Efeito da restrição de alimentos industrializados com aditivos de
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Efeito da restrição de alimentos industrializados com aditivos de
MARGARETH LAGE LEITE DE FORNASARI EFEITO DA RESTRIÇÃO DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS COM ADITIVOS DE FÓSFORO NA FOSFATEMIA DE PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Doutora em Ciências da Saúde. SÃO PAULO 2015 MARGARETH LAGE LEITE DE FORNASARI EFEITO DA RESTRIÇÃO DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS COM ADITIVOS DE FÓSFORO NA FOSFATEMIA DE PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM HEMODIÁLISE Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Doutora em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientadora: Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens (Versão corrigida) SÃO PAULO 2015 FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Fornasari, Margareth Lage Leite de Efeito da restrição de alimentos industrializados com aditivos de fósforo na fosfatemia de portadores de doença renal crônica em hemodiálise./ Margareth Lage Leite de Fornasari. São Paulo, 2015. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientadora: Yvoty Alves dos Santos Sens 1. Fósforo 2. Diálise renal 3. Fósforo na dieta 4. Hiperfosfatemia 5. Alimentos industrializados 6. Insuficiência renal crônica BC-FCMSCSP/07-15 DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais, Argeu e Joana (in memoriam), pelo exemplo de vida, pela inspiração e por terem iluminado meu caminho. Ao meu marido e companheiro que sempre está ao meu lado, me incentiva e é um grande exemplo de pessoa no qual me espelho. À minha filha, meu verdadeiro anjo da guarda, que me motiva a evoluir sempre. CITAÇÃO “A MENTE QUE SE ABRE A UMA IDEIA NOVA JAMAIS VOLTARÁ AO SEU TAMANHO ORIGINAL”. ALBERT EINSTEIN (1879-1955) AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar por capacitar-me na execução deste trabalho, por permitir que eu percorresse caminhos tão nobres e conhecesse pessoas tão especiais. Agradeço à minha orientadora Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens, por ter dispensado incontáveis horas de dedicação na orientação deste trabalho, por sua paciência com minhas limitações, corrigindo meus erros e me estimulando a prosseguir. O convívio com sua pessoa me apresentou valores importantes, entre eles a humildade e a simplicidade. Agradeço ao Dr. Guido Sergio de Fornasari, por seu exemplo como médico, por mostrar o carinho, a atenção, a bondade no cuidado ao paciente. Agradeço à Clínica Nephron, pela infraestrutura para realização deste trabalho. Agradeço ao Dr. Manoel do Vale Souza Júnior, Diretor da Clínica Nephron, por ter permitido a realização desta pesquisa no local. Agradeço a todos os funcionários da Clínica Nephron, pelo apoio e auxílio em todas as etapas desta pesquisa. Agradeço a todos os pacientes que aceitaram participar da pesquisa e que me mostraram os desafios que enfrentam diariamente para melhorar sua qualidade de vida. Aprendi muito com todos vocês, obrigada. Agradeço ao Prof. Dr. Valdir Golin, Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, pela colaboração na minha formação. Agradeço a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela assistência ao curso de Pós-Graduação no Brasil, em especial, à Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Agradeço a Mirtes Dias de Souza, Sônia Regina Alves e Daniel Gomes, da Secretaria de Pós-Graduação da FCMSCSP, pela competência e apoio prestado durante todo o curso. Agradeço às estatistas Ting Hui Ching e Érika Tiemi Fukunaga pela assistência na análise estatística desta pesquisa. Agradeço à bibliotecária Sadia Mustafá pela elaboração da ficha catalográfica. Agradeço ao meu Chefe e amigo Prof. Luis Antônio Baffile Leoni, por sempre ter acreditado em mim, pelo apoio e incentivo na realização deste sonho. Agradeço a Profa. Lélia Kimiko Asakawa, por ter me mostrado os caminhos da ciência da Nutrição, os seus ensinamentos foram fundamentais para minha formação profissional e humanística. Obrigada eterna professora. Agradeço a Coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade São Judas Tadeu, Profa. Elizabeth Mieko Egashira, pela compreensão e apoio durante todo o período do curso de Pós-graduação. Agradeço a amiga e professora Maria Raquel Manhani, pelo auxílio e sugestões durante o trabalho. Agradeço a minha tia, Celma Lage (in memoriam), por sempre ter acreditado em mim com palavras de apoio e compreensão. Agradeço a minha irmã, Elizabeth Lage Leite, por ter me dado suporte necessário nos momentos mais difíceis desta jornada. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS AMB área muscular do braço ANSG Avaliação Nutricional Subjetiva Global ASG Avaliação Subjetiva Global ADP adenosina difosfato ATP adenosina trifosfato Ca cálcio CB circunferência do braço CDC Center for Disease Control and Prevention CMB circunferência muscular do braço CNS Conselho Nacional de Saúde DA diário alimentar DCS dobra cutânea subescapular DCT dobra cutânea tricipital DEP desnutrição energético-proteica DRC doença renal crônica FAV fístula arterio-venosa FGF23 fator de crescimento fibroblástico 23 HDL high density lipoprotein HEMO Hemodialysis Study Group IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IL-6 interleucina 6 IMC índice de massa corporal LDL low density lipoprotein KCAL quilocalorias Kt/V índice de remoção de ureia nPNA equivalente proteico do nitrogênio ureico normalizado Na sódio OMS Organização Mundial da Saúde P fósforo PCR proteína C-reativa PNA equivalente proteico do nitrogênio ureico PTH paratormônio QFA questionário de frequência alimentar RA registro alimentar RDA Recommended Dietary Allowances SVS Secretaria de Vigilância Sanitária TNFα fator de necrose tumoral alfa UHT ultra high temperature SUMÁRIO 1-INTRODUÇÃO........................................................................................................01 1.1 Revisão da literatura....................................................................................06 1.1.1 Estado Nutricional na Doença Renal Crônica................................06 1.1.2 Dieta na Doença Renal Crônica....................................................13 1.1.3 Fósforo e fatores de aumento e de regulação da fosfatemia........15 2-OBJETIVO..............................................................................................................26 3-CASUÍSTICA E MÉTODO......................................................................................27 3.1 Grupos Experimentais e Desenho do Estudo............................................28 3.2 Intervenção Nutricional...............................................................................31 3.3 Avaliação Nutricional dos grupos de intervenção e controle......................35 3.3.3 Avaliação da Massa Magra e Adiposa............................................38 3.4 Avaliação Dietética.....................................................................................44 3.5 Avaliação Laboratorial................................................................................48 3.6 Análise Estatística......................................................................................50 4-RESULTADOS........................................................................................................51 5-DISCUSSÃO...........................................................................................................63 6-CONCLUSÃO.........................................................................................................73 7-ANEXOS.................................................................................................................74 8-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................108 FONTES CONSULTADAS...................................................................................118 RESUMO..............................................................................................................119 ABSTRACT..........................................................................................................121 LISTAS E APÊNDICE..........................................................................................123 1. INTRODUÇÃO O censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, realizado em 2013, registrou 100.400 pacientes em tratamento dialítico no Brasil. Entre as modalidades de diálise, a hemodiálise é utilizada com maior frequência1. A taxa de prevalência de tratamento dialítico no Brasil vem aumentando gradualmente ao longo dos anos, em 2002 era de 390 pacientes por milhão da população (pmp), em 2011 era de 475 pacientes pmp (2,3) . A hemodiálise permite prolongar a vida dos pacientes com doença renal crônica (DRC). Porém, a DRC e o tratamento dialítico resultam em alterações sistêmicas, metabólicas e hormonais que podem afetar o estado nutricional4. A hiperfosfatemia é frequente em pacientes com DRC e consequente a perda da habilidade dos rins de excretar fósforo. A hiperfosfatemia está relacionada com aumento da morbidade e mortalidade, sendo fator de risco independente para o aumento de mortalidade em pacientes dialíticos5. Há maior risco de doenças cardiovasculares, doença aterosclerótica, hiperparatireoidismo secundário e doença óssea (6,7,8). Os níveis de fósforo sérico podem ser controlados por uma combinação de fatores como: redução da ingestão, redução na absorção intestinal com quelantes e aumento da eliminação pela diálise. O fósforo é encontrado naturalmente nos alimentos, na forma de fosfato orgânico especialmente em fontes de proteína de origem animal, como carnes, ovos, peixes, 2 aves, com absorção intestinal aproximada de 60 a 70% 9 , e também em alimentos industrializados sob a forma de aditivos, tais como refrigerantes, refeições congeladas, cereais matinais, molhos, com absorção intestinal estimada em 90%(7,10,11). O fósforo encontrado em alimentos industrializados como aditivos e conservantes, na forma de fósforo inorgânico são sais de fosfato facilmente dissociados e absorvidos no intestino10. O controle da ingestão de fósforo pode auxiliar na redução da fosfatemia, porém é necessário cuidado para assegurar uma ingestão nutricional adequada especialmente quanto a proteína, tendo em vista que alimentos fonte de proteína também contém fósforo9 . Há uma relação direta entre a ingestão de proteína e fósforo. A dieta em pacientes com DRC estágio 5 tem sido controversa, porque o baixo conteúdo de proteína pode favorecer a má nutrição e aumento da mortalidade e morbidade. Assim, o aconselhamento nutricional de pacientes com DRC estágio 5 deve ser direcionado para controle da hiperfosfatemia10, sem causar desnutrição energético-proteica (D.E.P.). O estudo realizado por Boaz e Smetana em 1996 demonstrou uma equação matemática para facilitar a obtenção do fósforo ingerido a partir do total de proteína da dieta facilitando o aconselhamento nutricional12 . A avaliação da ingestão de fósforo pode ser obtida por métodos de registro alimentar com cálculo do teor de fósforo dos alimentos, porém há limitações devido a falta de informação nutricional sobre os aditivos de fósforo presentes nos alimentos industrializados13. 3 O estado nutricional do doente renal crônico pode ser diagnosticado por uma combinação de parâmetros clínicos, laboratoriais e métodos técnicos como a bioimpedância4. Não há um parâmetro isolado que forneça informação precisa sobre o estado nutricional. Métodos subjetivos e objetivos, como antropometria e exames bioquímicos específicos podem ser empregados e são recomendados pelas diretrizes do Kidney Disease Outcomes Quality Initiative (K/DOQI) (6,14) A ingestão proteica do doente renal crônico em diálise é um excelente marcador do estado nutricional15, e pode ser estimada pelo cálculo do equivalente proteico do nitrogênio ureico - Protein Equivalent of Total Nitrogen Appearance (PNA), recomendado pelas diretrizes do (K/DOQI) e Dialysis Outcomes and Practice Patterns Study (DOPPS)14. Em condições estáveis a ingestão nitrogenada é igual ou levemente maior que o nitrogênio obtido pelo PNA16. Devido às recomendações proteicas serem baseadas na massa muscular livre de edema e tecido adiposo, o PNA geralmente é normalizado (nPNA) pelo peso atual, ajustado ou ideal6. Há vários métodos para estimar a ingestão de nutrientes(17,18). Os mais comuns são o recordatório de 24 horas e o registro alimentar. O recordatório de 24 h é um método simples e rápido de ser obtido, porém tem algumas desvantagens como a confiança na memória do paciente. O registro alimentar é escrito pelo próprio paciente ou cuidador por um período de tempo específico, podendo ocorrer em dias predeterminados pelo avaliador ou sequencialmente por um período de uma semana e tem a vantagem de representar de forma mais segura a ingestão alimentar de um indivíduo(6,18). O Kidney/Dialysis Outcomes Initiative (K/DOQI)6 recomenda a 4 avaliação da ingestão de proteínas e de energia através de registro alimentar de 3 dias seguido de entrevista nutricional realizada por um Nutricionista treinado. O acompanhamento e aconselhamento nutricional de pacientes com DRC é um fator importante para melhor prognóstico e qualidade de vida desses doentes(6,19). A investigação do consumo alimentar em doentes renais crônicos em diálise constitui um desafio na prática diária do Nutricionista, por isso faz-se necessária a utilização de instrumentos que reflitam a ingestão energética e proteica, mas que sejam práticos e seguros, a fim de proporcionar uma intervenção nutricional adequada. O consumo de alimentos que contenham fósforo pelos pacientes em hemodiálise deve ser monitorado de maneira a refletir a realidade atual, devido ao aumento na ingestão de alimentos industrializados ricos em aditivos a base de fósforo. Em estudo publicado em 2009, Sullivan et al nos Estados Unidos, elaboraram uma lista de alimentos ricos em aditivos alimentares de fósforo obtidos em restaurantes da região do estudo e realizaram aconselhamento dos pacientes em diálise, obtendo melhora nos níveis da fosfatemia20. Em outro estudo também conduzido nos Estados Unidos, em 2008, Sarathy et al avaliaram o conteúdo de fósforo e a presença de aditivos em entradas e acompanhamentos servidos em fast foods de Cleveland. Os resultados mostraram que das entradas (n=804), 52% foram aceitas pelo critério tradicional para a dieta renal (baixo teor de sódio, potássio e fósforo orgânico ou natural), mas somente 16% estavam também livres de aditivos de fósforo; dos pratos que eram acompanhamentos (n=163), 23% foram aceitos pelos critérios tradicionais e 17% 5 estavam isentos de aditivos de fósforo. Assim, somente uma pequena proporção de pratos de entrada e acompanhamentos servidos em fast foods eram compatíveis com a dieta renal21. Tendo em vista estes dados, o objetivo do estudo é avaliar o efeito da intervenção dietética pela restrição e substituição de alimentos industrializados com aditivos de fósforo sobre a fosfatemia de pacientes com DRC em hemodiálise de um único centro da cidade de São Paulo, Brasil. 6 1.1- Revisão da Literatura - Estado nutricional na DRC - Dieta na DRC - Fósforo, fatores de aumento e de regulação da fosfatemia 1.1.1 - Estado Nutricional na Doença Renal Crônica A D.E.P. é uma condição clínica comum em pacientes renais crônicos e em pacientes em diálise (6,22) sendo considerada uma das complicações tardias22 e fator independente de morbidade e mortalidade.20 A prevalência de desnutrição em pacientes em hemodiálise nos estudos internacionais oscila entre 20 a 60% conforme o critério diagnóstico (23,24). Os fatores que contribuem para a D.E.P. podem ser atribuídos diretamente ao aumento do catabolismo, anorexia decorrente do estado urêmico, ingestão deficiente, restrições na dieta, distúrbios hormonais e gastrointestinais, acidose metabólica, medicamentos que interferem na absorção de alimentos, doenças intercorrentes, perda de nutrientes durante o tratamento dialítico e diálise inadequada 24 . Além disso, o estado inflamatório crônico com valores aumentados de proteína C-reativa (PCR) e citocinas pró-inflamatórias como o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa) e interleucina 6 (IL-6) tem sido reconhecido como fator para a D.E.P (4,22,24). 7 O estado nutricional de doentes renais em diálise deve ser avaliado periodicamente (6,24), por várias ferramentas diagnósticas, já que até o momento não existe um único marcador que ofereça uma avaliação inequívoca do estado nutricional. Este marcador nutricional não só deveria produzir resultado, como ser barato, reprodutível, facilmente utilizado e não poderia ser afetado pelo estado inflamatório, sexo, idade e doenças sistêmicas22. Dessa forma, vários parâmetros são preconizados, sendo utilizados para avaliação do estado nutricional de forma subjetiva e objetiva (6,22,23,24). O parâmetro subjetivo amplamente recomendado é a avaliação nutricional subjetiva (A.N.S.G.) (6,14,19,23,24,25). A ANSG é um instrumento útil e de fácil aplicação para avaliar o estado nutricional e foi proposta inicialmente por Detsky em 1987 para avaliar o estado nutricional de pacientes adultos cirúrgicos26. O K/DOQI6 recomenda o uso da Avaliação Subjetiva Global (A.S.G.) modificada, avaliada em estudo de coorte realizado em conjunto nos Estados Unidos e Canadá (CANUSA) para pacientes em diálise peritoneal27. A ASG com escala de 7 pontos foi validada para avaliação do estado nutricional de pacientes em hemodiálise 28. Os parâmetros objetivos incluem a antropometria realizada pela aferição do peso, estatura, dobras cutâneas tricipital (D.C.T.) e subescapular (D.C.S.), circunferência do braço (C.B.), circunferência muscular do braço (C.M.B.), área muscular do braço (A.M.B.); e marcadores bioquímicos do estado nutricional como as proteínas plasmáticas, albumina e transferrina (4,6,14,29) . O índice de massa corpórea (I.M.C.) ou índice de Quetelet é um indicador antropométrico muito utilizado, pela simplicidade de obtenção e boa correlação com os índices de 8 morbimortalidade (6,25) , sendo a principal limitação do método a incapacidade de distinguir o peso referente ao músculo ou gordura. Assim, é importante que seja associado aos parâmetros antropométricos que identificam gordura corpórea e massa magra (6,25,29) como D.C.T., A.M.B. e C.M.B. (6,25). A composição corporal pode identificar riscos associados à perda de massa magra e ao excesso ou falta de reserva de gordura. A D.C.T. é um parâmetro útil para aferir a reserva de gordura corporal e seu uso é recomendado pelo K/DOQI6 para pacientes em hemodiálise. Pode ser utilizada em associação com a circunferência do braço (C.B.) também, para obtenção da A.M.B. e representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e de gordura do braço, enquanto que a A.M.B. representa a área muscular corrigida de acordo com o sexo. Os indicadores antropométricos são classificados de acordo com normas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (O.M.S.) 30. O peso ajustado para pacientes em hemodiálise é o recomendado, chamado peso livre de edema ou peso seco, e deve ser obtido após a sessão de hemodiálise, podendo ser utilizado quando estiver entre 90% e 110% do peso ideal de acordo com os parâmetros do National Health and Nutrition Examination Survey II (NHANES II) 6. Para monitorar a ingestão energética e proteica de pacientes em hemodiálise é preconizada a investigação do consumo alimentar (6,29,30,31) que pode ser realizada pelos inquéritos alimentares, que são divididos em métodos que avaliam os hábitos alimentares e o consumo recente, como registro alimentar ou 9 diário alimentar, e aqueles que avaliam a informação retrospectiva, como recordatório de 24 horas, questionário de frequência alimentar e a história dietética, que podem ser utilizados em conjunto ou de forma isolada. A escolha do método depende dos objetivos da investigação, do tempo disponível, validade do método, nível de escolaridade do paciente, entre outros fatores. Os estudos realizados com indivíduos sem doença renal indicam que os métodos de entrevista ou anamnese alimentar e o diário alimentar fornecem informação quantitativa da ingestão de energia, proteína e de outros nutrientes sendo recomendada a sua execução pelo K/DOQI6. O recordatório de 24 horas é um método quantitativo que avalia a adequação do consumo de nutrientes, feito por entrevista onde é levantado o consumo de alimentos e bebidas do dia anterior, as quantidades são transformadas em gramas e mililitros para cálculo do valor nutricional da dieta. O questionário de frequência alimentar (Q.F.A.) é um método qualitativo e retrospectivo que avalia hábitos alimentares, a qualidade da dieta e o comportamento alimentar, feito por entrevista ou auto-administrado, onde são determinados os alimentos ou grupos de alimento e frequência do consumo (mensal, semanal, diário). O método pode ser utilizado com a finalidade qualitativa, quantitativa e semiquantitativa. Permite variação na apresentação dos alimentos, na frequência de consumo e pode ser utilizada ou não a porção de alimento consumido. Os modelos de Q.F.A. utilizados mais frequentemente são aqueles desenvolvidos por Block e Willet, inclusive utilizados para portadores de DRC 32. 10 O registro alimentar (R.A.) ou diário alimentar (D.A.) é um método quantitativo e prospectivo que avalia a adequação do consumo de nutrientes, onde o entrevistado registra as quantidades e os alimentos consumidos no período determinado, um dia, três dias ou uma semana e as quantidades consumidas são transformadas em gramas e mililitros para realizar o cálculo do valor nutricional da dieta em relação às necessidades energética, proteica e a recomendação de nutrientes(33,34). Os parâmetros laboratoriais para avaliação do estado nutricional recomendados para D.R.C. compreendem a albumina, transferrina, colesterol total, pré-albumina e creatinina sérica6 , mas existem fatores que podem dificultar a interpretação e limitar a utilização como o uso de medicamentos, estresse e inflamação, porém constituem mais uma ferramenta para estabelecer o diagnóstico e monitorar o estado nutricional. A hipoalbuminemia é comum em pacientes com desnutrição energético-proteica e é um indicador preditivo de risco de mortalidade quando presente no início ou ao longo do tempo que o paciente realiza hemodiálise6. A albumina sérica pode reduzir ou aumentar com a diminuição ou elevação do consumo de energia e proteína na dieta, bem como pode ser afetada de forma inversa com o aumento dos valores séricos de proteínas de fase aguda, como a proteína C-reativa, portanto sua interpretação exige cuidados nessa população6. A transferrina apresenta vida média de 8 a 12 dias e responde mais rapidamente que a albumina às mudanças do estado proteico. Está sujeita a alterações quando há variação da concentração de ferro no organismo, quadros inflamatórios, 11 reposição de ferro, por isso seu uso como marcador do estado nutricional em D.R.C. deve ser feito com cautela34. A creatinina e a depuração de creatinina sérica são marcadores válidos do estado nutricional energético-proteico em pacientes que fazem hemodiálise, sendo os níveis séricos de creatinina pré-diálise proporcional à ingestão proteica e à massa muscular6. A concentração de colesterol no plasma é um marcador útil do estado nutricional em pacientes que fazem hemodiálise, sendo que valores muito baixos ou o seu declínio são preditivos do aumento do risco de mortalidade, presença de comorbidades, incluindo inflamação. Indivíduos em diálise com valores abaixo de 150 a 180 mg/dL de colesterol sérico ou que apresentem redução devem ser investigados quanto a possíveis déficits nutricionais6. A utilização da geração de ureia, ou equivalente proteico do nitrogênio ureico (P.N.A.) como marcador bioquímico permite estimar a ingestão de proteína de pacientes em qualquer fase da D.R.C., sendo recomendada pelas diretrizes nutricionais quando o paciente estiver em balanço nitrogenado equilibrado. Esse método permite avaliar a ingestão proteica independente do relato obtido pelo diário alimentar, assim é possível verificar a adesão do paciente às orientações quanto a ingestão proteica (6,34) . O P.N.A. pode ser estimado a partir das mudanças interdialíticas na concentração do nitrogênio ureico no soro e no dialisato sendo normalizado pelo peso corpóreo, pois sofre influência direta da massa corporal assim denominado de nPNA. Existem equações de regressão que foram desenvolvidas para estimar o PNA e os resultados devem ser interpretados com cuidado e em conjunto com outros parâmetros nutricionais (6,31,34). 12 A avaliação do estado nutricional representa uma ferramenta diagnóstica necessária para o planejamento da intervenção adequada ao paciente em hemodiálise. 13 1.1.2- Dieta na Doença Renal Crônica O estado nutricional alterado é comum na D.R.C. em particular nos pacientes em hemodiálise, justificando a importância em manter ingestão adequada de nutrientes de acordo com as necessidades individuais. Existem várias causas para a redução da ingestão alimentar incluindo anorexia proveniente do estado urêmico, o procedimento de diálise, doenças associadas e acidose. A cada sessão de hemodiálise são removidos em média 10 a 12 g de aminoácidos6, alguns peptídeos e pequena quantidade de proteína (<1 a 3g por diálise). A recomendação de ingestão proteica segura para pacientes em hemodiálise é de 1,2g/kg/dia, com pelo menos 50% das proteínas de alto valor biológico (6,35) . Há dificuldade entre os profissionais de atenderem as recomendações estabelecidas pelas diretrizes, com alto teor proteico e a necessária restrição de fosfatos na dieta (6,35,36) ou o paradigma do fósforo, pois o conteúdo proteico da dieta está associado ao conteúdo de fósforo: 1 g de proteína traz aproximadamente 13-15 mg de fósforo (35,37) , e a recomendação de fósforo na dieta de pacientes que fazem hemodiálise é de 8 a 17 mg por quilo por dia22. O controle precoce e contínuo dos valores de fósforo sérico são necessários, entre outros efeitos tóxicos, para inibir a hiperplasia da paratireoide e o hiperparatireoidismo progressivo (37,38) . A dificuldade na redução da ingestão de fósforo baseia-se em vários fatores, como elevada necessidade proteica, a falta de informação sobre o conteúdo de fósforo dos alimentos e a não adesão às instruções ou orientações nutricionais39. De fato, a não aderência do paciente em hemodiálise é um dos fatores modificáveis que interfere no tratamento dietético40. 14 As recomendações da oferta energética para pacientes em hemodiálise são semelhantes à de indivíduos saudáveis, 35 kcal/kg/dia para pacientes até 60 anos e entre 30 a 35 kcal/kg/dia para aqueles maiores de 60 anos6, o gasto energético em repouso é semelhante entre pacientes em hemodiálise e indivíduos saudáveis41. Alguns estudos têm demonstrado que o nível de atividade física de pacientes em hemodiálise é menor que aqueles observados em indivíduos sedentários, sugerindo uma ingestão de 30 kcal por quilo ou seja, menor do que aquela recomendada pelo K/DOQI (6,41). A restrição de potássio é necessária para pacientes em hemodiálise devido a tendência a hiperpotassemia que tem característica multifatorial, além da ingestão de potássio, contribuem também, a redução da função renal, a acidose metabólica, o uso de medicamentos anti-hipertensivos e a baixa eficiência de diálise41. A recomendação de potássio para pacientes em hemodiálise, com hiperpotassemia é de 50 a 70 mEq por dia ou 1.950 a 2.730 mg/dia22. O sódio e os líquidos da dieta do paciente em hemodiálise devem ser controlados principalmente devido a hipertensão arterial, presente na maioria dos doentes renais crônicos, para minimizar o edema periférico e, também melhorar o controle do peso interdialítico. A recomendação de sódio em pacientes em hemodiálise é de 2000 a 2300 mg/dia22, enquanto que a ingestão hídrica deve ser restrita à 500 mL somados à diurese residual de 24 horas para manter o ganho de peso interdialítico entre 4 e 4,5% do peso seco22. 15 Dessa forma a intervenção dietética tem papel fundamental no controle da doença e pode melhorar a qualidade de vida do paciente em hemodiálise. 1.1.3- Fósforo e fatores de aumento e de regulação da fosfatemia O fósforo foi isolado em 1669 por Henning Brandt, um mercador e alquimista amador que procurava a pedra filosofal - que transformaria metal como chumbo em ouro. Ele percebeu, que o pó obtido da destilação da urina de cavalos emitia uma luz branca, então nomeou a substância de fósforo, do grego antigo phos significa luz e phorus trazer42. É um não metal do grupo do nitrogênio da tabela periódica, com alta reatividade, que quase nunca é encontrado como um elemento livre na natureza, mas está presente quase que exclusivamente na forma aniônica, fosfato10. O fósforo total presente no corpo de um homem de 70 kg corresponde a 700 g. Aproximadamente 85% do fósforo está nos ossos e dentes na forma de hidroxiapatita [Ca10 (PO4)6(OH)2], 14% em tecidos moles e somente 1% no espaço extracelular. No interior das células está presente na forma de compostos orgânicos tais como cretinina-fosfato, adenosina trifosfato (ATP), ácidos nucléicos, fosfolipídeos e fosfoproteínas. No plasma está presente em ambas as formas orgânica e inorgânica, mas na clínica é medido somente o fósforo inorgânico. A concentração de fósforo no espaço extracelular é determinada pelas interações entre a absorção intestinal, excreção renal e trocas entre os ossos e o espaço intracelular (10,43). 16 1500 mg/dia INTESTINO Fósforo intracelular OSSO Absorção intestinal 900 mg/dia 200 mg/dia Espaço Extracelular 200 mg/dia RIM 600 mg/dia 900 mg/dia Figura 1. Homeostase do fósforo43. A absorção intestinal do fósforo é realizada por dois mecanismos: difusão passiva e ativa por um co-transportador luminal de sódio fosfato tipo 2b, que é muito similar aos co-transportadores encontrados nos túbulos renais. É também estimulada pela 1,25-diidroxicolecalciferol43; sendo a nicotinamida ou ácido nicotínico (vitamina B3) um inibidor destes transportadores, e sua administração oral em pacientes em hemodiálise pode reduzir a fosfatemia (43,44) . A 1,25- diidroxicolecalciferol aumenta a absorção intestinal de fósforo e não é considerada essencial para a absorção do fósforo no sistema digestório 43 . Os principais fatores que determinam quanto de fósforo será absorvido no intestino são a quantidade de 17 fósforo presente na dieta, sua biodisponibilidade e a presença natural ou medicamentosa de quelantes de fósforo43. Nos rins, o túbulo proximal reabsorve aproximadamente 75% do fósforo filtrado, o túbulo distal 10%, e 15% é perdido na urina43. Considera-se que os fatores que aumentam a reabsorção tubular renal de fósforo são: depleção do fosfato, depleção de volume, alcalose metabólica, hipocalcemia crônica, insulina, hormônio tireoidiano, estrógeno e hormônio do crescimento43, enquanto há dúvidas sobre esse efeito produzido pela 1,25-diidroxicolecalciferol . E os fatores que reduzem a reabsorção tubular renal de fósforo são: paratormônio (PTH), fosfatoninas (fator de crescimento fibroblástico 23 FGF23) (43,45) produzido pelos osteócitos diante do aumento da ingestão de fósforo ou da administração de calcitriol. Este hormônio aumenta a fosfatúria por meio de mecanismo semelhante ao do PTH – inibição dos co-transportadores Na-P do túbulo renal, porém diminui a atividade da enzima 1alfa-hidroxilase renal, inibindo a síntese de calcitriol e a absorção intestinal de cálcio e fósforo, oposta a ação do PTH 45. A concentração sérica do FGF23 está elevada em pacientes com D.R.C. e em pacientes em hemodiálise43. Os fatores que regulam a absorção do fósforo na célula não estão bem definidos, sendo aceito que ele se movimenta de forma passiva nas células impulsionado por seu gradiente químico43. Trocas do fósforo entre o espaço extracelular e o fósforo ósseo ocorrem como consequência da homeostase do cálcio, ou seja, a deposição de fósforo dentro e 18 para fora do tecido ósseo está acompanhada dos movimentos do cálcio na mesma direção43. O fósforo é um elemento biológico essencial, requerido por todas as células para as funções normais10. Pessoas com disfunção renal perdem progressivamente a habilidade de excretar fósforo37. Em pacientes renais crônicos o efeito tóxico do fosfato é largamente conhecido dada a associação da hiperfosfatemia com o risco cardiovascular (22,46) . Mas, esta associação não está restrita à D.R.C. e pacientes dialíticos, a hiperfosfatemia parece estar também associada com o aumento do risco de doenças cardiovasculares em indivíduos que não possuem D.R.C47. Estudos epidemiológicos sugerem que níveis elevados de fósforo, mesmo aqueles dentro da normalidade, estão associados com o aumento do risco de doença cardiovascular (48,49) . A concentração sérica de fosfato representa um balanço dinâmico entre a absorção do fósforo dietético, a excreção urinária do fósforo e as trocas entre os ossos, tecidos moles e reserva intracelular (43,46). Em pacientes com D.R.C. em estágio 5 quando a excreção urinária de fósforo é limitada, a absorção a partir da dieta é um fator crítico determinante da fosfatemia, devido a absorção do fósforo pelo intestino delgado que está pouco diminuída40. Pacientes em hemodiálise podem absorver aproximadamente 60% do fósforo dietético comparado com 80% de absorção em indivíduos sadios consumindo dietas idênticas 50. A restrição de fósforo na dieta pode exacerbar a desnutrição energético-proteica devido à restrição concomitante da ingestão de proteínas (9,49,51) pois o fósforo está 19 amplamente distribuído nos alimentos fonte de proteínas como carne vermelha, frango, peixes, leite, ovos, cereais, leguminosas e oleaginosas, pois faz parte das moléculas energéticas ATP (adenosina trifosfato) e ADP (adenosina difosfato) e fosfocreatina (7,52) . O fósforo também está presente como aditivo alimentar em muitos alimentos industrializados (7,9,10,11,20,53,54) , na forma inorgânica, como sal de fósforo54 ou como ácido fosfórico produzido a partir do fosfato numa reação com o ácido sulfúrico55. Estes sais de fósforo têm várias funções nos produtos industrializados, como preservar a umidade e cor, melhorar o sabor, homogeneizar ingredientes, reduzir o tempo de cocção, ou estabilizar a proteína no leite longa vida (20,55,56) . Os aditivos são utilizados em alimentos processados que incluem carnes preparadas, queijos, molhos para saladas, bebidas, sucos, produtos de panificação, enlatados e embutidos ( Quadro 1) (7,20,53,54,55,56) . O consumo de alimentos contendo aditivos de fósforo cresceu muito nas últimas décadas devido à facilidade de acesso sendo que nos Estados Unidos a média de ingestão diária de fósforo mensurada pelo NHANES na população em geral excede em 2 vezes a RDA (Recommended Dietary Allowances) para homens e mulheres (57,58) . Os aditivos de fósforo representam 1/3 de todo consumo de fósforo da população americana nas duas últimas décadas 20 . Tem sido estimado que 50% do total de fósforo ingerido por dia no mundo ocidental seja proveniente de aditivo de fósforo em alimentos 59. 20 Quadro 1. Tipos de aditivos e funções em diferentes alimentos industrializados. Tipo de Alimento Aditivo Refrigerante a base de Ácido fosfórico Função acidulante cola Leite achocolatado Pirofosfato tetrassódico homogeneizante Bebidas em pó Fosfato tricálcico umidificante Suco de frutas naturais Fosfato tricálcico fortificante Ca e P Leite U.H.T.*, sorvetes Fosfato dissódico estabilizante proteína Queijos processados Fosfato dissódico emulsificante Queijo ralado Fosfato tricálcico manter partículas Frutas enlatadas Fosfato monocálcico manter firmeza Amendoim Tripolifosfato amaciante Presunto e embutidos, Tripolifosfato de sódio manter umidade Massas instantâneas Tripolifosfato de sódio melhorar textura Batata chips assada Fosfato monocálcico bolhas na superfície nuggets, hambúrguer, carnes temperadas prontas para cozinhar *U.H.T.: ultra high temperature Fonte: Adaptado de International Food Additive Council56, 2011. 21 Dessa forma, dependendo das escolhas alimentares, a ingestão de fósforo pode ser aumentada a 1g/dia (7,60) . Também os aditivos de fósforo são altamente absorvíveis37, numa dieta mista contendo grãos, carne e leite, 60% do fósforo dietético é absorvido; numa dieta com ênfase no consumo de fontes de proteína de origem vegetal a absorção do fósforo é de 40 a 50% devido à forma de apresentação do fósforo como fitatos37, enquanto que o ácido fosfórico e os pirofosfatos são quase 100% absorvidos (54,60,61,62,63). No Brasil, a definição de aditivo alimentar é dada pela Portaria SVS/MS 540 64 , de 27 de Outubro de 1997, “...é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento”. A definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais. A Resolução CNS/MS no. 0465, de 24 de Novembro de 1988 dispõe os alimentos por categorias onde estão listados os aditivos, funções e limites permitidos por 100g ou 100 mL do alimento ou produto alimentar. A legislação prevê que o aditivo seja declarado na lista de ingredientes conforme consta no item 6.2.4 da Resolução RDC 259/02 com seu nome completo ou seu número INS (Sistema Internacional de Numeração, Codex Alimentarius, FAO/OMS), ou ambos. 22 A maior implicação do uso de aditivos nos alimentos é que a quantidade de fósforo a partir do aditivo pode ser muito maior do que o conteúdo de fósforo naturalmente presente no alimento54, e não é possível identificar o quanto foi adicionado, pois a determinação do fósforo no alimento é feita pelo conteúdo total. O uso de quelantes de fósforo é recomendado pelo National Kidney Foundation nas diretrizes clínicas para controle do fósforo sérico66, e no Brasil, nas Diretrizes Brasileiras de Prática Clínica para o Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica67, quando os valores séricos de fósforo estiverem acima de 5,5 mg/dL67. Aproximadamente 95% dos pacientes com D.R.C. em estágio 5 necessitam de quelantes de fósforo. Nos anos 90 foram utilizados o carbonato de cálcio e o acetato de cálcio, que substituíram os compostos que continham alumínio: efeito tóxico pelo acúmulo no sistema nervoso central e também para o osso, músculo entre outros. Atualmente também são utilizados o cloridrato de sevelamer e o carbonato de lantânio (67,68) . Os agentes quelantes são macromoléculas que sequestram íons de metais polivalentes formando duas ou mais ligações coordenadas ou uma combinação de ligações coordenadas e iônicas. O nome quelato deriva da palavra grega Chela, que significa pinça, uma vez que o anel que se forma entre o quelante e o metal é semelhante às pinças dos caranguejos. Uma grande quantidade de quelantes impede a absorção de aproximadamente 200-300 mg/dia de fósforo, enquanto a ingestão alimentar está 23 em torno de 1000 mg/dia (54,69). O carbonato de cálcio é composto por 40% de cálcio elementar, tem baixo poder quelante, baixo custo e pode causar constipação, hipercalcemia e calcificação metastática, enquanto o acetato de cálcio é composto por 25% de cálcio elementar, tem poder quelante moderado, menor oferta de cálcio do que a oferecida pelo carbonato de cálcio e pode causar constipação, náuseas, hipercalcemia e calcificação metastática (67,68). O cloridrato de sevelamer é um quelante livre de cálcio e de alumínio, com poder quelante moderado, e estudos mostraram que reduz L.D.L., aumenta em 20% o H.D.L. e diminui os níveis do P.T.H (67,68), sendo recomendado pelo K/DOQI para uso em pacientes com D.R.C70. O carbonato de lantânio é um quelante livre de alumínio e cálcio e possui um alto poder quelante, com a vantagem de mínima absorção; estudos mostram que não produz hipercalcemia e os efeitos adversos são comparáveis ao uso de placebo 68. A escolha do tipo de quelante e a dose prescrita dependem da quantidade de fósforo ingerida na refeição, ou seja, refeições que não contenham alimentos fonte de fósforo não necessitam da ingestão concomitante do quelante. Não existem doses estabelecidas para o uso de quelantes de acordo com o fósforo dietético, portanto é necessário o acompanhamento frequente da ingestão alimentar, do fósforo sérico e do uso adequado do medicamento para realizar os ajustes necessários67. 24 O procedimento de hemodiálise realizado em 4 horas remove de 800 a 900 mg de fósforo por sessão, mesmo quando são realizadas alterações na composição e fluxo do dialisato, e da membrana capilar (66,67,71) . A cinética do procedimento de remoção do fósforo na hemodiálise é realizada em duas fases: na fase inicial, até 120 minutos, ocorre a remoção do fósforo extracelular, seguida de um fluxo do intracelular para o extracelular que mantém o nível de fósforo sérico constante. Após este período a velocidade do fluxo de fósforo para o dialisato e a velocidade de mobilização entre os compartimentos limitam a remoção do fósforo. Assim, a frequência e tempo de duração das sessões de hemodiálise tem relação direta com o controle adequado da fosfatemia67. No Brasil, em um estudo realizado com 147 pacientes em hemodiálise, foi aplicado um programa de educação nutricional baseado em jogos, palestras e livretos educativos de orientação para o controle da hiperfosfatemia durante 4 meses, os resultados obtidos indicaram redução da fosfatemia de 6,9±1,2 para 5,8±1,6 mg/dL, e em 39,4% dos pacientes reduziram para valores <5,5 mg/dL72. Outro estudo brasileiro avaliou a intervenção nutricional em 46 pacientes em hemodiálise com hiperfosfatemia73. Durante o estudo foi feita orientação individualizada da dieta preservando a ingestão proteica e ajustando a dose de quelante, e os pacientes foram orientados a ingerir alimentos com menor relação P/grama de proteína. Os resultados mostraram redução nas concentrações do fósforo sérico e 39% dos pacientes conseguiram atingir a meta de fósforo <5,5 mg/dL. 25 Considerando-se que o fósforo alimentar tem papel importante no controle da fosfatemia, faltam estudos que avaliem o efeito da substituição dos alimentos que contêm aditivos de fósforo por alimentos de similar valor nutricional sem aditivos sobre a fosfatemia em doentes renais crônicos dialíticos. 26 2. OBJETIVO Verificar o efeito da restrição e substituição da ingestão de alimentos contendo aditivos de fósforo na fosfatemia de portadores de DRC em hemodiálise. 27 3. CASUÍSTICA E MÉTODO Ensaio clínico randomizado em pacientes adultos em tratamento hemodialítico, acompanhados em um único centro, no período de Fevereiro de 2012 a Dezembro de 2012. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo sob no. 342/11 e registrado no Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa (SISNEP) sob o número CAAE0026.0.026.000-11 (Apêndice). Foi registrado no clinical.trials.gov número NCT01965379. Todos os pacientes do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1). Critérios de Inclusão: Idade ≥ 18 anos, ambos os sexos. DRC em estágio 5 e estáveis há mais de 6 meses (maior estabilidade fisiológica e nutricional dos pacientes) 20. Fósforo (P) sérico maior 5,5 mg/dL persistente nos 3 meses precedentes. Pacientes sem infecção ou neoplasia (sinais ou sintomas). Capacidade cognitiva preservada e alfabetizado. Pacientes que concordaram com o estudo e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Critérios de Exclusão: Utilização de terapia nutricional enteral ou parenteral Presença de limitações físicas e cognitivas Doenças disabsortivas 28 3.1. GRUPOS EXPERIMENTAIS E DESENHO DO ESTUDO Foram comparados 2 grupos de pacientes com DRC em hemodiálise: 1-grupo de intervenção, em que foi realizada a restrição e substituição de alimentos que continham aditivos de fósforo e 2-grupo controle, manteve a dieta habitual orientada previamente ao estudo. A casuística inicial foi constituída de 248 pacientes elegíveis de acordo com os critérios de inclusão, sendo inicialmente sorteados os grupos de intervenção ou controle, de acordo com os dias da semana em que realizavam hemodiálise (3a,5a e sábado) ou (2a,4a e 6a feiras), para evitar a possibilidade de transferência de informações referentes à intervenção nutricional entre grupos. Deste modo foram sorteados para o grupo intervenção os pacientes que realizavam hemodiálise 3a, 5a e sábado (n=124). Posteriormente foram sorteados com envelope fechado 70 pacientes em cada grupo de estudo, porque o cálculo amostral evidenciou a necessidade de inclusão de 70 pacientes em cada grupo, totalizando 140 pacientes. A figura 2 descreve o fluxograma do estudo. 29 Atribuídos para elegibilidade (n=267) Excluídos (n=19) Não cumpriam o critério de inclusão (n=18) Desistiu (n=1) Randomizados (n=248) Grupo de Intervenção (Terça-feira, quinta-feira e sábado) Grupo Controle (Segunda, quarta e sexta-feiras) Randomizados (n=140) Atribuídos para Intervenção (n=70) Excluídos (n=3) Transplantaram (n=2) Desistiu(n=1) Incluídos na análise (n=67) Perda de acompanhamento (n=1) Transferido da unidade (n=1) Analisados (n=66) Figura 2. Fluxograma do estudo(74). Atribuídos para Controle (n=70) Excluídos (n=3) Transferidos da unidade (n=2) Desistiu (n=1) Incluídos na análise (n=67) Perda de acompanhamento (n=2) Óbito (n=1) Transferido da unidade (n=1) Analisados (n=65) 30 No início do estudo, no grupo de intervenção dois pacientes realizaram transplante renal e um paciente não concordou em participar do estudo, totalizando 67 pacientes, enquanto no grupo controle dois pacientes foram transferidos de centro de diálise e um paciente não concordou em participar, totalizando 67 pacientes. Portanto, foram incluídos no estudo 134 pacientes que realizavam hemodiálise em um único centro (Nephron®) por período de 4 horas , três vezes por semana, utilizando máquinas Nipro modelo Surdial com capilar de triacetato de celulose de 2,1 m2 . Foram 61,2% (n=82) pacientes do sexo masculino, 38,8% (n=52) do sexo feminino, com idade de 56,3±13,8 anos. A maioria 51,5%; com escolaridade de ensino fundamental seguida de 30,6% com ensino médio e 17,9% com ensino superior. Em cada grupo foram analisados os dados demográficos, a etiologia da doença renal de base, o tempo de diálise, o Kt/V, a utilização de quelantes de fósforo, e a avaliação nutricional, dietética e laboratorial. Durante o acompanhamento e coleta dos dados ocorreram 3 perdas: um paciente no grupo de intervenção que foi transferido para outra unidade de diálise; um paciente do grupo controle foi a óbito e outro paciente foi transferido para outro centro de diálise. 31 3.2. INTERVENÇÃO NUTRICIONAL Foram realizadas orientações nutricionais individualizadas no grupo de intervenção no início do estudo 10 dias (orientação I), aos 30 dias (orientação II) e aos 45 dias (orientação III). A figura 3 (abaixo) resume o desenho do estudo. 1o dia 10o dia 30odia 45odia 90o dia Reforço orientação Grupo Intervenção Avaliação: Diário Alimentar Avaliação: Nutricional Grupo Intervenção Nutricional Antropométrica Grupo Controle Laboratorial Grupo de Intervenção: Orientação individualizada para substituir alimentos industrializados com aditivo de fósforo por alimentos sem aditivos, mas com valor nutricional similar. Grupo Controle: Mantida orientação nutricional feita antes do estudo pela Nutricionista da unidade. Figura 3. Desenho do estudo. Antropométrica Laboratorial 32 Para o grupo controle não foi feita intervenção nutricional, foram obtidos os dados da alimentação e dados para análise da composição corporal no início do estudo e 90 dias. Inicialmente, foi realizada uma reunião com a Nutricionista da unidade e solicitado a manutenção da orientação previamente realizada. Esta orientação era realizada com material impresso por laboratório médico para controle do fósforo e orientações sobre a dieta renal (livreto). Grupo de Intervenção - Orientação I: após o levantamento dos dados através do formulário para coleta (Anexo 12) onde o hábito alimentar, o questionário de frequência alimentar, os dados antropométricos e bioquímicos iniciais foram avaliados, foi elaborada uma orientação que continha uma análise individual do estado nutricional; conteúdo relativo ao fósforo (definição, importância para o doente renal crônico, fontes alimentares naturais e presença em alimentos industrializados); explicação sobre os aditivos alimentares que contém fósforo, em quais alimentos ou preparações nas quais encontramos os aditivos (Anexo 13). Também foi orientada a substituição dos alimentos identificados no Q.F.A. consumidos pelo paciente por alimento sem aditivo com valor nutricional similar, como sugerido no quadro 7. 33 - Orientação II: o paciente foi orientado a realizar o diário alimentar em três dias. Após o retorno do registro, foi elaborada orientação individualizada baseada na análise da dieta individual, e foi sugerida a adequação de calorias, proteínas e especialmente o fósforo consumido de alimentos industrializados, oferecendo ao paciente opção de substituição de alimentos sem o aditivo e garantindo a ingestão proteica adequada. A lista final da orientação sugeria ″Escolhas Inteligentes″ (Anexo 14). - Orientação III: uso adequado de temperos naturais para substituir os industrializados com aditivo (Anexo 15). Também, foi apresentado ao paciente uma lista atualizada (reforço) com os produtos habitualmente consumidos pelo grupo que continham aditivos de fósforo. E solicitado que observassem rótulos de alimentos industrializados (Anexo 16). Grupo Controle Foi realizado o levantamento dos dados sobre alimentação, QFA, dados antropométricos e laboratorial iniciais, e orientados a manter a dieta habitual. Após 30 dias e ao final do estudo (90 dias) foi solicitado que realizassem o diário alimentar em 3 dias alternados ( 1 dia em HD, 1 dia sem HD e 1 dia no final de semana) para posterior análise do conteúdo de fósforo consumido. 34 Prescrição do Quelante de Fósforo Durante o período do estudo foi mantida a dose do quelante de fósforo prescrita pela equipe médica em ambos os grupos. 35 3.3 Avaliação Nutricional dos grupos de intervenção e controle A avaliação nutricional foi realizada no início e no final do estudo após 90 dias nos 2 grupos de estudo. Avaliação Subjetiva Global Foi utilizada a avaliação nutricional subjetiva proposta pelo grupo de estudo CANUSA27 e validada para uso em doentes renais em hemodiálise, que avalia 4 itens: perda de peso, sintomas gastrintestinais, gordura subcutânea e massa muscular, sendo classificada como Desnutrição grave (1-2 pontos); Desnutrição discreta a moderada (3-5 pontos) e Nutrição normal (6-7 pontos) (Anexo 2). Avaliação Antropométrica O peso foi obtido em balança digital marca Filizola, modelo Personal, capacidade 180 kg, escala 100g após a sessão de hemodiálise, com o paciente posicionado de costas para a balança, descalço, em posição ereta, no centro do equipamento, com os pés unidos e os braços estendidos ao longo do corpo. Foi realizada a leitura e anotado no instrumento de coleta de dados (6,75). O peso desejável ou ideal foi obtido a partir da fórmula proposta para determinação da compleição física: Tamanho da estrutura corporal = altura (cm) circunferência do punho (cm) 36 O resultado da fórmula foi classificado de acordo com o quadro abaixo proposto pela Metropolitan Life Insurance e obtido o peso desejável para estatura segundo a compleição (Anexo 3) que são utilizados para doentes em HD6. Sexo Pequena Compleição Mediana Grande HOMENS > 10,4 9,6 – 10,4 < 9,6 MULHERES > 10,9 9,9 – 10,9 < 9,9 Quando o peso seco atual esteve abaixo de 90% ou superior a 110% do peso desejável, o peso ajustado foi obtido e utilizado como referência para estimar as necessidades de energia, proteína e fósforo6. Peso ajustado = [peso ideal (kg) – peso atual (kg)] X 0,25 + peso atual (kg) A estatura foi aferida com estadiômetro, após a sessão de hemodiálise, com o paciente descalço, sem adereços na cabeça, no centro do equipamento, braços estendidos ao longo do corpo, com a cabeça erguida, e o olhar para um ponto fixo na altura dos olhos. O paciente foi orientado a encostar os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o antropômetro, com os pés unidos em ângulo reto com as pernas. A parte móvel do equipamento foi posicionada contra a cabeça do paciente, com pressão suficiente para comprimir o cabelo. O equipamento foi travado e a leitura realizada 75. O índice de massa corporal (I.M.C.) foi calculado a partir do peso seco obtido dividido pela estatura ao quadrado6. A classificação do IMC foi realizada a partir dos pontos de corte propostos pela OMS, 1995, para adultos e Lipschitz 76 para idosos. 37 Quadro 2: Classificação do IMC para adultos, de acordo com a OMS 1995 30. IMC (kg/alt2) Classificação <16 Magreza grau III 16 a 16,99 Magreza grau II 17 a 18,49 Magreza grau I 18,5 a 24,99 Eutrofia 25 a 29,99 Pré-obesidade 30 a 34,99 Obesidade grau I 35 a 39,99 Obesidade grau II ≥ 40 Obesidade grau III Quadro 3: Classificação do IMC para idosos. IMC (kg/m2) Menor 22 Classificação Baixo peso 22 a 27 Eutrofia Maior 27 Excesso de peso Fonte: Lipshitz, 199476 Para análise do I.M.C. as categorias para adultos e idosos foram agrupadas em: deficiência <18,5 para adultos e <22 para idosos; eutrofia entre 18,5 a 24,99 para adultos e de 22 a 27 para idosos; sobrepeso maior que 25 e menor 29,99 para adultos e obesidade maior que 30 para adultos e maior que 27 para idosos. 38 3.3.3 Avaliação da Massa Magra e Adiposa Para classificar o tecido subcutâneo foi feita a medida da circunferência ou perímetro do braço (C.B.) e posteriormente obter a dobra cutânea do tríceps braquial (D.C.T.) para cálculo da área muscular do braço (A.M.B.). A circunferência do braço foi realizada com fita inelástica de fibra de vidro, marca TBW, comprimento 150 cm, com divisão de 1 mm, no braço oposto ao da fístula arteriovenosa (FAV)6, com o braço solto e relaxado; com a fita métrica foi tomada a medida entre o processo acromial da escápula e o olécrano e foi marcado o ponto médio com uma caneta dermográfica, marca Securline, traçado fino. (Figura 4) Com a fita métrica inelástica o braço foi medido sobre o ponto médio sem compressão da pele e a medida anotada. 39 Figura 4. Medida do ponto médio entre o processo acromial da escápula e o olécrano.Fonte:www.cdc.gov/nchs/data/nhanes/nhanes3/cdrom/NCHS/MANUALS/ ANTHRO.PDF A classificação da circunferência do braço foi feita de acordo com os percentis75, para adultos (Anexo 4) e idosos (Anexo 5). A dobra cutânea tricipital (D.C.T.) foi obtida com adipômetro marca Lange, com precisão de 1 mm, no braço oposto ao da fístula (FAV) no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o olécrano, em triplicata. A dobra foi destacada 1 cm acima do local a ser medido e foi pressionada enquanto a medida foi tomada, as hastes do adipômetro foram colocadas perpendiculares à dobra, junto com o polegar e o indicador, a leitura foi feita 3 segundos após a pressão das hastes ter sido aplicada6. (Figura 5) 40 Figura 5. Diagrama da medida das dobras cutâneas e o adipômetro num corte transversal do braço. A dobra cutânea subescapular foi obtida em triplicata, com o paciente de costas para o pesquisador, os ombros relaxados e os braços soltos ao lado do corpo. Foi localizado o ângulo inferior da escápula, e com os dedos médio e polegar a pele foi pinçada e a camada adiposa logo abaixo do ângulo inferior da escápula, após 3 segundos a leitura foi realizada6. As dobras cutâneas foram classificadas de acordo com os percentis propostos pelo National Health and Nutrition Examination Survey of Centers for Disease Control and Prevention (NHANES), (77,78) para adultos (Anexo 6) e idosos (Anexo 7). O resultado em percentil foi comparado com os pontos de corte propostos por Frisancho, 199077. 41 Quadro 4. Classificação do tecido gorduroso, dobras cutâneas para adultos. Percentil Avaliação ≤5 Magro > 5 ≤ 15 Abaixo da média > 15 ≤ 75 Média > 75≤ 85 Acima da média > 85 Excesso de gordura Para análise foi considerado magro < ou = percentil 5; adequado >5 < e igual 15 e > 75 < e igual 85; excesso de gordura >85. Quadro 5. Classificação do tecido gorduroso, dobra cutânea tricipital, para idosos. Percentil Avaliação <5 Baixo peso ≥5 Eutrofia ≥ 95 Obesidade Foi considerado magro <5; adequado > ou igual 5 até 95 e excesso de gordura >ou igual 95. 42 Para o cálculo do tecido muscular, foram obtidas a circunferência muscular do braço (C.M.B.) e a área muscular do braço, de acordo com as fórmulas apresentadas abaixo, como proposto pela OMS25 e K/DOQI6. CMB = PB (cm) – 0,314 X DCT (mm) onde: PB perímetro do braço ou circunferência do braço DCT: dobra cutânea tricipital Cálculo da área muscular do braço: AMB Homens = (CMB) 2 - 10 cm2 4xπ Mulheres = (CMB) 2 - 6,5 cm2 4xπ onde, CMB: circunferência muscular do braço; π valor 3,14. O valor encontrado foi classificado de acordo com as tabelas propostas pelo NHANES, CDC78, CMB (Anexo 8) e AMB (Anexo 9). Os resultados em percentil foram classificados de acordo com os pontos de corte propostos por Frisancho, 199077. 43 Quadro 6. Classificação do tecido muscular: área muscular do braço para adultos. Percentil Diagnóstico categoria I 0.0 – 5.0 Baixa musculatura categoria II 5.1 – 15.0 Abaixo da média categoria III 15.1 – 85.0 Média categoria IV 85.1 – 95.0 Acima da média categoria V 95.1 – 100.0 Alta musculatura Para análise da reserva muscular foi considerado baixa musculatura ≤ 5; adequado > 5 e ≤ 95; excesso de musculatura >95. Todas as medidas foram realizadas pelo pesquisador após o término da sessão de hemodiálise. 44 3.4. Avaliação Dietética O consumo alimentar foi avaliado pelo QFA (Anexo 10) com diário alimentar no início e final do estudo, após 90 dias. O diário alimentar foi realizado pelo paciente em três dias6, um dia de diálise, um dia de semana sem diálise e no domingo (Anexo 11) e foi orientado a utilizar medidas caseiras. Pelo QFA foram levantados os alimentos in natura mais consumidos pelos pacientes e os alimentos industrializados para orientação quanto ao fósforo ingerido e a substituição proposta. (Quadro 7) 45 Quadro 7. Alimentos contendo aditivo de fósforo frequentemente consumidos pelos pacientes do grupo de intervenção e a substituição proposta. Alimento Leite Iogurte Queijo Embutidos Categoria Integral longa vida Desnatado l. vida Leite em pó Bebidas lácteas Natural Com cereal Iogurte líquido Requeijão Queijo processado Queijo prato Mortadela Presunto Salsicha Polifosfato de sódio Fosfato tricálcico Fosfato trissódico Tripolifosfato de sódio Pirofosfato tetrassódico e tripolifosfato de sódio Polifosfato de sódio Pirofosfato dissódico e tripolifosfato de sódio. Tripolifosfato de sódio Nuggets de frango Linguiça Torradas variadas Pão de fôrma Bolo industrializado Pão fôrma integral Cream cracker Biscoito água Biscoito integral Biscoito Maisena® Biscoito Marie® Biscoito de leite Pão de queijo (mistura em pó) Sabor galinha Sabor carne Vários sabores Pirofosfato tetrassódico Tripolifosfato de sódio Fosfato monocálcico Fosfato tricálcico Fosfato monocálcico Fosfato monocálcico Pirofosfato ácido de sódio Pirofosfato ácido de sódio Pirofosfato ácido de sódio Pirofosfato ácido de sódio Pirofosfato ácido de sódio Pirofosfato ácido de sódio Fosfato tricálcico/pirofosfato Tripolifosfato de sódio Tripolifosfato de sódio Fosfato tricálcico A base de cola Tubaína Bebida de soja Chá pronto (mate) Chá preto Mistura cappuccino Maionese Creme de leite Mistura para sopas Molho para salada Tempero para arroz Batata frita congelada Ácido fosfórico Ácido fosfórico Fosfato tricálcico Ácido fosfórico Ácido fosfórico Fosfato dipotássico Ácido fosfórico Fosfato trissódico Pirofosfato dissódico Fosfato tricálcico Fosfato tricálcico Pirofosfato dissódico Peito de Peru Salame Pães, bolos e biscoitos Macarrão instantâneo Sucos em pó Bebidas Miscelânea & Aditivo de Fósforo Fosfato trissódico/dissódico. Fosfato trissódico Fosfato dissódico Fosfato dissódico Fosfato tricálcico Fosfato tricálcico Fosfato tricálcico Substituição Leite integral refrigerado Leite desnatado refrigerado Leite refrigerado & Leite batido com frutas frescas Natural algumas marcas Natural adicionado de aveia Iogurte natural batido com & frutas Creme de queijo Minas® Queijo branco tipo Minas® Queijo Minas maturado Carne fatiada caseira* Pernil caseiro fatiado ao molho* Peito de frango caseiro fatiado * Carne fatiada com molho de vinho* Carne moída e molho de tomate* Tiras de frango empanadas* Cubos de pernil acebolado* Torrada de pão francês. Pão francês, pão pita Bolo caseiro com suco frutas* Pão francês integral Torrada de pão francês Torrada de pão francês Torrada de pão pita Biscoito caseiro de maisena* Biscoito doce caseiro* Biscoito caseiro* Pão de queijo caseiro* Cabelo de anjo com molho bechamel de carne ou frango* Suco de uva, maracujá, limonada caseiros* Chá mate gelado caseiro* Suco caseiro de maçã* Bebida caseira de soja* Chá gelado caseiro* Chá caseiro de ervas* Cappuccino caseiro* Maionese de leite caseira* Iogurte integral sem soro* Sopa caseira* Molho caseiro para salada* Mistura caseira de temperos* Batata frita caseira de forno* frutas permitidas; * todas as receitas foram testadas antes de serem entregues aos pacientes. 46 Para o cálculo do consumo alimentar foi utilizada a Tabela Brasileira de Composição de alimentos TACO79 e a Tabela de Composição de Alimentos Consumidos no Brasil IBGE80. As medidas caseiras descritas no diário alimentar foram convertidas em gramas e mililitros utilizando tabelas de conversão (81,82). Foram avaliados calorias, proteínas, lipídios, carboidratos, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio. No total foram avaliadas 1063 dietas dos grupos de intervenção e controle. Os resultados obtidos foram comparados com as recomendações para pacientes em hemodiálise (6,22), de acordo com o quadro 8. 47 Quadro 8: Critérios para recomendação de energia, proteína e minerais para pacientes em hemodiálise. Nutriente Recomendação Calorias por quilo (kcal/kg)* 35 até 60 anos 30-35 após 60 anos Proteínas (g/kg)* 1,2 sendo 50% A.V.B. P (mg/kg)** 8-17 Na (mg)** 2000-2300 Fonte:*K/DOQI, 20006 **Fouque,200722 Cálculo do PNA O cálculo do PNA ou equivalente proteico do nitrogênio ureico foi realizado pelo programa Dialsist® versão 2.5 de acordo com as recomendações do K/DOQI6. Foi normalizado para o peso seco ou para o peso desejável quando o paciente encontrava-se abaixo de 90% ou superior a 110% do peso desejável (6,25). Foi calculado na primeira sessão de diálise da semana de acordo com a fórmula82: PNA (g/kg/dia) = NUS pré-diálise / { [36,3 + (5,48 x Kt/V)] + (53,5/ Kt/V) } + 0,168 Onde: NUS – nitrogênio ureico sérico (mg/dL) = ureia sérica (mg/dL) / 2,14. O resultado obtido foi normalizado pelo peso corpóreo ideal ou desejável: nPNA (g/kg/dia)=[PNA (g/dia) ÷ PI (kg)] 48 3.5 Avaliação Laboratorial Nos pacientes dos grupos de intervenção e controle foram colhidas amostras de sangue no início e no final do estudo, antes da sessão de hemodiálise, para análise da albumina, cálcio, fósforo, colesterol total, creatinina e ureia, fosfatase alcalina, hemograma, transferrina e paratormônio. Foi realizada a análise do Kt/V e o cálculo pelo programa Dialsist® 2.5. Albumina: método verde de bromocresol. Valor de referência 3,5 a 5,0 g/dL, ponto de corte ≥ 4,0g/dL 6. Transferrina: método imunoturbidimétrico. Valor de referência índice de saturação de transferrina 20 a 50% e transferrina 200 a 300 mg/dL. Cálcio Ionizável: método ISE (eletrodo íon seletivo). Valor de referência 1,14 a 1,41 mmol/L (84,85). Fósforo: método colorimétrico-fosfomolibdato. Valor de referência para D.R.C. em diálise entre 3,5 e 5,5 mg/dL. Colesterol total: método empregado enzimático colorimétrico. Valor de referência desejável <200 mg/dL. Creatinina: método cinético-colorimétrico de dois pontos. Valor de referência 0,7 a 1,2 mg/dL. 49 Ureia: método enzimático-colorimétrico. Valor de referência 15 a 45 mg/dL. Fosfatase alcalina: método cinético-colorimétrico com uso 4-nitrofenilfosfato. Valor de referência 27 a 100 U/L. Paratormônio: método imunoenzimático ADVIA Centaur PTH Intacto. Valor de referência 14 a 72 pg/mL. Hemograma: Método automatizado por difração de raio laser em cinco partes. Valor de referência homens mulheres Hemoglobina ( g/dL ) 13,5 a 17,5 12,0 a 15,5 Hematocrito ( % ) 38,8 a 50,0 34,9 a 44,5 Leucócitos ( mm3) Linfócitos (%/mm3) 5.000 a 10.000 20 a 30 1.000 a 3.000 Kt/V O Kt/V foi calculado pelo programa Dialsist® 2.5, através da seguinte equação: Kt/V= - Ln (R-0,008 x t) + [4-(3,5 x R)] x UF ÷ P, em que Ln é o logaritmo natural; R= NUS pós-diálise ÷ NUS pré-diálise; t = duração da sessão de hemodiálise em horas; UF=volume de ultrafiltração em litros e P=peso pós-diálise em quilos. 50 3.6 Análise Estatística Para análise dos dados clínicos e laboratoriais foi utilizada análise descritiva. Os resultados foram expressos em média ± desvio padrão. Para comparar os resultados entre os grupos foram utilizados o teste t-Student bicaudal e o teste Mann-Whitney . Para comparação das proporções das variáveis categorizadas foi utilizado o teste de Qui-quadrado, com correção de Yates quando aplicável. A comparação entre o início e final do estudo (final-inicial) dentro do mesmo grupo foram realizadas com teste t-pareado ou Teste de Postos com Sinais (Wilcoxon Signed Rank Test). Foram calculados e comparados os valores pré e pós-estudo na ingestão de energia (calorias), proteínas, fósforo dos registros alimentares e o nPNA entre os grupos. Para comparar variáveis qualitativas oriundas de amostras pareadas foi utilizado o teste de McNemar. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences para Windows versão 13.0 (SPSS Inc, Chicago, IL., USA). Adotou-se o índice de rejeição de 95%, sendo consideradas diferenças significantes quando p <0,05 . 51 4. RESULTADOS 1-Características dos pacientes dos grupos de estudo As características gerais dos 134 pacientes estudados, 67 pacientes no grupo de intervenção e 67 no grupo controle, são apresentadas e comparadas na tabela 1. Tabela 1. Comparação das características gerais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Características Idade em anos Grupo de intervenção Grupo controle N=67 N=67 p 56,4±13,2 56,3±14,6 0,97 Sexo Masculino N(%) 35 (52,2) 47(70,1) 0,03 Feminino 32 (47,8) 20 (29,9) Raça Branca N(%) 39 (58,2) 44(65,7) 28 (41,9) 23 (34,4) Hipertensão N (%) 31(46,3) 28(41,8) Diabetes 25(37,3) 16(23,9) 4(6,0) 16(23,9) Outros 7(10,4) 7(10,4) Tempo em diálise (meses) 35,5±36,3 52±49 0,01+ 1,3±0,2 1,4±0,3 0,06 Não-branca 0,37 Causa da doença renal Glomerulonefrites Kt/V 0,03 Fonte: Clínica Nephron. Kt/V é a depuração de ureia do dialisador, multiplicada pelo tempo de tratamento (t) e dividido pelo volume de distribuição de ureia do paciente (V) ou dose de diálise. Resultados expressos média±DP ou %: Teste t Student ou +Teste de Mann-Whitney e Teste do Qui-quadrado. A comparação entre os grupos mostrou maior frequência do sexo masculino, tempo de diálise no grupo controle comparado com o grupo de intervenção. 52 Tabela 2. Comparação das características laboratoriais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Características Grupo de Intervenção Grupo Controle p Laboratoriais iniciais N=67 N=67 Fósforo sérico (mg/dL) 7,2±1,4 7,1±1,2 0,79 Cálcio sérico ionizado (mmol/L) 1,2±0,1 1,2±0,2 0,24 Albumina sérica (g/dL) 3,9±0,3 4,3±0,5 <0,001 Transferrina (mg/dL) 181,1±46,4 229,7±55,5 <0,001 Paratormônio (pg/mL) 835,5±509,2 878,6±727,8 0,91+ Paratireoidectomia N(%) 3(4,5) 0 0,50 Fosfatase alcalina (U/L) 118,6±101,8 120,15±145,6 0,16+ Colesterol (mg/dL) 166±65,6 143,5±34,9 0,05+ Hemoglobina (g/dL) 11,1±1,5 11,7±1,5 0,03+ Creatinina sérica (mg/dL) 9,7±3,3 10,3±3,5 0,33 Uso de sevelamer N(%) 47(70) 63(94) 0,001 Resultados expressos média±DP ou %: Teste t Student ou +Teste de Mann-Whitney e Teste do qui-quadrado. Não houve diferença entre os grupos nas médias do fósforo sérico inicial. No grupo de intervenção o fósforo sérico variou de 5,6 a 10,9 mg/dL e no grupo controle de 5,5 a 10,1 mg/dL. No grupo de intervenção 3 pacientes haviam sido submetidos a paratireoidectomia previamente. No grupo controle foram maiores os valores iniciais de hemoglobina, transferrina e albumina sérica, assim como o uso de sevelamer. Um paciente de cada grupo utilizava carbonato de cálcio, e dois pacientes do grupo de intervenção utilizavam cinacalcet. Nenhum paciente utilizava acetato de cálcio, carbonato de lantânio, ou análogos da Vitamina D. 53 (mg d/L) Figura. Análise comparativa do fósforo sérico inicial entre os grupos. mg p=0,79 INTERVENÇÃO INTERVENÇÃO CONTROLE Figura 6. Representação gráfica da comparação do fósforo sérico inicial entre os grupos de estudo. As linhas horizontais representam a mediana. 54 Tabela 3. Comparação da classificação do estado nutricional no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Características Nutricionais Grupo de intervenção Grupo controle iniciais N=67 N=67 5(7,5) 8(11,9) Eutrofia 31(46,3) 28(41,8) Sobrepeso 18(26,9) 16(23,8) Obesidade 13(19,4) 15(22,4) p IMC N(%) Deficiência ASG N(%) 0,78 0,84 Desnutridos 17(25,4) 18(26,9) Eutróficos 50(74,6) 49(73,1) Tecido adiposo (D.C.T.) N(%) 0,65 Magro 12(17,9) 9(13,4) Adequado 39(58,2) 44(65,7) Excesso gordura 16(23,9) 14(20,9) Massa magra (A.M.B.) N(%) 0,15 Baixa musculatura 28(41,8) 21(31,3) Adequado 30(44,8) 41(61,2) Excesso musculatura 9(13,4) 5(7,5) Teste do Qui-quadrado. IMC (índice de massa corporal); ASG (avaliação nutricional subjetiva global); DCT (dobra cutânea tricipital) e AMB (área muscular do braço). A maioria dos pacientes nos grupos de estudo e controle apresentavam-se eutróficos, e não houve diferença entre os grupos quanto às características nutricionais iniciais. 55 Tabela 4. Comparação das características nutricionais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Características Grupo de intervenção Grupo controle p N=67 N=67 I.M.C. (peso/alt2) 25,7±4,8 26,2±5,6 0,67 D.C.T. (mm) 18,5±11,0 15,6±8,4 0,10 A.M.B.(cm2) 35,5±11,5 37,7±11,2 0,27 Teste t Student. IMC (índice de massa corporal); DCT (dobra cutânea tricipital); AMB (área muscular do braço) Não houve diferença entre as médias dos grupos de intervenção e controle quanto ao estado nutricional inicial. 56 Tabela 5. Comparação das características da dieta no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Características iniciais da dieta Grupo de Grupo controle p Intervenção N=67 N=67 26,7±8,2 28,7±7,7 0,15 Ingestão de proteína/kg (g/kg/dia) 0,9±0,4 1,1±0,4 0,02 nPNA (g/kg/dia) 1,1±0,2 1,2±0,2 0,01 798,9±263,5 965,0±308,6 0,001 13,9±4,1 13,1±3,0 0,20 Ingestão de calorias por quilo (kcal/kg) Ingestão de fósforo na dieta (mg/dia) Relação P/Prot (mg/g) Teste t de Student. nPNA (equivalente proteico do nitrogênio ureico). P/Prot (fósforo mg/g proteína). No início do estudo os dois grupos apresentavam ingestão energética e de proteínas abaixo das recomendações do K/DOQI3 para DRC. A ingestão de proteínas, o nPNA e a ingestão de fósforo foram maiores no grupo controle, entretanto a relação fósforo/g de proteína foi semelhante. 57 2-Comparação entre o início e final do estudo nos grupos de intervenção e controle. Tabela 6. Comparação dos valores iniciais e finais dos parâmetros laboratoriais nos grupos de intervenção e controle. Parâmetro Laboratorial Fósforo sérico Grupo Intervenção Inicial Final N=67 N=66 7,2±1,4 5,0±1,3 1,2±0,1 Grupo Controle p Inicial Final p N=67 N=65 <0,001 7,1±1,2 6,7±1,2 0,65 1,2±0,1 0,79 1,2±0,2 1,2±0,1 0,88 11,1±1,5 10,8±1,4 0,10 11,7±1,5 11,2±1,5 0,06 3,9±0,3 4,1±0,5 0,004 4,3±0,5 4,1±0,3 0,006 181,1±46,4 235,9±48,6 <0,001 229,7±55,5 242,9±43,9 0,13 118,6±101,8 131,9±94,2 0,02 120,6±147,5 147,8±210,5 0,02 831,2±512,2 748,3±498,9 0,07 877,7±739,0 953,0±742,9 0,08 166,2±65,6 139,7±38,9 0,000 143,1±35,4 132,3±35,6 0,01 0,001 10,3±3,6 9,1±2,5 0,001 (mg/dL) Cálcio ionizado (mg/dL) Hemoglobina (g/dL) Albumina sérica (g/dL) Transferrina (mg/dL) Fosfatase alcalina (U/L) Paratormônio (pg/mL) Colesterol (mg/dL) Creatinina 9,7±3,3 8,8±2,8 sérica (mg/dL) Teste t-Student pareado. A comparação dos resultados iniciais e finais mostrou no grupo de intervenção redução significativa do fósforo e colesterol séricos, e aumento nos valores de albumina e transferrina, enquanto que no grupo controle houve redução da albumina sérica. 58 Tabela 7. Comparação da classificação do estado nutricional no início e final do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise nos grupos de intervenção e controle. Características Nutricionais Grupo Intervenção Inicial Final N=67 N=66 5(7,5) 5(7,6) Eutrofia 31(46,3) Sobrepeso Obesidade Grupo Controle p Inicial Final N=67 N=65 8(11,9) 8(12,3) 33(50) 28(41,8) 29(44,6) 18(26,9) 15(22,7) 16(23,8) 15(23,1) 13(19,4) 13(19,7) 15(22,4) 13(20) 9(13,4) 9(13,8) p IMC N(%) Deficiência 0,39 0,26 Tecido adiposo(DCT)N(%) Magro 12(17,9) 10(15,2) 0,35 Adequado 39(58,2) 39(59,1) 44(65,7) 43(66,2) Excesso gordura 16(23,9) 17(25,8) 14(20,9) 13(20) 21(31,3) 19(29,2) 1,000 Massa magra (AMB)N(%) Baixa musculatura 28(41,8) 28(42,4) 0,11 Adequado 30(44,8) 33(50) 41(61,2) 41(63,1) Excesso musculatura 9(13,4) 5(7,6) 5(7,5) 5(7,7) 0,16 Teste McNemar. IMC (índice de massa corpórea); DCT (dobra cutânea do tríceps); AMB (área muscular do braço) Não houve diferença na classificação do estado nutricional nos dois grupos de estudo ao longo do período de 90 dias. 59 Tabela 8. Comparação das características nutricionais no início e final do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle. Parâmetro Intervenção Inicial Final N=67 N=66 IMC(kg/m2) 25,7±4,8 25,4±4,7 DCT (mm) 18,5±11 AMB (cm2) 35,5±11 Controle p Inicial Final p N=67 N=65 0,72 26,2±5,6 26,2±5,7 1,00 17,8±9,7 0,70 15,6±8,4 15,3±7,3 0,29 32,5±9,3 0,10 37,7±11 39,6±13 0,39 Teste t-Student pareado. IMC (índice de massa corporal); DCT (dobra cutânea do tríceps); AMB (área muscular do braço) Não houve diferença entre as médias dos grupos de intervenção e controle quanto ao estado nutricional ao final do estudo. 60 Adicionalmente comparou-se a variação das características da dieta no início e final do estudo (valores finais - valores iniciais) nos grupos de intervenção e controle Tabela 9. Comparação variação (valores finais – valores iniciais) das características da dieta nos pacientes com DRC em hemodiálise entre os grupos de intervenção e controle. Características dieta Diferença da ingestão de Grupo intervenção Grupo controle p N=66 N=65 -2,28±7,3 -0,22±5,4 0,07 -0,09±0,3 -0,04±0,3 0,31 -0,01±0,2 -0,02±0,3 0,84 -142,05±250,9 1,59±227,3 0,001 -1,09±3,5 0,09±1,7 <0,001+ calorias (kcal/kg)/dia Diferença da ingestão de proteínas (g/kg)/dia Diferença nPNA (g/kg)/dia Diferença ingestão de P (mg/dia) Diferença relação P/Prot (mg/g) Teste t Student ou +Teste Mann-Whitney nPNA g/kg=equivalente proteico do nitrogênio ureico normalizado; P/Prot mg/g=relação mg fósforo por grama de proteína. Houve redução significativa da variação da ingestão de fósforo e da relação fósforo/g proteína no grupo de intervenção comparado ao grupo controle. Os outros parâmetros analisados não se modificaram. 61 Ao final do estudo 71,2% (47) dos pacientes do grupo de intervenção deixaram de consumir alimentos que continham fósforo aditivo. (Figura 7) 28,8% (19) Sim Não N=66 71,2% (47) Figura 7. Percentual dos pacientes do grupo de intervenção que mantiveram a ingestão de algum alimento com aditivo de fósforo ao final do estudo: 28,8% (19/66) pacientes. 62 8,0 FÓSFORO SÉRICO (mg/dL) 7,0 6,0 5,0 INTERVENÇÃO 4,0 CONTROLE 3,0 2,0 1,0 p<0,001 0,0 INÍCIO 90 DIAS Figura 8. Comparação dos valores do fósforo sérico entre os grupos de intervenção e controle no início e final do estudo. Tabela 10. Comparação da porcentagem de pacientes que alcançaram o valor de fósforo sérico menor que 5,5 mg/dL no final do estudo nos grupos de intervenção e controle. ≤ 5,5 mg/dL > 5,5 mg/dL N % N % Grupo Intervenção (n=66) 46 69,7 20 30,3 Grupo Controle (n=65) 12 18,5 53 81,5 p<0,001 Teste qui-quadrado. No final do estudo, quando comparado com o grupo controle, a maioria dos pacientes do grupo de intervenção apresentou os valores recomendados do fósforo sérico. 63 5. DISCUSSÃO Na população estudada de pacientes com DRC estágio cinco em hemodiálise observou-se redução significante do fósforo sérico após 90 dias, com a substituição de alimentos contendo aditivos de fósforo por alimentos sem aditivos de similar valor nutricional. Foram incluídos no estudo pacientes com fósforo sérico maior que 5,5 mg/dL e no final do período de estudo a maioria dos pacientes no grupo de intervenção atingiram a meta proposta pelo K/DOQI6, o que não foi observado no grupo controle. Outros autores também obtiveram redução da hiperfosfatemia em pacientes com DRC em hemodiálise utilizando estratégias diferentes de educação nutricional (20,21) . É importante considerar que o estado nutricional não sofreu alteração neste estudo, embora seja muito difícil reduzir a ingestão de fósforo sem alterar a ingestão de proteínas. Profissionais que atuam com doentes renais crônicos em hemodiálise hiperfosfatêmicos, se deparam com um grande desafio na orientação nutricional, somada também, a baixa aderência às orientações que foi demonstrada em estudo comparativo entre pacientes americanos e europeus em hemodiálise86. A estratégia nutricional adotada no presente estudo de individualizar a intervenção nutricional, seguimento e dieta personalizada para substituição dos alimentos com aditivos de fósforo foi efetiva na redução da fosfatemia. No presente estudo não houve diferença entre os grupos nos valores iniciais de fósforo sérico, entretanto o grupo controle apresentou inicialmente maiores valores 64 de albumina sérica, transferrina e hemoglobina. Apesar disso, não houve diferença quanto às características nutricionais iniciais dos pacientes dos dois grupos que se apresentavam eutróficos, e assim se mantiveram até o final do estudo. Yokum et al também observaram manutenção do IMC após 4 meses de intervenção nutricional e ajuste da dose de quelantes para otimizar o controle da fosfatemia em 34 pacientes com DRC, porém os autores não mensuraram a ingestão alimentar87. Em outro estudo transversal em que foram avaliados os aspectos nutricionais de 2622 pacientes selecionados aleatoriamente em 36 clínicas de diálise no Brasil, a maioria dos pacientes apresentava-se eutróficos88 , resultado similar ao obtido neste estudo. A maioria dos pacientes do presente estudo utilizava quelantes de fósforo, e a dosagem não foi modificada durante o período de estudo para minimizar a interferência nos resultados. Apesar disso, os níveis de fósforo sérico estavam acima do recomendado, possivelmente devido a pouca aderência pelo número e tamanho dos comprimidos do quelante que deveriam ser ingeridos, fato observado em estudo de coorte transversal com 165 pacientes em hemodiálise em que 40% dos pacientes não eram aderentes89. Outros autores sugeriram a redução no número de pílulas por dia para aumentar a aderência apesar da redução do efeito, sendo compensado pela restrição da ingestão de aditivos na dieta90. Um estudo de coorte com 23.898 pacientes em hemodiálise em vários países, inclusive o Brasil, mostrou que o uso de algum tipo de quelante estava associado a melhora do estado nutricional91. Apesar das dificuldades de aderência os estudos mostram aumento de sobrevida associada à prescrição de quelantes de fósforo em doentes renais crônicos (91,92). 65 No início do presente estudo a média da ingestão de proteínas, do nPNA e da ingestão de fósforo na dieta foram maiores no grupo controle, entretanto a relação fósforo/g de proteína ingerida foi semelhante ao grupo de intervenção (Tabela 5). A ingestão proteica esteve abaixo das recomendações do K/DOQI6 (1,2 g/kg) para os dois grupos de estudo, observado também por outros autores (17,93) . Khoueiry et al mensuraram o consumo alimentar em 70 pacientes em hemodiálise, e encontraram ingestão de 23 kcal por quilo e 0,77 g/proteína por quilo indicando o risco de desnutrição e hipoalbuminemia 94 . Em outro estudo caso-controle que avaliou a ingestão alimentar de pacientes em hemodiálise comparando com controles não dialíticos, observou-se ingestão proteica e energética abaixo das recomendações para o grupo de pacientes em diálise (respectivamente 0,88 g/kg e 26,4 kcal/kg), similar ao encontrado no início do presente estudo95. A ingestão energética também esteve abaixo das recomendações nutricionais do K/DOQI6 nos dois grupos de estudo. Em estudo realizado na região sul do Brasil com 72 pacientes em hemodiálise observou-se ingestão energética semelhante a do presente estudo96. No grupo de intervenção ao final do estudo, não houve modificação do cálcio sérico ionizado, hemoglobina e PTH, porém houve aumento estatístico da albumina sérica, enquanto esses parâmetros não se modificaram no grupo controle exceto redução albumina. Isakowa et al em ensaio clínico de pacientes com DRC estágios 3 e 4 estudaram o efeito do uso de quelantes ou a combinação com restrição dietética de fósforo na redução dos níveis de FGF23 97. Isakowa et al também mensuraram o cálcio sérico, o fósforo e o PTH, e concluíram que houve redução do FGF23 no 66 grupo de intervenção sem alteração no cálcio sérico e PTH. Este efeito foi atribuído a baixas taxas de PTH no início do estudo. O FGF23 é um marcador mais sensível para a homeostase do fósforo. Outro estudo com pacientes portadores de DRC estágio 3-4 comparou o efeito de dieta com proteína da carne com dieta vegetariana na homeostase do fósforo, e mostrou diminuição do fósforo sérico mas também nenhuma alteração no cálcio ou PTH98. O período do estudo pode ter sido curto para a redução significativa do PTH no grupo de intervenção. Ao final do presente estudo não houve agravo do estado nutricional com as medidas adotadas considerando os resultados do IMC, dos parâmetros de AMB (massa magra) e DCT (massa gorda) que permaneceram inalterados durante o período do estudo, é possível que a manutenção da ingestão de calorias e proteínas ao longo do estudo tenham contribuído para esse resultado. O IMC médio nos grupos de estudo mantiveram-se dentro das taxas recomendadas pelo K/DOQI, mantidas acima do percentil 50 para indivíduos normais, o que pode significar um IMC médio para homens e mulheres de 23,6 a 24 kg/alt2 (6) . O estudo HEMO mostrou a importância da manutenção longitudinal desses parâmetros nutricionais em pacientes de hemodiálise e, também, que mudanças na dobra cutânea tricipital e perda de massa magra estão relacionadas a todas as causas de mortalidade, e desfechos cardiovasculares99. A análise da ingestão alimentar ao final do estudo comparada dentro dos grupos pela variação (valores finais - iniciais) da ingestão de proteínas e do nPNA , não mostrou diferença significativa (Tabela 15). No grupo de intervenção houve redução significativa da ingestão de fósforo, assim como da relação fósforo/proteína (mg/g). 67 Porém deve-se considerar que o cálculo da ingestão de fósforo a partir de tabelas brasileiras e softwares não consideram o aditivo presente no alimento. Nos Estados Unidos pesquisadores calcularam o fósforo por análise bromatológica direta e concluíram que é significativamente subestimado em 15-25% quando comparado aquele calculado por tabelas de composição de alimentos, especialmente quando os indivíduos consomem alimentos industrializados100. Sullivan et al mostraram a variabilidade do conteúdo de aditivo em alimentos industrializados de diferentes marcas e a ausência nas tabelas de composição de alimentos da real quantidade de fósforo presente nos aditivos101. Em estudo de análise do conteúdo de fósforo em alimentos cárneos e de frango, Sherman e Mehta encontraram aumento de 28,4% na relação fósforo/grama de proteína102. Outros estudos também mostraram que a relação fósforo/proteína obtida por análise química é maior do que aquela obtida em tabelas de composição de alimentos e softwares de nutrição (102,103). Estudo realizado com 43 pacientes adultos em hemodiálise comparou pacientes com e sem hiperfosfatemia, e realizou a intervenção nutricional reduzindo os alimentos que continham aditivos de fósforo, mas com o objetivo de manter o consumo proteico. Ao final do estudo o consumo de fósforo foi reduzido em 100 mg no grupo que recebeu orientação nutricional sem redução do consumo proteico104. Estudo de análise de alimentos39 nos Estados Unidos determinou o conteúdo e a relação fósforo por grama de proteína em alimentos como carnes pré-cozidas, aves e peixes e encontrou uma relação média de 14,6 mg/g nos produtos com aditivo e 9,0 mg/g nos mesmos produtos sem aditivo. Outro estudo, que também mensurou a 68 quantidade de fósforo presente em alimentos embutidos encontrou a relação de fósforo por grama de proteína de 15mg/g, e em alimentos sem a presença de aditivos de 9,3 mg/g53. A associação entre o consumo de proteína e fósforo foi analisada em estudo de coorte com 224 pacientes em hemodiálise acompanhados por 5 anos, onde os resultados mostraram forte correlação entre ingestão de fósforo, calorias e a proteína da dieta105. Santoro et al analisaram o conteúdo de fósforo relacionado à quantidade de proteína de origem animal na dieta, e encontraram a relação de 13 mg de fósforo para cada g de proteína106. Um resultado importante do estudo foi que a maioria dos pacientes do grupo de intervenção deixaram de consumir alimentos contendo aditivo de fósforo de forma habitual. Em uma revisão sistemática sobre estratégias nutricionais para reduzir o fósforo sérico de pacientes em hemodiálise, Caldeira et al, analisaram 7 ensaios clínicos randomizados num total de 524 pacientes e compararam diferentes estratégias, entre elas a adotada por Sullivan et al20 na qual os pacientes foram orientados a evitar alimentos com aditivos de fósforo efetuando a leitura dos rótulos de alimentos e produtos industrializados. Concluiu-se que estratégias educacionais para pacientes hiperfosfatêmicos em hemodiálise, independentemente do método, foram efetivas na redução dos níveis de fósforo107. Em outro ensaio clínico prospectivo foi testada a efetividade de consultas nutricionais periódicas no controle da hiperfosfatemia de 67 pacientes adultos em hemodiálise: o grupo de intervenção recebeu orientações mensais para controle do fósforo por 6 meses, enquanto o grupo controle manteve a dieta padrão. Os resultados mostraram queda de 15% na fosfatemia no grupo de intervenção comparado ao controle 108. 69 Ao final do estudo o fósforo sérico do grupo de intervenção apresentou redução significativa alcançando a meta estabelecida pelo K/DOQI6. Deve-se considerar que outros estudos conseguiram redução na fosfatemia como estudo brasileiro com 46 pacientes hiperfosfatêmicos em hemodiálise em que foi feita a orientação individualizada por período de 6 meses para consumo de alimentos com menor relação fósforo/proteína, ao mesmo tempo em que ajustou-se a dose do quelante de fósforo, mostrou redução significativa do fósforo sérico inicial de 7,5±1,4 para 6,2±1,4. Os autores concluíram que a intervenção nutricional individualizada é importante no tratamento da hiperfosfatemia73. Estudos anteriores mostraram os efeitos deletérios da hiperfosfatemia para pacientes renais crônicos em hemodiálise (11,14,42,108) e a importância de medidas para o controle adequado do fósforo sérico. O Nutritional and Inflammatory Evaluation Study (NIED) mostrou o resultado da análise de 224 questionários de frequência alimentar de pacientes em hemodiálise indicando que maiores quantidades de fósforo e potássio na dieta estão associados a todas as causas de mortalidade mesmo quando ajustadas para marcadores do estado nutricional, incluindo a ingestão proteica 110. Em outro ensaio clínico randomizado no qual o objetivo foi demonstrar a eficácia da intervenção nutricional (educação sobre hiperfosfatemia) mostrou após 3 meses de acompanhamento, que houve redução da fosfatemia em torno de 15% no grupo que recebeu a intervenção educacional conduzida por Nutricionista, utilizando pôsteres e palavras cruzadas como estratégia educacional111. 70 No presente estudo houve redução de 44% da fosfatemia no mesmo período de tempo. Estes resultados mostram a importância da utilização de estratégias nutricionais de fácil compreensão para o controle da fosfatemia (110,111,112,113,114). Outro fator que deve ser considerado é a aderência dos pacientes às orientações nutricionais relacionadas aos aditivos de fósforo, pelo conhecimento dos alimentos que são consumidos diariamente. Estudo transversal em pacientes hispânicos em hemodiálise mostrou que os fatores que influenciam a adesão dietética além do conhecimento, são as condições socioeconômicas e o suporte familiar 115. No final do período de estudo a maioria (69,7%) dos pacientes do grupo de intervenção apresentavam os valores recomendados para o fósforo sérico, enquanto somente 18,5% no grupo controle alcançaram esta meta. Estes resultados podem ser atribuídos a redução da ingestão de alimentos com aditivos de fósforo, e possivelmente a melhor adesão a dieta consequente a supervisão nutricional periódica. É importante ressaltar que recentemente vem sendo enfatizado o controle da fosfatemia mesmo em indivíduos que não apresentam doença renal. Em revisão publicada em 2013 por Nishank et al estes autores mostram que a ingestão elevada de fósforo em modelos animais resultou em aumento do estresse oxidativo celular, dano no DNA e carcinogênese no pulmão e pele, além do dano renal e de calcificações vasculares. Os autores concluíram que a fosfotoxicidade é um novo 71 conceito com possível impacto no futuro da saúde pública, necessitando de estudos que demonstrem que a redução da ingestão de fósforo inorgânico pode conduzir a melhores desfechos clínicos116. Outro estudo sobre a toxicidade do fósforo mostrou os eventos patológicos documentados em estudos em humanos e animais, que incluíam o aumento da carcinogênese, dano à fertilidade, aumento da morte celular, envelhecimento prematuro, calcificação vascular e disfunção renal, evidenciando a necessidade de uma revisão sobre o controle da fosfatemia mesmo em indivíduos sem doença renal prévia117. As limitações do presente estudo incluem o estudo ter sido realizado em um único centro localizado em uma determinada região geográfica da cidade de São Paulo, estudo não ter sido duplo-cego e a duração do seguimento ter sido limitada a 3 meses. Apesar dos pacientes do grupo controle realizarem hemodiálise em dias alternados ao grupo de intervenção, é possível que possa ter ocorrido influência e troca de informações entre pacientes, assim como maior aderência à dieta no grupo controle, pelo fato de terem sido questionados sobre este aspecto. Embora somente a intervenção nutricional não seja suficiente para controlar os níveis séricos de fósforo e suas consequências em pacientes em diálise, a educação nutricional e aconselhamento dietético têm importante impacto evitando o excesso de fósforo proveniente dos aditivos sem prejudicar a ingestão proteica e o estado nutricional. Também, refeições em que há menor quantidade de alimentos que contém fósforo, há menor necessidade de quelantes. Para o controle adequado da hiperfosfatemia e prevenção de suas complicações são necessárias outras medidas, 72 especialmente no que se refere ao controle do paratormônio com o uso adequado de quelantes de fósforo e eventualmente intensificar as sessões de hemodiálise118. A estratégia nutricional adotada no presente estudo constituiu-se como método simples, de baixo custo, personalizado e eficiente na redução do fósforo sérico sendo diferente das estratégias até o presente momento empregadas; leitura de rótulos, orientação com manuais ou instrumentos predeterminados, dieta restritiva e educação continuada com álbum seriado ou aulas expositivas. 73 6. CONCLUSÃO Na população estudada de pacientes com DRC em diálise, a restrição da ingestão de alimentos contendo aditivos de fósforo com substituição por alimentos sem aditivos de similar valor nutricional reduziu a concentração do fósforo sérico. 74 7- ANEXOS 75 Anexo 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu, ________________________________________________________________, fui convidado a participar do estudo “Conteúdo de fósforo em alimentos industrializados e o efeito na fosfatemia de pacientes com doença renal crônica dialíticos”, que tem por objetivo verificar a influência do fósforo adicionado em alimentos industrializados no aumento do fósforo no sangue de pacientes que fazem hemodiálise. Se o senhor (a) concordar em participar desse estudo, irá responder à um Nutricionista sobre sua alimentação através de um formulário que recebe o nome de Frequência Alimentar e também será pesado (a), a altura será medida, com balança digital, também serão feitas medidas da gordura corporal no braço com um aparelho. Serão realizados os exames de laboratório de rotina no início, após 45 dias e no final do estudo 90 dias. O senhor(a) será orientado quanto aos alimentos ricos em fósforo e será informado das alternativas para substituição dos alimentos na sua dieta. Não haverá risco para o senhor(a) ao longo do estudo, e poderá a qualquer momento, recusar-se a participar ou responder a alguma pergunta do estudo sem qualquer prejuízo ao seu tratamento. Participando desse estudo o senhor(a) poderá aprender a identificar os alimentos do seu dia-a-dia que tem grande quantidade de fósforo e a trocá-los por alimentos com menor quantidade de fósforo ajudando o senhor(a) a controlar o fósforo no sangue. O pesquisador se compromete em dar orientação atualizada ao longo do estudo, caso seja do seu desejo, sendo que todos os dados obtidos são confidenciais, não será divulgada a identificação do senhor(a) ou de qualquer outro participante. Não haverá custo ou qualquer forma de pagamento pela sua participação neste estudo. Caso apareçam dúvidas posteriores, o senhor(a) poderá ligar para o telefone 36761046 e procurar pela Nutricionista Margareth Lage Leite de Fornasari, Clínica Nephron responsável pelo estudo para esclarecimentos sobre seus direitos. Li as informações acima e entendi o objetivo deste estudo. Tive a oportunidade de fazer perguntas e todas foram respondidas. Eu, por intermédio deste, dou livremente meu consentimento para participar neste estudo. 76 Eu recebi uma cópia assinada deste formulário de consentimento. ____________________________________ _____/______/______ Assinatura do Participante Dia Mês Ano Eu, abaixo assinado, expliquei completamente os detalhes importantes deste estudo ao paciente indicado acima. ___________________________________ Assinatura do pesquisador _____/______/______ Dia Mês Ano 77 Anexo 2 Avaliação Nutricional Subjetiva (CANUSA) 1) Perda de Peso ( nos últimos 6 meses ) ( ) ± 5% (7 pontos) ( ) 5-7% melhorando (6 pontos) ( ) 5-7% estável (5 pontos) ( ) 5-10% melhorando (4 pontos) ( ) 7-10% (3 pontos) ( ) > 10% estável (2 pontos) ( ) > 10% e contínuo (1 ponto) 2) Sintomas Gastrintestinais (anorexia, náusea, vômito e diarreia) ( ) Sem sintomas, ou são incomuns (7 pontos) ( ) Se poucos sintomas mas incomuns (6 pontos) ( ) Um ou mais sintomas, mas não todos os dias (5 pontos) ( ) > 1 sintomas, quase diariamente (4 pontos) ( ) Muitos sintomas presentes, quase diariamente (3 pontos) ( ) Se todos os sintomas estão presentes, quase diariamente (2 pontos) ( ) Se todos os sintomas estão presentes diariamente (1 ponto) 3) Exame Físico: Gordura Subcutânea( gordura subcutânea abaixo dos olhos do tríceps e bíceps). ( ) Pouca ou nenhuma perda em todas as áreas (7 pontos) ( ) Pouca perda, algumas áreas (6 pontos) ( ) Pouca perda, muitas áreas (5 pontos) ( ) Pouca perda, todas as áreas (4 pontos) ( ) Perda moderada, muitas áreas (3 pontos) ( ) Perda moderada, todas as áreas (2 pontos) ( ) Perda severa, muitas ou todas as áreas (1 ponto) 4) Exame Físico: Massa Muscular ( músculo temporal, clavículas, ombros (redondo versus quadrado), visibilidade da escápula, costela, massa muscular interóssea do quadríceps). ( ) Pouca ou nenhuma perda em todas as áreas (7 pontos) ( ) Pouca perda, algumas áreas (6 pontos) ( ) Pouca perda, muitas áreas (5 pontos) ( ) Pouca perda, todas as áreas (4 pontos) ( ) Perda moderada, muitas áreas (3 pontos) ( ) Perda moderada, todas as áreas (2 pontos) ( ) Perda severa, muitas ou todas as áreas (1 ponto) Total: ___________ 78 Anexo 3 ANEXO 2 PesoPeso desejável (kg)(kg) para estatura segundo MetropolitanLife LifeInsurance, Insurance, 1959. Desejável para estatura segungocompleição compleição física, física, Metropolitan 1959 Homens Altura (cm) 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 Estrutura Pequena 50,0 50,7 51,4 51,8 52,2 52,7 53,2 53,7 54,1 55,0 55,9 56,5 57,1 57,7 58,6 59,5 60,1 60,7 61,4 62,3 63,2 63,8 64,4 65,0 65,9 66,8 67,4 68,0 68,6 69,8 70,9 71,5 72,1 72,7 73,3 73,9 74,5 Estrutura Mediana 53,6 54,3 55,0 55,5 56,0 56,4 56,8 56,2 57,7 58,5 59,5 60,1 60,7 61,4 62,3 63,2 63,8 64,4 65,0 65,9 66,8 67,5 68,2 69,0 69,9 70,9 71,7 72,5 73,2 74,1 75,0 75,8 76,6 77,3 78,0 78,7 79,5 Mulheres Estrutura Grande 58,2 58,8 59,5 60,0 60,5 60,9 61,5 62,1 62,7 63,4 64,1 64,8 65,6 66,4 67,5 68,6 69,2 69,8 70,5 71,4 72,3 72,9 73,5 74,1 75,3 76,4 77,1 77,8 78,6 79,8 80,9 81,7 82,5 83,2 83,8 84,4 85,0 Estrutura Pequena Estrutura Mediana Estrutura Grande 41,8 42,3 42,8 43,2 43,7 44,1 44,6 45,1 45,5 46,2 46,8 47,3 47,8 48,2 48,9 49,5 50,0 50,5 50,9 51,5 52,1 52,7 53,6 54,5 55,1 55,7 56,4 57,3 58,2 58,8 59,4 60,0 60,9 61,8 62,4 63,0 63,6 64,5 65,5 66,1 66,7 67,3 46,0 45,3 45,6 45,9 46,6 47,3 47,7 48,1 48,6 49,3 50,0 50,5 51,0 51,4 52,3 53,2 53,6 54,0 54,5 55,3 56,1 56,8 57,7 58,6 59,2 59,8 60,5 61,4 62,2 62,8 63,4 64,1 65,0 65,9 66,5 67,1 67,7 68,6 69,5 70,1 70,7 71,4 49,5 49,8 50,1 50,5 51,2 51,8 51,3 51,8 53,2 54,0 54,5 55,0 55,5 55,9 56,8 57,7 58,3 58,9 59,5 60,1 60,7 61,4 62,3 63,2 63,8 64,4 65,0 65,9 60,8 67,4 68,0 68,6 69,8 70,9 71,7 72,5 73,2 74,1 75,0 75,6 76,2 76,8 79 Anexo 4 Circunferência do Braço (cm): distribuição em percentis, segundo sexo e idade, ANEXO 4 Frisancho 1990. (cm): distribuição em percentis segundo sexo e idade, Frisancho 1990 Perímetro braquial Idade (anos) 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 16.0 17.0 18.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 60.0 65.0 70.0 - 1.9 2.9 3.9 4.9 5.9 6.9 7.9 8.9 9.9 10.9 11.9 12.9 13.9 14.9 15.9 16.9 17.9 24.9 29.9 34.9 39.9 44.9 49.9 54.9 59.9 64.9 69.9 74.9 Idade (anos) 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 16.0 17.0 18.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 60.0 65.0 70.0 - 1.9 2.9 3.9 4.9 5.9 6.9 7.9 8.9 9.9 10.9 11.9 12.9 13.9 14.9 15.9 16.9 17.9 24.9 29.9 34.9 39.9 44.9 49.9 54.9 59.9 64.9 69.9 74.9 Percentis 5 10 15 14,2 14,3 15,0 15,1 15,5 15,8 16,1 16,5 17,5 18,1 18,5 19,3 20,0 21,6 22,5 24,1 24,3 26,0 27,0 27,7 27,4 27,8 27,2 27,1 26,8 26,6 25,4 25,1 14,7 14,8 15,3 15,5 16,0 16,1 16,8 17,2 18,0 18,6 19,3 20,1 20,8 22,5 23,4 25,0 25,1 27,1 28,0 28,7 28,6 28,9 28,6 28,3 28,1 27,8 26,7 26,2 14,9 15,1 15,5 15,8 16,1 16,5 17,0 17,5 18,4 19,1 19,8 20,7 21,6 23,2 24,0 25,7 25,9 27,7 28,7 29,3 29,5 29,7 29,4 29,1 29,2 28,6 27,7 27,1 5 10 15 13,6 14,2 14,4 14,8 15,2 15,7 16,4 16,7 17,6 17,8 18,8 19,2 20,1 21,2 21,6 22,3 22,0 22,4 23,1 23,8 24,1 24,3 24,2 24,8 24,8 25,0 24,3 23,8 14,1 14,6 15,0 15,3 15,7 16,2 16,7 17,2 18,1 18,4 19,6 20,0 21,0 21,8 22,2 23,2 23,1 23,3 24,0 24,7 25,2 25,4 25,5 26,0 26,1 26,1 25,7 25,3 14,4 15,0 15,2 15,7 16,1 16,5 17,0 17,6 18,6 18,9 20,0 20,5 21,5 22,5 22,9 23,5 23,6 24,0 24,5 25,4 25,8 26,2 26,3 26,8 27,0 27,1 26,7 26,3 25 50 Homens 15,2 15,5 16,0 16,2 16,6 17,0 17,6 18,1 19,0 19,7 20,6 21,5 22,5 23,8 25,1 26,7 26,8 28,7 29,8 30,5 30,7 31,0 30,6 30,2 30,4 29,7 29,0 28,5 16,0 16,3 16,8 17,1 17,5 18,0 18,7 19,2 20,1 21,1 22,1 23,1 24,5 25,7 27,2 28,3 28,6 30,7 31,8 32,5 32,9 32,8 32,6 32,3 32,3 32,0 31,1 30,7 Percentis 25 50 Mulheres 14,8 15,4 15,7 16,1 16,5 17,0 17,5 18,2 19,1 19,5 20,6 21,5 22,5 23,5 23,5 24,4 24,5 24,8 25,5 26,4 26,8 27,2 27,4 28,0 28,2 28,4 28,0 27,6 15,7 16,1 16,6 17,0 17,5 17,8 18,6 19,5 20,6 21,2 22,2 23,7 24,3 25,1 25,2 26,1 26,6 26,8 27,6 28,6 29,4 29,7 30,1 30,6 30,3 30,8 30,5 30,3 75 85 90 95 16,9 17,1 17,6 18,0 18,5 19,1 20,0 20,5 21,8 23,1 24,5 25,4 26,6 28,1 29,0 30,6 30,8 33,0 34,2 34,9 35,1 34,9 34,9 34,5 34,3 34,0 33,2 32,6 17,4 17,6 18,1 18,5 19,1 19,8 21,0 21,6 23,2 24,8 26,1 27,1 28,2 29,1 30,3 32,1 32,2 34,4 35,5 35,9 36,2 36,1 36,1 35,8 35,5 35,1 34,5 33,7 17,7 17,9 18,4 18,7 19,5 20,7 21,8 22,6 24,5 26,0 27,6 28,5 29,0 30,0 31,2 32,7 33,3 35,4 36,6 36,7 36,9 36,9 36,9 36,8 36,6 36,0 35,3 34,8 18,2 18,6 19,0 19,3 20,5 22,8 22,9 24,0 26,0 27,9 29,4 30,3 30,8 32,3 32,7 34,7 34,7 37,2 38,3 38,2 38,2 38,1 38,2 38,3 37,8 37,5 36,6 36,0 75 85 90 95 16,4 17,0 17,4 18,0 18,5 19,0 20,1 21,2 22,2 23,4 25,1 25,8 26,7 27,4 27,7 28,5 29,0 29,2 30,6 32,0 32,6 33,2 33,5 33,3 34,3 34,0 33,4 33,1 17,0 17,4 18,0 18,5 19,4 19,9 20,9 22,2 23,8 25,0 26,5 27,6 28,3 29,5 28,8 29,9 30,7 31,2 32,5 34,1 35,0 35,5 35,0 35,9 36,7 35,7 35,2 34,7 17,2 18,0 18,4 19,0 20,0 20,5 21,6 23,2 25,0 26,1 27,9 28,3 30,1 30,9 30,0 31,0 32,8 32,4 34,3 36,0 36,8 37,2 37,2 37,5 38,0 37,2 36,5 35,8 17,8 18,5 19,0 19,5 21,0 22,0 23,3 25,1 26,7 27,3 30,0 30,2 32,7 32,9 32,2 33,5 35,4 35,2 37,1 38,5 39,0 38,8 40,0 39,3 40,0 39,6 38,5 37,5 Antropometria adultos – Prof. Dra Elizabeth Egashira 80 Anexo 5 Circunferência braquial (mm): distribuição em percentis segundo sexo e idade para idosos Idade (anos) PERCENTIS 5 10 25 50 75 90 95 65 – 69 206 218 238 260 282 302 314 70 – 74 209 219 236 255 274 291 301 75 – 79 197 208 226 245 264 282 293 80 – 84 193 202 219 237 255 272 281 >85 189 198 213 230 247 262 271 65 – 69 212 223 243 264 285 305 317 70 – 74 201 213 233 255 277 297 309 75 – 79 193 206 226 249 272 293 305 80 – 84 179 192 212 235 258 279 291 >85 164 176 198 221 245 266 278 Homens Mulheres Fonte: NHANES III, 1996. 81 Anexo 6 Dobra Cutânea tricipital (mm): distribuição em percentils segundo sexo e idade, ANEXO 7 Frisancho. Dobra Cutânea triciptal (mm): distribuição em percentis segundo sexo e idade, Frisancho Idade (anos) 1.0 - 1.9 2.0 - 2.9 3.0 - 3.9 4.0 - 4.9 5.0 - 5.9 6.0 - 6.9 7.0 - 7.9 8.0 - 8.9 9.0 - 9.9 10.0 - 10.9 11.0 - 11.9 12.0 - 12.9 13.0 - 13.9 14.0 - 14.9 15.0 - 15.9 16.0 - 16.9 17.0 - 17.9 18.0 - 24.9 25.0 - 29.9 30.0 - 34.9 35.0 - 39.9 40.0 - 44.9 45.0 - 49.9 50.0 - 54.9 55.0 - 59.9 60.0 - 64.9 65.0 - 69.9 70.0 - 74.9 Idade (anos) 1.0 - 1.9 2.0 - 2.9 3.0 - 3.9 4.0 - 4.9 5.0 - 5.9 6.0 - 6.9 7.0 - 7.9 8.0 - 8.9 9.0 - 9.9 10.0 - 10.9 11.0 - 11.9 12.0 - 12.9 13.0 - 13.9 14.0 - 14.9 15.0 - 15.9 16.0 - 16.9 17.0 - 17.9 18.0 - 24.9 25.0 - 29.9 30.0 - 34.9 35.0 - 39.9 40.0 - 44.9 45.0 - 49.9 50.0 - 54.9 55.0 - 59.9 60.0 - 64.9 65.0 - 69.9 70.0 - 74.9 Percentis 5 10 15 25 50 Homens 6,5 6,0 6,0 5,5 5,0 5,0 4,5 5,0 5,0 5,0 5,0 4,5 4,5 4,0 5,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,5 4,5 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,5 4,5 7,0 6,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 5,5 5,5 6,0 6,0 6,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 5,0 6,0 7,5 7,0 7,0 7,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,5 6,0 5,5 5,0 5,0 5,1 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 6,9 7,0 7,0 6,5 7,0 6,5 6,5 8,0 8,0 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 7,0 6,5 7,5 7,5 7,5 7,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,5 7,0 8,0 8,5 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 5 10 15 6,0 6,0 6,0 6,0 5,5 6,0 6,0 6,0 6,5 7,0 7,0 7,0 7,0 8,0 8,0 10,5 9,0 9,0 10,0 10,5 11 12,0 12,0 12,0 12,0 12,5 12,0 11,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 6,5 7,0 7,0 7,0 8,0 8,0 8,0 8,0 9,0 9,5 11,5 10,0 11,0 12,0 13,0 13,0 14,0 14,5 15,0 15,0 16,0 14,5 13,5 7,0 7,5 7,5 7,5 7,0 7,0 7,0 7,5 8,0 8,0 8,5 9,0 9,0 10,0 10,5 12,0 12,0 12,0 13,0 15,0 15,5 16,0 16,5 17,5 17,0 17,5 16,0 15,5 Fonte: NHANES III, 1996. 10,0 10,0 9,5 9,0 8,0 8,0 8,0 8,5 9,0 10,0 10,0 10,5 9,0 8,5 7,5 8,0 7,0 10,0 11,0 12,0 12,0 12,0 12,0 11,5 11,5 11,5 11,0 11,0 Percentis 25 50 Mulheres 8,0 8,5 8,5 8,0 8,0 8,0 8,0 8,5 9,0 9,0 10,0 11,0 11,0 11,5 12,0 14,0 13,0 14,0 15,0 17,0 18,0 19,0 19,5 20,5 20,5 20,5 19,0 18,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,5 11,0 12,0 12,5 13,0 14,0 15,0 16,0 16,5 18,0 18,0 18,5 20,0 22,5 23,5 24,5 25,5 25,5 26,0 26,0 25,0 24,0 75 85 90 95 12,0 12,0 11,5 11,0 10,0 10,0 10,5 11,0 12,5 14,0 16,0 14,5 13,0 12,5 11,0 12,0 11,0 14,5 15,5 16,5 16,0 16,0 16,0 15,0 15,0 15,5 15,0 15,0 13,0 13,0 12,5 12,0 11,5 12,0 12,5 13,0 15,5 17,0 19,5 18,0 17,0 15,0 15,0 14,0 13,5 17,5 19,0 20,0 18,5 19,0 19,0 18,5 18,0 18,5 18,0 17,0 14,0 14,0 13,5 12,5 13,0 13,0 14,0 16,0 17,0 20,0 23,0 22,5 20,5 18,0 18,0 17,0 16,0 20,0 21,5 22,0 20,5 21,5 21,0 20,8 20,5 20,5 20,0 19,0 15,5 15,0 15,0 14,0 14,5 16,0 16,0 19,0 20,0 24,0 27,0 27,5 25,0 23,5 23,5 23,0 19,5 23,5 25,0 25,0 24,5 26,0 25,0 25,0 25,0 24,0 23,5 23,0 75 85 90 95 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,0 12,5 14,5 16,0 17,5 18,0 18,5 20,0 21,0 20,5 23,0 24,0 24,5 26,5 29,5 30,0 30,5 32,0 32,0 32,0 32,0 30,0 29,5 13,0 13,5 13,0 13,0 13,5 13,0 15,0 17,0 19,0 20,0 21,5 21,5 24,0 23,5 23,0 26,0 26,5 28,5 31,0 33,0 35,0 35,0 35,5 36,0 36,0 35,5 33,5 32,0 14,0 14,5 14,0 14,0 15,0 15,0 16,0 18,0 21,0 22,5 24,0 24,0 25,0 26,5 26,0 29,0 29,0 31,0 34,0 35,5 37,0 37,0 38,0 38,5 39,0 38,0 36,0 35,0 16,0 16,0 16,0 15,5 17,0 17,0 19,0 22,5 25,0 27,0 29,0 27,5 30,0 32,0 32,5 32,5 34,5 36,0 38,0 41,5 41,0 41,0 42,5 42,0 42,5 42,5 40,0 38,5 Antropometria adultos – Prof. Dra Elizabeth Egashira 82 Anexo 7 Dobra cutânea tricipital (mm): Distribuição em percentis segundo sexo e idade. Idade (anos) PERCENTIS 5 10 25 50 75 90 95 65 – 69 3,6 4,3 5,9 8,1 11,3 15,2 18,2 70 – 74 3,7 4,3 5,8 8,0 10,9 14,6 17,3 75 – 79 3,6 4,2 5,3 7,0 9,2 11,7 13,6 80 – 84 3,5 4,1 5,1 6,6 8,5 10,7 12,3 3,4 3,9 5,0 6,5 8,4 10,6 12,2 65 – 69 9,9 11,3 14,1 18,0 22,9 28,5 32,5 70 – 74 8,2 9,5 12,1 15,9 20,9 26,8 32,5 75 – 79 7,5 8,6 11,1 14,6 19,1 24,5 28,4 80 – 84 6,2 7,2 9,5 12,7 17,1 22,4 26,2 >85 6,0 7,0 8,8 11,5 14,9 19,0 21,8 Homens >85 Mulheres Fonte: NHANES III, 1996. 83 Anexo 8 Circunferência Muscular do Braço (cm2): distribuição em percentis segundo sexoANEXO e idade. 5 Circunferência Muscular do Braço (cm 2): distribuição em percentis segundo sexo e Idade (anos) Percentis 5 10 25 50 75 90 95 12,7 13,0 13,7 14,1 14,7 15,1 16,0 16,2 17,0 18,0 18,3 19,5 21,1 22,3 23,7 24,9 25,8 26,4 27,3 27,9 28,6 28,1 27,8 26,8 Percentis 13,5 14,0 14,3 14,8 15,4 16,1 16,8 17,0 18,3 19,1 19,5 21,0 22,6 24,0 25,4 26,9 27,3 28,3 28,9 29,8 30,2 30,0 29,5 28,4 14,4 14,6 14,8 15,6 16,2 17,0 17,7 18,2 19,6 20,9 20,5 22,3 23,8 26,0 26,6 28,7 29,4 29,8 30,9 31,4 31,8 31,5 31,0 29,8 14,7 15,0 15,3 15,9 16,9 17,7 18,0 18,7 20,2 22,1 23,0 24,1 24,5 26,4 27,2 29,6 31,2 32,4 32,1 32,6 32,7 32,6 32,0 30,6 75 90 95 13,2 13,3 14,0 14,4 15,1 15,4 16,0 17,1 18,0 18,0 19,6 20,1 21,1 21,6 21,5 21,6 22,1 21,5 22,1 22,8 23,6 23,8 24,4 24,4 13,9 14,2 14,6 15,2 15,9 16,6 17,1 18,3 19,4 19,0 21,7 21,4 22,6 23,2 22,8 23,4 23,9 23,7 23,6 24,6 25,7 26,0 26,6 26,4 14,3 14,7 15,2 15,7 16,5 17,1 17,6 19,4 19,8 19,7 22,3 22,0 24,0 24,7 24,4 24,9 25,7 24,5 24,9 26,4 27,2 27,4 28,0 27,9 Homens 1 - 1,9 2 - 2,9 3 - 3,9 4 - 4,9 5 - 5,9 6 - 6,9 7 - 7,9 8 - 8,9 9 - 9,9 10 - 10,9 11 - 11,9 12 - 12,9 13 - 13,9 14 - 14,9 15 - 15,9 16 - 16,9 17 - 17,9 18 - 18,9 19 - 24,9 25 - 34,9 35 - 44,9 45 - 54,9 55 - 64,9 65 - 74,9 Idade (anos) 1 - 1,9 2 - 2,9 3 - 3,9 4 - 4,9 5 - 5,9 6 - 6,9 7 - 7,9 8 - 8,9 9 - 9,9 10 - 10,9 11 - 11,9 12 - 12,9 13 - 13,9 14 - 14,9 15 - 15,9 16 - 16,9 17 - 17,9 18 - 18,9 19 - 24,9 25 - 34,9 35 - 44,9 45 - 54,9 55 - 64,9 65 - 74,9 11,0 11,1 11,7 12,3 12,8 13,1 13,7 14,0 15,1 15,6 15,9 16,7 17,2 18,9 19,9 21,3 22,4 22,6 23,8 24,3 24,7 23,9 23,6 22,3 11,3 11,4 12,3 12,6 13,3 13,5 13,9 14,5 15,4 16,0 16,5 17,1 17,9 19,9 20,4 22,5 23,1 23,7 24,5 25,0 25,5 24,9 24,5 23,5 5 10 10,5 11,1 11,3 11,5 12,5 13,0 12,9 13,8 14,7 14,8 15,0 16,2 16,9 17,4 17,5 17,0 17,5 17,4 17,9 18,3 18,6 18,7 18,7 18,5 11,1 11,4 11,9 12,1 12,8 13,3 13,5 14,0 15,0 15,0 15,8 16,6 17,5 17,9 17,8 18,0 18,3 17,9 18,5 18,8 19,2 19,3 19,6 19,5 11,9 12,2 13,1 13,3 14,0 14,2 15,1 15,4 16,1 16,6 17,3 18,2 19,6 21,1 21,8 23,4 24,5 25,2 25,7 26,4 26,9 26,5 26,0 25,1 25 50 Mulheres 11,7 11,9 12,4 12,8 13,4 13,8 14,2 15,1 15,8 15,9 17,1 18,0 18,3 19,0 18,9 19,0 19,4 19,5 19,5 19,9 20,5 20,6 20,9 20,8 12,4 12,6 13,2 13,6 14,2 14,5 15,1 16,0 16,7 17,0 18,1 19,1 19,8 20,1 20,2 20,2 20,5 20,2 20,7 21,2 21,8 22,0 22,5 22,5 84 Anexo 9 Área Muscular do Braço (cm2): distribuição em percentis segundo sexo e idade. ANEXO 6 Área Muscular do Braço (cm2): distribuição em percentis segundo sexo e idade, Frisancho Idade (anos) 1.0 - 1.9 2.0 - 2.9 3.0 - 3.9 4.0 - 4.9 5.0 - 5.9 6.0 - 6.9 7.0 - 7.9 8.0 - 8.9 9.0 - 9.9 10.0 - 10.9 11.0 - 11.9 12.0 - 12.9 13.0 - 13.9 14.0 - 14.9 15.0 - 15.9 16.0 - 16.9 17.0 - 17.9 18.0 - 24.9 25.0 - 29.9 30.0 - 34.9 35.0 - 39.9 40.0 - 44.9 45.0 - 49.9 50.0 - 54.9 55.0 - 59.9 60.0 - 64.9 65.0 - 69.9 70.0 - 74.9 Idade (anos) 1.0 - 1.9 2.0 - 2.9 3.0 - 3.9 4.0 - 4.9 5.0 - 5.9 6.0 - 6.9 7.0 - 7.9 8.0 - 8.9 9.0 - 9.9 10.0 - 10.9 11.0 - 11.9 12.0 - 12.9 13.0 - 13.9 14.0 - 14.9 15.0 - 15.9 16.0 - 16.9 17.0 - 17.9 18.0 - 24.9 25.0 - 29.9 30.0 - 34.9 35.0 - 39.9 40.0 - 44.9 45.0 - 49.9 50.0 - 54.9 55.0 - 59.9 60.0 - 64.9 65.0 - 69.9 70.0 - 74.9 Percentis 5 10 15 9,7 10,1 11,2 12,0 13,2 14,4 15,1 16,3 18,2 19,6 21,0 22,6 24,5 28,3 31,9 37,0 39,6 34,2 36,6 37,9 38,5 38,4 37,7 36,0 36,5 34,5 31,4 29,7 10,4 10,9 12,0 12,9 14,2 15,3 16,2 17,8 19,3 20,7 22,0 24,1 26,7 31,3 34,9 40,9 42,6 37,3 39,9 40,9 42,6 42,1 41,3 40,0 40,8 38,7 35,8 33,8 10,8 11,3 12,6 13,5 14,7 15,8 17,0 18,5 20,3 21,6 23,0 25,3 28,1 33,1 36,9 42,4 44,8 39,6 42,4 43,4 44,6 45,1 43,7 42,7 42,7 41,2 38,4 36,1 5 10 15 8,9 10,1 10,8 11,2 12,4 13,5 14,4 15,2 17,0 17,6 19,5 20,4 22,8 24,0 24,4 25,2 25,9 19,5 20,5 21,1 21,1 21,3 21,6 22,2 22,8 22,4 21,9 22,2 9,7 10,6 11,4 12,2 13,2 14,1 15,2 16,0 17,9 18,5 21,0 21,8 24,5 26,2 25,8 26,8 27,5 21,5 21,9 23,0 23,4 23,4 23,1 24,6 24,8 24,5 24,5 24,4 10,1 10,9 11,8 12,7 13,9 14,6 15,8 16,8 18,7 19,3 21,7 23,1 25,4 27,1 27,5 28,2 28,9 22,8 23,1 24,2 24,7 25,5 24,8 25,7 26,5 26,3 26,2 26,0 25 50 Homens 11,6 12,4 13,5 14,5 15,7 16,8 18,5 19,5 21,7 23,0 24,8 26,9 30,4 36,1 40,3 45,9 48,0 42,7 46,0 47,3 47,9 48,7 47,9 46,6 46,7 44,9 42,3 40,2 13,0 13,9 15,0 16,2 17,6 18,7 20,6 21,6 23,5 25,7 27,7 30,4 35,7 41,9 46,3 51,9 53,4 49,4 53,0 54,4 55,3 56,0 55,2 54,0 54,3 52,1 49,1 47,0 Percentis 25 50 Mulheres 10,8 11,8 12,6 13,6 14,8 15,6 16,7 18,2 19,8 20,9 23,2 25,5 27,1 29,0 29,2 30,0 30,7 24,5 25,2 26,3 27,3 27,5 27,4 28,3 28,7 29,2 28,9 28,8 12,3 13,2 14,3 15,3 16,4 17,4 18,9 20,8 21,9 23,8 26,4 29,0 30,8 32,8 33,0 33,6 34,3 28,3 29,4 30,9 31,8 32,3 32,5 33,4 34,7 34,5 34,6 34,3 75 85 90 95 14,6 15,6 16,4 17,9 19,5 21,3 22,6 24,0 26,7 29,0 31,6 35,9 41,3 47,4 53,1 57,8 60,4 57,1 61,4 63,2 64,0 64,0 63,3 62,7 61,9 60,0 57,3 56,4 15,4 16,4 17,4 18,8 20,7 22,9 24,5 25,5 28,7 32,2 33,6 39,3 45,3 51,3 56,3 63,6 64,3 61,8 66,1 67,6 69,1 68,5 68,4 67,0 66,4 64,8 61,2 59,1 16,3 16,9 18,3 19,8 21,7 23,8 25,2 26,6 30,4 34,0 36,1 40,9 48,1 54,0 57,7 66,2 67,9 65,0 68,9 70,8 72,7 71,6 72,2 70,4 69,6 67,5 64,3 62,1 17,2 18,4 19,5 20,9 23,2 25,7 28,6 29,0 32,9 37,1 40,3 44,9 52,5 57,5 63,0 70,5 73,1 72,0 74,5 76,1 77,6 77,0 76,2 77,4 75,1 71,6 69,4 67,3 75 85 90 95 13,8 14,7 15,8 17,0 18,3 19,5 21,1 23,2 25,4 27,0 30,7 33,2 35,3 36,9 37,3 38,0 39,6 33,1 34,9 36,8 38,7 39,8 39,5 40,4 42,3 41,1 41,6 41,8 14,6 15,6 16,7 18,0 19,4 21,0 22,6 24,6 27,2 29,1 33,5 36,3 38,1 39,8 40,2 40,2 43,4 36,4 38,5 41,2 43,1 45,8 44,7 46,1 47,3 45,6 46,3 46,4 15,3 16,4 17,4 18,6 20,6 22,0 23,9 26,5 28,3 31,0 35,7 37,8 39,6 42,3 41,7 43,7 46,2 39,0 41,9 44,7 46,1 49,5 48,4 49,6 52,1 49,1 49,6 49,2 16,2 17,3 18,8 19,8 22,1 24,2 25,3 28,0 31,1 33,1 39,2 40,5 43,7 47,5 45,9 48,3 50,8 44,2 47,8 51,3 54,2 55,6 56,1 55,6 58,8 55,1 56,5 54,6 Antropometria adultos – Prof. Dra Elizabeth Egashira 85 Anexo 10 PARTE I - FREQUÊNCIA ALIMENTAR FREQUÊNCIA ALIMENTAR Questionário de Frequência Alimentar D Semanal 1-2x 3-4x E N Tipo ou Marca 5-6x CEREAIS Pão francês Pão forma Bisnaguinha Biscoito doce Biscoito salgado Biscoito recheado doce Biscoito recheado salgado Torrada salgada Torrada doce Cereais matinais Bolos Bolinhos recheados Barra de cereal Pipoca microondas Arroz Mistura de arroz Massas secas Massas recheadas Miojo LEGUMINOSAS Feijão Feijoada enlatada Lentilha Ervilha Grão-de-bico VERDURAS E LEGUMES Alface Acelga Couve Brocolis Outros Tomate Cenoura Pepino Berinjela Abobrinha Abóbora Batata Mandioca Mandioquinha Outros ! 3! Quantidade Modo de Preparo Assado, cozido, grelhado, frito 86 Alimentos Consumo Semanal D 1-2x 3-4x E N 5-6x Tipo ou Marca Quantidade Modo de Preparo (assado, cozido, grelhado, frito FRUTAS Laranja Banana Maçã Pêra Uva Manga Mamão Suco natural Outras frutas Outros suco naturai LEITES E LÁCTEOS Leite in natura Leite em pó Iogurte natural Iogurte sabor Bebida láctea Creme de leite Requeijão Queijo minas Queijo prato Queijo muçarela Ricota Queijo parmesão Queijo provolone Outros CARNES E OVOS Bovina Suína Aves Peixes Presunto Apresuntado Salame Mortadela Peito de peru Linguiça Salsicha Miúdos Hamburguer proces. Nuggets Empanados prontos Carne temperada industrializada Carne congelada tem OVOS ! 4! 87 Continuação Alimentos Consumo Semanal D 1-2x 3-4x E N 5-6x ÓLEOS E GORDURAS Óleo vegetal Azeite Frituras Margarina Maionese Molhos prontos sal. DOCES, SALGADINHOS E GULOSEIMAS Açucar Balas Chocolates Achocolatado Sobremesas cremosas Doce de frutas Sorvetes cremosos Picolés Doces de bar Salgadinhos de bar Torta salgada Torta doce Bolo recheado Pizza Pão de Queijo Salgadinhos pacote Lanches Esfiha BEBIDAS Refrigerantes Cerveja Vinho Outras alcoólicas Chá mate Café infusão Sucos em pó Suco em caixinha Suco concentrado Água de coco/água gás INDUSTRIALIZADOS Enlatados Conservas Sopa enlatada/pó Caldos/temperos Congelados ! 5! Tipo ou Marca Quantidade Modo de Preparo (assado, cozido, grelhado, frito 88 Anexo 11 Impresso de para o Diário Alimentar ou Registro Alimentar NEPHRON CLÍNICA REGISTRO ALIMENTAR Nutricionista Margareth Lage L. de Fornasari Nome do Paciente: ________________________________________Turno:_________ O registro de sua alimentação permitirá uma análise mais detalhada dos seus acertos e erros comuns e ajudará no aconselhamento e orientação nutricional. INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO Mantenha este impresso com você durante os dias avaliados para que não se esqueça Este instrumento a analisar inclusive e observar mudanças no hábito alimentar. É de de escrever tudo o queajudará foi consumido, ÁGUA, SUCOS, BALAS, REMÉDIOS. extrema importância que seja preenchido corretamente conforme as instruções para que seja fidedigno.No campo “refeição/horário”, coloque o horário e o tipo de refeição que está refeição/horário coloqueque o horário e o tipo de refeição esta realizando,não tenha sido realizando, coloque também o horário acordou, mesmo que que neste momento coloque também o horário que acordou, mesmo que neste momento não tenha sido feita feita nenhuma refeição. nenhuma refeição. No campo você deverá colocar, o tipo de preparação por exemplo: No campo “preparação/alimento” você deverá colocar, o tipo de preparação por lagarto assado recheado, e os alimentos que compõe essa preparação, exemplo: lagarto, cebola, cenoura, calabresa, azeitona. exemplo: lagartolingüiça assado recheado, e os alimentos que compõe essa preparação, exemplo: No campo Qtd. / utensílios devem ser descritos a quantidade que esta comendo da lagarto, cebola, cenoura. Registrar quando tiver. preparação, por exemplo: lagarto assado também recheado, a1MARCA fatia média ou arroz tipo 1 cozido, 2 colheres de servir. No campo “Qtd. / utensílios” devem ser descritos a quantidade que está comendo da No campo gramas/ml preencher somente se tiver certeza das quantidades. preparação, por exemplo: lagarto todas assado recheado, fatia média ou arroz tipo 1 cozido. Relate também neste recordatório as vezes que beber1água. Alguns exemplos de medidas caseiras: !"#$%&'(%')%&*+&' /0-12.(%+&.' !",-$.' ' ' !"#$%&'(%'0"3.4'0"5&%2%0.4'-$6'%'-.78' !"3"'(%'.2%&+-.,"4';<-.&.'(%'-.78'%'-$6' 9&.:"'&.0"4'71,("'%'0"5&%2%0.' !.,%-.' 89 ! Exemplo: HORÁRIO REFEIÇÃO/ PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE ANÁLISE LOCAL 7h 10h Café Manhã Leite desnatado Paulista 1 copo americano Casa Café de coador 1 xícara café Açúcar 2 colheres chá Pão francês 1 unidade Margarina Qualy s/ sal 1 colher sobr. Empadinha de palmito 1 unidade peq. Lanche Padaria ♦ O registro deverá ser feito: QUINTA-FEIRA, DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA. ♦ Devolver o impresso preenchido na TERÇA-FEIRA. ♦ Preencher a caneta. 90 REGISTRO ALIMENTAR HORÁRIO REFEIÇÃO/ LOCAL Dia da Semana: PREPARAÇÃO ALIMENTO Data: QUANTIDADE ANÁLISE 91 Anexo 12 PESQUISA CONTEÚDO DE FÓSFORO - FORMULÁRIO PARA COLETA Dados de Identificação Data: ____/____/____ 1. Identificação: _________________________________________________________ 2. Nome: ______________________________________________________________ 3. Sexo: (1) Masculino (2) Feminino 4. Idade (anos): ________________________ 5. Raça: (1) Branca (2) Negra (3) Amarela (4) Outras 6. Estado Civil: (1) Solteiro (2) Casado (3) União estável (4) Divorciado (5) Viúvo 7. Grau de instrução: (1) Ensino fundamental completo (2) Ensino fundamental incompleto (3) Ensino Médio completo (4) Ensino médio incompleto (5) Ensino superior completo (6) Ensino superior incompleto (7) Outros ____________________________ 8. Profissão / atividade: __________________________________________________ 9. Diagnóstico da D.R.C.: ______/______/______ 10. Data de ínicio de diálise: ______/______/______ 11. Dias da semana: (1) 2a., 4a. e 6a. (2) 3a., 5a. e sáb 12. Turno de diálise: (1) Primeiro (2) Segundo (3) Terceiro 13. Composição familiar (domiciliar): ______________________________________ Dados Gerais de Saúde 1. Dentição: (1) Completa (2) Incompleta (3) Prótese parcial (4) Prótese total 2. Mastigação: (1) Adequada (2) Inadequada (3) Outra 3. Deglutição: (1) Adequada 4. Saciedade precoce: (1) sim (2) não 5. Azia: (1) sim (2) não 6. Hábito intestinal: (1) diário (2) alternado (3) semanal (4) outro 7. Tabagismo: (1) sim (2) não 5. Número por dia: ________________________ 8. Atividade física habitual: (1) Sim (2) Não 9. Tipo, frequência e duração da atividade: _____________________________ 10. Medicamentos habituais: _________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________ Dados sobre a Diálise Início Kt/V 30 dias 60 dias 90 dias 92 Dados Gerais sobre a Alimentação 1. Apetite: (1) normal (2) aumentado (3) diminuído (4) sem apetite 2. Preferências: ________________________________________________________ 3. Alimentos que não gosta: _____________________________________________ 4. Intolerâncias: ________________________________________________________ 5. Temperos usados: ___________________________________________________ 6. Consumo diário de água: ______________________________________________ 7. Mudanças recentes na alimentação: (1) sim (2) não Quais?__________________ 8. Quem prepara a alimentação: __________________________________________ 9. Responsável pelas compras perecíveis e não perecíveis? __________________ 10. Orientação alimentar: _________________________________________________ 11. Alimentação habitual: faz refeições fora de casa? (1) sim (2) não Frequência:____ Dias em HD Dias sem HD Número de refeições: ________________ ______________________________ Conteúdo das Refeições __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ __________________________________ ______________________________ ! 2! 93 Avaliação Nutricional Objetiva e Exames Bioquímicos! Parâmetro Nutricional Estatura (cm) Peso atual (kg) Peso habitual (kg) GPID (kg) Peso seco (kg) IMC (kg/m2) Classificação Percentil DCT (mm) Percentil/avaliação CB (cm) Percentil/avaliação CMB Percentil/Avaliação AMB Percentil/Adequação DCS (mm) Percentil/avaliação Hb/Ht CTL Creatinina sérica(mg/dl) Ureia (mg/dl) Cálcio sérico (mg%) Fósforo sérico (mg%) Albumina sérica (g/dl) Transferrina (%) Colesterol total (mg/% Fosfatase alcalina (UI/l) Paratormônio (pg/ml) Avaliação Avaliação inicial 90 dias Data: Data: 94 Diagnóstico Nutricional ANSG _________________________________________________________________ ANTROPOMETRIA ______________________________________________________ PARÂMETROS BIOQUÍMICOS_____________________________________________ ANÁLISE FINAL: Início____________________________________________________ 90 dias__________________________________________________ Análise Estimada do Registro Alimentar Macronutrientes, Ca e P ! Nutriente Proteínas (g) Lipídios (g) CHO (g) VET (kcal) Prot/g/kg/dia Cálcio (mg) Fósforo (mg) nPNA (g/kg) P/Prot (mg/g) Avaliação inicial Data: obtido Análise Avaliação 90 dias Data: obtido Análise 95 Anexo 13 Orientação Nutricional I CLÍNICA NEPHRON ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL Nutricionista Margareth Lage L. de Fornasari Inicial Nome: AAC Data: 02 de Fevereiro de 2012 Avaliação do Estado Nutricional: O que é? É utilizada para avaliar as variações nas dimensões físicas e a composição do corpo humano em diferentes faixas etárias. O nosso corpo é composto por água, músculos, órgãos, tecido gorduroso ou adiposo e ossos. A avaliação é feita através de alguns indicadores como por exemplo o PESO, a ALTURA, GORDURA CORPORAL e TECIDO MUSCULAR. Assim a gordura corporal pode ser avaliadas pelas dobras cutâneas ( do braço ou abaixo da escápula) e o músculo indiretamente no braço direito. Também são usados alguns exames de sangue como ALBUMINA. Para que serve? Determinar se o indivíduo está nutrido de forma adequada (EUTROFIA) ou se apresenta algum grau de DESNUTRIÇÃO ou OBESIDADE. Meus dados atuais: Altura: 1 Peso atual: I.M.C. (Índice de Massa Corporal): Dobra cutânea triciptal e subescapular: Circunferência do Braço: Área muscular do braço: Diagnóstico Nutricional: Conhecendo o Fósforo: 96 O que é o fósforo? É um mineral que está nos ossos. Junto com o cálcio, o fósforo é necessário para o desenvolvimento de ossos fortes e saudáveis, e também para manter outras partes do corpo saudáveis. Por que o fósforo é importante para você? Os rins que funcionam normalmente podem eliminar o fósforo extra do sangue. Quando existe a Doença Renal Crônica os rins não conseguem eliminá-lo muito bem, e as concentrações altas de fósforo podem produzir depósitos perigosos de cálcio nos vasos sanguíneos, nos pulmões e coração. Qual é uma concentração segura de fósforo no sangue? É de 3,5 a 5,5 mg/dL. O fósforo e a diálise. O tratamento de diálise pode eliminar PARTE do fósforo de seu sangue. Como posso controlar minha concentração de fósforo? Para que isso ocorra você precisa entender melhor quais alimentos contém fósforo natural e aqueles que contém ADITIVOS DE FÓSFORO, além de usar a medicação prescrita pelo Médico para impedir a absorção do fósforo. Aonde encontramos o fósforo? O fósforo está presente naturalmente nos alimentos de origem animal, como Carne bovina, peixes, miúdos, como fígado, leite, também no feijão, soja, amendoim. Além disso em alimentos industrializados, o fósforo pode ser adicionado recebendo o nome de ADITIVO. O que são aditivos de fósforo? De acordo com a ANVISA, Aditivo alimentar é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem propósito de alimentar, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Aqueles que contém fósforo podem ser usados em vários alimentos prontos para o 97 consumo com funções diferentes. Quais são os aditivos de fósforo? Fosfato dicálcico, fosfato dissódico, fosfato monossódico, ácido fosfórico, tripolifosfatos, pirofosfato tetrassódico, trissódio fosfato, entre outros. O que eles fazem? Auxiliam a indústria a manter a umidade de alimentos processados, podem conservar melhor, são acidulantes, controlam o ph do alimento, entre vários usos possíveis. Aonde eles estão? Em alimentos embutidos, leite condensado, queijos processados, produtos de carne industrializados, sorvetes de massa, bebidas em pó, pão de forma. O que devo fazer? Evitar alimentos industrializados tais como: BEBIDAS GASEIFICADAS e REFRIGERANTES A BASE DE COLA ; SUCOS EM PÓ; GELATINA; LEITE CONDENSADO; QUEIJO PARMESÃO RALADO; REQUEIJÃO CREMOSO; BATATA PRÉ-FRITA CONGELADA; HAMBURGUER PRONTO CONGELADO; ATUM OU SARDINHA ENLATADOS; PÓ PARA FLAN E PUDIM; CALDO DE CARNE, DE GALINHA E DE LEGUMES; LINGUIÇAS; MORTADELA; PRESUNTO; SALAME; LEITE EM PÓ; CAFÉ EM PÓ; MOLHOS TIPO SHOYU. Essa orientação continua… 98 Anexo 14 Orientação II CLÍNICA NEPHRON ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL Nutricionista Margareth Lage L. de Fornasari AVALIAÇÃO DA DIETA HABITUAL Nome: YYYYY 1) Necessidades de Nutrientes Qual a importância das calorias na alimentação? A disponibilidade de um nível suficiente de calorias é importante para a saúde e o bem-estar geral do nosso organismo. As calorias são encontradas em quase todos os alimentos. Elas são importantes por que: ■ fornecem energia ao organismo ■ ajudam na manutenção de peso saudável ■ ajudam o corpo a utilizar proteínas para formar músculos e tecidos. As necessidades de calorias podem ser calculadas para pessoas que fazem hemodiálise e as suas necessidades são 1995 kcal/dia. (EXEMPLO) E as proteínas, são necessárias ou não? A ingestão da quantidade correta de proteínas é importante para a saúde geral e para muitas funções no nosso organismo, como produzir hormônios, anticorpos, massa muscular, cicatrizar, combater infecções. Para pessoas que fazem hemodiálise há uma recomendação de proteínas adequadas ao peso seco e o senhor (a) precisa de ...... g/dia. E quanto Sódio, o que eu preciso saber? Existe uma relação comum entre Doença Renal, pressão sanguínea alta e sódio. Pessoas que fazem hemodiálise se beneficiam da redução do consumo de sal por três motivos: • Melhor controle da pressão arterial; • Menor retenção de água e edema; • Melhor controle do ganho de peso interdialítico (reduz a sede) 99 Estima-se que para pessoas “anúricas” para cada 8 g de sal ingerido, são necessários 1000 mL ou 1 litro de água para normalizar o sódio no sangue, por isso ocorre mais SEDE. Dessa forma é preciso limitar a quantidade de líquidos ingeridos ao longo do dia e o consumo de sal. E o fósforo, afinal porque controlá-lo? Um alto nível de fósforo pode provocar irritação na pele e perda de cálcio dos ossos. Os ossos podem se enfraquecer e quebrar com facilidade, além do risco de doenças cardiovasculares. Há uma recomendação de fósforo especial para aqueles que não conseguem equilíbrio entre a ingestão de alimentos e os níveis no sangue. Sua recomendação é de .... mg. 2) ANÁLISE GLOBAL DA DIETA HABITUAL (EXEMPLO) Nutrientes HD Obtido Calorias Proteínas 1225 kcal 0,66 g/kg SEM HD Análise Obtido Análise Inadequada 1806 kcal Inadequada Inadequada 1,14 g/kg Adequada Lipídios 22% hipolipídica 23% hipolipídica Carboidratos 66% hiperglicídica 62% hiperglicídica Cálcio 141 mg Inadequada 184 mg Inadequada Fósforo 740 mg Inadequado 695mg Adequado Sódio 1625 mg Adequado 1672 mg Adequado Potássio 1009 mg inadequado 1824 mg Adequado Sugestão: Aumentar as refeições para 4x ao dia, introduzindo uma fruta com baixo teor de potássio, por exemplo. Atenção ao consumo de fósforo, está aumentado, utilizar leite desnatado sem aditivo de fósforo ou pasteurizado e observar a ingestão de alimentos industrializados que contêm aditivo FOSFATO. Atenção ao consumo de carnes e peixes, a porção deve ser adequada para suprir suas necessidades , seu consumo de proteínas está abaixo de suas necessidades diárias, para 1 filé pequeno de peixe (merluza, corvina ou cação), 1 bife (tamanho da palma da mão), ou 3 colheres de sopa de carne moída, ovos 3x/semana, incluindo os ovos utilizados em bolos e doces. As calorias da sua alimentação precisam ser ajustadas para mais, observe as orientações de como ajustar calorias. De acordo com as orientações fornecidas e receitas sugeridas para substituição. 100 COMO ADEQUAR? CALORIAS: Para MAIS utilizando carboidratos simples, como açúcar se não for diabético, compotas de frutas, como pêssego, geleias, doces caramelados, mel, panqueca doce recheada de geleia, flan de iogurte com calda de caramelo, por exemplo. Outras boas fontes de calorias são gorduras, como margarina sem sal, e óleos, como óleo de soja, canola ou girassol e azeite de oliva, que contêm baixo teor de gorduras saturadas e não contém colesterol. PROTEÍNAS: Aumentando a ingestão de alimentos com proteínas de alto valor biológico que tem fósforo natural é possível ajustar a ingestão total. As proteínas são de duas fontes: animal e vegetal. Fontes animais, como ovos, peixe, frango, carnes vermelhas, produtos lácteos e queijo. Fontes vegetais, como leguminosas e cereais. Utilize na sua dieta ovos (1 unidade inteiro) 3x por semana, peixes como filé de merluza, corvina, bacalhau dessalgado ou cação(2 vezes), carne de boi (bife, em pedaços, moída) 1 porção, exemplo 1 bife, 1 fatia de carne cozida, 1 hambúrguer caseiro (receita fornecida) ou 3 colheres de sopa de carne moída. O leite pode ser usado 1 vez ao dia (150 a 200 mL) de preferência aqueles sem aditivo. CÁLCIO O cálcio é um mineral importante para a formação de ossos fortes. Entretanto, alimentos que são boas fontes de cálcio também têm alto teor de fósforo. Para ajustar a ingestão pode ser utilizado queijo minas ou branco 1 fatia fina ou iogurte natural ou desnatado, aqueles sem o aditivo. Você poderá melhorar o sabor adicionando geleia normal ou dietética ou frutas com baixo teor de potássio, se for necessário. Receita anexa fornecida. FÓSFORO A melhor alternativa é a retirada dos ADITIVOS, aqueles que são adicionados aos alimentos, quanto a eles segue abaixo uma lista caso você tenha interesse em avaliar rótulos de alimentos: INS 338 - Ácido fosfórico INS 341 - Fosfato de cálcio 101 • Bolos, biscoitos podem conter: pirofosfato de sódio, fosfato monocálcico, bifosfato de cálcio. • Pó para bolo, pudim e outros: tetrassódio pirofosfato; • Queijos processados: dissódio fosfato, ácido fosfórico, trissódio fosfato; • Embutidos e frios: dissódio fosfato, pirofosfato. • Carnes processadas, pré-cozidas (boi, porco, frango ou peixe): trifosfato de sódio, fosfato tetrassódico. • Peixe enlatado, atum, sardinha: pirofosfato tetrassódico. Observe o rótulo dos produtos que você consome e também peça para a sua família ajudá-lo (a). 102 ESCOLHAS INTELIGENTES ALIMENTOS ESCOLHA EVITE Pães e Cereais Pão francês, pão pita, pão Pães integrais de forma ou de batata sem recheio ou francês, multi-grãos, preto, pão caseiro. pão de forma. Leite desnatado longa Requeijão normal ou light, vida sem aditivo ou leite iogurte ou leites fermentados pasteurizado (saquinho ou com sabor, queijos amarelos garrafa). Iogurte natural e e curados, como muçarela, queijo branco, cottage ou prato, parmesão. Leite e derivados ricota. Pasta de queijo cottage ou minas. Carnes, peixes e Carnes sem temperos Hambúrguer congelado, ovos prontos, peixes como nuggets de frango, peixe com merluza, cação. alto teor de fósforo ou enlatados Leguminosas Feijão, ervilha e lentilha Enlatados e produtos a base de soja, como bebidas, Tofu. Bebidas Guaraná, água tônica, Refrescos em pó, Coca-cola, limonada, refresco natural Pepsi-cola, Ovomaltine, maracujá. Nescau, Toddy, Cerveja, água de coco. Frutas e Verduras Todos são permitidos exceto se você tem controle de potássio. Miscelânea Molhos caseiros a base Molho de gergelim, molho de de azeite, limão, salsinha, pimenta, germe de trigo, molho de iogurte. levedo de cerveja Produtos Alimentos naturais e Evite tudo o que puder. industrializados leitura de rótulo. 103 Anexo 15 Orientação III USO DE TEMPEROS Sem sal sua vida não vai ficar mas use temperos sem aditivos!!! Pelo menos não se você aprender a usar temperos NATURAIS. Eles dão um sabor a mais na comida, acentuam aromas e ainda possuem vitaminas e propriedades medicinais. E são lindos! Fiz abaixo uma lista dos mais legais (com foto para ser fácil identificar na hora da compra) e os pratos que mais combinam. Depois de um tempo você vai descobrir outras combinações e passará horas brincando na cozinha. Salsinha: ela é o principal tempero da cozinha já que realça o sabor de quase qualquer prato Experimente, por exemplo, no macarrão com azeite ou na misturada com iogurte para molhos de salada. Cebolinha: vai com quase tudo, das saladas aos refogados, dos assados aos gratinados. Manjericão: no molho de tomate (claro!), mas também com peixe, berinjela, nas saladas. Manjerona: no arroz, batatas, legumes cozidos, cenouras. Seu sabor é um pouquinho picante, então vá experimentando para ver se é do agrado da criança ou do bebê. Coloque na comida depois de pronta. 104 Alecrim: vai bem com berinjela, tomate, batata e couve-flor. Use a imaginação em caldos, sopas, legumes grelhados e também no frango, fica maravilhoso. Tomilho: com batata, macarrão com legumes e peixes. É um tempero forte, então use com cuidado. Hortelã: bom em vinagretes, saladas verdes, com tomates cortados ou pepinos. Louro: originário da Ásia Menor. este condimento vai bem com qualquer tipo de prato salgado, desde que bem dosado Seu uso é adequado em pratos que exigem cozimento longo, pois seu óleo essencial é liberado lentamente] Cominho: de sabor forte, deve ser usado em pequenas quantidades em pratos à base de queijos, ovos, carnes, batatas e legumes. Também recomendado no preparo de molhos e pães. Especiaria de sabor picante e levemente amargo, o cominho é originário do Oriente Médio e cultivado desde os tempos bíblicos. Páprica Picante: muito usada na cozinha como condimento, a páprica é obtida do pimentão-doce vermelho, de tamanho médio; que é moído depois de seco. Desse fruto existem variedades de sabor doce e picante, e por isso esse tempero também pode ser doce - mais saboroso e aromático -, desde que feito com pimentão não ardido, ou então picante. Pode ser usada em sopas, batata, ovo, arroz. 105 Páprica Doce: tem um sabor suave e adocicado, É usada em molhos, carnes e aves. Combinada com outros temperos também dá cor e sabor a pratos a base de legumes e arroz. Zátar: mistura de temperos árabe, perfumada e levemente picante, usada em carnes, aves, pastas. Faça uma salada ou legumes cozidos, polvilhe com zátar e um pouquinho de azeite, acrescenta um sabor incrível aos pratos. Pode adicionar também ao iogurte sem soro e usá-la no pão. Curry: é um dos temperos mais antigos do mundo. Muito usado na Índia é indicado para o preparo de ovos, sopas, peixes, carnes, frango, legumes e em molhos. Mistura de: cúrcuma, gengibre, coentro, cominho, fenogrego, pimentado-reino, mostarda, noz moscada, canela, louro e cravo. Pimenta rosa: trata-se da fruta (de tamanho semelhante ao da pimenta-do-reino) da aroeira (Schinus molle) que, apesar do aroma de pimenta, apresenta sabor levemente adocicado e ardência bem delicada. Fica muito bem com filé de frango, de peixe, polvilhada inteira em legumes, como chuchu, abobrinha. Noz moscada: é uma especiaria obtida a partir da semente do fruto de árvore de grande porte (atinge até 20 metros) chamada Moscadeira (Myristica fragans), que em princípio, só era encontrada nas Ilhas Molucas, na Indonésia. utilizada em sopas, legumes, ovos mexidos, massas, carne moída, molhos, tortas, pudins, biscoitos e purês. 106 Anexo 16 CLÍNICA NEPHRON Nutricionista Margareth Lage L. de Fornasari ADITIVOS DE FÓSFORO EM ALIMENTOS Nome do Paciente Turno ---. Nephron Você sabia que.... • os alimentos prontos para o consumo podem conter aditivos de fósforo, como TRIPOLIFOSFATOS, MONOFOSFATOS DE CÁLCIO, BIFOSFATOS, entre outros FOSFATOS? • para melhor controle do FÓSFORO no sangue é necessário SUBSTITUIR esses alimentos prontos por alimentos NATURAIS? Uma lista para você observar: Biscoitos Salgados Biscoito Cream Cracker Tostines pirofosfato ácido Biscoito Cream Cracker Triunfo pirofosfato ácido de sódio Biscoito Agua e Sal Tostines pirofosfato ácido de sódio Biscoito salgado com gergelim Tostines pirofosfato ácido de sódio Biscoito Minuto Triunfo pirofosfato ácido de sódio Biscoito salgado integral Combina Com pirofosfato ácido de sódio Biscoito de maçã e canela Tostines pirofosfato ácido de sódio Biscoito Maisena Tostines pirofosfato ácido de sódio Biscoito Maisena Duchen pirofosfato ácido de sódio Biscoito Maria Duchen pirofosfato ácido de sódio Biscoito Maria Panco pirofosfato ácido de sódio Rosquinha (coco e leite) Pullman pirofosfato acido de sódio Rosquinhas (leite/Chocolate) Triunfo pirofosfato ácido de sódio Rosquinhas (leite) Panco pirofosfato ácido de sódio Sequilhinhos Panco pirofosfato ácido de sódio Biscoitos doces Rosquinhas/outros 107 Leite e Derivados Requeijão Cremoso Nestlé polifosfato de sódio e difosfato de sódio Requeijão Cremoso Danubio polifosfato de sódio Requeijão Cremoso Vigor polifosfato de sódio e difosfato de sódio Requeijão Cremoso Paulista pirofosfato ácido de sódio Requeijão Cremoso Poços de Calda pirofosfato ácido de sódio Leite Fluido Parmalat Trifosfato de Sódio, Difosfato de Sódio, Monofosfato de Sódio Leite Fluido Líder Trifosfato de Sódio, Difosfato de Sódio, Monofosfato de Sódio Leite Fluido Bom Gosto Trifosfato de Sódio, Difosfato de Sódio, Monofosfato de Sódio Leite Fluido Jussara Trifosfato de Sódio, Difosfato de Sódio, Monofosfato de Sódio Leite em Pó Ninho pirofosfato férrico Leite Fluido Ninho pirofosfato férrico e estabilizantes trifosfato de sódio, monofosfato de sódio Leite Fluido Molico fosfato tricálcico, trifosfato de sódio, monofosfato de sódio, difosfato de sódio Iogurte Molico Creme de leite Leitbom fosfato tricálcico, trifosfato de sódio, monofosfato de sódio, difosfato de sódio trifosfato de sódio, monofosfato de sódio e difosfato dissódico. Creme de leite Líder Difosfato de Sódio, Monofosfato de Sódio Creme de leite Bom Gosto trifosfato de sódio, difosfato de sódio, monofosfato Creme de leite Glória fosfato dissódico Torrada Nutrela fosfato monocálcico Bolo Pronto Nutrela pirofosfato ácido de sódio e fosfato monocálcico Pão de Forma Nutrela fosfato tricálcico Pão de Forma Panco pirofosfato ácido de sódio Bolo Pronto Panco pirofosfato ácido de sódio Bolo Pronto Pullman Pirosfosfato acido de sódio, fosfato monocalcico. Pão de Forma Pullman Fosfato monocalcico Pão de Forma Baby Pullman Fosfato Tricalcico, pirofosfato de ferro Bolo Pronto Plus Vita Pirofosfato ácido de sódio e fosfato monocálcico Pão de Forma Plus Vita Pirofosfato ácido de sódio e fosfato monocálcico Bebidas !! !! de Cola Pepsi ácido fosfórico INS 338 Coca Zero/ Coca Light Coca-cola ácido fosfórico, edulcorantes Tubaína Schincariol Ácido fosfórico Suco de Soja Sollys fosfato tricálcico Chá Gelado Ice tea ácidos cítrico e fosfórico Chá Gelado Nestea ácidos cítrico e fosfórico Suco em pó Tang fosfato tricálcio Maionese de Leite Hellmann´s ácido fosfórico Macarrão !! !! Macarrão instataneo Maggi tripolifosfato de sódio, fosfato monossódico e pirofosfato tetrassódico Paes/Bolos/Torradas Cremes/ molhos Observe você também os rótulos! Outros produtos e marcas possuem aditivos de fósforo, observe sempre os ingredientes listados pelo fabricante! 108 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Público. Censo [online]. 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Disponível em: http://www.consortstatement.org/Media/Default/Downloads/CONSORT%202010%20 Flow%20Diagram.pdf 119 RESUMO Fornasari MLL: Efeito da restrição de alimentos industrializados com aditivos de fósforo na fosfatemia de portadores de doença renal crônica em hemodiálise. Tese [Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 2015. Introdução: A hiperfosfatemia é um distúrbio observado em doentes renais crônicos em hemodiálise e está associada a consequências graves. O controle da hiperfosfatemia envolve a restrição de alimentos que naturalmente contém fósforo. Recentemente, também vem sendo estudado o efeito sobre a fosfatemia do consumo de fósforo aditivo nos alimentos industrializados. Objetivo: Verificar o efeito da restrição e substituição da ingestão de alimentos contendo aditivos de fósforo na fosfatemia de portadores de doença renal crônica em hemodiálise. Método: Ensaio clínico randomizado em pacientes adultos renais crônicos em tratamento hemodialítico há pelo menos 6 meses em um único centro. Foram avaliados 248 pacientes com fósforo >5,5 mg/dL e selecionados 140 de acordo com critérios de inclusão, estes foram randomizados em dois grupos: intervenção (n=67) e controle (n=67). Nos dois grupos foi realizada avaliação clínico-laboratorial, nutricional subjetiva global, antropométrica, da ingestão alimentar de calorias, proteínas, fósforo e do equivalente proteico do nitrogênio ureico (nPNA) no início do estudo e após 90 dias. O grupo de intervenção recebeu orientação individualizada e periódica para substituição de alimentos industrializados com aditivos de fósforo no ínicio do estudo, aos 30 dias e reforço aos 45 dias. O grupo controle manteve a orientação nutricional anterior ao estudo. Nos dois grupos não se modificou a prescrição de quelantes de fósforo. Resultados: Não houve diferença inicial entre os 120 grupos no fósforo sérico, no estado nutricional, na ingestão de calorias e no nPNA. Após 3 meses, houve declínio dos valores do fósforo no grupo de intervenção [7,2± 1,4 mg/dL para 5,0±1,3 mg/dL (p<0,001)], enquanto no controle não houve diferença significativa [7,1 ±1,2 mg/dL para 6,7±1,2 mg/dL (p=0,65)]. No grupo de intervenção 69,7% dos pacientes alcançaram a meta de fósforo ≤5,5 mg/dL enquanto nos controles somente 18,5% (p<0,001). No final do estudo não houve diferença entre os grupos no estado nutricional, na ingestão de calorias, proteínas e no nPNA. Conclusão: A restrição da ingestão de alimentos contendo aditivos de fósforo com substituição por alimentos sem aditivos de similar valor nutricional reduziu a concentração do fósforo sérico, sem interferir no estado nutricional de pacientes renais crônicos em hemodiálise. 121 ABSTRACT Fornasari, MLL. Effect of restriction and substitution of food containing phosphorus additives in the phosphatemia of ESRD in hemodialysis. Tese[Doutorado]. Sao Paulo: Santa Casa of Sao Paulo School of Medical Sciences. 2015. Background: Hyperphosphatemia control in end-stage-renal disease (ESRD) patients involves restriction of foods that naturally contain phosphorus. However, this restriction must also be extended to processed foods with phosphorus additives, the percentage of which varies from country to country. Objective: The purpose of the study was to verify the effect of restricting foods containing phosphorus additives on the serum phosphorus in patients on hemodialysis. Methods: This study was done on adults with ESRD on hemodialysis for ≥6 months at a single center. A total of 248 patients with phosphorus >5.5 mg/dL were evaluated, and 140 were randomized according to the inclusion criteria in: intervention (n=67) and control groups (n=67). The intervention group received individual orientation to substitute processed foods with phosphorus additives for foods without these additives with similar nutritional value. The control group maintained the nutritional orientation given prior to the study. The prescription of phosphorus binders was not modified for either group. Clinical-laboratorial data, nutritional status, energy, protein intakes and nPNA (normalized protein nitrogen appearance) evaluations were made at the beginning and after 90 days. Results: There was no initial difference between the groups for serum phosphorus, nutritional status, protein, energy intakes and nPNA. After 3 months there was a 122 decline in phosphorus levels in the intervention group (from 7.2±1.4 to 5.0±1.3 mg/dL, P<0.001), while there was no significant difference in the control group (from 7.1±1.2 to 6.7±1.2 mg/dL, P=0.65). In the intervention group 69.7% of the patients reached the target of ≤5.5 mg/dL serum phosphorus versus 18.5% in the control group (P<0.001). There was no difference between the groups for nutritional status, protein intake and nPNA at the end of the study. Conclusions: The restriction of food with phosphorus additives reduced the serum phosphorus without interfering in the nutritional status of ESRD patients. 123 LISTAS E APÊNDICES LISTAS DE FIGURAS Figura 1. Homeostase do fósforo...............................................................................16 Figura 2. Fluxograma do estudo.................................................................................29 Figura 3. Desenho do estudo.....................................................................................31 Figura 4. Medida do ponto médio entre o processo acromial da escápula e o olécrano..................................................................................................................... 39 Figura 5. Diagrama da medida das dobras cutâneas e o adipômetro num corte transversal do braço...................................................................................................40 Figura 6. Representação gráfica da comparação do fósforo sérico inicial entre os grupos de estudo........................................................................................................53 Figura 7. Percentual dos pacientes do grupo de intervenção que mantiveram a ingestão de algum alimento com aditivo de fósforo...................................................61 Figura 8. Comparação dos valores do fósforo sérico entre os grupos de intervenção e controle no início e final do estudo..........................................................................62 124 LISTAS DE QUADROS E TABELAS Quadro 1. Tipos de aditivos e funções em diferentes alimentos industrializados......20 Quadro 2: Classificação do IMC para adultos, de acordo com a OMS 1995.............37 Quadro 3: Classificação do IMC para idosos.............................................................37 Quadro 4. Classificação do tecido gorduroso, dobras cutâneas para adultos...........41 Quadro 5. Classificação do tecido gorduroso, dobra cutânea tricipital para idosos...41 Quadro 6. Classificação do tecido muscular: área muscular do braço para adultos..43 Quadro 7: Alimentos contendo aditivos de fósforo frequentemente consumidos pelos pacientes do grupo de intervenção e a substituição proposta...................................45 Quadro 8: Critérios para recomendação de energia , proteína e minerais para pacientes em hemodiálise..........................................................................................47 Tabela 1. Comparação das características gerais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle…………………….51 Tabela 2. Comparação das características laboratoriais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle.............52 Tabela 3. Comparação da classificação do estado nutricional no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle..54 Tabela 4. Comparação das características nutricionais no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle.............55 Tabela 5. Comparação das características da dieta no início do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle..........…56 Tabela 6. Comparação dos valores iniciais e finais dos parâmetros laboratoriais nos grupos de intervenção e controle...............................................................................57 125 Tabela 7. Comparação da classificação do estado nutricional no início e final do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise dos grupos de intervenção e controle………………………………….……............................…………………………58 Tabela 8. Comparação das características nutricionais no início e final do estudo entre pacientes com DRC em hemodiálise nos grupos de intervenção e controle....59 Tabela 9. Comparação variação (valores finais – valores iniciais) das características da dieta nos pacientes com DRC em hemodiálise entre os grupos de intervenção e controle.......................................................................................................................60 Tabela 10. Comparação da porcentagem de pacientes que alcançaram o valor de fósforo sérico menor que 5,5 mg/dL no final do estudo nos grupos de intervenção e controle.......................................................................................................................62 126 APÊNDICE