No 19 - Edição de Novembro de 2008 (tamanho
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No 19 - Edição de Novembro de 2008 (tamanho
COMISSÃO ORGANIZADORA 2009 Coordenador-Geral Gustavo Roxo Membros Paulo Cherberle - Bradesco Odair Garcia - Banco do Brasil Delfino Natal de Souza - Caixa Econômica Federal Darlene G. A. Fasolo - Santander Wilson Inácio Nunes - Nossa Caixa Keiji Sakai - J.P. Morgan Agostinho H. T. de Gouveia - Banco Real Superintendente de Comunicação Social da Feb raban William Thomazzi Salasar Consultor Luis Marques de Azevedo Edição Danilo Vivan (MTB 46.219) Fotos Arnaldo Pereira, Reinaldo Canato e Alexis Flores Colaborad or Vanderlei Campos ESTA É UMA PUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS - FEBRABAN Gerente Geral de Eventos e Cursos da Febraban Nair Macedo Projeto Gráfi ficco e Editoração Felici+Designers Superintendente das Assessorias Técnicas da Febraban Wilson Antonio Salmeron Gutierrez Pautas, Reportagens e Textos ABCE Comunicação COPYRIGHT 2008 · NOVEMBRO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Assessor Técnico da Feb raban Nilton César Gratão Sede Av. Brigadeiro Faria Lima, 148 14º e 15º andar · Torre Norte, Pinheiros 01452-921 · São Paulo, SP www.febraban.org.br 05 | PAGAMENTO ELETRÔNICO 14 Cartões, Internet Banking e transferências eletrônicas. Os meios eletrônicos de pagamento estão tomando conta do Brasil. De acordo com o Banco Central, o uso de meios eletrônicos de pagamento cresceu 53,4% no período de cinco anos, de 2002 a 2007. Enquanto isso, o uso do cheque caiu 36,7% no período. 12 | EUA E MéXICO, SEM FRONTEIRAS 18 Projeto Directo a México permite que mexicanos, residentes nos EUA, transfiram os dólares que ganham para seu país de origem. Tudo rápido, seguro e com baixo custo. Hoje, o serviço registra a média diária de 28 milhões de pagamentos, quase a totalidade constituída de operações de baixo valor. 22 | TECNOLOGIA VERDE 24 Especialistas brasileiros afirmam que o Brasil é uma das três grandes opções globais para outsourcing de Tecnologia da Informação (TI), junto com a Índia e China. Empresas internacionais que buscam alternativas para instalar seus data centers encaram o Brasil com uma das principais alternativas. Porém, eles se preocupam muito com o custo e a limpeza da energia utilizada. Índice Editorial 04 Meios Eletrônicos 05 Bancarização 08 Case Internacional 12 DDA 14 Indústria de Cartões 18 Green IT 22 Destaques 2008 24 CIAB FEBRABAN 2008 O Ciab Febraban 2009 já está no ar. A Febraban marcou a data (dias 17, 18 e 19 de junho de 2009, no Transamérica Expo Center, São Paulo) e escolheu o tema central: bancarização, que vai liderar os debates do grande congresso. Ao lado desse tema, outros vão se impor como o Débito Direto Autorizado (DDA), a evolução dos meios de pagamento, dos cartões, mobilidade, sustentabilidade, Green IT e outros que fazem do Ciab o maior evento de TI e de novos modelos de negócios das instituições financeiras da América Latina. Também para o recinto de exposições os trabalhos para a 19ª edição do Ciab estão adiantados. Já contamos com 14 patrocinadores e 75% do espaço para estandes de expositores está reservado. Os patrocinadores que já confirmaram presença são: Itautec, IBM, Diebold Procomp, Oi, Perto, HP, e CPM Braxis na categoria Diamante. Para as outras categorias de patrocinadores já confirmaram: Microsoft, CA, NCR, CSC Brasil, DTS, Eccox; além do copatrocínio da Serasa. É interessante que todas essas companhias já foram patrocinadoras e expositoras do Ciab Febraban, algumas delas por várias vezes, o que significa que os investimentos realizados em nosso evento são compensadores. A Revista do Ciab Febraban se insere no esforço permanente da Febraban de promover o debate sobre questões tão importantes para o sistema financeiros quanto as mencionadas. Todos esses temas são alvos de exposições, workshops e painéis tanto internos quanto em eventos externos. Nas páginas dessa edição, o leitor vai encontrar uma profunda discussão sobre o tema central bancarização. A pesquisadora para toda a América Latina, Liliana Rojas vai nos contar porque, apesar de avanços, os índices de bancarização dos países da região ainda estão baixos. Na América Latina, apenas 34,65% da população adulta tem acesso aos serviços bancários. O Chile lidera com 60% e o Brasil está ligeiramente acima da média da região, com 43%, devendo fechar 2008 com 46%. Um problema levantado por Liliana é que continua difícil o acesso a empréstimos pelas pequenas e microempresas nos países latinos. Em porcentuais, pequenas e médias empresas oscilam, por país, de 14% a 26% de todo o crédito disponibilizado. Já as micro, de 6% a 8% apenas. Outras matérias desta revista refletem temas que estão se impondo ao temário Ciab e todas as atividades da Febraban. Trazemos a atualidade do DDA, marcado para lançamento aos correntistas em outubro de 2009, cerca de três meses após o congresso. Mostramos o raio-x que o Banco Central faz da evolução dos meios de pagamento, o clímax dos cartões no Brasil; além das estratégias para sustentabilidade do Green IT e um completo debate sobre os destaques do Ciab 2008. Por fim, destacamos o case internacional apresentado pelo FED norte-americano. A diretora Elizabeth McQuerry, apresenta a experiência bi-nacional que permite envio eletrônico de depósitos dos EUA para o México. DA REDAÇÃO 04 NOVEMBRO · 2008 CIAB FEBRABAN 2008 O IMPERIO DOS MEIOS ELETRÔNICOS Cartões, Internet Banking e transferências eletrônicas. Os meios eletrônicos de pagamento estão, cada vez mais, ganhando terreno no Brasil. Além disso, as cadeias de valor que dão suporte aos Meios Eletrônicos de Pagamento estão se especializando. Estas são algumas das conclusões do Adendo Estatístico do Sistema de Pagamentos de Varejo no Brasil, uma compilação de estudos e levantamentos a respeito dos meios eletrônicos de pagamento no Brasil. O Adendo foi apresentado no Ciab Febraban 2008 por José Antonio Marciano, diretor do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), do Banco Central. Recentemente, no 3º Congresso Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP), Antonio Jacinto Matias, vice-presidente da Febraban, comentou que a indústria de cartões do Brasil é uma grande arma para enfrentar as atuais turbulências financeiras. De forma geral, o Adendo do Bacen indica que o uso de meios eletrônicos de pagamento cresceu 53,4% no período de cinco anos, de 2002 a 2007. O estudo comprova, mais uma vez, a tendência da redução do uso do cheque – que registra uma significativa diminuição de 36,7% no período. Já o uso de cartões de crédito e de débito continua avançando. Os aumentos foram, respectivamente, de 38% e 31,4%. 2008 · NOVEMBRO 05 CIAB FEBRABAN 2008 Instrumentos de pagamento QUANTIDADE 2002 (%) QUANTIDADE 2007 (%) 16,9 19,7 18,9 8,8 11,1 45,9 22,2 Transferência de Crédito Interbancária Debito Direto 19,4 28,2 9,0 Cartão de Crédito Cartão de Débito Cheque Fonte:: Banco Central do Brasil (Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil) DÉBITO PARA PEQUENOS VALORES Uma característica relevante da evolução apresentada pelos meios de pagamento no Brasil é a de que os cheques aumentaram seu valor médio, a partir de 2003, indicando que sua substituição se dá especialmente nas transações de menor valor, justamente a faixa preferida dos cartões de débito. A participação das transações com cartões aumentou de 48% para 55%, isso se levarmos em consideração os pagamentos inferiores a R$ 5 mil. No mesmo segmento, a participação das transferências de crédito (DOC, boletos e TED) evoluiu de 17% para 22%. Esses ín dices forçaram mais uma queda, de 34% para 23%, na incidência de cheques. Os cartões, de forma geral, chegaram a cerca de 50% de participação no total de pagamentos de varejo, em 2007. De acordo com o Banco Central, houve aceleração no ritmo de crescimento da quantidade de cartões, que aumentou 38% – ante o crescimento médio de 25% nos três anos anteriores. Os números mostram uma situação paradoxal: em números absolutos, tanto a quantidade de transações quanto a soma do valor dessas operações aumentaram; por outro lado, quando se considera o número de operações realizadas por cartão, o resultado é uma diminuição. Esse movimento coincidiu, no entender do BC, com a chegada desse instrumento às classes de mais baixa renda, que ainda apresentam utilização inferior à média histórica. Pelo mesmo motivo, o estudo mostra que, no final de 2007, havia em média 0,6 cartão de crédito e um cartão de débito per capita no Brasil. Marciano, do Banco Central, apresentou estudo sobre sistema de pagamentos de varejo Por outro lado, a participação das TEDs (Transferências Eletrônicas Disponíveis) de menor valor (aquelas que ficam abaixo de R$ 5 mil) apresenta uma tendência de crescimento, passando de 6,9% em 2005 para 8,3% em 2007. 06 NOVEMBRO · 2008 CARTÕES REPRESENTAM METADE DOS PAGAMENTOS NO PAÍS CIAB FEBRABAN 2008 Para Matias, da Febraban, indústria de cartões do Brasil é uma grande arma para enfrentar as atuais turbulências financeiras O cenário positivo para os cartões também é estimulado pela rede física para a realização das operações. A quantidade de terminais que aceitam cartão de crédito cresceu 46%. Já o número de caixas eletrônicos que permite as transações com cartão de débito cresceu 31,4%. ACESSO REMOTO O Adendo do BC demonstra que os valores envolvidos com os instrumentos de pagamento (incluindo o cheque) evoluíram de 2002 a 2007, em 44% pontos positivos. Mas tal desenvolvimento está longe da perfeição e da homogeneidade. Um exemplo disso é que, na opinião da instituição, parcela das operações, antes realizadas em ATMs (caixas eletrônicos) pode ter migrado para canais de acesso remoto (Internet, home e office banking etc), pois o volume das operações passíveis de serem realizadas nesses canais de atendimento diminuiu 3% no primeiro canal e aumentou 21% nos canais de acesso remoto. Um congresso para os cartões Conseqüência da importância cada vez maior dos cartões para os bancos e para a economia, a Febraban realiza, há três anos, o Congresso Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento (CMEP), em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). A edição 2008, realizada no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo, nos dias 14 e 15 de outubro, teve como tema principal Cartões de Crédito: benefícios para o cliente e para o País. O evento contou com painéis a respeito, por exemplo, dos cartões sob a ótica macroeco- nômica, sustentabilidade e bancarização e ética na comunicação com o consumidor. O economista chefe da Febraban, Rubens Sanderberg, citou durante o CMEP o trabalho do BC no sentido de conter a pressão inflacionária, causada pela alta dos preços. “É claro que vamos sofrer alguns impactos, como a redução da taxa do crescimento do crédito, por exemplo. Mas, acredito que o Brasil está muito bem posicionado entre os emergentes para receber novos investimentos estrangeiros”. 2008 · NOVEMBRO 07 CIAB FEBRABAN 2008 Liliana Rojas acredita que falta de confiança no sistema bancário gera auto-exclusão e mais informalidade CAUTELA E TECNOLOGIA PARA TEMPOS DE CRISE Bancarização. Esse é o tema do Ciab Febraban 2009. Marcado para 17, 18 e 19 de junho, o evento contará com discussões a respeito de como a tecnologia contribui para o acesso aos serviços financeiros. A pesquisadora Liliana Rojas-Suárez, apresentou, no 3º Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (promovido em outubro pela Febraban) uma prévia desse debate. 08 NOVEMBRO · 2008 CIAB FEBRABAN 2008 Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, já diz o ditado popular que virou verso em música de Jorge Ben Jor. Mas, para manter os ganhos de bancarização na América Latina em tempos de crise financeira, a receita da pesquisadora Liliana Rojas-Suárez, presidenta do Comitê Latino-Americano de Assuntos Financeiros e pesquisadora do Center for Global Development, é cautela e Tecnologia da Informação (TI). A pesquisadora apresentou a versão atualizada de sua grande de casa tradicional: é fundamental manter os atuais índices macroeconômicos, pois não há mais linhas de crédito de fora para toda a América Latina. “Não estamos vivendo tempos normais. Isto é um freio à bancarização”. MENOS IMPOSTOS Neste quesito, o da macroeconomia, é necessário baixar os impostos sobre operações financeiras, antigo problema aqui aliado à burocracia. “O Brasil é o país que mais pede para os EUA e demais países industrializados são muito fortes. Sempre é bom não esquecer, adverte a pesquisadora, que 70% do consumo bruto é de consumidores finais e eles não estão comprando. “Pela primeira vez, em muitos anos, o consumo é negativo”. Apesar disso, Liliana posiciona: “não há sinais alarmantes, mas os bancos sabem o que virá”. Especialmente no Brasil, onde o que mais preocupa é o déficit de conta corrente. Segundo Liliana, é fundamental manter os atuais índices macroeconômicos, pois não há mais linhas de crédito de fora para toda a América Latina. “Não estamos vivendo tempos normais. Isto é um freio à bancarização”. pesquisa sobre os níveis de acessibi lidade a serviços bancários em toda a região. Em apenas dois meses, a crise econômica financeira internacional agregou novas variáveis ao quadro de bancarização na América Latina, como não poderia ser diferente. “Falta de confiança no sistema bancário gera auto-exclusão e aumento da informalidade, afetando a oferta e a demanda de serviços financeiros”, afirma. Por enquanto, não há muito que fazer além da lição documentos para, por exemplo, registrar propriedades e é caso extremo na América Latina em impostos”, lembra Liliana. Logo, espe cialmente no momento atual, é urgente a correção dos problemas fiscais. Falta muito que fazer em bancarização, mas os diálogos internos na região foram decisivos para avanços, entre 2006 e 2008. Apesar da instabilidade, Liliana informa que as projeções de recessão ATMS EM ALTA Apesar de avanços, a pesquisa sinaliza que os índices de bancarização dos países da região ainda estão bem baixos em relação aos dos países mais industrializados. Na América Latina apenas 34,65% da população adulta tem acesso aos serviços ban cários, enquanto que 96,8% nos países industrializados. O Chile lidera com 60% e o Brasil está ligeiramente acima da média da região, com 43%, mas deve fechar 2008 com 46%. 2008 · NOVEMBRO 09 CIAB FEBRABAN 2008 Um dos conjuntos de dados que começam a acelerar a bancarização na América Latina está na composição de agências por bancos públicos e privados. Em relação a agências de bancos públicos como percentual do total de agências do sistema, a Costa Rica lidera com 61,61%, seguida pelo Brasil (43,01%), e Argentina (36,9%). Por último, a Bolívia, com nenhuma. Nesse contexto, Brasil e Chile são os países com maior número de ATMs por 100 mil habitantes, 32 e 31,09 unidades respectivamente. Um aspecto que chama atenção é que a distância entre os países cresce cada vez mais. Os países latinos demonstram a preferência em expandir o número de ATMs do que implantar agências. Os que mais expressam esta realidade são Colômbia, México e Brasil. Em termos de acesso da população a serviços bancários, o Brasil encontra-se em quarto lugar com 43%, precedido de Chile (60%), Venezuela (49,47%) e Panamá (46%). O último colocado é a Bolívia, com apenas 8%. Para a pesquisa, o Brasil se encontra na faixa entre baixa e média taxa de acesso a serviços bancários, em cerca de 40%. Em termos de acesso médio e alto na faixa dos 50% a 60%, apenas está o Chile. destaca significativa acumulação de reservas internacionais e diminuição de exigências de financiamento externo (recompra de dívida). A pesquisa também levanta avanços e recomendações em fatores sociais. Entre os avanços, na Colômbia houve o aumento do microcrédito e no Peru o convênio entre a Superintendência Bancária e Ministério da Educação para capacitação de professores para a inclusão, na grade escolar, da disciplina de planeja- o Brasil é líder no uso de tecnologia bancária entre OS países da América Latina que disponibilizam serviços bancários via pontos de venda ou Internet, CHOQUES EXTERNOS Os principais obstáculos ainda presentes para a bancarização da Amé rica Latina são desequilíbrios macroeconômicos e financeiros, fatores sociais que limitam a atuação financeira, problemas oriundos de operação bancária, fragilidades institucionais e distorções regulatórias. Entre avanços significativos, são elencados a melhora de políticas macroeconômicas e a menor fragilidade em relação a choques externos. Deste último item, o estudo 10 NOVEMBRO · 2008 mento financeiro. Entre as propostas apresentadas, está a do Brasil em melhorias de treinamento de magistrados. DINHEIRO DIFÍCIL PARA PEQUENOS Um problema levantado pela pesquisa é o de que continua difícil o acesso a empréstimos pela pequenas e microempresas na região. Entre os quatro países destacados pelo estudo – Colômbia, Chile, El Salvador e Honduras – as grandes empresas continuam tendo acesso fácil, não apenas à linha de créditos nacionais e internacionais. A realidade fica mais difícil para o restante do mercado – quanto menor a empresa, menos di nheiro disponível. Em percentuais, pequenas e médias empresas oscilam, por país, de 14% a 26%. Já as micro, de 6% a 8% apenas. O estudo aponta que o custo de monitoramento como porcentual do valor do empréstimo é maior para as menores do que para grandes empresas, envolvendo custos fixos bancários e custos variáveis altos em “visitas” à microempresa. Além disso, o risco de concessão de crédito é maior em pequenas empresas do que para as grandes. Entre outros elementos para esta situação, está a heterogeneidade das pequenas, médias e microempresas (limita o uso de credit scoring para estas últimas), informalidade na falta de transparência dos balanços, baixo nível de cultura financeira e falta de diversificação de fontes de receita. É POR AQUI Um caminho das pedras é sinalizado pela pesquisa. Para obter crédito, quais os quesitos mais importantes? Para as grandes empresas, os mais importantes são os balanços contábeis e estados de perdas e ganhos. Estas empresas não enfrentam obstáculos de ordem social. Já para as pequenas, médias e microempresas, é importante a informação sobre o devedor: registros de crédito ou coleta direta de bancos. Nesta esfera, os obstáculos sociais (informalidade, baixa cultura financeira) tornam os balanços não confiáveis. Em metade dos países da América Latina, mais de 70% dos bancos possuem unidades especializadas em créditos a pequenas e médias empresas. A porcenta- CIAB FEBRABAN 2008 Na América Latina poucos bancos utilizam credit scoring para os riscos de crédito em pequenas e médias empresas. Aqui, Liliana aponta que o alto nível de informatização dos bancos brasileiros ajuda de forma decisiva a resolver este problema gem cai para 38% dos países no caso de cessão de microcréditos. Na me tade dos países da região, menos de um terço dos bancos utilizam credit scoring para os riscos de crédito em pequenas e médias empresas. Aqui, Liliana aponta que o alto nível de informatização dos bancos brasileiros ajuda de forma decisiva a resolver este problema. Pois, cada vez mais o cliente é mais bem visto e avaliado pela instituição financeira, fazendo os serviços serem realizados de forma mais competente e em prazos mais curtos. EFICIÊNCIA DOS BANCOS Aspecto dos mais importantes abordados na pesquisa é o de problemas relacionados a operação bancária. Há muito que melhorar na eficiência dos sistemas bancários da região. A diferença entre os países ainda é muito grande. O Chile aparece em excelência numa ponta e, na outra, a Argentina. Em gastos de administração e ativo rentável médio em percentuais, o Chile encabeça com 2,42%, seguido de Brasil (2,51%), El Salvador (3,20%) até o último colocado com México (6,07%). Já outra coluna bem ilustrativa aborda gasto de operação e margem financeira total. A Argentina aparece em primeiro lugar com 94,64%, na seqüência com Costa Rica (92,74%), Brasil (92,48%), Bolívia (85,92%) até Chile (55,32%). Entre os obstáculos institucionais, a pesquisa localizou os problemas de maior importância na região: as travas burocráticas, a falta de proteção a direitos dos credores e deficiências nos registros de propriedade. As associações bancárias do Peru, Equador, Nicarágua e Guatemala registram maiores problemas institucionais que afetam a bancarização. Fica claro na pesquisa que os avanços em regulação e supervisão na região são muito importantes, especialmente na conquista da estabilidade financeira. Contudo, ainda há uma série de regulações (ou falta delas) que atrapalham o acesso aos serviços financeiros. 2008 · NOVEMBRO 11 CIAB FEBRABAN 2008 Os super-DOCs, além de la fro Estima-se que vivam, nos Estados Unidos, cerca de 10 milhões de imigrantes mexicanos. É uma força de trabalho com influência econômica e política, nos Estados Unidos e no próprio México. E, assim como os dekasseguis brasileiros que vivem no Japão, esses trabalhadores enviam, todos os anos, milhões de dólares para seus familiares, do outro lado de ‘la frontera’. Criar um sistema de pagamentos que permitisse a transferência rápi da, segura e a bai xo custo dessa montanha de dinheiro – geralmente distribuída em milhões de transa ções de baixo va lor – foi, para o Federal Reserve (FED, o banco central dos Estados Unidos) e o Banco de Mexico (seu 12 NOVEMBRO · 2008 correlato no México), um enorme desafio. O sistema, batizado de ‘Directo a Mexico’, foi apresentado no Ciab Febraban 2008 pela representante do FED de Atlanta (EUA), Elizabeth Mcquerry. bancos centrais anunciaram a conexão dos sistemas de pagamento. A partir de fevereiro de 2004, as instituições financeiras dos EUA associadas puderam enviar pagamentos eletronicamente a contas bancárias localizadas no país vizinho, se beneficiando do serviço que usa um modelo híbrido entre os sis- temas de pagamen to dos dois países. Sua apresentação prática acabou por ser a mais simples possível, em quase tudo semelhante ao formato Swift. Elizabeth McQuerry, do FED, apresentou sistema que permite envio eletrônico de depósitos dos EUA para o México Embora tenha sido lançado oficialmente em 2005, o sistema existe desde 2003 – ano em que os dois COOPERAÇÃO POLÍTICA O objetivo era transformar os pagamentos internacionais em operações tão simples quanto os pagamento domésticos. “As soluções começaram a ser desenvolvidas em 1999, inicialmente para o Canadá”, conta Elizabeth. Posteriormente, o FED agarrou a CIAB FEBRABAN 2008 ntera oportunidade de cooperação política e de processos com os mexicanos, no sentido de compatibilizar os sistemas de pagamentos. Hoje, o serviço registra a média diária de 28 milhões de pagamentos, quase a totalidade constituída de operações de baixo valor. As transações passam pela fedACHA (a câmara de compensações do FED americano), que mantém links com o Banco de México e já previa pagamentos internacionais. “Começamos a melhorar as previsões de chegada das transações no México. Atualmente, um depósito realizado nos EUA é disponibilizado para o banco no mesmo dia e para o cliente localizado no México no dia útil seguinte”, informa Elizabeth. O CÂMBIO FIXO A FIXO A executiva do FED avalia que as transações transnacionais são complicadas pelo número de agentes que participam do processo. “Na maioria dos casos, são operações caras para o cliente e onerosas aos bancos; assim encontramos instituições financeiras que chegam a cobrar de US$ 30 a US$ 50 apenas para serem o correspondente internacional”. Para as pretensões do Directo a México, era impossível conviver com isso. Então, os gestores conseguiram uma espécie de unificação do câmbio no âmbito de sua operação e o chamaram de fixo a fixo. “Ganhamos um dia, pois podemos dispensar a figura do correspondente internacional, com o câmbio embutido no processo e proporcionando ganhos importantes com o alto volume”. LIBERDADE PARA OS BANCOS “Os bancos são nossos clientes e apresentam o Directo aos seus correntistas com liberdade para agregar valor e facilidades próprias”. As ins tituições podem escolher o quanto cobrar pelas operações de câmbio (quantos pesos mexicanos serão pagos no México por cada dólar depositado nos EUA), mas geralmente aproveitam essa estrutura que oferece um custo muito baixo. O spread cobrado no sistema do Directo é o orgulho de seus gestores. “Nosso spread máximo é de 0,21% do valor da transação. E, mais importante, na maioria das vezes as transações são de baixo valor”, diz Elizabeth. BANCARIZAÇÃO O sistema, como está estruturado e valendo-se do seu portal, oferece acesso eletrônico a mais de 41 milhões de contas de bancos comerciais mexicanos e mais algumas oriundas de instituições não bancárias. O Directo a México opera com o SPEI (Sistema de Pagamentos Eletrônicos Interbancários) similar mexi-cano ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O sistema está disponível nos caixas eletrônicos (estimativas apontam que existam mais de 27 mil naquele país); através de compras com cartões de débito (operantes em mais de 340 mil terminais de ponto de venda); além de ser encontrado em qualquer banco mexicano ou filiais das instituições americanas. 2008 · NOVEMBRO 13 CIAB FEBRABAN 2008 A mais significativa mudança em meios de pagamento, desde a padronização dos boletos e a inserção de códigos de barras, vai criar novo modelo de negócios vem aí o DDA A Febraban, em parceria com várias associações, criou o projeto DDA (Débito Direto Autorizado), que abre a possibilidade do trâmite totalmente eletrônico de boletos comuns de cobrança. No painel “Meios de Pagamento” do Ciab Febraban 2008, André Rodrigues Cano, diretor da Febraban e representante do Bradesco, adiantou detalhes do DDA que vai permitir a apresentação de títulos de cobrança, como mensalidades escolares, aluguéis, condomínio e outros de forma eletrônica. “Se trata da apresentação eletrônica das faturas em papel, criando um sistema que permitirá que todos os compromissos de pagamento sejam recebidos eletronicamente por meio dos bancos de relacionamento dos clientes, pessoas físicas ou jurídicas. Fora essa inovação, a formatação atual dos pagamentos fica preservada”, explicou Cano. O projeto é um trabalho conjunto da Febraban com diversas associações: a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), a Associação Nacional de Bancos (ASBACE), a Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI); e a Câmara In- 14 NOVEMBRO · 2008 terbancária de Pagamentos (CIP), que concentra a estrutura tecnológica. O projeto tem um comitê gestor, já tem três anos de debates sobre sua padronização e marcou para outubro de 2009 o lançamento dos boletos eletrônicos aos correntistas. MENOS UM BILHÃO DE BOLETOS DE PAPEL Participam do projeto todos os 129 bancos que compõem a compensação dos sistemas de cobrança. Essa movimentação trará um benefício sócio-ambiental que interessa à sociedade. “Mais de 2,36 bilhões de boletos em papel são processados atualmente (crescimento de 30% no ano)”, ponderou Cano. A meta é atingir 50% dos boletos em três anos. Ou seja, se espera que metade da rotina de pagamentos seja feita de forma eletrônica. “Mesmo desprezando o aumento do número de boletos, teremos significativa redução de papel”, garantiu. A conta impressiona. “Deixa- CIAB FEBRABAN 2008 remos de cortar 18,2 mil árvores ao ano, além da economia na fabricação do papel, no consumo de energia e emissão de CO2”. A Febraban estima que o Brasil deixe de consumir aproximadamente 590 milhões de litros de água e 29,5 milhões de KW/hora. “Evitaríamos a emissão de 1,87 milhão de quilogramas de CO2 um dos vilões do aquecimento global. O CO2 ainda provoca doenças respiratórias que geram enormes despesas à sociedade. O projeto tem uma função sócio-ambiental fundamental”. Conforme avançará a adesão ao DDA, esses benefícios Quando o DDA entrar em vigor, os sacados escolherão os bancos de seu relacionamento que comunicarão à CIP a escolha. Os bancos dos cedentes (que receberão os recursos) verificarão se os clientes são sacados eletrônicos; se forem, gerarão faturas eletrônicas e as enviarão ao DDA, que as armazenará. Já os bancos dos sacados (de onde sairão os recursos) disponibilizam aos seus clientes a consulta ao DDA. Os sacados efetuam os pagamentos da melhor forma que convier, mantendo-se a forma atual. A adesão ao sistema será rigorosamente voluntária. SEGUNDO ANDRé CANO, DA FEBRABAN, BOLETO ELETRÔNICO VAI REDUZIR CONSUMO DE PAPEL E DE ENERGIA, ALéM DE DIMINUIR EMISSÃO DE CO2 são multiplicados. “Se considerarmos que, em certo tempo, processaremos eletronicamente dois bilhões de boletos”, explica Leonardo Ribeiro, integrante do Projeto DDA na Febraban e superintendente executivo do Banco Real. “O País economizaria até um bilhão de litros de água e outros 45 milhões de KW ao ano (igual ao consumo de uma cidade de 190 mil habitantes. FUNCIONAMENTO E SEGURANÇA Atualmente, os bancos cedentes (detentores do crédito em cobrança) emitem os boletos em nome das pessoas físicas ou jurídicas, os sacados. Esses vão às agências e realizam os pagamentos. 2008 · NOVEMBRO 15 CIAB FEBRABAN 2008 CONCORRÊNCIA O desenvolvimento partiu de premissas que preservam o atual formato e oferecem flexibilidade para se manter a concorrência entre os bancos. Além de poder escolher mais de um banco, o cliente poderá solicitar o seu descadastramento a qualquer momento. Preservando o formato de funcionamento atual dos boletos, se manteve a forma de pagar faturas em atraso, exigindo se dirigir ao banco cedente. O DDA oferece o mesmo padrão de segurança do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), um extraordinário avanço de segurança considerando-se a manipulação que documentos em papel sofrem; além de trabalhar papel desaparecem. O meio eletrônico permite que os bancos trabalhem com segurança máxima, potencializada pelo desenvolvimento técnico obtido. A CIP anunciou o resultado da concorrência para a escolha da empresa que irá contribuir com o desenvolvimento de sistemas; licenças de software; gestão de parte operacional e data centers. A brasileira TIVIT, do Grupo Votorantim, foi a vencedora. “Os bancos estão investindo em sistemas próprios para que possamos ter o primeiro DDA em circulação em outubro de 2009”, declarou Joaquim Kavakama, diretor da CIP. O contrato com a TIVIT prevê nove anos de duração, MODELO ATUAL Entrega das faturas com emissão do bloqueto em papel SACADOS BANCO A CEDENTE A BANCO CEDENTE A BANCO B CEDENTE B PESSOA FÍSICA BANCO CEDENTE B cedentes emitem 1 Bancos os títulos em papel 2 Enviam aos sacados MODELO PROPOSTO COM O DDA PESSOA JURÍDICA BANCO C o banco 3 Escolhem para pagamento CEDENTE A BANCO CEDENTE A CEDENTE B BANCO CEDENTE B Apresentação eletrônica das faturas com mensagens XML e informações on-line, conhecidas do correntista brasileiro familiarizado com a Internet. “O DDA terá um impacto grande no aumento da segurança do sistema financeiro nacional”, avaliou Cano. Os boletos em papel são suscetíveis às fraudes mais comuns, como adulteração. Essas formas de fraudes em 16 NOVEMBRO · 2008 sendo o primeiro para o desenvolvimento e os restantes na operação e uso de data centers. Será usado um padrão de plataforma baixa para a expansão escalável do sistema. BENEFÍCIOS DIRETOS E INDIRETOS Para as pessoas físicas, o benefício na redução da rotina de pagamento será considerável, como na operação de CIAB FEBRABAN 2008 digitar o código de barras, pois o DDA exigirá um único clique. Além da impressão, manuseio e arquivamento de todos os documentos. “Mas, pensem nas empresas que têm centenas, milhares de boletos por dia, como todo esse processo será facilitado”, enumera Cano. Os ganhos na agilidade de cobrança serão enormes. Hoje, o boleto é manuseado, impresso, entregue ao correio. O DDA envia o boleto no mesmo dia, dando mais eficiência. Além disso, o desenvolvimento do sistema está integrando os principais sistemas ERP (gerenciadores de negócios) do mercado. Também trará vantagens para as agências. O totalmente eletrônico DDA vai reduzir filas; além de incentivar, educar e facilitar a adoção do Internet Banking. VALOR AGREGADO Cada banco é livre para apresentar aos clientes seus próprios serviços DDA, agregando valor ao projeto geral, como oferecer pagamentos dessa forma em ATMs, nas agências, e outras facilidades, como usar telefones. Para manter essa perspectiva de concorrência, o sistema DDA é multicanal, prevendo agência, ATMs, Internet ou telefone. “O projeto DDA nos coloca novamente em posição de vanguarda mundial, como ocorreu no lançamento do SPB em 2002”, disse Cano. BANCO A INVESTIMENTOS Atualmente, tanto a CIP quantos os bancos desenvolvem sistemas para o DDA. Segundo Kavakama, os investimentos da CIP se dividem em R$ 20 milhões em estrutura e desenvolvimento e o contrato com a TIVIT que tem um piso assegurado de R$ 77 milhões. O total é estimado em R$ 83 milhões, considerada a intersecção entre CIP e TIVIT no desenvolvimento. Os bancos iniciam o esforço na mudança dos sistemas de cobrança, desenvolvimento de interfaces e na comunicação com clientes, e investimentos em marketing para apresentação de seus serviços DDA. O esforço vai compensar, pelo grande impulso na agilidade de negócios. A história dos meios de pagamento comprova: foi eliminado um custoso trâmite de documentos quando (na década passada) se agregou o código de barras aos boletos em papel. Anteriormente, o próprio boleto foi uma grande mudança, substituindo diferentes instrumentos como duplicatas, promissórias, letras e recibos. Para Leonardo Ribeiro, a abrangência do DDA é igual à do SPB. “Os bancos estão investindo em serviços que serão agregados; em formas de comunicação com o cliente incluindo ATMs, celulares, etc. O céu é o limite para serviços DDA; é um novo modelo de negócios”, concluiu. SACADOS BANCO B BANCO C bancos dos cedentes verificam se o cliente 1 Os é um sacado eletrônico, geram a fatura eletrônica e a enviam ao DDA 2 O DDA armazena todas as faturas eletrônicas PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍDICA do sacado consulta no DDA os títulos 3 Odosbanco seus clientes sacados eletrônicos e os apresenta nos diversos canais disponíveis. sacados efetuam o pagamento dos seus títulos 4 Os eletrônicos através dos canais eletrônicos disponibilizados por seu banco 2008 · NOVEMBRO 17 CIAB FEBRABAN 2008 CARTÕES Raio x de um crescimento exponencial O Ciab Febraban 2008 também reservou espaço para importante palestra e debate com Felix Cardamone, representando a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), e a indústria de cartões – responsável pelo movimento mais decisivo de mudança nos meios de pagamento brasileiro nesses últimos períodos. Cardamone, diretor-executivo do Banco Real, deixou a presidência da ABECS em setembro, quando foi substituído por Aldemir Bendine, executivo do Banco do Brasil. No período à frente da associação, Cardamone foi responsável por importantes avanços que ajudaram a aumentar a presença dos cartões na economia brasileira – veja matéria na página 5. Esse mercado cresce em todas as direções: multiplica serviços e alcança todas as camadas sociais, aproveitando todas as oportunidades. 18 NOVEMBRO · 2008 CRESCIMENTO COM CRISE Apesar da crise financeira, Bendine, atual presidente da ABECS, avalia que o mercado de cartões brasileiro (formado pelos cartões de crédito, de débito e de lojas - Private Label) deve movimentar, em 2008, cerca de R$ 380 bilhões. Em 2007, esse total chegou perto de R$ 310 bilhões. “Nos últimos anos, o crescimento do mercado tem atingido a marca de 20%. Em 2008, até agora, temos registrado um crescimento de 23%”. CIAB FEBRABAN 2008 O FIM DO MATA-BORRÃO Atualmente, não há região do Brasil que não seja atendida pelo sistema eletrônico de cartões e todo o trâmite exigido pela rede de uma operadora é cumprido em oito segundos, em média. “Os velhos mata-borrões não existem mais”, sentenciou Cardamone. Ou seja, esse é o prazo para que o consumidor utilize um terminal no estabelecimento conveniado, contado desde que sua mensagem seja enviada para o credenciador. Posteriormente, deste para a bandeira (seja Visa, MasterCard etc.) que, por sua vez, retorna a mensagem de aprovação da transação e emite o comprovante de venda (CV). O complemento da operação é transparente: os estabelecimentos recebem, em média, 30 dias depois; e os consumidores têm a facilidade de pagar com cerca de 28 dias de carência. DINHEIRO PLÁSTICO No embalo dessas facilidades, os consumidores brasileiros já detêm cerca de 481 milhões de unidades de dinheiro de plástico em seus bolsos, segundo números de setembro, divulgados pela ABECS. Nesse mesmo período, foi atingida a marca de 515 milhões de transações. Isso pode significar que, por meio dos cartões e de sua rede trafegarão até 30% de todo o PIB brasileiro, considerando o número alcançado no ano passado. MERCADO POTENCIAL O crescimento robusto da indústria brasileira de cartões, no entanto, não se mede apenas pelos resultados atingidos, mas pelo potencial ainda inexplorado que apresenta. “A média de transações por unidade de cartão de crédito, no País, é de 11,8 ao ano; ou seja, ainda abaixo da média mundial”, avaliou o ex-presidente Cardamone, referindo-se à média de países com economias de dimensões semelhantes às locais. Até setembro, em termos de faturamento, os cartões de débito avançaram 30% sobre 2007, com R$ 77,5 bilhões em transações. O segundo maior crescimento foi dos cartões de crédito com avanço de 22% e R$ 157,5 bilhões movimentados, seguido pelos Private Label, alta de 19% e um faturamento ao longo deste ano de R$ 38 bilhões. 2008 · NOVEMBRO 19 CIAB FEBRABAN 2008 Quantidade de cartões no Brasil (2008 até OUTUbro*) Em Unidades Evolução 2007/2008 CARTÕES DE LOJAS E REDES (PRIVATE LABEL): 167 milhões 19% CARTÕES DE DÉBITO: 214 milhões 8% CARTÕES DE CRÉDITO: 107 milhões 19% Fonte: ABECS *previsão O crescimento que o mercado atravessa, nos últimos 10 anos, se deve à capacidade da indústria de agregar novas funcionalidades ao progressivo e completo processo de tornar todo o sistema eletrônico e rápido; além do ambiente de crescimento e estabilidade econômica. Agora é a hora de diversificar ainda mais. SORVETEIROS, TAXISTAS E FEIRAS Cardamone relatou o sentido da diversificação. “No último verão paulista, vimos terminais de cartões nas mãos de sorveteiros; estamos chegando às feiras livres, ajudando nas vendas porta-a-porta e facilitando a vida de muitos taxistas”. Ele afirmou que a indústria dos plásticos quer é proporcionar cada vez mais comodidade, mesmo nos tickets de valor mais baixo, travando uma guerra sem quartel contra o dinheiro em papel. FORTE INOVAÇÃO Cardamone enumerou as funcionalidades dos cartões que fizeram mais sucesso junto ao consumidor. “O parcelamento disponível para a loja concorre com os cheques pré-datados”. Além disso, os cartões, atualmente, podem dar troco, viabilizando o saque de dinheiro através dele. Hoje, já existem os cartões segmentados como o vale-pedágio, vale-combustível, refeição e para recarga de celulares e, ainda, os que proporcionam facilidades em estabelecimentos de correspondentes não bancários. Outro de muito sucesso é o cartão de débito, que realiza operações pré-datadas. “A maior facilidade de acesso, aliada aos múltiplos produtos disponíveis, aumenta o fluxo e os negócios nos estabelecimentos que – por sua vez – alimenta o contínuo crescimento de toda a indústria”, sintetizou Cardamone. Bendine, da ABECS, afirma que o mercado Ao mesmo tempo, nesses últiCARTÃO PARA AS brasileiro de cartões deve movimentar, em 2008, cerca de R$ 380 bilhões PEQUENAS E MÉDIAS mos períodos, registrou-se o surgimento de muitas banO sucesso das novas funcionadeiras novas. Essas, apesar de várias terem operações na- lidades não atinge apenas o consumidor final, mas agrecionais, trouxeram a novidade de serem regionais, gam valor ao universo empresarial. Cardamone citou a trabalhando o cliente de forma localizada e expandindo trajetória ascendente do Cartão BNDES, do Banco Nadecididamente o escopo da rede. cional de Desenvolvimento Econômico e Social. 20 NOVEMBRO · 2008 CIAB FEBRABAN 2008 O Cartão BNDES surgiu em 2003 com o objetivo de oferecer financiamento simplificado de bens de produção para micro, pequenas e médias empresas. Mas é também nos últimos períodos que vem registrando intenso crescimento na esteira da diversificação de novos itens passíveis de financiamento e novos serviços. público, que a indústria acredita, não será gravemente afetado pela atual crise, é o que mais empolga o setor. “O surgimento de novo mercado é o principal responsável pelo crescimento previsto para o número de cartões especificos de lojas e redes para até 247 milhões de unidades”, declarou. Assim, o Cartão BNDES ostentava, ao cabo de nove meses de 2008, nove mil fornecedores credenciados, que oferecem mais de 90 mil itens financiáveis no seu Portal de Operações (www.cartaobndes.gov.br). Já haviam sido habilitados mais de 143 mil cartões, para os quais o limite de crédito disponibilizado pelos bancos emissores (Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) é superior a R$ 4 bilhões. Desse montante, quase R$ 1,5 bilhão foi efetivamente utilizado em todo seu período de vida comercial. Cardamone contou que uma porcentagem de 33% sobre o número de estabelecimentos está sendo credenciado, o que faz saltar ainda mais o potencial de crescimento. Essa realidade traz alguns desafios como a criação de uma comunicação eficiente com o público das classes C e D. Os desafios atuais para a indústria não páram por aí. É condição para manter o nível de crescimento investir na maior transparência no relacionamento com os consumidores; além de estimular o uso consciente do cartão, combatendo a compra compulsiva e construindo carteiras saudáveis na direção da sustentabilidade geral do negócio. TAXA DE JUROS ATRATIVA Somente nestes nove primeiros meses do ano, já foram desembolsados R$ 550 milhões, em aproximadamente 40 mil operações, desfrutando de sua atrativa taxa de juros que atualmente está em 1,14% ao mês. O resultado é um crescimento de mais de 50% em relação a igual período do ano passado. O desempenho levou o banco a rever sua projeção total de desembolsos para 2008, elevando-a de R$ 750 milhões para R$ 800 milhões. COMPARTILHAMENTO Cardamone diz que a indústria dos plásticos quer proporcionar cada vez mais comodidade aos usuários O ticket médio unitário é de R$ 14,5 mil por operação, valor alto para os padrões da indústria brasileira de cartões, mas baixo para os padrões do BNDES, que pretende continuar sua expansão. O cartão não tem anuidade; oferece pagamento facilitado em até 36 parcelas fixas; e não exige garantia real para o crédito rotativo préaprovado, de até R$ 250 mil por cartão emitido. NOVO PÚBLICO O crescimento da utilização de cartões pelas classes C e D mais que dobrou nos últimos dois anos. Esse novo O projeto de compartilhamento de POS (terminais para a realização de operações com cartões, nos estabelecimentos comerciais) também ganha asas: em maio desse ano já se registravam no Brasil dois mil desses terminais ponto de venda compartilhados. E o mês de junho se encerrou com 7,8 mil unidades. Atualmente, o setor também está investindo em lançamento de serviços para os mercados de taxistas, entregadores de gás e de delivery (pizzas, remédios etc.). O lançamento mais esperado do mercado de cartões é o do Código de Ética e de Auto-Regulação do mercado que evita práticas que prejudiquem a imagem da indústria perante o mercado. Segundo Bendine, o atual presidente da ABECS, os trabalhos para finalização do código estão em andamento. O código deve ser aprovado até novembro de 2008 e passará a vigorar a partir de janeiro de 2009. 2008 · NOVEMBRO 21 CIAB FEBRABAN 2008 OUTSOURCING DE OLHO NAS QUESTÕES AMBIENTAIS Preocupações com custos e origem da energia come çam a fazer parte das agendas do setor de Tecnologia O Brasil é, hoje, uma das três gran des opções globais para outsourcing de Tecnologia da Informação (TI) e telecomunicações – as outras duas são Índia e China. A importância disso é que o mercado mundial de serviços de TI chega a US$ 1,2 trilhão, dos quais U$S 70 bilhões são produzidos por nações como a Índia, fora dos países desenvolvidos. Mas a Índia tem demonstrado certo sinal de cansaço. É daí que surge a oportunidade do Brasil. Essas considerações foram feitas por Antonio Carlos Rego Gil, presidente da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços 22 NOVEMBRO · 2008 para Exportação) durante a abertura do painel Green IT, realizado no Ciab Febraban 2008. Mas o que, afinal, tem o outsourcing que ver com meio ambiente? Gil pondera que existe uma grande preocupação global com questões como aquecimento global, preservação do ambiente e consumo e custo de energia. “Semanalmente, recebo representantes de empresas internacionais que estão buscando alternativas para instalar seus data centers, e encaram o Brasil com uma das principais alternativas. Porém, esses executivos se preocupam muito com o custo e a limpeza da energia”. A decisão a respeito de investimentos em outsourcing passa, portanto, pela questão ambiental. DESAFIO À VISTA Aerton Paiva, diretor da Apel Consult, diz que está diante de um enorme desafio. “Trabalho com sustentabilidade há sete anos. Mas, hoje, preciso mostrar para as empresas que existe um caminho de desenvolvimento que não é só econômico, mas pode ser focado também nos resultados sociais e ambientais. Essa não é uma forma tradicional de se encarar o desenvolvi- CIAB FEBRABAN 2008 mento. Durante centenas de anos, o pensamento foi diferente”. Para dar exemplos, Paiva citou alguns dados relevantes. Um deles é o de que 15% do efeito estufa causado pelas empresas, em geral, é oriundo de produtos e processos de computação eletrônica. “Na linha de produção, se gasta 1,8 tonelada de materiais para fabricar um computador com LCD de 17 polegadas. No ano passado, tivemos cerca de 300 milhões de computadores obsoletos no mundo todo”. se enxerga que os desequilíbrios sociais geram aumento do custo país e redução da base de consumo, que no final acaba em redução de resultados econômicos. Por outro lado, os desequilíbrios ambientais levam a uma escassez de matérias-primas Para Antonio Gil, da Brasscom, o Brasil é, hoje, uma das três grandes opções globais para outsourcing de Tecnologia da Informação (TI) O QUE É SUSTENTABILIDADE? Paiva afirma que os consumidores (em especial os brasileiros) ainda não sabem do que se está falando, quando o assunto é sustentabilidade. De acordo com pesquisa feita pela GlobeScan e Market Analysis, apresentada pelo consultor, a maioria dos consumidores confunde sustentabilidade com filantropia ou boa gestão. Um estudo apresentado pelo consultor partia da seguinte pergunta: “o que uma empre sa deve fazer para que você a considere socialmente responsável?” No Brasil, para a maioria dos entrevistados (25%), a melhor resposta era: “tratar de forma justa seus empregados.” Logo em seguida, com 19%, veio a resposta: “fazer doações ou caridade”. Paiva mostrou, ainda, que o tema precisa avançar também nas empresas. “É preciso mostrar que essa preocupação é necessária, é para todos (empresa, governos e sociedade) e que traz resultados”. Segundo Paiva, existe ainda um certo economicismo míope, no qual não de energia inteligente. Paiva comentou que hoje, alguns grandes data centers podem consumir a energia de cidades inteiras. Na opinião de Steve Cumings, executivo da HP, as empresas devem incentivar encontros virtuais e operações de trabalho Cumings, da HP, diz que as empresas devem incentivar encontros virtuais e operações de trabalho que não envolvam locomoção física e também gera aumento de custo e redução de resultados econômicos. Paiva falou também das doenças que alguns elementos usados pela indústria eletroeletrônica podem causar. MUITA ENERGIA Outro participante do painel Green IT, o executivo Adrian Blanco, da IBM, citou o fato de que cerca de 70% dos atuais data centers do mercado foram construídos antes de 2001 e não possuem capacidade tecnológica suficiente para um gasto que não envolvam locomoção física, a fim de poupar energia. Como parte da estratégia para redução de consumo energético da HP, Cummings propõe medidas como o aumento da refrigeração inteligente dos data centers. Assim, a energia pode ser direcionada para setores mais críticos. “As empresas devem rever a arquitetura de seu servidor, implantar ambientes blade de compartilhamento de energia e promover uma constante avaliação térmica do sistema”, concluiu Cummings. 2008 · NOVEMBRO 23 CIAB FEBRABAN 2008 O QUE O CIAB TEM DE M A organização do Ciab Febraban costuma realizar, no último dia do evento, um painel especial com os principais destaques de todos os debates. Trata-se de uma instigante discussão sobre tendências da Tecnologia da Informação (TI), futuro dos bancos e, em última análise, o futuro do próprio Ciab. Na edição 2008 não foi diferente. Em sua última participação como diretor setorial de Tecnologia da Febraban, Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, o Karman, comandou a discussão com executivos de TI dos bancos e jornalistas especializados. “Nosso objetivo, aqui, é identificar os pontos mais importantes em cada um dos painéis. Assim, conseguimos montar uma pauta de trabalho para o Ciab 2009 e uma pauta interna para a Febraban”, explicou Fonseca. A seguir, algumas considerações dos especialistas a respeito do que viram e ouviram durante os vários painéis do Ciab 2008. M-PAYMENT Como a tecnologia 3G será utilizada para aperfeiçoar o relacionamento dos bancos com seus clientes? Esta é, na opinião do gerente de TI da Nossa Caixa, Wilson Inácio Nunes, uma das principais questões e um dos principais debates aprofunda- 24 NOVEMBRO · 2008 CONTINUIDADE DE NEGÓCIOS Delfino Natal de Souza, Superintendente Nacional da Caixa dos no Ciab 2008. “Essa nova tecnologia permitirá uma interação do cliente com o banco por meio de imagens. Acredito também no mobile como instrumento social, que pode reduzir o volume físico de dinheiro em circulação, trazendo mais segurança para a população”. Odair Garcia, gerente de TI do Banco do Brasil, considera necessário fortalecer a visão de que todos os processos envolvidos na questão de continuidade de negócios e não apenas a área de TI. Para confirmar essa necessidade, Fonseca, coordenador geral do Ciab Febraban 2008, lembrou os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. “Muitas empresas tinham instalações e sites de backup, mas ficaram sem ninguém para trabalhar, pois todos estavam no mesmo lugar e ao mesmo tempo”. GREEN IT O CIO do JP Morgan, Keiji Sakai, fez questão de lembrar que a questão de Green IT envolve fatores econô micos muito fortes. Para isso, ressaltou alguns números. “Até 2007, foram descartados cerca de 300 milhões de computadores. Cada um CIAB FEBRABAN 2008 ELHOR consome 1,8 tonelada de matériaprima para ser fabricado. Previsões indicam que, entre 2007 e 2010, mais um bilhão de computadores serão fabricados. Isso é um problema ambiental para se preocupar”, afirma Sakai. E ele foi mais longe. “Hoje, um data center consome energia equivalente a um município de 40 a 50 mil habitantes”. ATENDIMENTO A CLIENTES Delfino Natal de Souza, superintendente Nacional da Caixa Econômica Federal, acompanhou o painel sobre atendimento a clientes e destacou a divulgação de uma pesquisa feita com 1.269 clientes, que indicou que 87% ainda usa o caixa das agências por algum motivo. “Isso indica que as agências não vão acabar”, afirmou Fonseca, da Febraban. Além disso, cerca de 47% dos pesquisados são clientes de mais de um banco. Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, coodenador geral do Ciab Febraban 2008 ESPAÇO INOVAÇÃO “Nós temos excelência. Há desenvolvimento de software e aplicações no Brasil capazes de ser comprados pelos bancos brasileiros, que podem concorrer com grandes fornecedores”. Essa foi a conclusão da jornalista Ana Paula Lobo, editora do site Convergência Digital, depois de visitar o Espaço Inovação. Porém, ela ressalva que as empresas de menor porte lutam com a questão da sobrevivência, têm muitas dificuldades e enfrentam bravamente, por exemplo, a questão dos impostos. BANCO DO FUTURO Marcos Cantarino, diretor da revista Relatório Bancário, acompanhou o painel que tratou do banco do futuro. Ele destacou os cenários apresentados pelo especialista Edson Fregni, a tendência de uma interação mais humana, a nova segmentação das instituições, a manutenção das alianças entre as instituições e a cla- 2008 · NOVEMBRO 25 CIAB FEBRABAN 2008 reza na estratégia dos canais de atendimento aos clientes. LEGISLAÇÃO Para Agostinho Gouveia, superintendente Nacional do Banco Real, a boa notícia em relação à legislação é a criação da lei que tipifica os crimes virtuais. “Levamos quase oito anos para conseguir isso. A lei vai favorecer todos os envolvidos com as negociações virtuais”. MUNDOS VIRTUAIS O jornalista Guido Orlandi Jr., editor do portal VoIT, após acompanhar o painel comandado por Jean Paul Jacob disse que bancos e operadoras precisam ficar atentos ao tesouro incalculável que representa a mobilidade nas mãos da geração jovem. “O telefone virou um objeto pessoal. O jovem entra agora no sistema financeiro. Então, existe uma grande possibilidade de explorar esse movimento”. MEIOS DE PAGAMENTO O anúncio do projeto DDA (Débito Direto Autorizado), que se propõe a substituir totalmente os tradicionais boletos de pagamento em papel, foi feito durante o Ciab 2008. Na opinião de Guilherme Berriel, editor da revista Executivos Financeiros, esse é um importante passo para a modernização dos processos de cobrança. VISÃO ESTRATÉGICA DE TI Acompanhando o painel que tratou sobre a visão estratégica da indústria de TI, Delfino Natal de Souza, da Caixa, garantiu que, nos dias de hoje a indústria brasileira está globa lizada. “Isso mostra a maturidade da informatização do sistema financeiro nacional”. Fonseca, da Febraban, lembrou que o processo de inovação foi puxado, há alguns anos, pelos mainframes. Depois, vieram os microcomputadores. Agora, esta- 26 NOVEMBRO · 2008 mos na era da geração Google, da Web 2.0 e da mobilidade, com os celulares se transformando em verdadeiros computadores de mão. CERTIFICAÇÃO DIGITAL Ana Paula Lobo, da Convergência Digital, avalia que os números apresentados durante o Ciab 2008 confirmam que a certificação digital “pegou” no Brasil. Em maio de 2008, as operações da Receita Federal feitas com certificação chegaram a 70 milhões. Até o fim de 2008, a expectativa é ultrapassar as 100 milhões de operações. “Esse movimento está sendo impulsionado pelo mercado corporativo”. Agostinho Gouveia, superintendente nacional do Banco Real GERENCIAMENTO DE RISCOS OPERACIONAIS Para Wilson Inácio Nunes, da Nossa Caixa, o gerenciamento de riscos é uma questão de processos. “Se a empresa não conhece seus processos e não tem esses processos desenhados adequadamente, com certeza, terá dificuldade para fazer seu gerenciamento de riscos”. CASES MUNDIAIS No final do debate, Fonseca, coordenador do Ciab, lembrou da palestra da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, quando ela apresentou alguns números atingidos pela instituição. “A administração do FGTS é uma operação que deve ser divulgada pelo mundo todo. Impressiona o volume de processamento. São mais de 80 milhões de contas, com cerca de 70 milhões de transações por mês. E o melhor: praticamente não se vê reclamações”. Outro case citado por Fonseca, foi do Banco do Brasil, que hoje tem espa lhado pelo país cerca de 70 terminais usando Linux. “Isso gera uma economia enorme e pode servir de exemplo para muitas outras instituições”. Marcos Cantarino, diretor da revista Relatório Bancário Guido Orlandi Jr., editor do portal VoIT
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