café: aroma, sabor e saúde
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café: aroma, sabor e saúde
8 Nov. 10 ® publicação destinada a profissionais café: aroma, sabor e saúde o efeito prebiótico do milho integral NIDINA Expert – para a melhoria do desconforto digestivo nos bebés NESCAFÉ Green Blend com antioxidantes naturais do café verde 8 sumário editorial 3 o mundo Nestlé 4 na vanguarda da investigação O café é uma das bebidas mais ingeridas a nível mundial. A presente edição de NESVIDA dá a conhecer a história, a composição nutricional e a influência desta bebida na saúde. Na secção o mundo Nestlé conheça a forma de actuação que a Nestlé tem vindo a assumir na produção de cafés torrados e cafés solúveis puros, ao nível da responsabilidade social e ambiental. No capítulo das novidades Nestlé, descubra o resultado do trabalho contínuo da Nestlé na resposta às necessidades dos profissionais de saúde, colaboradores e consumidores. De entre as iniciativas e produtos lançados recentemente destacam-se a reunião científica “Alimentação e Nutrição Infantil: Temas Emergentes”, a nova gama de fórmulas infantis NIDINA Expert e o NESCAFÉ Green Blend. Estimule a sua sabedoria! Subscreva gratuitamente esta publicação em www.nestle.pt, na área dedicada aos Profissionais de Saúde. 6 café: aroma, sabor e saúde Ana Leonor Perdigão Unidade de Nutrição, Saúde e Bem-estar Nestlé Portugal, S.A. 10 novidades Nestlé ficha técnica Editor Nestlé Portugal, S.A. Morada de contacto Apartado 1002 2791-701 Carnaxide Coordenação editorial Ana Leonor Perdigão Alexandra Ribeiro Ângela Henriques Paginação Companhia das Cores Impressão Pré&Press Tiragem Depósito legal nº 3 000 exemplares 264763/07 o mundo Nestlé Responsabilidade Social da Nestlé na produção de café A criação de valor partilhado é parte integrante da estratégia de negócio da Nestlé. Neste sentido, no passado dia 27 de Agosto, a Nestlé apresentou, na Cidade do México, o Nescafé Plan – uma iniciativa à escala mundial que promove a cultura do café e práticas de produção e abastecimento com menor impacto ambiental. A Rainforest Alliance e outros parceiros da Rede de Agricultura Sustentável (RAS), irão apoiar a Nestlé a formar milhares de agricultores, combinando o conhecimento tradicional com o tecnológico, resultando daí novas técnicas que contribuem para mais sucesso profissional e criação de valor através de toda a cadeia de abastecimento. A Rainforest Alliance tem lutado para conservar a biodiversidade e assegurar meios de produção mais sustentáveis, através da sensibilização dos agricultores em conservar os recursos naturais e em proteger os ecossistemas, aumentando o rendimento, controlando os custos e melhorando a qualidade e diversidade. O exemplo da Etiópia mostra que embora a qualidade do café produzido fosse elevada, os agricultores utilizavam métodos antiquados, que exigiam gastos significativos de água, perdas consideráveis da polpa do grão do café, o que contribuía para a poluição dos rios. Ao importar o equipamento adequado os métodos de agricultura tornaram-se mais sustentáveis. Enquanto as máquinas antigas gastavam 50 a 60 litros de água por kilograma de café, as novas produziam a mesma quantidade com 2 a 3 litros. Além disso, o produto resultante da estação de lavagem poderia tornar-se num composto reutilizável, tornando as práticas de agricultura mais eficientes. Na Tailândia, de forma a melhorar as técnicas de cultivo e utilizar práticas ambientais mais sustentáveis, o Nestlé Research Center formou produtores sobre técnicas de agricultura sustentável, o que se reflectiu num aperfeiçoamento da gestão de irrigação e técnicas de poda, bem como numa redução do uso de produtos químicos, pois passou a reutilizar-se os compostos que seriam queimados e a semear erva para proteger o solo da erosão. Desde o ano 2000, que a Nestlé tem vindo a reduziu o consumo de energia eléctrica em mais de 25% através da produção de sistemas mais eficientes e através da substituição de carvão por gás natural, atingindo reduções em quase 50% da emissão de CO2, metano e óxido nitroso por kg de produto. Desde 2005, as emissões de CO2 foram reduzidas em 20 000 toneladas por ano. Na produção de Nescafé®, reutiliza-se a borra do café, como combustível, para produzir vapor de água para as fábricas, utilizando-se, assim, menos petróleo na geração de vapor, reduzindo a poluição ambiental e custos de energia. A nível de projectos futuros, a Nestlé pretende investir 40 milhões de francos suíços para melhorar o desempenho ambiental nas fábricas de Nescafé®: a energia será reduzida em 20% por tonelada até 2020, o consumo de água será reduzido em 30% por tonelada até 2020; todas as fábricas de Nescafé® utilizarão a borra de café como combustível. A Nestlé pretende também reduzir o peso e volume das embalagens ao utilizar energias renováveis. Saiba mais em: http://www.nescafe.com 3 vanguarda investigação na na vanguarda da da investigação investigação estratégia de inovação O impacto do consumo de pescado na degenerescência macular ligada à idade (DMI) A DMI é a terceira causa de cegueira a nível mundial e a primeira nos países industrializados. Por definição, ocorre em indivíduos com idade superior a 50 anos e caracteriza-se pela diminuição da visão central, por afectar a área macular retiniana, com um impacto major na qualidade de vida. O principal factor de risco para o desenvolvimento da doença é a idade. Os principais factores de risco modificáveis na progressão da doença são: o tabagismo e a alimentação. A relação entre a ingestão semanal de peixe e crustáceos e risco de DMI foi investigada por Swenor BK et al. e publicada na revista Ophthalmology. A amostra foi seleccionada aleatoriamente e reuniu 2520 indivíduos, com idades compreendidas entre 65 e 84 anos, seguidos em consulta de oftalmologia na Johns Hopkins University, em Baltimore. A maioria dos indivíduos não apresentava DMI (82 %). Num estádio precoce ou intermédio de DMI encontravamse 15 % dos indivíduos, enquanto menos de 3 % estavam em estádios avançados da doença. A amostra preencheu um questionário de frequência alimentar que foi usado para estimar a frequência do consumo de pescado. O estádio de DMI foi determinado através de fotografias do fundo ocular, que foram classificadas por dois leitores independentes em relação ao número e tamanho dos drusen. Os resultados revelaram que os indivíduos com DMI avançada ingeriam significativamente menos quantidade de peixe gordo, rico em ácidos gordos n-3, como salmão, cavala e sardinha, não se tendo verificado uma correlação entre DMI e ingestão de peixes magros ou crustáceos. Além disso, 60 % dos indivíduos que ingeriam uma ou mais porções de peixe por semana apresentavam menor risco de desenvolver DMI avançada, em relação aos que consumiam menos do que uma porção por semana. Estes dados suportam a hipótese de que a ingestão frequente de peixe gordo apresenta um efeito protector no desenvolvimento de DMI avançada. Não existe cura para a DMI, mas, de acordo com os especialistas, o tratamento desta patologia passa pela evicção dos factores de risco modificáveis, ingestão balanceada de nutrientes com efeito protector e acompanhamento oftalmológico periódico. Swenor BK, Bressler S, Caulfield L, West SK. The Impact of Fish and Shellfish Consumption on Age-Related Macular Degeneration. Ophthalmology. 2010 Jul 12. 4 O efeito prebiótico do milho integral Um estudo financiado pela Cereal Partners, uma parceria entre a Nestlé e General Mills, publicado no British Journal of Nutrition, procedeu à análise da actividade do milho integral sobre os níveis de bifidobactérias fecais, as quais são consideradas um indicador positivo de acção prebiótica. Amamentação e risco materno de diabetes mellitus tipo 2 (DT2) O aleitamento materno tem sido associado à melhoria do metabolismo da glicose. Tendo por base esta premissa, um trabalho liderado por Eleanor Bimla Schwarz, publicado no American Journal of Medicine, estudou a relação entre amamentação e risco de DT2. A amostra era composta por 2233 mulheres, das quais 18,1 % eram nulíparas, 31,5 % eram mães que nunca amamentaram e 50,4 % eram mães que amamentaram pelo menos durante um mês. As idades da amostra compreendiam-se entre os 40 e 78 anos. Para o tratamento de dados utilizou-se uma regressão multifactorial, tendo sido também avaliada a composição corporal e alguns hábitos de alimentação e exercício físico. Os resultados mostram que, à data da investigação, 17,5 % das nulíparas desenvolveram DT2, 26,7% das que nunca amamentaram desenvolveram DT2 e 17% das mães que amamentaram um mês ou mais desenvolveram DT2. Após a análise dos resultados, conclui-se que as mães que amamentaram apresentavam um risco menor de desenvolver a patologia, comparativamente àquelas que nunca amamentaram, apresentando estas um risco quase duas vezes superior em relação às primeiras. O estudo, duplamente cego, recrutou 32 indivíduos de ambos os sexos, normoponderais, com idade média de 32 anos. A amostra foi dividida em dois grupos, ambos consumiram, durante 21 dias, 48 g de cereais de pequeno-almoço. Os de um grupo eram enriquecidos com 30 % de milho integral e os do grupo controlo não continham este cereal. Foram recolhidas amostras fecais em cinco momentos da investigação: dia 0, 21º, 42º, 63º e 84º. A microbiota fecal foi avaliada usando hibridização in situ fluorescente com oligonucleotideo 16S rRNA. Após o 21º dia, o grupo que ingeriu milho integral, apresentava níveis de bifidobactérias fecais significativamente superiores aos do grupo controlo (p<0,001). Com efeito, nas determinações subsequentes verificou-se uma diminuição gradual dos níveis de bifidobactérias, facto que se atribui à cessão de ingestão de cereais de pequeno-almoço com milho integral após o 21º dia. Os resultados sugerem que os cereais de pequeno-almoço enriquecidos com milho integral medeiam a modulação das bifidobactérias na microbiota intestinal, devido provavelmente a uma mistura complexa de componentes bioactivos que contêm, o que se traduz num efeito prebiótico, com benefícios na população intestinal. Esta conclusão pode fornecer evidência adicional relacionada com os benefícios dos cereais integrais, associados a uma diminuição do risco de doenças crónicas. Carvalho-Wells AL, Helmolz K, Nodet C, Molzer C, Leonard C, McKevith B, Thielecke F, Jackson KG, Tuohy KM. Determination of the in vivo prebiotic potential of a maize-based whole grain breakfast cereal: a human feeding study. As conclusões sugerem que a amamentação durante um período igual ou superior a um mês parece ter um efeito protector na prevenção da DT2, independentemente do nível de exercício físico e índice de massa corporal, tendo os profissionais de saúde um papel preponderante na sensibilização para o aleitamento materno. Br J Nutr. 2010 Nov; 104(9):1353-6. Schwarz EB, Brown JS, Creasman JM, Stuebe A, McClure CK, Van Den Eeden SK, Thom D. Lactation and maternal risk of type 2 diabetes: a population-based study. Am J Med. 2010 Sep; 123(9):863.e1-6. 5 café: aroma, sabor e saúde café: aroma, sabor e saúde A planta do café, o cafeeiro, pertence à família Rubiaceæ, que compreende cerca de 6000 espécies. As que gozam de maior importância comercial são: Coffea arábica e Coffea canephora (Robusta). Sob o ponto de vista organoléptico, distinguem-se pela intensidade do sabor e acidez, sendo a Arábica mais ácida e menos amarga; e sob o ponto de vista nutricional, distinguem-se pelo teor de cafeína e polifenóis contendo a Robusta maiores teores (1). Conta a lenda que o café foi descoberto por um pastor árabe, em 850 d.C., quando se apercebeu que as suas ovelhas exibiam uma euforia peculiar após ingerirem grãos de café. Este efeito suscitou curiosidade nos monges locais, que ao experimentarem os grãos verificaram que permaneciam mais despertos durante as orações. Ao partilharem estes efeitos pelos conventos vizinhos, o café divulgou-se rapidamente por todo o mundo. Contudo, na actualidade, encontram-se registos que sugerem que a descoberta do café aconteceu na Etiópia, no século VI, sendo daí transportado para a península arábica, onde era consumido devido às suas virtudes terapêuticas e estimulantes. A partir dessa altura, a difusão por todo o mundo aconteceu de forma acelerada. 6 Composição nutricional do café O café verde é um fruto com uma composição extremamente complexa. Actualmente, estão já identificadas cerca de 2000 substâncias nesta bebida, que além de cafeína contém vitaminas, principalmente do complexo B, e sais minerais como potássio, fósforo, magnésio, cálcio entre outros de menor expressão. O grão do café possui também compostos nitrogenados, lípidos, açúcares e polissacáridos, assim como polifenóis, dos quais se destaca o ácido clorogénico, com poder antioxidante (2, 3). Por chávena (7 g de café), o café torrado, com ou sem cafeína, contém entre 150 a 550 mg de polifenóis (4). Para que seja transformado numa bebida, o grão do café verde é meticulosamente seleccionado, sendo posteriormente sujeito a torrefacção e a moagem. Durante a torrefacção, o ácido clorogénico dá origem a novos compostos bioactivos, os quinídeos. Nesta etapa do processamento, os macronutrientes formam quase mil compostos voláteis, responsáveis pelo aroma característico da bebida a que dá origem (3). Na ingestão de café torrado (expresso) ou solúvel simples (sem adição de leite e açúcar), despreza-se a contribuição energética, uma vez que uma chávena contém entre 2 e 5 kcal. No entanto, a composição nutricional do café varia de acordo com a espécie do grão, a quantidade de café verde, o processo de transformação, o grau de torra e moagem, o método de preparação, o tipo de água utilizada e volume da bebida. Cafeína A cafeína é uma substância psicoactiva que pertence ao grupo das metilxantinas. Com efeito estimulante a nível do sistema nervoso central (SNC), é capaz de inibir os receptores da adenosina, impossibilitando a sua acção tranquilizante no SNC. É também responsável pela diminuição da sensação de fadiga e sonolência e pelo aumento da capacidade de alerta, o que afecta positivamente o rendimento físico e intelectual. É-lhe atribuída a capacidade de promover a irrigação coronária, exercer um efeito vasodilatador a nível vascular, estimular a secreção ácida do estômago e aumentar ligeiramente o peristaltismo gastrointestinal (2). A capacidade de absorção de cafeína varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com o estado fisiológico e hábitos de consumo de etanol, sendo a média de tempo para a sua absorção de 3 horas. Por esta razão, os indivíduos susceptíveis a insónias, não devem ingerir alimentos cafeinados pelo menos 3 horas antes de deitar. Com efeito, a maioria dos indivíduos parece conhecer o seu limite de ingestão de cafeína, de modo a tirar partido dos seus benefícios, prevenindo a ocorrência de efeitos adversos do excesso ou ingestão a horas inadequadas. As principais fontes de cafeína na alimentação humana são o café e o chá, no entanto, outros alimentos incluem esta substância (tabela 1). Tabela 1 – Teores de cafeína de alimentos (2). Bebida Teor de cafeína (mg) Café Arábica (150 ml) 50 – 120 Café Robusta (150 ml) 100 – 250 Café filtrado (150 ml) 50 – 175 Café solúvel (150 ml) 40 – 120 Café descafeinado (150 ml) 1–6 Café “curto” (17 ml) 62 Café “médio” (28 ml) 72 Café “cheio” (47 ml) 88 Outros alimentos Teor de cafeína (mg) Chá (folhas ou saqueta) (150 ml) 30 – 45 Refrigerantes (330 ml) 30 – 48 Refrigerantes de dieta (330 ml) 26 – 55 Chocolate preto (30 g) 20 – 120 Leite com chocolate (30 g) 1 – 15 Em contraposição a estes, os alimentos descafeinados diferenciam-se dos que lhe deram origem pelo facto de não conterem cafeína, tornando-se indicados para indivíduos que não toleram a substância. O processo de descafeinação do café verde consiste na eliminação de cafeína contida no café. Um dos métodos utilizados actualmente na descafeinação de cafés solúveis baseia-se na utilização de água para solubilizar naturalmente a cafeína, mantendo todo o aroma e sabor do café. No final, o café verde descafeinado deve conter menos do que 0,1 % de cafeína, de forma a cumprir as normas do Instituto de Estudos Cafeeiro, o que corresponde a cerca de 3 mg de cafeína por chávena de café (5). Recomendação A Food and Drug Administration (FDA) considera a ingestão de 300 mg de cafeína por dia segura em adultos saudáveis. Contudo, nos indivíduos que praticam uma alimentação diversificada, torna-se difícil indicar a quantidade exacta de café que deve ingerir diariamente, devido à vasta gama de produtos que contêm cafeína e à variação dos teores devido às razões supra citadas. Benefícios do café para a saúde Actualmente, o café é a bebida psicoactiva mais ingerida à escala mundial e há muito que tem suscitado curiosidade quanto à sua eficácia na promoção da saúde e prevenção de doenças. Neste sentido, nos últimos anos, tem-se vindo a assistir a uma crescente investigação sobre o tema, cujos resultados revelam um efeito protector da ingestão moderada na prevenção e/ou tratamento de patologias do foro neurológico, cardíaco, oncológico, hepático, endócrino, renal e ósseo, sendo ainda responsável pelo decréscimo da taxa de depressão e suicídio (2). Café e saúde neurológica Darcy Lima, investigador do Institute for Coffee Studies da University of Vanderbilt nos Estados Unidos da América, afirma que o impacto positivo do café no SNC se deve à actuação da cafeína sobre o córtex cerebral, atenuando a comunicação inibitória entre os neurónios, o que resulta num efeito de excitabilidade neuronal, favorecendo as faculdades intelectuais, como atenção, concentração, estado de alerta e memória (2). Estudos indicam que o consumo baixo e moderado de café (1 a 3 chávenas de 150 ml por dia) afecta positivamente a sensação de bem-estar generalizado, relaxamento, boa disposição, o que se deve provavelmente aos compostos quinídeos, que inibem a recaptação da adenosina, o que pode representar um auxílio na prevenção e controle da depressão e suas consequências, como o suicídio (3). Contudo, o consumo excessivo desta bebida (mais de 5 chávenas de 150 ml por dia) poderá suscitar comportamentos menos positivos, tais como nervosismo, ansiedade, agressividade, insónia, taquicardia e tremores. 7 café: aroma, sabor e saúde Segundo os investigadores do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, a cafeína revela efeitos positivos no abrandamento do declínio cognitivo associado ao envelhecimento, reduzindo mesmo a probabilidade de desenvolvimento de doença de Alzheimer e Parkinson (2). Segundo um estudo liderado por Icli F., o café surge como um factor altamente protector contra o carcinoma gástrico (2). Outra investigação conclui que o consumo de café está inversamente relacionado com o risco de cancro da boca, faringe e esófago (2). Café e saúde cardiovascular O consumo crónico de café tem revelado uma associação inversa com o risco de doenças cardiovasculares. Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition indica que a ingestão de 1 a 3 chávenas de café por dia reduz em 24 % o risco de doença cardiovascular, o que se deve provavelmente à acção antioxidante dos compostos quinídeos e ao aumento das lipoproteínas de alta densidade (HDL), que exercem efeitos anti-aterogénicos (2). No que respeita a influência do café na prevalência da hipertensão arterial, sabe-se que a ingestão de cafeína causa um aumento modesto na pressão arterial, mas até ao momento, não existe consenso inequívoco sobre a relação directa entre a ingestão de café e a patologia (2). Café e saúde hepática A revista científica Archives of Internal Medicine divulgou um estudo que refere que o café pode reduzir o risco de evolução para cirrose hepática, em doentes hepáticos. Além disso, os doentes que bebem mais café apresentam valores mais baixos de transaminases (2). Café e prevenção de neoplasias Estudos recentes demonstram que o consumo moderado de café inibe a proliferação das células responsáveis pelo carcinoma hepatocelular, um dos tumores malignos mais frequentes mundialmente e que tem vindo a aumentar em Portugal (2). Café e prevenção de diabetes mellitus tipo 2 (DT2) Está cientificamente provado que a ingestão de café reduz o risco da DM2. Segundo o relatório do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, o consumo crónico e moderado de café apresenta efeito benéfico na glicemia e insulinémia em indivíduos com hiperglicemia intermédia ou com DT2, sendo mais marcado nos momentos pós-prandiais (2). Esta acção benéfica deve-se a vários fenómenos, tais como o aumento da sensibilidade à insulina, a melhoria da função das células, a diminuição da absorção intestinal de glicose, à interferência no metabolismo das incretinas intestinais e a libertação de catecolaminas com subsequente aumento do metabolismo e da termogénese do tecido adiposo castanho. Pensa-se que tais efeitos benéficos no metabolismo glicídico se devem aos componentes do café, nomeadamente ao ácido clorogénico, quinídeos e trigonelina (2). Café e saúde renal O Nurses Health Study demonstrou que o consumo moderado de café pode influenciar positivamente o funcionamento dos rins, evitando o desenvolvimento de litíase biliar, porque favorece o funcionamento do aparelho urinário (2). Café e saúde óssea No que respeita à saúde óssea, o facto de a cafeína aumentar a excreção urinária de cálcio e de apresentar um efeito anti-nutriente com este mineral, embora pouco acentuado, tem-se associado a sua ingestão ao aumento do risco de osteoporose. No entanto, para os consumidores de café, estes efeitos podem ser colmatados através da ingestão simultânea de um alimento rico em cálcio, como o leite, para neutralizar qualquer efeito negativo. Na menopausa, período que se caracteriza por uma diminuição da densidade óssea, de forma a minimizar aquele efeito deve ser evitado um consumo de cafeína acima dos 500 mg por dia (3). De salientar, que parte do cálcio ingerido diariamente é excretado, se o organismo apresentar carência deste mineral, a sua absorção está naturalmente aumentada. 8 Café e gravidez O papel do café na gravidez tem sido objecto de grande controvérsia, devido ao facto da cafeína atravessar a barreira placentária, podendo causar aborto espontâneo ou nascimento prematuro; e devido ao metabolismo da cafeína nas grávidas ser mais lento, permanecendo a sua concentração durante mais tempo na corrente sanguínea. Um estudo elaborado na Dinamarca com 1150 grávidas não encontrou relação entre o aumento do risco de partos prematuros ou recém-nascidos de baixo peso e o consumo de 1 a 3 chávenas de café diariamente (2). A Food Standards Agency, recomenda uma ligeira restrição de ingestão de cafeína em grávidas, não devendo ultrapassar os 200 mg diários (2). Muitos estudos mostram que a ingestão moderada de café em mulheres que tentam engravidar, grávidas ou aleitantes é seguro. Café e hidratação Atribui-se, por vezes, ao café, e a outras bebidas cafeinadas, um efeito diurético, no entanto, de acordo com a literatura científica, este efeito é similar ao do da água. Em quantidades moderadas, a sua ingestão não causa desidratação, nem desequilíbrio electrolítico (2). Cafeína e exercício físico Nos últimos anos, a cafeína tem sido alvo de inúmeros estudos envolvendo práticas desportivas de resistência como o ciclismo, o atletismo e a natação. No futebol, por exemplo, considera-se que a cafeína aumenta o desempenho, melhora o tempo de reacção, atenção mental e processamento visual (6), tendo-lhe sido, por isso, atribuído o papel de substância ergogénica. O efeito da cafeína é tão mais eficaz quanto maior for a duração do exercício. Segundo a Autoridade Antidopagem de Portugal, a cafeína, é um dos estimulantes que não é considerado substância proibida (7). Actualmente, os principais produtores de café são países da América Central e do Sul (Brasil, Colômbia, Costa Rica, México), África (Etiópia), Ásia (Indonésia) e Oceania (Papua Nova Guiné). Em suma É uma verdade incontornável que a ingestão moderada de café não representa risco para a saúde, conferindo mesmo um efeito protector para várias patologias. Graças aos seus benefícios, a comunidade médico-científica considera já o café como um alimento funcional. Referências Bibliográficas 1. International Coffee Organization. About Coffee Botanical Aspects. [Internet] [citado em: 2010 Nov]. Disponível em: http://www.ico.org/botanical.asp. 2. Programa café e Saúde. [Internet] [citado em: 2010 Nov] Disponível em: http://www.cafeesaude.com. 3. Associação Brasileira da Indústria do Café. [Internet] [citado em: 2010 Nov] Disponível em: http:// www.abic.com.br/sabor_cafe.html. 4. Pellegrini et al, J Nutr 2003, Richelle et al, JAFC 2001, Ki WON Lee et al. JAFC 2003. 5. Lecos C et al. The latest caffeine scorecard. FDA Consumer, March 1984. 6. Hespel P, Maughan RJ, Greenhaff PL. Dietary supplements for football. J Sports Sci. 2006; 24(7):749-61. 7. Autoridade Antidopagem de Portugal. Lista de Substâncias e Métodos Proibidos - Código Mundial Antidopagem [Internet] [citado em: 2010 Nov] Disponível em: http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Lista%20 de%20Subst%EF%BF%BDncias%20e%20 M%EF%BF%BDtodos%20Proibidos%20v2010(1).pdf. 9 novidades Nestlé Conheça as novidades Nestlé Reunião Científica “Alimentação e Nutrição Infantil: Temas Emergentes” Nestlé marca presença no II World Congress of Public Health Nutrition Realizou-se no dia 11 de Novembro na sede da Nestlé Portugal, uma reunião científica para pediatras, enfermeiras e nutricionistas, que exercem a sua actividade profissional em hospitais públicos, privados e centros de saúde. Realizou-se no passado mês de Setembro o II World Congress of Public Health Nutrition na Alfândega do Porto, que reuniu especialistas na área da medicina, nutrição e alimentação de todo o mundo. O evento contou com um ilustre painel de palestrantes, entre eles a Dra. Ana Leonor Perdigão, nutricionista, que reforçou o papel da Nestlé como empresa líder em Nutrição, Saúde e Bem-estar; a Dra. Catarina Durão, nutricionista, desenvolveu o tema “Microbiota intestinal: possibilidades de intervenção nutricional”; a Dra. Carla Rego, pediatra, focalizou a sua apresentação naquele que já é considerado um flagelo a nível mundial “A Obesidade Infantil – causas e prevenção”; e por último, a Dra. Ariane Brand, pediatra, cuja intervenção incidiu sobre a “Alimentação Vegetariana, da infância à adolescência”. No âmbito deste encontro, a Nestlé assinalou a sua presença através de um stand corporativo e da organização de um simpósio intitulado “Estilos de vida saudáveis para as crianças. Como podem as parcerias ajudar?”, demonstrando a importância da combinação de esforços entre empresas e instituições públicas da área da saúde e educação, com o intuito de propor soluções capazes de formar os mais novos no que respeita à aquisição de hábitos saudáveis. A organização da reunião esteve ao cuidado de Nestlé Nutrition, que sentiu ver cumpridos os seus objectivos iniciais, ao dar mais um contributo na formação de profissionais de saúde em temas pertinentes e emergentes na sociedade actual. 10 O simpósio deu a conhecer exemplos de parcerias de sucesso a nível nacional e internacional. A nível nacional destacou, entre outros, o programa de educação alimentar “Apetece-me”, que resulta da parceria entre a Nestlé Portugal S.A. e o Ministério da Educação, envolvendo activamente professores e alunos. A partilha destas experiências deu espaço à reflexão sobre a questão fundamental da aliança entre alimentação saudável e prática de exercício físico regular para um normal crescimento e desenvolvimento das crianças, sugerindo que as parcerias são mais eficazes quando envolvem o indivíduo, a família e a comunidade. Nestlé Portugal dá continuidade aos Workshops de Nutrição para jornalistas No sentido de reforçar o seu posicionamento em Nutrição, Saúde e Bem-estar, a Nestlé Portugal dinamiza periodicamente workshops de Nutrição para jornalistas, partilhando os seus conhecimentos junto dos profissionais de comunicação que têm à sua responsabilidade temas sobre saúde. A 2ª edição deste evento assinalou-se no passado mês de Outubro, na sede da Nestlé Portugal, em Linda-a-Velha. Teve a duração de 5 horas e focou temas como Nutrição Básica, Mitos e Realidades sobre Alimentação e Rotulagem dos alimentos. Após a exposição teórica, seguiu-se a componente prática que consistiu na confecção e degustação de uma refeição saudável, que contou com os conhecimentos preciosos do Chef Bruno Pereira e com a envolvência curiosa e entusiasta dos formandos. Participaram no Workshop 6 jornalistas, em representação da RTP, SIC e PÚBLICO, cuja apreciação da acção foi muito favorável. Comemoração do Dia Mundial da Alimentação no local de trabalho A Nestlé Portugal assume o seu papel de empresa líder em Nutrição, Saúde e Bem-estar também junto dos seus colaboradores, através da dinamização periódica de acções internas que pretendem promover uma alimentação equilibrada e estilos de vida saudáveis. Perseguindo este objectivo, a Nestlé Portugal assinalou o Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro), durante toda a semana que o antecedeu, distribuindo pelas suas instalações mensagens sobre alimentação equilibrada e sobre exercício físico. O conjunto destas informações pretendiam demonstrar como atingir um balanço equilibrado entre a ingestão e o gasto. Adicionalmente, disponibilizaram-se toalhetes de tabuleiro nos refeitórios, que davam pistas sobre a constituição de um almoço ideal, sob o ponto de vista da qualidade e quantidade, não esquecendo o alerta para a importância de uma caminhada após a refeição. Os colaboradores aderiram à iniciativa e consideraram a acção muito positiva. NIDINA EXPERT A nova gama de Fórmulas Infantis No âmbito da Nutrição Infantil, a Nestlé Nutrition tem sido pioneira na investigação e implementação de novos conceitos, dispondo actualmente de uma extensa gama de produtos nutricionalmente adequados a consumidores com necessidades nutricionais especiais, garantindo o desenvolvimento harmonioso e saudável do bebé e da criança. E foi com este objectivo que muito recentemente lançou uma nova Gama de Fórmulas Infantis – NIDINA Expert. NIDINA Expert é uma gama de fórmulas infantis para todos os bebés com especial interesse em bebés que apresentam sintomas de desconforto digestivo, como cólicas e períodos longos de choro. L.reuteri (cultura naturalmente presente no leite materno) é o probiótico que está presente nesta nova gama NIDINA Expert e as evidências científicas comprovam ser eficaz na melhoria dos sintomas de cólicas e na redução do tempo de choro. Na impossibilidade do aleitamento materno, NIDINA Expert surge como uma excelente opção para todos os bebés com especial destaque para os que sofrem de desconforto. 11