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BOLETIM DA GESTÃO 2013-2015 | EDIÇÃO AGOSTO DE 2014 AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 1 04 TEXTO INICIAL A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA APLICADA À IMPUTABILIDADE PENAL 08 O MÊS DA NEUROPSICOLOGI A 10 DOMÍNIOS COGNITIVOS AVALI AÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM ADULTOS E IDOSOS 17 RELATO DE PESQUISA SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN: UM MODELO PARA O ESTUDO DO SENSO NUMÉRICO 19 ENTREVISTA RICARDO FRANCO DE LIMA 21 COMUNICADO SBNP CONSOLIDA SUA P ARCERIA COM O EVENTIZE AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 2 AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 3 BOLETIM SBNp TEXTO INICIAL A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA APLICADA À IMPUTABILIDADE PENAL ANTÔNIO DE PÁDUA SERAFIM A crescente onda de violência Ao se analisar a conduta huma- onalidade. Livre Arbítrio deriva do urbana, como os homicídios ou a na (seja ela adequada ou não, latim “liberum arbitrium”, o juízo relação dependência química e a criminosa ou não), o cerne de livre, capacidade de escolha pela criminalidade, por exemplo, tem sua vontade humana consciente. exigido cada vez mais a participa- principalmente no pressuposto Já a Determinação da Racionalida- ção do psicólogo no esclarecer de que o comportamento pode de é a condição de preservação dos fatos no contexto jurídico. ser expresso por pessoas en- da saúde mental decorrente da: a) Responder as questões relaciona- tendidas como normais na con- Ausência de loucura (isto é, ausên- das à saúde mental e justiça re- cepção de saúde mental, quan- cia de qualquer quadro de trans- quer deste profissional uma com- to por uma pessoa portadora torno mental que tenha poder de preensão multifatorial dos fatores de um transtorno mental. Este interferir no juízo crítico); b) Capa- envolvidos. Atualmente observa- pressuposto apresenta-se inti- cidade se uma crescente solicitação de mamente ligado ao Direito. De (condição relativa ao potencial perícias psicológicas e neuropsi- maneira geral, o papel do Direi- intelectual do indivíduo) e c) Capa- cológicas, por se entender que to nas sociedades é normatizar cidade estas avaliações expressam não condutas, atitudes, direitos e (ligada a capacidade de controle apenas descrições sintomáticas deveres, uma vez que concebe- emocional e dos impulsos). de um determinado quadro pato- se o comportamento humano Quando dúvidas surgem quanto à lógico, mas também, e principal- como fulcro do atuar pela pre- determinação da racionalidade, mente, expressa uma análise fun- servação da capacidade racio- logo se impõe a necessidade da cional deste acerca da correlação nal (razão). perícia em saúde mental. Em Di- entre uma possível psicopatolo- Neste sentido o Direito consi- reito, perícia é um meio de prova, gia, comprometimento cerebral e dera o Livre Arbítrio como re- e, para tal, pessoas qualificadas comportamento. sultado da capacidade da Raci- tecnicamente, nomeadas pelo ju- investigação centra-se de de entendimento autodeterminação iz, analisam fatos juridicamente AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 4 relevantes à causa examinada, uma questão judicial se instala- fissionais da psicologia infor- elaborando laudo. O processo rem. mações quanto o funciona- pericial se traduz em um exa- Para o Direito, quando se insta- mento mental de uma determi- me que exige conhecimentos la a dúvida quanto à saúde nada pessoa que praticou um técnicos a fim de comprovar mental da pessoa em questão, crime. É comum na área penal (provar) a veracidade de certo demanda a necessidade do co- alegações de danos ou déficits fato ou circunstância. Na práti- nhecimento de outra área para cognitivos em pessoas que co- ca forense a perícia se caracte- aplicar a Lei. meteram homicídios, fraudes, riza como um conjunto de pro- Há de se entender que o Direi- crimes sexuais, entre outros. A cedimentos especializados que to analisa o fato para aplicar a alegação de déficits de memó- pressupõe um conhecimento responsabilidade penal ou a ria é muito comum. E a partir técnico/científico específico capacidade civil. No caso de do momento em que há a ale- que venha a contribuir no sen- crimes, o Direito busca aplicar gação de prejuízo da função tido de esclarecer algum ponto a responsabilidade penal con- cognitiva, e este suposto preju- considerado imprescindível pa- forme o artigo 26 do Código ízo põe em cheque a real capa- ra andamento de um processo Penal Brasileiro. cidade de autonomia do autor judicial. É a aplicação dos mé- É isento de pena o agente que, do ato, o juiz pode de fato soli- todos e técnicas da investiga- por doença mental ou desen- citar a perícia para poder apli- ção psicológica e neuropsicoló- volvimento mental incompleto car a Responsabilidade Penal. gica com a finalidade de subsi- ou retardado, era, ao tempo da Por diar ação judicial, seja esta de ação ou da omissão, inteira- entende-se a capacidade penal que natureza for (ou seja, Direi- mente incapaz de entender o da pessoa natural que é deno- to Penal, Cível, Trabalhista, Fa- caráter ilícito do fato ou de de- minada mília, etc), toda vez que dúvi- terminar-se de acordo com es- (responsável). Esta condição das relativas à “saúde” psicoló- se entendimento. define o conjunto de condições gica da pessoa envolvida em Aqui o operador busca dos pro- que dão ao agente (a pessoa), a Responsabilidade Penal imputabilidade Tabela 1. Condições de enquadramento Imputabilidade (imputável) São todas as pessoas maiores de 18 anos. É o sujeito “são” e desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. AGO/14 Semi-imputabilidade (responsabilidade diminuída) Definição do art. 26, parágrafo único do Código Penal: É o agente que em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Inimputabilidade É considerado o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 5 capacidade para lhe ser juridi- afeta ou não a capacidade de que a dúvida seja de ordem cog- camente imputada entendimento e de autodeter- nitiva, a avaliação deve englobar (responsabilizada) à prática de minação da pessoa que possa além das funções neuropsicoló- um fato punível. ter colaborado para a prática gicas a investigação da persona- Neste contexto, a avaliação criminosa. lidade, uma vez que, aspectos neuropsicológica na responsa- Visto isto, a aplicação da avali- emocionais ou traços psicológi- bilidade penal busca auxiliar o ação neuropsicológica em uma cos, como ansiedade, a impulsi- judiciário a enquadrar o autor perícia dever levar informações vidade, por exemplo, podem de um crime em uma das con- quanto ao funcionamento psi- falsear déficits cognitivos. dições descritas na tabela 1. cológico do réu ao juiz, produ- A Logo, o Direito busca zindo prova para auxiliá-lo em aplicada à área penal segue os no contexto da saúde mental a seu livre convencimento por procedimentos de uma avalia- comprovação ou não de pro- meio de documentação técnica ção clínica, ou seja, engloba: blema do trinômio psiquismo x do fato, o qual é feito através Atenção, Memória, Pensamen- cérebro x comportamento, isto de documentos legais, como o to, Funções Executivas, Inteli- é: laudo. gência, Linguagem, além dos Ressalta-se que, de maneira aspectos emocionais e da perso- geral, a principal questão fo- nalidade, conforme o fluxogra- rense não se restringe especifi- ma (figura 1). O que a torna dis- camente em identificar uma tinta é o seu objetivo Domínio da Razão Autocontrole Imputabilidade avaliação neuropsicológica alteração, mas se esta alteraDistintamente da Avaliação Neuropsicológica no contexto clínico, que determina a existência ou não de uma alteração das funções cognitivas para fins de diagnóstico e conduta terapêutica, a avaliação neuropsicológica forense tem como principal objetivo responder a uma questão Legal, isto é, se de fato há uma disfunção e de que forma esta disfunção AGO/14 ção compromete a pessoa em Considerações seus direitos e deveres. Dois aspectos merecem desta- Convencido da necessidade da que. O primeiro refere-se ao perícia, o operador do direito crescimento da utilização da oficializa este pedido. A solici- avaliação neuropsicológica co- tação é fundamentada nos mo um recurso diagnóstico no quesitos elaborados pelo agen- contexto forense. O segundo é te jurídico (juiz, promotor, pro- relativo à necessidade de criar curador, delegado, advogado), uniformidade no processo e re- sendo responsabilidade de o cursos utilizados nesta área. En- perito investigar uma ampla tende-se que de fato a avaliação faixa o funcionamento mental neuropsicológica, dado o seu do indivíduo envolvido. Mesmo teor de análise mais qualitativa Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 6 Figura 1.Fluxograma da Perícia PROF. ANTONIO DE PÁDUA SERAFIM S. P. (2010). Práticas Forenses. In: PROFESSOR Leandro F Malloy-Diniz; Daniel PÓS-GRADUAÇÃO Fuentes; Paulo Mattos; Neander DA Abreu. (Org.). Avaliação Neuropsi- DISTA DE cológica. Porto Alegre: Artmed, 1, DO 313-317. a normatização de instrumen- GRADUAÇÃO Gazzaniga, M.S., Steveven, M.S. E tos são necessárias, além do (2004). Free Will in the Twenty- DENADOR DO conhecimento básico sobre a first Century: A Discussion of Neu- TRIA E justiça. roscience and the Law. In: Gar- TUTO DE land B. Neuroscience and the Law: PSICÓLOGO Sugestões de Leitura Brain, Mind, and the Scales of Jus- ÇO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICO- Serafim, A. P., Saffi, F. (2012). tice. New York, US: Dana Press; LOGIA - INSTITUTO Psicologia e Práticas Forenses. 2004, p 51-70. HCFMUSP São Paulo: Editora Manole. Hilsenroth, Serafim, A.P., Saadeh, A., Castela- (2004). A consideration of chal- na, G. B., Barros, D. M. (2011). lenges to psychological assess- Perícias Psiquiátricas em Situa- ment instruments used in forensic ções Específicas. In: Euripedes settings: Rorschach as exemplar. J Constantino Pers Assess, 83(2),141-52. da relação cérebro- comportamento, vem atender as demandas dos sistemas judiciários. Entretanto, a regulamentação de procedimentos e Gentil, Miguel, Wagner Farid Valentim PROGRAMA DO EM DE PSICOLOGIA S AÚDE – UNIVERSIDADE METOS ÃO PAULO, P ROGR AM A EM PROFESSOR P ÓS - DE NEUROCIÊNCIAS COMPORTAMENTO – USP, COORNÚCLEO DE PSIQUIA- PSICOLOGIA FORENSE – INSTIPSIQUIATRIA – HCFMUSP, SUPERVISOR DE NO SERVI- PSIQUIATRIA – M. J., Stricker, G. Responsável pelo convite ANDRESSA ANTUNES Gattaz (Org.), Clinica Psiquiátrica. (pp. 2222-2231). São Paulo: Manole. Serafim, A. P., Saffi, F., Rigonatti, AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 7 O MÊS NA NEUROPSICOLOGIA POR MORGANA SCHEFFER JOURNAL OF EXPERIMENTAL IN CLINICAL NEUROPSYCHOLOGY A última edição do Journal of Experimental in Clinical Neuropsychology foi o trigésimo sexto volume da revista (36(6), 559-667) contendo 10 artigos originais. Todos os artigos tratam de estudos com dados empíricos. O último volume contempla estudos de consistência interna e validade de construto e de critério da Cognitive Estimation Task (CET-R) desenvolvido por Shallice e Evans. O instrumento avalia a capacidade de resolução de problemas. O estudo foi realizado com indivíduos saudáveis e esquizofrênicos em tratamento ambulatorial (1). Ao considerar a importância do rastreio cognitivo voltado à memória, um estudo contemplado no volume 36 fala sobre avaliação da memória verbal em pacientes institucionalizados com e sem demência. Os instrumentos utilizados para tal fim foram: ferramenta de avaliação cognitiva breve (BCAT) e entrevista breve do estado mental (BIMS)(2). Ainda em relação a avaliação de componentes da memória, a memória prospectiva, a qual demanda das funções executivas, da atenção e ainda da memória retrospectiva foi avaliada no estudo de Li et al. (3) em indivíduos com sintomatologia depressiva de alto e baixo nível. O estudo verificou ainda, a capacidade de indivíduos com nível alto de sintomas depressivos em alocar recursos atencionais em tarefas de memória prospectiva. A revista apresenta também, estudo com medidas de memória para faces não familiares na discriminação de indivíduos idosos com Transtorno Cognitivo Leve (TCL) e com envelhecimento normal, como também, na conversão do TCL para demência (4). Você encontra ainda na edição atual publicada, o estudo de Sobreiro et al.(5) sobre aspectos relacionados a síndrome da disfunção executiva depressiva tardia em indivíduos após danos neurológicos, mais espe- AGO/14 cificamente, o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi verificado a ocorrência da síndrome acima referido em indivíduos idosos após primeira lesão vascular. A associação entre funções executivas e depressão foi também estudada. Além do estudo das funções executivas, você leitor encontra o trabalho de autoria de Schoo et al. (6). o qual avaliou a memória temporal em indivíduos após AVC. O objetivo do estudo foi examinar como efeitos da curva de posição serial e como a memória de ordem temporal relativa podem diferir entre população neurológica. A análise ocorreu a partir dos resultados estabelecidos na ordem total absoluta (evento posicionado no momento correto em sequência) e relativa (evento posicionado considerando eventos imediatamente anteriores e posteriores). O estudo objetivou ainda associar os prejuízos de memória à medidas neuropsicológicas estabelecidas. A edição atual da revista possui grande parte de seus artigos em avaliação de aspectos cognitivos como a memória. Outro estudo focou na avaliação de falsas memória, através do modelo Bayesiano, em uma amostra de indivíduos com prejuízos na cognição (7). A edição atual do Journal of Experimental in Clinical Neuropsychology conta ainda com estudos com população infantil e de adolescentes. O estudo de Caçola et al.(8) avaliou crianças com transtorno do desenvolvimento de coordenação quanto a sua capacidade de representação visuoespacial precisas através de imagens de representação do comportamento motora a nível mental. O objetivo estendeu-se à exploração da combinação da ação e representação do espaço através de ferramentas. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 8 O MÊS NA NEUROPSICOLOGIA O leitor pode ler ainda nesta edição, o estudo 5. Sobreiro, M. F. M., Miotto, E. C., Terroni, L., Tinone, G., Iosifescu, D. V., Lucia, M. C. S., Scaff, M., Leite, C. C., Amaro Jr., E., & Fraguas, R. (2014). Executive function and depressive symptoms of retardation in nonelderly stroke patients. 636-647 DOI:10.1080/13803395.2014.925092 6. Schoo, L. A. van Zandvoort, M. J. E., Reijmer, Y. D., Biessels, G. J., Kappell, L. J., & Postma, A. (2014). Absolute and relative temporal order memory for performed activities following stroke 648-658 DOI:10.1080/13803395.2014.925093 7. Ortega, A. Piefke, M., & Markowitsch, H. J. (2014). A Bayesian latent group analysis for detecting poor effort in a sample of cognitively impaired patients.659-667 DOI:10.1080/13803395.2014.926863 8. Caçola, P., Gabbard, C., Ibana, M., & Romero, M. (2014). Tool length influences reach distance estimation via motor imagery in children with developmental coordination disorder. 596-606 DOI:10.1080/13803395.2014.918092 9. Donati, M. A. Panno, A. Chiesi, F., & Primi, C (2014). A mediation model to explain decision making under conditions of risk among adolescents: The role of fluid intelligence and probabilistic reasoning. 588-595 DOI:10.1080/13803395.2014.918091 10. Rennie, B., Beebe-Frankenberger, M., & Swanson, H. L. (2014). A longitudinal study of neuropsychological functioning and academic achievement in children with and without signs of attention-deficit/hyperactivity disorder. 621-635 DOI:10.1080/13803395.2014.921284 das funções executivas, ou seja, a relação entre tomada de decisão e inteligência fluída e a capacidade de raciocínio probabilístico em adolescentes em situação explícita de risco (9). Por fim, mas não menos importante, crianças com Transtorno de Deficit de Atenção e Impulsividade foram avaliadas a fim de verificar a relação deste transtorno com o desempenho escolar (10). Para isso, as crianças foram divididas em sintomatologia de alto e baixo nível conforme avaliação dos professores. O estudo foi de caráter longitudinal, com a avaliação de aspectos cognitivos indispensáveis para o sucesso no desempenho acadêmico por um período de três anos. Vale a pena conferir!!! Referências 1. Gansler, D. A. Varvaris, M., Swenson, L., & Schretlen, D. J. (2014). Cognitive estimation and its assessment. 559-568 DOI:10.1080/13803395.2014.915933 2. William E. Mansbach, W. E., Mace, R. A. & Clark, K. M. (2014).Story recall and word lists: Differential and combined utilities in predicting cognitive diagnosis. 569576 DOI:10.1080/13803395.2014.916656 3. Li, Y. R., Loft, S., Weinborn, M., & Maybery, M. T. Event-based prospective memory deficits in individuals with high depressive symptomatology: Problems controlling attentional resources? 577-587. DOI:10.1080/13803395.2014.918090 4. Nguyen, V. Q., Gillen, D. L., & Dick, M. B. (2014).Memory for unfamiliar faces differentiates mild cognitive impairment from normal aging. 607-620 DOI:10.1080/13803395.2014.919992 AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 9 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM ADULTOS E IDOSOS A avaliação das funções executivas (FE) será abordada conside- LAFAIETE MOREIRA E MÔNICA VIEIRA COSTA mento e resolução rando sua divisão entre básicas - memória ope- de problemas. racional, controle inibitório e flexibilidade cognitiva - e superiores ou complexas (Diamond, 2013). Serão propostos instrumentos normatiza- dos para adultos e idosos, visto que em edição anterior deste boletim (maio de 2014) foram abordadas as avaliações de crianças préescolares, escolares e adolescentes. Avaliação das funções executivas em adultos Na fase adulta da vida é comum nos deparar- Para avaliação das Funções Executivas adotaremos um modelo teórico que propõe que esse constructo é formado por 3 componentes básicos: Memória Operacional, Controle Inibitório e Flexibilidade Cognitiva. Esse modelo tem a vantagem de possuir boas evidências quanto à coerência do substrato neuroanatômico (Diamond, 2013) e consistência psicométrica (Miyake et al., 2000). mos com mudanças nas expectativas pessoais Sugerimos abaixo três tarefas simples para cada e sociais iniciadas após a adolescência (Arnett, componente, todos com normas brasileiras para 2006). Em termos dos domínios cognitivos, eles aplicação. tendem a exibir curvas de crescimento que representam a variação de cada uma delas ao Avaliação da memória operacional: Os Testes longo do nosso desenvolvimento (Lezak, 2004). Span de Dígitos e o Cubos de Corsi são as tarefas mais comumente utilizadas como medidas de A importância das Funções Executivas na fase memória de trabalho. Considerando o modelo de adulta se deve exatamente pela conjuntura de Baddeley (2003), o primeiro seria um indicativo expectativas pessoais e sociais, dado o reco- mais puro da alça fonológica enquanto o segun- nhecimento desse período como particularmen- do do esboço visuoespacial. O Teste Pasat, por te exigente quanto nossa capacidade de engaja- AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 10 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos outro lado, é uma tarefa menos conhecida que pacidade do sujeito de inibir uma resposta auto- consiste na apresentação de um CD de áudio mática aprendida em situações congruentes em que são apresentados uma série pseudo ale- quando exposto a situação incongruente na mes- atorizada de algarismos em intervalos de 3 se- ma tarefa. A Tarefa Stroop Victoria, utiliza estímu- gundos entre cada um. O paciente deve somar los coloridos e os nomes das cores para criar as de dois a dois sempre os dois últimos algarismos situações congruentes e incongruentes. Essa ver- ouvidos. são do paradigma é uma das tarefas mais tradicionalmente utilizadas para avaliação do Controle Avaliação do controle inibitório: O Stroop é Inibitório. Também tradicionalmente utilizado para um paradigma que consiste na avaliação da ca- avalição do Controle Inibitório é o paradigma Tabela 1. Estudos com dados normativos para adultos brasileiros: Função Memória Operacional Controle inibitório Flexibilidade cognitiva Teste Faixa etária Span de dígitos 16 - 89 Cubos de Corsi 18 - 56 Pasat Média: 38 anos Teste de Stroop 18 - >70 BIS 11 16 - 60 CPT 16 - 60 Fluência Verbal Animais 16 - 88 Brucki, S. M. D., Malheiros, S. M. F., Okamoto, I. H., & Bertolucci, P. H. (1997). Dados normativos para o teste de fluência verbal categoria animais em nosso meio. Arq. neuropsiquiatr, 55(1), 56-61. 18 - 50 Maurien C.T. Senhorini , Edson Amaro Júnior , Adriana de Mello Ayres , Adriana de Simone & Geraldo F. Busatto (2006) Phonemic Fluency in Portuguese-speaking Subjects in Brazil: Ranking of Letters, Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, 28:7, 1191-1200, DOI: 10.1080/13803390500350969 18 - 81 Hamdan, A. C., & Hamdan, E. M. L. (2009). Effects of age and education level on the Trail Making Test in a healthy Brazilian sample. Psychology & Neuroscience, 2(2), 199-203. Fluência Verbal Fonêmica Trail Making Test AGO/14 Fonte de Figueiredo, V. L., & Do Nascimento, E. (2007). Desempenhos nas duas tarefas do subteste dígitos do WISC-III e do WAIS-III. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23(3), 313-318. Tudesco, I. D. S. S., Vaz, L. J., Mantoan, M. A. S., Belzunces, E., Noffs, M. H., Caboclo, L. O. S. F., ... & Bueno, O. F. A. (2010). Assessment of working memory in patients with mesial temporal lobe epilepsy associated with unilateral hippocampal sclerosis. Epilepsy & Behavior,18(3), 223-228. Haase, V. G., Lima, E. D. P., Lacerda, S. S., & Lana-Peixoto, M. A. (2004). Desenvolvimento da versão brasileira da multiple sclerosis functional composite measure (MSFC-BCTRIMS). Arq Neuropsiquiatr, 62(2-A), 363-70. Campanholo, K. R., Romão, M. A., Machado, M. D. A. R., Serrao, V. T., Coutinho, D. G. C., Benute, G. R. G., ... & de Lucia, M. C. S. (2014). Performance of an adult Brazilian sample on the Trail Making Test and Stroop Test. Dement. neuropsychol, 8(1). Malloy-Diniz, L., Fuentes, D., Leite, W. B., Correa, H., & Bechara, A. (2007). Impulsive behavior in adults with attention deficit/hyperactivity disorder: characterization of attentional, motor and cognitive impulsiveness. Journal of the International Neuropsychological Society, 13(04), 693-698. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 11 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos Continuous Performance Task (Teste de Perfor- Avaliação das funções executivas mance Contínua - CPT), que consiste na apre- em idosos sentação de diversos estímulos alvos e não alvos e avalia as habilidades da atenção sustentada e seletiva, a velocidade com que o sujeito dá Na avaliação do funcionamento executivo em ido- a reposta na situação em que é apresentado o sos é importante que o neuropsicólogo considere estímulo alvo e principalmente a capacidade de- as condições gerais de saúde, o padrão de mu- le de inibir sua resposta quando o estímulo não danças esperadas para o envelhecimento normal alvo é apresentado. A Escala de Impulsividade e os relatos de cuidadores e familiares na inter- de Barrat, por sua vez, não é um instrumento de pretação dos resultados. Neste tópico serão ex- desempenho, trata-se da versão brasileira de ploradas particularidades a serem consideradas uma escala de autopreenchimento composta de na seleção de instrumentos para exame das fun- 30 itens relacionados às manifestações da im- ções executivas nesta etapa do ciclo vital. A ava- pulsividade, tendo como base o modelo teórico liação neuropsicológica destes pacientes é utiliza- proposto por Ernest Barrat (Malloy-Diniz et al., da principalmente como método auxiliar em diag- 2010). nósticos diferenciais e fornecimento de parâme- Avaliação da Flexibilidade Cognitiva: As tare- fas de fluência verbal semântica e fonêmica tam- tros para planejamento e avaliação de intervenções de reabilitação cognitiva. bém estão entre as mais comumente utilizadas O envelhecimento envolve tomada de decisões para avaliação das funções executivas. Ambas importantes e manejo de situações cujos resulta- consistem na produção da maior quantidade dos podem ser de grande impacto. Também são possível de palavras em um minuto. Na fluência frequentes problemas relacionados ao gerencia- semântica o paciente é instruído a falar a maior mento de recursos financeiros e tratamentos mé- quantidade de palavras possíveis de uma mes- dicos que demandam antecipação de necessida- ma categoria, sendo animais e frutas as mais des e planejamento (Denburg et al, 2007). Outras comuns. Na fluência fonêmica é apresentada mudanças como falecimento do cônjuge ou apo- uma letra ao paciente e ele deve falar a maior sentadoria são exemplos de demandas que tor- quantidade de palavras possíveis iniciadas com nam as FEs decisivas para a adaptação do indiví- aquela letra específica. Apesar da semelhança duo ao meio. entre as instruções da tarefas, há evidências As FEs são as habilidades cognitivas mais sensí- bem consistentes na literatura que elas medem veis a condições de saúde adversas como humor constructos parcialmente distintos (Troyer et al., rebaixado, privação do sono e falta de condicio- 1997). O teste de Trilhas, parte B, por sua vez, namento físico. Isto pode ser observado tanto do oferece uma medida de flexibilidade cognitiva ponto de vista neuroanatômico no córtex pré- independente de expressão verbal. frontal, quanto comportamental através do desempenho cognitivo (Diamond, 2013). Estas alterações são frequentes em idosos assim como AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 12 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos síndromes e transtornos associados a déficits não houver acesso ao desempenho pré-mórbido, em FEs como Comprometimento Cognitivo Leve a alternativa é a correção dos resultados do sujei- (CCL), síndromes demenciais neurodegenerati- to frente a parâmetros populacionais de indiví- vas e transtornos psiquiátricos (Moritz et al, duos com características semelhantes. Alguns 2002). Dentre estes, os comprometimentos são estudos de propriedades psicométricas realiza- mais proeminentes na degeneração lobar fronto- dos para amostras em nosso contexto estão lista- temporal (DLFT), mas também são observados das na Tabela 2. na demência por Doença de Alzheimer (DA). Em Rastreio: A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) pacientes com DLFT, ocorrem déficits de aten- é recomendada como instrumento de rastreio das ção, controle inibitório, flexibilidade cognitiva e funções executivas em idosos por apresentar boa alterações comportamentais. Já o desempenho validade para esta população. Esta foi adaptada em pacientes com DA, que é associada a altera- para o contexto brasileiro por Beato e colabora- ções temporoparietais, parece ser influenciado dores (2007), que traduziram a versão original e pela influência de componentes posteriores na analisaram a influência da idade e escolaridade velocidade de processamento e memória de tra- para todos os subtestes. balho (Stopford et al, 2012). Portanto, é neces- seguintes aspectos do funcionamento executivo: sário considerar as variações fenotípicas dentro conceituação-categorização, da DA e ter cautela na atribuição de falhas nos mento e monitoramento motor, atenção seletiva, testes executivos ao lobo frontal nestes pacien- controle inibitório e preensão. Estudos normativos tes. foram propostos e corroboram os achados do es- Estudos com instrumentos de avaliação de FEs tudo de adaptação, indicando influência da idade demonstram que este construto é estável ao lon- e escolaridade no desempenho para esta faixa go do tempo, mesmo se considerados curtos etária. Beato e colaboradores (2012) propõem intervalos entre as avaliações (Ettenhofer et al, referencial normativo para idosos entre 60 e 91 2006). O ápice funcional das FEs é atingido na anos divididos em 4 faixas de escolarização for- idade adulta e a partir deste ponto é esperado mal. Outro estudo recente apresenta normas es- declínio (Zelazo et al, 2004; Royall et al, 2005; tratificadas por escolaridade e também por idade Goh et al, 2013). O curso do seu desenvolvimen- entre: 60 a 89 e 80 anos ou mais (de Paula et al., to é, portanto, associado a uma curva em forma 2013). Este também aponta que os subtestes de de U invertido. Assim, é importante selecionar fluência, sequência de luria e atenção seletiva testes que sejam padronizados considerando aumentam a acurácia da bateria para grupos clí- subdivisões de faixas etárias ao longo do enve- nicos específicos como CCL e DA. lhecimento normal. Avaliação da memória operacional: em idosos A comparação do desempenho atual dos sujei- a memória operacional também pode ser testada tos com o seu perfil pré-mórbido é o padrão ouro através de tarefas envolvendo paradigmas que para a caracterização de comprometimentos combinem medidas de alcance de memória com cognitivos. No entanto, em um contexto onde processos concorrentes de atenção sustentada. AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br Estes mensuram os fluência, planeja- 13 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos Neste caso, a ordem inversa da tarefa de alcan- Teste dos Cinco Dígitos para o Brasil. Este é ba- ce de dígitos pode ser utilizada para avaliação seado neste paradigma, porém envolve conta- destas funções, sendo que apresenta dados nor- gem e nomeação de números de 1 a 5. A simpli- mativos para idosos brasileiros estratificados por cidade destes estímulos minimiza os efeitos da idade: 60-64 e 65-89 anos (Figueiredo e Nasci- automatização da leitura, que ocorre com os estí- mento, 2007). Para o aspecto visuoespacial da mulos tradicionais. Um estudo com amostra bra- memória operacional seria ideal o uso da ordem sileira incluindo idosos com 60 anos ou mais sau- inversa da tarefa de cubos de corsi (Kessels et dáveis e grupos clínicos CCL, DA e depressão al, 2008), ainda sem estudos normativos para indica que este instrumento possui boa capacida- amostras brasileiras. Dados obtidos através da de de distinção entre os grupos (de Paula et al, comparação de sujeitos saudáveis acima de 69 2011). anos e grupos clínicos com comprometimento Avaliação da Flexibilidade Cognitiva: estão cognitivo indicam boa aplicabilidade (de Paula et disponíveis para avaliação deste domínio tarefas al., 2010). como o Teste de Seleção de Cartas de Wisconsin Avaliação do controle inibitório: O paradigma padronizado para amostra de idosos brasileiros de stroop utiliza o efeito de interferência para por Trentini e colaboradores (2010). A compara- avaliar o controle inibitório através da compara- ção entre versões manual e computadorizada ção entre tarefas controles e conflitantes. Na (Wagner et al, 2009) indica equivalência das duas versão do teste desenvolvida com cores e pala- versões na avaliação de funções executivas nes- vras, é necessário nomear cores e realizar tare- ta faixa etária. Outros testes que envolvam alter- fas envolvendo efeito de interferência entre estí- nância entre diferentes rotinas de processamento mulos visuais e verbais (cores e suas represen- como o Trail Making Test (TMT) parte B e o sub- tações verbais). Diferentes grupos desenvolve- teste de alternância do Teste dos Cinco Dígitos. ram normas baseadas em médias e desvios- Componentes de fluência verbal como persevera- padrões considerando estes estímulos. Klein e ções e modelos de alternância podem auxiliar na colaboradores (2010) avaliaram uma amostra de avaliação porque o desempenho depende da fle- 61 idosos estratificados por idade: 60-69, 70-79 xibilidade para geração de palavras. Contudo, o e acima de 80 anos e escolaridade: 2 a 8 e 9 a escore de total pode ser influenciado fortemente 18 anos. Já o estudo de Campanholo e colabo- por outras habilidades cognitivas como lingua- radores (2014) com adultos incluindo idosos es- gem, memória semântica e velocidade de proces- tratificados por idade: 60-69 e 70 anos ou mais e samento. Dentre estes testes foram desenvolvi- escolaridade: 0-4, 5-8, 9-12 e acima de 13 anos das normas para a fluência verbal semântica e apresenta dados mais robustos. Os resultados fonêmica e para o TMT por Hamdam e Hamdam destes sugerem influência da idade e escolarida- (2009) e Campanholo e colaboradores (2014). de no desempenho. O Laboratório de Investiga- Nestes estudos (citados na tabela 2), as amos- ções Neuropsicológicas em parceria com a edi- tras foram estratificadas em grupos por critérios tora CETEP está atualmente normatizando o de idade e escolaridade. AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 14 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos Funções executivas “superiores” ou comple- mensuram seus componentes. Existem diferentes xas: estas habilidades são componentes de versões de aplicação da Torre de Londres que desfecho das funções executivas incluindo o ra- apresentam acurácia moderada para a distinção ciocínio, solução de problemas e planejamento. entre pacientes saudáveis e com comprometi- Instrumentos como a Torre de Londres que en- mento cognitivo (de Paula et al., 2012). Contudo, volve iniciativa e monitoramento para a solução a normatização mais recente foi desenvolvida de um objetivo não imediato (Barrett et al., 2014) para a versão de aplicação proposta por Krikorian Tabela 2. Estudos com dados normativos para idosos brasileiros: Função Teste Faixa etária Fonte de Paula, J. J., Moura, S. M., Bocardi, M. B., Moraes, E. N., Malloy-Diniz, L. F., & Haase, V. G. (2013). Screening for executive dysfunction with the Frontal Assessment Battery: psychometric properties analysis and representative normative data for Brazilian older adults. Psicologia em Pesquisa, 7(1), 89-98. Rastreio Bateria de Avaliação Frontal 60 >80 Memória Operacional Span de Dígitos 16 - 89 de Figueiredo, V. L., & Do Nascimento, E. (2007). Desempenhos nas duas tarefas do subteste dígitos do WISC-III e do WAISIII. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23(3), 313-318. Controle inibitório Teste de Stroop 18 >70 Campanholo, K. R., Romão, M. A., Machado, M. D. A. R., Serrao, V. T., Coutinho, D. G. C., Benute, G. R. G., ... & de Lucia, M. C. S. (2014). Performance of an adult Brazilian sample on the Trail Making Test and Stroop Test. Dement. neuropsychol, 8(1). Trail Making Test –Parte B 18 – 81 18 >70 Flexibilidade cognitiva Funções executivas “superiores” ou complexas AGO/14 Fluência Verbal Semântica 16 - 88 Fluência Verbal Fonêmica 60-93 Teste Wisconsin de Classificação de Cartas 60 - 89 Teste da Torre de Londres 60 >80 Iowa Gambling Task 20 - 78 Hamdan, A. C., & Hamdan, E. M. L. (2009). Effects of age and education level on the Trail Making Test in a healthy Brazilian sample. Psychology & Neuroscience, 2(2), 199-203. Campanholo, K. R., Romão, M. A., Machado, M. D. A. R., Serrao, V. T., Coutinho, D. G. C., Benute, G. R. G., ... & de Lucia, M. C. S. (2014). Performance of an adult Brazilian sample on the Trail Making Test and Stroop Test. Dement. neuropsychol, 8(1). Brucki, S. M. D., & Rocha, M. S. G. (2004). Category fluency test: effects of age, gender and education on total scores, clustering and switching in Brazilian Portuguese-speaking subjects. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 37(12), 17711777. Machado, T. H., Fichman, H. C., Santos, E. L., Carvalho, V. A., Fialho, P. P., Koenig, A. M., ... & Caramelli, P. (2009). Normative data for healthy elderly on the phonemic verbal fluency task–FAS. Dement Neuropsychol, 3(1), 55-60. Trentini, C. M., Argimon, I. I. L., Oliveira, M. S., & Werlang, B. G. (2010). Teste Wisconsin de Classificação de Cartas: versão para idosos. de Paula, Jonas Jardim, Neves, Fátima, Levy, Ângela, Nassif, Elaine, & Malloy-Diniz, Leandro Fernandes. (2012). Assessing planning skills and executive functions in the elderly: preliminary normative data for the Tower of London Test. Arquivos de NeuroPsiquiatria, 70(10), 828-830. Schneider, Daniela Di Giorgio, & Parente, Maria Alice de Mattos Pimenta. (2006). O desempenho de adultos jovens e idosos na Iowa Gambling Task (IGT): um estudo sobre a tomada de decisão. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(3), 442-450. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 15 Avaliação das funções executivas em adultos e idosos (1994) com amostra de 305 idosos e resultados et al., 2009) ainda não adaptato para o contexto estratificados por idade: 60-79 e acima de 80 brasileiro e Inventário Neuropsiquiátrico (NPI) anos e escolaridade: 0-8 e 8 anos ou mais. O (Camozzato, 2008). Iowa Gambling Task (IGT) propõe a avaliação da tomada de decisão através da preferência do participante por adotar estratégia de ganhos maiores imediatos e desfavoráveis a longo prazo ou ganhos modestos imediatos mas vantajosos a longo prazo. Este paradigma foi normatizado para amostra brasileira entre 20 e 78 anos de idade estratificada entre jovens: 20 a 35 anos e LAFAIETE MOREIRA idosos: 61 a 78 anos e escolaridade (Schneider, Psicólogo (UFMG - 2010), Mestre em Medicina Molecular (UFMG - 2013), Coordenado do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Neuropsicologia pela Universidade FUMEC. Colaborador do Laboratório de Investigações em Neurociência Clínica - LINC (UFMG). Neuropsicólogo do Instituto Jenny de Andrade Faria de Atenção à Saúde do Idoso. Desenvolve trabalhos nas áreas de Neuropsicologia do envelhecimento, Sintomas Comportamentais e Psicológicos das Demências. 2006). Neste trabalho de normatização do IGT para a população brasileira a amostra de idosos avaliada apresenta padrão cognitivo e sociodemográfico que a diferencia da população geral. Em trabalho posterior de Wagner e Parente (2009) pacientes idosos foram expostos a diferentes versões de aplicação do IGT e houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto à aversão ao risco. Os resultados indicaram que a inclusão de pista de reforço visual facilita a alocação de recursos atencionais e de memória de trabalho, possibilitando decisões menos arriscadas. Alterações comportamentais: Disfunções executivas em idosos são acompanhadas por perda de insight e dificuldade em avaliar o próprio desempenho, provavelmente devido ao envolvimento do córtex pré-frontal em processos de auto-referência (Gusnard et al, 2001). Assim é importante considerar o relato de cuidadores e familiares que pode ser realizado através de questionários semi-estruturados como o Inventário de Comportamentos Frontais (ISF) (Torralva AGO/14 MÔNICA VIEIRA Psicóloga. Mestranda no Programa de PósGraduação em Medicina Molecular (UFMG). Atua na equipe de Neuropsicologia do Núcleo de Geriatria e Gerontologia do Hospital das Clínicas da UFMG (NUGG-HC), integrante do Laboratório de Investigações em Neurociência Clínica do INCT-MM. Desenvolve pesquisas na área de neuropsicologia do envelhecimento com ênfase em depressão e comprometimento cognitivo. Responsável pelo convite ISABELA SALLUM Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 16 BOLETIM SBNp RELATO DE PESQUISA Síndrome de Williams-Beuren: um modelo para o estudo do senso numérico por Ana Carolina de Almeida Prado, Isabella Starling-Alves, Vitor Geraldi Haase A síndrome de Williams-Beuren (SW) é causada pela microdeleção no braço longo do cromossomo 7 ANA CAROLINA (7q11.23) e tem incidência estimada entre 1:7.500 nas- da em Psicologia pela Universidade Fede- cidos vivos. O perfil cognitivo dos indivíduos com esta síndrome é peculiar. Os indivíduos com SWB apresentam uma média de QI que varia entre 50 e 70 e, ape- DE ALMEIDA PRADO | graduan- ral de Minas Gerais, pesquisadora e aluna de Iniciação Científica do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da Universidade Federal de Minas Gerais. sar desse déficit cognitivo global, costuma-se ob- Atualmente, é bolsista da Fundação de servar, linguagem bem desenvolvida e perfil comunica- Amparo à Pesquisa de Minas Gerais tivo e sociável nos indivíduos com a síndrome. As ha- (FAPEMIG) e gerencia o projeto sobre a bilidades de processamento visoespacial nos porta- Síndrome de Williams do LND-UFMG dores da síndrome, por outro lado, são significa- tivamente mais prejudicadas quando comparadas às ISABELLA STARLING-ALVES | pesquisadora do habilidades linguísticas. Assim, principalmente devido Laboratório de Neuropsicologia do Desen- à deficiência intelectual global, as dificuldades gerais volvimento – UFMG desde 2009, atualmen- de aprendizagem são muito frequentes nesta sín- te é bolsista do Ciências sem Fronteiras na drome, contudo, deve-se destacar a dificuldade acen- University of Wisconsin-Madison. Tem inte- tuada na matemática, que pode estar relacionada a déficits no senso numérico. resses em neurociências, cognição matemática, modelos de aprendizagem e síndromes genéticas. O senso numérico (NS) é a forma mais básica de processamento de quantidades, sendo uma habilidade inata de comparar, estimar e realizar cálculos aproximados de magnitudes não-simbólicas. Uma maneira VITOR GERALDI HAASE | possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestrado em Linguísti- de medir o NS é através da fração de Weber (w), uma ca Aplicada pela Pontifícia Universidade constante psicofísica, que pode ser entendida como a Católica do Rio Grande do Sul e doutora- menor distância numérica percebida entre diferentes do em Psicologia Médica (Dr. rer. biol. conjuntos a serem discriminados. hum.) pela Ludwig-Maximilians-Universität zu München. É professor titular do Departamento de Psicologia da Universidade Fe- O presente projeto de pesquisa tem como objetivo deral de Minas Gerais e coordenador do investigar a importância do senso numérico para as Laboratório de Neuropsicologia do Desen- habilidades de processamento numérico em crianças volvimento da Universidade Federal de com desenvolvimento típico e em pessoas com sín- Minas Gerais drome de Williams-Beuren. Além disso, destaca-se AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 17 como objetivos secundários investigar se as habilidades de pontos; uma tarefa de cardinalidade, em que o ex- de contagem e conhecimeno dos princípios da contagem aminador solicita verbalmente que a criança coloque se correlacionam com medidas do senso numérico, tais uma determinada quantidade de objetos em uma caixa, como estimação e comparação de magnitudes simbólica uma tarefa de princípios básicos da contagem, em que e não-simbólica; e se existem diferenças na cognição o examinador introduz um fantoche, que irá contar uma numérica entre crianças típicas e pessoas com síndrome história e, consequentemente, contar as peças, violan- de Williams-Beuren. do ou não os princípios de contagem e o participante então deverá julgar se a contagem realizada está corre- Dessa forma, as seguintes hipóteses são considera- ta ou incorreta. das: 1- Habilidades de contagem e conhecimento dos princípios da contagem se correlacionam com medidas Espera-se que este estudo aponte um déficit em do senso numérico, tais como comparação de magni- uma habilidade específica na SW, o senso numérico, tudes não-simbólica; 2- O desempenho nas tarefas nu- que não deve ser explicado por outros déficits obser- méricas como contagem, princípios da contagem, magni- vados no perfil fenotípico da síndrome, como o déficit tude simbólica e não-simbólica se correlacionam com intelectual global. Esse achado corroboraria achados de idade e inteligência; 3- As dificuldades de processamen- correlação anatomo-clínica que apontam para al- to numérico das crianças com Síndrome de Williams po- terações no sulco intraparietal de indivíduos com SW, dem ser atribuídas a déficits no senso numérico; 4- Pes- região do lobo parietal que vem sendo associado ao soas com síndrome de Williams apresentarão valores processamento numérico, além de ter implicações para mais altos da fração de Weber quando comparadas a diagnósticos e planos de reabilitação para pacientes pessoas com desenvolvimento típico pareadas por idade com SW. mental e por idade cronológica; 5- Pessoas com síndrome de Williams apresentarão desempenho sem- É válido ressaltar, portanto, que a investigação da elhante ao de pessoas com desenvolvimento típico cognição matemática em indivíduos com síndrome de pareadas por idade mental, mas não por idade cronológi- Williams-Beuren será importante para a construção de ca em tarefas que avaliam os princípios de contagem. programas de intervenção específicos no auxílio da aprendizagem da matemática, e também para uma in- Com tal objetivo, dois grupos de indivíduos estão vestigação dos fatores cognitivos e genéticos subjacen- sendo estudados, a saber: um grupo de crianças com tes à dificuldade de aprendizagem da matemática idade entre 3 e 10 anos, de ambos os sexos, as quais (DAM). Como a SWB possui uma etiologia conhecida, serão recrutadas a partir de um universo populacional tal investigação, sobretudo a nível genético, se torna constituído por escolas de ensino infantil públicas e mais propícia. Esse objetivo beneficia não só os porta- privadas do município de Belo Horizonte e um grupo de dores do SWB, mas também toda a população que crianças e adolescentes de ambos os sexos, diagnosti- apresenta DAM. Além disso, as habilidades matemát- cadas com a síndrome de Williams-Beuren, recrutados a icas são importantes para a funcionalidade do indivíduo partir de uma parceria com a Associação Brasileira de no dia a dia, e não somente no meio acadêmico. Síndrome de Williams. Para testar as hipóteses discutidas, será utilizada uma tarefa de comparação de magnitudes não- simbólicas, em que o participante é instruído a observar Responsável pelo convite ISABELLA STARLING dois conjuntos de pontos apresentados na tela do computador e indicar qual conjunto contém maior quantidade AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 18 BOLETIM SBNp ENTREVISTA RICARDO FRANCO DE LIMA Psicólogo, especializado em neuropsicologia, com aprimoramento profissional em psicologia clínica aplicada à neurologia infantil, mestre e doutorando em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisador do Laboratório DISAPRE. Responsável pelo convite INDA LAGES Primeiramente gostaria de lhe agradecer por esta entrevista. Você tem desenvolvido uma pesquisa sobre funções executivas em estudantes com Dislexia do Desenvolvimento. Como é caracterizado o funcionamento executivo de indivíduos disléxicos? Como essa caracterização se difere da de outros diagnósticos? R: Eu que agradeço o convite realizado! A Dislexia do Desenvolvimento (DD) é um transtorno específico da aprendizagem que compromete a aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita (leitura e escrita). Em função da hipótese do déficit fonológico ser mais aceita para explicar as dificuldades centrais deste transtorno, no geral, vemos um número maior de pesquisas voltadas para a avaliação e intervenção no processamento fonológico e linguagem. Entretanto, a investigação de outros domínios cognitivos na DD tais como, as Funções Executivas (FE) têm ganhado destaque no contexto internacional e, mais recentemente, no contexto nacional. No mestrado, realizado sob a orientação da Dra Sylvia Maria Ciasca e coorientação da Dra Cíntia AGO/14 Alves Salgado Azoni, dentre outros aspectos, buscamos comparar o desempenho de estudantes com DD e estudantes proficientes em leitura e sem queixas de dificuldades escolares e atenção em instrumentos de atenção e FE. No geral, verificamos que os estudantes do grupo com dislexia apresentaram desempenho inferior nestes instrumentos quando comparados aos controles. Os componentes das FE que apresentaram diferenças foram de memória operacional, flexibilidade mental, controle inibitório, uso de estratégias e fluência verbal. É importante destacar que no grupo com DD não tínhamos estudantes que preenchiam critérios ou com diagnóstico comórbido de TDAH. Desta forma verificamos, como em estudos internacionais, que alguns prejuízos em determinados componentes das FE podem representar uma característica da DD. As causas deste prejuízo ainda precisa ser melhor investigada, mas há evidências de que o desempenho executivo nestes indivíduos possa ser influenciado pelas alterações na linguagem. Sobre a segunda pergunta, realizamos uma comparação do desempenho deste grupo com outro que apre- sentava o diagnóstico de TDAH. De modo geral, quando comparamos estas amostras clínicas ao grupo controle, ambas apresentam resultados rebaixados. Porém, o desempenho do grupo com TDAH é pior em alguns componentes em função da presença de respostas influenciadas pela impulsvidade e desatenção. Em que consiste o programa de intervenção em funções executivas para estudantes com Dislexia que você está desenvolvendo? R: Baseado nas evidências obtidas no mestrado, propusemos no doutorado a elaboração deste programa de intervenção. As bases teóricas foram buscadas nos programas de reabilitação neuropsicológica, em modelos de autorregulação da aprendizagem e modelos de desenvolvimento de estratégias autorreguladas para a leitura. Após algumas etapas metodológicas para a elaboração, o programa ficou constituído por trinta sessões divididas em quatro módulos: psicoeducação (com pacientes, pais e professores), orientação (aos pais e professores), funções executivas aplicadas às competências de estudo e funções Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 19 BOLETIM SBNp ENTREVISTA executivas aplicadas à leitura. O objetivo principal é estimular as FE, promovendo estratégias para autorregulação da aprendizagem que podem ser aplicadas diretamente nas situações vivenciadas por estes estudantes e nas quais apresentam maiores dificuldades. Desta maneira, esperamos oferecer mais uma ferramenta de intervenção no âmbito da neuropsicologica, complementando outras intervenções tradicionalmente realizadas. Qual a relação entre a Dislexia do Desenvolvimento e os sintomas depressivos? R: A Dislexia do Desenvolvimento constitui um fator de risco para o desenvolvimento de problemas emocionais e comportamentais. Estudos internacionais têm demonstrado que os indivíduos com DD apresentam tendência a alterações no autoconceito, problemas no relacionamento interpessoal e são mais ansiosas ou depressivas que seus pares. Realizamos um estudo comparando um grupo com diagnóstico de DD e controle em medidas de autorrelato de sintomas depressivos e inventário de queixas comportamentais/ emocionais respondido pelos pais. Os resultados demonstraram que os estudantes com DD referem mais sintomas depressivos que o grupo controle. Os principais sintomas foram: autoavaliação negativa do próprio desempenho, sentimentos de culpa e de preocupação, dificuldades para dormir, cansaço, problemas nas interações sociais na escola, comparação de seu desempenho com o de seus pares e ideação suicida. Posteriormente, algumas crianças da amostra receberam diagnóstico comórbido de depressão, conforme avaliação psiquiátrica. Algumas, inclusive apresentavam ideação suicida ativa e tentativa prévia. Além disto, os pais destes estudantes apresentaram mais queixas relacionadas à ansiedade, AGO/14 retraimento, depressão, problemas sociais, de atenção e de pensamento e agressividade. É evidente que todas estas características podem representar sintomas isolados que precisam ser contextualizados, bem como deve ser avaliado o impacto que eles representam para as diferentes dimensões do desenvolvimento destes estudantes. Contudo, possíveis repercussões da DD e comorbidades precisam ser investigadas durante a avaliação diagnóstica e alvo de intervenções. Você poderia nos falar um pouco sobre as linhas de pesquisa atualmente em desenvolvimento no Laboratório de Pesquisa em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtornos da Atenção (DISAPRE) da UNICAMP? O DISAPRE possui as seguintes linhas de pesquisa: neuropsicologia do desenvolvimento, funções corticais superiores, transtornos específicos da aprendizagem, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA). Na área da neuropsicologia do desenvolvimento há trabalhos sobre a identificação precoce dos transtornos de aprendizagem e caracterização cognitiva de indivíduos com síndrome do X-frágil. Na área das funções corticais superiores destacam-se trabalhos para validação de instrumentos usados para avaliação. Na linha dos transtornos de aprendizagem as investigações são concentradas na Dislexia do Desenvolvimento: delineamento do perfil neuropsicológico e linguístico, validação de instrumento para identificação de sinais, levantamento das repercussões emocionais e intervenção neuropsicológica. No TDAH há trabalhos para intervenção psicomotora e monitoramento da atividade motora. No TEA há trabalho para a avaliação das habilidades matemáticas. Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 20 SBNP CONSOLIDA SUA PARCERIA COM O EVENTIZE! O sistema de inscrições eventize! é um produto da empresa Eventize Tecnologia Ltda, sediada em Porto Alegre – RS e atuante no mercado Além deste processo eventize! possui: Sistema automatizado de avalição de trabalhos científicos; Cobrança automática; Recibo online; Certificado online; Comunicação com os participantes através de e-mail; Impressão de etiquetas, recibos e certificados; Configuração de diferentes categorias de inscrição; O Sistema eventize! oferece aos clientes um ambiente web com uma Criação de atividades extras; série de funcionalidades para a organização de eventos: o organizador Definição de preços com opções de valores por prazo de inscrição; Exportação de listagens dos participantes para Excel; Emissão de voucher com QRcode; Códigos de desconto; Botões para compartilhamento da página com as redes sociais; Parcelamento no cartão de crédito; Inscrição com o login do facebook. de eventos desde 2009 quando a partir de uma necessidade percebida no mercado, dois empreendedores da área de tecnologia da informação elaboramos o projeto. Este projeto avaliado e aprovado no PRIME, um programa de incentivo do Governo Federal através da FINEP. Hoje, com cinco anos desde a fundação, é uma sólida marca de mais de 100 mil inscrições realizadas em mais de 1500 eventos criados. cria facilmente uma página na web para seu evento, edita e gerencia o conteúdo. Nesta página o participante encontra um formulário onde inscreve-se no evento e efetua o pagamento através de cartões de crédito ou boleto; Este comércio eletrônico é automatizado e o organizador não precisa se preocupar com comprovantes e burocracias bancárias. Com facilidade o organizador gerencia e verifica as estatísticas de público e renda de seu evento na área administrativa do sistema. AGO/14 Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 21 Presidente: Leandro Fernandes Malloy-Diniz (UFMG) Vice-Presidente: Neander Abreu (UFBA) Conselho Deliberativo: Gabriel Coutinho (I'Dor - RJ) Jerusa Fumagali de Salles (UFRGS) Lucia Iracema Mendonça (PUC-SP e USP) Vitor Haase (UFMG) Presidente: Laiss Bertola (UFMG) Conselho Fiscal: Vice-Presidente: Annelise Júlio-Costa (UFMG) Breno S. O. Diniz (UFMG) Conselho Deliberativo: Daniel Fuentes (USP) Andréa Matos Oliveira Tourinho (IFBA) Rodrigo Grassi Oliveira (PUC-RS) Breno S. Vieira (PUC-RS) Secretária Executiva: Carina Chaubet D'Aucante Alvim Secretaria Geral: Thiago Rivero (UNIFESP) Emanuel Henrique Gonçalves Querino (UFMG) Jaqueline de Carvalho Rodrigues (UFRGS) Sabrina de Sousa Magalhães (UFMG) Conselho Fiscal: Natália Betker (UFRGS) Ana Luiza Cosa Alves (UFMG) Tesouraria Executiva: Eliane Fazion dos Santos Tesouraria Geral: Deborah Azambuja. Thaís Quaranta (USP) Chrissie Ferreira de Carvalho (UFBA) Secretário-Geral: Gustavo Marcelino Siquara (UNEB) Representantes regionais: Secretário-Executivo: Bruno Schiavon (PUC-RS) Acre: Lafaiete Moreira Piauí: Inda Lages Alagoas: Katiúscia Karine Martins da Silva Rio de Janeiro: Flávia Miele Secretário-Geral: Gustavo Marcelino Siquara (UFBA) Rio Grande do Norte: Katie Almondes Tesoureiro-Executivo: Alina Lebreiro G. Teldeschi (CNA-I'Dor ) Rio Grande do Sul: Rochele Paz Fonseca Tesoureiro-Geral: Thiago da Silva Gusmão Cardoso (UNIFESP) Rondônia: Kaline Prata Setor de Marketing e Comunicação: Centro Oeste: Leonardo Caixeta Santa Catarina: Rachel Schlindwein-Zanini. Andressa Antunes (UFMG) DF: Danilo Assis Pereira Sergipe: Ana Cláudia Viana Silveira Amazonas: Rockson Pessoa Bahia: Tuti Cabuçu Ceará: Silviane Pinheiro de Andrade Minas Gerais: Jonas Jardim de Paula e Annelise Júlio-Costa Paraíba: Bernardino Calvo Isabella Sallum (UFMG) Adriana Binsfeld Hess (UFRGS) Isabella Starling (UFMG) Inda Lages (UFABC) Morgana Scheffer (UFRGS) Revisão: Isabela Sallum (UFMG) AGO/14 Editoração: Andressa Antunes (UFMG) Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnpbrasil.com.br 22
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