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1 O RELACIONAMENTO INCESTUOSO DO FED COM GOVERNO AMERICANO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 18/07/2016. Um Sistema Complexo A formação do Fed – o Banco Central americano - tem uma estrutura muito complexa, poucos sabem disso. Tentarei com o máximo de boa vontade descrevê-la, aqui, da maneira mais clara possível, se é que consiga. O Fed é um sistema constituído com doze (12) bancos regionais, privados, os quais pertencem a bancos comerciais de cada distrito americano. O Fed de New York é o mais poderoso deles, faz as operações do mercado monetário necessárias para implementar as políticas de taxas de juros que são definidas pelo Federal Open Market Comittee (FOMC). O presidente de cada banco regional é escolhido por um conselho composto pelos diretores dos bancos privados. Estes diretores, por sua vez, são eleitos pelos acionistas dos seus respectivos bancos. Os doze (12) bancos regionais são supervisionados por um Conselho de Governadores constituído com sete (7) governadores, escolhidos pelo Presidente dos Estados O 2 Unidos e confirmados pelo Senado. A sede é em Washington. A estrutura do Fed é mais complicada ainda, quando se trata de políticas de taxa de juros que são definidas pelo FOMC que tem doze (12) membros – sete (7) governadores e cinco (5) presidentes de bancos regionais. O Presidente do Fed, de New York, tem assento permanente no FOMC e outros quatro são anualmente preenchidos pelas onze (11) regiões. Todos os membros do FOMC são economicamente orientados pela equipe do Fed e se esforçam para chegar a um consenso. Todo o processo se resume aos desejos do presidente. A composição do FOMC muda a cada janeiro, quando quatro (4) saem pra que outros (4) se juntem ao comitê. Esta rotatividade é muito importante para evitar decisões corporativistas. Esta estrutura do sistema do Fed me leva a concluir que, ao contrário do que muita gente pensa, o Fed não é uma empresa ou agência estatal, é privada com apoio e suporte do Governo dos EUA, ou seja, uma empresa mista. 3 O RELACIONAMENTO INCESTUOSO É difícil entender como e porque uma empresa que tem acionistas privados, como o Fed, possa emitir dólares americanos e emprestá-los ao próprio governo americano, cobrando juros. Embora o Fed tenha a obrigação de repassar os seus lucros anuais ao Tesouro Americano, a vantagem para os acionistas privados é enorme. O lucro, como sabemos, é a diferença entre receitas e despesas e, como é natural, se o Fed tem a obrigação de repassar os lucros para o Tesouro, a tendência é que estes sejam sempre subavaliados. Além disso, antes da remessa dos lucros, o Fed paga dividendos aos seus acionistas. O relacionamento do Fed com o Governo Americano levanta válidas dúvidas, não dá para entender. Como explicar que o Fed tenha usado o Quantitative Easing(QE) – liberou trilhões de dólares - para estimular a economia americana e, como os bancos não conseguiram emprestá-los, por falta de tomadores, depositaram, voluntariamente, no próprio Fed esta dinheirama toda, e agora o Fed paga – uma taxa de 2.5% a.a. – aos “Big Banks” para mantê-la como “excess reserves”? Será que tem sentido para a economia americana? 4 Mas, com certeza os “Big Banks” são os grandes beneficiados. Esta estratégia foi um erro brutal do Fed, deixando-o de mãos amarradas. Como poderá aumentar a taxa de juros, como vem prometendo, há anos? Se aumentar os juros vai haver uma retração forte na economia americana, abortando o inicio de um crescimento econômico que está havendo, porque os bancos ao invés de emprestarem dinheiro, vão aumentar, mais ainda, os seus depósitos voluntários junto ao Fed. E isto significará mais despesas de juros e, portanto, menos lucros para serem repassados, do Fed para o Tesouro Americano, contribuindo, desta maneira, para o aumento do déficit público dos EUA. O DESEMPENHO DO FED Esta estratégia infeliz de pagar juros sobre os depósitos voluntários dos grandes bancos nos leva a analisar o desempenho do Fed em relação às suas missões. O Fed tem uma dupla missão: manter o valor do dólar e criar empregos. Infelizmente o Fed tem um péssimo desempenho em relação às suas missões. 5 Desde 1913, ano de criação do Fed, até hoje o dólar já perdeu mais de 95% do seu valor, sendo que só de 1977 a 1981, portanto 5 anos, a perda foi de mais 50%. E os maiores períodos de crescimento econômico dos EUA, foram antes da criação do Banco Central Americano – o FED. E a inflação americana começa a provocar efeitos deletérios, sobre a economia americana, após a sua criação. Os idealizadores e apoiadores da criação do Fed, para obterem a aprovação do Congresso, disseram que se o Federal Reserve Act fosse aprovado que o ciclo de negócios seria eliminado. Com vinte anos de criação do Fed a economia americana entrou na Grande Recessão (1933). Desde 1950, até hoje, a economia americana já passou por 10 diferentes recessões econômicas. O Fed criou a “dotcom bubble”, a “housing bubble’ e agora criou a maior “bond bubble” na história do mundo. Concluo dizendo que o Fed está no coração dos problemas econômicos dos EUA. Acho que o Fed, na primeira reforma econômica dos EUA, vai deixar de existir por dois claros motivos: 6 1) A falta de competência mínima em realizar as suas missões – manter o valor dólar e criar empregos – não justifica, de maneira alguma, a sua existência. 2) E a sua condição atual de uma instituição, tecnicamente, quebrada. A sua continuação, nos moldes atuais, poderá levar o dólar a perder consequentemente, o seu acabar valor com de o seu reserva e, “privilégio exorbitante”, causando um irreparável prejuízo ao poderio americano. 7 Nossos Endereços: www.forumdecontabilidade.com.br www.idago.com.br Canais no Google+: Revolucionando a Contabilidade Instituto Digital AGO No YouTube: alvaro oliveira No Facebook: Alvaro Guimarães de Oliveira Casa da Contabilidade e Fórum de Contabilidade Fones: (21) 99998-8672 e 2249-4437 Número do Skype: Agoliveira 1000 Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Av. Borges de Medeiros, 239/1102. Leblon – CEP -22430-041 Rio de Janeiro – RJ.