porém, não paramos por aí. Esta nossa edição está ainda recheada com muitos
outros assuntos interessantes. Como exemplo, uma reportagem que mostra a ascensão da mulher no mercado do franchising, em que elas já representam 48% dos proprietários de unidades das mais de duas mil redes franqueadoras presentes no país.
Abordamos também, noutra matéria, uma nova tendência nas relações trabalhistas, em que a flexibilidade de horário permitida pelas empresas a funcionários, ou
seja, a liberdade para que eles possam gerir a própria jornada de trabalho e cumprir
horários mais flexíveis, tem resultado em maior produtividade e, por conseguinte,
maior lucratividade.
Uma boa leitura a todos!
Evaldo Pighini
Editor
Revista MERCADO | Edição 52
mercado
52
índice
Capa
O sedentarismo e a obesidade
atingiram níveis jamais vistos
no Brasil. São males que se
não forem combatidos podem
causar graves problemas
de saúde, inclusive a morte.
Especialistas, entre os quais o
educador físico Márcio Atalla,
do quadro Medida Certa, do
Fantástico, falam desses males e
de como combatê-los
18
28
Política
Artigo.......................................................... 8
Conversa................................................ 10
24
Trabalho
Muitas empresas estão
apostando no horário
flexível de trabalho de olho
na produtividade, ou seja,
deixando por conta de seus
funcionários a liberdade de
gerir a própria jornada de
trabalho, com possibilidade de
até trabalhar em casa
Revista MERCADO | Edição 52
Profissões em Filme������������������������� 66
Entrevista
Uma rede social pode morrer?
Quem responde a essa, entre
outras perguntas, é o CEO da
Gaia Creative e professor da
ESPM, Gil Giardelli. Ele comenta
sobre o nascimento, apogeu,
queda e uso das redes sociais
32
O setor de franquias cresceu
16,9% em 2011 e acumulou
faturamento superior a R$
88 bilhões. Essa expansão
tem atraído cada vez mais
a presença feminina no
comando de franquias, em que
as mulheres já representam
48% entre os proprietários
Homicídio, sequestro e
associação ao tráfico de drogas.
Acusações que levam milhares
de cidadãos comuns à cadeia
todos os anos, quem diria,
também chegaram ao Congresso
Nacional, colocando muitos
parlamentares na mira do STF
14
Negócios
Janeiro 2012
Franchising........................................... 12
Sustentabilidade������������������������������� 68
Ponto de vista...................................... 70
Marketing.............................................. 30
In foco..................................................... 72
Alimentação......................................... 38
Causos empresariais������������������������ 74
Culinária................................................. 40
Moda....................................................... 42
Empresas & Empresários���������������� 62
Literatura............................................... 64
Bazar....................................................... 76
Humor.................................................... 78
Geral........................................................ 80
Educação
34
O Instituto do Coração do
Triângulo e a Faculdade
Politécnica de Uberlândia fazem
parceria com a universidade
americana Harvard para
oferta de curso a distância em
pesquisa clínica, que neste ano
diploma 20 profissionais da
saúde em Uberlândia
Turismo
46
Uma região encantadora, de
paisagens exuberantes. Essa
é San Carlos de Bariloche, o
destino mais procurado pelos
brasileiros na temporada
de inverno, tanto que a
Emprotur espera receber 40
mil brasileiros entre junho e
agosto de 2012
Veículos
56
Para quem gosta de espaço,
conforto, desempenho e
exuberância, o 300C da Chrysler
é o carro. A Revista MERCADO
acelerou essa máquina, que
acaba de ser (re)lançada no
Brasil a convite da montadora,
no trecho entre São Paulo/
Guarujá/São Paulo
Revista MERCADO | Edição 52
mercado
artigo
*Luiz Fernando Garcia é criador da metodologia de Psicodinâmica
em Negócios e responsável pela coordenação do projeto de Educação
Empreendedora no ensino médio (MEC/Sebrae), de 2000, que qualificou
12.700 educadores. É também um dos quatro consultores certificados
pela ONU para coordenar os seminários e capacitar os coordenadores,
facilitadores e trainees do Empretec/Sebrae, entre outros
Vantagens do
empreendedorismo de saia
Por Luiz Fernando Garcia*
C
ada vez mais presentes no mercado de trabalho, as mulheres já podem dizer que dividem
com os homens as mais importantes funções
do mundo corporativo. Mas será que, para que
isso pudesse ocorrer, elas deixaram de ser “frágeis” ou “sensíveis”? Certamente não. O que acontece é
que os atributos genuinamente femininos, antes preconceituosamente tratados como inapropriados para os negócios, hoje já são vistos como competências desejadas,
e renderam a elas o devido espaço dentro das empresas.
A diferença de comportamento entre os gêneros está
baseada em aspectos sociais, culturais e psicológicos, que
começam a ser construídos logo nos distintos processos
de criação que filhos e filhas recebem dos pais. Se os homens foram os grandes gestores durante a Era Industrial,
elas estão exercendo um grande papel nos dias atuais, a
chamada Era dos Serviços. O universo do empreendedorismo passou a exigir habilidades como, por exemplo, a
facilidade para compor equipes, a persistência e o cuidado
com detalhes - características femininas por excelência.
Enquanto o homem faz uma recomendação já com a
decisão tomada sem qualquer consulta, a mulher procura
discuti-la com os demais antes de fechar algo, pois acha
importante que todos se sintam integrantes do processo.
Apesar de poderem incluir certa dose de sentimentalismo
em suas reflexões, as empreendedoras têm mais facilidade
para desenvolver atividades intelectuais - o inverso deles,
que tendem a ser mais ágeis e práticos. Elas geralmente
desenvolvem um bom relacionamento com os clientes,
são preocupadas com os colegas e têm impulso para acomodar situações. Quem não gostaria de alguém assim ao
lado para as dificuldades do dia a dia?
Caso estivesse em uma luta de boxe, a mulher adotaria
a estratégia de aguentar os quinze rounds e tentaria vencer por pontos, enquanto o homem optaria por definir o
embate com nocaute, pois suportaria apenas até o quinto
assalto. Ou seja, mesmo não sendo tão resoluta quanto
ele, poderia vencer justamente por persistir a eventos de
longo prazo e cheios de variáveis.
Adaptadas ao mundo dos negócios atual, as mulheres
quebram outro estereótipo: por mais improvável que possa parecer, tendem a valorizar mais o trabalho que os filhos
e a família. Entretanto, ao entrarem no dilema empresa x
casa, as empreendedoras optam por uma alternativa que
expressa a valorização de ambas. Dessa forma, estabelecem como meta atingir o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, com a utilização de diferentes estratégias
para lidar com as demandas dos negócios e da família.
Mesmo com forte tendência de encarar a profissão
como algo difícil, as mulheres a têm muito mais como um
desafio que, propriamente, como um fardo. Contrariando
crenças muito difundidas, o trabalho tende a ser vivenciado sem culpa, como algo vantajoso, não se constituindo,
portanto, em uma oposição ao lar.
Ao buscarem a autorrealização e a independência financeira, elas se sentem instigadas a encarar o duplo desafio negócios-família, enfrentado de forma extremamente
positiva. “Empreendedoras de saia” não gerenciam menos
ou pior que os homens. Com outra perspectiva de gestão,
deixam de lado necessidades machistas e fazem o “feeling
feminino” realmente funcionar. B
mercado
conversa
Prezado leitor,
O Imposto sobre Circulação de
Mercadorias (ICMS) é um campo de
batalha que freia a economia nacional.
Qualquer que seja o lado ou segmento que se olhe no Brasil - área fiscal, desenvolvimento industrial, educação ou infraestrutura -, observa-se
gritante carência de políticas consistentes e duradouras. Isso projeta um
cenário híbrido, opondo a moderna
gestão empresarial, com suas ações
estrategicamente guiadas por metas, prazos, avaliações e correções de
rota, ao peso de um Estado anacrônico, burocrático e estacionado em
suas conveniências e estruturas. Uma
figura que cabe bem a essa situação
é a do carro que anda com o freio de
mão puxado. Assim permanece o Brasil, a despeito de todo o crescimento
econômico registrado na primeira
década deste século, em que a taxa
de desemprego teve baixa recorde e
a mobilidade social registrou avanços
inimagináveis doze anos atrás.
Nação com relevante inserção no
contexto geopolítico mundial na atualidade, o país, cuja taxa de desemprego fechou o mês de janeiro passado com 5,5%, a menor da série histórica do IBGE para o período, e que viu
a pobreza absoluta cair de 17,3 para
7 milhões de pessoas em dez anos,
convive com um dos piores índices
de competitividade industrial da economia globalizada. Sob a pressão de
uma carga tributária equivalente a
35% do Produto Interno Bruto (PIB), o
empresário brasileiro está sucumbindo ao modus operandi nacional de se
baixar regras ao sabor da ocasião e
de interesses localizados ou pontuais,
especialmente em nossa remendada
legislação tributária.
Não há planejamento que sobreviva à mudança constante ou à indefinição das regras do jogo. Indústrias
nascidas em solo nacional estão migrando para ambientes mais estáveis
e favoráveis, como a Índia. Em médio
prazo, vislumbra-se o grande risco de
que os indicadores macroeconômicos que hoje recheiam o discurso otimista de nossas autoridades cedam
lugar a um rosário de lamentos. Será
tarde, pois deslocar um parque industrial não é algo tão simples como
10 | Revista MERCADO | Edição 52
José Maria Chapina Alcazar é empresário contábil e
presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis
e de Assessoramento no estado de São Paulo (Sescon-SP) e
do Conselho de Assuntos Tributários da Fecomércio-SP
mudar de casa.
O caso do ICMS é um dos mais
emblemáticos de toda essa conjuntura, questão que entrou mesmo
em terreno ardiloso e engendrou
um verdadeiro campo de batalha
entre os estados, os quais tiveram
de desenvolver todo um sistema de
inteligência fiscal para flagrar burlas
em arranjos estabelecidos entre contribuintes e demais entes federados.
Conforme a Constituição Federal de
1988, estados e Distrito federal têm
autonomia para legislar em relação
ao imposto, não somente sobre as alíquotas, mas também quanto ao momento de cobrá-lo, seja na entrada da
mercadoria, na saída ou na extração
da nota fiscal. Desde então, eles vêm
baixando legislações e normas que
lhes permitem tirar o melhor proveito
possível dessa que é a sua principal
fonte de arrecadação. Uns prejudicando outros, desencadeando o enredo de conflitos que bate às portas
do Supremo Tribunal Federal (STF) e
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Nesse aspecto, destacam-se três
eventos bastante comuns e perniciosos à atividade produtiva. O primeiro
reside nos descontos que os estados
de destino das mercadorias, insumos e alguns serviços concedem às
empresas fornecedoras, sem que o
benefício esteja expresso de maneira transparente quando essa unidade federativa fecha as contas com o
estado de origem para os repasses
devidos. Trata-se aqui dos mecanismos de crédito e de substituição tributária, dois bons exemplos quanto
à complexa, confusa e imbricada “engenharia” em que se transformou a
cobrança do ICMS.
No final, o empreendedor em dia
com os tributos, ou seja, o contribuinte bem intencionado, acaba sofrendo
sanções impostas pelos estados de
origem, a exemplo do que vem acontecendo no âmbito do governo de
São Paulo. Em vez de o Estado buscar
solução com as demais federações,
o problema recai sobre a parte mais
fraca, o empresário que gera empregos. É o caso do programa Tolerância
Zero, do governo paulista, que lavrou
R$ 2,8 bilhões em autos de infração
contra as empresas beneficiadas pe-
los estados de destino, somente em
janeiro passado. Em fevereiro, a sangria atingiu R$ 3,4 bilhões.
O segundo evento que tem prejudicado a indústria diz respeito aos
descontos que alguns estados estão
oferecendo aos importadores, desde
que estabeleçam uma representação
local. Assim, mercadorias que chegam ao país, já bastante favorecidas
pelo baixo custo em seus países de
origem, ganham um plus sobre o preço do produto nacional ao encontrar
grande desconto na alíquota do ICMS
incidente sobre a transação. Há ainda
o jogo com as diferenças nas alíquotas, em que indústrias migram de um
estado a outro em busca de vantagem, deixando para trás toda uma
infraestrutura cara e parte de uma
mão de obra já treinada e especializada. Não é estranho, dessa forma,
que São Paulo tenha perdido, em 15
anos, 29% das montadoras e indústrias de autopeças e agora observe
movimento semelhante no parque
frigorífico de carnes.
Além disso, micro, pequenas e
médias empresas vivem um problema à parte, pois ao entrar em ação o
mecanismo da substituição tributária,
veem inócuos os efeitos do Simples
Nacional. Originalmente tributados em
1,25% para efeitos de ICMS, esses empresários acabam tendo que recolher
18% pela Margem de Valor Agregado
(MVA), problema que levou o Sescon-SP, a Fecomércio de São Paulo e a
Fiesp, entidades que compõem o Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, a entregar ao governo paulista a primeira proposta entre os estados
brasileiros para revisar a aplicação da
substituição tributária para as MPEs.
Finalmente, no caso específico de
São Paulo, em vez de o governo encontrar uma solução política, vai atrás
dos contribuintes bem intencionados, aplicando sansões e prejudicando-os. É um enredo caro ao segmento
produtivo e cujos reflexos negativos
sobram, no final das contas, para o
contribuinte. Nesse modus operandi,
cada um vai repassando seus custos
ou perdas a outrem, criando novas regras ou simplesmente abandonando
o jogo. É preciso defender o empreendedorismo e coibir a aplicação de
sanções em quem gera empregos. B
mercado
Aprendizagem
Corporativa
franchising & negócios
*Carlos Ruben Pinto Administrador de Empresas,
Consultor de Franquias e Varejo.
(31) 3282-6688 - [email protected]
“A qualidade como item da gestão se compõe dos seguintes pilares:
Liderança, Planejamento da Estratégia, Uso das Informações, Descrição de
Processos, Recursos Humanos, Resultado do Negócio e Satisfação do Cliente”
(Silvio Guerra - Localiza Rent a Car S/A)
Por Carlos Ruben Pinto*
A
ntes de iniciar um projeto de formatação da
franquia de sua marca,
o empresário deve formular uma série de perguntas. Dentre elas vamos destacar
hoje as seguintes: quais os atributos
de uma empresa que se propõe a ser
uma boa franqueadora? O que pode
impedir o sucesso da empresa no sistema de franchising?
O novo franqueador sonha em
ter franqueados que colaborem e
atuem com a máxima eficiência
para que cada unidade seja um sucesso. Idealiza acompanhar o desenvolvimento da rede, utilizando-se das tecnologias disponíveis
na internet, crescer e ter presença
em todo o território nacional.
Saindo dos sonhos e analisando o mundo real de um grande
número de franqueadores, encontramos os que não treinam
efetivamente seus franqueados;
outros, que vendem aos franqueados os produtos, transferem serviços e não oferecem a necessária
assistência continuada. Soma-se a
isso a excessiva rigidez com que
outros tantos se propõem a implantar o sistema de franquias,
esquecendo-se da ambiguidade
do franchising: padrões com flexibilidade! Existem ainda franquias
12 | Revista MERCADO | Edição 52
que não sabem compartilhar os
recursos comuns da rede nem
promovem a troca livre de experiências e informações entre os
franqueados, ocasião em que perdem a oportunidade de aprender
com os outros.
Um dos fatores críticos de sucesso de uma franquia bem estruturada são treinamentos e suporte
à rede; implantação de regras ou
normas típicas da gestão dos recursos humanos; e, naturalmente,
a necessária liderança do franqueador. É curioso percebermos que
os mesmos fatores que promovem o sucesso de uma franquia,
quando não executados levam-na
ao fracasso.
Os treinamentos e o suporte à
rede exigem a visão de que, mesmo nova, pequena e inicialmente
centrada na figura do franqueador, a franquia se prepare para
ser a escola de administração do
negócio que está sendo franqueado. É preciso ensinar a execução
das tarefas, promover fóruns e garantir à rede que vai se formando
a necessária assistência e orientação. No início, por estar ainda
em fase de crescimento, cabe ao
franqueador ser um “mestre” em
sua rede, ouvir, cooperar, identificar as áreas em que os novos
franqueados são mais carentes e
destinar um de seus bons funcionários para ensinar e estabelecer
um relacionamento mais próximo.
A implantação de regras ou
normas típicas da gestão dos recursos humanos é outro importante pilar da operação, a começar
pelas normas de seleção de franqueados. É fundamental selecionar franqueados que se encaixem
no perfil definido na formatação
da franquia. Treinar bem, especialmente no início de operação
da nova unidade, ensinando ao
novo franqueado a administrar
com eficiência, implantando os
controles necessários, com acompanhamento sistemático do dia a
dia da operação da empresa.
É importante que o novo franqueador tenha ao seu lado uma
pessoa com formação ou experiência na área de RH como assistente, para difundir na rede a estratégia e os valores da franquia,
administrar os programas de treinamento, avaliar o desempenho
da rede e resolver qualquer provável conflito de forma equilibrada e
produtiva, implantando um sistema de aprendizagem corporativa
e fazendo com que a rede funcione bem. B
mercado
entrevista
Uma rede social
pode morrer?
Por Evaldo Pighini
Foto: Divulgação
A
Gil Giardelli é CEO da empresa
Gaia Creative e professor da
Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM)
pós o grande “boom” das redes sociais em 2010/2011, o ano de
2012 se apresenta com um novo cenário em que as redes sociais
deixaram de ser vistas como algo passageiro, para desempenhar
um papel fundamental como ferramenta de comunicação em tempo real. Empresas, usuários, profissionais ou não estão na Internet e
acessando as redes sociais. Com isso, nos últimos tempos milhares de empresas
decidiram fazer uso do fantástico mundo das redes sociais, seja por acreditar que
elas podem resolver todos os problemas de venda da empresa, ou simplesmente porque o concorrente já criou um perfil. Contudo, trabalhar estrategicamente com marketing no ambiente digital é uma missão não tão
simples quanto muitos empresários pensam.
Além disso, desde o surgimento e a proliferação da Internet, muitas redes sociais surgiram e se popularizaram, mas
depois acabaram perdendo espaço para outras que foram
sendo criadas: é o caso do MSN e do próprio Orkut. Então,
até que ponto vale a pena apostar todas as fichas em uma
rede social, gastando tempo e dinheiro para torná-la popular para depois vê-la perder espaço?
Basta perceber que, sem mais tanto apelo mundial,
o Orkut foi ultrapassado em dezembro pela rede criada
por Mark Zuckerberg. A rede do Google registrou 34,4
milhões de visitantes únicos, enquanto o Facebook
marcou 36,1 milhões. Apesar de ainda ser um dos sites
mais visitados no Brasil, a tática da Google para o Orkut
aponta para outra direção: migrar essa valiosa fatia de
audiência para o Google+.
Também o Facebook não está mais no auge da sua
popularidade, segundo uma pesquisa online. Em seis
meses, o tempo de navegação de 34% dos usuários
diminuiu e 4/5 dos participantes da pesquisa afirmam
nunca ter adquirido um produto ou serviço através
de um anúncio ou comentário feito na rede social.
Enfim, as redes sociais têm se mostrado volúveis
diante da evolução tecnológica e da concorrência.
Elas fazem sucesso e, depois de um tempo, não
são mais alvo de tanta atenção dos internautas.
Mas, em síntese, pode uma rede social morrer?
Pelo lado comercial, a rede social tem poder para
influenciar a decisão de compra do consumidor
ou serve apenas de apoio?
Em busca de respostas para essas e outras perguntas, a Revista MERCADO foi atrás do CEO Gil
Giardelli, da empresa Gaia Creative, especializada
em soluções tecnológicas para Relacionamento
Digital, Redes Sociais, Campanhas de Email Marketing e Campanhas de Mobile Marketing. Giardelli é também professor da Escola Superior de
Propaganda e Marketing (ESPM).
MERCADO - Desde o advento da Internet, muitas
redes sociais nasceram, e as que não morreram, foram perdendo espaço - a Sixdegress, criada em 1997,
é um exemplo. Afinal, uma rede social pode morrer?
Se sim, por quê? Poderia citar algum exemplo? Por
que isso acontece?
Gil Giardelli - Isso acontece porque o negócio das redes sociais é baseado em conceitos de contágio emocional, tendência, influência, urgência em querer fazer parte.
Ninguém faz um perfil para ficar falando sozinho. Você
está lá porque seus amigos estão, as pessoas que você
admira estão, as marcas que curte estão. E você que compartilhar seus conteúdos com eles e, principalmente, quer
saber o que está acontecendo no mundo - ‘seu mundo,
na verdade’. Se as redes não se adaptarem ao contexto
em que estão inseridas - sociedade, política, economia e
macro tendências atuais -, ou elas se tornam um ambiente
focado em “nichos” ou vão ser esquecidas com o tempo.
Como exemplos, temos redes como Fotolog e MySpace,
que tiveram seu auge, mas hoje passam por repaginação,
luta por nicho, ou mais tarde, o total desuso.
“Ninguém faz um perfil para
ficar falando sozinho. Você está
lá porque seus amigos estão, as
pessoas que você admira estão,
as marcas que curte estão”
O Facebook teve uma ascensão fora do comum nos
últimos anos, e agora parece também apresentar uma
baixa. Haveria uma explicação lógica para isso?
Como qualquer outro negócio, o Facebook tem sua
curva de valor ao longo do tempo. Na introdução - brilhando como um jovem talento, no seu período de crescimento - acelerado e, agora, no seu período de amadurecimento. A desaceleração é comum, e saberemos, mais para
frente, se o período se firmará por bastante tempo ou se
a rede começará, de fato, a decair. Com o amadurecimento, além de o crescimento diminuir e perder adesão por
parte de quem estava lá apenas por estar, ocorre também
o amadurecimento do público. Vamos ver ficar na rede
aqueles usuários mais fiéis, que enxergam a marca como
útil e que faz parte de seu dia a dia.
Os aplicativos dos smartphones, entre outras tecnologias, servem como suporte para propagar mais as
redes sociais ou podem agir com um efeito negativo?
Com o advento da mobilidade, a possibilidade de se
conectar a qualquer hora e de qualquer lugar propaga a
urgência de acessarmos nossos perfis nas redes, de compartilharmos o que estamos vendo ou passando no momento, de nos mantermos conectados a todo instante,
seja conversando, compartilhando ou fuçando. Todas as
novas tecnologias, recursos e ferramentas acabam por
expandir o uso das redes. Mas, se a convergência da rede
nessas tecnologias não levar em conta que cada canal e
ponto de contato têm sua especificidade, ou seja, sua usabilidade, linguagem e estilo, a rede perderá adesão, oportunidades e, com o tempo, usuários.
Em sua opinião, na corrida para a criação de novas
redes sociais, os seus criadores estariam pecando em
algum momento? De repente, caindo na mesmice?
Quando uma ideia tão simples faz tanto sucesso como
o Facebook e o Instagram, por exemplo, outras ideias similares, ou que bebem da mesma fonte e conceito, irão
surgir por natureza. Então, sim, acabamos por cair na mesmice, mas isso acontece em qualquer área e campo de
negócio. Há monopólios, há novos talentos, há promessas
que rendem bilhões, há promessas que desaparecem no
dia seguinte... Mas, como qualquer outro produto, o cliente vai escolher um ou outro, e não todos.
Você acha que já criaram alguma rede social “eterna”, que dificilmente sairá de cena?
As únicas redes sociais eternas são aquelas que praticamos diariamente, na rua, na padaria, no trabalho, na faculdade. As rodas de conversa, os comentários trocados,
as expectativas geradas. As redes sociais digitais, como
qualquer outro negócio, refletem o contexto, a época,
o momento, a tendência. Se uma rede social souber se
adaptar a todo o seu ambiente externo, que impacta em
sua concepção e desenvolvimento, quem sabe poderá durar “para sempre”?
“Se uma rede social souber se
adaptar a todo o seu ambiente
externo, que impacta em sua
concepção e desenvolvimento,
quem sabe poderá durar ‘para
sempre?’”
Por mais que as estatísticas mostrem que o Facebook está em queda, ele ainda é pauta para muitos
assuntos. Por que isso acontece? Você considera que
o Facebook ainda seja uma novidade, no caso, para os
brasileiros? A
Revista MERCADO | Edição 52 | 15
mercado
entrevista
Para muitos brasileiros ainda é novidade, pois a penetração da rede no país foi lenta, assim como o crescimento de internautas e usuários de redes sociais no geral. O
Facebook ainda é pauta, pois além de deter a maioria
de internautas no mundo e, agora, de empresas, é um
negócio bem estruturado, com planos de longo prazo
que implicam lançar novidades e mudanças constantes,
adaptando-se ao ambiente e contextos que o influenciam. Assim, mantém todos interessados ou, ao menos,
esperando algo novo.
sos que mudem esses números. Mas a questão é: há falta
de recurso ou ainda não estamos percebendo que “vender” é apenas consequência de uma rede social?
Você acha que os internautas sabem usar essas
ferramentas? Será que a queda de algumas redes está
relacionada ao uso incorreto ou desnecessário por
parte dos navegantes? Que conselho daria a usuários
das redes sociais?
Cada internauta é livre para usar as ferramentas da
forma que quiser - claro, dentro das normas da rede/Internet em geral. A Internet é livre, mas é preciso ter bom
senso. Assim como se tem bom senso no trabalho, na rua,
na escola. É um ambiente público e sua pessoa está se
tornando pública também. Com certeza o uso incorreto ou desnecessário desmotiva o uso das redes, mas ao
mesmo tempo, cabe às redes se adaptarem a esses tipos
de conteúdos e usuários e desenvolverem ambientes
mais acolhedores. B
Há possibilidades de redes sociais que estão em
baixa darem a volta por cima e ficarem em evidência
novamente?
Sim. Como qualquer outro negócio, a partir de estudos, análises e novos planos traçados é possível fazer
ressurgir uma rede. Pode ser uma mudança na estratégia
de marca, na mecânica, na proposta geral, enfim... Se as
mudanças estiverem de acordo com as necessidades de
hoje (e de amanhã), essas redes podem dar a volta por
cima. O que pode acontecer também é uma rede que
não era lá muito popular se tornar uma das principais,
sem mudanças de calibre. Esse foi o caso do Pinterest,
por exemplo. Porque, novamente, estamos falando de
tendências, época, contextos, sociedade e economia atual... São muitos fatores externos a se considerar. Algumas
ideias podem ser tão inovadoras que ninguém as compreende hoje.
Muitas empresas estão apostando muitas fichas
nas redes sociais como fonte de negócio, principalmente para prospectar vendas. Segundo pesquisas,
cerca de 80% dos usuários do Facebook afirmaram
nunca ter adquirido um produto ou serviço através de
um anúncio ou comentário feito na rede social. Como
você avalia isso?
Ainda estamos em fase de experimentação. O Facebook tem adaptado quase que semanalmente seus
recursos para as empresas com sede em vender. Outras
redes e ferramentas têm percebido essa oportunidade e
também estão focando esforços em desenvolver recur16 | Revista MERCADO | Edição 52
Foto: Divulgação
“A questão é: há falta de
recurso ou ainda não estamos
percebendo que “vender” é
apenas consequência de uma
rede social?”
mercado
Fuja do
sedentarismo
e dê um basta
à obesidade
capa
Para acabar com o excesso de peso e evitar as várias doenças causadas
pelo acúmulo de gordura no organismo, especialistas recomendam
a reeducação alimentar aliada à prática de exercícios físicos regulares.
A receita é simples, mas pouca gente segue
Por Aline Morais e Anderson Tissa
A
população
brasileira
está cada vez mais sedentária, e com isso os
números da obesidade
crescem e junto a preocupação dos profissionais da saúde
em combater esse mal capaz de provocar diversas doenças e até a morte. Segundo pesquisa do Ministério
da Saúde, quase metade da nossa
população está acima do peso. O
percentual de “gordinhos” no Brasil passou de 42,7% em 2006 para
48,5% em 2011. No mesmo período, a proporção de obesos subiu de
11,4% para 15,8%. Para os especialistas, são índices que poderiam ser
diminuídos de formas simples, com
mudanças de hábitos alimentares e
a prática de atividade física. Porém
existe mais um agravante, uma outra
pesquisa da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) mostra que 49%
da nossa população não faz exercícios físicos, ou seja, praticamente
metade dos brasileiros são sedentários. “Hoje o sedentarismo é a maior
causa de morte, estando ligado diretamente à obesidade, à pressão
alta, ao diabetes tipo 2, a problemas
cardíacos, a colesterol alto e a um
número enorme de outras doenças”,
alerta o educador físico e especialista em Nutrição Márcio Atalla.
Márcio Atalla foi apresentador do
Programa Bem Estar do canal GNT, e
ganhou destaque nacional no Programa Fantástico (Rede Globo), no
comando do quadro “Medida Certa”, que contou com a participação
dos apresentadores Zeca Camargo
e Renata Ceribelli. Segundo Atalla,
uma pessoa ativa vive com mais
qualidade do que uma sedentária.
Ele chama atenção para o avanço
da obesidade entre as crianças, que
aumentou 400% nos últimos 30 anos
no Brasil, o que é ainda mais perigoso. “O adulto tem a consciência. Você
propõe a atividade e ele tem a responsabilidade. Para a criança, você
tem que colocar de forma lúdica, se
ele não gostar, ele não vai continuar.
Tem que conquistar”, explica. Entretanto, para ele é mais fácil mudar o
hábito de uma criança.
Para o endocrinologista Joel
Rogério H. Filho, os problemas provocados pelo sedentarismo estão
geralmente ligados à hipertensão arterial e às doenças cardiovasculares.
“O sedentarismo por si só aumenta
as chances de desenvolver doenças
cardiovasculares, como infarto do
coração e derrame cerebral, além, é
claro, de levar à obesidade. Existem
várias razões para isso. Quando a
pessoa se exercita, ocorre um aumento do gasto calórico, contribuindo para a perda de peso, o aumento
da captação de glicose pelas células
e uma ação antiinflamatória, além
da liberação de certas substâncias,
como endorfinas, que melhoram o
bem-estar, a disposição e o sono. Ou
seja, o exercício contribui de forma
direta para a redução do risco de várias doenças”, afirma o médico.
Uma dúvida frequente está relacionada à escolha do tipo de exercício físico. De
acordo com o
especialista,
a
atividade ideal é
aquela que traz
sensação de prazer e bem-estar.
As mais eficazes
e indicadas pelo
endocrinologista
O endocrinologista Joel
Rogério Filho: “Cerca de 60%
dos pacientes que atendo
hoje estão com sobrepeso ou
obesos, e destes, a grande
maioria é sedentária”
são: “aeróbica (caminhadas, ciclismo,
corrida, natação, dança, entre outras).
O exercício de resistência (musculação) também é eficaz, pois aumenta a
massa magra (músculo), evita lesões
e, consequentemente, aumenta o
gasto calórico”. Porém, antes de iniciar qualquer atividade física, o mais
indicado é consultar antes um médico e depois a orientação de um profissional em educação física.
Já para os pacientes que estão no
grau de sobrepeso ou obesidade, o recomendado é que se mude o estilo de
vida de forma gradual. “Cerca de 60%
dos pacientes que atendo hoje estão
com sobrepeso ou obesos e, destes, a
grande maioria é sedentária. O recomendado é que se faça a reeducação
alimentar com um cardápio variado,
equilibrado e hipocalórico, além de
exercício físico de 3 a 5 vezes por semana, com duração de 30 a 60 minutos regularmente”, afirma Joel Filho. A
O educador físico Márcio Atalla esteve em
Uberlândia recentemente proferindo palestras
sobre o sedentarismo e a importância da atividade
física na vida das pessoas
18 | Revista MERCADO | Edição 52
Revista MERCADO | Edição 52 | 19
mercado
capa
Tempo para se exercitar
Com a rotina cada vez mais corrida e cansativa, as pessoas estão
deixando a saúde em segundo plano. De acordo com o Ministério da
Saúde, o sedentarismo aumenta
com a idade. Em homens entre 18 e
24 anos, 60,1% praticam exercícios.
Esse percentual se reduz para menos
da metade aos 65 anos (27,5%). Entre mulheres de 25 a 45 anos, 24,6%
se exercitam regularmente. A proporção é de apenas 18,9% entre mulheres com mais de 65 anos.
O mínimo de atividade física recomendado pela OMS (Organização
Mundial de Saúde) é de 150 minutos de atividade aeróbica divididos
em cinco dias, ou seja, 30 minutos
diários. E ainda mais duas vezes por
semana para algum trabalho de
massa muscular.
Alguns até conseguem cumprir a
recomendação da OMS, mas muitas
pessoas desistem da atividade física
por falta de motivação. O educador
físico Márcio Atalla, que atualmente
participa do quadro Medidinha Certa, no programa Fantástico, explica
as reações do nosso corpo quando
começamos uma atividade física.
“Nosso corpo é geneticamente preparado para se mover. Ele vai funcionar melhor com o movimento. E o
que acontece? Há 40 anos as pessoas tinham um gasto calórico maior,
cerca de 500 calorias a mais. Atualmente não é assim. Então, quando
um sedentário busca o movimento,
o corpo reage contra, o que dificulta
o processo’’, ilustra.
Mas nem tudo está perdido. “Meu
conselho é a consciência. A pessoa
deve colocar na cabeça que precisa
de 30 minutos diários de atividade
física. Esse é o primeiro passo. A partir daí, os três primeiros meses são os
mais difíceis, porque o corpo está se
adaptando. Após esse período, o corpo começa a aceitar”, afirma Atalla.
A estudante Fernanda Gullo Zei,
de 20 anos, sabe bem o que é isso.
Depois de brigar com a balança que
insistia em apontar 74,5 kg, resolveu tomar uma atitude. Entrou para
um grupo de reeducação alimentar
e começou a praticar exercícios. Em
alguns meses perdeu quase 12,5
kg e conseguiu atingir sua meta.
Fernanda conta o segredo para se
manter motivada. “Primeiro, a minha disponibilidade interna de tentar e encontrar um plano de alimentação adequado, sem restrições. No
grupo, pude ouvir depoimentos
de pessoas em situações mais difíceis. Então, logo pensava que se eu
parasse de me cuidar seria muito
pior’’, conta a estudante.
Um dos fatores que justifica o aumento do excesso de peso e da obesidade no Brasil é a alimentação desequilibrada, tanto pelo alto consumo
de calorias como pelo excesso de
alimentos ricos em gordura. Dados
divulgados pelo Ministério da Saúde
revelam que 34,6% dos brasileiros comem em excesso carnes com gordura, e 29,8% consomem refrigerantes
pelo menos cinco vezes por semana.
Já quando o assunto é alimentação saudável, os números são bem
inferiores - apenas 20,2% ingere a
quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
de cinco ou mais porções por dia
de frutas e hortaliças. A pesquisa
revela que as mulheres comem
mais frutas e hortaliças, enquanto
os homens comem mais carne com
excesso de gordura.
Mas para quem quer perder
peso somente com uma alimentação equilibrada, a nutricionista
afirma que é possível, desde que o
tratamento do excesso de peso e da
obesidade seja baseado na mudança de hábitos, incluindo, além da
dieta saudável, a prática de atividade física regular.
A nutricionista Ana Cristina
Tomaz informa que a
alimentação balanceada não
restringe alimentos, apenas
exige moderação
Para Ana Cristina, a alimentação
saudável deve ser uma preocupação
constante. “Alimentar-se bem é o primeiro passo para ter uma vida saudável. O principal ponto que devemos
aprender é que a reeducação alimen-
tar não consiste em deixar de comer
tudo o que se gosta e passar a comer
somente frutas, verduras, legumes e
alimentos light. Muito pelo contrário,
é aprender que você pode comer de
tudo, mas sem exageros e de forma
equilibrada. As escolhas corretas, associadas a intervalos de 2 a 3 horas,
são mais interessantes para a perda
de peso do que passar longos períodos do dia em jejum”, afirma.
A maioria das pessoas, quando
quer emagrecer, recorre a dietas que
vê em revistas ou à recomendação
de terceiros. Mas o importante é
procurar ajuda profissional para que
a sua alimentação seja adaptada.
“Cada pessoa tem um metabolismo
diferente, por isso a dieta deve ser
personalizada. O nutricionista é um
profissional que, além de avaliar a
condição nutricional, prescreve dietas e suplementos quando necessário, o que poderá auxiliar em dicas
práticas para a dieta do dia a dia de
cada um, como fazer as compras do
supermercado, como armazenar os
alimentos e prepará-los de maneira
mais saudável”, afirma a nutricionista, que ainda recomenda: exercite-se
mais e alimente-se melhor. A
A estudante Fernanda Zei
quis e conseguiu: ela perdeu
quase 12,5 kg em pouco mais
de quatro meses, após haver
se submetido a uma dieta
alimentar complementada
com atividade física (na foto,
a estudante antes, com 74,5
kg, e depois, com 62 kg)
Mude os hábitos e alimente-se bem
Uma alimentação saudável
é baseada no consumo de frutas, verduras e legumes, cereais,
carnes magras, entre outros alimentos. Mas não basta ter uma
alimentação composta por esses
alimentos, eles também devem
ser bem distribuídos ao longo do
dia, além de estarem em quantidades adequadas segundo o ciclo da vida.
Mas e os doces, o sorvete, o
salgadinho da festinha ou o san20 | Revista MERCADO | Edição 52
duíche? A nutricionista Ana Cristina Tomaz Araújo explica que
esses alimentos não estão proibidos na alimentação equilibrada, mas devem ser consumidos
com moderação e eventualmente. “É importante entendermos
que esses alimentos, muitas
vezes considerados como ‘proibidos’, são ricos em açúcar e em
gorduras, principalmente saturada e/ou hidrogenada e/ou poliinsaturada (w6). Esses nutrien-
tes devem ser consumidos em
baixa quantidade, já que o excesso é prejudicial à saúde. Essa
alimentação inadequada não
traz para a população somente
o excesso de peso, mas também
as carências nutricionais, como
as anemias por deficiência de
ferro e/ou por deficiência de vitamina do complexo B, além de
sinais e sintomas de estresse,
como perda da memória, fadiga
e queda de cabelos”, explica.
Alimentação saudável e balanceada: apenas 20,2% da população ingere a quantidade recomendada
pela Organização Mundial de Saúde, de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças
Revista MERCADO | Edição 52 | 21
mercado
capa
Emagrecendo a cabeça do obeso
A obesidade é resultado de vários fatores, por isso seu tratamento deve contar também com uma
equipe multidisciplinar. Entre eles,
o psicólogo, que vai tratar das questões afetivas, sociais e também da
reformulação dos hábitos do obeso.
“Com a ajuda do psicólogo, o paciente vai refletir não apenas sobre
as questões orgânicas do seu problema, mas também sobre a parte
afetiva. O indivíduo tem que aprender a lidar com as dificuldades, controlar os conflitos emocionais para
não buscar refúgio na comida, o que
só aumentará o sentimento de descontrole e culpa em relação à sua
alimentação”, explica a psicóloga de
obesidade, Alessandra Mattar.
A terapia, segundo a psicóloga,
visa fazer o paciente perceber que
existe um pensamento automático
Como se classifica a obesidade
Inicialmente, faz-se o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), que apesar de não ser o método mais
fidedigno de classificação da obesidade, é bastante
simples e pode servir de orientação. O IMC foi criado
para uma melhor orientação do público sobre o seu
peso em relação à sua altura, resumindo, permite saber
se a pessoa está gorda ou magra. O IMC é uma formula
matemática com objetivo de sinalizar a magreza excessiva, a
obesidade ou a obesidade mórbida.
O cálculo do IMC é simples: o seu peso (em quilos) dividido
pela sua altura ao quadrado (altura vezes altura). Depois, aplica-se o resultado numa tabela de referência.
que o induz a comer em determinadas situações, como de stress e ansiedade, por exemplo. “Se o paciente
percebe esse pensamento automático, ele consegue mudar seu comportamento. E o psicólogo vai trabalhar
maneiras que podem fazê-lo encarar
uma situação de ansiedade sem ser
comendo, por exemplo. Se não houver esse acompanhamento psicológico, o paciente vai repetir o mesmo
comportamento com as outras dietas
que falharam”, conta.
Equação para cálculo do IMC
Peso (kg)
IMC = --------------------
Altura² (m²)
A psicóloga Alessandra
Mattar explica que aceitar a
obesidade e tratá-la não é
uma tarefa fácil. Em muitos
casos é preciso até um
acompanhamento psicológico
Exemplo: Considerando uma pessoa com peso de 120 kg e altura 1,65 m
Atenção tem que começar cedo
“A genética é um fator
importante na obesidade das
crianças, porém não existe
obesidade se não houver
um desequilíbrio entre a
ingestão alimentar e o gasto
energético”
Há algum tempo, criança “gordinha” era sinônimo de saúde. Hoje, o
conceito não é bem esse. A obesidade infantil está sendo tratada como
uma epidemia, muito em função das
mudanças nos hábitos alimentares
das crianças e da população em ge22 | Revista MERCADO | Edição 52
ral. De acordo como a Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade
e da Síndrome Metabólica (Abeso),
a genética é um fator importante na
obesidade das crianças, porém não
existe obesidade se não houver um
desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético.
No caso das crianças, Pesquisa de
Orçamento Familiar (POF) no ano de
2008-2009, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, revela
que 36,6% das crianças brasileiras entre
5 e 9 anos estão acima do peso. Os índices de obesidade também estão num
patamar elevado, crescendo muito nos
últimos 35 anos. Em 1974, apenas 1,4%
das crianças eram obesas, saltando
para 16,6% em 2009. Verificou-se, ainda, o seguinte padrão: há mais crianças
obesas nas localidades urbanas e na região sudeste do Brasil.
O sedentarismo e a alimentação
inadequada são os grandes responsáveis. “Os alimentos industrializados são
muito calóricos, e os mais frequentes
nos lanches dessas crianças, e as refeições são feitas de qualquer forma, até
mesmo em frente à televisão. As crian-
ças de hoje praticam também menos
atividades físicas. Os jogos antes eram
na rua, na praça, as crianças gastavam
muita energia. Hoje, as brincadeiras são
em frente à televisão ou ao computador, com todos sentados”, diz Alessandra Mattar.
Na alimentação, a nutricionista Ana
Cristina recomenda a preferência por alimentos mais frescos e com baixo teor de
açúcar e gordura. “Quanto aos refrescos,
substitua os artificiais e os refrigerantes
por sucos naturais de frutas, diminua o
consumo de alimentos de “fast food”,
dando sempre preferência aos alimentos frescos e naturais. Siga os horários
corretos das refeições, consumindo frutas e/ou bebidas lácteas nos intervalos
das principais refeições. Outro ponto
importante é o local onde a criança faz
as refeições: evite que as crianças se alimentem em frente à TV. Esse comportamento faz com que a criança fique sem
atenção, favorecendo o maior consumo
de comida”, afirma a nutricionista, que
recomenda: “é importante comer bem
e se exercitar desde a infância para ter
uma vida saudável”.
120 (kg)
IMC = ------------------------- = 44,1Kg/m²
1,65 x 1,65 (m²) Ou seja, a pessoa com o peso e altura exemplificados acima apresenta um quadro de obesidade mórbida (confirme na tabela abaixo)
Tabela de referência
IMC
Classificação
Abaixo de 18,5
Subnutrido ou abaixo do peso
18,6 a 24,9
Peso normal
25,0 a 29,9
Sobrepeso
30,0 a 34,9
Obesidade Grau I
35,0 a 39,9
Obesidade Grau II
40,0 e acima
Obesidade mórbida B
Revista MERCADO | Edição 52 | 23
mercado
trabalho
A representante comercial
Kelly Cristina conta que
atinge melhores resultados
quando está fora da empresa,
com liberdade de horário
Flexibilidade no trabalho
melhora a produtividade
Profissionais que têm a liberdade de gerir a própria jornada de
trabalho e cumprir horários mais flexíveis são mais produtivos
Por Alitéia Milagre
Q
uem não quer conciliar a vida pessoal
com a profissional?
Trabalhar em uma
empresa que possui
políticas de horários flexíveis? Enquanto para uns isso é um sonho,
para outros já se tornou realidade.
É o caso da representante comercial
Kelly Cristina de Moraes, que há sete
anos trabalha em empresas com re-
24 | Revista MERCADO | Edição 52
gistro em carteira e que deram a ela
essa flexibilidade laboral. Ela conta
que pode fazer o seu horário, desde
que cumpra suas atividades e apresente resultados. “Eu faço visitas a
clientes e fecho negócios o dia todo.
Para mim é mais vantajoso do que
ficar dentro da empresa. Faço meu
horário de serviço, vou ao banco, ao
médico quando preciso, sem prejudicar o serviço”, afirma Kelly.
Segundo a gestora de recursos
humanos da Inthegra, Vianei Altafin,
esse benefício é uma tendência de
mercado e uma maneira de evitar
o turnover. “Quando o profissional
tem a liberdade de escolher o horário de trabalho, consegue conciliar
melhor a vida laboral com a pessoal,
planejar suas tarefas, focar nos resultados e ser mais produtivo”, avalia
Vianei Altafin.
É justamente esse o caso da representante comercial Kelly Cristina, que precisa apresentar números
e relatórios diários. “Todos os dias
apresento um relatório diário de
quantos clientes visitei e em que ‘pé’
está à negociação com cada um deles. Para atuar dessa forma, é preciso
ter perfil, responsabilidade e disciplina. No meu caso, consigo apresentar
mais resultados para a empresa do
que se eu trabalhasse dentro dela”,
destaca Kelly Cristina de Moraes.
O advogado Marcus Reis, diretor-presidente da Reis Advogados, explica que são ações positivas, porém
que devem ser contabilizadas normalmente pelas empresas. “O que
acontece é que a firma deixa de se
preocupar com horários de entrada e
saída e passa a focar apenas o resultado dos trabalhadores. Isso é bom,
mas os gestores precisam atentar
se está sendo cumprida uma jornada determinada, conferir o ponto e
checar se o profissional não está extrapolando ou deixando de cumprir
a rotina de trabalho estipulada pela
empresa. Tomar cuidado com esses
fatores evitará problemas trabalhistas
futuros”, alerta Marcus Reis.
Pesquisa - O caso da representante comercial Kelly Cristina e a
opinião da gestora de Recursos Humanos Vianei Altafin ganham respaldo num estudo realizado pela HAYS
Recruiting Experts Worldwide, em
que ficou constatado que 72,7% das
empresas usam o benefício da flexi-
bilidade para possibilitar qualidade
de vida e reter talentos. Já 60,3% afirmaram adotar por limitação física, e
19,8% com o objetivo de alcançar
metas de sustentabilidade.
“72,7% das
empresas usam
o benefício da
flexibilidade
para possibilitar
qualidade de vida e
reter talentos”
O resultado da pesquisa é o mais
curioso. Ela mostra que 69,3% dos
entrevistados disseram que os resultados entregues pelos colaboradores que trabalham em casa são similares aos de quem marca presença
na empresa.
O estudo também revelou que o
segmento que mais adota essa dinâmica é o de serviços (22,9%), depois
o de bens de consumo (13,7%), seguidos do farmacêutico (9,7%) e do
de Telecomunicações (5,7%).
Mudança de paradigma
Na visão de Vianei Altafin, essa
mudança de paradigma das empresas vem ao encontro dos avanços
do mundo globalizado e atende às
grandes organizações, geralmente
àqueles colaboradores que desempenham funções em cargos mais
altos e as empresas que precisam de
profissionais em horários diversificados. “Quando o trabalho tende a ser
individualizado e só pode ser desenvolvido por aquele profissional, só
ele tem a autonomia para fazê-lo, a
exemplo dos profissionais liberais,
como advogados, para quem o benefício é válido. O importante é entregar serviço de qualidade no prazo
combinado”, explica a gestora.
Na Algar Telecom, a flexibilidade
de horário faz parte da política do
Grupo há 20 anos. Segundo a diretora de Talentos Humanos da Algar
Telecom, Marineide da Silva Peres,
o benefício depende da cultura, do
tipo de negócios e do gestor de cada
organização. “Na Algar Telecom esse
método tem dado certo porque existe uma relação de confiança e responsabilidade entre os talentos humanos e os líderes da empresa. Não
temos marcação e nem controle de A
Marineide Peres, diretora
de Talentos Humanos da
Algar Telecom: “Não temos
marcação e nem controle de
ponto”
Revista MERCADO | Edição 52 | 25
mercado
trabalho
ponto”, afirma a diretora.
Segundo ela, os 1.600 colaboradores têm horário flexível e a liberdade
de adaptar seus horários, desde que
cumpram seus objetivos e estejam
prontos para atender nossos clientes a tempo e a hora, com qualidade.
“Nossos talentos humanos encaram
essa liberdade de horário como benefício e valorizam isso com muita
responsabilidade, e é claro, sob supervisão de bons líderes”, completa.
Profissionais mais saudáveis
Um bom esquema de trabalho
com flexibilidade de horário também influencia positivamente na
saúde dos trabalhadores. Segundo
o clínico geral do Hospital Santa
Genoveva, José Junqueira, quando
as pessoas têm o livre arbítrio de
escolher o horário para entrar e sair
do trabalho, podem dormir melhor
e ter níveis de pressão arterial mais
equilibrado, diminuindo o cansaço
emocional e o estresse psicológico.
“Além disso, quando as empresas
dão essa liberdade, os empregados
se sentem menos obrigados a trabalhar quando estão doentes para não
perder o dia”, disse o médico.
“O que as empresas precisam
entender é que a pré-disposição de
oferecer a flexibilidade de horário
não significa que o profissional vai
trabalhar pouco. O que acontece é
que ele vai aperfeiçoar o horário de
trabalho, conciliando-o melhor com
a vida pessoal. O emprego não pode
ser visto ou sentido pelo profissional
como um confinamento, e sim como
um local prazeroso, com clima organizacional satisfatório e com líderes
que dão mais crédito aos seus cola-
O médico José Junqueira diz
que o empregado que faz o
próprio horário de trabalho
dorme melhor, tem pressão
arterial mais equilibrada e
menores chances de cansaço
emocional e estresse
psicológico
boradores”, enfatiza Vianei Altafin.
“As empresas querem resultados
e produtividade, mas se esquecem
de que fatores como uma elevada
carga de trabalho, com exigência de
curtos prazos de execução, podem
desencadear estresse e, consequentemente, outras doenças, como depressão e ansiedade”, conclui o clínico geral José Junqueira. B
mercado
política
Contra o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho, que renunciou ao mandato em 2001 para
escapar da cassação em meio a uma série de denúncias, pesa suspeita de fazer parte de uma
quadrilha acusada de desviar cerca de R$ 1 bilhão da Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia (Sudam)
Júlio Campos, Jader Barbalho, Carlos Souza e Paulo César Quartiero: parlamentares na mira do STF
De homicídio a sequestro,
os crimes no Congresso
Suspeitas contra quatro parlamentares no STF vão de desvio bilionário
a homicídio, passando por associação ao tráfico de drogas e sequestro
Do Congresso em Foco
H
omicídio, sequestro e
associação ao tráfico de
drogas. Acusações que
levam milhares de brasileiros pobres à cadeia
todos os anos, quem diria, também
chegaram ao Congresso Nacional,
somando-se às tradicionais denún-
28 | Revista MERCADO | Edição 52
cias de desvio e mau uso do dinheiro público. Essas suspeitas ajudam
a compor o eclético repertório das
centenas de processos a que respondem parlamentares no Supremo
Tribunal Federal (STF), órgão responsável por investigar e julgar criminalmente deputados e senadores.
Conhecer detalhes dos processos
em andamento no Supremo é dar de
frente com as vísceras do sistema
político brasileiro. O Congresso em
Foco selecionou quatro casos que,
devido à gravidade das denúncias,
chamam o eleitor à reflexão. Afinal,
quem foi escolhido pela população
para legislar em nome dela deveria
ser visto como exemplo para toda a
sociedade. Mas nem sempre é assim.
Um dos vice-líderes do recém-criado PSD na Câmara, o deputado
Carlos Souza (AM) é o único parlamentar que responde a processo no
Supremo por associação ao tráfico
de drogas. Ex-governador de Mato
Grosso, o deputado Júlio Campos
(DEM-MT) é suspeito de ter encomendado a morte de duas pessoas.
O primeiro não comenta o assunto; o
segundo contesta a denúncia.
Na Câmara desde o início de
2011, o ex-prefeito de Pacaraima (RR),
Paulo César Quartiero (DEM-RR), que
ficou conhecido nacionalmente por
liderar os arrozeiros em um sangrento conflito por terras entre indígenas
e não indígenas na reserva Raposa
Serra do Sol, é acusado de sequestro e cárcere privado, entre outras
coisas, nas 14 investigações (seis já
transformadas em ações penais) que
acumula no STF. Quartiero é hoje o
congressista com mais pendências
judiciais na mais alta corte do país.
Todas, segundo ele, motivadas por
perseguição política em razão de seu
papel como líder dos arrozeiros.
Excluídos os deputados, o senador com mais problemas na Justiça
atualmente é Jader Barbalho (PMDB-PA), que só tomou posse no final
do ano passado, meses depois de o
Supremo decidir que a Lei da Ficha
Limpa só valerá a partir deste ano.
São cinco ações penais e dois inquéritos. Contra o ex-presidente do
Senado, que renunciou ao mandato
em 2001 para escapar da cassação
em meio a uma série de denúncias,
não pesa suspeita de envolvimento
com tráfico de drogas, homicídio ou
sequestro. Mas a de fazer parte de
uma quadrilha acusada de desviar
cerca de R$ 1 bilhão da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Ninguém na cadeia
No Brasil, congressistas e outras autoridades só podem ser
investigados e julgados criminalmente pela mais alta corte do país.
O chamado foro privilegiado foi
instituído para evitar eventuais
perseguições políticas locais. Mas,
por meios tortos, acabou virando
um atrativo para a vida política: até
2010, os ministros do Supremo jamais haviam condenado qualquer
parlamentar brasileiro.
De lá para cá, no entanto, seis
foram condenados. Dois escaparam
da punição porque seus casos já estavam prescritos na data do julgamento. Outros três, condenados à
prisão, ainda contestam a decisão da
Justiça. Dois deles, inclusive, seguem
no exercício do mandato: Asdrubal
Bentes (PMDB-PA) e Natan Donadon
(PMDB-RO). B
Revista MERCADO | Edição 52 | 29
mercado
marketing
Segmenta ção é essencial para
suces so nas redes sociais
Pesquisa mostra que público pode ser classificado de acordo com as
atividades que desempenha e essa diferenciação deve ser utilizada a
favor das marcas que buscam divulgar seus produtos e serviços
Do Mundo do Marketing
30 | Revista MERCADO | Edição 52
relação com as marcas com as quais
se identificam e compartilhar esses
conceitos com os amigos. As pessoas
querem compartilhar as suas experiências”, afirma o pesquisador.
para contato com amigos e trocas
de mensagens, mas para informação
e atividades criativas. Os dados também mostram um desejo maior de
interação dos consumidores com as
marcas: 90% deles se envolvem ou
gostariam de se envolver produzindo, compartilhando ou comprando
pelas redes sociais. Nove em cada 10
brasileiros já se relacionam com as
empresas de alguma forma.
A pesquisa reforça que as redes
sociais são um campo promissor para
que as empresas trabalhem suas imagens e produtos. Sessenta e cinco por
cento das pessoas seguem ou curtem
empresas ou serviços pelo menos
uma vez por semana, enquanto 83%
o fazem ao menos uma vez por mês.
“Os consumidores tendem a se engajar mais com as marcas por motivos
emocionais. O desejo é mostrar uma
Consumidores querem
conhecer as marcas
Criativos são parcela mais jovem
A pesquisa aponta que os usuários criativos e multiplicadores fazem parte da parcela mais jovem da
população, de até 24 anos de idade.
“Isso mostra que os jovens são um
segmento interessante para as empresas que desejam fazer um trabalho de divulgação dos seus produtos
em parceria com os consumidores”,
completa Casas.
De acordo com a análise, atualmente 97% dos usuários de internet
no Brasil possuem perfis nas redes
sociais e utilizam os sites não apenas
Foto: Divulgação
O
internauta
presente
nas redes sociais não é
homogêneo. Ele pode
- e deve - ser segmentado em categorias de
acordo com as atividades que desempenha. Para categorizar esses
consumidores, a pesquisa “Produção e difusão da mídia social entre
brasileiros”, realizada pela empresa
eC Metrics, definiu três perfis: criadores, multiplicadores ou passivos.
Estar atento a essa diferenciação é
importante para que as marcas possam desenvolver ações específicas
de acordo com seus objetivos.
O estudo observou que a maior
parte dos usuários das redes sociais
no Brasil pode ser classificada como
passivos (72%), aqueles que não
criam nem compartilham conteúdos sobre marcas, no entanto leem,
coletam e guardam as informações
disponíveis nas páginas.
Os multiplicadores respondem
por 23% dos usuários, e são aquelas pessoas que recebem as informações e passam-nas adiante. “Os
multiplicadores comentam aquilo
que veem e compartilham com os
amigos. Eles são importantes para
as marcas que pretendem divulgar
seus conteúdos”, explica o pesquisador Iván Casas, coordenador do
estudo, em entrevista ao Mundo
do Marketing.
Em menor índice aparecem os
criadores, que respondem por 5%
do total, e são aquelas pessoas que
produzem materiais sobre as marcas,
empresas, produtos e serviços nas redes sociais. Esses usuários são importantes para as empresas que pretendem ter os seus produtos avaliados
pelos consumidores e melhorados.
O pesquisador Iván Casas:
“Consumidores tendem a se
engajar mais com as marcas
por motivos emocionais”
A análise mostra que a subjetividade é a forma mais importante de
engajar os consumidores, no entanto, aponta que o conteúdo disponibilizado pelas empresas ainda é
pouco segmentado ou personalizado. Entre os fatores subjetivos que
fazem com que os internautas sigam
as marcas estão compartilhar a apreciação com outras pessoas (31%) e
estar associados com algo que consideram legal (31%).
A busca de conhecimento também é um ponto importante para os
internautas. A análise destaca que
29% buscam aprender mais a respeito das empresas e obter conhecimento sobre os produtos. Entre os
fatores sociais e lúdicos, os entrevistados responderam que procuram
fazer parte de uma comunidade com
a mesma opinião (20%) e defender
uma causa (18%). “As marcas precisam divulgar mais conhecimentos e
informações e personalizar os seus
conteúdos de acordo com a identificação de cada segmento e com
a forma como as pessoas querem
compartilhar”, diz Casas. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 31
mercado
negócios
Mulheres já são 48% dos
proprietários de franquias
Os dados são de um estudo feito pela Rizzo Franchise, consultoria que
estuda o segmento de franchising, que já representa 2,8% do Produto
Interno Bruto Nacional
Da Redação/Atitude Press
O
Adriana da Mata, franqueada
da Empada Brasil, está entre as
mulheres que fizeram crescer as
estatísticas da presença feminina
no comando de franquias no país
32 | Revista MERCADO | Edição 52
setor de franquias cresceu 16,9% em 2011,
acumulando um faturamento superior a R$ 88
bilhões, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Essa expansão tem atraído cada vez
mais a presença feminina no comando
de franquias, em que as mulheres já representam 48% entre os proprietários
de unidades das mais de duas mil redes presentes no país. Empada Brasil,
Ecojardim, Doutor Resolve, LaserStar
e Seguralta são alguns dos exemplos.
Confiança na marca, possibilidade de
atuar em um setor em alta no mercado
e desejo de abrir um negócio próprio
são as características que mais chamam atenção das empreendedoras.
Adriana da Matta é parte dessa
estatística. A empresária possui duas
lojas e três quiosques da Empada
Brasil na capital paulista há sete anos.
“Nós, mulheres, somos mais cuidadosas com os negócios, o que se reflete
no sucesso das empresas”, afirma. “A
mulher consegue, com jeitinho, tirar
o melhor de seus funcionários”, complementa. Criada em 1999 por uma
família mineira, a rede de empadarias
está em constante expansão.
A ideia de Adriana, de investir na
gestão de pessoas para conferir qualidade ao negócio, é a mesma estratégia adotada por Simone Franceto, de
Piracicaba, interior de São Paulo, que
começou no início deste ano suas atividades com a Ecojardim, microfranquia especializada em cuidar da nutrição e da beleza dos jardins. “Trabalhei
durante cinco anos em uma empresa
de tecnologia, mas sempre gostei de
natureza e quis ter um negócio pró-
prio. A Ecojardim permitiu aliar as
duas coisas e tem sido uma experiência muito boa”, diz a franqueada.
Simone Franceto investiu
na abertura da Ecojardim,
microfranquia especializada
em cuidar da nutrição e da
beleza de jardins
Outro exemplo de profissional
que trocou o emprego por um negócio próprio é o de Silvia Camilo. Ela
deixou o cargo de executiva de contas em uma multinacional de vendas
e montou sua franquia da Seguralta,
primeira e única rede de franquias do
setor de seguros no Brasil. “Escolhi a
franquia porque nunca ficamos sozinhos no negócio. A marca dá todo
o suporte”, diz a franqueada, que escolheu a área de seguros por ser uma
das que mais crescem no país.
Além de confiança na bandeira
que está sendo franqueada e da afinidade com a área de negócio, também
chama atenção das empreendedoras
a possibilidade de atuar em uma área
que esteja em um bom momento de
mercado, como é o caso dos setores da
construção civil e de beleza. Silvia Saidah, de 34 anos, por exemplo, montou
uma franquia da marca Doutor Resolve, empresa que presta serviços gerais
como instalação de pias, pintura de
paredes, desentupimento de canos e
instalações elétricas. Em poucos meses
de atuação, ela já possui 15 funcionários e não reclama do movimento em
sua unidade, na Vila Mariana, zona sul
de São Paulo. Boa parte do quadro de
funcionários é composta por mulheres, o que para ela é também uma vantagem, pois avalia que a atuação feminina nesse tipo de serviço acaba sendo
uma garantia a mais de qualidade.
“Escolhi a franquia
porque nunca ficamos
sozinhos no negócio. A
marca dá
todo o suporte”
(Silvia Camilo, franqueada da Seguralta)
Giani Fernandes, de Florianópolis, Santa Catarina, é outro exemplo.
Há um ano ela apostou no setor de
beleza e inaugurou sua franquia da
LaserStar, especializada em fotodepilação. Para ela, a administração
feminina tem sido o segredo de sucesso do seu negócio. “Não gosto de
ficar escondida o tempo todo em um
escritório, e a franquia da LaserStar
permitiu que eu tivesse uma participação em todas as áreas”, afirma. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 33
mercado
educação
Harvard faz parceria com
instituições de Uberlândia
Conceituada universidade americana e uma das mais prestigiadas
do mundo une-se ao Instituto do Coração do Triângulo e à Faculdade
Politécnica para oferta de curso a distância em pesquisa clínica, que
neste ano diploma 20 profissionais da saúde em Uberlândia
Por Aline Morais (Serifa)
Foto: Reprodução
O diretor da Faculdade Politécnica de Uberlândia, Eduardo Galassi, e
o médico e diretor do Instituto do Coração do Triângulo (ICT), Roberto
Botelho, que se aliaram à Universidade de Harvard para a realização
de curso de extensão a distância em pesquisas clínicas
34 | Revista MERCADO | Edição 52
A
Harvard Medical School, em parceria com o
Instituto do Coração
do Triângulo (ICT) e a
Faculdade Politécnica
de Uberlândia, está oferecendo a
profissionais doutorados que atuam no sistema de saúde um curso
de extensão sobre os princípios e as
práticas da pesquisa clínica. O curso dá suporte teórico sobre como
conduzir, analisar e interpretar pesquisas. As aulas são ministradas por
meio de videoconferência, em uma
das salas da Politécnica, por profissionais de Harvard. Ao final do curso, os alunos participarão de uma
avaliação presencial em São Paulo,
com professores de Harvard, ou em
Boston (fica a critério do aluno) e,
após atingirem o escore mínimo
requerido, recebem certificado da
universidade americana.
A escolha da Faculdade Politécnica de Uberlândia para retransmitir
o curso ocorreu somente após criteriosa avaliação da instituição, que se
destacou pelo empreendedorismo e
constante busca por inovações tecnológicas e práticas de ensino.
O médico cardiologista e hemodinamicista Rodrigo Alves da Silva,
um dos participantes, diz que o curso tem superado suas expectativas.
“O curso é surpreendente e realmente superou nossas expectativas. O
nível de exigência é alto, contudo
os conhecimentos adquiridos valem
todos os esforços. Todas as aulas são
ministradas na língua Inglesa, e so-
mos estimulados a discutir questões
pertinentes em fóruns com alunos
do mundo inteiro”, afirma Rodrigo.
alunos fazem cadastro e envio prévio do currículo à Harvard. As aulas
são semanais, com três horas cada.
O curso tem duração de 10 meses e
é dividido em módulos. “Nosso módulos contemplam aulas virtuais, simultaneamente aplicadas online no
mundo inteiro, com possibilidade
de realizarmos questionamentos a
qualquer momento durante a aula.
Temos à disposição monitores para
auxílio em questões durante o curso
ou fora dele via e-mails. Para a aprovação final, é necessária a obtenção
de 70% de acertos e a elaboração
de um projeto de pesquisa que será
avaliado e pontuado conforme sua
qualidade”, conta o aluno.
Pesquisa clínica na prática
O cardiologista e
hemodinamicista Rodrigo
Alves é um dos alunos do
curso
Durante a extensão, os alunos
vão conhecer a parte teórica durante videoconferência com professores de Harvard e depois aplicar o
que aprenderam. A parte prática da
extensão é realizada pelo Núcleo de
Educação e Pesquisa Clínica, que foi
inspecionado pela FDA - Departamento dos Serviços de Saúde e Humanos dos EUA, que homologou o
ICT a realizar pesquisas clínicas.
Para participar da extensão, os
A pesquisa clínica é a investigação científica que envolve seres humanos. Um novo tipo de fármaco e
tratamentos novos para determinada doença são exemplos de casos
estudados pelo pesquisador clínico.
Seu papel é bem estabelecido em
alguns países desenvolvidos, mas no
Brasil ainda é pouco explorado. Neste ano, serão formados 300 alunos
em todo o mundo, sendo 20 deles de
Uberlândia. “É uma honra para a Politécnica ser escolhida para retransmitir este curso. A pesquisa clínica é
hoje uma grande necessidade mundial, um mercado que movimenta
US$ 37 bilhões por ano nos EUA. Este
curso é um dos de mais alto nível
mundial que nós, uberlandenses, A
Revista MERCADO | Edição 52 | 35
mercado
educação
temos o prazer de receber”, afirma
Eduardo Galassi, diretor da Faculdade Politécnica de Uberlândia.
“Este curso é um
dos de mais alto
nível mundial que
nós, uberlandenses,
temos o prazer de
receber”
Para o diretor do Instituto do
Coração do Triângulo (ICT), o médico Roberto Botelho, a cidade ganha
muito com esse projeto. “É um benefício para toda a comunidade formar
profissionais da área da saúde nesse
curso e oferecer pessoas qualificadas para o mercado de Uberlândia”,
afirma Botelho. De acordo com o
médico, a pesquisa cardiovascular,
por exemplo, é responsável por 70%
do aumento da expectativa de vida
da nossa população nos últimos 20
anos. Nesta última década, mais de
1 milhão de novas moléculas foram
apresentadas para teste. Em 1960, a
mortalidade do infarto do miocárdio
era de 30%, hoje é de 4%, quando o
paciente é atendido em um hospital
de alto nível. A média nacional de
mortalidade por infarto chega a 16%.
Sobre as instituições parceiras
Faculdade Politécnica
É uma instituição de ensino superior com cursos de graduação reconhecidos
pelo MEC nas áreas de gestão, engenharia, tecnologia e ciências jurídicas.
Atua também na educação continuada, com cursos de extensão e pós-graduação. A Politécnica se destaca por estar sempre atenta às necessidades do
mercado e pela capacidade de trazer para o conteúdo de seus cursos todo o
conhecimento que os profissionais precisam para potencializar o aprendizado. Suas práticas inovadoras estimulam o aluno a construir o seu próprio conhecimento e a desenvolver suas competências técnicas e comportamentais,
buscando uma formação consciente e integral. (www.facpoli.edu.br)
Instituto do Coração do Triângulo (ICT)
Com sede em Uberlândia, o ICT vem se destacando na América Latina pela
constante busca de inovação. Foi pioneiro em várias técnicas que contribuíram com aprendizado de centros nacionais e internacionais. Criou benefícios
não só para o ensino e a pesquisa, mas também e, principalmente, para a
assistência. Hoje, mais de 80% das cidades do Triângulo Mineiro estão conectadas ao ICT para interações clínicas e discussões de casos em tempo real.
São realizados anualmente no instituto cerca de 2.700 cateterismos, 800 implantes de stents coronários, 250 ablações por radiofrequência, 250 cirurgias
cardíacas, entre outros procedimentos complexos. O último destaque da
pesquisa clínica do ICT foram os stents bioabsorvíveis, chamada quarta revolução do tratamento das doenças coronarianas. Somente três centros brasileiros participam desse estudo, o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia,
o Hospital Albert Einstein, ambos em São Paulo, e o ICT. (www.ict.med.br/).
Harvard University
mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos, criada em 1636,
a Universidade de Harvard é conhecida por sua liderança mundial em educação. Os membros do corpo docente são indivíduos apaixonados e curiosos,
que continuam a sua própria investigação enquanto lecionam em Harvard.
São selecionados por todo o mundo, trazendo consigo uma riqueza diversificada de conhecimento. Hoje, a universidade leciona para 360 mil alunos que
vivem nos EUA e mais 190 de outros países. (www.harvard.edu). B
Os alunos doutores durante
uma das aulas do curso
36 | Revista MERCADO | Edição 52
mercado
alimentação
Uso
Como potencializador de sabor
- Realça o sabor de outros ingredientes, como frutas e sucos. Por
exemplo, amasse uma banana ou
cozinhe maçãs e peras e adoce com
um fio de extrato de agave.
Na culinária - O extrato pode ser
usado no dia a dia para adoçar cafés, chás, sucos, assim como sobremesas, waffles, pães, panquecas,
bolos e outros alimentos.
Textura - O Extrato de Agave é
menos viscoso e dissolve mais facilmente que o mel ou o melado e
não açucara.
Torta Crudívora de Morangos
Ingredientes para a base:
•1,5 xícara de castanha-do-pará ou
outro tipo de noz e amêndoas;
•1 xícara de coco ralado;
•8 tâmaras.
Ingredientes para o recheio:
Extrato - ou xarope de Agave
Produção de Agave, em Jalisco, no México
Agave, uma boa
alternativa ao açúcar
Alimento orgânico é menos calórico e três vezes mais doce do
que o açúcar
Da Redação
O
extrato de Agave é um
grande aliado da alimentação
saudável.
Sua utilização para adoçar pratos e bebidas
pode auxiliar no emagrecimento,
pois se trata de um alimento orgânico certificado que apresenta menos
calorias e menor índice glicêmico
38 | Revista MERCADO | Edição 52
do que o açúcar - tem 3,34 calorias
por grama -, apesar de ser três vezes
mais doce.
O Agave é uma planta suculenta, pertencente à família Agavaceae,
originária do México. É de origem vegetal, 100% natural, sem glúten, sem
lactose, tem coloração amarelo clara,
odor agradável e textura mais suave
que o mel. Da variedade Agave Tequilana, também conhecida como
Agave-Azul, é que se extrai o extrato - ou xarope de agave. A produção
ocorre através de quebra, filtragens,
homogeneização e evaporação da
planta, que é cultivada sem nenhum
aditivo químico, assim como é feito
seu processo de beneficiamento.
Poder adoçante três vezes maior
que o do açúcar comum
Não contém glúten nem lactose
Tem 3,34 calorias por grama
•2 xícaras de castanhas de caju deixa-
das de molho em água por uma noite;
•1 colher de sumo de limão;
•½ xícara de extrato de Agave azul
orgânico;
•½ xícara de óleo de coco;
•1 colher de extrato de baunilha;
•500g de morangos.
Fonte de minerais, como ferro, cálcio, potássio e magnésio
Ingredientes para adornar:
Onde encontrar: Mundo Verde www.mundoverde.com.br
•200g de morangos.
Curiosidades
Agave é um gênero de plantas
suculentas da família Agavaceae,
originárias, sobretudo, do México,
e em menor grau dos Estados Unidos, América Central e América do
Sul. Existem catalogadas mais de
180 espécies, algumas das quais
largamente cultivadas, como o
Agave Sisalana (para produção de
Sisal), Agave Tequilana (produção
de Tequila), Agave Americana e
Agave Attenuata (ambas para fins
ornamentais).
Utensílios:
•Centrífuga ou liquidificador;
•Forma com diâmetro de 15 cm.
Modo de Preparo:
•No
liquidificador, processar todos
os ingredientes para a base até obter uma pasta;
•Dividir a massa em duas partes iguais;
•Cobrir o fundo da forma com papel manteiga. Pôr a primeira parte
da massa na forma e, com a mão,
apertá-la para que grude e tome a
forma de bolo. Tirar da forma e separar também o papel manteiga.
Passar suavemente para um prato;
•Pôr a outra parte da massa no molde e apertá-la da mesma forma que
a primeira parte - esta massa deixa-se no molde;
•Guardar ambas as partes da massa
na geladeira;
•Em um liquidificador potente, colocar todos os ingredientes para o recheio - menos os morangos - e processar até obter um creme suave;
•Dividir o recheio em duas partes iguais;
•Dividir os 500g de morangos em
duas partes iguais. Cortar a primeira
metade dos morangos em pedaços
pequenos - mais ou menos de 1cm;
•Misturar esses morangos com a primeira parte do recheio;
•Colocar esse recheio na forma sobre a primeira parte da base. Alisá-lo. Guardar no congelador;
•Colocar a outra metade dos morangos no liquidificador e batê-los
bem. Adicionar a outra metade do
recheio e continuar batendo até
obter um creme homogêneo;
•Tirar a forma (com a primeira parte da base e com a primeira parte
do recheio) do congelador (o ideal
é ter o creme já congelado). Tirar a
outra parte da base da geladeira.
Colocá-la suavemente na forma sobre a primeira parte do recheio;
•Colocar a outra metade do recheio
no molde sobre a outra parte da
base. Alisar com uma espátula.
Guardar no congelador;
•Tirar do congelador 15 minutos antes de consumir e adornar com os
morangos. Depois de alguns minutos após tirá-la do congelador, já se
pode cortar com uma faca molhada em água quente. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 39
Fonte: http://revolucaodacolher.org/torta-crudivora-de-morangos/
Receitas com Xarope de Agave
Como edulcorante (adoçante) - Para
adoçar 250 ml de suco, substitua
uma (1) colher de sopa de açúcar
(15g) por uma (1) colher de sobremesa de extrato de agave (10g).
mercado
culinária
Ninho de lagosta
ao molho de limão
O segundo domingo do mês de agosto já tem receita
certa. Em homenagem ao Dia dos Pais, a MERCADO com a
colaboração da Selmi - detentora das marcas Renata e Galo
- apresenta um macarrão especial com conhaque e limão.
lagem. Corte a lagosta em cubos e salteie no azeite até que doure. Flambe no conhaque e reserve.
Ajuste o sal.
Ingredientes
• 1 pacote de macarrão (Renata Superiore) tipo tagliarini (500g)
• 500 g de carne de lagosta
• 2 colheres (sopa) de azeite extra virgem
• 4 colheres (sopa) de conhaque para flambar
• 4 limões médios (suco)
• 1 xícara (chá) de vinho branco
• 2 caixas de creme de leite
• 1 colher (chá) de sal
• Rodelas e raspas de limão para decorar
Modo de preparo
• Cozinhe a massa conforme as instruções da emba-
Molho
• Leve ao fogo o limão e o vinho e deixe ferver até que
reduza à metade. Junte o creme de leite e as raspas de
limão. Ajuste o sal. Sirva porções individuais de massa,
molho e lagosta decoradas com rodelas de limão.
Dica
• Se preferir, substitua a lagosta por camarão.
Rendimento
• 5 porções.
Tempo de preparo
• 40 minutos.
Bom apetite!!! B
mercado
moda
Blazer preto é curinga
no guarda-roupa
masculino
Da Redação
N
ão é uma questão de
estilo. O blazer, hoje,
é uma peça curinga e
fundamental no guarda-roupa de qualquer
homem. Com a tecnologia usada em
favor da moda, novos tecidos mais
maleáveis e confortáveis e cortes
que agradam a todos os gostos, o
blazer passeia entre a informalidade e a casualidade, podendo transformar completamente o visual de
quem o veste.
Nas estações mais quentes,
pode-se usar a peça e abusar dela,
mesmo sendo preta. O segredo está
na escolha do tecido. Um algodão
leve pode ser a solução. Em épocas
frias, lã, brim e veludo aquecem e
dão charme.
Se usado com calça jeans e camiseta branca, o blazer preto pode
ter sua manga levemente arregaça-
da e denotando um visual elegante
e básico. Mas, se as mangas voltam
ao comprimento do pulso, a roupa
torna-se clássica, conforme explica
o consultor de moda da Convicto,
Mário Costa.
Mas o blazer preto também
pode vestir por baixo uma camisa polo. “Nesse caso, é preciso um
pouco de cuidado. Melhor escolher
uma camisa lisa e sem brasões”,
completa Costa.
Compondo um visual menos
despojado, fica perfeito com uma
calça chino cáqui. Essa combinação
remete à elegância, porém mantendo a informalidade. “Vestido assim,
o homem está perfeito para ir a almoços e jantares de negócios”, afirma Costa.
O corte escolhido deve ser o
clássico, aquele que mais se aproxima da parte superior do terno. Esse
corte é facilmente adaptado a todos
os estilos e não anda atrelado a apelos fashions. B
O consultor de moda
Mário Costa explica
que se as mangas do
blazer preto voltam ao
comprimento do pulso, a
roupa torna-se clássica
42 | Revista MERCADO | Edição 52
mercado
moda
Juliana Paes volta às
campanhas da Hope
Atriz entra para substituir a top model
Gisele Bündchen, que vai se dedicar à própria
linha de roupas íntimas - a Gisele Bündchen
Brazilian Intimates
Da Redação
A
empresa brasileira HOPE,
do segmento de lingerie,
acaba de anunciar que a
atriz Juliana Paes, que já
estrelou as campanhas
da marca nos anos de 2008 e 2009,
volta a protagonizar as campanhas da
empresa. “A personalidade da Juliana
tem muito a ver com as nossas clientes: são mulheres autênticas, sedutoras e com alto astral”, diz a diretora de
marketing da Hope, Sandra Chayo.
As fotos da campanha são assinadas pelo fotógrafo Bob Wolfenson
e a beleza por Max Weber. “Estou
muito feliz de trabalhar com a HOPE
de novo. Adoro as peças da marca e
as campanhas, que sempre valorizam as mulheres brasileiras”, diz
Juliana Paes.
44 | Revista MERCADO | Edição 52
A nova campanha, idealizada
pela agência Giovanni+Draftfcb, tem
como mote “Hope. Bonita por Natureza. Assim como a Juliana Paes e você”.
A atriz substitui a top model Gisele
Bündchen, que após dois anos como
protagonista das campanhas da Hope
vai se dedicar agora às campanhas
da própria linha de roupas íntimas, a
Gisele Bündchen Brazilian Intimates,
que é produzida e distribuída pela Hope.
Hoje são mais de 80 lojas Hope em
todo o Brasil e no exterior. A rede conta
com duas unidades em Portugal, duas
em Israel e uma na Argentina. Além das
lojas de marca própria, a empresa também atua no comércio eletrônico por
meio do site www.hopelingerie.com.br
e fornece para varejos multimarcas
no Brasil e no exterior. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 45
mercado
turismo
Bariloche - Quando
o destino surpreende
até os mais exigentes
O destino é o mais procurado pelos brasileiros na temporada
de inverno, tanto que a Emprotur espera receber 40 mil brasileiros
entre junho e agosto de 2012
Da Redação - Fotos Divulgação
Bariloche é um destino escolhido
por muitos turistas no inverno
por conta da neve e, também,
por oferecer diversas outras
atrações A
46 | Revista MERCADO | Edição 52
mercado
U
turismo
ma região encantadora e com paisagens
exuberantes. Assim se apresenta San Carlos de Bariloche, destino preferido entre os
brasileiros quando o assunto é neve, além
de possuir outras atrações secundárias,
como atrativos turísticos, badalação e gente bonita.
Neste ano, a cidade promete surpreender ainda mais,
devido às inúmeras melhorias e grandes investimentos
financeiros que foram realizados na região, em resposta à temporada passada, que foi devastada pelo vulcão
chileno, Puyehue.
Para aqueles que tiveram que trocar a temporada de
neve por algum outro local exclusivo no mundo, a dica é
retornar para o frio argentino e apreciar o que Bariloche
tem de melhor. Rapidamente podemos listar algumas
vantagens, como os maravilhosos resorts, a gastronomia
e a enogastronomia, as atrações de compras e os inúmeros roteiros turísticos para quem gosta de neve e outras
modalidades esportivas.
Uma verdadeira paixão para o povo brasileiro, a arte
de comer, de compartilhar com os amigos e apreciar uma
nova gastronomia está presente o tempo todo em Bariloche. Faz parte da rotina sair para comer nos melhores
restaurantes, experimentar sabores e se surpreender
com novidades. Entre as delicias locais indicadas, estão
as carnes de caça, variados queijos e frutas vermelhas,
além do tradicional cordeiro patagônico.
Vale um destaque o tradicional chocolate de Bariloche,
conhecido como um dos melhores do mundo. Além disso,
a cidade possui a maior quantidade de chocolaterias por
habitante do planeta. Diante de tanta variedade de doces
sabores, a ordem é se esbaldar sem culpa, afinal, no frio
que quase chega abaixo de zero, gastamos muito mais calorias somente para nos manter aquecidos, uma boa desculpa para não se preocupar com as calorias extras.
Acompanhando a fartura gastronômica, ainda temos
os vinhos nacionais, ou seja, os vinhos argentinos, de excelentes safras e muitos exportados. O vinho é a bebida
mais consumida na região, com certeza, porém, o que
muitos não sabem, é que existe outro tipo de bebida que
vem atraindo a atenção de apreciadores e conhecedores
de várias partes do mundo: nesse caso, estamos falando
da cerveja - outra paixão brasileira. Em Bariloche existe
uma série de produtores que fazem cerveja artesanal.
Inclusive existe um tour exclusivo pelas fábricas, e com
certeza vale o passeio.
Movimento não para
Bariloche é emocionante, hospitaleira e muito romântica. Por lá, nunca falta o que fazer. Existem atividades programadas para o ano todo, não somente para a
temporada de neve, que dura de junho a agosto. Além
das montanhas, onde se pode praticar esqui e snowboard (Cerros Catedral e Otto, onde se pode praticar esqui
cross-country e passeio de trenó. Outra opção maravilhosa é simplesmente jogar ou se divertir no esquibunda),
48 | Revista MERCADO | Edição 52
também se destacam o Parque Nacional Nahue l Huapi,
a travessia dos lagos andinos até o Chile, a Isla Victoria
(no lago) e o Circuito Chico (com 65 km de extensão). Há
aulas de esqui para pessoas de todas as idades. Também
há a opção de se fazer um belíssimo passeio de Maria Fumaça, tendo a Cordilheira dos Andes como cenário.
Para os interessados em turismo de aventura, há uma
infinidade de opções para toda a família: rafting, prática
da descida em corredeiras d’ água, sempre em equipe,
com três opções de percursos: dois do Rio Manso e um
no Rio Limay; cavalgadas maravilhosas por cenários incríveis; parapente, que é semelhante à asa-delta e ao paraquedas, com a vantagem de não necessitar de nenhuma
experiência ou treinamento físico; e ainda ciclismo de
montanha com percursos variados, no gelo escalada e no
lago mergulho; além de passeios de trenó com diferentes
graus de dificuldade.
Para receber os turistas com qualidade, conforto,
diversão e sofisticação, foram investidos mais de US$55
milhões em infraestrutura e novas atrações. Entre as
novidades da cidade, é importante destacar alguns empreendimentos imobiliários, a adequação e a reforma
dos equipamentos de esqui em Cerro Catedral, e o mais
importante: a reestruturação do Aeroporto Internacional.
Com esse ultimo investimento realizado, o Aeroporto
tornou-se o mais moderno e equipado da América Latina, aguardando receber somente durante a temporada
mais de 150 voos do Brasil para Bariloche.
Esqui para todas as idades
Bariloche é hoje o destino mais procurado para prática de esqui durante a temporada de inverno na América
do Sul. Com suas belezas naturais e paisagens deslumbrantes, a cidade é emocionante, hospitaleira e romântica. Além das montanhas onde se pode praticar esqui e
snowboard (Cerro Catedral) destacam-se o Parque Nacional Nahuel Huapi, a travessia dos lagos andinos até o
Chile, Isla Victoria (no lago) e os percursos turísticos chamados Circuito Chico e Circuito Grande. Há aulas de A
mercado
turismo
esqui para pessoas de todas as idades.
O Cerro Catedral, considerado o maior e mais desenvolvido centro de esqui do Hemisfério Sul, recebeu
um investimento de US$ 10 milhões em melhorias
para a temporada de inverno 2012, entre elas aquisições de novas máquinas, melhoria na sinalização, novos obstáculos, prevenção de avalanches, ampliação
dos acessos aos meios de elevação, funcionamento
sem interrupção por conta do vento e manutenção das
pisapistas e caminhonetes.
O Catedral é caracterizado por suas inigualáveis paisagens, que abrangem os lagos, vales e montanhas nevadas do Parque Nacional Nahuel Huapi, chegando até a
Cordilheira dos Andes, com mais de 70 anos de história.
Hoje conta com a maior infraestrutura de meios de elevação (com capacidade de transportar 35 mil pessoas por
hora), com mais de 120 quilômetros de pistas e caminhos
com infraestrutura de nível internacional.
Outro famoso e muito procurado é o Circuito Chico,
normalmente o primeiro para quem desembarca na região. Do centro da cidade (de carro) percorre-se 65 quilômetros até a Villa Llao Llao. No caminho, há uma parada
no Cerro Campanário, uma das sete melhores vistas do
mundo, de acordo com a revista americana “National
Geographic”. Ali há oito belíssimos mirantes. Se existir
alguém para explicar onde fica o oeste, talvez aviste o
Chile, uma cadeia de montanhas nevadas atrás de outra
cadeia de montanhas com lagos entre elas.
Além disso, opções para toda família não faltam,
como o Centro de Ski Nordico, que oferece a combinação
perfeita entre esporte e natureza, uma modalidade ideal
para todos praticarem. Permite ao esquiador mover-se
por todo o tipo de terreno, com subidas, descidas e planos. Caminhadas guiadas com raquetes de neve também
são oferecidas. E tem ainda o Piedras Blancas, complexo
que conta com 3 mil metros de pistas exclusivas para trenós e meios de elevação para 1.200 pessoas, algo único
na América do Sul e feito para toda a família. Entre as atividades oferecidas estão a escola de esqui e a possibilidade de ter aulas de snowboard.
O Cerro Oto é um verdadeiro centro recreativo de inverno, pois além do complexo do Teleférico, é rodeado
de lojas e da cafeteria giratória. No Vale do Chall Huaco
encontra-se o refúgio Neumeyer, onde no inverno se praticam muitas atividades na neve. A mais conhecida é a
caminhada com raquetes pelos chamados bosques de
lengas, de manhã e de noite. Já no Cerro Lopez pratica-se Canopy, o arborismo na neve. São muitas as opções,
todas a poucos minutos do centro de Bariloche. (Mais
informações sobre o destino pelo site: www.barilochepatagonia.info)
Aventure-se em Bariloche: adrenalina e renovação
em meio à natureza
Nada de neve, estações de esqui ou pranchas de
snowboard. Apesar do estereótipo gelado já criado em
cima de San Carlos de Bariloche, na Argentina, cidade
popularmente conhecida apenas por seu “sobrenome”,
há pontos fortes do destino que vão muito além do frio.
Pouco se sabe a respeito no Brasil, mas os esportes invernais são, na verdade, apenas uma importante parcela da
infinidade de atividades oferecidas na região.
Em meio a paisagens impactantes, quem visita Bariloche tem contato direto com a natureza limpa e pura,
cenário perfeito para aproveitar momentos de fuga das A
mercado
turismo
grandes cidades. Entretanto, além da sensação de paz, é
possível sentir adrenalina se o desejo for investir nessa
proximidade de uma maneira mais agitada, proporcionada pelos esportes de aventura e a grande oferta de excursões e passeios.
Entre as opções estão o rafting, o trekking, o arvorismo, o caiaque, o parapente, o canoismo e algumas
atividades mais calmas, como trilhas a cavalo e pesca.
As outras estações também são chamativas por detalhes peculiares: o outono traz paisagens estonteantes,
com montanhas ocres e avermelhadas. O inverno, que
vai de junho até setembro, é a conhecida estação da
neve, com esportes que vão além do esqui, destinados
a toda família.
Agora, com o slogan “Quero estar aí!”, Bariloche inicia
um trabalho que tem por objetivo atrair brasileiros durante todo o ano à região. A expectativa é de que, nos
próximos três anos, mais de 100 mil viajantes oriundos
do Brasil desfrutem de outras atrações e roteiros, em um
destino colado no Brasil que não é só neve.
É tempo de Bariloche!
A partir de R$ 1.988 por pessoa em apartamento duplo, com passagem aérea, é possível desfrutar por três noites
das belezas naturais e das aventuras da cidade de Bariloche. As operadoras oferecem ainda café da manhã e traslado regular Aeroporto / Hotel / Aeroporto. Confira alguns pacotes:
Bariloche e Buenos Aires - Flot Operadora
Hotel: Crans Montaña e Aspen Suítes
Duração: 7 noites (3 noites em Buenos Aires e 4 em Bariloche)
Regime: café da manhã
Valor: a partir de US$ 1.999 por pessoa em apartamento duplo
Inclui: aéreo bloqueio (ida e volta com saída de São Paulo), traslados, visita panorâmica e assistência cartão
Saídas: 8 de Julho
Reservas: www.flot.com.br - (11) 4504-4544
Bariloche - Temporada de Inverno - Agaxtur Turismo
Duração: 7 noites
Saídas: 23 de Junho a 18 de Agosto 2012
Valor: a partir de R$ 3.090 por pessoa em apartamento duplo
O que inclui: passagem aérea São Paulo / Bariloche / São Paulo em voo fretado e exclusivo - classe econômica; 07
noites de hospedagem no Hotel Hosteria Aitue em BARILOCHE, com café da manhã; traslados Aeroporto / Hotel /
Aeroporto; passeio ao Circuito Chico (com ingresso ao Cerro Campanário) + Cerro Catedral (sem ingresso aos meios
de elevação) (exceto para hospedes do Hotel Llao Llao, Catedral e Pire Hue ); 5 dias de aluguel de roupa especial
para neve; assistência permanente do escritório local da operadora com guia AGAXTUR; Seguro Cancelamento com
Proteção Viagem Travel Ace (consulte condições de seguro).
Reservas: www.agaxtur.com.br - (11) 3067.0900
Bariloche Promoção Aerolineas - Agaxtur Turismo
Duração: 4 noites
Saídas: até 1º de dezembro
Valor: a partir de R$ 1.988 por pessoa em apartamento duplo
O que inclui: Passagem aérea São Paulo / Bariloche / São Paulo via Buenos Aires com Aerolineas Argentinas em
voos regulares; 4 noites de hospedagem no Hotel Crans Montaña com café da manhã; traslado Aeroporto / Hotel /
Aeroporto; passeio regular ao Circuito Chico sem ascensão (exceto para hóspedes do hotel Llao Llao) e Isla Victoria Arrayanes; traslados de conexão em Buenos Aires; Seguro Cancelamento com Proteção Viagem Travel Ace (consulte
condições de seguro).
Reservas: www.agaxtur.com.br - (11) 3067.0900
Bariloche - Maktour Turismo
Duração: 7 noites
Saídas: 21 e 28 de julho e 4 de agosto
Valor: a partir de US$ 2.303 por pessoa em apartamento duplo
O que inclui: passagem aérea Rio de Janeiro/ Bariloche/ Rio de Janeiro com Aerolineas Argentinas em voos regulares; 7 noites de hospedagem no Llao Llao Resort Golf - Spa com café da manhã e assistência viagem
Reservas: www.maktour.com.br - (11) 3818.2222 B
mercado
turismo
Rio Quente Resorts
é também esportes
O maior complexo de águas quentes da América Latina tem investido
com frequência em sediar eventos esportivos, facilitando assim cada
vez mais a internacionalização de sua marca
Por Layla Tavares *
O
s eventos esportivos têm sido a janela
para o mundo do Rio
Quente Resorts. Eleito
o Top Of Mind Resort
de Campo - o mais lembrado da categoria em 2011 -, o maior complexo
de águas quentes da América Latina
investe e amplia as ações esportivas
tradicionalmente desenvolvidas em
suas instalações e ganha destaque
54 | Revista MERCADO | Edição 52
internacional. Neste ano, apenas
dois eventos - o I Algar Telecom Rio
Quente Resorts ATP Challenger Tour
e a Copa América de Beach Soccer
- reuniram cerca de 7 mil pessoas e
atraíram a atenção da mídia esportiva para o complexo, que fica a 200
quilômetros de Uberlândia.
Segundo o diretor executivo
de Experiência e Operações do Rio
Quente Resorts, Ronaldo Pacheco,
os eventos esportivos realizados
no complexo são parte importante
da consolidação crescente da marca, além de representarem uma
oportunidade de novas parcerias
e negócios. “Esses eventos visam a
atrair a mídia e a levar a marca do
Rio Quente Resorts internacionalmente, mas aliamos a isso ações
paralelas de relacionamento com
os nossos clientes”, afirmou.
O evento mais recente, o I Algar
Telecom - Rio Quente Resorts ATP
Challenger Tour, que substituiu o
future masculino Tennis Classic Rio
Quente Resorts -, elevado à categoria Challenger após 13 edições no
complexo, aconteceu entre os dias
5 e 12 de maio. O torneio internacional de tênis reuniu competidores de nove países e foi transmitido
ao vivo pelo site da Associação dos
Tenistas Profissionais (ATP). “É uma
projeção internacional extremamente relevante, que eleva a credibilidade do Rio Quente Resorts, um
dos únicos resorts aptos a receber
um evento esportivo desse porte”,
afirmou o diretor de Experiência,
Marketing e Vendas do complexo,
Manoel Carlos Cardoso.
A Copa América de Beach Soccer, realizada em março na Praia do
Cerrado, foi outro grande evento
de destaque internacional. Transmitida ao vivo para 196 países pela
Rede Globo e Sportv, a competição
reuniu as seleções da Argentina,
Brasil, Estados Unidos e México.
I Algar Telecom Rio
Quente Resorts ATP
Challenger Tour
Atletas de 9 países
A Copa América de Beach
Soccer reuniu seleções dos
Estados Unidos, México e
Argentina, além do Brasil
Rio Quente Cristal
Resort: complexo
ganha hotel premium
O Rio Quente Cristal Resort,
inaugurado em março deste ano,
é o primeiro hotel premium do
complexo. Com 196 apartamentos
e 22.750 m², o resort tem a água
como elemento central. “Valorizamos a inovação e o refinamento
em cada detalhe”, afirmou o diretor de Experiência, Marketing e
Vendas, Manoel Carlos Cardoso.
O paisagismo é do consagrado Benedito Abbud, que encanta
com o Atrio Viridis - o maior jardim suspenso de um resort brasileiro. O novo hotel também preza
pela sustentabilidade. “A água é
aquecida com sistema solar e empregamos a tecnologia LED na iluminação, reduzindo custos energéticos”, disse Cardoso.
Com o Rio Quente Cristal, o
complexo atinge a marca de 1,2
mil apartamentos.
Novidades sempre
O número de acomodações ainda
deve crescer nos próximos anos: está
prevista para 2015 a inauguração de
um novo hotel. De acordo com o diretor de Experiência Executivo, Francisco Costa Neto, de 2007 a 2017 os
investimentos no complexo devem
somar R$ 402 milhões. A verba contempla ainda a construção da Hot
City, centro de entretenimento noturno sob o mesmo conceito de complexos, como a Universal e a Downtown Disney, em dezembro de 2014, e
o Centro de Convenções, em 2015. B
Transmissão ao vivo pelo site da
ATP
US$ 35 mil em prêmios
Campeão de simples: Guilherme
Clezar
(somou 80 pontos no ranking
mundial)
Campeões de duplas: Marcel
Felder e Guido Andreozzi
(somaram 48 pontos no ranking
mundial)
Copa América de Beach
Soccer
Quatro seleções
Transmissão ao vivo para 196
países pela Rede Globo e Sportv
Rio Quente Cristal Resorts: puro luxo no coração do cerrado
brasileiro
* A jornalista viajou a convite do Rio Quente Resorts
Revista MERCADO | Edição 52 | 55
mercado
veículos
300C chega
botando banca
Novo Chrysler é lançado oficialmente no
Brasil, custando a partir de R$ 179.900
Por Evaldo Pighini Fotos: Fernando Bicudo
P
ara quem gosta de espaço,
conforto, desempenho e
exuberância, o 300C da
Chrysler é o carro. A Revista MERCADO acelerou essa
máquina a convite da montadora no
trecho entre São Paulo/Guarujá/São
Paulo, e o mais difícil nesse desafio
foi ter que sair do carro ao final do
56 | Revista MERCADO | Edição 52
teste. Mas, é a vida de jornalista que
segue, afinal não é qualquer profissional da área que pode desembolsar R$ 179.900 pelo 300C, preço
inicial do carro. Porém, se for para
avaliar os concorrentes diretos, o
300C vale literalmente quanto pesa,
ou melhor, o que se pede por ele.
O 300C é um símbolo da marca
Chrysler. Produzido desde 1955, o
modelo volta a ser comercializado
no Brasil depois de alguns anos de
ausência. Sob nova leitura, o carro chega ao país com o objetivo de
abocanhar clientes de outras marcas, como Audi A4, Ômega e Genesis, entre outros.
Com relação ao preço, os R$
179,9 mil ficam acima dos valores
cobrados pelo Mercedes-Benz Classe C e o BMW Série 3, mas abaixo de
outros representantes da categoria
do Chrysler, como o Mercedes-Benz
Classe E (com quem divide plataforma) e o BMW Série 5.
O novo 300C, que deixou de ser
comercializado no Brasil há mais de
dois anos, sofreu algumas mudanças
depois da aquisição do grupo americano Chrysler por parte da Fiat, e
deixou de lado o design dos carros
antigos para assumir linhas mais modernas e imponentes que, diga-se de
passagem, valeram a pena.
Entre as principais mudanças,
com relação ao modelo 2005, está o
novo trem de força Pentastar V6 de
3,6 litros, que despeja 286 cv de potência. São 37 cv de força a mais que
a versão anterior.
Além disso, para acompanhar a
evolução do propulsor, a transmissão
do carro também sofreu alterações.
Agora, o 300C conta com câmbio
automático de cinco velocidades A
Revista MERCADO | Edição 52 | 57
mercado
veículos
Impressões ao dirigir
e transmissão E-Shift de oito marchas. Impressionante é que mesmo
com esses novos atributos, o modelo chega a alcançar o consumo de 8
km/l na cidade e 13 km/l na estrada.
Vale destacar que, apesar de ter um
motor de alta potência, o isolamento
acústico do veículo é muito bom. E
na estrada, mesmo com o carro a 120
km/h, o giro do motor não ultrapassa a impressionante média de 1.500
rpm. No quesito segurança, o 300C
traz airbags frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina, e mais controle
de estabilidade e ABS.
Conforto a bordo
Para completar as alterações
no motor e no câmbio, o sedã conta com auxílio de estacionamento
dianteiro e traseiro, ar-condicionado
“dual-zone” automático, bancos
dianteiros com ajustes elétricos,
apoio lombar, ventilação e aquecimento, bancos traseiros aquecidos,
computador de bordo com dezenas
de funções e informações sobre o
funcionamento do carro, coluna de
direção com regulagem elétrica de
altura e profundidade, controles do
sistema de áudio no volante, controle de velocidade de cruzeiro integrado ao volante, espelhos retrovisores
com luzes direcionais integradas,
rebatíveis eletricamente, aquecidos,
memorizados e antiofuscantes, limpadores de para-brisa com sensor de
chuva, memória para os ajustes do
banco do motorista, retrovisores e
rádio, pedais reguláveis eletricamente, com memória, persiana traseira
com acionamento elétrico, porta-copos dianteiro climatizado, sistema de entrada e partida sem chaves
Enter’N GO, teto solar panorâmico
duplo, frente/traseira e volante revestidos de couro e imitação de madeira com aquecimento.
Estilo
Na parte de fora, o Chrysler 300C
2012 ganhou uma nova grade, que
apresenta sete lâminas cromadas
que remetem ao novo logotipo da
montadora. Os faróis possuem de58 | Revista MERCADO | Edição 52
senho marcante e são formados por
refletores bi-xenônio adaptativos e
LEDs em forma de “C”, empregando
ao sedã uma identidade própria. Já o
para-brisa foi inclinado para trás em
7,5 cm, o que melhorou a aerodinâmica, enquanto a visibilidade aumentou em 15% com as colunas “A” mais
finas. Os grandes para-lamas dianteiros que sobem do capô esculpido
até a traseira descem até as lanternas
traseiras verticais redesenhadas. O resultado é uma silhueta inconfundível,
uma das assinaturas do modelo. Os
faróis de trás também contam com
LEDs para reforçar o tratamento de
joia à peça e dar uma presença noturna atraente. O visual traseiro é completado com toques mais agressivos,
a exemplo do defletor integrado à
tampa do porta-malas e das duas
ponteiras ovais de escapamento.
No interior, tudo foi redesenhado, para oferecer um estilo mais
sofisticado e acabamento sensivelmente melhor. Além do revestimento de couro natural e perfurado, foram empregadas superfícies suaves
ao toque. A iluminação azul-safira
dos mostradores do novo quadro
de instrumentos é uma atração à
parte. Completa o conjunto o LCD
de 3,5’ polegadas do computador
de bordo, com dezenas de funções
do veículo.
A tecnologia também está presente na central multimídia instalada
no centro do painel. Com tela de 8,4’,
é possível controlar o sistema Uconnect™ Touch, o CD, o DVD e o MP3,
além do navegador GPS integrado, da
Garmin. O sistema de som é Alpine e
conta com dez alto-falantes, inclusive
com Subwoofer. O sistema multimídia
permite também conectar dispositivos
com tecnologia Bluetooth. Também é
possível colocar aparelhos como iPod,
iPhone e iPad no Uconnect™.
Durante o teste que fizemos para
experimentar o 300C, dirigimos o
carro entre São Paulo e Guarujá (litoral). Ao longo do trajeto, pudemos
perceber que, digamos, a “tocada”
do veículo permite retomadas rápidas e seguras, e a posição L no
câmbio pode ser acionada numa
situação em que não se possa esperar pelo kickdown automático - na
verdade, ela serve primordialmente
para manter o trem de força em marchas baixas, garantindo maior controle em descidas prolongadas ou
terrenos escorregadios. Entretanto,
sem trocas sequenciais.
A condução do 300C aparentemente também ficou mais suave,
com pouca vibração na cabine transferida pelo terreno. Cabe ressaltar
que o carro foi testado em rodovia
de piso bom. Talvez, por isso, o silêncio interno elogiado anteriormente.
Durante o teste, não houve oportunidade de experimentar a sensação
de viajar no banco de trás, mas, segundo opinião de um jornalista que
o fez, o espaço é excelente e oferece
muito conforto, que pode ser proporcionado “apenas por um entre-eixos de 3,05 metros”. B
Ficha técnica: Chrysler 300c 2012
Motor
Pentastar V6 3.6 de 24 válvulas
Potência
286 cv a 6.350 rpm
Torque
34,7 mkgf a 4.650 rpm
Consumo (urbano/rodoviário)
8,1/13,2 km/L
Câmbio
Automático de oito velocidades
Distância entre-eixos
3.052 mm
Comprimento
5.044 mm
Largura
1.902 mm
Altura
1.485 mm
Vão livre do solo
120,3 mm
Peso em ordem de marcha
1.814 kg
Tanque de combustível
72,2 litros
Porta-malas
462 litros
Revista MERCADO | Edição 52 | 59
mercado
econômica, trip-fuel - estimativa
de distância a percorrer com combustível na reserva -, marcador de
combustível em barras, indicadores de temperatura do líquido de
arrefecimento, seletor do modo de
potência (PMS) e modo de tração
(KTRC). Além das luzes indicadoras
de injeção, ABS e neutro. B
Foto: Divulgação
Kawasaki desembarca
no Brasil a Versys 1000
de instrumentos é completo, moderno e de fácil visualização. Apresenta conta-giros com mostrador
analógico e moderno display digital, com velocímetro, hodômetro total e parcial A e B, relógio,
computador de bordo e função
que mostra consumo instantâneo
e médio, indicador de pilotagem
Foto: Divulgação
km para encontrar um posto de
gasolina. A Versys 1000 percorre
a mesma quilometragem com um
tanque de 21 litros.
Com boa funcionalidade e ciclística para driblar o trânsito diário e encarar as estradas, a moto
traz um eficiente no para-brisa que
pode ser ajustado a qualquer momento sem a necessidade de ferramentas, bastando soltar com as
mãos as travas que o prendem.
Com assento em dois níveis,
acomoda e mantém o piloto no
lugar ao acelerar forte nas arrancadas, enquanto o garupa
poderá desfrutar o visual da estrada do alto de seu posto com
toda a segurança.
A precisão nas mudanças de direção, sua agilidade e facilidade de
manobrar provêm da estabilidade
que o chassi, de tubos duplos em
alumínio fundido, e o subchassi,
em treliça de aço, asseguram. Eles
são leves, com pouquíssimos pontos de solda para não perder a rigidez. A distância em relação ao solo
é de 155 mm.
O som do motor 4 cilindros em
linha de duplo comando no cabeçote (DOHC) e 16 válvulas denuncia
o poder que há em seus 1.043 cm³.
Alcançando torque máximo de
10,4 kgf. m (102 Nm) a 7.700 RPM
e com potência de 118 cv (86,8 kW)
a 9000 rpm, o motor é alimentado
pela injeção eletrônica Keihin.
Para completar a obra, o painel
Foto: Divulgação
Estradeira Versys 1000 apresenta
desempenho esportivo com
ciclística confortável como a de
uma touring
Foto: Divulgação
veículos
Maxtrail é equipada com motor de 118 cv e tem preços
a partir de R$ 49.900
Da Redação
R
eafirmando o compromisso com o consumidor brasileiro, a Kawasaki Motores do Brasil
(KMB) acaba de trazer
para o país o que há de mais novo
60 | Revista MERCADO | Edição 52
em sua grade de produtos. Isso
pouquíssimos meses após a apresentação mundial do modelo no
Salão de Milão. Estamos falando da
maxtrail Versys 1000.
A Versys 1000 vem com a pro-
posta principal da realização de
longas viagens. Sua autonomia é
muito boa comparada à de suas
concorrentes, como a Yamaha XT
1200Z Super Ténéré, que tem um
tanque de 23 litros e percorre 400
Revista MERCADO | Edição 52 | 61
mercado
empresas&empresários
consumidor. Nossa meta é superar
as expectativas dos nossos clientes
e consumidores e ser referência de
mercado na produção e comercialização de tomates, tendo como premissas: inovação, qualidade, transparência, confiabilidade e serviço”,
diz Edson Trebeschi.
Ele atribui o crescimento da empresa à constante preocupação com
a transparência, a honestidade e a
ética nas relações com parceiros, fornecedores, clientes, colaboradores e
governo, bem como com a busca incessante da qualidade dos produtos.
A sede da Trebeschi em Araguari, no Triângulo Mineiro
Preocupação total - com o meio ambiente e o social de funcionários
Tecnologia e
sustentabilidade
alimentando gente
Foto: Divulgação
Edson Trebeschi é presidente
da Trebeschi Tomates, uma das
maiores empresas de produção
e comercialização de tomates
no Brasil
Por Renata Saud
F
ornecer aos clientes produtos com excelência de
qualidade,
selecionados
eletronicamente e cultivados com as mais avançadas
tecnologias de produção disponíveis no mercado e, acima de tudo,
com a máxima atenção à segurança
e à responsabilidade com o meio
ambiente. Foi com esses princípios
que a empresa Trebeschi Tomates
foi fundada, em 1994, por Edson Trebeschi, presidente da empresa.
A empresa nasceu e cresceu
como prestadora de serviço na comercialização de tomates, e é, hoje,
considerada uma das maiores do
ramo no Brasil, com produção pró-
62 | Revista MERCADO | Edição 52
pria e parceria com produtores associados em Goiás, Minas Gerais, São
Paulo e Santa Catarina.
A Trebeschi atua em toda a cadeia produtiva, desde a seleção das
sementes, passando pela semeadura em viveiros tecnificados com
acompanhamento técnico em que
os recursos naturais são utilizados
apropriadamente, atendendo às exigências dos órgãos competentes.
No cultivo, a empresa atua diretamente nas plantações, com recursos agronômicos e tecnológicos, o
que garante um manejo seguro nas
plantações e o melhor cuidado no
manuseio dos frutos.
No Packing House, a qualidade
do produto é o principal objetivo.
Para alcançá-la, os colaboradores
manuseiam a máquina de seleção
eletrônica dos tomates, classificando-os por diâmetro, peso e cor, fazendo com que o tomate Trebeschi
chegue à mesa do consumidor com
sabor e sanidade, garantindo assim
qualidade inigualável.
Com plantações em regiões distintas - Triângulo Mineiro, Goiás,
São Paulo e Santa Catarina -, a empresa fornece tomates de alta qualidade durante todo o ano. “Estamos
próximos de nossos clientes, o que
favorece o fornecimento do melhor alimento com o frescor natural
direto do campo para o mercado
A Trebeschi reconhece a importância de zelar pela origem da
matéria-prima com o uso consciente das águas legalizadas através do
sistema de gotejamento, o manejo
seguro de agrotóxicos, bem como
com o processo de licenciamento
das áreas produtivas.
A empresa prioriza a permanência e a solidificação do seu negócio,
através da sobrevivência do meio
ambiente, da qualidade de vida
das pessoas e da oferta de produtos saudáveis durante o ano todo,
mantendo o cuidado permanente
do solo e das águas nos períodos de
safra e entressafra.
É com a mesma preocupação
na preservação do meio ambiente
que a empresa vê a importância de
seus colaboradores para o sucesso
dos negócios. “Acreditamos na capacidade de transformar a realidade
através da energia de nossos colaboradores. Nosso maior investimento
tem sido em capital humano. Somos
uma empresa jovem e de sucesso, e
temos como lema ensejar o sucesso
de todos os nossos colaboradores e
parceiros de trabalho, tendo sempre
a convicção de que a ética, a transparência e a honestidade em nossas
ações inspiram relações duradouras
e satisfatórias para todos.
A Trebeschi conta com profissionais altamente qualificados e treinados, devidamente protegidos com
modernos equipamentos de proteção individual, atendendo às normas de segurança do trabalho. “Um
dos nossos pilares institucionais é a
valorização do ser humano, por isso
oferecemos condições seguras de
trabalho e tecnologia de ponta para
atingir a máxima profissionalização”.
Tecnologia ajuda a Trebeschi a sustentar crescimento
Desde 2005, a Trebeschi vem contanto com o apoio de um sistema de
gestão da Sankhya, empresa uberlandense desenvolvedora de softwares
que fornecem soluções de gestão
empresarial para gerir seus negócios.
O know-how da Sankhya nessa
área e os diversos cases de sucesso que a empresa coleciona junto
a clientes motivou a escolha da Trebeschi pelo sistema. “Diversos fatores
pesam na decisão e na escolha de um
software de gerenciamento, entre
eles a percepção da confiança que a
empresa nos passa. Analisamos várias
empresas e a Sankhya supriu essa expectativa”, afirma Edson.
Na época em que adquiriu o sistema, a necessidade crucial da Trebeschi era controlar custos, despesas e
receitas. “Como somos uma empresa
de agronegócios, que engloba produção, comercialização e transporte de
produtos in natura, necessitamos de
controles adequados e imediatos para
tomadas de decisões diariamente”.
Com a implantação do sistema, a
empresa integrou todas as áreas e passou a controlar em tempo real os processos dos vários setores: Financeiro,
Comercial, Produção, Cotação, Pessoal, Contabilização, Patrimonial, Livros
Fiscais, Metas e Controle Orçamentário e Configurações. “Sem dúvida,
a geração de indicadores e relatórios
e o gerenciamento das informações
dessas áreas é o maior benefício que
qualquer negócio pode ter com a utilização de um software. Quando temos
informações, temos como tomar decisões mais acertadamente e planejarmos o futuro da empresa”.
Como exemplo, o executivo cita
o direcionamento de investimentos em determinado projeto, como
também a desistência de projetos
agrícolas que através dos controles
de custos gerados pelo sistema mos-
traram-se inviáveis.
A Trebeschi também investe na
formação e na certificação de seus
colaboradores para a perfeita utilização do sistema. Todos os usuários
que utilizam o software passam por
um período de treinamento via EAD
oferecido pela empresa de software.
“Com isso, não precisamos deslocar
os funcionários, o que reduz muito
os custos. Além do mais, a empresa
consegue otimizar sua utilização e
potencializar os benefícios de se ter
informações sobre os processos para
tomadas de decisão.
Edson Trebeschi conta que a tecnologia tem contribuído para melhorar a gestão da empresa. “Estamos
sempre buscando inovação e aprimoramento tecnológico, e certamente
esse nosso investimento tem contribuído para que continuemos crescendo sem perder a qualidade dos produtos que oferecemos”, conclui Édson. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 63
mercado
coluna literatura
*Kenia Maria de Almeida Pereira é doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora
colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros
sobre literatura brasileira ([email protected])
Presidente Obama, o casamento
gay e a literatura brasileira
Por Kenia Maria*
O
único presidente do
mundo, que eu saiba,
que veio a público dizer que é a favor do casamento gay, ou união
homoafetiva, é o presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama.
Parabéns para ele!
Meus leitores fiéis, é preciso
ter muita coragem para fazer
um pronunciamento ao vivo na
televisão, dizendo ser a favor do
matrimônio entre duas pessoas
do mesmo sexo em ano eleitoral. Só o futuro dirá se essa ousadia dará ou não a Obama nova
vitória no terreno político. O que
importa hoje é que ele virou um
ícone do mundo gay, com direito a um arco-íris em forma de
auréola estampado na capa da
revista Newsweek.
Todos sabem do terrível
preconceito e da humilhação
pelos quais passam injustamente, em pleno século XXI, os
homossexuais. Penso que ninguém ignora mais o fato de que
64 | Revista MERCADO | Edição 52
vinte por cento da humanidade deseja alguém do mesmo sexo e que
a homossexualidade é tão antiga
quanto a vida humana. Mas, mesmo diante de toda informação dis-
Adolfo Caminha foi
o primeiro escritor
brasileiro a ter
coragem de publicar
um romance
de temática
homossexual (...)
em pleno
século XIX
ponível sobre o tema, o gay é alvo
de piadas sem graça, de risinhos
encostados e olhares desaprovadores. E mais: sabemos que ainda
há os homofóbicos, aqueles que
estão sempre prontos ou a berrar
uma lição de moral ou a empunhar
uma arma para agredir ou matar
quem tem prazer com pessoas do
mesmo sexo.
Leitores, atentem para esta terrível estatística: “O Brasil é o campeão
mundial de crimes contra LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais
- Travestis e Transgêneros entram
como significante dessa única letra “T”): um assassinato a cada dois
dias, aproximadamente 200 crimes
por ano”, alerta Luis Mott, antropólogo e fundador do GGB (Grupo
Gay da Bahia). Quem quiser saber
mais, acesse o link http://www.ggb.
org.br/dossier%20de%20assassinatos%20de%20homossexuais%20
em%202009.html
Reflitam sobre estes números alarmantes: 200 pessoas
são mortas no Brasil, por ano,
pelo simples fato de serem
homossexuais. Gente, vamos
acordar. O homem já foi à Lua,
a Marte, nós temos celulares e
computadores de última geração, implantamos corações
artificiais no peito de frágeis
crianças, robôs manejam centros cirúrgicos, o homem voa e,
em apenas oito horas, ele deixa
o Brasil e chega a Europa. Mas
os velhos e arraigados preconceitos acompanham grande
parte das pessoas, por mais
que elas estejam conectadas
com a mais complexa tecnologia. Daí porque a fala afirmativa do presidente dos Estados
Unidos pode ajudar muitos
casais gays, principalmente os
que adotaram crianças ou pensam
em fazê-lo. O pronunciamento de
Obama pode também ser um antídoto contra o bullying, sofrido por
crianças adotadas por casais em
união homoafetivas.
Lembrei-me agora de que o
escritor cearense Adolfo Caminha
foi o primeiro escritor brasileiro a
ter coragem de publicar um romance de temática homossexual.
E isso, meus leitores, em pleno
século XIX, em uma sociedade
muito mais conservadora e machista que a nossa deste século.
Em meio a censuras e escândalos, Caminha publicou, em 1895,
o romance O Bom Crioulo, apresentando a um público perplexo
uma história picante entre dois
marujos: Amaro e Aleixo. Vejam
que realmente é preciso ser “um
cabra sem medo” para narrar
um caso homoerótico entre marinheiros, enfrentar a Marinha e
escrever: “Ao pensar nisso, Bom
Crioulo sentia uma febre extraordinária de erotismo, um delírio
invencível de gozo pederasta...
Agora compreendia que só no
homem, no próprio homem, ele
podia encontrar aquilo que debalde procurara nas mulheres”.
(O Bom Crioulo)
Não podemos esquecer também de Aluisio Azevedo que, em
1890, publicou O Cortiço, no qual
a denúncia social sobre a favelização do Rio de Janeiro se mistura a
um encontro homoerótico entre
as lésbicas Pombinha e Léonie.
Nessa obra, o leitor enfrentará
passagens lascivas como estas:
“- Vem cá, minha flor!... disse-lhe,
puxando-a contra si e deixando-se
cair sobre um divã. Sabes? Eu te
quero cada vez mais!... Estou louca
por ti! E devorava-a de beijos violentos, repetidos, quentes, que sufocavam a menina, enchendo-a de
espanto e de um instintivo temor,
cuja origem a pobrezinha, na sua
simplicidade, não podia saber qual
era.” (O Cortiço)
Despeço-me, aqui, não sem antes recomendar vivamente a leitura
desses dois romances brasileiros do
período naturalista. Ambos abriram caminhos para que, mais tarde,
tivéssemos importantes autores
contemporâneos que explorariam
de forma mais complexa e inteligente a temática homoerótica em
suas narrativas. João Gilberto Noll,
Caio Fernando Abreu, João Silvério
Trevisan, são alguns dos escritores
brasileiros que não podem faltar
na nossa estante. Parece mesmo
que, se os discursos políticos podem mudar o mundo, a literatura
também não fica atrás, provocando e estimulando o debate sobre
“o amor que não ousa dizer o seu
nome”. Evoé, Oscar Wilde! B
mercado
profissões em filme
2 Coelhos
Por Kelson Venâncio*
66 | Revista MERCADO | Edição 52
*Kelson Venâncio jornalista e diretor do Cinema e Vídeo - www.cinemaevideo.com.br
S
e você é daqueles que têm
algum tipo de preconceito
contra filmes nacionais e
pensa que o cinema brasileiro ainda está atrasado no tempo e fica bem longe das
grandes produções hollywoodianas,
cuidado, pois você pode estar perdendo ótimas produções. Provavelmente quem deve estar vivendo no
passado é você. Os longas realizados
aqui nunca tiveram tanto espaço no
circuito do entretenimento como nos
últimos anos. E tudo isso porque conseguiram elementos fundamentais
para que um filme caia no gosto popular: direção, interpretações, roteiro
e, em alguns casos, até bons efeitos
especiais. E se você não viu 2 Coelhos
no cinema, então corra para uma locadora próxima e alugue este que
para mim é um dos melhores filmes
já produzidos pelo cinema nacional.
A história de 2 Coelhos é a seguinte: após se envolver em um grave acidente automobilístico, no qual
uma mulher e seu filho são mortos,
Edgar (Fernando Alves Pinto) é indiciado, mas consegue escapar da
prisão graças à influência de um deputado estadual. Logo em seguida
ele parte para uma temporada em
Miami, de onde retorna com um elaborado plano em que pretende atingir tanto o deputado Jader (Roberto
Marchese), que o ajudou, símbolo da
corrupção política, quanto Maicon
(Marat Descartes), um criminoso que
consegue escapar da justiça graças
ao suborno de políticos influentes,
além de, junto a eles, roubar o cofre
público. Instigado, Edgar resolve colocar seu plano em prática e se aventura no mundo da ação em busca de
recuperar a grana do cofre e de colocar os criminosos atrás das grades.
Enquanto isso, ele se envolve com
Júlia (Alessandra Negrini), uma promotora pública que decide ajudá-lo
nessa perseguição ao cofre público.
Contada dessa forma resumida na
sinopse, o filme poderia ser de fácil
interpretação e simples, algo muito
comum nas produções cinematográficas. Mas o segredo do sucesso de 2
Coelhos está exatamente na fórmula
encontrada pelo roteirista e também
diretor Afonso Poyart para contar essa
história. Usando de uma narrativa do
personagem principal, somos apresentados a diversos personagens, em
situações diferentes e em momentos
distintos, o que a princípio nos deixa
até meio confusos. Aí vem a pergunta: “o que isso tem a ver com aquilo”?
Mas como acontece com roteiros de
grandes produções inteligentíssimas
de Hollywood, o nosso querido conterrâneo brasileiro, Afonso Poyart, vai
montando aos poucos esse quebra-cabeças, encaixando peça por peça
de uma forma magistral, fazendo com
que percebamos que tudo faz sentido
e finalizando essa obra prima da sétima arte justificando o título e matando 2 coelhos com uma paulada só.
O trabalho de Poyart é talvez o
melhor desse filme. Além de escrever um roteiro extremamente inteligente, ele faz uma direção incrível
e talvez nunca vista antes no cinema
nacional. O jogo de câmeras usado
nas filmagens é essencial para que
viajemos nos pensamentos exagerados de Edgar. E aí, a partir de um
simples assalto no trânsito, em que o
ladrão leva apenas uma carteira, um
celular e um relógio, somos apresentados a diversas situações que na
mente dele poderiam ter acontecido
caso Edgar resolvesse reagir.
As interpretações são outro ponto positivo. Formado por um elenco
que em sua maioria talvez nem seja
conhecido pelo grande público, todos os atores, sem nenhuma exceção,
trabalharam muito bem e podem se
gabar de suas atuações. Até mesmo
os que fazem uma pequena ponta
na produção surgem para fazer bem
feito. É claro que os destaques são
Fernando Alves Pinto, como Edgar;
Alessandra Negrini, como Julia; Marat Descartes, como o chefe do crime
Maicon; e Roberto Marchese, como o
deputado corrupto Jader. Esse último
faz tão bem o papel que imaginamos
que é mesmo um político de verdade,
já que se parece com a maioria que
existe por aí nesse Brasil afora.
E, além de tudo isso, ainda tem
algo que nunca vimos com tanta intensidade em filmes brasileiros: os efeitos
especiais. Aqui eles são uma atração
à parte e todos muito bem feitos.
Ninguém termina de assistir e pensa:
“esses efeitos de filmes nacionais não
prestam”. Pelo contrário, em várias ce-
nas dá vontade de voltar e assistir de
novo. E claro que além desses ótimos
efeitos visuais, em 2 Coelhos o trabalho
de edição é fantástico, outro grande
acerto da equipe dessa produção.
Com tantas continuações bombásticas e ruins que surgem por aí
no cinema hollywoodiano, bem que
esse mestre do cinema nacional, que
é Afonso Poyart, poderia se empolgar com sua obra e escrever uma
continuação. Adoraria ver Edgar
matando com uma cajadada só mais
uma centena de coelhos brasileiros
sujos e corruptos que mancham o
nosso país. B
FICHA TÉCNICA
Título: 2 coelhos
Diretor: Afonso Poyart
Elenco: Alessandra Negrini,
Caco Ciocler, Fernando Alves
Pinto
Duração: 108 minutos
Ano: 2011
País: Brasil
Gênero: ação, policial
Censura: 16 anos
Nota: 10
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mercado
sustentabilidade
O que as organizações
podem fazer pela
sustentabilidade
na Terra
Da Redação
N
unca se falou tanto sobre sustentabilidade,
principalmente no momento próximo que
sucede à realização da Rio +20. Contudo, o
que as empresas podem fazer para melhorar os problemas ambientais do planeta?
Uma medida possível é o cumprimento dos requisitos
da norma NBR 14031, que fornece orientação para projeto e uso da avaliação do desempenho ambiental em
uma organização. Ela é aplicável a todas as organizações, independentemente de tipo, tamanho, localização e complexidade.
As atitudes empresariais que atendem aos parâmetros
de sustentabilidade estão na moda, sendo que isso já existe e começou a se multiplicar e a se espalhar por vários lugares antes degradados do planeta. Muitas comunidades,
que antes viviam sofrendo com doenças de todo tipo provocadas por indústrias poluidoras instaladas em suas vizinhanças, viram sua qualidade de vida ser gradativamente
recuperada e melhorada ao longo do desenvolvimento
desses projetos sustentáveis. Da mesma forma, áreas que
antes eram consideradas meramente extrativistas e estavam condenadas ao extermínio por práticas predatórias,
hoje têm uma grande chance de se recuperar após a adoção de projetos de exploração com fundamentos sólidos
na sustentabilidade e na viabilidade de uma exploração
não predatória dos recursos disponíveis.
Dessa forma, a exploração e a extração de recursos
com mais eficiência e com a garantia da possibilidade
de recuperação das áreas degradadas é a chave para
que a sustentabilidade seja uma prática exitosa e aplicada com muito mais frequência aos grandes empreendimentos. Preencher as necessidades humanas de
68 | Revista MERCADO | Edição 52
Nos últimos 35 anos, a Amazônia brasileira já
perdeu quase 20% de sua cobertura florestal
devido a atividades humanas
recursos naturais e garantir a continuidade da biodiversidade local, além de manter ou melhorar a qualidade de vida das comunidades inclusas na área de extração desses recursos é um desafio permanente que
deve ser vencido dia a dia. A seriedade e o acompanhamento das autoridades e entidades ambientais, bem
como o fato de assegurar instrumentos fiscalizatórios
e punitivos eficientes, darão ao conceito de sustentabilidade uma forma e um poder agregador de ideias
e formador de opiniões ainda muito maior do que já
existe nos dias atuais.
Na verdade, o governo, as empresas e a sociedade
como um todo precisam adotar uma postura proativa
em favor da implementação de sistemas de gestão ambiental em todos os níveis. Para se ter uma ideia, nos
últimos 35 anos, a Amazônia brasileira já perdeu quase
20% de sua cobertura florestal devido às atividades humanas, principalmente devido à crescente expansão da
agropecuária e à exploração ilegal de madeira. A destruição da Amazônia diminui a formação de nuvens de
chuva, tornando as florestas mais secas. Por sua vez, florestas mais secas são mais suscetíveis às queimadas e
aos efeitos do aquecimento global. O desmatamento e
as queimadas na Amazônia são responsáveis por mais de
75% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa,
o que coloca o Brasil entre os quatro maiores emissores
do mundo e dá ao país uma enorme responsabilidade na
implementação de soluções para o problema. Para o Greenpeace, o Brasil precisa adotar metas urgentes e concretas de redução do desmatamento e, consequentemente,
das emissões de gases do efeito estufa se quiser barrar os
efeitos perversos das mudanças climáticas.
Avaliação de Desempenho Ambiental
Segundo o presidente da Target Engenharia e Consultoria e do
Instituto Tecnológico de Estudos
para a Normalização e Avaliação
de Conformidade (Itenac), Mauricio Ferraz de Paiva, muitas empresas estão buscando caminhos
para compreender, demonstrar
e melhorar o seu desempenho
ambiental, e isso pode ser obtido
administrando com eficácia aqueles elementos de suas atividades,
produtos e serviços que podem
impactar significativamente o
meio ambiente. “A avaliação de
Desempenho Ambiental (ADA),
que é o objetivo da NBR 14031,
é um processo e uma ferramenta
de gestão interna, planejada para
prover uma gestão com informações confiáveis e verificáveis, em
base contínua para determinar se
o desempenho ambiental de uma
organização está adequado aos
critérios estabelecidos pela admi-
nistração. Se ela tiver um sistema
de gestão ambiental existente,
deve comparar o seu desempenho ambiental com a sua política
ambiental, objetivos, metas e outros critérios de desempenho ambiental. Se não tiver um sistema de
gestão ambiental, a ADA pode auxiliar na identificação dos aspectos
ambientais, na determinação dos
O presidente do Itenac,
Mauricio Ferraz de Paiva
aspectos que serão tratados como
significativos, no estabelecimento
de critérios para seu desempenho
ambiental e na avaliação do seu
desempenho ambiental com base
nesses critérios”.
Em resumo, a ADA e as auditorias ambientais ajudam a administração de uma organização a avaliar o status de seu desempenho
ambiental e a identificar áreas
onde melhorias são necessárias.
A ADA é um processo contínuo
de coleta e avaliação de dados e
informações para fornecer uma
avaliação atual do desempenho,
assim como as tendências de desempenho ao longo do tempo.
Além disso, as auditorias ambientais são realizadas periodicamente para verificar a conformidade
com os requisitos definidos.
Mais informações:
www.itenac.org.br B
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mercado
ponto de vista
Contrapartida?! A mão do
governo apedreja e não afaga
Da Redação
Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil amargou a última colocação no ranking internacional que reflete o retorno
do Estado em serviços públicos, através da utilização da receita proveniente dos tributos arrecadados. Os pesquisadores cruzaram a carga tributária das 30 nações que, proporcionalmente, cobram mais impostos, com o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, que leva em conta expectativa de vida, educação e renda. E assim
calcularam o retorno de bem-estar à sociedade.
Ou seja, nós, brasileiros, vivemos uma atualidade em que impostos/taxas e afins sobrecarregam demasiadamente
as forças produtivas e o povo em geral de forma direta e indireta. Enquanto isso, o Estado arrecadador não supre satisfatoriamente as necessidades sociais em diversos setores, tais como saúde, transporte, educação, infraestrutura etc.,
deixando à mingua toda a sociedade.
Diante dessa incômoda situação, dá até para parodiar aquele verso do poeta paraibano Augusto dos Anjos, que diz
“A mão que afaga é a mesma que apedreja...”, só que no caso do contribuinte brasileiro, seria: “a mão que apedreja (a
do governo) não afaga nunca (o povo brasileiro)”.
Com a palavra, o G7...
Vivemos um momento ímpar na história de nosso país. Na exata proporção
em que amadurecemos nosso processo democrático de alternância de poder,
temos também reconhecida nossa capacidade de crescer economicamente de
forma sustentável, ancorada nas imensas riquezas que dispomos em todo o
território nacional. Crescemos a olhos vistos e temos tido o merecido reconhecimento da liderança que o Brasil
já exerce em nível mundial. Contudo, nosso povo ainda sofre... A atual política assistencialista dá o peixe e pouco
ensina a pescar. Nossa carga tributária, uma das maiores do mundo, sustenta uma política de benefícios a poucos
e sacrifício de todos os demais. Alimenta a corrupção e a impunidade. A saúde é terminal, o ensino é primário, o
saneamento é um lixo, o resto é o resto... Dá saudades de nossos inconfidentes em época de derrama.
O tema a que se propõe a reflexão já é velho conhecido de todos os brasileiros, e talvez por se tornar tão íntimo não mais nos choque. Com uma carga
tributária que coloca o Brasil entre os países com maior tributação no mundo,
o mínimo que se espera é que o Estado cumpra sua obrigação com investimentos em todas as áreas sociais, propiciando ao cidadão uma vida digna do ponto de vista da coletividade. Ocorre que a malversação do dinheiro
público ainda permeia o cenário político brasileiro, através de administradores públicos que não compreendem
o conceito de bem público. A velha máxima da “lei de Gerson” insiste em soar como paradigma para o homem
público, que por sua vez atribui à lei de responsabilidade fiscal a culpa pela não realização das atividades públicas.
Contudo, a opinião ora posta não pode cair na vala do generalismo, fazendo necessário destacar que já é possível
perceber, ainda que não nitidamente, mudança de posturas políticas a nos acalentar e a restaurar nossas esperanças. Por fim, a única solução possível é a união de todos combatendo a corrupção, acompanhando a aplicação
das verbas públicas e denunciando desvios.
O governo brasileiro caminha de forma acelerada, distanciando-se da aplicação dos recursos públicos para atender as necessidades sociais de sua população. O cidadão brasileiro trabalha quase quatro meses por ano para cumprir com suas obrigações junto ao Estado, e mesmo assim, quando busca o sistema de saúde, de segurança, de
transporte e de habitação, encontra descaso e desrespeito total. Agora é a vez de o cidadão consumidor votar e
demonstrar o quanto a democracia deve ser valorizada. Uma demonstração de civilidade que deve ser praticada
por todos na busca de soluções de desenvolvimento.
70 | Revista MERCADO | Edição 52
Esse assunto carga tributária chega a ser cansativo no Brasil, enquanto a arrecadação com impostos só aumenta - atualmente representa cerca de 36% do
Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, nossos políticos não entendem que seria melhor fazer o “social construtivo”, que ajudaria a aumentar a arrecadação
quando a pessoa fosse dignamente ativa por méritos próprios, em vez de fazerem o “social dependente” - deve
ser por causa de votos -, quando o cidadão vive dependente da ajuda do governo às custas das bolsas-família e
escola, por exemplo. A distribuição de tais auxílios deveria ser mais criteriosa, exigindo dos beneficiários, entre
outras contrapartidas, desempenho acima de 70% em sala de aula e envolvimento em serviços voluntários em
prol da comunidade, dessa forma economizando certos tipos de gastos nas áreas de Segurança, Educação e Limpeza Urbana. Só que, em nosso país, além de o cidadão trabalhar quatro meses do ano só para pagar impostos,
ainda se vê obrigado a gastar com educação, saúde e segurança, atividades de prestação obrigatória por parte
do Estado. Como se não bastasse, em países emergentes como o Brasil, por exemplo, China e Índia, o percentual
da carga tributária é em torno de 22% do PIB. Assim sendo, conclui-se que a tributação brasileira é injusta para os
padrões nacionais, pois também compromete sobremaneira o desenvolvimento econômico nacional, uma vez
que é mal distribuída, prejudica a competitividade, inibe investimentos e estimula a informalidade.
(*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por grandes instituições sociais ativas na região do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: Aciub - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara
de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, CVT - Conselho de Veneráveis do Triângulo, Fiemg Regional Vale do
Paranaíba/CINTAP - Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional
de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia.
mercado
Foto: Luciana Santos
in foco
Almoço empresarial
Cervejaria Devassa
O empresário Paulo Sérgio Ferreira foi
homenageado recentemente com a “Comenda
Renato de Freitas”, outorga concedida na Câmara
Municipal de Uberlândia
Os diretores do Uberlândia Shopping, Antonio Eloy
(Marketing) e Guilherme Marini (superintendente),
durante a recente inauguração da Cervejaria
Devassa no referido estabelecimento
Cerca de 180 pessoas de Uberlândia e região participaram da 4ª edição do Almoço Empresarial realizado pela
Aciub e o Conselho da Mulher Empresária (CME). Em destaque nas fotos, pela ordem, (foto da esquerda) Cláudia
Coutinho, presidente do CME; Rogério Nery, presidente da Aciub; e (foto da direita) as empreendedoras Licia
Borela, Luciane Lopes, Valéria Cunha, Isabel Rosita e Cristiane Ueda
Foto: Luciana Santos
Comenda Renato de Freitas
Reis na Conamerco
O advogado Marcus Reis (de crachá, no centro), presidente do escritório Reis Advogados, com convidados em
seu estande montado no XIX Congresso de Administração do Mercosul (Conamerco), evento que neste ano
aconteceu simultaneamente com a Feira Internacional de Logística (Movimenta) e o II Encontro das Faculdades
de Gestão e Negócios (EnFagen).
72 | Revista MERCADO | Edição 52
Camaru 2012
O presidente do Sindicato Rural de Uberlândia,
Thiago Fonseca (na foto, com o microfone),
e demais diretores durante lançamento e
apresentação oficial da programação da 49ª
edição da Exposição Agropecuária de Uberlândia
(CAMARU), que acontece no final de agosto e início
de setembro deste ano.
Cia da Terra
Da esquerda para a direita, os sócios da Cia da Terra, Paulo Claudino Peres, Nilson Gamba Jr, Fábio Sangenetto V.
Silva, Mailson S. Gundim, Wilson Schulze e Crisol A. Rezende. No centro (de calça verde), o engenheiro agrônomo
Alexandre Mendonça de Barros, doutor em Economia Aplicada pela USP, que veio a Uberlândia a convite
dos referidos empresários proferir palestra no Focalização Shopping Show, maior evento do agronegócio do
Triângulo Mineiro B
Revista MERCADO | Edição 52 | 73
mercado
causos empresariais
*Nege Calil é consultor em Gestão de Pessoas há mais de
duas décadas e baseia seus “causos” em experiências reais.
Contato: [email protected]
Lola Louca
(Legislação e Gestão de Pessoas III)
Por Nege Calil*
L
ola entrou de supetão na
sala de Waldemar, como
costumava fazer sempre
que ele estava sozinho:
- Ai, que preguiça! Tem
dia que trabalhar dá bronquite, unha
encravada e revolta!!
- Bom-dia, Lola! Quantas vezes já
pedi pra não entrar assim em minha
sala? E se eu estiver com alguém?
-Eu controlo sua agenda, esqueceu? Faz 14 anos que, em todas as
manhãs, você reserva a primeira
meia hora do dia para ler os jornais.
- respondeu, enquanto abria as cortinas do escritório. E que mania de ler
74 | Revista MERCADO | Edição 52
no escuro! Você não tem mais idade
pra isso!
- Cadê meu café? Você está ficando incompetente...
- O médico proibiu, lembra? Aliás, ele devia te receitar uns comprimidos pra memória. Trouxe um suco
de caju, sem açúcar.
- Agora você determina até o
sabor do suco? Só para constar, eu
ainda sou o Diretor Financeiro dessa
empresa, certo?
- Foi o que o RH conseguiu selecionar. Ô povinho ruim de serviço...
Waldemar riu. Lola era a única
que se atrevia a falar assim com ele.
Braço direito do presidente, ele controlava as finanças de uma multinacional. De temperamento normal,
extremamente correto com suas
responsabilidades profissionais, até
seus pares o tratavam como Dr. Waldemar. A equipe o respeitava muito,
reconhecia sua capacidade técnica e
de liderança. E estremecia cada vez
que aquele homem de 1,95 m e mais
de 100 kg batia a mão na mesa exigindo correção dos trabalhos e obediência cega aos processos financeiros da empresa. Todos o tratavam
com muita cortesia e sem nenhuma
intimidade. Só a Lola era diferente,
por isso era chamada de louca.
Sua irreverência, aliás, levantou
suspeitas acerca de suas faculdades
mentais. Às vezes cantarolava pelos corredores em voz alta. Várias
testemunhas a flagraram falando
sozinha. Suas roupas eram de gosto
duvidoso e a maquiagem... melhor
nem comentar. Conversava com
as plantas e fitava as pessoas com
olhar penetrante.
A gerente de RH, Maria do Carmo, não nutria nenhuma simpatia
pelo comportamento de Lola. Comentava com frequência, pelos corredores, que ela não representava
a cultura da organização. Advertiu
Waldemar várias vezes sobre isso e
arriscou-se a pedir a cabeça dela em
uma reunião. Como era pedagoga,
amparou-se no laudo de uma estagiária de psicologia de seu setor para
justificar seu veredicto:
- Dr. Waldemar, a Michele aqui
presente é estudante de psicologia
numa universidade reconhecida.
Quero que escute seu parecer sobre
sua secretária:
- As atitudes de Lola, de acordo
com nossa avaliação, insistem na extravagância e não condizem com o
comportamento habitual esperado
para o cargo que ocupa. Suas ações,
em geral, se apresentam desprovidas de bom senso, provocando desconforto nos que a rodeiam. - recitou
Michele.
Waldemar escutou por cortesia.
Macaco velho, foi enfático:
- Lola fica!
- O RH está cumprindo o seu
papel...
- Tenho outro assunto sério pra
tratar com seu departamento - interrompeu ele. Providencie a demissão
da Roberta. Vou desligá-la na próxima segunda, respeitando o final de
semana dela.
Roberta, além de não corresponder tecnicamente, deixava vazar informações confidenciais sobre
os planos financeiros da empresa.
Seu gerente, o Lucio, fez vários feedbacks, mas orientando-a a conduzir suas atitudes de outra forma.
Tudo em vão. A equipe não tolerava
os deslizes dela e a demissão era o
único caminho que restara.
Com Lucio em férias, Waldemar
assumiu a realização do desligamento da moça.
Chegou a tal segunda-feira e Lola
entrou na sala de Waldemar:
- Aqui está a carta de demissão
da Roberta!
- Ótimo! Pode chamá-la e nos
deixe a sós!
- Não! - Lola rasgou a carta.
- Ficou louca de vez? Vou mandar
te internar!
- Ela se candidatou à CIPA, sexta-feira, no último dia. Como candidata, tem estabilidade até a eleição.
- Tem certeza disso? - Waldemar
ligou no RH e confirmou com Maria
do Carmo.
Lola provocou:
- Estranha essa candidatura...
Você se reuniu com aquelas duas
“latas d’água” na quinta, e no dia
seguinte, sexta-feira, a marmota se
inscreve para a eleição.
- Latas d’água? - indagou Waldemar.
- Carregar duas malas é fácil, experimenta carregar duas latas cheias
de água, sem molhar...
Waldemar riu. Passaram-se as
eleições e Lola trouxe a notícia a ele:
- Foi eleita! Na outra encarnação,
você deve ter jogado truco durante
a Santa Ceia.
- O que faremos?
- Deixa comigo!
Waldemar sentiu um frio na espinha, mas optou por confiar. Roberta,
por sua vez, não perdeu a chance de
provocar:
- Oi, Lola! E aí, como seu chefinho
querido vai me demitir agora?
- CIPA é coisa séria menina, ainda
mais em nossa empresa, que preza
tanto pela segurança. Não brinca
com essas coisas.
- Só sei que tô garantida. O grande Waldemar não pode fazer nada
comigo!
Seu comportamento piorou.
Atrasava os prazos de entrega de
trabalhos propositalmente. Lucio
não confiava a ela nem os trabalhos
mais simples, é como se tivesse uma
pessoa a menos na equipe. Maria do
Carmo ainda reforçava:
- Demissão de membro da CIPA,
só por justa causa, o que não é fácil
de provar. Se demitirmos, ela pode
ser reintegrada. Aí que ela sobe no
salto de vez.
Na reunião de equipe, Lucio implorou a Waldemar e demais colegas:
- Preciso de apoio!
- Alguém tem alguma sugestão?
- manifestou-se um Waldemar desesperado.
- Falta pouco! Aguentem firme! manifestou Lola.
Ninguém entendeu nada. Alguns
acharam que ela estava delirando.
Dias depois, ela entrou cantarolando
na sala de Waldemar:
- “Que será, será! Whatever will
be, will be…
- Pelo jeito você não tomou sua
medicação hoje! - brincou Waldemar.
- Pronto! Resolvido!
Seja rápido e demita
aquela jumenta. - Lola
disse firme.
- Como assim? - estranhou ele.
- Segundo o Valtinho,
técnico de segurança, ela
não fazia nada na CIPA
também.
Conturbava as reuniões e se descuidou de um detalhe - se o eleito
faltar em mais de quatro reuniões
ordinárias, sem justificativa, perde
o mandato. De acordo com as listas
de presença, ela faltou na quinta reunião ocorrida ontem.
Waldemar acionou o RH e o Jurídico de imediato. Cassaram o mandato dela, como manda o figurino.
Com a carta de demissão em mãos,
Roberta dirigiu-se com fúria a Lola:
- Você armou pra mim, sua louca.
Você me paga!
- Sou louca, mas não sou boba!
Profissionais como você são como
um furúnculo na empresa. Já vai tarde! Au revoir!
Waldemar convocou os gerentes
de sua equipe. Fizeram um brinde a
Lola, com copos de suco. Lucio elogiou sua esperteza e foi reforçado
pelos pares. O diretor concluiu:
- Venha cá! Você nos livrou de um
grande fardo, merece um abraço!
- Tô fora! Chefe é como onça - a
gente preserva, mas é bom manter
distância!
Lola saiu. Todos riram com Waldemar. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 75
mercado
bazar
Vichy potencializa a ação da Rhamnose em seu novo anti-idade
Chegou em junho ao Brasil o revolucionário antirrugas da Vichy: o Liftactiv Serum 10.
Fruto de mais de 10 anos de pesquisas e 7 patentes, o produto traz na composição dupla ação
antienvelhecimento através da combinação de dois potentes ativos: Rhamnose (a 10%) e Ácido Hialurônico. Tudo isso em uma textura sérum, ultra-fluida, inspirada na pele das brasileiras.
O resultado: transformação global da pele - rugas suavizadas, firmeza recuperada e pele mais
uniforme, lisa e luminosa. Para chegar à fórmula de Vichy Serum 10, foram necessárias 180
amostras - um recorde para a marca.
O Liftactiv Serum 10 tem apresentação em conta-gotas e é indicado para o tratamento de
rugas moderadas a profundas e perda de firmeza moderada a profunda.
Após estudo clínico com 40 pacientes em quatro semanas, os resultados foram: menos
27,3% de rugas abaixo dos olhos; menos 21,7% de rugas periorbitais (pés-de-galinha); e menos 16,4% de
linha Nasogeniana (bigode chinês). O preço sugerido do produto é R$ 159,90
(SAC: 0800 701 1552).
Maybelline lança a coleção Color Show com 40 cores de
esmaltes
A marca de cosméticos femininos Maybelline acaba de lançar lá fora
uma coleção de esmaltes, a Color Show. A novidade conta com 40 cores
diferentes, e melhor: todas livres de substâncias alergênicas. No site
oficial da Maybelline (http://www.maybelline.com/colorshow), você pode
conferir todas as tonalidades. Clicando no seu vidrinho favorito abre-se
uma página especial com dicas de como usar a cor, não só nas unhas
como também em uma produção. Por enquanto, os esmaltes estão sendo
vendidos lá fora, mas com um preço acessível, em torno de U$ 4.
Chega ao Brasil o Samsung Galaxy SIII
Após muita expectativa, a Samsung Electronics lançou no mercado brasileiro o Samsung Galaxy SIII.
Com preço sugerido de R$ 2.099,00, o Samsung Galaxy SIII tem
design orgânico inspirado na natureza, e foi criado para interpretar
e responder às necessidades dos usuários, proporcionando uma
experiência mais conveniente e intuitiva. “O GALAXY SIII é um
celular mais inteligente, cujas características foram desenvolvidas
para facilitar a vida do usuário. Estamos entusiasmados com sua
chegada ao Brasil, um dos primeiros mercados do mundo a receber o produto, e acreditamos que irá superar o desempenho dos
seus antecessores da família Galaxy, hoje os smartphones mais
vendidos no país”, afirma Michel Piestun, vice-presidente da área
de Telecom da Samsung.
Vale ressaltar alguns recursos únicos e surpreendentes, como o
que mantém a tela acesa enquanto o usuário estiver olhando para
ela e ainda permite assistir vídeos enquanto se digitam mensagens. “O Galaxy SIII possui uma câmera de
alta qualidade que captura instantaneamente 8 fotos em sequência e indica qual ficou melhor. Ele possui
características que os usuários de celulares no Brasil valorizam bastante”, resume Piestun.
76 | Revista MERCADO | Edição 52
Ultrabook Asus Zenbook Prime deve chegar ao Brasil em agosto
O Asus Zenbook Prime UX31A é um ultrabook
de 13,3 polegadas (há também uma versão de 11
polegadas, o UX21A), que conta com uma incrível
tela full HD de 1920x1080 pixels, e que garante
um ângulo de visão de 178 graus. Além disso, seu
destaque fica por conta do processador Ivy Bridge codinome da terceira geração de chips Intel Core.
Trata-se de um notebook com tela muito iluminada. O ângulo de visão é extremo e isso chama
bastante a atenção. O ultrabook da Asus tem apenas 17 mm de espessura no seu ponto mais grosso.
São 11 mm, na parte mais fina. Ele pesa 1.300 gramas.
Na parte de dentro do aparelho, o que se vê agrada. Ele é dotado da terceira geração de
processadores da Intel, a Core i7 com clock de 1.9 GHz (ou, ainda, 2,4 GHz se o usuário recorrer ao Turbo
Boost). Completam os bits de hardware a memória RAM de 4GB, placa Intel Graphics 4000 e espaço de armazenamento de 256 GB (em disco SSD).
O aparelho também tem webcam de 720p, duas entradas USB 3.0 e suporte a conexão micro HDMI. Leitor
de cartão SD e porta mini VGA também estão presentes. O suporte a áudio é Bang & Olufsen, há retro iluminação no teclado. O modelo ainda suporta Bluetooth 4.0 e tem, nativamente, placa wireless (compatível com
Wi-Fi 802.11 a/b/g/n).
No Brasil, o notebook estará nas prateleiras até agosto. Não há uma confirmação de quanto o Ultrabook
custará no Brasil. Nos Estados Unidos, o UX31A saí em média por US$ 1,2 mil.
Microsof vai lançar o Surface, primeiro tablet da empresa
A Microsoft anunciou o lançamento de um tablet com sua própria marca. “Às
vezes, equipamento e software funcionam melhor quando pensados juntos”,
disse o executivo-chefe da companhia, Steve Ballmer, durante evento realizado
em Los Angeles. Batizado de Surface, o tablet da Microsoft terá duas versões:
uma com chip ARM e outra com componente da Intel. Na versão ARM, o equipamento terá 3 centímetros de espessura e pesará 676 gramas, com tela de 10,6
polegadas. O modelo Intel terá menos de 14 milímetros de espessura e cerca de
1 Kg. Os dispositivos contarão com uma capa protetora de 3 milímetros batizada
de Touch Cover, que pode ser usada como um teclado e trackpad. O preço ainda não foi divulgado.
Viva a Rainha
Criado em 1953 para marcar a coroação da rainha Elizabeth II, o whisky
de luxo Royal Salute deu sequência à tradição celebrando os 60 anos de
reinado da monarca com o lançamento da edição limitada Royal Salute
Diamond Jubilee (Jubileu de Diamante) com seu whisky 21 anos.
A edição comemorativa de Royal Salute Diamond Jubilee é apresentada
em um luxuoso frasco de porcelana na cor azul, que representa uma das cores das pedras da coroa britânica, a safira, e traz alguns detalhes na cor prata
como o filete com o nome do whisky, idade do mesmo e brasão da destilaria.
A tampa da garrafa é uma rolha revestida também na cor prata. Sua embalagem é uma caixa artesanal com um display para a visualização do rótulo. A edição está disponível em mais de 20
mercados ao redor do mundo.
A edição limitada Royal Salute Jubileu de Diamante está disponível a partir de junho e continuará no mercado durante as comemorações no Reino Unido. No Brasil, será possível encontrá-la em delicatessens com o
preço sugerido de R$ 750 reais. B
Revista MERCADO | Edição 52 | 77
mercado
humor
Veja como é perigoso provocar pessoas inteligentes...
N
a Câmara, ainda no Rio, quando seu presidente,
Ranieri Mazzilli, deu a palavra a Carlos Lacerda,
representante do Distrito Federal, o deputado
Bocaiúva Cunha foi rápido e gritou ao microfone, sob os
risos do plenário:
- Lá vem o purgante!
Lacerda, num piscar de olhos, respondeu:
- Os senhores acabaram de ouvir o efeito! (Risos, muito
mais risos, até dos adversários...)
T
elegramas trocados entre o dramaturgo Bernard
Shaw e Churchill, seu desafeto.
Convite de Bernard Shaw para Churchill:
“Tenho o prazer e a honra de convidar o digno primeiroministro para primeira apresentação de minha peça
Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver”.
Bernard Shaw
Resposta de Churchill:
“Agradeço ilustre escritor honroso convite... Infelizmente
não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à
segunda, se houver”.
Winston Churchill.
Q
uando Churchill fez 80 anos, um repórter de
menos de 30 foi fotografá-lo e disse:
- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente
nos seus 90 anos...
Resposta de Churchill:
- Por que não? Você me parece bastante saudável...
B
ate-boca no Parlamento inglês.
Aconteceu num dos discursos de Churchill em
que estava uma deputada oposicionista, Lady
Astor - do tipo Heloísa Helena, do PSOL -, que pediu um
aparte. Todos sabiam que Churchill não gostava de que
o interrompessem em seus discursos. Mas ele concedeu
a palavra à deputada. E ela disse em alto e bom tom:
- Senhor ministro, se Vossa Excelência fosse meu marido,
eu colocaria veneno em seu chá!
Churchill, lentamente, tirou os óculos, seu olhar astuto
percorreu toda a plateia e, naquele silêncio em que
todos aguardavam, lascou:
- Nancy, se eu fosse o seu marido, eu tomaria esse chá
com prazer!
C
erta vez, Einstein recebeu uma carta da miss New
Orlean’s, que dizia a ele:
- Prof. Einstein, gostaria de ter um filho com o
senhor... A minha justificativa se baseia no fato de que
se eu, como modelo de beleza, tivesse um filho com o
senhor, certamente, o garoto teria a minha beleza e a
sua inteligência.
Einstein respondeu:
- Querida miss New Orlean’s, o meu receio é que o nosso
filho tenha a sua inteligência e a minha beleza.
O
General Montgomery estava sendo
homenageado, pois tinha vencido Rommel na
batalha da África, na 2ª Guerra Mundial.
Discurso do General Montgomery:
“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói”.
Churchill ouviu o discurso e retrucou:
“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele”. B
mercado
geral
Decreto sobre
tributos de bebidas
frias é devastador
De acordo com a Afrebras, as
alterações na legislação irão afetar
muito as pequenas empresas,
podendo causar o fechamento das
fábricas regionais de refrigerantes
Por Danielle Ruas
O presidente da Afrebras, Fernando Bairros, alerta
sobre o impacto nas pequenas empresas de
refrigerantes com o Decreto nº 7.742, que altera a
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados
Nova Lei da Copa prevê “pensão” a ex-jogadores
Da Redação
O texto da Lei Geral da Copa foi publicado em junho no Diário Oficial da União, com seis vetos. Entre os pontos considerados mais peculiares, está a possibilidade de pagamento para ex-jogadores (titulares ou reservas)
que foram campeões das Copas de 1958, 1962 e 1970 (quando o Brasil foi campeão mundial e a estrutura do
esporte envolvia cifras menos astronômicas) de uma “pensão
mensal” e de um prêmio de R$ 100 mil.
“O texto também garante a reserva e venda de ingressos,
com 50% de desconto no preço, para estudantes, pessoas com
mais de 60 anos e beneficiários de programas sociais de transferência de renda”, explica o advogado Carlos Eduardo Dantas
Costa, do Peixoto e Cury Advogados.
Ainda sobre a meia-entrada, o texto assegura que haverá, ao
menos, 50 mil ingressos à venda pela metade do preço.
Também há a determinação de que os calendários escolares
sejam ajustados para possibilitar aos estudantes acompanhar a
Copa, bem como a possibilidade de que seja declarado feriado
nos dias de jogos da seleção brasileira.
“No entanto, não há, na lei, referências sobre a liberação ou
proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante
a Copa do Mundo de 2014, o que deverá ser determinado em
âmbito estadual”, cita Antonio Carlos Aguiar.
Jogadores, campeões pelo Brasil em 1970, estão
entre aqueles que poderão receber “pensão mensal”
e ainda um prêmio de R$ 100 mil
80 | Revista MERCADO | Edição 52
O Ministério da Fazenda publicou, no dia 4 de junho, no Diário Oficial da União, mudanças no Decreto nº 7.742,
divulgado em 31 de maio. Uma das alterações diz respeito aos multiplicadores, que antes eram fixados até 2013, e
agora estão fixados até 2015. Outra mudança foi na redução da alíquota de IPI de concentrados produzidos na Zona
Franca de Manaus. No decreto do dia 31, a redução era de 27% para 17% a partir de outubro, e para 10% a partir de
2013. Hoje, a redução será somente de 27% para 20% a partir de 01/10/2012, e não menciona uma redução futura.
O Decreto nº 7.742 altera a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI) e modifica a
legislação que trata da incidência do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, do mercado interno e da importação. Ficou estabelecido ainda que, a partir de 2013, os valores da Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI serão
divulgados em tabelas constantes de ato específico do Ministério da Fazenda.
De acordo com a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), essas alterações agradam as
grandes corporações do setor de refrigerantes e causam impacto imediato para os pequenos fabricantes. “A redução de apenas 7% na alíquota do IPI para concentrados produzidos na Zona Franca de Manaus, somada ao fato de
não haver mais benefício de 50% para sucos, faz com que os produtos dos pequenos fabricantes de refrigerantes
tornem-se mais caros que as marcas das grandes corporações. Isso torna a concorrência com as grandes corporações ainda mais injusta”, argumenta o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros.
Na opinião de Bairros, as alterações no decreto são consequência da pressão das grandes corporações sobre o
poder público. “Mais uma vez o lobby e a pressão política das grandes corporações se sobressaiu sobre o justo e o
correto para o setor. A irresponsabilidade do poder público, ao voltar atrás com as decisões do Decreto, irá liquidar
empregos e empresas de refrigerantes regionais de todo o país. É uma situação devastadora que se fortalece e já
tem como consequência o fechamento de 14 fábricas nos últimos 12 meses”.
A entidade ainda defende que a questão tributária é essencial nesse mercado que já é tão concentrado. “No
caso das pequenas empresas de refrigerantes, o tributo é diferencial de concorrência, é o que define os preços e
os investimentos nas fábricas. Com o aumento dos impostos, fica impossível investir nas plantas e o aumento do
preço terá que ser repassado ao consumidor. Isso dificulta ainda mais a concorrência com as marcas líderes de
mercado”, finaliza Bairros. A
mercado
geral
COT lança nova tecnologia
Gráfica uberlandense conquista o
prêmio Excelência Cícero 2012
O Centro Oncológico do Triângulo - COT lançou recentemente uma nova tecnologia para o
tratamento do câncer, a Radioterapia de Intensidade Modulada - IMRT, uma avançada modalidade
de tratamento, que permite administrar altas doses de radiação às áreas precisas a serem tratadas,
minimizando os efeitos nos tecidos saudáveis de
forma muito eficaz.
O lançamento foi durante evento médico, que
contou com a participação de Samir Abdallah
Hanna - radio-oncologista do setor de radioterapia do Hospital Sírio-Libanês e um dos médicos
responsáveis pelo tratamento do ex-presidente
Lula - que ministrou palestra sobre IMRT para a
classe médica.
Por Evaldo Pighini
Foto: Ascom/Abigraf-MG
A Gráfica Brasil e Editora, empresa de Uberlândia, foi uma das grandes vencedoras do Prêmio Mineiro Cícero
de Excelência Gráfica 2012 nas categorias Revistas Periódicas de Caráter Variado com Recursos Gráficos Especiais
e Folder. A festa de premiação contou com a presença de quase 400 convidados e aconteceu dia 6 de julho, no
auditório da CDL de Belo Horizonte (MG).
Criado há oito anos, o Cícero premia os profissionais da área gráfica que trabalham na busca da qualidade e
do profissionalismo em Minas Gerais, com a preocupação de colaborar e incentivar todos os envolvidos na cadeia
de comunicação impressa no estado.
Nesta 8ª Edição do Prêmio Mineiro de Excelência Gráfica Cícero, foram contemplados os melhores entre 29
empresas e 484 produtos gráficos inscritos - número recorde na premiação. A Gráfica Brasil e Editora, que conquistou dois prêmios, é associada do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Gráficas (Sindigraf), entidade ligada
a Fiemg Regional Vale do Paranaíba. “Estes prêmios representam a qualidade do trabalho gráfico desempenhado
na cidade de Uberlândia. Espero que na próxima edição venham mais prêmios”, destacou o presidente interino
do Sindigraf, Décio Moreira.
Os oncologistas Rogério de Araújo e Zaira
Medeiros Loureiro, do COT
Lei das domésticas deverá pesar
no bolso do empregador
Da Redação
Entrega de premiação (da esquerda para a direita): Fábio Arruda Mortara, presidente da Abigraf
nacional; Vicente de Paula Aleixo Dias, presidente da Abigraf-MG; Demolins Parreira, representante
da Gráfica Brasil; e Luiz Carlos Dias de Oliveira, ex-presidente da Abigraf
82 | Revista MERCADO | Edição 52
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 478/10, que amplia os direitos das empregadas domésticas, deve
ser votada em breve pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A nova lei garante às domésticas direitos
semelhantes aos dos trabalhadores do setor privado: jornada de 44 horas semanais, direito à hora extra, adicional
por trabalho noturno, FGTS, salário-família e auxílio-creche. Especialistas ressaltam que as novas regras devem
pesar no bolso do empregador.
“Se a empregada doméstica trabalhar horas extras, por
exemplo, receberá as horas e os seus reflexos sobre as demais
verbas, como: 13º salário, férias, entre outros. Certamente, o
custo do trabalho também pode aumentar em 8% ao mês por
conta do recolhimento de FGTS. E em caso de dispensa, haverá
multa de 40% também sobre esses 8%”, avalia o professor de
Direito do Trabalho da PUC-SP, Ricardo Pereira de Freitas, sócio
do Freitas Guimarães Advogados Associados.
A advogada Camila Rigo, da área trabalhista do escritório
Innocenti Advogados Associados, concorda e completa: “as
alterações propostas pelo projeto, se aprovadas, irão acarretar
ao empregador doméstico um encargo muito elevado, com o
comprometimento da renda familiar. E o aumento nesse encargo levará, consequentemente, a um aumento na informalidade”, salienta a especialista.
No Brasil, há cerca de 7,2 milhões de trabalhadores domésticos, dos quais dois milhões não têm carteira assinada. A Comissão Especial da Câmara que analisa o tema ainda não remarcou
a votação, que já foi adiada por duas vezes. A
Revista MERCADO | Edição 52 | 83
mercado
geral
Fiemg entrega Agenda Legislativa
ao presidente da Assembleia
Franqueadora uberlandense
é destaque nacional
Por Érica Goulart (Ares)
A Park Idiomas, empresa uberlandense, está em 1º lugar no
setor de franquias no quesito Qualidade de Rede no anuário sobre o mercado de franchising publicado em junho pela revista
Pequenas Empresas & Grandes Negócios. O impresso é hoje a
publicação mais completa do segmento no país. Para isso, é reOs diretores da Park Idiomas, Eduardo
alizada uma pesquisa com diversas redes franqueadoras.
A Park Idiomas conseguiu destaque também em outros tópiPacheco e Paulo Arruda, com o
cos da pesquisa. No setor de idiomas, foram 26 redes pesquisadas.
garoto propaganda da marca, Eriberto
Na classificação geral, a rede uberlandense Park Idiomas ficou em
Leão (centro), na inauguração da primeira
7º lugar, tendo sido uma das sete franqueadoras a receber a clasunidade da rede no Rio de Janeiro
sificação cinco estrelas. No quesito Satisfação dos Franqueados,
ficou na 5ª posição e, como já mencionado, em Qualidade da
Rede, conquistou o 1º lugar, à frente de tradicionais redes de ensino, como Fisk, CNA, Inglux, Yes, Uptime e Number One.
Agora, a empresa concorre ao prêmio Melhores Franquias para Trabalhar, promovido pela Associação Brasileira
de Franchising (ABF). B
84 | Revista MERCADO | Edição 52
Foto: Divulgação
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), deputado Dinis Pinheiro (PSDB), recebeu em
junho um documento intitulado Agenda Legislativa da Indústria Mineira, elaborado pela Federação das Indústrias
do Estado (Fiemg). O documento foi entregue pelo presidente do Sistema Fiemg, Olavo Machado Jr., durante solenidade no Salão Nobre da Assembleia, e destaca 22 proposições que tramitam atualmente no Legislativo e que
teriam impacto direto na indústria.
A agenda contém um resumo desses projetos, informações sobre sua tramitação e informa, ainda, qual a posição
da Federação em relação ao conteúdo da proposição, se é convergente ou divergente. Contém, ainda, ponderações e
sugestões de aprimoramento dos projetos. “O objetivo de fazermos esse acompanhamento sistemático dos projetos é
garantir que haja mais competitividade, mais desenvolvimento
e melhores condições de trabalho em Minas”, informou Olavo
Machado. “Essa parceria com a sociedade é o caminho para conseguirmos uma legislação cada vez mais eficiente, que atenda
às necessidades do povo mineiro”, disse o presidente Dinis.
Meio Ambiente - A posição da Fiemg é favorável à maioria dos projetos listados na agenda, mas há divergências com
relação a algumas matérias relacionadas ao meio ambiente.
Os empresários temem que normas muito rígidas, mais do
que as adotadas em nível nacional, acabem prejudicando a
competitividade de Minas, fazendo com que investimentos
migrem para outros estados. A agenda destaca que um dos
pressupostos seja a “utilização de parâmetros e indicadores
econômicos na elaboração das normas ambientais”.
O presidente Dinis Pinheiro acredita que a parceria entre a
De presidente para presidente: Olavo
Assembleia e a Fiemg é fundamental para que os projetos aproMachado Jr., do Sistema Fiemg, e o deputado
vados pela Casa possam resultar em geração de emprego e renDiniz Pinheiro, da Assembleia Legislativa de
da. “O Legislativo é um palco extraordinário de debates. Nosso
Minas, no ato da entrega do documento
desejo é sempre aprimorar a legislação, de modo a melhorar a
vida dos mineiros”, afirmou Dinis.
Foto: Marcelo Metzker/AM
Da Redação