A mil por hora

Transcrição

A mil por hora
Ano 23 – Número 219
Entrevista
Elias Mufarej, da
Fiamm, fala sobre os
desafios da marca
para 2013
Especial
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0 0 2 1 9
Como equilibrar melhor
o seu tempo
A mil por hora
Varejo brasileiro de autopeças está em pleno momento
de mudanças. Na corrida pela conquista deste mercado,
novo player aposta no autoatendimento
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Índice
Índice
20
8
4
Capa Recém-chegada ao País, a Autozone planeja se
expandir no mercado de autopeças, mas terá
desafios pela frente.
Entrevista
Elias Mufarej, da Fiamm, analisa o
cenário da indústria automotiva
em 2013.
28
Especial
40
Duas Rodas
Geomarketing
42
Eventos – Beijing
46
Estatísticas
48
Flash
12
Carro
34
14
Pesquisas e Tendências
36
16
Pesados
Após sucesso mundial,
Toyota Prius chega ao
mercado brasileiro.
Ar-condicionado: o amigo
do motorista.
Volare inaugura centro de
operações em são Paulo
e apresenta seus novos
produtos para 2013.
38
Técnicas simples ajudam a
administrar melhor o tempo.
Amazonas e Amapá.
Artigo – Missão
Empresarial
une conhecimento,
oportunidades de negócios
e cultura.
Tecnologia
Sondas Lambda: componente
inteligente da economia.
Sondas Lambdas:
componente inteligente
da economia.
Colete com airbag para
motociclistas pode ser obrigado
no Brasil, porém o preço do
produto ainda é o grande entrave.
AMR-2013 Beijing, China,
espera por você!
Venda interna de veículos:
institutos revisam previsão
para 2013.
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Carta ao Leitor
EM BUSCA DA
COMPETITIVIDADE ... ou
DO PRÓXIMO BODE!
O
Grupo Photon na internet
www.photon.com.br
www.twitter.com/grupophoton
Diretoria
nde foi que erramos? Por que ficamos para trás?
Muitas são as teorias (câmbio, desindustrialização, juros, impostos)
que explicam o atual status quo. As desculpas somam outro tanto.
Culpados, temos aos montes.
Mas o que o mercado quer, precisa e está carente é de soluções reais, práticas
e imediatas.
Marilda Costa Salles Ávila
[email protected]
Jarbas Salles Ávila Filho
[email protected]
Jornalista Responsável
Jarbas Salles Ávila Filho (MTB 35.378)
Ou seja, um remédio miraculoso! Uma vacina! Difícil de achar!
Mas soluções existem! E são velhas conhecidas de quem se predispôs a se
debruçar a estudar as fétidas mazelas populistas cozidas nos caldeirões planaltinos tupiniquins.
Mas estas soluções, as reais e conhecidas e ainda disponíveis, passam por um
quadro onde o remédio é amargo, custa caro e o resultado é de longo prazo de
maturação. E pior, são soluções “não” eleitoreiras!
O nome do remédio? EDUCAÇÃO!
Enquanto não aprendermos a fazer a lição de casa, continuaremos dependentes e sem entender a causa de todo este atraso. E pior! Sempre haverá alguém
apontando o dedo alcaguete da acusação para o lado errado da equação!
E então, no auge da inconformação popular, um “bode expiatório aparecerá”,
(sempre aparece!) que redimirá (leia-se desviará nossa atenção!) de todas as
culpas (dos verdadeiros culpados), e nos trará o tão esperado e saboroso alívio
do “post-mortem” do vilão que nos foi apresentado, e durará até o próximo
carnaval ou campeonato de futebol.
A base, como foi montada anos atrás, assim o foi, a meu ver, de caso pensado
para que a ignorância dos pequenos (hoje já grandinhos, mas incultos!) fosse
mantida no grau suficiente (vide alfabetos funcionais!) para entender e aplaudir
que toda a migalha jogada (bolsas... de diversos títulos e sabores, bancadas
pelos “reais empreendedores e trabalhadores”, para manter a parte que “não
trabalha” quieta!) será sempre bem-vinda.
Em outras palavras, deram o peixe, mas não ensinaram a pescar! O que causa ignorância e dependência! Um prato cheio e apetitoso mesmo para
os famintos, que, sem saber que a sua fome é de
saber, continuarão sofrendo sem entender o porquê
e achando que agora chegou a sua vez de ser feliz.
Um alívio sim, mas que, apesar de momentâneo,
continuará enganando esta turba de inocentes
úteis, até ... o próximo bode!
Jarbas Salles Ávila Filho,
diretor do Grupo Photon
Boa leitura
6
Revista mercado Automotivo na Internet
www.revistamercadoautomotivo.com.br
www.twitter.com/automotivo
Redação
[email protected]
Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Cléa Martins, Christiane Benassi,
Patrícia Larsen, Sérgio Duque, Thassio Borges e Weslei Nunes,
colaboradores; Mariangela Paganini, revisora
Departamento de negócios
Marilda Costa Salles Ávila
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Gutenberg Soledade – DNF Comunicação
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Comercial
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Arte e produção
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Administrativo e Financeiro
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As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de
artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte.
REVISTA MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo Photon.
Circulação março de 2013.
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Entrevista
Posição consolidada
Nesta entrevista exclusiva à Revista Mercado Automotivo, Elias Mufarej,
diretor-geral da Fiamm, fala sobre as expectativas da marca para
2013. A empresa, especialista na produção de buzinas, aposta na
boa relação que tem com as montadoras no Brasil para crescer
ainda mais no País.
Além disso, Mufarej, que também é conselheiro do Sindipeças
(Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos
Automotores), analisa os desafios do setor de reposição neste
ano que se inicia, com a implantação do novo regime automotivo
(Inovar-Auto). Confira a íntegra da entrevista a seguir:
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Redação
Revista Mercado Automotivo
– Em 2011 o senhor assumiu a
diretoria-geral da Fiamm. Desde
2008 ocupava a posição de
diretor Comercial da empresa.
Gostaria que falasse sobre
essa mudança.
Elias Mufarej – Foi uma conse­
quência, estou há muito tempo na
empresa. Já trabalho com a Fiamm
há cerca de 10 anos e assumir
a direção-geral foi um processo
natural dentro da organização
da companhia.
E quais são as expectativas e os
desafios da Fiamm para este ano?
O nosso grande desafio é manter
o posicionamento no mercado. A Fiamm, nesse momento,
é a única empresa fabricante
de buzinas que é homologada
junto às montadoras e também
possui a homologação Inmetro
(Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia). Com a
crescente entrada de produtos
importados, principalmente asiáticos, a nossa missão é defender
o nosso mercado e também nossa
posição de mercado.
O senhor considera que essa
importação de produtos asiáticos, cuja qualidade é por vezes
questionada, ainda se constitui
como uma “dor de cabeça” para a
indústria automotiva brasileira?
Sem dúvidas. Por isso que, em
boa hora, saiu essa legislação
(Programa Inovar-Auto) que na
realidade acaba dando regras
para determinados produtos que
estão envolvidos com segurança.
É o caso de buzinas, freios, rodas
e pneus, por exemplo. A nova
legislação ao menos assegura que
os produtos que vierem de outros
países tenham um nível de qualidade mínimo e aceitável.
A questão principal é que, se
existem empresas com condições,
tecnologia e qualidade para apresentar os produtos, eles também
podem ser homologados pelo
Inmetro e, assim, estar dentro das
regras. A única coisa que o Brasil
fez tardiamente foi colocar essa
imposição, mas as peças com
baixa qualidade ou falsificadas
terão de passar agora por esse
crivo. Isso não impede que outras
empresas sejam certificadas
pelo Inmetro, mas para isso será
necessário seguir certas regras
e princípios que culminarão em
produtos de qualidades.
A Fiamm é uma empresa italiana. Diante da crise que atingiu
fortemente a Europa nos últimos
anos, qual foi a importância do
mercado brasileiro para a marca
nesse período?
Tem sido de grande importância.
Estamos presentes no Brasil, mas
atendemos mundialmente. Os
mesmos clientes que atendemos
aqui, o fazemos também em nossa matriz na Itália ou pela outra
unidade nos Estados Unidos. É
o caso da General Motors, que é
o nosso maior cliente na região
da América do Norte. É o caso da
Volkswagen, para quem somos
grandes fornecedores na Europa
e também aqui. E isso ocorre também com a Fiat aqui no Brasil.
Com a crescente entrada de produtos
importados, principalmente asiáticos, a
nossa missão é defender o nosso mercado e
também nossa posição de mercado
Como ocorreu essa regulamentação do Inmetro na Fiamm?
A regulamentação do Inmetro na
verdade ocorreu no ano passado e neste início de ano entrou
em vigor. Nós fizemos todas as
adaptações, atendemos a todos os requisitos necessários e
recebemos a homologação. Na
realidade, foi uma constatação.
A Fiamm é uma multinacional e
para você ter ideia nós também
homologamos nossas fábricas dos
Estados Unidos e da Itália. Elas
poderão, se necessário, fornecer
para o mercado brasileiro.
Atualmente a Fiamm atende
quais montadoras no Brasil?
Nós atendemos quase todas as
montadoras, mas principalmente
Ford, Volkswagen, Fiat, General
Motors, Mitsubishi, Renault,
Nissan, PSA Peugeot. Temos participação em praticamente todas
as montadoras.
E como é o relacionamento da
empresa com essas montadoras?
É difícil renovar esses contratos?
Nós estamos entrando em um
nível de competição internacional. Nesse momento, ainda que
enfrentemos toda a questão do
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Entrevista
custo Brasil, conseguimos ser
competitivos e apresentamos os
produtos em condições para as
montadoras instaladas aqui. E
esse é o nosso trabalho. O nosso
trabalho de manutenção no mercado também passa pelo ponto
de apresentar um
produto competitivo.
A Fiamm exporta hoje diretamente do Brasil para algum mercado?
A Fiamm exporta para alguns
mercados como a Argentina, o
Uruguai, Paraguai e também para
a Volkswagen no México.
As recentes medidas do governo
argentino, consideradas protecionistas, afetaram o comércio da
Fiamm com o país?
Sem dúvidas. Na Argentina foi
implantado primeiramente o Chas
(Certificado de Homologação
de Autopeças e/ou Elementos
de Segurança). Esse Chas é um
sistema parecido com o Inmetro
e vincula a peça a uma homologação internacional e também a
um importador. Isso já funcionou
como um filtro no mercado argentino. Paralelamente a isso existem
as cotas. Para você programar uma
importação você tem limites, é
complicado. É um mercado que
não está aberto e tem restrições.
Estamos conseguindo exportar,
mas com algum sacrifício do ponto de vista burocrático e também
de margem [de lucro].
O senhor considera que o setor
de reposição automotiva tem
problemas para abastecer o
mercado atualmente?
Hoje o Brasil passa por um processo complicado de competitividade. Com essa questão, não só
cambial, mas também de custos
10
internos, o Brasil não apresenta
competitividade com base em
comparações feitas com produtos
de outros países, como China e
Estados Unidos. A montadora tenta adquirir produtos onde existem
melhores condições e os novos
projetos dessas empresas para o
Brasil passaram por cotações aqui
no país. A partir daí, as montadoras decidiram em parte usar os
produtos locais e em parte usar
os produtos importados. Isso
tudo dentro de uma análise de
competitividade.
Hoje a indústria está preparada, dentro dos modelos atuais,
para atender as necessidades
da indústria automobilística. A
prova contundente aconteceu
nos últimos quatro meses de
2012, quando os volumes de
produção foram altos e foram
atendidos pelo mercado nacional. É claro que nesse mix de
produção também existia alguns
produtos importados. No entanto,
quando a montadora produz um
novo modelo, esse veículo passa
por um processo de adaptação
no fornecedor. Ouvimos então
algumas reclamações por parte
da Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos
Automotores), que dizia que o
mercado não tinha condições
de atender [essa demanda]. No
entanto, as próprias montadoras
passaram dificuldades em parte
com alguns fornecedores nacionais – por conta de mudança de
programa e mesmo lançamento
de produtos –, e em parte com a
importação. Porque a dependência de importação requer um planejamento muito bem feito e uma
dependência muito grande da
logística com a dificuldade toda
que existe no Brasil em relação
à estrutura de portos e aeroportos. Portanto, acredito que essa
reclamação das montadoras seja
normal. A indústria automobilística tem hoje uma ociosidade entre
20% e 25%, mas depende
do produto.
Em sua opinião, é difícil produzir
autopeças no Brasil? O custo ainda é muito elevado para
as fábricas?
Hoje nós temos uma série de dificuldades que passam pelas leis
trabalhistas, pela necessidade de
mais treinamento aos funcionários
(que envolve custos) e também
pela dificuldade que as empresas
têm de se adaptar às circunstâncias do mercado. [...] Então hoje,
no Brasil, é complicado produzir.
É complicado fazer a indústria
rodar dentro dos níveis desejados
e isso tudo afeta os custos.
A Fiamm hoje produz “somente”
buzinas, certo?
Hoje nós fabricamos buzinas e
estamos em formação com uma
unidade diferenciada para fazer
baterias industriais, porque a
Fiamm é uma grande produtora
de baterias mundialmente. Mas
para a indústria automobilística,
nós só fornecemos buzinas.
Focar a produção em “apenas”
um produto é uma estratégia? Ou
seja, você se especializa naquele
produto especificamente...
Isso depende das oportunidades. Como nós dependemos
do equipamento original, isso
depende do nosso cliente e do
que podemos oferecer. Hoje nós
somos especialistas em buzinas e
tentamos nos manter no mercado
dessa forma.
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Carro
Aposta no híbrido
Chega ao Brasil o Toyota Prius, automóvel híbrido mais
vendido no mundo
Redação
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1 de março de 2011. O Japão é atingido por um
terremoto de 8,9 pontos na Escala Richter e, como
consequência, o país enfrenta tsunamis com ondas de mais de 10 metros de altura, que percorreram
mais de 10 km de terra. Além das mais de 13 mil mortes
e dos cerca de 16 mil desaparecidos, os japoneses passariam a enfrentar a partir daí uma forte crise econômica
que atingiria em grande parte as maiores marcas do país.
Entre elas, é claro, a montadora Toyota.
A companhia japonesa sentiu o impacto e perdeu a
liderança do mercado global de automóveis para a americana General Motors em 2011. O revés, no entanto, não
durou muito tempo. No ano passado, a Toyota voltou ao
primeiro lugar do ranking com um aumento de 26,6% nas
vendas em relação à temporada anterior. Um dos motivos que levaram a montadora ao topo global novamente
foi o Prius, modelo híbrido da marca, que os japoneses
decidiram exportar para outros mercados. Entre eles, o
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Brasil, onde os carros chegaram aos consumidores no
último mês de janeiro.
O caminho para se firmar no mercado brasileiro não
será, no entanto, feito apenas de rosas. O preço do modelo ainda assusta (cerca de R$ 120 mil), mas a marca
aposta no histórico do Prius pelo mundo para garantir
aos brasileiros que o investimento vale a pena.
O Prius foi o primeiro modelo híbrido do mundo, lançado em 1997, num momento em que o mundo passava
a discutir alternativas para reduzir a emissão de poluentes, tornando o setor automotivo menos dependente de
combustíveis fósseis. A desconfiança inicial, entretanto,
prejudicou um crescimento mais significativo do veículo,
o que só viria a acontecer nos anos seguintes.
“Essa desconfiança [...] desapareceu tanto aos olhos
da indústria, que começou a desenvolver projetos baseados no Prius, quanto dos consumidores, que fizeram
do modelo o híbrido mais vendido do mundo”, destaca
a Toyota, em comunicado enviado à imprensa. Hoje, a
marca japonesa possui uma linha com 16 carros híbridos
e as vendas mundiais alcançaram quase 5 milhões de
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Modelo está disponível aos consumidores desde janeiro e a expectativa da montadora é vender 50 unidades por mês
unidades. Somente o Prius vendeu mais de 3,2 milhões
de carros. Um dos principais objetivos da Toyota até 2015
é aumentar a linha híbrida para 21 modelos.
Chegada ao Brasil
O Prius desembarcou no Brasil após um período de
apresentações e campanhas de publicidade que visavam destacar a originalidade e os benefícios do modelo.
Outro fator que ajudou a difundir o projeto da Toyota
foi o Programa de Táxis Híbridos, implementado pela
Prefeitura de São Paulo em junho de 2012. A iniciativa
busca incentivar a operação de táxis movidos a energias mais limpas e sustentáveis. A Toyota já entregou
20 unidades para empresas frotistas que participam do
programa e ainda poderá ofertar outros 69 carros. “A
iniciativa da Prefeitura de São Paulo segue a tendência
do que vem sendo feito em outras capitais mundiais,
que contam com veículos híbridos em suas frotas de
transporte público”, destacou a Toyota.
Para os consumidores, no entanto, o modelo está
disponível desde janeiro e, segundo Ricardo Bastos,
gerente-geral de Relações Públicas da Toyota no País, a
meta da montadora é vender 50 unidades por mês por
meio de sua rede de concessionárias. Em entrevista ao
Portal Exame, Bastos informou que, “conforme o aumento de demanda e viabilidade”, a montadora poderá
passar a produzir o Prius em solo brasileiro. “Porém,
esse processo pode levar até cinco anos”, completou
o executivo ao Portal Exame. Atualmente, o modelo é
produzido no Japão, na China e Tailândia.
Características
O Prius disponível aos consumidores brasileiros é equipado com motor a gasolina de ciclo Atkinson, com qua-
tro cilindros em linha e cilindrada de 1.798 cc, e também
com o motor elétrico de 650 Volts, dotado de corrente
elétrica alternada trifásica. Os dois funcionam em sintonia com o objetivo de potencializar o desempenho em
altas velocidades e impulsionar as rodas nos momentos
em que o Prius estiver funcionando exclusivamente no
modo elétrico. De acordo com a montadora, o modelo
chega ao País com potência máxima combinada de 138
cv. No modo de condução Normal, o carro atinge até 25,5
km/l, com autonomia de 1.150 quilômetros.
Outro ponto que merece ser destacado no veículo
é o uso do motor elétrico como gerador de energia de
grande capacidade durante o processo de frenagem regenerativa. Isto é, é possível transformar parte da energia cinética em energia para o carregamento da bateria
do sistema híbrido. Além disso, vale citar a tecnologia
Toyota Hybrid Synergy Drive, que utiliza uma bateria
autônoma para alimentar o motor elétrico com potência
máxima de 27 kW. Dessa forma, é possível dispensar a
carga externa, além de não serem necessárias manutenção nem troca periódica.
Outro benefício desta tecnologia é que ela produz
aproximadamente 44% menos CO2 em comparação com
um veículo convencional da mesma cilindrada. A montadora destaca também que 95% dos componentes da
bateria de alta voltagem podem ser reutilizados, assim
como 85% do veículo.
A retomada da Toyota no Brasil e, principalmente,
no mundo não diz respeito apenas à expansão de sua
linha híbrida. Apesar disso, com a chegada do Prius, a
marca parece acertar ao inserir no mercado brasileiro um
modelo que preza pela originalidade, pela economia e
pelo respeito ao meio ambiente. Resta saber a reação
dos brasileiros à novidade japonesa.
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Pesquisas e Tendências
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Ar-condicionado:
o amigo do motorista
Sérgio Duque
A
ntes considerado caro e um luxo para poucas pessoas, o ar-condicionado vem sendo usado em um número cada vez maior de automóveis. Vários fatores
têm influenciado este aumento. Além do preço mais baixo,
a questão do conforto também faz o motorista preferir
enfrentar o trânsito sem ter de suportar elevadas temperaturas presentes quase o ano todo em nosso país.
No Brasil atualmente estima-se que de cada 100 veículos vendidos 65 já saiam da linha de montagem com ar-condicionado, números estes que se elevam considerando
apenas o segmento de automóveis.
Alguns fatores justificam esses números de vendas:
1. O aumento do poder aquisitivo dos brasileiros aliado
à redução de custo deste equipamento, visto cada vez
menos como acessório, mas como agregado do conjunto do veículo;
2. Desejo de maior conforto ao dirigir e mais silêncio no
interior do veículo;
3. Menor entrada de poluentes no interior do veículo;
4. Aumento da criminalidade que inibe o motorista a circular com vidros abaixados. O ar-condicionado, portanto, se torna absolutamente necessário.
Criado por Willis Carrier perto do ano de 1900, o ar-condicionado não é propriamente um gerador de frio, mas
um transformador do ar ambiente para frio com a ajuda de
um gás refrigerante que o alimenta. Possui um filtro para
eliminar impurezas vindas do ar externo. Item de conforto
praticamente indispensável em regiões tropicais.
Vale lembrar que os sistemas de ar-condicionado completos também aquecem o interior dos veículos nos dias
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frios. Neste caso, o calor vem da água do sistema de arrefecimento do motor.
Estima-se que a frota brasileira atual com sistemas de
ar-condicionado seja em torno de 8 milhões de veículos
(algumas fontes citam 42% de toda a frota), a maioria com
idade média menor que 7 anos, mais concentrada em veículos novos, incluído neles os segmentos de automóveis,
comerciais leves, caminhões, ônibus e pequena parcela da
frota de máquinas agrícolas.
Como são equipamentos carentes de manutenção preventiva, a demanda por filtros, serviços de higienização
e limpeza e substituição de componentes tem atraído o
interesse de reparadores em todo o Brasil.
Considerando que o gasto com manutenção média preventiva anual por parte dos motoristas proprietários (troca
de filtros de ar e reabastecimento do gás) chega próximo
a R$ 140,00, segundo pesquisas parciais realizadas junto
a reparadores independentes (filtro entre R$ 30,00 e R$
50,00, carga de gás a R$ 70,00 e mais R$ 30,00 de mão-de-obra), o volume de dinheiro que circula neste negócio
justifica o interesse demonstrado com a abertura de novas
oficinas especializadas.
Se a frota de ar-condicionado for realmente de 8 milhões, o volume de dinheiro no setor é próximo de R$ 1
bilhão na ponta da cadeia automotiva.
Há movimentos fortes para se equipar toda a frota de
ônibus urbano com ar-condicionado, oferecendo maior
conforto para usuários, sobretudo no verão.
Até 2016, a frota com ar será então acima de 50%, com
crescimento da reposição de peças e serviços em escala
cada vez mais ascendente.
Melhor não ficar esperando para conferir.
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Pesados
Volare
inaugura centro de operações em São Paulo e
apresenta seus novos produtos para 2013
Jarbas Ávila
A
Volare, unidade de negócio independente da
Marcopolo e uma das principais fabricantes nacionais de veículos comerciais, inaugurou, em
25 de fevereiro, em São Paulo (SP), o Novo Centro de
Operações Volare.
Localizado na Via Anchieta, no bairro do Sacomã,
o complexo com 8 mil m² de área total integra uma
concessionária-modelo, um centro de treinamento para
toda a rede de concessionários e ainda um centro de
distribuição de peças de reposição.
A concepção do novo centro de operações da Volare
foi baseada no resultado de extensos estudos e pesquisas das melhores tecnologias e práticas adotadas na área
de serviços do segmento automotivo, o que demandou
16
um ano de trabalho, e faz parte dos planos de investimentos da empresa.
Segundo Rodrigo Bisi, coordenador de Estratégia da
Volare, e responsável pelo projeto de implementação do
complexo dentro do centro, a concessionária-modelo
deverá funcionar como laboratório de testes de novos
projetos, processos e práticas antes de serem estendidas
às demais concessionárias da rede.
Haverá também uma área de treinamento com vistas
à melhoria e qualificação do atendimento a ser prestado ao cliente e que estará alinhada com a Escola de
Negócios Volare, que é um programa de capacitação de
profissionais das áreas técnicas, comercial e de gestão
das 85 concessionárias do grupo e dos 15 representantes
do exterior.
No mesmo local será também instalado um novo
centro de distribuição de peças, que terá o dobro do
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Pesados
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Painel - Volare W-L Executivo
espaço do anterior localizado em Guarulhos. A expectativa é que este novo centro venha a atender a 80%
das necessidades de distribuição da empresa, ainda no
primeiro semestre de 2013.
Linha 2013 e os lançamentos
Complementando a inauguração do novo centro, a
Volare apresentou também sua linha para 2013 acompanhada de três novos modelos de micro-ônibus:
W6, W7 e o WL, este último com capacidade para até
36 passageiros.
A nova família Volare passa a contar então com sete
diferentes modelos (V5; W6; W7; W8; W9; DW9 e W-L)
em cinco versões (Executivo, Fretamento, Limousine,
Urbano e Escolar), e atendem ao mercado de transporte
de 15 a 36 passageiros mais o motorista.
Os novos W6 e W7 substituirão os antigos V6 e V8,
com mais funcionalidade e versatilidade. Todos os modelos possuem novas entradas de ar no painel dianteiro,
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Divulgação
Volare W-L Limousine
Divulgação
Volare W-L Executivo
Interior - Volare W-L Limousine
produzido em plástico de engenharia, novo volante, salão de passageiros com acréscimo de quatro poltronas
e cluster (painel de instrumentos) com design dinâmico
e inovador.
O Volare WL foi idealizado para idealmente atender a quem opera com grandes grupos no segmento
de fretamento e turismo. Além do maior número de assentos, conta com bagageiro especial, com 4.000 litros
de capacidade, e com uma grande porta traseira com
abertura até a base da carroceria, facilitando o acesso e
acomodação dos volumes.
Outro modelo que recebeu importantes inovações
que envolveram desde o conjunto mecânico até a carroceria foi o DW9. O veículo agora segue as mesmas
características dimensionais do W9, diferenciando-se
deste apenas pelo conjunto mecânico. O DW9 usa a motorização Mercedes-Benz OM 924 LA.V/21-Euro V e o W9
utiliza o motor MWM Maxxforce 4.8-Euro V.
Divulgação
Capa
Sem medo do mercado
Com planos de expansão, a gigante varejista norte-americana
Autozone, recém-chegada ao País, enfrentará um mercado cheio
de desafios e em plena evolução
Weslei Nunes e Cléa Martins
F
orte. Competitivo. De portas
abertas. É assim que o mundo vê atualmente o mercado
automotivo brasileiro. As ótimas
expectativas que cercam a economia e o bom andamento do País
são algumas das causas pelas quais
muitas empresas têm considerado
entrar na disputa local pelo aftermarket, em busca de uma fatia desse
atraente setor.
A mais recente aposta nesse
sentido é da gigante varejista norte-americana Autozone. A empresa,
que possui quase 4.700 lojas de autopeças nos Estados Unidos, escolheu a cidade de Sorocaba (SP), a 92
quilômetros da capital paulista, para
20
inaugurar seu primeiro estabelecimento, um verdadeiro “supermercado” de peças automotivas, com
mais de 14 mil itens distribuídos por
zonas e com plaquetas indicativas
para facilitar o autoatendimento.
O executivo-chefe da empresa,
Mauricio Braz, responsável pela
Autozone no Brasil, contou que a
companhia realizou diversos estudos sobre a preferência do consumidor brasileiro antes de se instalar
por aqui. Tudo para não errar nesses
primeiros passos. Ele disse que a
organização aposta nos seus serviços de proximidade com o cliente
para conquistar o mercado nacional. “Nos orgulhamos em fornecer
produtos de confiança e, o mais
importante, um serviço amigável,
no qual valorizamos a satisfação do
cliente”, ressalta.
Outro executivo da empresa, Bill
Rhodes, que é presidente e CEO da
Autozone mundial, disse, durante a
inauguração oficial da loja sorocabana, que “os valores da companhia
se encaixam ao público brasileiro”.
Diferenças de mercados
Mais do que uma boa relação com
os clientes, a Autozone vai precisar
de estratégias gerenciais para se sobressair e se adaptar a um mercado
bastante diferente do estadunidense – a começar pelas dimensões dos
parques automotivos. Enquanto o
norte-americano conta com uma
Cinto de segurança salva vidas.
22
Divulgação
A loja da Autozone Sorocaba conta com mais de 14 mil itens distribuídos por
zonas, para facilitar o autoatendimento
Será esse um bom
momento?
O aftermarkert brasileiro vive um
momento de superação aos desafios, principalmente no segmento
varejista de autopeças. Segundo
o presidente do Sincopeças-SP, o
setor é impactado por inúmeras
variantes e barreiras que precisam
ser ultrapassadas, como a alta carga tributária, a entrada de produtos
importados e sem qualidade, as novas regras na legislação que exigem
mudanças na gestão da empresa, a
grande variedade de marcas e modelos que implicam no aumento de
itens do portfólio e a escassez de
crédito para o varejo de autopeças.
Apesar disso, o mercado deve
continuar a crescer, impulsionado
principalmente pelo aumento da
frota circulante. Porém, de acordo
com as projeções de La Torre, “haverá ainda muita transformação devido à diversificação de modelos e
marcas dos veículos”.
Para o gerente de Vendas da
Affinia, esse é um momento de
escolhas, no qual é preciso encontrar um caminho para os negócios:
Divulgação
Capa
frota que passa de 240 milhões de
unidades, o Brasil dispõe de pouco mais de 45 milhões de veículos,
contando inclusive as motocicletas.
Além disso, muitos outros quesitos diferenciam os dois mercados,
como, por exemplo, o nível de maturidade. “O mercado norte-americano
é mais maduro e tem a cultura da
manutenção preventiva, que é bem
mais difundida por causa da inspeção de segurança; sem contar que
o estadunidense vê a prevenção
como algo necessário, o que ainda
não acontece aqui no Brasil”, explica o gerente de Vendas da Affinia,
Evandro Silva. “No Brasil, estamos
engatinhando nessa questão. A inspeção ambiental veicular na cidade
de São Paulo é feita há apenas cinco
anos”, complementa Francisco de La
Torre, presidente do Sincopeças-SP
(Sindicato do Comércio Varejista de
Peças e Acessórios para Veículos no
Estado de São Paulo).
Outra diferença de característica
é a proporção do número de lojas e
oficinas com relação à frota, que nos
Estados Unidos é bem menor. “Lá,
o mercado é formado por grandes
redes, enquanto aqui as lojas de
pequeno e médio portes lideram o
aftermarket”, analisa La Torre.
Uma das distinções mais interessante entre esses países é o fato
de o consumidor norte-americano
ter o costume de fazer o conserto
do próprio carro, comprando as
peças nessas grandes lojas, o que
não acontece no Brasil. Aqui é comum o motorista levar o carro para
fazer manutenção na oficina e, na
maioria das vezes, nem se preocupa com a compra das peças que é
feita pelo mecânico. “Nos Estados
Unidos, consertar o carro é um
prazer. São hábitos diferentes que
acabam influenciando o mercado”,
diz La Torre.
Evandro Silva, gerente de Vendas da Affinia
“Neste universo [varejista], o grande
desafio é fazer as escolhas certas, ou
seja, encontrar um segmento de negócios que possa, ao mesmo tempo,
ser defendido e lucrativo”.
Como ponto a seu favor, a
Autozone cita a experiência que
a empresa conquistou em outros
países, como México, onde a companhia mantém 321 lojas, e Porto
Rico, uma loja. Cada estabelecimento, segundo seus dirigentes, oferece
uma extensa linha de produtos para
Cinto de segurança salva vidas.
Capa
carros utilitários, esportivos, vans e
caminhões leves, incluindo componentes novos e remanufaturados,
itens de manutenção e acessórios.
Ainda de acordo com os porta-vozes da empresa, um dos diferenciais dessas lojas, que conquistaram tanto o mercado norte-americano quanto o mexicano, está na
pronta-entrega de peças e outros
produtos não apenas para clientes
finais, como para oficinas, revendedores e postos de serviço, entre
outros estabelecimentos.
Com esse “poder de sedução”
a empresa chega ao Brasil. “Nosso
nome pode ser novo para a comunidade de Sorocaba, porém, sabemos
que irá se tornar rapidamente uma
expressão familiar e confiável no
ramo de autopeças”, acredita Rhode.
Atendimento
diferenciado
À semelhança do que é oferecido
nas lojas da Autozone fora do Brasil,
no estabelecimento sorocabano os
profissionais especialistas, como
mecânicos e instaladores, contam
com um catálogo eletrônico exclusivo que permite a visualização das
peças e de suas características para
uma compra mais fácil e rápida.
Trata-se claramente de uma estratégia de relacionamento que busca
a fidelização de clientes.
De acordo com Braz, a Autozone
planeja abrir de 12 a 15 lojas no
Estado de São Paulo ainda este
ano. As próximas unidades a serem
inauguradas atenderão a capital e
seguirão o mesmo modelo estrutural de Sorocaba.
A concorrência
A Autozone chega para concorrer diretamente com as grandes redes varejistas do País, como a Mercadocar,
que possui hoje quatro unidades,
24
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
ou mesmo lojas filiadas a redes independentes, como a PitStop, do
grupo Comolatti, e a Âncora, que
juntas representam cerca de 1.500
estabelecimentos.
A expectativa dos especialistas
do setor é que a nova concorrente
traga algum tipo de mudança ao
mercado de autopeças no varejo.
“Uma grande rede chegando a um
mercado pode, sim, ser um agente
de mudanças. Afinal, são processos
e práticas que visam atender uma
estratégia e um modelo de negócios
testado e aprovado em vários mercados. Contudo, não sabemos qual
será o impacto e a receptividade dos
clientes daqui a este modelo de negócios”, comenta Silva.
La Torre concorda e acredita que
sempre há mudanças com a chegada
de uma empresa de grande porte:
“O mercado precisará se acomodar
e a concorrência ficará mais acirrada
nas regiões onde a rede se instalar,
mas isso faz parte de um mercado
em crescimento”.
Com a nova loja, pode ser que
o País ganhe características do que
acontece nos Estados Unidos, com
redes de grande porte dominando
mais as vendas. Por isso, o representante do Sincopeças-SP dá a dica
para quem não quer ficar para trás
nessa disputa: “Todos esses fatores
[relacionados à concorrência] exigem que o empresário tenha uma
visão diferente do seu negócio e do
contexto em que ele está inserido. É
necessário estudar a frota local, ter
programas para controlar o estoque,
investir para manter as instalações
para que o ambiente seja atraente
aos olhos do consumidor e contar
com equipe capacitada para oferecer
um bom atendimento para não ficar
para traz na disputa”.
Com tantas mudanças em vista,
fica claro que esse será um período
de aprendizado para o mercado brasileiro de autopeças, no qual todos
terão condições de fazer suas escolhas e competir, provendo um melhor serviço a seus clientes. “Isso faz
parte de um mercado em evolução e
com oportunidades como o nosso”,
complementa Silva.
Cinto de segurança salva vidas.
Cinto de segurança salva vidas.
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Especial
Como administrar seu tempo
O trabalho aumenta e o tempo diminui. Será que não é
possível equilibrar essa balança?
Redação
T
empo é dinheiro. A frase dita
pelo lendário norte-americano Benjamin Franklin (17061790) é antiga, mas parece cair
como uma luva em nossa sociedade.
Afinal, nos dedicamos a multiplicar
nossos patrimônios praticamente
na mesma proporção com que colocamos nossos esforços para “criar”
mais horas em nosso dia.
Nosso tempo disponível parece
não ser nunca suficiente. Se nos
dedicamos ao trabalho negligenciamos a família. Se a atenção se volta
à família, nossos prazeres individuais é que são deixados de lado. E
por aí vai. A sensação geral é que é
praticamente impossível conciliar as
esferas que dizem respeito ao nos-
28
so trabalho, nossa família e à nossa
vida propriamente dita.
Há quem diga, no entanto, que
é possível. Que devemos apenas
nos ater a novas fórmulas, novos sistemas de organização para
que consigamos dividir o nosso
tempo da forma mais agradável
possível. Será?
O setor automotivo, é claro, não
está livre deste que é um dos maiores problemas da sociedade moderna: a falta de tempo ou o mau uso
dele. Assim como em diversos segmentos da indústria, os presidentes
das entidades que representam o
setor são também os profissionais
do alto escalão de distribuidoras,
montadoras, reparadoras, entre outras. Além disso possuem famílias
e preferências individuais que não
podem ser esquecidas.
A Revista Mercado Automotivo foi
atrás de executivos do setor que
tiveram de aprender a lidar melhor
com seu tempo, de modo a distribuir suas tarefas nas mais variadas
esferas às quais fazem parte. Além
disso, apresentamos as teses de
especialistas em gestão do tempo
para que você possa gozar de uma
vida mais equilibrada e saudável.
Não deixe de ler! Não vai custar
nem 10 minutos!
Um mal real!
“Estou correndo!” Quem nunca disse essa frase ao ser questionado
sobre como está por um parente ou
amigo, que atire a primeira pedra!
Vivemos em uma sociedade que tem
Sabrina Carbone, gerente de Marketing da
Affinia Automotiva
Antonio Fiola, presidente do Sindirepa
O objetivo deste sistema é determinar se as tarefas que devemos executar durante o dia são importantes e/
ou urgentes. A partir daí, é necessário tomar decisões que, em tese, nos
pouparão tempo. Por exemplo: se
você se depara com uma demanda
que é importante, mas não é urgente, o ideal, segundo essa ferramenta,
é decidir imediatamente quando e
como aquilo será executado. Se a
tarefa, no entanto, é urgente, mas
não é importante, você pode delegá-la a outra pessoa e acompanhar o
processo a certa distância.
“É impossível administrar todas as atividades em um prazo determinado de tempo se você não
separar, de acordo com o conceito
de Eisenhower, o que é urgente e
precisa ser feito prioritariamente,
o que é importante e requer dedicação planejada do que é trivial
e talvez desnecessário”, analisa
Sabrina. “Dessa forma, enumero
uma lista de prioridades e com um
planejamento constante consigo
administrar o tempo. Anotar tudo
e organizar no papel também ajuda
muito”, completa.
Novas teorias
Apesar de eficiente, a gestão de
tempo proposta por Eisenhower é
Divulgação
Divulgação
trabalhado mais, dentro e também
fora do escritório. Foi-se o tempo
em que o profissional cumpria suas
8, 9 horas de trabalho e seguia para
casa, sem preocupações.
Atualmente, grande parte das
empresas inclusive disponibiliza
celulares ou tablets para seus gestores e diretores de modo que os
profissionais estejam disponíveis
durante todo o dia. É a cultura do
“100% on”. Não se trata de ser uma
prática certa ou errada, moral ou
imoral. Trata-se de uma realidade cada vez mais presente em
grandes companhias.
Neste cenário, é necessário ainda conciliar a vida familiar e também aqueles projetos individuais,
que geralmente são os primeiros a
serem deixados de lado. Falo, por
exemplo, das aulas de tênis, de dança, aquela corrida no parque ou até
mesmo aquele livro, que você ganhou de aniversário, prometeu ler e
sequer abriu. Diante deste horizonte, os executivos consultados pela
reportagem citaram duas palavras
essenciais para quem deseja administrar melhor seu tempo: planejamento e organização.
“O planejamento e a organização são estratégias que me ajudam
muito a administrar o meu tempo,
que é extremamente escasso levando em conta que trabalho, cuido
da casa, tenho uma filha, cuido da
saúde e ainda faço curso de MBA”,
afirma Sabrina Carbone, gerente de
Marketing da Affinia Automotiva, fabricante de autopeças para o setor
de reposição.
Para explicar como administra
sua rotina, a executiva cita conceitos
da Matriz de Eisenhower, uma ferramenta de gestão de tempo amparada em um método utilizado pelo
ex-presidente dos Estados Unidos
Dwight D. Eisenhower (1890-1969).
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Valmir Linzmeyer, diretor da Tuper Escapamentos
e Catalisadores
contestada. Muitas pessoas têm dificuldades para determinar o que, de
fato, é urgente e o que é importante. Mais difícil ainda é unir os dois
conceitos e assimilar aquilo que é
urgente, mas não tem importância.
Dessa forma, outras pesquisas
sobre o assunto foram desenvolvidas com o intuito de aprimorar
aquilo que já havia sido proposto.
É o caso de Christian Barbosa, autor
de A Tríade do Tempo e Equilíbrio e
Resultado – Por que as pessoas não
fazem o que deveriam (ambos pela
Editora Sextante), considerado por
muitos como o maior especialista
em gestão de tempo no Brasil.
“O tempo parou para muitos
dos autores que se dedicam ao
tema. Com raras exceções, muitas
das teorias desenvolvidas estão
fora da realidade: não dão a devida importância à tecnologia e não
atendem às necessidades dos trabalhadores do conhecimento”, afirma Barbosa em sua obra A Tríade
do Tempo. Para desenvolver a obra,
o autor realizou uma pesquisa com
mais de 42 mil pessoas em todo o
mundo. A partir disso, percebeu que
o tempo se divide em três esferas:
importante, urgente e circunstancial. Diferentemente do conceito de
Eisenhower, no entanto, não há in-
29
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Especial
terseção entre as esferas propostas
por Barbosa. Ou seja, algo só pode
ser importante, ou apenas urgente,
ou somente circunstancial. Confira
no Box da matéria, as definições de
cada esfera!
Parece complicado, mas não
é. Antonio Fiola, presidente do
Sindirepa (Sindicato da Indústria de
Reparação de Veículos e Acessórios)
de São Paulo e também do sindicato nacional, conhece e recomenda
o trabalho de Barbosa. “Aprendi
bastante com ele. Ele marcava na
agenda que andaria de skate com o
filho. E se tornava um compromisso!
Há pessoas que questionam o fato
de você ‘agendar o lazer’, mas se o
meu tempo é precioso, nada melhor
do que agendar minhas atividades
de lazer”, afirma Fiola, que diz fazer o mesmo. “Costumo jogar tênis
duas vezes por semana. Esse compromisso ocupa na minha agenda o
mesmo lugar que um compromisso
de trabalho”, explica.
Para o executivo, é necessário
saber aproveitar ao máximo o pouco
tempo que tem em cada atividade.
Por conta das suas atividades nas
mais diversas esferas, Fiola afirma
que se desloca muito durante sua
rotina. Quando percebeu o tempo
despendido nestas ações, passou a
ocupá-lo de forma mais inteligente.
“Eu sempre utilizo os momentos de
transporte para esses lugares para
eu me programar. No caminho eu já
quero ir pensando direitinho como
está a situação desse lugar, o que eu
tenho que cobrar, etc., para chegar
mais preparado”, completa.
Para Valmir Linzmeyer, diretor da Tuper Escapamentos e
Catalisadores, no entanto, uma
boa administração do tempo está
diretamente ligada a prioridades.
Para ele, administrar o tempo passa a ser uma simples questão de
30
Como funcionam as esferas da Tríade do Tempo,
de Christian Barbosa
Importância: atividades que são significativas em sua vida trazem resultado
a curto, médio ou longo prazos.
Urgência: atividades que surgem em
cima da hora não podem ser previstas
e geralmente causam estresse.
Circunstanciais: tarefas desnecessárias. Tempo gasto de forma inútil, por
comodidade ou porque são “socialmente
apropriadas”.
*A tríade ideal, segundo Barbosa, é composta de
70% de tarefas importantes, 20% de ações urgentes e
10% das circunstanciais.
Fonte: A Tríade do Tempo, de Christian Barbosa, Ed. Sextante
escolha. “Eu escolho fazer o que de
fato é prioridade para o negócio e
tem forte impacto nos resultados.
Tudo é uma questão de foco, fazer
o que realmente importa”, aponta
o executivo.
Necessidade de um
modelo
Nenhum sistema de gerenciamento
de tempo é infalível, é claro. Novos
modelos surgirão com o objetivo
de modernizar os que já foram propostos e atualizá-los em relação
às novas tecnologias e às novas
demandas de uma sociedade em
constante transformação.
Apesar disso, os três executivos
consultados pela reportagem apontam para a necessidade de se adotar ao menos um modelo de gestão.
Fiola afirma, inclusive, que “estaria
perdido” e não daria conta de tudo
se não adotasse uma estratégia de
administração de tempo. “[Sem um
modelo] você acaba acumulando
frustrações. Quando você começa
a deixar de fazer as coisas a que se
propõe, acaba se frustrando e isso
faz mal à sua própria saúde”, analisa.
Administrar o tempo, de fato,
não é fácil. Nossas demandas parecem se multiplicar diariamente e
torna-se quase impossível dedicar
horas aos filhos, a um passeio, a um
bom livro ou filme. Apesar disso, um
esforço faz-se necessário. A frustração com a falta de tempo gera,
entre outras coisas, estresse. “A sociedade já aceita como normal esse
ritmo desenfreado. Problemas de
saúde como gastrite, pressão alta e
infarto passaram a ser consideradas
consequências da vida cotidiana. O
estresse é visto como algo tão corriqueiro que muitos o consideram até
mesmo necessário”, explica Barbosa
em seu livro. Necessário não é. Mas
é bom que você perceba isso logo
e mude sua rotina ou acabará perdendo muito tempo. E como diria
Franklin, tempo é dinheiro!
Faça revisões em seu veículo regularmente.
Elv
is
P. S
a
nto
s
Geomarketing
Amazonas e Amapá
Sérgio Duque
O
s Estados da federação compreendidos por
Amazonas e Amapá juntos somam a expressiva
extensão territorial de 1.713.560,8 km2, equivalente a 20% aproximadamente de todo o Brasil, com população residente estimada em 4,2 milhões de pessoas,
o que resulta em uma região com densidade demográfica
muito baixa. Se fosse um país, seria o 17º do mundo nele
cabendo países inteiros juntos como França, Espanha,
Suécia e Portugal.
Ao longo da década de 90 o Amazonas se destacou
como o Estado brasileiro com maior crescimento populacional e econômico, crescendo a uma média de 8%
a.a., bem acima da média, sofrendo pequena retração
próxima aos anos de 2005 até 2008, quando uma forte
estiagem comprometeu resultados da agricultura regional, sobretudo do sudoeste do Estado, que possui alta
dependência da atividade do extrativismo.
No Estado do Amapá, que se constitui como um dos
mais preservados na questão de exploração ambiental,
34
há uma frota não superior a 100 mil veículos, superior
apenas à do Estado de Roraima.
As distâncias entre as cidades são expressivas e em
algumas delas não há registros no Denatran de veículos
licenciados, o que explica o baixo índice de demanda.
Ainda assim, graças ao desempenho econômico havido em anos anteriores, a região cresceu sua participação
na demanda de autopeças do Brasil de 1,38% em 2011
para 1,69% em 2012, uma evolução real de 22,4%.
Para 2013, estima-se que será movimentado R$ 1,45
bilhão na cadeia de distribuição automotiva dentro desses Estados.
No site www.audamec.com.br podem ser obtidas
informações mais abrangentes sobre este estudo,
compreendendo análises por Estado da federação, por
regiões nos Estados ou individualizadas para 5.800
municípios brasileiros. É possível também consultar a
frota no País e em cada um dos municípios por modelo
de veículo. Para ter acesso a outras informações ligue
para (11) 2281-1840. O site é um serviço de informações tendo como clientes fabricantes e distribuidores do
setor de autopeças.
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
GEOMARKETING AUTOMOTIVO: Amazonas e Amapá
Estado em referência
População
PIB Estimado 2013
AM-AP
Índice Potencial Demanda Regional em Relação ao Brasil (%)
3.958.642
US$ 32,1 bi
Coari-AM
0,08
Parintins-AM
0,03
Itacoatiara-AM
0,03
Tabatinga-AM
0,04
Macapá-AP
0,30
Nº Veículos
498.257
Manacapuru-AM
0,02
Automóveis
210.638
Manaus-AM
1,19
Comerciais Leves
65.616
Caminhões
25.893
Potencial Demanda nos Estados
Ônibus
7.221
Tratores
7.747
Motos
Habitantes por Veículo
181.142
7,9
1,69%
Nº estimado de pontos de vendas e consumo de autopeças
Lojas de Varejo
168
Postos de Combustíveis
Centros Automotivos
63
Concessionárias
Retíficas
19
Frotistas
382
25
377
Fontes: ANP, IBGE e Renavam para dados gerais. Audamec Marketing para dados sobre frota e pontos de vendas (www.audamec.com.br).
35
Empresários do segmento de retíficas podem participar de um
programa completo para conhecer as novas tecnologias em
equipamentos e ferramental disponíveis no mercado internacional
Por José Arnaldo Laguna
O
Conarem (Conselho Nacional de Retíficas
de Motores) promove anualmente a Missão
Empresarial visando contribuir com o desenvolvimento das empresas do setor no Brasil, oferecendo
um roteiro completo que reúne visita a feiras, empresas
de retífica, montadoras, além de conhecer a cultura local
e apreciar a gastronomia do país visitado. Trata-se de um
programa que permite ainda a interação entre os empresários do setor localizados em várias partes do Brasil.
Também é aberto a outros profissionais e às esposas
dos empresários, o que torna a missão um aprendizado
e uma reciclagem que alia momentos de lazer.
36
Ao longo de várias edições, colecionamos relatos
de muitos empresários que extraíram ideias para o seu
negócio a partir dessas visitas realizadas a vários países,
como Alemanha, China e Turquia. O caso mais recente
aconteceu no ano passado, quando os empresários conheceram uma máquina com tecnologia mais avançada
para substituição de sede de válvula na Alemanha. O
equipamento tem um procedimento diferente do processo usado por solda ou usinagem e o sistema é feito por
meio de gerador de indução, o que garante mais eficiência, precisão e menos tempo de produção. O equipamento, ainda um protótipo apresentado na Automechanika
Frankfurt, chamou a atenção do grupo de retificadores
autopromotec.it
Artigo
Missão Empresarial
une conhecimento, oportunidades
de negócios e cultura
Cinto de segurança salva vidas.
que participavam da missão, que resolveu desenvolver
o equipamento no Brasil por meio de parceria com uma
metalúrgica brasileira. As primeiras máquinas foram desenvolvidas e testadas em 2012 garantindo uma redução
no custo do equipamento em mais de 42%, viabilizando
a aquisição da máquina para as retíficas brasileiras.
Este é apenas um de vários exemplos de como a
Missão Empresarial tem contribuído para o desenvolvimento do setor, abrindo os horizontes dos empresários
brasileiros e também garantindo parcerias que podem
gerar rentabilidade ao negócio a partir da identificação
de oportunidades que esses mercados podem oferecer.
A programação da Missão Empresarial para este ano
contempla a Autopromotec, a mais importante feira de
reparação veicular da Itália, que acontece em maio. O roteiro inclui também visita ao maior fabricante de máquinas de retíficas da Europa, a Berco, empresa pertencente
ao ThyssenKrupp Technologies, em Copparo, na Itália,
além de duas retíficas de motores: a Vege, em Tunis, na
Tunísia (norte do continente africano), considerada a
maior do mundo, e a BR, na Itália.
Divulgação
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
José Arnaldo Laguna é presidente
do Conarem – Conselho Nacional
de Retíficas de Motores
Também estão no pacote visitas aos museus e às fábricas da Lamborghini e Ducatti, bem como da Ferrari, onde
poderão locar um auto esportivo da marca e percorrer as
ruas de Módena. A parte turística da viagem inclui passeios
por Roma, Firenze, Bologna, Veneza, Túnis e, ainda, ao
final, a possibilidade de uma parada de três dias em Paris.
Desta forma, é possível unir conhecimento de novas
tecnologias, oportunidades de negócio, cultura, lazer e
interação entre os empresários do setor.
37
Foto
lia.c
om
Tecnologia
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Sonda Lambda
Componente que ajuda a economizar
combustível e controlar emissão de gases
Sérgio Duque
A
sonda lambda é um dispositivo que envia um sinal
elétrico para o sistema da injeção eletrônica do
automóvel indicando a presença de oxigênio nos
gases de escape.
Lambda refere-se à letra grega que técnicos utilizam
para descrever o volume de ar na mistura combustível-ar e
que tem o valor igual a 1 quando atingida a relação ideal.
Sua função é detectar continuamente o teor de oxigênio no gás de escape e informar a unidade de controle da
injeção (ECU) sobre a condição de mistura ar/combustível
do veículo que, baseada nesta informação, regula a melhor
mistura que resulte em economia de combustível, proporcionando ainda uma ótima e eficiente conversão catalítica
reduzindo, em consequência, a emissão de poluentes.
Existem vários tipos de sondas lambda montadas na
sua grande maioria em veículos leves movidos a gasolina,
etanol e alguns a diesel.
Quando a sonda lambda está com problemas, o motorista geralmente percebe sinais que se manifestam com
a oscilação da marcha lenta, perda repentina de potência
e alto consumo de combustível em razão da mistura errada de ar/combustível, podendo também ser indicativo de
outros problemas.
Fabricantes recomendam que sua avaliação seja feita a
cada 30.000 km por reparadores que possuam equipamentos e ferramentas apropriadas para diagnóstico. Sua troca,
porém, ocorre em média de 160.000 km para automóveis
e comerciais leves. Não é incomum reparadores processarem limpeza das peças em períodos intermediários, até
o momento da exaustão comprovada.
38
Como a frota de automóveis em circulação no Brasil
roda em média 20.000 km/ano, a substituição ocorre a
cada 7 ou 8 anos.
Alguns modelos de moto também utilizam sonda lambda em seus sistemas.
Veja no quadro apresentado na sequência o volume de
demanda da linha no segmento da reposição automotiva,
considerando a participação de todos os canais, inclusive
peças adquiridas em concessionárias.
DEMANDA DE SONDAS LAMBDA
(EM UNIDADES)
SEGMENTO REPOSIÇÃO – MERCADO INTERNO
Segmento
2013
2014
2015
Automóveis
2.685.000
2.850.000
3.000.000
Comerciais leves
1.120.000
1.200.000
1.250.000
105.000
112.000
120.000
3.910.000
4.162.000
4.370.000
+ 6,2
+ 6,4
+ 5,0
Motos
Total da
demanda
Base a.a. %
O sistema de cálculo da demanda da Audamec, que
relaciona a frota circulante de veículos com o ciclo médio
de substituição, pode ser aplicado em qualquer linha de
autopeças do segmento da reposição automotiva.
Empresas interessadas podem consultar sobre as
bases, os critérios e as condições de fornecimento para
estudos customizados pelo telefone (11) 2281-1840, ou
por e-mail para [email protected]. Estes estudos
podem contemplar localização da demanda por item da
linha da empresa, por região de atuação e até por vendedor
e/ou representante.
Faça revisões em seu veículo regularmente.
Capacete é a proteção do motociclista.
Cinto de segurança salva vidas.
Senador tenta aprovar lei que obriga o uso de colete com airbag por
motociclistas e planeja o fortalecimento do produto no aftermarket
em cinco anos
Weslei Nunes
A
segurança dos motociclistas tem sido grande
motivo de preocupação nos últimos anos, afinal
o número de acidentes com motos têm crescido acentuadamente. Segundo informações do Sistema
Único de Saúde (SUS), a quantidade de vítimas fatais
em acidente desse tipo cresceu cerca de 20% entre os
anos de 2008 e 2010.
O Corpo de Bombeiros do Rio Janeiro também registrou dados preocupantes: em 2011, 81% das ocorrências
atendidas pela corporação no trânsito da capital fluminense envolviam motos.
40
Diante desse cenário, algumas ideias para conter esses dados crescentes têm começado a surgir.
Recentemente, o senador Humberto Costa (PT-PE)
apresentou um projeto (PLS 404/2012) para obrigar os
condutores a usar um novo tipo de equipamento de proteção: o colete com airbag.
O equipamento, que está perto de se tornar o mais
novo acessório para o aftermarket, é uma invenção recente que pode proteger os motociclistas de lesões graves, especialmente no cóccix, na coluna vertebral, no
peito e no pescoço, locais vitais. O colete é acionado
em caso de forte impacto. O funcionamento é simples:
Fotolia.com
Duas Rodas
Segurança em pauta
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
exemplo, teriam grande dificuldade em comprar o produto para todos os seus profissionais, sairia muito caro.
Seria inviável.
No projeto, o político tenta encontrar uma escapatória para essa situação propondo a isenção, por um
período de cinco anos, do Imposto de Importação e do
Imposto sobre Produtos Industrializados e das alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para
esses produtos.
Nas projeções do senador, após esses cinco anos de
isenção fiscal, os produtos ganhariam força no mercado
e poderiam ter a produção nacionalizada, reduziria o
custo e o preço final do produto.
O projeto tramita na Comissão de Assuntos Sociais
(CAS). Se aprovado, passará ainda pela Comissão
de Assuntos Econômicos (CAE) e pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde será avaliado de forma terminativa.
41
Cinto de segurança salva vidas.
um cartucho libera gás CO2, que infla a jaqueta para
proteção do condutor.
Segundo informações da Agência Senado, na justificativa do projeto, o senador explica que os congestionamentos das vias e o alto preço dos combustíveis
têm contribuído para o aumento do número de motos
em circulação, o que faz necessária a criação de novas
medidas de segurança para os motociclistas no trânsito. “O fato é que as motocicletas estão cada vez mais
substituindo os automóveis nas vias urbanas”, afirmou.
No entanto, embora considerem um produto importante, muitos motociclistas não têm gostado do alto
custo do colete. Alias, muitos sindicalistas e lideranças
de trabalhadores do setor têm se posicionado contra a
obrigatoriedade deste item, segundo eles, devido aos
preços elevados: que varia entre R$ 800 e R$ 2.900, de
acordo com anúncios na internet.
Os contrários à obrigatoriedade do colete explicam
que as empresas que possuem muitos motoboys, por
AMR-2013, Beijing, China,
espera por você!
Jarbas Ávila
E
m poucos dias terá início uma das principais
feiras mundiais desenhadas para o Aftermarket
Automotivo. A AMR-2013 ou Auto Maintenance &
Repair Expo 2013 – Feira da Manutenção e Reparação
Automotiva-Beijing-2013 –, que se realizará no New
China International Exhibition Center (NCIEC), em
Beijing, China, de 1º a 3 de abril de 2013.
Mais de 1.000 expositores e 55.000 visitantes profissionais estão sendo esperados nos 100 mil m² da mostra, para participar desta que é considerada por seus
organizadores como uma das maiores feiras do setor
do aftermarket, e Top 3 do mundo.
Exposição On-line
A AMR-2013 lança a feira “On-line” para facilitar aos
profissionais visitantes localizarem os produtos e as
empresas de seu interesse.
No site da feira (www.auto-maintenance.com.cn)
você encontrará uma lista de produtos separados por
categorias e, após sua escolha, lhe será apresentada a
lista dos fabricantes desse produto, com todos os detalhes para sua localização.
HOTEL GRATUITO – Faça seu
pré-registro e ganhe a hospedagem!
Aos visitantes estrangeiros, os organizadores da AMR
estão oferecendo uma série de benefícios VIP àqueles
que fizerem o pré-registro, que inclui hospedagem gratuita, transfer em ônibus para a feira e assessoria em
encontros B2B Match-Making.Para se cadastrar, basta
entrar no site e clicar no formulário de pré-inscrição on-line para desfrutar dos previlégios VIP.
B2B Match-Making
Após o comprador especificar seu interesse, serão localizados os fornecedores presentes na feira e será agendada
pelos organizadores uma reunião em local específico.
Para usufruir deste benefício, no site da feira, clique no
formulário Feedback B2B para obter mais informações.
Contato (em Inglês)
Para mais informações, favor contatar:
Sra. Sophia Wang, Sra. Kelly Li ou Sra. Zhang Vicky, Comerciantes Pequim-Link Int’l Exhibition Co., Ltd.
Tel: +86-10-8471 0628/8472 4014/8472 4092 / Fax: +86-10-8472 3019
E-mail: [email protected] ;[email protected] ;[email protected].
42
Fotolia.com
Eventos – Beijing
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
Cinto de segurança salva vidas
Cinto de segurança salva vidas.
Estatísticas
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
O emplacamento
de veículos até
fevereiro de 2013
Fotolia.com
Reação apenas no segmento de máquinas agrícolas.
Os demais continuam na mesma.
Sérgio Duque
O
os dois setores, quando em anos anteriores já se vendeu
quase 40% mais do que os volumes atuais registram.
Como mencionado em comentários anteriores, embora os estudos do Sindipeças (Sindicato Nacional da
Indústria de Componentes para Veículos Automotores)
apresentassem uma tendência de leve recuperação
para 2013, outros fatores deverão interferir no comportamento da economia que refletirão diretamente
no mercado automotivo.
acumulado de emplacamento de veículos até
fevereiro de 2013 registrou um montante 2,21%
inferior ao mesmo período de 2012. Foram emplacados no País neste ano algo em torno de 775 mil
veículos.
As previsões feitas pela Audamec Marketing em dezembro sobre a tendência de fechamento para 2013 foram revistas para volumes 1,25% menor
do que a visão permitia prever naquela
Licenciamento de veículos automotores
oportunidade, graças a agregados que se
ACUMULADO JAN-FEV
manifestaram nos dois últimos meses,
PREVISÃO
SEGMENTO
% VAR.
entre eles as medidas em vias de serem
2013
2013
2012
adotadas pelo governo para impedir o
Automóveis
402.105
381.255
5,47 ▲ 2.950.000
crescimento da inflação.
Automóveis e comerciais leves respon800.000
Comerciais Leves
117.233
107.204
9,35 ▲
deram bem às ações das montadoras para
160.000
Caminhões
22.160
23.895
-7,26 ▼
estimular a venda de novos, com números
35.000
Ônibus
5.049
5.356
-5,73 ▼
ainda positivos.
Nos segmentos de caminhões e ônibus
55.000
Tratores e Máquinas
9.320
7.293
27,79 ▲
o que se percebe é uma inércia que limita
Motos
228.297
276.892
-17,55 ▼ 1.700.000
a recuperação de um segmento carente
de investimentos. Se nada for feito, volTOTAL
784.164
801.895
-2,21 ▼ 5.700.000
taremos a contemplar números de venda
Fonte: Fenabrave. Números de tratores e máquinas incluídos para referência. Previsão 2013, estudos
não superiores a 200 mil unidades entre
Audamec Marketing.
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DESIGN: WWW.BCICLETA.COM.BR
Cinto de segurança salva vidas.
13 DE
AGOSTO
DE 2013
WWW.SEMINARIOAUTOMOTIVO.COM.BR
TEATRO
RUTH CARDOSO FIESP
AVENIDA PAULISTA, 1313 - SÃO PAULO
PATROCÍNIO 2012
REA LIZAÇ ÃO
O R G A N I Z AÇ ÃO
CONTATO GRUPO PHOTON
Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças
[email protected]
11 - 2281.1840
Jarbas Ávila
Rely estreia no Brasil com pick-up
de 64 cv
Rely, divisão de comerciais leves da Chery Automobile, maior
montadora independente de veículos da China, por meio da
importadora oficial Venko Motors do Brasil, estreou no mercado
brasileiro com 30 concessionárias nomeadas nas principais capitais
e cidades do País e trouxe como primeiro modelo uma pick-up com
carroceria de 2,5 m e capacidade de carga para 800 kg (excluindo
motorista e passageiro) e motor que entrega 64 cv de potência
ao veículo.
O segundo lançamento deverá ser o modelo Van de 7 lugares.
Ambos contarão com motor de 4 cilindros, DOHC, 16 válvulas, e
64 cavalos de potência. Segundo o fabricante, trata-se do mais
forte motor da categoria de miniutilitários, com ar-condicionado e
direção hidráulica de série.
Em abril, será a vez do modelo Link, van para 7 passageiros,
com motor de 1.3 litro, que gera 84 cavalos de potência. E, para o
segundo semestre de 2013, serão lançados os modelos pick-up CD
[cabine dupla], pick-up EX (caçamba estendida com 3 metros de
comprimento) e a van H13, com motor de 2.0 litros, 170 cv, gasolina,
para 14 passageiros.
A Rely pretende posicionar seus produtos no mercado nacional
diferenciando-os com motorização mais potente, mais itens de
conforto e design atualizado.
O preço de lançamento do Rely pick-up é de R$ 29.990,00. A
garantia é de um ano ou 30 mil km. A empresa inicia suas operações
com estoque de peças e componentes com o objetivo de cobrir
90% dos atendimentos.
JAC MOTORS SOBE INVESTIMENTO PARA
1 BILHÃO
e olho no potencial de mercado para caminhões leves no
Brasil, que, segundo as estimativas da JAC Motors para este
ano, o consumo deverá ser de 30 mil unidades, a ser dividido por
todas as montadoras fabricantes deste tipo de veículo, a montadora
entendeu ser esta uma grande oportunidade para ampliar suas
linhas de atuação e expandir seus negócios no Brasil.
Para tanto, ampliou seu programa de investimentos no Brasil em
mais R$100 milhões, atingindo a cifra de 1 bilhão de reais.
Esse novo aporte será necessário para aumentar a capacidade
produtiva anual do Complexo Industrial de Camaçari, na Bahia, que
passará a ter capacidade de produzir além dos 100 mil automóveis
de passeio já previsto, mais 10 mil veículos comerciais.
A crescente demanda por veículos comerciais no mercado
brasileiro, especialmente nos segmentos abaixo de 8 toneladas,
e a expertise da empresa na China na produção de caminhões,
levaram a JAC Motors Brasil a anunciar esta importante decisão.
O caminhão escolhido, cuja produção está prevista para começar no final de 2014, será o modelo JAC T140, que por ora ainda
será importado da China.
De acordo com Sergio Habib, presidente da empresa, a ideia é
aproveitar boa parte da estrutura já desenhada para também incluir
a produção de caminhões. “Estamos prevendo fabricar veículos
de até 6 ou 8 toneladas, ou menores, que é o limite físico para
aproveitamento da cabine de pintura”, explica.
Quando estiver operando com capacidade plena, a planta possibilitará produzir até 10 mil unidades de veículos comerciais ao ano,
sem contar os 100 mil carros de passeio.
O Complexo Industrial da JAC Motors na Bahia incluirá um centro de desenvolvimento de novas tecnologias – como a adoção de
um motor com sistema de alimentação flex com sistema de partida
a frio por intermédio de preaquecimento de bicos injetores –, centro
de estilo e design, laboratórios de acústica e controle de emissão de
poluentes, pista de testes e centro de capacitação profissional, além
das tradicionais etapas de produção, como estamparia, soldagem,
pintura, montagem e testes finais.
Além disso, a fábrica contará também com estamparia de
componentes.
Quando pronto no final de 2014, o Complexo Industrial deverá
gerar ao redor de 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.
Divulgação
Flash
A
48
Divulgação
D
w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r
IVECO LANÇA O VERTIS HD, DE MENOR CUSTO
OPERACIONAL DA CATEGORIA
s superlativos de maior robustez, durabilidade e facilidade de
implementação com o novo chassi (baseado no conceito do
Iveco Tector), menor consumo com alta performance do Euro V,
além de mais silencioso, são alguns dos atributos que, segundo o
fabricante, estão respaldados por mais de 1 milhão de quilômetros
percorridos em testes.
O Iveco Vertis HD, em duas versões – 9 e 13 toneladas, cabine
estendida – foi concebido sob a ótica das necessidades do cliente, e
tem no baixo custo de manutenção um dos seus principais atibutos.
Produzido e desenvolvido na cidade mineira de Sete Lagoas,
o novo Iveco Vertis HD é um veículo de grande importância para a
estratégia comercial da montadora.
Para atingir o diferencial que caracterizasse o Iveco Vertis HD
como mais competitivo, em suas duas versões várias alterações
técnicas e diversos componentes foram introduzidos com a finalidade de garantir versatilidade e facilidade de implementação,
transformando a nova versão na solução ideal para o transporte
de vários tipos de carga.
Seu “sobrenome” HD – Heavy Duty – representa a robustez e
confiabilidade do produto, que tem significativa importância para
a estratégia de mercado da Iveco. Com ele, a montadora prevê
ampliar para 7% seu market share no segmento de caminhões de
8 a 15 toneladas de PBT. Trata-se de um mercado que tem crescido
Faça revisões em seu veículo regularmente.
Divulgação
O
de forma exponencial nos últimos anos, devendo atingir a marca
de 45 mil unidades comercializadas apenas em 2013.
“Com o lançamento do Vertis HD, a Iveco completa a linha
Ecoline, que agregou à nossa frota uma série de modificações técnicas para levar aos nossos clientes mais desempenho, economia
de combustível, robustez, sempre a custos de manutenção cada
vez mais reduzidos”, afirma Marco Mazzu, presidente da Iveco na
América Latina. Nascida do processo de adaptação dos veículos à
normativa Proconve P7, a geração Ecoline já conta com os veículos
Daily, Tector, Trakker e Stralis.
O novo Iveco Vertis HD já pode ser encontrado nas 109 concessionárias Iveco no Brasil.
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renato giannini As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte. Revista MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo...

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