Revista Canavieiros
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1 Revista Canavieiros - Março de 2014 2 Revista Canavieiros - Março de 2014 Editorial 3 Eventos sobre o setor sucroenergético marcam os meses de fevereiro e março N ão é segredo para ninguém que o setor sucroenergético tem atravessado um momento de crise que atinge todos os elos da cadeia produtiva. Mediante essa situação, empresas e instituições se organizam para realizarem eventos que possam de fato contribuir com informações e discussões sobre o que fazer neste momento. E foi com o objetivo de disseminar conhecimentos e fomentar novas tecnologias e cultivares que, no dia 27 de fevereiro, a Canaoeste em parceria com a Copercana, reuniu no Cred Clube, em Sertãozinho, mais de 250 pessoas para participarem do Encontro Técnico sobre Variedades e Doenças da Cana-de-açúcar. Dentre os presentes estavam, produtores rurais, cooperados, associados, agrônomos, centros de pesquisas, usinas, universidades, alunos e empresas parceiras como a Arysta, Basf, Bayer, Dow, Dupont, FMC, Ihara e Syngenta, que compartilharam informações com excelentes palestrantes. A Canaoeste também realizou em parceria com a STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), o “Seminário de Florescimento e Isoporização – Fisiologia, Aplicação e Monitoramento Indutivo” sobre a cultura da cana-de-açúcar. O evento aconteceu no dia 26 de fevereiro, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, reunindo pesquisadores, técnicos e estudantes. Ainda falando sobre os eventos realizados recentemente, no dia 13 de março, Ribeirão Preto sediou o Encontro Cana Substantivo Feminino, essa é a terceira edição do evento organizado pela Paiva & Baldin que reuniu cerca de 250 mulheres de várias empresas que atuam no setor sucroenergético com o objetivo de debater a participação feminina no setor destacando suas experiências e a importância dessas profissionais. Na programação temas como Comunicação e marketing no agronegócio; A sustentabilidade transformando vidas; Mulheres nas funções de direção e gerência de empresas; As soluções para o sucesso da dobradinha agrícola-indústria: inovações tecnológicas e a gestão de pessoas e O cenário sucroenergético em 2014 – ano de eleição. Temas que possibilitaram uma interessante troca de informações entre os mediadores, panelistas e o público presente. Ainda no mês de março foi lançado oficialmente o maior evento do setor sucroenergético do mundo, a Fenasucro, que está em sua 22ª edição. Na ocasião, a Reed Exhibitions Alcântara Machado, empresa responsável pela organização da feira, em conjunto com o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), apresentaram as novidades e perspectivas do evento mundialmente conhecido. E também várias novidades sobre a Agrishow 2014 foram reveladas a imprensa e convidados em entrevista coletiva realizada no dia 17 de março, em Ribeirão Preto, evento que contou com a presença da prefeita de Ribeirão, Darcy Vera, que ressaltou a importância da realização da Agrishow para a cidade e região. No dia 26 de fevereiro, o CEISE Br e a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), reuniram empresários e fornecedores de toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar no auditório do Centro Empresarial em Sertãozinho, para participarem de uma reunião sobre o Plano de Ação Conjunta PAISS Agrícola. A iniciativa foi destinada as coordenações das ações de fomento à inovação e ao aprimoramento da integração dos instrumentos de apoio disponibilizados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa). Além destes eventos, a equipe da Revista Canavieiros também participou da apresentação das estimativas de safra da Usina Batatais e da visita a biofábrica da Syngenta em Itápolis. A cobertura dos eventos é realizada com transparência e repassada aos leitores de forma clara e objetiva. Esse é o nosso compromisso! Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Rafael H. Mermejo e Karen Conceição Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2008 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Tiragem DESTA EDIçÃO: 21.100 exemplares Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2190) [email protected] www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Março de 2014 Foto: Rafael Mermejo 4 Ano VIII - Edição 93 - Março de 2014 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 24 Canaoeste realiza encontro técnico sobre variedades e doenças da cana-de-açúcar Com palestrantes renomados e a parceria de empresas de destaques no mercado agrícola, o evento reuE niu mais de 250 participantes Pontos de Vista: 05 - Entrevista I Diego Nykos Economista do departamento de Biocombustíveis do BNDES Planos de negócios para o setor sucroenergético mais: Luiz C. Corrêa Carvalho .................página 10 Dr. Marcos Fava Neves .................página 12 Coluna Caipirinha .................página 14 Destaques: Biofábrica Syngenta .................página 28 07 - Entrevista II Mônica Santos Gerente de comunicação da Siamig O importante papel da comunicação no setor 16 - Notícias Copercana - Copercana inaugura loja de ferragens e magazine em Paulo de Faria - Seguro Agrícola Copercana 19 - Notícias Canaoeste - Canaoeste e Copercana realizam reunião técnica para associados e cooperados - STAB e Canaoeste realizam Seminário de Florescimento e Isoporização 26 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal 36 - Evento Agrishow reúne a imprensa para apresentar as novidades da feira em 2014 Usina Batatais - Safra 14/15 .................página 29 PAISS Agrícola .................página 30 Informações Setoriais .................página 32 Eventos: Cana Substantivo Feminino .................página 34 Fenasucro .................página 37 Assuntos Legais .................página 38 Classificados .................página 39 Agende-se .................página 40 Cultura .................página 42 Revista Canavieiros - Março de 2014 5 Entrevista I Planos de negócios para o setor sucroenergético “O futuro crescimento da produção de etanol não estará focado somente no aumento do consumo interno do produto. É premente a necessidade de construir um mercado global e, por isso, os desafios para que o etanol se transforme em commodity internacional precisam ser enfrentados”. A afirmação acima foi feita pelo economista do departamento de Biocombustíveis do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Diego Nykos, em entrevista exclusiva à Revista Canavieiros. Durante a conversa, Nykos falou sobre a participação do BNDES no setor sucroenergético através de programas e apoio ao setor, linhas de crédito, commodities e planos de negócios. Confira! Diego Nykos Fernanda Clariano Revista Canavieiros: Qual é a atuação do BNDES nos investimentos com base no setor sucroenergético? Diego Nykos: O BNDES vem pautando sua atuação no setor sucroenergético por cinco diretrizes principais, quais sejam: ampliação da capacidade de produção; incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico; potencialização de externalidades positivas; estímulo à sustentabilidade socioambiental e contribuição para formação de um mercado internacional de bioetanol. A primeira diretriz diz respeito à atividade precípua do BNDES, que é a de prover recursos de longo prazo para ampliação do nível de produção da indústria brasileira. O investimento no setor sucroenergético provoca relevantes impactos econômicos a jusante e a montante da cadeia de produção, o que justifica a prioridade que o Banco vem dando ao tema. No que se refere ao segundo ponto, o apoio a investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico do etanol vem recebendo atenção crescente. Exemplo disso foi a criação do PAISS (Programa Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico), que teve como objetivo fomentar projetos de desenvolvimento, produção e comercialização de novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa de cana-de-açúcar, como o etanol celulósico. Apesar de pioneiro, o programa pode ser considerado bem sucedido. Seu resultado final contemplou a seleção de 25 empresas, que submeteram 35 planos de negócios, os quais poderão gerar investimentos em inova- ção de cerca de R$ 3,8 bilhões. Entre as escolhidas estão empresas start-ups de base biotecnológica e grandes empresas do setor sucroenergético. O terceiro aspecto refere-se à orientação estratégica do BNDES de tentar, na medida do possível, intensificar a geração de externalidades positivas. Além do PAISS, que pode gerar desdobramentos de elevada importância para o Brasil no longo prazo, outro exemplo importante dessa diretriz foi a manutenção, por determinado período, de condições mais favoráveis para o financiamento a caldeiras de alta pressão. Também cabe destaque para os investimentos sociais, uma vez que, em boa parte dos projetos financiados, vem sendo requerida a inclusão de subprojetos que tenham como objetivo a construção de equipamentos sociais de uso público, como creches, escolas e alas de hospitais. Além desses exemplos, e ante o mérito estratégico do setor para o País, foram estruturados programas específicos e operações que visam ao aumento da competitividade setorial. Em primeiro lugar, sobressai o BNDES PASS (Programa de Apoio do Setor Sucroalcooleiro), cuja finalidade é financiar a estocagem de etanol para garantir o abastecimento do País na entressafra. Em segundo lugar, destaca-se a criação do BNDES Prorenova, programa que estimulou a renovação e a ampliação dos canaviais brasileiros. Igualmente é digno de nota o apoio do BNDES para a implantação de um sistema logístico de transporte de etanol. Esse sistema compreenderá uma estrutura logística multimodal (in- cluindo a construção do alcoolduto) dedicada ao etanol, com capacidade de transporte de 20,8 milhões de metros cúbicos por ano. Esse sistema logístico também contribuirá para aumentar o padrão de sustentabilidade do setor sucroenergético, o que se enquadra no quarto princípio defendido e executado pelo BNDES no decorrer de sua história. Contudo, os desafios socioambientais ganharam novos contornos com o passar do tempo, mais diversificados e complexos, o que exigiu que o Banco se adequasse ao novo contexto. Tal processo culminou com a introdução de diversas linhas de financiamento e Revista Canavieiros - Março de 2014 6 Entrevista I fundos específicos para apoiar projetos ambientais e sociais e, principalmente, com a criação, em meados de 2009, da Área de Meio Ambiente. Finalmente, cabe mencionar ainda que o futuro crescimento da produção de etanol não estará focado somente no aumento do consumo interno do produto. É premente a necessidade de construir um mercado global e, por isso, os desafios para que o etanol se transforme em commodity internacional precisam ser enfrentados. Voltado para isso, o BNDES coordenou a produção e participou da extensa agenda de divulgação do chamado “Livro Verde” do bioetanol, que, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e o CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), foi distribuído em inúmeros países. Além disso, também cabe destacar que, para alguns, o fato de a capacidade exportadora de etanol estar concentrada no Brasil vem inibindo a criação de um mercado internacional, haja vista que os potenciais países consumidores teriam receio de eventuais interrupções de fornecimento do produto. Diante disso, o BNDES concedeu apoio financeiro para a realização de estudo técnico que avalia a viabilidade da produção de biocombustíveis nos países-membros da UEMOA (União Econômica e Monetária do Oeste Africano). Ao mesmo tempo, o BNDES procura oferecer financiamento para a instalação de usinas no exterior, em especial na América Latina e na África. Consequentemente, o conjunto dessas iniciativas possibilitará que mais países se tornem exportadores de etanol. Revista Canavieiros: O setor sucroenergético tem solicitado o apoio do BNDES através de financiamentos? O que o produtor agrícola precisa fazer para poder contar com esse apoio? Nykos: O BNDES sempre vem sendo demandado pelo setor. Abaixo, segue a série histórica com os nossos desembolsos para o setor nos últimos anos. Para acessar as linhas e programas do BNDES, as empresas podem entrar em contato diretamente com o Banco ou, indiretamente, entrar em contato com algum agente financeiro. Todas as informações estão disponíveis no site do BNDES. Revista Canavieiros: Como os projetos de investimentos relacionados ao setor sucroenergético são avaliados pelo BNDES? Nykos: Em todos os setores, empresas e projetos são avaliados da mesma forma, o que contempla análises econômica-financeira, de crédito, sócio-ambiental, jurídica etc. Revista Canavieiros: Os desembolsos do BNDES para o setor sucroenergético têm se concentrado mais em qual Estado? O que atribui essa demanda neste Estado? Nykos: Os desembolsos do BNDES para o setor sucroenergético se concentram nos estados da região Centro-Sul, especificamente São Paulo, o que reflete a distribuição geográfica da lavoura de cana-de-açúcar no Brasil. Revista Canavieiros: O que é o PAISS Agrícola? Nykos: O PAISS Agrícola é uma das iniciativas previstas no Inova Empresa, plano do governo federal que abarca diferentes setores e indústrias. O PAISS Agrícola é destinado à coordenação das ações de fomento à inovação e ao aprimoramento da integração dos instrumentos de apoio disponibilizados pelo BNDES e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) com a finalidade de fomentar tanto o desenvolvimento e a produção pioneira de tecnologias agrícolas como a adaptação de sistemas industriais, desde que inseridos nas cadeias produtivas da cana-de-açúcar e/ou de outras culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial da cana-de-açúcar. O orçamento do PAISS Agrícola prevê R$ 1,4 bilhão em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito de BNDES e Finep, além de instrumentos de renda variável Revista Canavieiros - Março de 2014 de ambas as instituições. O programa ainda disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do BNDES/Funtec (Fundo Tecnológico) e R$ 40 milhões de subvenção econômica pela Finep. A apresentação dos planos de negócios selecionados terá que ser feita até 16 de maio próximo. O resultado preliminar da etapa única de seleção dos planos e a indicação dos planos de suporte conjunto deverão sair no dia 20 de junho. As linhas temáticas são: • Linha 1: Novas variedades, sobretudo: aquelas voltadas aos ambientes de produção das regiões de fronteira; mais adequadas à mecanização agrícola; e/ou com maiores quantidades de biomassa e/ou ATR, com ênfase na utilização de melhoramento transgênico; • Linha 2: Máquinas e implementos para plantio e/ou colheita, bem como para coleta de palha e/ou resíduos, com ênfase na ampliação do uso de técnicas de agricultura de precisão; • Linha 3: Sistemas integrados de manejo, planejamento e controle da produção; • Linha 4: Técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio e; • Linha 5: Adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Todas as informações estão disponíveis no site do BNDES. Revista Canavieiros: Ao todo o BNDES irá disponibilizar quanto em linhas de crédito para o setor sucroenergético neste ano de 2014? Nykos: Em 2014, o BNDES espera desembolsar cerca de R$ 6 bilhões para o setor sucroenergético. RC 7 Revista Canavieiros - Março de 2014 8 Entrevista II O importante papel da comunicação no setor A gerente de comunicação da Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), Mônica Santos, esteve em Ribeirão Preto para participar do III Encontro Cana Substantivo Feminino como painelista no painel Comunicação e marketing no agronegócio. Na oportunidade, concedeu entrevista à Revista Canavieiros. Confira! Mônica Santos Fernanda Clariano Revista Canavieiros: Qual a importância da comunicação para a Siamig, quais as ações desenvolvidas na empresa e quais os desafios? Mônica: Sempre existiu por parte da presidência da Siamig uma preocupação muito grande em comunicar o que o setor faz, em atender a imprensa e a atender também os anseios dos nossos associados. Então procuramos buscar na comunicação, uma série de ferramentas para ampliar o conhecimento. Desenvolvemos um site como se fosse um portal tanto de notícias quanto de serviços para os associados, contamos com um boletim, uma newsletter que já tem 11 anos de existência onde divulgamos todos os trabalhos realizados pelas usinas e também as reportagens que saem na mídia. Participamos de eventos muitas vezes com estandes, produzimos materiais institucionais, temos uma cartilha chamada “Os mitos do setor”, nela, tentamos desvelar mitos e tantas coisas que são criadas em cima do setor que sabemos que não faz mais sentido porque o setor evoluiu demais nos últimos anos. Procuramos divulgar tudo o que o setor tem de bom ambientalmente e socialmente. Essas são algumas das razões da comunicação na Siamig. Os desafios sempre irão existir, na comunicação, se você disser que está bom você estagnou. Eu acredito que temos uma comunicação muito ampliada nacional, macro, mas precisamos realizar uma comunicação mais micro, diretamente nas regiões onde as usinas estão inseridas. Até em pouco tempo, as usinas eram muito fechadas em relação à comunicação. De uns cinco, seis anos para cá, houve uma evolução dentro das usinas com relação à comunicação. Elas começaram a sentir a necessidade de se abrirem, principalmente para a comunidade, mas há o desafio também de se ampliar essa comunicação investindo em marketing. Revista Canavieiros: Como você vê a questão da comunicação entre o setor e o governo federal? As entidades estão mobilizadas para levar os pleitos do setor ao governo? Mônica: Eu acredito que as entidades se mobilizam sim, mas há necessidade de um diálogo mais homogêneo, onde as associações, sindicatos e lideranças, sejam de fato respeitadas. Que elas possam levar a linguagem do setor ao governo, melhorando esse relacionamento com o governo e parlamentares, ou seja, com o congresso nacional de forma geral. Geralmente os parlamentares são de regiões produtoras de cana-de-açúcar e vivem os problemas, tomam conhecimento dos acontecimentos, sabem quando uma usina fecha ou que está demitindo funcionários, e muitas vezes podem e contribuem com o setor por estarem mais próximos do governo. A criação das frentes parlamentares em apoio ao setor sucroenergético foi um grande passo, uma importante iniciativa das entidades. Foram criadas frentes parlamentares em Brasília, São Paulo e em Minas Gerais. Agora é preciso que haja um discurso mais homogêneo e as lideranças de fato representem as empresas, porque tudo tem que ser discutido, mas é preciso que haja um interesse em comum, o que muitas vezes é Revista Canavieiros - Março de 2014 difícil. Existe um interesse de todos por mais representatividade junto ao governo e sabemos que precisamos de incentivos, o setor sabe da sua importância, mas precisa se mostrar mais, mas para isso, todos precisam falar a mesma língua. Revista Canavieiros: Estamos vivenciando um momento difícil para o setor e este é um ano eleitoreiro. Quais são as expectativas da Siamig? Mônica: Eu acredito que essa é uma oportunidade de se buscar caminhos e aprofundar os relacionamentos, pois este ano teremos eleições para presidente e congresso nacional, então, essa é a oportunidade de mostrar o que o setor precisa. Temos que fazer com que as propostas cheguem 9 até o governo, é o momento do setor se mobilizar e encontrar canais para apresentarem os seus pleitos. Revista Canavieiros: O que pode ser feito para que uma nova história seja criada e o setor volte a ser visto com bons olhos? Mônica: Precisamos valorizar o que temos, nós brasileiros, valorizamos muito o que é de fora e às vezes deixamos de valorizar o que temos perto da gente. Um exemplo é a energia elétrica feita a partir do bagaço da cana. Não sei se precisamos fazer algo para uma nova história, mas sei que precisamos passar a enxergar o que a gente tem de bom e principalmente no nosso setor. O que precisamos é de políticas públicas, porque com uma política onde o governo subsidia a gasolina, tira a CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) da gasolina e o etanol fica a deriva sem ter como concorrer, fica complicado. “A criação das frentes parlamentares em apoio ao setor sucroenergético foi um grande passo, uma importante iniciativa das entidades. Foram criadas frentes parlamentares em Brasília, São Paulo e em Minas Gerais. Agora é preciso que haja um discurso mais homogêneo e as lideranças de fato representem as empresas.” Como criar uma nova história com essas condições? É preciso valorizar a energia renovável no País e de fato definir o papel do etanol na nossa matriz energética, não só do etanol, mas da bioeletricidade também, da nossa matriz energética. Vamos valorizar a energia renovável no País ou vamos manter essa política de subsídio e de privilégio ao combustível fóssil, a gasolina? O novo para mim é a valorização e o que a gente quer do País, continuar com um combustível fóssil, com o pré-sal que ajudou muito de certa forma o etanol ficar a deriva? É isso que a gente quer para o nosso País, é manter o combustível fóssil e desvalorizar o etanol, a bioeletricidade? O novo seria a valorização, o reconhecimento da cadeia produtiva do setor não só como combustível, mas tudo o que ele representa em termos de energia renovável, geração de emprego, desenvolvimento no interior, isso sim seria o novo. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 10 Ponto de Vista A volta ao caminho do etanol O “Costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro” Juscelino Kubitschek agronegócio canavieiro, sustentável do ponto de vista socioambiental, tem sofrido de forma absurda pela falta de visão do Governo Brasileiro sobre o efeito das cadeias produtivas, tornando-se um setor não sustentável do ponto de vista econômico. Essa visão que veio desvirtuando as políticas públicas criadas em 2002, principalmente a criação da CIDE¹, esvaziada pela ação do segundo mandato do Governo Lula e no Governo da Presidente Dilma Rousseff, tornou o setor insustentável economicamente. Com as políticas públicas implantadas no segundo mandato do Governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, somando-se ao lançamento do carro flexível em 2003 e a elevação mundial dos preços de energia, o uso do etanol e a oferta de energia do bagaço da cana criaram uma revolução no setor, com intensa chegada de capital externo e um crescimento de 10% ao ano em oferta do produto no Brasil. Após a crise global de crédito, em 2008, o setor reduziu em 1% ao ano a oferta até 2013. Da euforia etílica entre 2004 a 2008 à depressão pós 2009, o sobre-investimento deu lugar ao sub-investimento, relembrando os ciclos intensos em momentos anteriores. Relativamente poucos anos atrás, o consumidor brasileiro preferia o etanol. Hoje, o consumo rapidamente crescente é o da gasolina, com sensível piora nas emissões de gases locais e regionais (poluição) e piora no balanço das emissões de CO2 (efeito estufa). Quem, em perfeita sanidade, imaginou que ocorreria uma crise de oferta ao invés de demanda, em dez anos? O peso da crise atual talvez seja maior do que a do início dos anos 2000, pois há que se enfrentar uma dose alta complementar de ideologia, o que, por si, traz limitações gravíssimas de raciocínio. Talvez a última grande ação no Brasil veio entre os anos 60 e 70, iniciada com Juscelino Kubitschek e continuada pelos governos militares, visando modernizar a agropecuária e apoiar sua expansão no Centro-Oeste e Norte do Brasil . Sem margens, por anos seguidos, o produtor de cana tem muitas dificuldades em investir; sem investimentos, não há o aumento da oferta; sem oferta adicional de etanol, em contínuo e acelerado crescimento da sua demanda potencial, o consumo da gasolina cresce; sem produção de gasolina no Brasil, as importações são aceleradas de forma absolutamente inadequada. É caótica a situação. Agora, inflação alta impede a correção dos preços da gasolina, que faz a Petrobrás sofrer com o Real desvalorizado face ao crescimento das suas importações, que, portanto, tira a competitividade da Petrobrás, do etanol e afunda o Brasil! E não se fala a respeito! E isso vem acontecendo desde 2006. Essa situação encontra-se com um setor produtivo que acreditou que não seria simplesmente mais um ciclo, com risco de retorno a mediocridade. Para crescer 10% ao ano, em cinco anos, com crédito disponível, o endividamento veio acompanhado da falta de margens, em regiões de expansão e de menor conhecimento agroindustrial, além da novidade, ou o que se chama de curva de aprendizado, com a mecanização do plantio e da colheita. As taxas de crescimento foram desajustadas, as renovações de canavial (replantios) foram adiadas, envelhecendo as áreas de produção e derrubando a produtividade. Luiz Carlos Corrêa Carvalho* Em 2014 com a CIDE (alíquota sobre a gasolina) zerada, endividamento elevado e sendo muito mais fácil aos Agentes Financeiros financiarem o Governo Brasileiro no seu “buraco sistêmico”, o crédito deverá ser muito seletivo. Com a taxa de juros subindo e o controle continuado dos preços da gasolina, como ficariam os preços do etanol? Quais os caminhos possíveis de políticas públicas? Para que os investimentos voltem na velocidade necessária, o etanol precisa gerar margens ao produtor. A forma de realizar isso dependerá do comportamento do governo, com vistas ao problema da inflação e para quais pessoas seria dirigida a ação. Ela pode, via retorno da CIDE, atingir o consumidor de combustível (gasolina), ou, via prêmio ao etanol (subsídio), atingir todos os brasileiros. Também fundamental será a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) pelos Estados, pois, hoje, o etanol paga o mesmo tributo que a gasolina na enorme maioria deles. Afinal as externalidades negativas do combustível fóssil deverão ser cobradas de quem as usa. • Presidente da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio. RC ¹ CIDE: Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico, com alíquota sobre a gasolina e o diesel, cobrando as suas externalidades negativas (emissões) sobre o meio ambiente, tinha em 2002 alíquota de 14% sobre a gasolina e zero sobre o etanol e foi o mecanismo que permitiu a desregulamentação do setor canavieiro para mercado. ² Barros, Geraldo S. de C., CEPEA-USP, Agronegócio Brasileiro, julho/2006. Revista Canavieiros - Março de 2014 11 Revista Canavieiros - Março de 2014 12 Ponto de Vista No Carnaval da Petrobras faltou o etanol Por: Prof. Dr. Marcos Fava Neves A Petrobras, que congrega subsidiárias, veio a público hoje, logo após a nossa quarta-feira de Cinzas, com um relatório geral sobre a empresa e suas atividades, ocupando uma página dos principais jornais. Estes relatórios são importantes peças de comunicação usadas pelas empresas, e mostram, na essência, o que fazem e pensam, quase que um resumo do seu plano. É dividido em quatro partes: a) gestão com foco na eficiência, produtividade e disciplina de capital; b) resultados operacionais; c) o plano estratégico 2030; e d) o plano de negócios para 2014-2018. São 26 parágrafos, com os destaques nessas quatro áreas. Li com atenção de cientista, primeiro por ter criticado bastante a ingerência na empresa nos últimos anos, e depois para ver o que ela propõe, principalmente na política de preços de combustíveis, um dos fatores que prejudicou a indústria da cana, da qual me considero cientista. Nesta primeira parte do texto, analiso 2013. A Petrobras apresenta diversos números dignos de elogios, como o crescimento do lucro operacional em 6%, atingindo R$ 34,4 bilhões, e do lucro líquido em 11%, atingindo R$ 23 bilhões (quando comparados a 2012). Programas estruturantes, como o de otimização de custos operacionais, reduziram as despesas em R$ 6,6 bilhões, e o programa de desinvestimentos trouxe R$ 8,5 bilhões de contribuições ao caixa. Segundo a empresa, programas de aumento de eficiência operacional foram importantes também, com resultados efetivos. Outro esforço louvável foi o de transferências internas de pessoal, que evitou novas contratações, e também foi sucesso o plano de desligamento voluntário. A empresa justifica a queda na produção de petróleo e gás em 2013, de 2% em relação a 2012, comparando-se a algumas empresas mundiais que também tiveram quedas no período. É uma comparação difícil de entender, pois não se sabe se essas empresas tiveram acesso a novos campos de exploração no período ou se suas condições foram as mesmas da Petrobras. A capacidade de refino em 2013 aumentou em 6%, outro importante número face ao crescente consumo interno de diesel e gasolina. Apesar da queda da produção verificada em 2013, a companhia promete que a produção crescerá neste ano 7,5% com novas unidades produtivas, o que é uma boa notícia aos brasileiros, afinal nosso consumo de gasolina cresceu 56% de 2009 a 2013, segundo a Bioagência, atingindo quase 42 bilhões de litros. A empresa coloca como destaque o leilão do Campo de Libra, o primeiro sob o regime de partilha de produção. Leilão vencido pela própria Petrobras, em conjunto com Shell, Total, CNPC e CNOOC, sem dúvida parceiros de destaque, mas intriga o fato de não ter existido competição nesse leilão e a alta participação de recursos públicos brasileiros na oferta. Um aspecto de extrema importância em relatórios e comunicados à sociedade refere-se ao valor das ações da empresa e sua evolução no período analisado, justificando ao acionista seu comportamento. O valor da ação da Petrobras sofreu forte queda nos últimos anos, refletindo no valor total da empresa. Não há referências no comunicado – ou justificativas – a essa queda, nem ao plano de re- Revista Canavieiros - Março de 2014 versão que se espera da gestão. O relatório também coloca como destaque o programa de desinvestimentos da empresa, que se inicia em 2012 e já conta com R$ 23,4 bilhões em vendas de ativos. Também neste momento o comunicado relaciona a Petrobras a algumas de suas congêneres mundiais, dizendo que estas também fizeram grandes vendas de ativos. Porém, de certa forma foram omitidas informações sobre a qualidade da venda desses ativos, que eram patrimônio da sociedade brasileira. Pesam contra a empresa rumores de que alguns desses investimentos e consequentes desinvestimentos foram supostamente lesivos à sociedade em diversos aspectos. Esta entrada de recursos também afetou favoravelmente o lucro da empresa, mas não aparece relacionada na justificativa para o lucro maior obtido. Também é louvável conhecer que a empresa tem um programa de prevenção à corrupção desde 2013, que ressalta “o compromisso da empresa com a ética e a transparência”. Resta esperar pelo aprimoramento deste programa em 2014, com a incorporação de itens que vetem patrocínios a movimentos ilegais e a atos de vandalismo, como os R$ 650 mil descobertos recentemente pela mídia aplicados pela empresa em um lamentável evento ocorrido em Brasília, que foi danoso à sua imagem nacional e internacional. 13 Na segunda parte deste texto, analiso as informações sobre o futuro da Petrobras. Dentro do plano estratégico 2030, o principal indicador que aparece é que a empresa pretende produzir 4 milhões de barris por dia entre 2020 e 2030, ficando entre as cinco maiores do mundo. O comunicado não oferece, e fica como sugestão, um importante dado em planejamento estratégico que é a estimativa de tamanho do mercado mundial, mas principalmente do mercado brasileiro de combustíveis, decorrente do tamanho de frotas e outros usos, e como a empresa prevê seu abastecimento. Seria interessante ao grande público saber se esse patamar de produção permite ao Brasil ser independente em combustíveis fósseis. Segundo a empresa, ficam estabelecidas arrojadas metas de desenvolvimento, com aplicação de US$ 283,6 bilhões, sendo US$ 220,6 bilhões pela empresa e o restante por parceiros, tanto em refinarias como em exploração e produção. Para este investimento, usará sua geração operacional de caixa. A empresa acredita que o Brasil se tornará exportador líquido de petróleo. Não restam dúvidas de que são grandes investimentos que possibilitarão o desenvolvimento do Brasil. Em relação a como financiar seu crescimento – o que tem relação com o crucial assunto da paridade dos preços dos combustíveis, algo criticado por dez entre dez cientistas brasileiros – são dois parágrafos, que não permitem uma visão clara. Trazem dois cenários opostos, sendo um com preços maiores de petróleo e real desvalorizado, o que melhora a situação da empresa. Mas no parágrafo seguinte, dá-se a entender que o cenário dominante é o de preços de petróleo menores e real mais valorizado, que traria “condições mais rigorosas de financiabilidade”, pois a Petrobras acredita que será grande exportadora. Interessante é que o relatório diz que para 2014-2018 a desvalorização cambial vai melhorar o resultado da empresa, mesmo no caso onde não houver paridade de preços dos combustíveis com os preços internacio- nais. Minha visão é justamente a contrária, ou seja, com o consumo interno crescente de combustíveis no Brasil – graças ao crescimento da frota e aos preços controlados, aliados à safra menor de cana devido à seca e ao maior volume de gasolina que precisará ser importado este ano – e com este real mais fraco que está sendo observado, a saúde financeira da empresa seria ainda mais prejudicada, pois importa gasolina em dólar e vende em real. Para o plano estratégico de 2030, é reafirmada a missão de “atuar na indústria de petróleo e gás de forma ética, segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, fornecendo produtos adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua”. Em outro momento do relatório, a empresa reafirma o plano de expansão da capacidade de refino e atuação na exploração de petróleo e gás na América Latina, África e EUA. Mesmo conhecendo que existe uma subsidiária chamada Petrobras Biocombustível e que no plano estratégico da matriz, disponível para consulta no site da Petrobras, existem as projeções – ainda que tímidas – para o consumo e os investimentos em biocombustíveis, é decepcionante saber que na missão da corporação, que é mãe da subsidiária, não aparecem os combustíveis renováveis; mais ainda, neste importante relatório que resume o pensamento de momento da empresa, as palavras ‘etanol’ e ‘biodiesel’ não apareceram uma vez sequer. Etanol não combina com direção, mas combina com Carnaval. Faltou o etanol neste carnaval. Na última parte deste texto, concluo relatando que leio o suprassumo do pensamento da Petrobras na mesma semana em que leio outros três artigos. Um sobre declarações do Premiê da China, ressaltando que o País vai “declarar guerra contra a poluição... que se tornou um problema social e que pode ameaçar a estabilidade do País”, em parte causada pelos automóveis movidos a gasolina e diesel. Um segundo de uma renomada universidade americana, dizendo que crescem as chances de os EUA continuarem com as metas originais de etanol e não reformarem a lei de biocombustíveis. E o terceiro sobre os limites da revolução do gás de xisto nos EUA, mostrando a exaustão precoce de poços e que existe um valor mínimo do preço do barril para que a produção seja rentável – e este preço não é baixo. Ou seja, na semana do Carnaval, formou-se um samba com diversas notas na minha cabeça: - Primeira nota: China dá sinais de que a sustentabilidade passa a valer e terá um custo ao País, o que significa investimento em energias renováveis. - Segunda nota: o petróleo tem consumo crescente e um limite mínimo futuro de preços. - Terceira nota: o Brasil tem o programa mais respeitado mundialmente de substituição de combustíveis fósseis, o etanol de cana. - Quarta nota: os EUA podem continuar crescendo em etanol na velocidade prevista anteriormente. - Quinta nota: o etanol se encontra na situação atual de ser quase uma ação social de seus empreendedores (hoje mais um grupo pede recuperação judicial, com prejuízo milionário em 2013), principalmente porque o governo interfere na Petrobras, danificando seus preços e a rentabilidade da empresa – e, consequentemente, do etanol. - Sexta nota: pelo fato de o etanol deixar de ser rentável, a Petrobras perde seu importante ímpeto investidor no setor e até o ignora no comunicado que é a essência de seu pensamento... jogando mais um balde de água fria. Com estas notas, o samba que se forma na minha cabeça não poderia ter outro nome a não ser “o samba do crioulo doido”. * Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) Publicado originalmente no site NovaCana.com, em 06/03/14 RC Revista Canavieiros - Março de 2014 14 Coluna Caipirinha O campo salva a cidade II... M a c ro e c o n o mia e Consumo: Vai mal nossa balança comercial. Fevereiro apresentou o pior resultado desde 1993. O déficit foi de US$ 2,12 bilhões. Acumulando janeiro, já estamos com déficit de US$ 6,18 bilhões. Contribui com este problema uma alta de 8% na importação de combustíveis e lubrificantes. Em relação a 2012, gastamos US$ 370 milhões a mais nesta conta. O índice FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) de inflação de alimentos subiu 2,6% de janeiro a fevereiro, reflexo de temores sobre a crise da Ucrânia, o já conhecido aumento da demanda, e problemas climáticos na produção. Entre todos os produtos, a maior variação foi a do açúcar, com 6,2%. Cálculos de analistas mostram perdas de mais de R$ 10 bilhões com a seca no Centro-Sul e excesso de chuvas no Centro-Oeste. Houve revisão para baixo, devido às secas, da estimativa de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), agora ao redor de 190 milhões de toneladas. Cana: Segundo a MBF, algo que adiantamos aqui, desde 2008 são 56 pedidos de recuperação judicial no setor, e apenas neste ano, desde janeiro, são seis usinas. A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) acredita em antecipação da moagem em pelo menos 40 usinas ainda em março, graças aos preços atrativos do etanol, o que pode ser bom para interferir no preço do açúcar. Ainda difícil de estimar, mas as notícias não são boas em relação a produção de cana. Podemos ter quebra maior que a estimada, e com o consumo maior de etanol, podem surgir problemas de abastecimento ao longo da safra e principalmente, alteração no preço do açúcar. Etanol: Exportações de fevereiro foram de 65,7 milhões de litros (quase 70% a menos que fevereiro de 2012). Apenas cerca de US$ 40 milhões em receitas. No acumulado do ano estamos quase 54% a menos que em 2013. A Graanbio anunciou que seguem firmes os investimentos de US$ 1 bilhão em projetos de etanol de segunda geração. A primeira usina em Alagoas está entrando em operação e com custo de produção de R$ 1/litro. Fechados os números de consumo de combustíveis no Brasil em 2013. O total foi de 136,3 bilhões de litros, 5% maior que em 2012. O consumo de diesel foi de 58,5 bilhões, alta de 4,6%. Biodiesel representou 2,6 bilhões, alta de quase 6%. O consumo de hidratado aumento 9,5%, atingindo 10,8 bilhões de litros. As vendas de gasolina cresceram 4%, para 41,4 bilhões, e com o aumento da mistura para 25% em maio, o consumo de anidro em 2013 foi 30,2% maior. Somando-se anidro e hidratado, o consumo foi de 21,12 bilhões de litros. O consumo de hidratado pelas associadas do SINDICOM (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) (representam 60% do mercado) em fevereiro de 2014 foi 27% maior que o mesmo mês de 2013. Este é o número mais importante a ser acompanhado, uma vez que teremos menos cana. Açúcar: Exportações de fevereiro foram de 1,8 milhões de toneladas. Representa 1% a mais que 2012. Já a receita, de US$ 702,3 milhões, foi quase 20% menor que no ano anterior. No acumulado do ano (3,93 mi t e US$ 1,55 bi) estamos quase 3,5% a menos em volume e 21,3% menores em receita, quando comparados com o mesmo período de 2013. Neste fevereiro o açúcar valorizou 18% na bolsa de NY. Previsão de produção na Índia caiu 5%, devido a evento contrário ao observado nos canaviais brasileiros: chuva intensa. As previsões que eram de 25 mi. t. vieram para 23,8 mi. t. A Índia vem tomando mercados tradicionais do açúcar brasileiro, como o Irã, Bangladesh e Malásia, graças a subsídios de exportação, dado pelo governo. São esperadas oscilações mais fortes no mercado de açúcar no segundo semestre. Segundo a Archer, a média em reais de outubro a novembro de 2013 foi de R$ 942 por tonelada, e neste ano a média está em R$ 865, portanto, acredita em aumento. O que pode impedir aumento em NY seria uma desvalorização do real. Será uma safra mais alcooleira devido ao fato do etanol anidro apresentar a melhor remuneração. Mesmo com o incêndio que atingiu os terminais da Copersucar ano passado, as exportações na safra 2013/14, que se encerram em 31 de março, serão 11% maiores que no ciclo anterior. A empresa Revista Canavieiros - Março de 2014 Marcos Fava Neves deve comercializar 8,5 milhões de toneladas, sendo 6,8 milhões para exportação. A empresa garante que até o início de 2015 toda a estrutura em Santos estará recuperada e o terminal principal pode movimentar 10 milhões de toneladas. Homenageado do Mês: O homenageado do mês é o Dib Nunes, diretor do grupo IDEA. Um dos craques do setor de cana no Brasil, com excelente contribuição visando o crescimento e desenvolvimento do setor. Haja Limão: O limão do mês é o valor do subsídio que a sociedade brasileira dará graças aos sequenciais erros de política pública em energia, seja eletricidade, sejam nos combustíveis. Estimada em R$ 63 bilhões. Um medida populista. E por falar em populismo, Rodrigo Constantino, em seu artigo na Veja, como se diz no campo, “matou a pau”. Tomo a liberdade de compartilhar sua frase para encerrar nosso texto deste mês. É o que penso de nosso governo e dos governos da Argentina, Venezuela, Equador, entre outros. “Governos populistas hipotecam o futuro, plantam as sementes de tragédias e focam apenas o aqui e agora das pesquisas de opinião. Pensam nas próximas eleições, e as próximas gerações que se lixem. Alimentam o monstro que vai nos devorar amanhã. Sacrificam o destino de nossos filhos e netos para garantir sua permanência no poder”. (Revista Veja, 19/03/14). MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.RC 15 Revista Canavieiros - Março de 2014 16 Notícias Copercana Copercana inaugura loja de ferragens e magazine em Paulo de Faria 16ª loja da rede vai atender cooperados e clientes da cidade e região Carla Rossini N a manhã do dia 20 de março, Paulo de Faria recebeu a mais nova loja de ferragens e magazine da rede Copercana. A inauguração reuniu autoridades, cooperados, clientes e diretores da cooperativa para um a café da manhã nas dependências da loja. Cerca de 150 pessoas prestigiaram a cerimônia. O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti fez a abertura do ato inaugural. “Atendendo a pedidos de cooperados que possuem propriedades nesta região, trazemos uma filial da cooperativa para cá e esperamos que os cooperados retribuam esse esforço da diretoria, prestigiando a loja e adquirindo seus produtos aqui”, lembrou Lelo Bighetti. A loja de ferragem e magazine da Copercana em Paulo de Faria fica localizada na Rua Bom Jesus, 779 - Centro - Telefone: (17) 9.9651-8975 Em nome dos cooperados de Sertãozinho que possuem propriedades em Paulo de Faria, fez uso da palavra Rodolfo Savegnago. “Temos que agradecer a diretoria da Copercana por nos dar de presente esta loja porque a cooperativa é uma parceria do agricultor. É através dela que conseguimos comprar os produtos que utilizamos na lavoura com preços e prazos melhores. Fiquei muito feliz em saber que Paulo de Faria foi escolhido pela Copercana”, disse Savegnago. Joaquim Ademar Quim Gago Marques, agricultor de Paulo de Faria, representou os cooperados da cidade. “Estamos muito agradecidos por recebermos em nossa cidade uma loja completa como essa. A Copercana é nossa parceira em momentos como o que estamos vivendo agora, de crise no setor. É através dela que os pequenos e médios produtores rurais sobrevivem. Onde a Copercana está presente há pujança e aqui em Paulo de Faria também será assim”, falou Quim Gago. A vice-presidente da Câmara Municipal de Paulo de Faria, Amélia Maria Borges de Oliveira, também fez uso da palavra e falou sobre união de esforços. “Acredito que a Copercana chegou em nossa cidade para somar. Estamos empenhados em melhorar Paulo de Faria e vamos nos unir a cooperativa para alcançarmos o melhor”, disse Amélia. O vereador Willian Munhoz também prestigiou a inauguração. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana Herley Torres Rossi, prefeito de Paulo de Faria Revista Canavieiros - Março de 2014 17 Rodolfo Savegnago, cooperado de Sertãozinho Descerramento da placa inaugural Colaboradores da filial de Paulo de Faria com diretores e gerentes de Sertãozinho Padre Manuel Brito Pedreira da Paróquia Senhor Bom Jesus Em seu discurso, o prefeito de Paulo de Faria, Herley Torres Rossi, falou sobre a satisfação de receber a Copercana na cidade. “Estou agradecido e orgulhoso em receber uma filial dessa cooperativa em nossa cidade. Quando uma instituição escolhe uma cidade para implantar uma filial, significa que o município vai gerar mais emprego e melhorar seu comércio, ou seja, desenvolvimento. É dessa forma que eu vejo a vinda da cooperativa para a cidade”, afirmou o prefeito. Antes dos diretores descerrarem a placa inaugural, o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, fez o discurso de encerramento. “A vinda da Copercana para Paulo de Faria significa que acreditamos nessa região. Mas para a loja permanecer na cidade tem que haver a cumplicidade com os cooperados. Então minha expectativa é que os produtores desta região prestigiem a Copercana efetuando suas compras aqui. É assim que funciona o cooperativismo, a cooperativa está vindo até vocês e por ouro lado precisamos da confiança e do prestígio de cada cooperado. A cooperativa é nossa e cabe a cada um de nós administrá-la fazendo a nossa parte”, finalizou Tonielo. Joaquim Ademar Quim Gago Marques, agricultor de Paulo de Faria O padre Manuel Brito Pedreira, da Paróquia Senhor Bom Jesus deu as bênçãos nas dependências da loja que abriu as portas e iniciou às vendas à partir das 14:00 horas. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 18 Notícias Copercana Seguro Agrícola Copercana Mais um produto oferecido pela Copercana Seguros destinado a todos os produtores rurais Carla Rodrigues V ocê cuida da sua lavoura para minimizar eventuais problemas e garantir uma boa colheita. No entanto, existem riscos naturais que podem prejudicar, em poucas horas, o trabalho de um ano inteiro. Pensando na cultura do seu campo, a Copercana Seguros oferece aos produtores rurais sejam eles, cooperados ou não, o Seguro Agrícola para vários tipos de culturas como: soja, milho, amendoim, cana-de-açúcar, café, floresta (eucalipto e pinos), entre outros, sendo uma das poucas a oferecer este tipo de seguro, para a tranquilidade do produtor na hora de sua colheita. Além do Seguro Agrícola, a Copercana Seguros, ainda, oferece o seguro Multirisco Rural, destinado à propriedades como (sítios, chácaras e fazendas), cobrindo danos causados por incêndio, furto e danos elétricos. Revista Canavieiros - Março de 2014 Para maiores informações, procure ainda hoje a Copercana Seguros nas agências da Sicoob Cocred ou na própria Copercana. RC Notícias Canaoeste 19 Canaoeste e Copercana realizam reunião técnica para associados e cooperados Carla Rodrigues A Canaoeste e a Copercana em parceria com as empresas LL Cultivar e Omex realizaram uma reunião técnica para seus associados, cooperados e técnicos, que contou com a palestra do professor Dr. Godofredo Vitti, sobre “Adubação em cana-de-açúcar e a importância da agricultura de precisão”. O encontro aconteceu no dia 11 de março, na Associação Barretense de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Barretos e reuniu aproximadamente 30 pessoas. Henrique Paro (LL Cultivar), Rodrigo Sverzut (Copercana), Matheus Conceição (Copercana), Fernando Muzetti (LL Cultivar), Eduardo Moro (Omex), Ricardo Parisoto (Canaoeste), Professor Dr. Godofredo Vitti (palestrante), Leonardo Lopez (LL Cultivar), Jorge Silveira ( Omex), Francisco Muzetti Neto (fornecedor) e Carlos Augusto Toledo (Omex) Revista Canavieiros - Março de 2014 20 Notícias Canaoeste STAB e Canaoeste realizam Seminário de Florescimento e Isoporização Evento abordou temas importantes para as áreas industrial e agrícola Carla Rodrigues A STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) em parceria com a Canaoeste realizaram o “Seminário de Florescimento e Isoporização – Fisiologia, Aplicação e Monitoramento Indutivo” sobre a cultura da cana-de-açúcar. O evento aconteceu no dia 26 de fevereiro, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, reunindo pesquisadores, técnicos e estudantes. Compuseram a mesa de abertura o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a diretora e Secretária Tesoureira da Stab, Rafaella Rosseto e a professora e diretora da Stab, Márcia Mutton. Para Ortolan, a realização de eventos como este é de grande importância para atualizar os profissionais da área e difundir tecnologias. “Sabemos que o nosso quadro de técnicos do setor tem passado por uma renovação, sempre há pessoas novas entrando e é por isso que devemos promover estes seminários, para trazer pessoas que têm muito conhecimento, que participam da área de pesquisa e que têm capacidade de transmitir para todos as novidades e também nos preparar para as diferentes etapas do setor”. A diretora da Stab Márcia Mutton, agradeceu todas as entidades que de alguma maneira se relacionam com o setor produtivo da cana-de-açúcar e, principalmente, a colaboração de todos os técnicos de diferentes níveis de funcionalidade com relação à geração de informações, através do qual a pesquisa tem caminhado e desta maneira conseguir construir o conhecimento. “Este momento é muito interessante, embora com todas as dificuldades que o setor passa, entendemos que a cana-de-açúcar, sendo essa cultura importante para cada um e que nos une em torno deste assunto, apresenta esta particularidade com relação ao processo fisiológico de formação da flor, de indução, de desenvolvimento e também as consequências negativas que ela pode apresentar para o setor produtivo, que sem dúvida motivaram este evento. Infelizmente a fisiologia acontece, ela não espera e a cana é assim”, disse Mutton. Os especialistas da Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Orplana fez a abertura do área, Marcos Landell e evento ao lado da professora e diretora da Stab, Márcia Mutton e da Maria Letícia Guindadiretora e Secretária Tesoureira da Stab, Rafaella Rosseto. lini Melloni, do Centro de Cana IAC (Instituto Agronômico), O Programa Cana avalia os clones Oswaldo Alonso, da Canaoeste e Már- que serão liberados como variedades cia Mutton, da Unesp (Universidade quanto ao florescimento. Para estas avaEstadual Paulista “Júlio de Mesquita liações, o IAC mantém estes materiais Filho”) Jaboticabal, apresentaram pa- em regiões indutivas espalhadas pelo lestras de extrema qualidade e conheci- País, que possuem condições climátimento técnico. cas que induzam a florescência da cana: temperatura, umidade, radiação solar, Com o tema “Características varie- altitude (em regiões de maior altitude, tais em florescimento e isoporização maior será a indução) e fotoperíodo. – atualização”, o pesquisador do IAC, de Campinas, da Secretaria de AgriculO consultor Oswaldo Alonso falou tura e Abastecimento do Estado de São sobre “Regiões Indutivas e ClimatoloPaulo, Marcos Landell discorreu sobre gia”. Em sua apresentação, ele destacou o quanto o florescimento é indesejado que os dias indutivos são dias acima de para a produção e sua importância para 18 graus, não excedendo temperatura originar novas variedades produtivas. acima de 31 graus. O solo precisa ter “Com a presença da flor de cana é pos- água disponível e o fotoperíodo tem sível gerar combinações para novas va- que ser menor que 12 horas e meia. riedades. Na hora da coleta das flores para os cruzamentos, anteras são coleA professora Márcia Mutton abordou tadas e analisadas. Por meio desta, no- o tema “Florescimento e isoporização – tas para indicar se o material tem ou não implicações agroindustriais”. De acordo grão-de-pólen viável são dadas para com ela, a cana-de-açúcar possui alta eficada cana coletada e a partir daí se faz ciência na produção, transporte, divisão e a sexagem dos genótipos, classificando acúmulo dos produtos fotossintetizados. estes em genitor masculino e femini- Mutton também defende que o florescino”, explicou Landell. Os cruzamentos mento é uma característica desejável para são realizados no Estado da Bahia, na o melhorista e indesejável para a produestação de hibridizaçao do Programa ção. “O florescimento da cana-de-açúcar Cana-IAC. são alterações morfofisiológicas por meio Revista Canavieiros - Março de 2014 21 O tema “Fisiologia do Florescimento sob Condições Controladas” foi apresentado pela pesquisadora do IAC, de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Maria Letícia Guindalini Melloni, onde O Consultor Oswaldo Alonso, e os especialistas na área falou sobre as vantagens Maria Letícia Guindalini Melloni e Marcos Landell do Centro de se ter uma câmara de de Cana IAC apresentaram palestras de grande importância fotoperíodo. “A câmada participação ativa de hormônios vege- ra de fotoperíodo proporciona o clima tais, alterando bioquimicamente e morfo- adequado para a floração da cana, que logicamente a ápice caulinar”, explicou. é importante para o desenvolvimento de novas variedades. Isto porque, com Mutton também falou sobre as impli- este equipamento conseguimos realizar cações agroindustriais que a cana sofre cruzamentos de variedades que floresquando a cana isoporiza, isto é, quando cem em épocas diferentes do ano, fazer ocorre a desidratação dos colmos, geran- o sincronismo de diferentes espécies de do perda de peso, aumento do teor de cana (busca de biomassa), obter qualifibras e diminuição no volume do caldo dade das flores e viabilidade do pólen, extraído, impermeabilização da fibra, estudar a fisiologia do florescimento e dificultando a embebição e um bagaço ter florescimento de genótipos relutancom baixa densidade, dificultando a ali- tes, mas para isso é importante que o mentação da moenda. número de variedades estudadas na câ- mara e sementes produzidas não sejam limitadas”, explanou a pesquisadora. Após as palestras, foi apresentado cases por Unidade Produtora da área industrial e da área agrícola, entre elas participaram o Grupo Jalles Machado, Bayer CropScience, Bunge, Usina São José da Estiva e Raízen. Para o gerente Industrial Corporativo do Grupo Jalles Machado, Ricardo Steckelberg, a interação entre áreas agrícola e industrial é importante para que a indústria entenda como é realizada a matéria-prima e a área agrícola entenda quais efeitos que isso faz na indústria. “É fundamental a área industrial conhecer os procedimentos realizados para se obter uma matéria-prima de qualidade e a área agrícola entender como é essencial um produto de qualidade para a indústria. Depois de assistir as palestras, com certeza irei levar para casa informações valiosas sobre a área agrícola, os conteúdos discutidos foram muito bem abordados por todos, tornando este seminário muito importante e proveitoso”. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 22 Matéria de Capa Canaoeste realiza encontro técnico sobre variedades e doenças da cana-de-açúcar Com palestrantes renomados e a parceria de empresas de destaques no mercado agrícola, o evento reuniu mais de 250 participantes Fernanda Clariano C om o objetivo de disseminar conhecimentos e fomentar novas tecnologias e cultivares, no dia 27 de fevereiro, a Canaoeste em parceria com a Copercana, reuniu no Cred Clube, em Sertãozinho, mais de 250 pessoas para participarem do Encontro Técnico sobre Variedades e Doenças da Cana-de-açúcar. Dentre os presentes estavam, produtores rurais, cooperados, associados, agrônomos, centros de pesquisas, usinas, universidades, alunos e empresas parceiras como a Arysta, Basf, Bayer, Dow, Dupont, FMC, Ihara e Syngenta, que compartilharam informações com excelentes palestrantes. Na abertura, o superintendente da Canaoeste e conselheiro da Copercana e Sicoob Cocred, Luiz Carlos Tasso Júnior, atentou a todos sobre a importância de trocar ideias e aprimorar conhecimentos com o intuito de se fortalecer e superar momentos de dificuldades. “Este é um evento de muita relevância, pois, a maioria das unidades industriais se faz presente. Por isso, é muito importante que todos aproveitem trocando informações, experiências, aproveitando as dicas e procurando assim, adquirir ainda mais conhecimentos para se fortalecerem num momento de dificuldade no setor. Precisamos buscar alternativas, e não ficar só esperando respostas do governo com os braços cruzados. Nós somos agricultores e como todos os agricultores, somos idealistas e não vamos nos entregar. Vamos superar todas as dificuldades, sejam elas comerciais, climáticas e as restrições de mercado”, falou com entusiasmo Tasso Junior. O engenheiro agrônomo e consultor do IDEA, Dib Nunes, em sua apresentação, falou sobre: Variedades de Cana-de-açúcar sob a ótica do fornecedor. Durante um bate-papo com os participantes, Dib articulou como o produtor deve pensar a cana-de-açúcar hoje com a colheita mecanizada e como conseguir maior lucratividade em detrimento a inserção da mecanização. Ele ainda fez a comparação entre as diferenças de se entregar a unidade industrial uma cana limpa e rica versus uma cana com alto teor de impureza ve- getal e pobre e mostrou que nem sempre levar peso, quer dizer resultar em dinheiro. “O fornecedor de cana hoje sofre com o problema de preço, mas podemos fazer a nossa parte cultivando bem as nossas áreas, trabalhando para conseguir colher a variedade no seu máximo e, principalmente, trabalhar na colheita mecanizada. Hoje, há uma falsa ilusão de que o for- Luiz Carlos Tasso Júnior, superintendente da Canaoeste Dib Nunes, engenheiro agrônomo e consultor do IDEA Revista Canavieiros - Março de 2014 23 necedor está ganhando dinheiro porque está entrando na usina a impureza vegetal como se fosse cana e está sendo remunerado por ela, mas está reduzindo o teor de sacarose. É preciso tomar muito cuidado e dar a cana condições para se desenvolver para que possamos tirar o máximo de sacarose dela”, disse Dib. O diretor da ASAS - Assessoria, Planejamento e Consultoria Ltda, Dr. Álvaro Sanguino, abordou o tema: Mudas Sadias: Base Essencial para a Implantação do seu Canavial. Em sua apresentação, Sanguino explanou sobre as qualidades das mudas e alertou a respeito da importância de se ter um canavial sadio. “É muito importante que os produtores saibam quais os cuidados que precisam ter para obter mudas livres de problemas, que dê uma boa germinação e que responda com produtividade nos canaviais plantados, que não é o que está acontecendo hoje. As pessoas estão plantando cana normal, cana de moagem achando que estão fazendo um grande serviço. Simplesmente ela (a Dr. Álvaro Sanguino, diretor da ASAS Dr. Modesto Barreto, professor da Unesp de Jaboticabal cana) não tem qualidade e produz um canavial de baixa produtividade desde o primeiro corte, o canavial dura menos porque a própria mecanização já limitou a sua vida útil e passa a produzir menos ainda”, alertou Dr. Sanguino. Já o professor da Unesp de Jaboticabal, Dr. Modesto Barreto, proferiu palestra sobre as “Principais Doenças de Cana-de-açúcar: Importância e Controle”. Com a mudança para a colheita mecânica, aumentou-se o número de doenças em que os canaviais estão sofrendo influências, desde a ferrugem marrom, ferrugem alaranjada, podridões, estrias e isso diminui ou prejudica muito, tanto o acúmulo de ATR quanto a produtividade desse canavial. O professor falou sobre as principais, entre elas, a podridão abacaxi e a estria vermelha e deu ênfase nas ferrugens, que são os maiores problemas que o produtor vem enfrentando, mas também lembrou de algumas doenças que andavam esquecidas e estão voltando como o mosaico, o carvão e a ferrugem marrom. Revista Canavieiros - Março de 2014 24 Matéria de Capa Empresas Parceiras Consultor técnico da Arysta LifeScience - Carlos Silvio Corrêa Junior “Sem dúvidas, é com muito prazer que a Arysta participa deste evento com tamanha importância. As usinas dependem muito da produção que os fornecedores têm a lhes oferecer e estamos aqui para apoiar esses produtores e auxiliá-los nas recomendações de plantio, para garantir uma maior produtividade e rentabilidade. Apresentamos o Biozyme, um bioestimulante com várias características que faz com que a germinação da cana acelere e como consequência tem um maior perfilhamento, aumento de raiz e maior produtividade”. ções, sempre tem finalidade de promover novos conhecimentos e melhorar o conceito dos temas abordados, que são de relevância para o setor sucroalcooleiro, além de contar com a presença de inúmeros cooperados, produtores rurais, agrônomos e pessoas ligadas ao negócio. A Bayer demonstrou no evento, suas tecnologias para melhorar e fortalecer o canavial, visando sempre o incremento de produtividade da cana-de-açúcar, que dentre elas destacamos a utilização do produto Ethrel, que é usado para maturação e/ou inibição de florescimento e melhor brotação e vigor do canavial”. Luis Carlos Martins Amorim - Representante técnico de vendas /distribuição da Basf “Para a Basf é importante participar desse evento porque estamos em contato com os produtores da região, desde os pequenos até os grandes produtores e usinas também, onde trocamos informações para que eles possam ter mais lucratividade. Trouxemos o nosso port-fólio, mas o foco principal foi a nossa nova tecnologia que é o AgMusa™ que são as mudas sadias da Basf”. Promotora técnica de vendas da Dow AgroSciences - Camila Mossin “Participar de eventos como este é uma boa maneira de apresentar técnicas e inovações aos produtores, como os herbicidas que a Dow traz que são indispensáveis para evitar a matocompetição no canavial. A inovação da Dow neste momento é o Coact, um herbicida de pré emergência para as plantas daninhas como complexo de folha larga. Ele é um latifolicida de pré emergência e o seu principal efeito é a seletividade, que pode ser jogado em qualquer estágio da planta, brotada ou não. Ele também causa efeitos em algumas gramíneas como o capim colchão e marmelada. Essa é uma inovação da Dow que estamos trazendo para o canavial”. Ricardo Eleotério - Promotor de vendas da Bayer “É muito importante para a Bayer estar presente neste evento, pois, além de consolidar a parceria entre as institui- Jedir Fiorelli - Coordenador de Marketing Cana-Norte da Dupont “Para a Dupont é um orgulho, uma oportunidade muito boa poder participar de um evento como esse, que traz tecnologia, conhecimento e informação para os fornecedores e para nós como produtores de tecnologias é importante Revista Canavieiros - Março de 2014 poder compartilhar e trazer essas tecnologias aos produtores. Gostaria de agradecer os organizadores pela oportunidade que nos deram. Dado o tema do encontro, que é sobre variedades e doenças da cana-de-açúcar, a Dupont tem um fungicida de primeira linha no controle da ferrugem alaranjada que é o Aproach Prima. Ele é top de linha, tem o melhor triazol para o controle de ferrugens e tem também estrobilurina que é um dos ativos presentes na sua composição. Esses dois ativos são os melhores para o controle das ferrugens, não só na cultura de cana-de-açúcar, mas em todas as culturas. Então isso se soma ao evento e trazer informação e tecnologia para ao produtor é sempre um grande prazer para a Dupont”. José Renato França - Representante técnico comercial da FMC “A FMC como empresa de defensivos químicos não poderia ficar fora deste evento. Temos ferramentas que envolvem um conjunto na tomada de decisões para se instalar um canavial com muito sucesso. Atuamos nos controles de pragas, nematicidas, temos inseticidas e também uma linha de herbicidas, um portfólio completo para o controle de várias ervas, com potencial de controle muito bom no mercado. Apresentamos o Talisman, um produto com dois princípios ativos, que faz o controle de pragas de solo e o controle de sphenophorus levis (bicudo da cana), e trouxemos também o nematicida Rugby, que serve para usar durante o ano todo, um produto microcapsulado que vem atender as necessidades do mercado. Temos um conjunto para um futuro promissor para o produtor”. Luciano Pizzuti – Consultor de desenvolvimento de mercado de Ihara “Para a Ihara é de grande importância participar do Encontro Técnico 25 sobre Variedades e Doenças da Cana-de-açúcar, tendo em vista a presença de fornecedores de cana, parceiros e usinas. A Ihara vem realizando grandes investimentos e tem apresentado inovações ao setor sucroalcooleiro. Os produtos apresentados no evento foram: o herbicida Flumyzin, o novo nematicida Pottente e o maturador Riper. Essas inovações irão ajudar o produtor a aumentar a produtividade agrícola bem como a qualidade desta matéria-prima”. Diego Rossini - Assistente técnico de vendas da Syngenta “A Syngenta enxerga a cultura da cana como um ciclo, onde deve haver uma solução integrada do plantio à colheita da cana planta e da cana soca e para isso, contamos com fungicida, inseticida de plantio, herbicida para cana, enfim, defensivos para toda fase da cultura da cana-de-açúcar. O que a Syngenta trouxe para esse encontro técnico, foram as mudas de cana, o Plene PB que é a muda pré brotada feita a partir de tolete e são usadas para fazer viveiros primários, secundários e também para cobrir falhas de plantio ou de cana soca. O Plene Evolve, é a muda de meristema e indicada a ser usada na formação de viveiros primários, são mudas de excelente sanidade, pois passam por diversos testes para garantir a pureza varietal. Para a Syngenta é muito importante poder participar desse evento para difundir a nossa tecnologia que está ganhando cada vez mais espaço e quebrar determinados paradigmas e mitos que alguns produtores ainda têm sobre plantar mudas. Estamos aqui apresentando o nosso produto e orientando sobre a sua eficiência e os cuidados que os produtores precisam ter com essa nova tecnologia”. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 26 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Fevereiro/2014 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 28 de Fevereiro de 2014. Revista Canavieiros - Março de 2014 27 Revista Canavieiros - Março de 2014 28 Destaque I Revista Canavieiros visita a biofábrica da Syngenta em Itápolis A Syngenta anuncia parceria com os principais centros de pesquisas: IAC, RIDESA E CTC Fernanda Clariano com informações da Assessoria de imprensa da Syngenta A Syngenta realizou no dia 20 de fevereiro, na sua biofábrica na cidade de Itápolis, uma coletiva de imprensa. Na ocasião, reuniu jornalistas das principais mídias e empresários do setor sucroenergético com o objetivo de anunciar a expansão de suas parcerias com os principais centros de pesquisas e tecnologia do setor para a comercialização de variedades de cana-de-açúcar. A inclusão de um acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), e a continuação dos acordos com a Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) e com o IAC (Instituto Agronômico), tornarão disponíveis os bancos genéticos dessas instituições para toda a base de clientes da empresa. As variedades serão utilizadas dentro da plataforma de tecnologia de plantio PLENE para os produtos Plene Evolve (mudas desenvolvidas para viveiros pré-primários) e Plene PB (mudas pré-germinadas). A Syngenta planeja quadruplicar seu faturamento com a cana-de-açúcar no Brasil dentro de cinco anos, saltando dos US$ 250 milhões anuais de receita, em 2013, para US$ 1 bilhão, em 2018, segundo projeções da companhia suíça. O crescimento deve vir com a operação comercial na venda de mudas e tecnologia de plantio de variedades oriundas da biofábrica da Syngenta. As principais lideranças da área de cana-de-açúcar da Syngenta e de seus parceiros, além de responderem aos questionamentos dos jornalistas, também explanaram sobre as características dos novos produtos. O diretor global de Marketing da Syngenta em cana-de-açúcar, Adriano Vilas Boas falou sobre a importância de se investir em tecnologia e parcerias. “A cana-de-açúcar fica muito suscetível ano após ano ao ambiente agronômico. É preciso investir em tecnologia, é preciso na verdade investir na adoção de tecnologia e fomentar a adoção dessa tecnologia no setor para que tenhamos curva de crescimento de produtividade na cana-de-açúcar que expresse um potencial. Temos material potencial no campo, temos manejo e precisamos fazer com que Revista Canavieiros - Março de 2014 isso cresça e para isso, temos mais de 100 consultores técnicos no campo dialogando e propondo soluções para o setor. Temos também o processo de solução integrada que é recomendação agronômica, manejo agronômico no campo e obviamente com os nossos defensivos. O que compõem essa estratégia é a plataforma Plene que é basicamente a plataforma de genética que a Syngenta tem para aceleração de viveiros, expansão de viveiros que é o início de tudo. E para termos um material de altíssima qualidade, precisamos das parcerias com as principais instituições de melhoramento e desenvolvimento de variedades do setor para que nos dê a possibilidade de trabalhar com as melhores variedades existentes no mercado desde o seu momento inicial”, afirmou Vilas Boas. RC 29 Destaque II Usina Batatais inicia safra com expectativa de moer cerca de 3,9 milhões de toneladas de cana na safra 2014/2015 Revista Canavieiros participou da coletiva de imprensa promovida pela unidade industrial Fernanda Clariano N o dia 11 de março, a Usina Batatais reuniu a imprensa de toda a região para anunciar as estimativas para a safra 2014/2015 e a Revista Canavieiros esteve presente. Assim como no ano passado, o grupo está iniciando a moagem mais cedo, as unidades de Batatais e a filial de Lins, começaram a moer no início de março. Oficialmente, a safra 2014/2015 inicia em abril. “Começamos a safra mais cedo porque temos um método de trabalho um pouco diferente da maioria das usinas. Geralmente deixamos cana bisada de um ano para o outro para poder ter matéria-prima em condições satisfatórias agora nessa época do ano”, disse o presidente da Usina Batatais, Bernardo Biagi. A estimativa é de aumentar em 8% a quantidade de cana moída nesta safra, num total de 3,9 milhões de toneladas. Bernardo Biagi, presidente da Usina Batatais “Vamos moer 8% a mais, mas estamos estimando 8% de quebra em relação ao que seria”, afirmou Biagi. Se incluída a moagem da filial da usina de Lins, a quantidade estimada de moagem pelo grupo sucroenergético sobe para 6,1 milhões de toneladas, o que representa alta de 4%. Para esta safra, o mix de produção da usina Batatais e de Lins, serão de 50% para açúcar e 50% para etanol. Somente em Batatais, a expectativa é de que sejam produzidos 55% de açúcar e 45% de etanol. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 30 Destaque III CEISE BR e ABIMAQ realizam reunião sobre o PAISS Agrícola Fernanda Clariano N o dia 26 de fevereiro, o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), reuniram empresários e fornecedores de toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar no auditório do Centro Empresarial em Sertãozinho, para participarem de uma reunião sobre o Plano de Ação Conjunta PAISS Agrícola. A iniciativa foi destinada às coordenações das ações de fomento à inovação e ao aprimoramento da integração dos instrumentos de apoio disponibilizados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa). Pensando no bem estar de seus associados, a Canaoeste agora oferece também convênio odontológico. Confira! O BNDES e a Finep se fizeram presentes através de seus representantes, pelo BNDES – o gerente Setorial Arthur Milanez e o economista Diego Nyko, do Departamento de Biocombustíveis, e pela Finep – o chefe e o coordenador Técnico do Departamento de Energia e Tecnologias Limpas, Caio Mazzi e Newton Hamatsu, que vieram para detalhar e esclarecer dúvidas sobre o PAISS Agrícola. A iniciativa conjunta das duas entidades foi lançada oficialmente no dia 17 de fevereiro, na sede da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar). O orçamento prevê R$1,4 bilhão em financiamento reembolsáveis, em que se incluem todas as linhas de crédito do BNDES e da Finep, além de instrumentos de renda variável de ambas as instituições. O PAISS Agrícola ain- Revista Canavieiros - Março de 2014 Sebastião Macedo Pereira (Ceise Br), Manoel Ortolan (Canaoeste) e Antônio E. Tonielo Filho (Ceise Br) da disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do Fundo Tecnológico – BNDES Funtec e R$ 40 milhões de subvenção econômico pela Finep. “O Ceise Br, tem o maior prazer em poder reunir os empresários para apresentar esse programa de financiamento que tem aproximadamente R$ 1,5 bilhões em recursos com juros baixos e fácil para pagar, pois são mais de 8 anos. Sabemos que muitos empresários investem em tecnologia, investem em competitividade e inovação para vender o seu produto melhor, mas não sabiam que podiam contar com esse apoio. O empresário está preocupado em pagar imposto, vender, pagar salários e muitas vezes não sabem que tem esses incentivos do governo. Essa reunião foi para apresentar e abrir esse leque ao empresariado”, disse o presidente do CEISE Br, Antônio Eduardo Tonielo Filho. RC 31 Revista Canavieiros - Março de 2014 32 Informações Setoriais Chuvas de fevereiro e previsões climáticas para março a maio de 2014 Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de fevereiro de 2014. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor O Mapa 1 mostra que, em meados de fevereiro na área sucroenergética do Estado, a DAAS (Disponibilidade de Água no Solo) apresentava-se entre média a alta na região de Franca, faixa Norte do Estado e no “triângulo” Catanduva-Araraquara-Itapetininga. Nas demais áreas, as condições de umidade do solo eram críticas. O Mapa 2, ao final de fevereiro de 2013, mostra que a DAAS encontrava- -se muito baixa a crítica nas áreas sucroenergéticas de Limeira-Piracicaba (pequeno círculo) e todo Centro Oeste do Estado; enquanto que nas demais regiões, a DAAS encontrava-se em nível médio e, até, alta na faixa Leste a Nordeste do Estado. Entretanto, ao final de fevereiro de 2014, Mapa 3, os índices de DAAS, mantiveram-se muito baixos a críticos em larga faixa Barretos-Bauru-Ourinhos, persistia-se entre São João da Boa Vista e Piracicaba e nas Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de fevereiro de 2014 Revista Canavieiros - Março de 2014 A média das chuvas de fevereiro de 2014 (104mm) foi metade da média histórica deste mês dos locais observados e da de fevereiro de 2013 204mm. Acima das respectivas normais, apenas nas Unidades BIOSEV MB e Jardest. Na “faixa imaginária” Serrana - Ribeirão Preto - Usina São Francisco - Pitangueiras - Bebedouro - Jaboticabal - Ituverava, exceto Uname - Copercana e Santa Elisa, as chuvas foram 33 a 25% das respectivas médias. Felizmente, para a região de abrangência Canaoeste, as chuvas de dezembro foram próximas das normais climáticas desta região, bem diferentes das outras regiões do Estado. regiões de Franca e extremo noroeste do Estado, acentuando a severa estiagem deste janeiro. Como referência das adversidades destes meses de janeiro e fevereiro, em Ribeirão Preto IAC (Centro de Cana), em 78 anos de registros de chuvas, apenas em cinco ocasiões ficaram abaixo de 105mm (janeiro) e 55mm (fevereiro). Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro 2013 33 Quadro 2:- Somas e normais climáticas das chuvas de fevereiro OBS:- Normais (ou médias) de 2013 e 2014, anotadas e fornecidas pelos Escritórios climáticas dos locais assinalaRegionais e condensadas em Viradouro. dos entre parêntesis (1 a 8) e 3 Os artigos mensais de Informações Setoriais tem contado com o trabalho diário de anotações de chuvas de todos Escritórios Regionais e que são condensados em Viradouro. Estes dados têm sido publicados diariamente no site da Canaoeste e as médias mensais (Quadro 2) estão também sendo mostradas neste artigo. mais a do Centro de Cana- Apta IAC - Ribeirão Preto. Os dados do Quadro 2 mostram, também, expressivas diferenças entre janeiro e fevereiro de 2014 e 2013. Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para o final de março e os meses de abril e maio, como ilustrado no Mapa 4 ao lado. • Para estes meses, as temperaturas tendem a ser próximas a acima das respectivas médias históricas para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Para a Região Sul do Brasil, poderão “ficar” próximas das normais climáticas; • O consenso INMET-INPE prevê que as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das respectivas normais climáticas) na Região Centro-Sul do Brasil. Exceto na área amarela, onde as chuvas podem ficar abaixo das respectivas médias; • Tomando-se como referência o Centro de Cana-IAC, a média histórica das Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de fevereiro 2014. Mapa 4:- Elaboração Canaoeste ao Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para final de março, e durante os meses de abril e maio. chuvas em Ribeirão Preto e municípios bem próximos é de 170mm março, de 70mm em abril e 55mm em maio. O prognóstico climático pela SOMAR Meteorologia mostra que, especificamente para a região de abrangência da Canaoeste, as chuvas serão: a) bom volume de chuvas nos dias finais de março; b) o Outono - meses de abril a junho não serão secos, havendo possibilidade, até, de serem semelhantes ao mesmo período de 2013; e, infelizmente, com episódios de baixas temperaturas desde maio. A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, nas (obri-gatórias) áreas colhidas sem queimas prévias, os efeitos das baixas temperaturas acentuam-se com palhiço sobre as soqueiras. Consultem os Técnicos Canaoeste. Apesar da temperatura da água do Pacífico Equatorial apresentar elevação de temperatura superficial, os Institutos Meteorológicos mantém a previsão de neutralidade entre os fenômenos El Niño e La Niña até o final do semestre e, pesquisam se será ao longo de 2014. Estes prognósticos serão revisados nas seguintes edições da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 34 Evento Presidente da Canaoeste participa do III Encontro Cana Substantivo Feminino O evento reuniu mulheres representantes de vários segmentos do setor sucroenergético Fernanda Clariano N o dia 13 de março, Ribeirão Preto sediou o Encontro Cana Substantivo Feminino, essa é a terceira edição do evento organizado pela Paiva & Baldin que reuniu cerca de 250 mulheres de várias empresas que atuam no setor sucroenergético com o objetivo de debater a participação feminina no setor destacando suas experiências e a importância dessas profissionais. Na programação temas como Comunicação e marketing no agronegócio; A sustentabilidade transformando vidas; Mulheres nas funções de direção e gerência de empresas; As soluções para o sucesso da dobradinha agrícola-indústria: inovações tecnológicas e a gestão de pessoas e O cenário sucroenergético em 2014 – ano de eleição. Temas que possibilitaram uma interessante troca de informações entre os mediadores, panelistas e o público presente. Entre as mulheres participantes estavam: a presidente da Biocana, Leila Monteiro de Souza; a gerente de Comunicação da Siamig, Mônica Santos; a coordenadora de Comunicação e Marketing da Noble Brasil e coordenadora do comitê de Comunicação da Udop, Grécia dos Santos; a gerente de departamento de Marketing Especialidades da BASF, Graciela Mognol e a gerente de Marketing e Promoção da John Deere para a América Latina, Gislene Pessin; a consultora de Responsabilidade Social da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Maria Luiza Barbosa; a diretora de sustentabilidade da Odebrecht Agroindustrial, Carla Pires; a consultora em Gênero da International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, Carmen Niethammer; a gerente de Responsabilidade Social da Raízen, Lúcia Telles; a diretora de RH e Sustentabilidade do Grupo São Martinho, Márcia Cubas; a diretora Operacional da Alliaz Seguros, Rosely Boer Corino da Fonseca; a gerente de Comunicação da FMC Agricultural Solutions, Fernanda Teixeira; a gerente Administrativa Regional na Raízen SA, Marie Egashira; a professora-doutora da Unesp de Jaboticabal, Márcia Rossini Mutton; a especialista em Recursos Humanos - Coerhência Consultoria, Beatriz Resende; a engenheira química e gerente de Projetos da Prosugar, Cristiane Maria de Souza Oliveira; a coordenadora de Irrigação da Usina Coruripe, Sandra Maria da Silva; a presidente da UNICA, Elizabeth Farina e a Secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Mônika Bergamaschi. Representando o público masculino estavam: o coordenador de Comunicação da Udop, Rogério Mian; o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho; o presidente do grupo IDEA, Dib Nunes; o engenheiro agrônomo e professor do setor sucroenergético da UfScar Octávio Valsechi; o presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e diretor da Consultoria Canaplan, Luiz Carlos Carvalho; o presidente da Sifaeg e do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha; o presidente-executivo da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), Antonio Cesar Salibe; o presidente do CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, Antonio Eduardo Tonielo Filho; o presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da região Centro-Sul e da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan e o vice-presidente de açúcar, etanol e energia da Raízen, Pedro Mizutani. Na oportunidade, o presidente da Reed Exhibitions Alcântara Machado, Juan Pablo de Vera, apresentou as inovações da 22ª Fenasucro, falou sobre a importância das mulheres na maior feira de tecnologia do mundo e aproveitou para reforçar o convite a todas presentes. No painel “O cenário sucroenergético em 2014 – ano de eleição”, o qual o presidente da Canaoeste participou o que não Anuncie na Revista Canavieiros. Ligue (16) 3946-3300 - Ramal 2208 www.revistacanavieiros.com.br www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Março de 2014 35 faltou foi desabafos da maioria dos panelistas em relação às tomadas de decisões do governo e a crise que vem afetando o setor. “Estou há mais de trinta safras no setor e não me lembro de uma crise de ausência ou de má vontade de governo como essa que estamos vivendo, um momento de tensão e de vazio. A falta de visão do que significa este setor tem trazido uma não sustentabilidade a um trabalho de tantos anos”, comentou o mediador do painel, Luiz Carlos Carvalho. A perda de competividade que o etanol vem enfrentando, bem como a falta de políticas públicas, foram argumentadas pela presidente da UNICA. “Há tempos a indústria da cana clama pela atenção do governo, e a cada ação incerta, o setor fica cada vez mais descontente e sem acreditar em uma possível retomada no crescimento” disse Farina O presidente da Orplana e Canaoeste citou alguns aspectos que caracterizam o caos do setor, mas se disse otimista visto que este é um ano de eleição e a história pode ser mudada. “Estamos vendo usinas fechando e muitos produtores deixando o setor, arrendando ou vendendo suas terras e até mudando de cultura. Mas, não é apenas o setor que está mal com este governo, eu acredito que o País está caindo muito em todos os segmentos, seja na educação, saúde e segurança, tudo isso está piorando dia a dia. Esse é um ano de eleição e precisamos trabalhar firmes para que o cenário mude, só não podemos desanimar. Temos que arregaçar as mangas e fazer o possível para buscar soluções. É hora de mudança de postura, mudança de atitude, mas acima de tudo, de assumirmos a nossa responsabilidade e darmos a nossa contribuição para que de alguma forma isso tudo que estamos vivendo comece a mudar”, finalizou Ortolan. No encerramento do evento, Pedro Mizutani convidou todos para cantar a música do cantor e compositor Roberto Carlos “Como é grande o meu amor por você”. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 36 Evento II Agrishow reúne a imprensa para apresentar as novidades da feira em 2014 Além de máquinas e equipamentos, os visitantes encontrarão agricultura de precisão, aviões, pneus, armazenagem, ferramentas, veículos e soluções para irrigação, com a vantagem de negociar diretamente com os fabricantes Da redação com informações da assessoria de imprensa da Agrishow V árias novidades sobre a Agrishow 2014 foram reveladas a imprensa e convidados em entrevista coletiva realizada no dia 17 de março, em Ribeirão Preto, evento que contou com a presença da prefeita de Ribeirão, Darcy Vera, que ressaltou a importância da realização da Agrishow para a cidade e região. Considerada hoje uma das maiores e mais completas feiras de tecnologia agrícola do mundo, a Agrishow 2014 passa a contar com uma nova realizadora, a FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), que foi uma das fundadoras da feira, volta e se junta às demais idealizadoras do evento: ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira). A feira que oferece tudo o que o produtor rural necessita, reunirá empresas e prestadores de serviços de uma infinidade de segmentos. Nos 440 mil m² de área de exposição, o visitante encontrará desde aviões, até sofisticadas soluções para agricultura de precisão, passando por ferramentas, montadoras de veículos, fabricante de pneus, entre outros produtos. A edição deste ano da Agrishow contará com a volta do programa de caravanas, que deve permitir a visitação de um grupo de 20.000 agricultores de todo o Brasil, apenas considerando o grupo organizado pela Faesp. Outra grande novidade da Agrishow 2014 será o lançamento do Prêmio Brasil Agrociência, uma iniciativa dos organizadores da feira que prevê uma premiação inicial de R$ 150 mil para pesquisadores que desenvolveram estudos que contribuem ou contribuirão para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Segundo os organizadores da feira, esse valor de R$ 150 mil de premiação pode crescer ainda mais, pois está sendo articulado um sistema que prevê a contribuição de expositores, de maneira que a premiação para os cientistas brasileiros da área agrícola alcance a marca de até R$ 500 mil. bertura asfáltica, que deve favorecer a circulação de expositores e visitantes pelo espaço. Além disso, está sendo promovida uma ampla reforma da praça central da feira, assim como uma revitalização completa dos canteiros da avenida D, a principal da exposição. As praças de alimentação serão igualmente ampliadas para garantir mais conforto aos expositores e visitantes. Uma alteração no sistema de transporte interno dos visitantes que integram caravanas também deve propiciar mais conforto. Neste ano, quem for visitar a Agrishow 2014 em caravanas poderá, com o apoio de um monitor designado pela direção da feira, acessar, com o próprio ônibus que o trouxe, a portaria mais próxima do estande da empresa que o convidou. Ao deixar o evento, o visitante poderá utilizar tanto a saída norte quanto a saída sul para pegar o transporte da feira em direção ao local onde seu ônibus ficará estacionado. Outra melhoria significativa para a edição de 2014 será a unificação dos pavilhões cobertos, área que foi ampliada e contará com uma nova e moderna cobertura, totalizando 9.000 m² de área. A localização também mudou e agora ficará mais próxima a entrada da feira. O pavilhão contará ainda com uma co- Também em relação à estrutura da sala de imprensa, os organizadores preparam melhorias. O Centro de Mídia, por exemplo, onde ficam instalados os jornalistas, será ampliado e está sendo construída uma nova sala para entrevistas coletivas, que será mais espaçosa e confortável. RC Revista Canavieiros - Março de 2014 37 Evento III Presidente da Canaoeste participa do evento de lançamento da 22ª edição da Fenasucro Karen Conceição N o lançamento oficial do maior evento do setor sucroenergético do mundo, a Fenasucro em sua 22ª edição, foram apresentadas as novidades e perspectivas a cerca desse evento mundialmente conhecido. O lançamento aconteceu dia 12 de março, em Ribeirão Preto pela Reed Exhibitions Ancantara Machado, empresa responsável pela organização da feira, em conjunto com o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis). A Fenasucro é dividida em quatro setores: Agrocana (setor agrícola), Forind (fornecedores industriais), Indústria (processos industriais) e Transporte e Logística correspondente a todo o transporte de produtos e subprodutos da cana-de-açúcar e tem como expectativa receber mais de 35 mil visitantes, 550 expositores e gerar 2,2 bilhões de negócios. “A região de Ribeirão Preto e Sertãozinho sem dúvida merece um calendário de feiras de cargo importante e estamos começando a construir esse calendário”, disse Juan Pablo De Vera, Presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado. Gabriel Godoy (diretor da Fenasucro), Antônio Eduardo Tonielo Filho (presidente do Ceise BR), Manoel Ortolan (presidente da Canaoeste) e Juan Pablo (presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado na prateleira mundial das maiores feiras de negócio ligadas ao setor da energia”. Durante o lançamento, Juan citou a relevância das feiras de negócios em todo o mundo, e como elas movimentam diversos setores da economia, inclusive a dos países que acabam ganhando destaque mundial e desenvolvendo-se economicamente através das feiras, que além de expor novas tecnologias e soluções para os participantes, é algo que reúne em um único local, mercados, pessoas interessadas, produtos certos, serviços, novidades do setor e tecnologia, as feiras são uma extensão do relacionamento que acontece nas mídias sociais. Na ocasião foi apresentado o Diretor da Fenasucro, Gabriel Godoy, que falou das expectativas e as novidades que a feira trará em 2014. “Nós estamos tentando fazer o melhor evento da história da Fenasucro, tudo tem melhorado ano a ano, temos ferramentas e itens novos, congressos e vários elementos agregados a feira, a expectativa é que continuemos a dar oportunidades de crescimento ao setor, apesar de estarmos passando por um período turbulento nós temos que contribuir com o setor”. Juan Pablo ainda falou da importância da Fenasucro para o setor energético e para o mundo. “Sem dúvida temos a grande satisfação de vermos a Fenasucro, a cidade de Sertãozinho, a região onde a feira atua, incluindo os produtores, usuários e profissionais de todo o Brasil, ocupando um lugar de destaque Foto: Arquivo Fenasucro O presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Orplana (Organização de Plantadores e Cana da Região Centro-Sul do País), Manoel Ortolan, esteve presente no lançamento da Fenasucro, como um dos fortes representantes do setor, entre os destaques da 22ª edição da feira, está o Encontro de Produtores Canaoeste/Orplana. A 22ª edição da Fenasucro contará com várias novidades, entre seminários e congressos que foram divulgadas durante o lançamento, como: o Congresso ATALAC; Conferência Datagro; Encontro de Produtores Canaoeste/Orplana; Rodada de Negócios Internacional Apla/Apex; Rodada de Negócios organizada pelo FIESP e SEBRAE; Prêmio Master Cana; reunião Gerhai e Seminário Agroindustrial GEGIS, 2° Congresso de Automação e Inovação Tecnológica Sucroenergética. A 22ª edição da Fenasucro acontecerá de 26 a 29 de agosto na cidade de Sertãozinho/SP no Centro de Eventos Zanini.RC Revista Canavieiros - Março de 2014 38 Assuntos Legais QUEIMA DE CANA – Procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida. E stimados produtores de cana-de-açúcar, inobstante as autorizações de queima de palha a serem obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, no Estado de São Paulo, os produtores de cana-de-açúcar podem sofrer autuações administrativas decorrentes de incêndios descontrolados, originados por terceiras e desautorizadas pessoas, que atingem os seus canaviais. Apraz esclarecer que o requerimento deve ser feito por todo produtor rural, independente de utilizar-se do fogo, pois o órgão ambiental assim exige. Quando ocorrer este evento (fogo) a que não deu causa, poderá solicitar autorização à CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em CARATER EXTRAORDINÁRIO, para possibilitar que a colheita se dê de forma legal. Digo isto porque o novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), vigente desde 28 de maio de 2012, disciplinou em seu artigo 38, § 3º, que “na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares, a autoridade competente para fiscalização e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado” e, no parágrafo 4º do mesmo artigo que é “necessário o estabelecimento de nexo causal na verificação das responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares”, significando isso que o agente fiscalizador deve encontrar o real infrator, e não apenas multar o proprietário ou possuidor do imóvel pelo fogo criminoso ali ocorrido. Porém, por precaução e para conseguir pleitear eventual autorização EXTRAORDINÁRIA junto à CETESB, deve o produtor de cana-de-açúcar buscar produzir o maior número possível de provas negativas, ou seja, àquelas capazes de demonstrar que não teve intenção de utilizar-se do fogo na lavoura atingida criminosamente pelo incêndio. Provas essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais. Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de provas que o produtor DEVE fazer para tanto: 1. Sempre fazer o requerimento de eliminação de queima até 02 de abril de cada ano, independente se não for utilizar-se do fogo – neste caso informar que não procederá ao uso do fogo; 2. Fazer o Boletim de Ocorrências acerca do incêndio; 3. Fazer análise da cana queimada para poder constatar que o rendimento industrial, medido em quilos de ATR, não está no ponto ideal, ou seja, a cana queimada não estava no seu nível de maturação máximo para ser colhida, não sendo justificável, portanto, o uso do fogo como auxiliar da colheita; 4. Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que enviou o caminhão tanque (bombeiro), onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem desconhecida ocorrido em seu canavial; 5. Tirar fotos dos aceiros existentes na propriedade, bem como do não plantio em áreas proibidas de serem exploradas (abaixo das linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo), demonstrando com isso obediência à legislação pertinente; 6. Caso possua autorização, informar ao agente autuador, caso esse apareça, que não estava programada a queima, tanto que sequer efetuou as comunicações aos confrontantes e à Secretaria do Meio Ambiente; 7. Caso não possua autorização, informar ao agente autuante que não possuía interesse em utilizar-se do fogo em sua lavoura, tanto que sequer buscou referida autorização; 8. Demonstrar, através de fotos, testemunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte mecânico, não justificando, portanto, o seu interesse em utilizar-se do fogo, assim como a correta área atingida pelo fogo. Revista Canavieiros - Março de 2014 Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste 9. Demonstração de que a queima na área ocorreu em um período inferior a 12 meses. Isso pode ser feito através de documento que comprove a data da colheita da área queimada na safra anterior, inclusive por meio da comunicação de queima feita à secretaria do meio ambiente. 10. Apresentação de laudo técnico, assinado por profissional habilitado, demonstrando a origem desconhecida do fogo ou a origem provocada por terceiros que poderá ser solicitado pelo Escritório Regional da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) - casa da agricultura, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento Estadual. 11. Apresentar o histórico da colheita mecanizada e/ou evolução desta nas última três safras. Portanto, estes são alguns exemplos de provas que o produtor rural deverá produzir em caso de incêndio acidental ou criminoso em sua propriedade, para possibilitar, inclusive, o pedido EXTRAORDINÁRIO de colheita perante a CETESB devendo, ainda, caso receba a visita de um Policial Ambiental ou agente ambiental, informar esses fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou Auto de Infração, além de procurar orientação jurídica adequada IMEDIATAMENTE, onde o Departamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira disposição do associado para defendê-lo nestes casos. RC 39 VENDEM-SE - 01 colheitadeira Case A7700, ano 2009, esteira, motor Cummins M11, material rodante meia vida, com despontador e divisor de linha externos, máquina utilizada na última safra. Valor: R$ 150.000,00; - 01 colheitadeira Case A8800, ano 2011, rolos preenchidos, máquina em perfeito uso. Valor: R$ 330.000,00. Tratar pelos telefones: (16) 9 8104-8104 / 9 9239-2664. VENDE-SE - Cama de frango Tratar com Luiz Martins pelo telefone: (16) 9 9967-7153 ou José Jovino Borges pelo telefone: (16) 3839-5350 Ituverava/SP. COMPRAM-SE - Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento à vista. Tratar com Carlos pelos telefones: (19) 9166-1710/ (19) 8128-0290 ou pelo e-mail: [email protected] VENDEM-SE - Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua. Pedro Biagi, 789 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 250.000,00; - 01 estabelecimento comercial, montado com base para academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23 em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 340.000,00. - 01 casa de aproximadamente 500m² com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho-SP. Preço a combinar. 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Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Março de 2014 40 Eventos de abril de 2014 26º Leilão Especial Leilopec Vilmar Pereira Pires e Convidados Empresa Promotora: Vilmar Pereira Pires e Convidados Tipo de Evento: Leilão / Remate Início do Evento: 05/04/2014 Fim do Evento: 05/04/2014 Estado: MG Cidade: Uberaba Localização do Evento: Chácara Leilopec Informações com: Leilopec Site: www.leilopec.com.br/ Telefone: (34) 3326.5000/7812.6587 Liquidação Total Rebanho Girolando Reg. (1/2 - 3/4 - 7/8) Faz. e Haras Eldorado Empresa Promotora: Fazenda Eldorado Tipo de Evento: Leilão / Remate Início do Evento: 06/04/2014 Fim do Evento: 06/04/2014 Estado: MG Cidade: Passos Localização do Evento: Estradas dos Campos Km 7, Estrada velha de Passos a Altinópolis Informações com: Embral Leilões Site: www.embral.com.br Telefone: (11) 3864.5533 E-mail: [email protected] IV Seminário de Agricultura de Precisão - Revisando os Rumos de Agricultura de Precisão no Brasil Empresa Promotora: FEALQ Tipo de Evento: Seminário / Jornada Início do Evento: 11/04/2014 Fim do Evento: 11/04/2014 Estado: SP Cidade: Piracicaba Localização do Evento: Anfiteatro do Departamento de Engenharia, na ESALQ/USP, na Av.Pádua Dias, 11, em Piracicaba, SP Informações com: FEALQ Site: www.fealq.org.br Telefone: (19) 3417 6600 E-mail: [email protected] Tecnoshow Comigo 2014 Empresa Promotora: COMIGO Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 07/04/2014 Fim do Evento: 11/04/2014 Estado: GO Cidade: Rio Verde Localização do Evento: Centro Tecnológico COMIGO (CTC) Informações com: Secretaria Geral Site: www.tecnoshowcomigo.com.br Telefone: (64) 3611-1525 E-mail: [email protected] Revista Canavieiros - Março de 2014 Curso Teórico-Prático Classificação de Solos Empresa Promotora: Infobibos Tipo de Evento: Curso Início do Evento: 16/04/2014 Fim do Evento: 17/04/2014 Estado: SP Cidade: Piracicaba Localização do Evento: Sala de Evento do Arco Hotel Express Informações com: Cooperativa Regional Itaipu Site: www.infobibos.com/solos 20ª Fenasoja - Feira Nacional da Soja Empresa Promotora: Feira Nacional da Soja Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 25/04/2014 Fim do Evento: 04/05/2014 Estado: RS Cidade: Santa Rosa Localização do Evento: Parque de Exposições Informações com: Cleo Site: www.fenasoja.com.br Telefone: (55) 3512.6866 E-mail: [email protected] AGRISHOW 2014 - 21ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação Empresa Promotora: ABIMAQ, ABAG, SRB e ANDA Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 28/04/2014 Fim do Evento: 02/05/2014 Estado: SP Cidade: Ribeirão Preto Localização do Evento: Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro - Leste Anel Viário Km 321 Informações com: BTS Site: www.agrishow.com.br Telefone: (11) 3598-7810/ 3017-6807 E-mail: [email protected] . Agrobrasília 2014 Empresa Promotora: Coopa-DF Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 13/05/2014 Fim do Evento: 17/05/2014 Estado: DF Cidade: Brasília Localização do Evento: Parque Ivaldo Cenci, PAD-DF. BR-251, Km 5, Brasília-DF, sentido Brasília-Unaí (MG). Informações com: Organizadores Site: www.agrobrasilia.com.br/ Telefone: (61) 3339.6516 E-mail: [email protected] 41 Revista Canavieiros - Março de 2014 Biblioteca “General Álvaro 42 Tavares Carmo” A arte de imitar Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. “Não há adeus no idioma das aves.” Mia Couto Renata Sborgia 1) Aqui está um “calorzão”! Vai pegar fogo! ...com a grafia incorreta, vai pegar fogo mesmo no Português! O correto é: calorão (mais usado no Brasil) Obs.: calor possui outro aumentativo: carrícula—aumentativo sintético regular Obs.: O VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) não registra o vocábulo “calorzão”. “Alguns dos pensadores mais criativos da história e as mentes mais brilhantes do mundo empresarial de hoje têm sido acusados de plagiar e roubar ideias. De acordo com o ex-cientista aeroespacial David Kord Murray, isso não chega a ser uma surpresa, pois tomar emprestado não é roubo intelectual: é a base do pensamento técnico e criativo. Não existe isso de uma ideia verdadeiramente original. Houve uma época em que as ideias criativas representavam um território dos empreendedores, do departamento de marketing ou das agências de publicidade; agora elas são de responsabilidade de cada empregado. Está surgindo uma nova área nos negócios: nos dias de hoje, a “inovação” corresponde a um departamento em muitas companhias criativas, e tem como tarefa gerar novas ideias. Em Arte de imitar, Murray nos mostra que a criatividade não resulta de uma intervenção divina; é algo que pode ser aprendido e que está facilmente a seu alcance.” (Trecho extraído da “orelha” do livro) Referência: MURRAY, David Kord. A arte de imitar: seis passos para inovar em seus negócios copiando as ideias dos outros. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 2)Maria quebrou o braço. Precisa usar “ tipóia”. ...torcemos para a recuperação de Maria e para a aprendizagem da Nova Grafia correta! O correto é: tipoia - sem acento Regra fácil: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, palavras paroxítonas que têm suas sílabas tônicas em ditongos abertos formados por “ei” e “oi” deixam de ser acentuadas em todos os casos. Também perdem o acento palavras paroxítonas com as letras “i” e “u” tônicas quando precedidas ou formando ditongos (duas vogais em sequência). Assim, vocábulos como “tipóia”, “hemorróidas”, “idéia”, “viúva” e “feiúra” não serão mais acentuados. Note que “heróico” perde o acento, mas não “herói”, pois o acento nesta está na última sílaba (oxítona), e portanto não é uma paroxítona. 3) Pedro jogou “pólo” no polo norte”’! ...será? O correto é : polo - sem acento. Regra fácil: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, cai o acento diferencial das palavras “pára/para”, “pêlo/pelo”, “péla/pela”, “pólo/ polo”, e “pêra/pera”. {Nota: Dessa regra podem ocasionar frases estranhas como: “Puxei meu cachorro pelo pelo” ou “joguei polo no polo norte”}. Exceção: “fôrma/forma”, que pode ser escrito dos dois jeitos quando for necessário para eliminar ambiguidades ou ocorrências estranhas como as exemplificadas acima. “Essa fôrma tem forma oval”. Caso contrário não deve-se usar o acento. PARA VOCÊ PENSAR: “Um dia tudo muda. Toda beleza se vai. O dinheiro já não tem o mesmo valor... Amigos ficam escassos. Tudo aquilo que conquistamos na juventude já não existe mais. Porém, se conquistou pessoas verdadeiras com amor... Essas permanecerão para sempre e todo o resto valerá a pena.”(Kelly Gomes) Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Revista Canavieiros - Março de 2014 Sertãozinho-SP Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. 43 Revista Canavieiros - Março de 2014 44 Revista Canavieiros - Março de 2014
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