A nova geração do amor livre
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A nova geração do amor livre
A nova geração do amor livre Festas e abuso de psicotrópicos formam o pano de fundo de “Paraísos Artificiais”, em cartaz em Joinville a partir de hojeAssim como o livro do poeta francês Charles Baudelaire, publicado em 1860, que analisa os efeitos de substâncias psicotrópicas populares entre os jovens da época, o primeiro longa de ficção do até então documentarista Marcos Padro recebe o mesmo nome: Paraísos Artificiais. Porém, diferentemente do livro, citado como inspiração, por Marcos em vários momentos da coletiva de lançamento, no longa as drogas são apenas pano de fundo de uma história de amor e superação. A música eletrônica, o trance, as raves, têm a irreverente missão de revelar que o espírito hippie, do “amor livre”, ainda está muito presente nos dias atuais. Para dar vida a esta história de amor, Nathalia Dill protagoniza Érica, uma DJ com fama e prestígio internacional, que se vê dentro deste mundo paralelo e sedutor. Érica se envolve com Nando (Luca Bianchi), que perde tudo pela ilusão de dinheiro fácil, mostrando a realidade de muitos jovens de classe média que se envolvem com o tráfico de drogas sintéticas. Quem une o casal, de uma maneira nada tradicional, é a melhor amiga de Érica, a destemida Lara, interpretada por Lívia de Bueno. Com seus dreads nos cabelos, Lara é livre de preconceitos e vive intensamente a vida. No decorrer da história, fica evidente a paixão que Lara sente por Érica, e as duas acabam se envolvendo além da amizade. Até que em um festival, encontram Nando, e tudo muda. Deste triângulo amoroso resultará uma bela lição, que carregarão para o resto de suas vidas. O diretor conta que a ideia do filme surgiu com a preocupação com certos tipos de excessos aos quais a juventude contemporânea está exposta na transformação para a vida adulta. “Na época, meu filho tinha 16 anos e fiquei preocupado, pensei que se fizesse algum trabalho voltado às drogas sintéticas, poderia alertá-lo”, concluiu Marcos. Hoje, Tomás tem 20 anos e Prado não pensa em parar por aí. “A ideia é fazer uma trilogia sobre jovens. O segundo projeto, chamado ‘Nó na Garganta’, é sobre torcidas de futebol”, revela. A Zazem Produções acredita que “Paraísos Artificiais” superará o sucesso de “Tropa de Elite 2”, filme da mesma produtora. Sendo este um filme que retrata um universo específico, em torno de um gênero musical, a trilha sonora nada mais é do que o elemento principal do trabalho. Além da fotografia, da escolha das cores e efeitos – trabalhados cuidadosamente – a trilha vai além e destaca os subgêneros para cada tipo de ambiente. Gui Boratto, produtor brasileiro de grande projeção no cenário eletrônico mundial, assina a música “Paraísos Artificiais”, composta especialmente para o filme. Mas nem tudo é música eletrônica. A canção de mais destaque fica por conta do rock da banda alemã Daydream, embalando a cena do transe de Érica e Lara após o consumo de uma planta alucinógena. * A repórter participou da cabine do filme e entrevista com o diretor a convite da produtora do filme.