Edição 113 Novembro - Revista Canavieiros
Transcrição
Edição 113 Novembro - Revista Canavieiros
1 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 2 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Editorial A 3 Energias renováveis como protagonista na COP21 21ª Conferência das Partes (COP21), que acontece em Paris, em dezembro, é a bola da vez e aponta como uma excelente oportunidade para o Brasil mostrar as externalidades do setor sucroenergético. Embora os recentes ataques islâmicos tenham provocado apreensão quanto à realização do encontro entre os chefes-de-estado de todo o planeta, o evento reunirá representantes de 195 países e mais de 25 mil integrantes. Durante a conferência será gerado um documento que irá ditar os próximos passos na busca de um acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C A matéria de capa mostra ainda que o Brasil segue a tendência e caminha cada vez mais na direção de uma produção sustentável. Prova disso é que o país recebeu pela primeira vez a Bonsucro Week, um encontro anual da maior certificadora do setor sucroenergético em relação a praticas sustentáveis, que contou com a participação de profissionais de 25 países. Desde a liberação da primeira certificação, em 2011, até o momento, já são 47 usinas certificadas no planeta, sendo que 40 delas são do Brasil. O evento anual do GATUA que debateu o papel da Tecnologia da Informação diante da crise no setor canavieiro, e o simpósio sobre pragas daninhas realizado pela Unesp de Jaboticabal, também são destaques nesta revista. A edição de novembro também traz uma matéria sobre o 1º Dia de Campo “Mais Cana”, que discutiu e apresentou tecnologias para produção de MPBs. Desta vez, temos entrevista com Márcio Fernando Meloni, diretor administrativo da Siccob Cocred. Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo Professor Marcos Fava Neves, opinam no “Ponto de Vista” José Oswaldo Bozzo e Coriolano Xavier. As notícias do Sistema mostram que a campanha de arrecadação de lacres da BioCoop Copercana já foi revertida em 15 cadeiras de rodas doadas às entidades da área de cobertura do Sistema. Também que empresários africanos visitaram as instalações da Copercana e Canaoeste e que o Sicoob Cocred inaugurou Posto de Atendimento na cidade de Barrinha-SP. Também podem ser conferidos nesta edição assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português. Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 RC Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Andréia Vital, Fernanda Clariano, Igor Savenhago e Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2208 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Revisão: Lueli Vedovato Tiragem DESTA EDIçÃO: 22.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008) [email protected] Boa leitura! Conselho Editorial www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Novembro de 2015 4 Ano IX - Edição 113 - Novembro de 2015 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 28 Energias renováveis como protagonistas na COP21 Conferência reunirá representantes de 195 países na busca de um acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C E mais: Pontos de Vista: Coriolano Xavier .....................página 08 05 - Entrevista Márcio Fernando Meloni diretor administrativo financeiro da Sicoob Cocred José Osvaldo Bozzo .....................página 09 Coluna Caipirinha .....................página 10 11 - Notícias Copercana - Campanha de arrecadação de lacres da BioCoop doa 15 cadeiras de roda - Copercana reinaugura loja de Ferragens e Magazine em Pontal-SP 19 - Notícias Canaoeste - Canaoeste discute os novos critérios de exclusão administrativa para incêndios em canaviais - Delegação de Senegal visita instalações do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred - Biblioteca da Canaoeste promove curso de conservação de documentos e livros 24 - Notícias Sicoob Cocred - Sicoob Cocred inaugura Posto de Atendimento na cidade de Barrinha-SP - Balancete Mensal Assuntos Legais .....................página 27 Destaque: 1º Dia de Campo “Mais Cana” discute e apresenta tecnologias para produção de MPBs .....................página 40 GATUA debate papel da Tecnologia da Informação diante da crise no setor canavieiro .....................página 44 Informações Setoriais .....................página 46 48 - Pragas e Doenças - Simpósio na Unesp de Jaboticabal discute controle de plantas daninhas na cana Acompanhamento de Safra .....................página 50 Classificados .....................página 54 Cultura ....................página 58 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 5 Entrevista I “Onde tem uma cooperativa, a economia se desenvolve de forma equilibrada” Márcio Fernando Meloni O diretor administrativo financeiro da Sicoob Cocred, Márcio Fernando Meloni, é um entusiasta das cooperativas de crédito, que, para ele, agem contra a má distribuição de recursos financeiros, reduzindo, consequentemente, a exclusão social. Aproveitando o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, comemorado sempre na terceira quinta-feira de outubro – em 2015, caiu no dia 15 -, ele concedeu a seguinte entrevista à Canavieiros, em que fala sobre o crescimento das cooperativas, sua importância para o cenário mundial, o posicionamento do Brasil e características específicas da atuação da Sicoob Cocred. Igor Savenhago Revista Canavieiros: Qual a importância da atuação das cooperativas de crédito diante da atual conjuntura econômica e política do Brasil? Márcio Meloni: As cooperativas de crédito estão passando por um momento de grande expansão e vêm crescendo a cada ano graças ao reconhecimento da sociedade em relação aos benefícios que ela traz, não só para seus associados, mas também a toda comunidade. Onde tem uma cooperativa, a economia se desenvolve de forma equilibrada, com uma distribuição de recursos mais justa. Enquanto os bancos refletem os efeitos das instabilidades econômicas e políticas, por meio do aumento das taxas de juros e redução da oferta de crédito, as cooperativas estendem a mão para que as pessoas continuem a investir. Podemos dizer seguramente que as cooperativas são agentes de inclusão financeira, já que elas possibilitam o acesso aos recursos de forma mais sustentável, pois envolve uma relação de reciprocidade entre a instituição e os cooperados. Enquanto os bancos visam exclusivamente à obtenção de lucro, as cooperativas de crédito fomentam os negócios de seus associados. Além disso, ao final de cada exercício, os cooperados participam da distribuição dos resultados. Revista Canavieiros: Quais são as opções de produtos financeiros que os associados encontram na Sicoob Cocred? Márcio Meloni: Atualmente, a Sicoob Cocred oferece todas as opções de produtos e serviços financeiros que se pode encontrar em um banco, como conta corrente, poupança, cartão de crédito e de débito, linhas de crédito e financiamento, consórcio de veículos, imóveis e serviços, que é uma novidade, e também aplicações para investidores diferenciados, inclusive LCA. A diferença é que nosso atendimento privilegia sempre as necessidades de nossos associados. Isso faz parte do conceito de sustentabilidade de nossos negócios. É diferente de um banco que, por exemplo, está focado em atingir metas e não se interessa em conhecer a realidade de um produtor rural ou de um empresário. Nossa oferta de produtos financeiros se baseia em atender a necessidade de nossos associados da melhor forma possível. Nossos gerentes trabalham como consultores financeiros dos cooperados, oferecendo produtos e serviços adequados às suas necessidades. Revista Canavieiros: No que se refere a Crédito Rural, como a Sicoob Cocred tem atuado? Márcio Meloni: Apesar da crise econômica, a Sicoob Cocred tem con- Revista Canavieiros - Novembro de 2015 6 seguido atender o produtor rural em todos os segmentos: cana, amendoim, café, soja e pecuária de forma satisfatória. Nos municípios em que a Sicoob Cocred está inserida, representamos 25% do crédito rural disponibilizado e isso é muito relevante, sobretudo se considerarmos que estamos em cidades com grande movimento, como Franca, Ribeirão Preto, Marília e Barretos. Em algumas praças, a cooperativa é a maior agência da cidade. De 2008 a 2014, foi possível verificar um grande crescimento da carteira de crédito das cooperativas em relação aos bancos. Neste período, enquanto os bancos cresceram 169%, as cooperativas tiveram um desempenho muito superior, registrando o aumento de 212% em carteira de crédito. Na Sicoob Cocred, o incremento no período foi ainda maior: 260%, um crescimento 91% maior que o registrado pelos bancos. Revista Canavieiros: Que fatores contribuem para o crescimento do cooperativismo de crédito? Márcio Meloni: Atribuo o crescimento do cooperativismo de crédito ao próprio modelo de negócio que ele representa, que é sustentável e focado no capital humano, mas podemos pontuar também outros fatores que explicam por que as pessoas estão preferindo as cooperativas de crédito aos bancos comerciais, o que, consequentemente, promove um salto na evolução do SNCC (Sistema Nacional de Crédito Cooperativo). O primeiro é, sem dúvida, o atendimento personalizado. As pessoas gostam de saber que são importantes, que não são apenas um número, que são consideradas pelo seu potencial e pelas suas necessidades. E isso explica porque muitos dos nossos associados estão concentrando a sua movimentação financeira na Sicoob Cocred. O segundo é o fato de que as cooperativas de crédito investem nas regiões em que estão envolvidas e isso gera benefícios que são perceptíveis a toda a comunidade, como a geração de empregos e renda, direta e indiretamente, e o desenvolvimento socioeconômico da região. O terceiro é o acesso facilitado aos produtos e serviços financeiros, com taxas de juros diferenciadas e competitivas, bem abaixo das praticadas pelo mercado bancário. Tudo isso faz com que as pessoas vejam nas cooperativas de crédito um aliado para seus empreendimentos terem sucesso. Revista Canavieiros: No mês de outubro, comemorou-se o Dia Internacio- "Sem dúvida o cooperativismo de crédito tem uma função primordial na construção de um mundo mais justo" Revista Canavieiros - Novembro de 2015 nal do Cooperativismo de Crédito. Qual o posicionamento do Brasil em relação ao reconhecimento da importância do movimento cooperativista? Márcio Meloni: De acordo com informações do Banco Central do Brasil, as cooperativas de crédito já estão presentes em 95% do território brasileiro e, em 565 municípios, elas são as únicas instituições financeiras atuantes. O último relatório do BC, com data base de 2014, aponta o registro de 1.106 instituições cooperativas de crédito e mais de 7,5 milhões de cooperados. A meta do BC é chegar a 10 milhões de associados. Eu acredito que, não só no Brasil, mas no mundo todo, a sociedade já está mais consciente da importância do cooperativismo, pois a estimativa é termos mais de um bilhão de pessoas ligadas a ele, e se considerarmos também seus dependentes, numa média de três pessoas, teremos quatro bilhões que compartilham das benesses do cooperativismo, isto é, mais da metade da população mundial. Revista Canavieiros: É possível construir um mundo mais justo por meio do cooperativismo de crédito? Márcio Meloni: Sem dúvida. O cooperativismo de crédito tem uma função primordial na construção de um mundo mais justo, pois ele age contra a má distribuição dos recursos financeiros e a exclusão social. Como afirmei anteriormente, as comunidades que contam com a presença de uma cooperativa sólida e bem administrada se beneficiam direta e indiretamente com a geração de renda e emprego, o que colabora com o desenvolvimento socioeconômico local. RC 7 A primeira edição do “Desafio Canamáxima”, promovido pelo CTC em parceria com a BASF, mobilizou dezenas de usinas. E o momento mais aguardado está chegando: a revelação dos ganhadores nas duas categorias que acontecerá no evento “14° Produtividade e Redução de Custos” edição 2015. Parabéns aos ganhadores e a todos os participantes. Pelos resultados colhidos, o setor sucroenergético é o grande vencedor. Realização: 39 participantes, dois ganhadores e um grande vencedor: o setor sucroenergético. Faça sua inscrição pelo site www.ideaonline.com.br Revista Canavieiros - Novembro de 2015 8 Ponto de Vista I Pé no chão, sim. Medo não. Coriolano Xavier* A exportação de uma tonelada de grãos gira em torno de US$ 430, atualmente, enquanto o embarque do mesmo volume de carne representa mais de US$ 1,7 mil. Olhando para o futuro, essa relação de retorno já demonstra bem em que direção o agronegócio brasileiro deve investir e priorizar focos. Isso não é uma projeção abstrata. Segundo a FAO/OCDE (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por exemplo, até 2022 o consumo mundial de carnes terá um crescimento firme, sendo 13% para a carne suína, 14% para a bovina e 19% para a de frango. E, se há um país que tem fortes vantagens comparativas para aproveitar oportunidades nesses mercados, esse país é o Brasil. Tanto que, em setembro último, assumiu a liderança no ranking dos principais exportadores mundiais de frango. Para quem tem dúvidas, vamos pensar na crise que atravessamos no país e vamos pensar na competitividade dos produtores, individualmente. Toda crise, pelas dificuldades conjunturais que traz, ressalta os pontos fortes e diferenciais competitivos de produtores e em- presas que construíram vantagens sobre seus concorrentes, de forma sustentável, ao longo no tempo. Para essas organizações, o momento é para fazer valer essas vantagens e investir para avançar no mercado, conquistar novas áreas ou segmentos e impactar o mercado com inovações. A visão conservadora de ficar parado e esperar o pior passar até pode nos poupar de stress econômico ou financeiro. Mas, de outro lado, tende a não levar a lugar nenhum. Se temos confiança em nossos diferenciais competitivos – seja pensando como país ou como empresários, temos que ir para cima da crise. O suinocultor brasileiro, por exemplo, é um dos melhores do mundo. O salto tecnológico que nossa suinocultura deu em três décadas, saindo do porco piau para a automação de granjas e abrindo espaço no mercado internacional, bem mostram a capacidade empreendedora do setor. A nossa avicultura e bovinocultura também não deixam por menos e dão lições de competitividade para o mundo. O que não pode acontecer é todo esse potencial realizador ficar entorpecido pelos ditames da crise, pela falta de confiança, pelo temor da conjuntura. Realismo e pé no chão sim. É saudá- Coriolano Xavier vel. Imobilismo e temor não, pois não é assim que se superam situações e conquistam coisas. Aliás, a história das três cadeias produtivas brasileiras de carne é a melhor prova disso. Sabemos que aumentar e dar estabilidade à produção de grãos, principal insumo da indústria de carnes, é estratégico para a expansão competitiva e de valor do agronegócio brasileiro. Mas olhando para o futuro, o grande desafio é agregar ainda mais valor, transformando commodities em alimentos beneficiados – conquistando se possível o consumidor final dos mercados do exterior e não apenas o importador de commodities. Como fazer isso, não é um caminho rápido, nem suave. Além de coragem empreendedora, exige conhecimento, gestão de precisão e um olhar constante sobre o consumidor, pois o consumo alimentar passa hoje por mudanças radicais nas tendências de alimentação, em todo mundo, e aí certamente estarão oportunidades para diferenciar produtos e gerar valor percebido para nossas ofertas. *Por Coriolano Xavier, Vice-Presidente de Comunicação do CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável), Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 9 Ponto de Vista II COP21: bom momento para renovar o setor sucroenergético José Osvaldo Bozzo* E nquanto lamentamos profundamente os tristes episódios da sexta-feira, 13 de novembro, quando mais de uma centena de pessoas foram mortas em ataques sincronizados de terroristas, a cidade de Paris e a França mostram sua força de reação ao terror e mantêm a realização para o início de dezembro da COP21, conferência mundial sobre o clima promovida pela ONU - Organização das Nações Unidas, que reunirá chefes de Estado e de Governo de todo o mundo para discutir ações conjuntas destinadas a proteger nosso planeta das atividades do próprio homem que têm provocado mudanças climáticas. Mas a questão mais importante que fica para o setor sucroenergético neste momento de discussão global do futuro de planeta e das alternativas possíveis para sua preservação é buscar soluções para sua própria sustentabilidade, desenvolvimento e evolução, melhorando ainda mais resultados e o potencial de conservação ambiental que tem a oferecer. Além das velhas discussões de um setor assolado por anos de dificuldades, dívidas monstruosas e oprimido por políticas energéticas equivocadas e ineficientes, é preciso avançar na consolidação de caminhos que viabilizem Nesse contexto, mais uma vez o Brasil participará desse evento como importante agente, com capacidade de oferecer soluções eficazes para dirimir os efeitos das ações danosas ao meio ambiente e que têm alterado o equilíbrio de nosso planeta. O ano de 2015 é especialmente marcante para um dos segmentos econômicos nacionais que mais têm a contribuir com a preservação do meio ambiente. Afinal, foram comemorados agora os 40 anos de criação do Pró-Álcool, programa que deu origem ao que hoje conhecemos como o mais bem-sucedido projeto mundial de substituição do uso de combustíveis fósseis não renováveis. É, portanto, um momento marcante para que o setor sucroenergético brasileiro reforce globalmente suas credenciais ao oferecer alternativa viável e sustentável já testada e aprovada em soluções eficazes para todo o planeta. Sabemos que representantes do segmento estarão presentes na COP21, especialmente a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que apresentará em um dos painéis do evento em Paris um estudo de caso sobre a experiência do Brasil na adoção do etanol como combustível alternativo. sua evolução. Para isso, torna-se necessário discutir alternativas que permitam transformar e melhorar ainda mais os resultados do setor, envolvendo toda a sociedade em nível global, especialmente os agentes que podem fazer a diferença na proposição de soluções eficientes – como o mundo acadêmico; entidades de fomento à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; os governos, em todas suas instâncias de poder; a indústria (especialmente a automobilística); e o próprio setor produtivo sucroalcooleiro. As bases para essas discussões estão estabelecidas em alguns importantes pilares: a necessidade de melhorar a José Osvaldo Bozzo eficiência do etanol em termos de consumo em relação à gasolina (aqui, é necessário que o programa Inovar-Auto, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, dê mais atenção à pesquisa em etanol); ampliar a produtividade, para que se possa produzir mais em menores espaços físicos e em menos tempo; viabilizar comercialmente a extração de etanol da celulose, fator importante para aumentar a produtividade; e modernizar e reequipar todo o setor produtivo. A COP21 deverá ser um fórum de transformação das perspectivas de preservação de nosso planeta, e o Brasil será chamado a tomar parte decisiva nessa jornada. Não podemos jogar fora 40 anos de desenvolvimento de um programa tão bem-sucedido sem pensar em como melhorar ainda mais sua eficácia, o que redunda em garantir a própria sustentabilidade de toda uma cadeia produtiva que gera milhares de empregos. *José Osvaldo Bozzo ([email protected]) é consultor tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado em Direito, iniciou carreira na PwC. Foi também Sócio da BDO e da KPMG e professor de Planejamento Tributário na USP – MBA de Ribeirão Preto. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 10 Coluna Caipirinha Caipirinha A concorrente gasolina se... Atrapalha O que acontece com nosso agro? A mais recente estimativa da FAO (Organização das Nações Unidas) mostra que o mundo vai produzir 2,53 bilhões de toneladas de grãos na safra 2015/16. A FAO esperava quase 5 milhões de toneladas a mais na projeção do mês passado. Esta produção será 28,8 milhões de toneladas (2%) mais baixa que 2014/15, mostrando um novo quadro com inversão no acúmulo de estoques. O consumo de grãos será de 2,528 bilhões de toneladas (50% para ração animal), sendo 29 milhões de toneladas (1,2%) acima do consumo de 2014/15. Os estoques são de 638 milhões de toneladas (25% do consumo anual). A perspectiva então seria no mínimo de manter os preços atuais, que, quando convertidos a real, estão bem razoáveis. O índice de preços da FAO subiu no período. CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra brasileira de 2015/16 entre 208,6 a 212,9 milhões de toneladas. É esperado um crescimento de 2% em relação a 2014/15, quando produzimos 208,53 milhões. Soja deve crescer quase 7%, chegando a 103 milhões de toneladas, e o milho cair 2,3%, para perto de 82 milhões de toneladas. Nossa capacidade de armazenagem é de 160 milhões de toneladas. Vem coisa boa por aí! As exportações do agro em outubro (US$ 7,78 bilhões), se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 7,95 bi), tiveram ligeira queda (2,1%), trazendo um saldo agro na balança de US$ 6,73 bi (3,4% maior, graças à grande queda nas importações do agro). O valor exportado acumulado no ano (US$ 74,7 bilhões) apresentou queda de 10,9% quando com- parado com o mesmo período de 2014 (US$ 83,9 bilhões). O saldo continua robusto neste período (US$ 63,6 bi), porém, com queda de 8,9%. Neste mês, o agro se beneficiou das retomadas nas exportações de soja e milho, e também no crescimento das importações da China. Por outro lado, tivemos perdas importantes em produtos como açúcares, carnes e couros. A perda de volumes de exportação, mesmo com um câmbio bem mais favorável, é algo que tem me intrigado ao longo dos últimos meses. O que acontece com nossa cana? Na mais recente previsão, a Datagro coloca 605,9 milhões de toneladas no Centro-Sul, 4% a mais que a safra 14/15. O Nordeste deve produzir 52 milhões de toneladas, bem menos que as 59 milhões de 14/15. Já a FCStone (Consultoria em futuros e commodities) estima o Nordeste perdendo 6 milhões de toneladas com a seca, caindo para 53,5 m.t. Segundo a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), até 31 de outubro processamos 518,82 milhões de toneladas, contra 515,32 m.t. na safra anterior. Czarnikow lança uma plataforma de sustentabilidade chamada de Thrive. A trading comercializa 10% do açúcar mundial e esta plataforma, em conjunto com a certificadora AB Sustain, vai considerar todos os elos da cadeia produtiva, produtores, indústrias, transportadores e varejo. Está aí uma oportunidade de inserir o Consecana na plataforma. A Biosev apresentou os resultados do trimestre, e estes corroboram a análise que tenho feito neste ano. Operacionalmente, a empresa deu lucro de R$ 344 milhões. E apenas de pagamentos de juros, empréstimos e financiamentos, desembolsou R$ 233 milhões. Ou seja, é o endividamento corroendo os ganhos operacionais, que envolvem 10% de redução de despesas fixas e também 14,3% de crescimento na produtividade do canavial e ATR de 137,5 (recorde de 4 safras). Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Marcos Fava Neves* Na mesma linha, a São Martinho viu seu endividamento crescer 28% (R$ 663 milhões) desde março, fruto da valorização do dólar. Apresentou resultado pior neste trimestre em relação a 2014, pois teve a estratégia de reter produtos esperando os melhores preços, que a meu ver é acertada, portanto espera-se resultado muito bom no período que se inicia. O que acontece com nosso açúcar? A OIA (Organização Internacional do Açúcar), em sua mais recente estimativa, coloca um deficit de 3,5 milhões de toneladas no mercado mundial de açúcar em 2015/16. Interessante é que em agosto a previsão de deficit era de pouco menos de 2,5 milhões de toneladas. Com o maior uso da cana para etanol, a produção de açúcar, segundo a UNICA, no Centro-Sul (até 31/10) está em 27,5 milhões de toneladas, cerca de 2 milhões abaixo de 2014. Estima-se que o Brasil retirou com isto alguns milhões de toneladas de açúcar do mercado mundial. 11 As chuvas no Centro-Sul, o maior consumo de etanol e o provável déficit de açúcar estão jogando os preços do açúcar para cima. O açúcar cristal atingiu o valor de R$ 75/saca de 50 kg em outubro e telas futuras podem chegar a 15 cents por libra/peso. Estima-se que as usinas brasileiras tenham vendido já quase 30% do açúcar que será exportado em 2016/17. A média neste momento do ano seria de 10%. O que acontece com nosso etanol? Em setembro consumimos 1,6 bilhão de litros (48,3% acima de 2014). As vendas de gasolina em setembro caíram 12% e de diesel, 8%. Em outubro, segundo a UNICA, as vendas de etanol das usinas para as distribuidoras chegaram a incrível 1,7 bilhão de litros, 37% acima de 2014. Preços mais altos não frearam a demanda em outubro. Ainda pela UNICA, esta safra (até 31 de outubro) já teve vendas de 17,77 bilhões de litros (16,54 para o mercado interno e 1,23 b.l. para exportação), 25,3% acima de 2014. O aumento no consumo, na ponta final, de acordo com a Datagro, está ao redor de 40%. O hidratado chegou perto de R$ 1,80/l. na usina e trata-se do maior preço nominal já registrado pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP) em mais de 12 anos. O anidro atingiu R$ 1,90/l. A Dupont inaugurou em Iowa a maior fábrica de etanol celulósico do mundo, e estima que este produto é competitivo apenas com o petróleo custando ao redor de US$ 70 a 80 o barril. A subida de preços do etanol aqui no Brasil já começou a prejudicar as exportações aos EUA. Pensando no futuro da gasolina, que é a principal concorrente do etanol, temos fatos interessantes para pensar. A Petrobras vem seguidamente anunciando redução de investimentos futuros, a capacidade de refino no Brasil é limitada, a venda de novos carros, mesmo com a situação de crise, continua abrindo mais mercado o elevado endividamento da empresa impede com que esta pratique preços não remuneradores na gasolina e temos uma situação cambial que dificulta a importação de gasolina... Fora as questões ambientais. Quem é o homenageado do mês? Todo mês homenageamos um lutador da causa da cana, da causa do agro. Nesta edição, minha homenagem vai ao dr. Cícero Junqueira Franco, um dos pais do nosso pró-álcool, desejando a este grande homem rápida recuperação para voltar a nos alegrar com suas histórias. Participei neste mês de um interessante evento em Washington (EUA) no WWF - World Wildlife Fund. cinquenta pessoas, entre cientistas, agentes públicos e privados de mais de 10 países que foram selecionadas para discutir, em formato de um interessante jogo, as possíveis reações do agronegócio a futuras crises mundiais, num modelo de simulação de crises e ações. Os resultados estão no site foodchainreaction.org para os que tiverem interesse. Mas o fato é que teremos um mundo absolutamente mais complexo vindo pela frente, sendo nosso papel acompanhar e tentar prever para auxiliar na tomada de decisão. Na foto, com os craques Xico Graziano e Geraldo Martha, da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Haja Limão: o limão do mês vai para a cara de pau de uma parte dos nossos políticos. São desculpas completamente esfarrapadas para tentar justificar depósitos que aparecem em contas e inúmeras outras falcatruas. Afloram acordos às escuras visando à proteção de ações de corrupção que cada vez mais rebaixam a nossa moral. Até quando aguentaremos, é uma boa pergunta. Nunca vi um lodaçal destes. Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde 2006 é Professor Visitante Internacional da Universidade de Buenos Aires. RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 12 Notícias Copercana Campanha de arrecadação de lacres da BioCoop doa 15 cadeiras de roda Só em outubro e novembro deste ano, projeto beneficiou quatro entidades assistenciais da área de cobertura do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred Igor Savenhago M ais de duas toneladas de lacres de latas de alumínio. Essa quantidade, que daria para encher cerca de 2.700 garrafas pet de dois litros, foi arrecadada pela BioCoop – departamento responsável pela gestão dos materiais recicláveis do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred – desde o início da campanha que troca esse tipo de material por cadeiras de roda, doadas a entidades assistenciais. Nos meses de outubro e novembro, mais quatro cadeiras foram entregues. As instituições contempladas foram a Casa Transitória André Luiz, em Barretos-SP, a Santa Casa de Cajobi-SP, o Lar do Idoso de Bebedouro-SP e a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) em Descalvado-SP. Desde 2011, ano em que a ideia foi colocada em prática, já foram 15 as cadeiras doadas. Elas são fornecidas pela empresa Sucatas São José, de Sertãozinho-SP. Cada uma é trocada por 130 quilos de lacre entregues pela BioCoop. Das 2,1 toneladas recolhidas até hoje, metade foi apenas no decorrer deste ano – 1.010 kg –, sinal de que a iniciativa vem crescendo e se tornando cada vez mais conhecida. “A campanha tem extrema importância ambiental, já que esse material é retirado do ambiente, retornando ao ciclo de produção por meio de reciclagem, e social, pois ajuda a despertar nas pessoas o interesse por ações que visam à preservação ambiental, já que elas precisam retirar os lacres das latinhas. Esse pode ser o primeiro passo para que adquiram novos hábitos, como praticar a coleta seletiva em casa”, diz a encarregada da BioCoop, Milena Talamoni. Os interessados em colaborar devem levar os lacres a qualquer unidade da Copercana, da Canaoeste e do Sicoob Cocred, como postos de combustíveis, auto center, supermercados, lojas de ferragens, magazines, agências bancárias, unidade de grãos, biblioteca, Cred Clube e a própria BioCoop. Milena Talamoni, encarregada da BioCoop Barretos Quando a BioCoop consegue uma nova cadeira, é sorteado um município onde exista uma ou mais filiais do Sistema. A escolha da entidade fica sob responsabilidade de gestores e colaboradores dessas próprias filiais. Em Barretos, por exemplo, foi definida a Casa Transitória André Luiz, que acolhe crianças, adultos e idosos com deficiências múltiplas e que recebeu a doação da cadeira no dia 19 de outubro. Durante a entrega, a encarregada da BioCoop esteve acompanhada por Regina Roxo Gouveia, gerente do PA (Posto de Atendimento) da Sicoob Cocred na cidade, e pelo vendedor Werley Gomes da Silva, que representou o gerente da Loja Revista Canavieiros - Novembro de 2015 de Ferragem e Magazine da Copercana, Fernando Rodrigo Rocha. Fundado em 1969, o lar conta com duas alas: uma só para adultos homens, separados por independentes e acamados, e outra para crianças, de ambos os sexos. Esta, que recebeu o nome de Casa da Criança Dr. Astolfo de Araújo, foi inaugurada dez anos depois do surgimento da instituição. Hoje, mantém convênio com a gestão estadual do SUS (Sistema Único de Saúde). Já para os adultos, parte da verba é destinada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social. A outra fatia dos recursos necessários para tocar a entidade vem de eventos, 13 ceu a fundadora ainda num Centro Espírita e decidiu colaborar desde o início, e da coordenadora, Milena Camolese Rodrigues do Prado, que passou a integrar a equipe em 1979. “Pouco antes da Lazinha morrer, no ano 2000, ela pediu que o trabalho não parasse”, conta Arly. Casa Transitória André Luiz, em Barretos-SP como cavalgadas e almoços. Todo o esforço é para cuidar de 100 adultos e 40 crianças, capacidade máxima da Casa. Para dar conta dos atendimentos, são 98 funcionários, entre médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, musicoterapeutas e monitores de recreação. A ONG foi montada por Lazinha Pereira dos Santos, que destinou um imóvel próprio, ao lado da casa onde morava, para atender deficientes que passavam por Barretos. Com o tempo, o objetivo inicial, que era oferecer um lar transitório, foi sendo adaptado. Hoje, a Casa, que sempre funcionou no mesmo local, recebe, em definitivo, pessoas abandonadas, vítimas de maus-tratos ou cujas famílias não têm estrutura nem condições de garantir o bem-estar. Lazinha era adepta do espiritismo, mas não fazia restrições a praticantes de outras doutrinas ou religiões. Ecumênica, a instituição sobrevive do trabalho incansável de gente como o seu presidente, Arly Luiz de Castro, que conhe- A Casa também recebe doações. “O povo de Barretos é muito solidário”, afirma a coordenadora. São aceitos artigos como móveis usados, alimentos, roupas, produtos de higiene e limpeza, cadeiras de roda e recursos em dinheiro, que têm uma parte destinada ao abastecimento da despensa. Por dia, são consumidos 25 quilos de arroz, 15 de feijão, 30 de mistura, entre carnes, verduras e legumes, e 72 litros de leite. Quatro pacientes que se alimentam por sonda ainda precisam de suplementos. Com área de 7.400 metros quadrados, sendo pouco mais de 4 mil construídos, a Casa mantém, ainda, um fraldário, onde são confeccionadas, por voluntários, cerca de 1.800 peças por semana. A entidade fica localizada na Avenida 47, nº 814, no bairro Celina. O telefone é (17) 3322-8330. Cajobi Para Ernesto Alves de Oliveira Filho, presidente da Santa Casa de Misericórdia de Cajobi, a doação, recebida no dia 29 de outubro, foi muito bem-vinda. “A nossa entidade tem muita necessidade de cadeiras de roda, já que temos uma grande carência e sempre precisamos emprestá-las às pessoas necessitadas. Toda ajuda é sempre muito bem recebida, pois, apesar de termos convênios municipais e estaduais, contamos com a contribuição da comunidade para mantermos a qualidade dos nossos serviços”. Para fazer a entrega, a encarregada BioCoop esteve acompanhada pela gerente do PA (Posto de Atendimento) da Sicoob Cocred no município, Priscila Shinyashiki. A entidade, fundada em 1.982 sob os valores da caridade, pelo Mon- Santa Casa de Cajobi-SP Revista Canavieiros - Novembro de 2015 14 senhor José Maria Soares Bezerra, conhecido como Padre Zezinho, tem como principal objetivo prestar atendimento hospitalar gratuito à população de Cajobi e região. Para isso, dispõe de 32 leitos e Pronto-Socorro 24 horas. De acordo com o presidente, a Santa Casa realizou, em 2014, mais de 25 mil consultas, com 715 internações e 235 cirurgias. “Todos nós conhecemos a difícil situação econômica pela qual passam os hospitais de todo o Brasil, Notícias Copercana mas não podemos ficar lastimando a situação de braços cruzados. Precisamos, diante do desafio, arregaçar as mangas e fazer a nossa parte. Isso já estamos fazendo há bastante tempo, com o apoio da sociedade cajobiense, por meio dos eventos que realizamos, e, principalmente, de empresas, que nos ajudam a continuar nossa missão. Por isso, em nome de toda equipe da Santa Casa, agradeço ao Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred pela doação e, também, à BioCoop, por esta iniciativa que ajuda pessoas necessitadas de locomoção especial e também ao meio ambiente”. A repercussão da entrega da cadeira foi tão positiva, que, em sinal de agradecimento, os funcionários do hospital enviaram, no dia seguinte à doação, por meio do PA da Sicoob Cocred, 30 garrafas pet de lacres à BioCoop. Para os interessados em ajudar a Santa Casa, o endereço da instituição é Rua Adélio Rosa, 375, no Centro. Fone: (17) 3563-9999. Bebedouro Quando alguém atravessa o portão do Lar do Idoso em Bebedouro, logo atrai olhares. Afinal, 80% dos moradores dali não têm atenção alguma da família. Uns se entregam a um demorado abraço. E também querem – ou precisam – falar. Nem que seja para agradecer por mais uma doação recebida. A cadeira de roda foi entregue no dia 10 de novembro, pela encarregada da BioCoop, Milena Talamoni, e pelo agrônomo da Canaoeste na cidade, André Volpe. Eles foram recepcionados por Melissa Duarte Zanim, assistente administrativa, que está há 15 anos na entidade e mostrou as instalações, além de contar um pouco da história do local. O lar foi construído pelo médico Ricardo Dias de Toledo, já falecido. Ele confidenciou ao Monsenhor José Figols – padre espanhol que reside em Bebedouro – que gostaria que um grupo religioso se responsabilizasse pela gestão dos atendimentos. Hoje, a instituição é gerida por três freiras da Congregação Servas do Senhor, com sede em Botucatu-SP: a assistente social Lurdinha, a coordenadora Cecília e a presidente Lidovina. Lar do Idoso de Bebedouro-SP Inaugurada em 1.989, presta assistência a 34 idosos, sendo 14 homens e 20 mulheres. A capacidade é para 38, mas, segundo Melissa, algumas vagas são reservadas a emergências. Vinte funcionários se revezam nos cuidados, além de voluntários, como uma podóloga e uma cabeleireira. Por meio de uma parceria com a Unifafibe, um centro universitário local, os moradores também recebem, de estudantes, atenção fisioterápica e psicológica. A manutenção do local é feita com repasses públicos ou verbas arrecadadas em eventos, como a tradicional Festa do Caminhoneiro, realizada todo mês de setembro e que distribui recursos a quatro entidades, além de almoços e bazares. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 O Lar do Idoso é um dos três asilos de Bebedouro. Acolhe, em sua maioria, cadeirantes e acamados, geralmente com histórico de maus-tratos. São pessoas de 60 a 90 anos, algumas com doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer. Apenas uma em cada cinco conta com o apoio dos familiares. O restante convive com o abandono. Uma das exceções é “seo” Lídio Alves de Oliveira, de 81 anos. Ele diz ter duas filhas, que sempre o visitam. E, por isso, está no lar por opção. “Tenho problemas de coração e próstata. Comecei a me tratar com um médico de Catanduva, mas achei melhor vir para cá. Queria ter uma atenção melhor para a minha saúde. Aqui, tenho o amparo dos profissionais todo o tempo. Vim 15 para passar só um período, mas gostei tanto que decidi ficar”. Quem também optou por ficar foi Sidinéia Cesário de Carvalho, de 60 anos. Mas não pense que ela é moradora. É a funcionária mais antiga da entidade. Está lá desde o ano da fundação. Co- meçou como auxiliar de serviços gerais e, agora, trabalha na lavanderia. O ingresso foi meio por acaso. “Uma amiga soube que estavam precisando de funcionários. Viemos e fomos contratadas no mesmo dia. Essa minha amiga já saiu e eu permaneci”. Quando alguém pergunta o que mais aprendeu nesse tempo todo, não hesita. “Respeito pelos idosos. Eles precisam do nosso carinho e da nossa atenção”. Aos que quiserem fazer doações, o endereço do lar é Alameda Corcovado, 222, Residencial Parati. Telefone: (17) 3342-5268. Descalvado Carinho e atenção também são necessidades constantes das crianças e adultos atendidos pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que foi a entidade escolhida em Descalvado para receber a cadeira de roda. Em 13 de novembro, a encarregada da BioCoop, acompanhada por Breno Souza, agrônomo da Canaoeste no município, e por Edvaldo Assoni, gerente local da Loja de Ferragem e Magazine da Copercana, fez a doação à diretora pedagógica da instituição, Maria Therezinha Lucarini, e à secretária, Andréia Simone Daniel Dutra. Em troca, recebeu 37 garrafas pet cheias de lacre para a continuidade da campanha, totalizando 22 quilos. A APAE de Descalvado tem 45 anos. Nasceu do sonho de dois amigos: Percílio de Oliveira e Arlindo Zóia. O primeiro morava em São Paulo e, uma vez, quando passava férias no interior, comentou com Arlindo que, na Capital, havia uma escola especial voltada ao atendimento a pessoas com deficiência. Na época, o assunto ainda era tabu. O preconceito era muito comum nas próprias famílias, que impediam os filhos deficientes até de sair de casa. Para Oliveira, era preciso mudar esse cenário. APAE em Descalvado-SP De volta a São Paulo, ele conseguiu duas vagas para treinamento de pessoal. Duas mulheres se candidataram como voluntárias: Maria Aparecida Fioroni Kastein, conhecida como “Fi”, e Maria Lúcia Zóia, a Mara, filha de Arlindo. Com recursos próprios, elas fizeram o curso e chegaram dispostas a aplicar o conhecimento adquirido. Com isso, em 15 de agosto de 1970, a APAE foi fundada no município, tendo Arlindo Zóia como primeiro presidente. Ele concentrou o trabalho na legalização da entidade, na elaboração do estatuto social e nos registros públicos nas esferas federal, estadual e municipal, além da obtenção de um local provisório para funcionamento, reivindicando, ainda, a doação de um terreno para a construção das futuras instalações. Com essas conquistas, a instituição foi ampliando sua atuação. Hoje, presidida por Geni Pressinoti Mayese, oferece Educação Especial, nas modalidades de Ensino Infantil, Médio e para Jovens e Adultos, a 68 pessoas, sendo 17 com mais de 30 anos. Para isso, mantém convênios com os poderes públicos, nas três esferas, e depende de doações, de qualquer tipo. Outra parte dos recursos é garantida com a realização de duas rifas anuais, cada uma presenteando o ganhador com um automóvel zero quilômetro. O trabalho visa, também, ao desenvolvimento esportivo. Segundo a professora de Educação Física, Maria Cristina Criste Adorno, 2015 foi especial, com destaque em duas competições: a APAE de Descalvado classificou um aluno para a fase nacional das Olimpíadas Especiais, realizadas a cada três anos, e natação faturou o terceiro lugar por equipes nos Jogos Regionais para atletas com deficiência. Para doações, o endereço da entidade é Rua Dr. Vitório Amadeu Casati, 26, Vila Municipal. Fones: (19) 35836911 / 3583-1744. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 16 Notícias Copercana Satisfação Para a encarregada da BioCoop, doar quatro cadeiras de roda em menos de um mês é gratificante. “É a certeza do comprometimento da sociedade com a campanha. Mesmo sendo um trabalho de “formiguinha”, que exige empenho e perseverança, pois não é fácil juntar tantos quilos de lacre, é extremamente prazeroso saber que, com a ajuda de todos, o meio ambiente e as entidades estão sendo beneficiados”, declara Milena. Antes de se despedir de cada entidade, ela deixa uma garrafa pet com rótulo alusivo à campanha. E pede ajuda para que, num futuro breve, outras cadeiras sejam doadas. Natal Socioambiental: 1º mês é sucesso Imagem divulgação. Campanha válida apenas para funcionários do Sistema CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE LACRES Municípios já contemplados com cadeiras de roda Outra campanha já tradicional promovida pela BioCoop, o Natal Sociambiental, entrou em sua 5ª edição a todo vapor. Iniciada em outubro, já pode ser considerada um sucesso. Só no primeiro mês, foi arrecadada quase uma tonelada de recicláveis, mesma quantidade de toda a campanha do ano passado. veis enviadas à BioCoop, o colaborador do Sistema ganha um cupom para concorrer a tablet, micro-ondas, lavadora de alta pressão, vales-compra, malas e bolsas de viagem, kits para churrasco e cestas natalinas. É importante que as embalagens estejam limpas para viabilizar o processo de reciclagem. De acordo com a encarregada da BioCoop, isso mostra quanto os colaboradores estão engajados e comprometidos. “Todos os anos, eles esperam para poder participar e concorrer aos prêmios em dezembro, além de contribuir com a preservação ambiental, que é a parte mais importante. É fundamental o envolvimento de todos para que o resultado seja alcançado, pois o que está em jogo é a nossa qualidade de vida”. Embalagens aceitas pela campanha: - Sacos plásticos (arroz, feijão, açúcar, sal, sacolas, etc) - Garrafas pet (refrigerante, suco, óleo, etc) - Embalagens plásticas (amaciante, detergente, alvejante, água sanitária, frascos de xampu, condicionador, hidratante, sabonete líquido, etc) - Embalagens de papelão (caixas de creme dental, ovos, sabonete, sapato e sabão em pó, rolos de papel alumínio, de plástico filme e de papel higiênico, etc) - Embalagens de vidro (palmito, A campanha funciona da seguinte maneira: a cada 20 embalagens reciclá- Revista Canavieiros - Novembro de 2015 São Paulo: Marília Batatais Ribeirão Preto Viradouro Pontal Santa Rita do Passa Quatro Ocauçu Cajuru Jaborandi Santa Rosa do Viterbo Barretos Cajobi Bebedouro Descalvado Minas Gerais: Frutal massa de tomate, azeitona, refrigerante, suco, perfume, etc – todas inteiras) - Enlatados (achocolatado, milho, ervilha, massa de tomate, leite em pó) - Caixas tetrapak (leite, creme de leite, suco) Embalagens não aceitas: - Copos descartáveis - Isopor - Sacos laminados (bolacha, café, salgadinhos) - Bandejas de bolo - Papéis (revistas, jornais) 17 ‘Seu reciclável vale muito’: expectativas superadas A campanha de arrecadação de materiais recicláveis anterior a de Natal, “Seu reciclável vale muito”, também superou – e muito – os números de 2014. Em nove meses de duração (janeiro a setembro), foram recolhidas 4,5 toneladas, mais que o dobro em comparação com o ano passado. Nesta campanha, a cada 15 embalagens, o colaborador do Sistema ganha um cupom para concorrer a uma cesta básica e uma de higiene pessoal. No total, foram 16 sorteados, com 32 cestas distribuídas. O encerramento foi feito no dia 25 de setembro. “Isso tudo não seria possível sem a participação dos nossos colaboradores, que aumenta a cada ano. As premiações são apenas um incentivo para quem participa, buscando novos hábitos, qualidade de vida e um planeta melhor. A BioCoop, em nome do Sistema, agradece a todos os que destinaram seus materiais e parabeniza os ganhadores. Esperamos, em 2016, arrecadar ainda mais embalagens”, conclui Milena.RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 18 Notícias Copercana Copercana reinaugura loja de Ferragens e Magazine em Pontal-SP Além de um amplo mix de produtos, a nova estrutura vai oferecer mais conforto e modernidade aos cooperados e clientes Da redação B uscando sempre consolidar o sistema cooperativista dentro de sua comunidade, através de melhores condições de preço e atendimento, a Copercana fornece todos os produtos necessários às atividades rurais. E para proporcionar mais conforto e modernidade aos cooperados e clientes de Pontal, no dia 29 de outubro foi realizado um café da manhã especial para reinaugurar a loja de Ferragens e Magazine, na cidade. A nova estrutura possui 1.360m², área suficiente para facilitar a visibilidade de todos os produtos disponíveis na loja e o acesso dos clientes. No espaço destinado às ferragens, os clientes encontram produtos como sementes, corretivos, fertilizantes, adubos foliares, ferragens, defensivos, selaria, máquinas e implementos, além de produtos veterinários e uma equipe que estará à disposição para atendê-los. Já no espaço reservado ao magazine estão expostos produtos para casa, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, artigos A loja está localizada na Rua 7 de setembro, 164 - Centro - Telefone: (16) 3953-9201 para cama, mesa e banho, e uma linha completa em presentes. Ao todo, a Copercana conta com 19 lojas de Ferragens e Magazine no Es- O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e o gerente comercial, Ricardo Meloni acompanhados de supervisores e colaboradores Revista Canavieiros - Novembro de 2015 tado de São Paulo e duas lojas em Minas Gerais, oferecendo aos produtores rurais todo o apoio de que necessitam bem próximo a sua propriedade. RC 19 Notícias Canaoeste Canaoeste discute os novos critérios de exclusão administrativa para incêndios em canaviais Da redação Os novos critérios de exclusão administrativa em decorrência de incêndios em canaviais foram discutidos pelo engenheiro agrônomo da Canaoeste Fábio Soldera e pelo advogado da Associação dr. Diego Rossaneis, em reunião realizada recentemente na filial de Viradouro. Na oportunidade, os palestrantes conscientizaram os participantes sobre os novos critérios e os procedimentos a serem adotados em caso de fogo nas lavouras. Todos receberam uma cartilha informativa que traz uma tabela pela qual o associado consegue simular quantos pontos atingiu para exclusão de multas. A cartilha se encontra à disposição em todas as filiais da Canaoeste. Em caso de incêndio, o associado deve procurar um engenheiro agrônomo mais próximo, que irá auxiliá-lo. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 20 Notícias Canaoeste Delegação de Senegal visita instalações do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred O grupo manifestou interesse na troca de informações e técnicas sobre as atividades da cooperativa, principalmente, referentes à produção de amendoim Andréia Vital O Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred recebeu uma comitiva de empresários com representantes de cooperativa do Senegal (África), no dia 5 de novembro. Boubacar Cissé, diretor geral da UNCAS (União Nacional das Cooperativas Agrícolas do Senegal) e presidente da FIARA (Feira Internacional de Agricultura e Recursos Animais) estava acompanhado pelo secretário geral da Associação Senegalesa de São Paulo, Massar Sarr e do cônsul honorário do Mali (África) em São Paulo, Gérard Scerb e foram recepcionados pelos presidentes das entidades, Antonio Eduardo Tonielo e Manoel Ortolan. O grupo manifestou interesse na troca de informações técnicas sobre a cadeia de amendoim no Brasil, assim como as atividades da cooperativa relacionadas à leguminosa. Participaram do encontro também o gerente da Uname (Unidade de Grãos da Copercana), Augusto César Strini Paixão; o gestor de Relacionamentos, Recursos e Projetos da Canaoeste, Almir Torcato; o diretor de negócios da Fertec - Indústria e Comércio de Fertilizantes, José Luiz Vinha; o diretor executivo da ABAG RP, Marcos Antonio Matos e o diretor técnico e o gerente executivo do CEISE Br, Paulo Gallo e Sebastião Macedo. “O Senegal é o maior produtor de amendoim da África, mas nos sentimos prejudicados por não termos como transformar a matéria-prima”, explicou Cissé ao contar que a UNCAS abrange 13 mil vilarejos, com 850 mil pequenos produtores inseridos em todos os segmentos da agricultura e pecuária, com lavouras entre 5 a 10 hectares, totalizando mais de 3 milhões de hectares de plantio. Mas enfrentam problemas de financiamento de insumos e de equipamentos, então gostariam de selar uma ponte de informação entre as cooperativas do Senegal com as cooperativas brasileiras. “Queremos estabelecer uma parceria respeitosa de colaboração com a Copercana para criarmos modelos de negócios, de transformação do amendoim”, afirmou Cissé. Além dos escritórios da matriz, posto de gasolina, loja de conveniência e supermercado, onde puderam apreciar a refeição servida na rotisseria, os visitantes conheceram também a Uname, acompanhados pelo gerente da unidade, que explicou todo o processo executado ali, tais como descarregamento, pré-limpeza, secagem, armazenamento e o controle de qualidade do amendoim realizado pelo laboratório. De acordo com Paixão, a produção no Brasil este Revista Canavieiros - Novembro de 2015 ano, que tem uma área plantada de 120 mil hectares, chegará a 450 mil toneladas. “A Uname recebe 60 mil toneladas de amendoim com casca de 45 produtores, que plantam em 14 mil hectares e têm um rendimento em torno de 4 mil quilos por hectares”, explicou. Já o processo de beneficiamento do amendoim, com a retirada dos grãos das vagens e o blancheamento (retirada da película dos grãos), como também todo o controle de qualidade aplicado durante a produção puderam ser conhecidos durante a ida à CAP Agropecuária e Indústria LTDA, localizada em Dumont-SP. ‘’No Senegal a produção é de uma tonelada por hectare e não temos essa industrialização. Estamos bem longe disso’’, disseram os estrangeiros admirados após a visita. RC 21 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 22 Notícias Canaoeste Biblioteca da Canaoeste promove curso de conservação de documentos e livros Iniciativa faz parte de projeto da USP-Ribeirão em parceria com a associação e com o Museu da Cana e visa oferecer a profissionais da área novos conceitos e técnicas Igor Savenhago B isturi, luva cirúrgica, pinça. Os materiais estão prontos, preparados para mais uma intervenção. Na mesa, pacientes debilitados. Ao redor deles, uma equipe atenta, com sete pessoas. Todas vestem jalecos brancos. Quem vê a cena poderia garantir que estamos num hospital. Mas o cenário é outro. Alguém apostaria que estamos em uma biblioteca? Isso mesmo. É a saúde dos livros que está em jogo. Nesse ambiente, as técnicas médicas podem ser misturar com conhecimentos gastronômicos. Os “cirurgiões” também usam colheres e ouvem recomendações que poderiam ser dadas em uma aula de culinária. “É igual cozinhar. Nesse caso, vocês não precisam saber o ponto da massa, da calda? Então, aqui é bem parecido”. As dicas são de Leila Heck, gerente do Museu da Cana, localizado na Fazenda Vassoural, entre Pontal-SP e Sertãozinho/SP. Foi ela quem ministrou o curso de Conservação de Documentos e Livros, oferecido no dia 27 de setembro na Biblioteca General Álvaro Tavares Carmo, da Canaoeste, em Sertãozinho. A iniciativa, que faz parte de um projeto da USP de Ribei- Alunos tiveram orientação de Haroldo Beraldo e Leila Heck (ao fundo) rão Preto em parceria com a Canaoeste e com o museu, contou com seis convidados: dois bolsistas da universidade, dois funcionários públicos municipais, um funcionário do museu e um cliente da biblioteca. O projeto, chamado de “Sertãozinho: Cultura e História”, trabalha em duas frentes: uma que busca doações de histórias em quadrinhos e outra que fará um repasse de revistas ao museu. A primeira consiste em arrecadar gibis que ajudem a contar a história do Brasil e da região e recuperar os mais antigos e deteriorados, que poderão servir de base para pesquisas. “Este curso já vai ajudar na recuperação e conservação desse material”, afirma o bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo. “Neste ano, por exemplo, faz 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. E temos histórias em quadrinhos sobre isso. É um acervo histórico importante”. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Já a segunda ação vai disponibilizar ao Museu da Cana um conjunto de revistas “Brasil Açucareiro” publicadas entre as décadas de 1950 e 1980. Os exemplares foram cedidos à Biblioteca da Canaoeste pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul). Agora, passarão por um processo de higienização e ficarão à disposição no Cedoc (Centro de Documentação) do museu para consulta. Segundo Leila Heck, essas parcerias são fundamentais, considerando que faltam políticas de conservação de acervos bibliográficos no Brasil. “É preciso entender os procedimentos ideais para evitar que se chegue a esse momento, a necessidade de uma intervenção. Desde impedir que os usuários de uma biblioteca entrem com alimentos, líquidos ou que fumem, além de controlar temperatura, umidade, escolher o mobiliário adequado, ter briga- 23 das de incêndio, manusear de forma correta. São atitudes que, ao longo dos anos, trazem bons resultados”. O curso Os convidados chegaram à Biblioteca da Canaoeste pela manhã e participaram do curso até o final da tarde. Antes do almoço, assistiram a uma abordagem teórica, em que foram discutidos conceitos e as etapas de recuperação e conservação de documentos impressos em estágios iniciais de deterioração. À tarde, foi o momento da prática. Hora de pôr a mão na massa. Ou melhor, nos livros. Com todo o cuidado exigido, escolheram títulos com capas e páginas ras- gadas, folhas e remendos soltando, e, orientados por Leila Heck, assumiram o desafio de dar uma nova cara a eles. Para isso, tiveram contato com técnicas antes desconhecidas, como a cola de metil celulose, que serve tanto para soltar fitas muito aderidas, usadas em tentativas de recuperação anteriores, quanto para fazer novas colagens. A diferença está no tempo de exposição. Para soltar, é preciso agir rápido. Passar a cola e ir puxando a fita aos poucos. Já para colar, é só aguardar mais uns minutos, até secar. O produto, em pó, é diluído em água. Curiosidade que a funcionária pública municipal Girleide dos Santos, auxiliar de serviços gerais da Biblioteca Dr. Antonio Furlan Júnior, no centro de Sertãozinho, gostou de ver. “Está sendo muito importante para mim. Têm muitas coisas, por exemplo, que eu não sabia, como usar bisturi. Eu usava faca. E também a usar a dobradeira (acessório que ajuda a dobrar folhas recém-coladas)”. Para o bibliotecário da Canaoeste, além de promover um diálogo institucional, entre entidades públicas e privadas, o curso abre um canal de crescimento profissional. “São trabalhados conhecimentos numa área muita específica. Não existe nada parecido na região”, diz Beraldo. Um sistema eficiente, de qualidade, que visa, além da saúde dos livros, o bem-estar dos leitores.RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 24 Notícias Sicoob Cocred Sicoob Cocred inaugura Posto de Atendimento na cidade de Barrinha-SP Paula Venturin – Assessoria de Imprensa da Sicoob Cocred N a manhã do dia 22 de outubro, dirigentes, autoridades, associados e convidados compareceram à inauguração do novo Posto de Atendimento Sicoob Cocred, na cidade de Barrinha. Com local amplo e confortável, o 27º Posto de Atendimento da Sicoob Cocred faz parte do projeto de expansão da cooperativa e levará a credibilidade e os benefícios do cooperativismo de crédito para o município. “Para nós, inaugurar mais um Posto de Atendimento na cidade de Barrinha é uma imensa alegria, pois sabemos que de forma direta e indireta a Sicoob Cocred contribui com o desenvolvimento social e econômico das regiões em que está presente. Trabalhamos com muita seriedade e com muita dedicação, pois o nosso associado é mais que dono desta cooperativa, ele é nossa razão de ser e por isso deve ser tratado com grande importância”, disse o presidente do Conselho de Administração da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, que compareceu à inauguração ao lado do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti; do assessor da diretoria executiva, Manoel Sérgio Sicchieri; do di- O Posto de Atendimento Sicoob Cocred de Barrinha fica na rua Humberto Biancardi, 216, Centro, e funciona das 8hs30min às 15hs. retor administrativo financeiro, Márcio Fernando Meloni; do diretor de crédito, Francisco César Urenha e do diretor de negócios, Vinícius Grassi Pongitor. Durante sua apresentação, os executivos Márcio Fernando Meloni e Vinícius Grassi Pongitor, apresentaram informações sobre o desempenho e também os produtos e serviços da Sicoob Cocred, que vêm se destacando, cada vez mais, como alternativa vantajosa a todos aque- Antonio Eduardo Tonielo, presidente do Conselho de Ad. da Sicoob Cocred les que buscam taxas e condições melhores que as oferecidas no mercado. Também compareceram as seguintes autoridades: Mituo Takahashi, prefeito de Barrinha; Maria Emília Marcari Muniz; os vereadores Evandro Cunha Cardoso, Davi de Paula Dias e Ronaldo da Silva Alves; o superintendente da cooperativa central Sicoob SP, Rodrigo Mateus Silva de Moraes e o Padre João Micácio, que realizou a benção do local. Funcionários do Posto de Atendimento de Barrinha Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Serviço: O Posto de Atendimento Sicoob Cocred de Barrinha fica na rua Humberto Biancardi, 216, Centro, e funciona das 8hs30min às 15hs. RC 25 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 26 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Setembro/2015 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 30 de setembro de 2015. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 27 Assuntos Legais SiCAR-SP sofre novas alterações para inscrição do imóvel rural no CAR O portal da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo veiculou matéria no início de novembro de 2015 informando que o SICAR-SP - sistema eletrônico governamental que serve para se proceder as inscrições dos imóveis rurais paulistas no CAR (Cadastro Ambiental Rural) -, criado pelo novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), sofreu alterações e que “as funcionalidades facilitarão o cadastro de informações e também as futuras análises pelo órgão ambiental”. Continuando, dá destaque “as ferramentas de cálculo de distância e área na aba “Mapa”, a possibilidade de fazer download das camadas do mapa, a exibição de Reservas Legais nos arredores da área que está sendo cadastrada e melhorias no resumo da inscrição”. Cita também a criação de uma aba denominada “Comunicações e pendências”, onde o proprietário rural deverá informar basicamente se possui termo de compromisso firmado anteriormente com o órgão ambiental ou, ainda, se já sofreu autuação ambiental, o que, na ótica da Secretaria do Meio Ambiente, “permitirá ao usuário verificar com facilidade o histórico, em caso de análise pelo órgão ambiental, exibirá as eventuais recomendações para correção e registrará a comunicação entre o órgão e o interessado”, pois “o declarante já poderá associar ao seu cadastro compromissos anteriores relativos à adequação ambiental do imóvel, ou ainda autos de infração lavrados que possam eventualmente ter suas multas suspensas quando da adesão ao PRA - Programa de Regularização Ambiental. Soa no mínimo estranha tal exigência, visto que que tais informações estão também sob a posse da Secretaria do Meio Ambiente que poderia – e deveria – disponibilizá-las automaticamente no sistema e não criar outra demanda ao proprietário rural. É certo que a finalização do processo de adequação ambiental do imóvel rural somente estará disponível, segundo a própria Secretaria do Meio Ambiente, quando o PRA for regulamentado no Estado, através de Decreto do Poder Executivo (Governador do Estado), regulamento este que o setor produtivo rural aguarda ansiosamente há mais de um ano. Na prática, tais alterações no SICAR-SP, feitas agora pela SMA durante o período de inscrição no CAR, que se iniciou em maio de 2014 e se encerra em 05 de maio de 2016, é o mesmo que mudar as regras de um jogo com ele em andamento, o que certamente não é a atitude mais inteligente e eficaz, além de significar um retrabalho Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste enorme para quem já, diligentemente, concluiu a sua inscrição. Mesmo com a afirmação da SMA de que os cadastros já finalizados continuam válidos, é certo que aqueles que estão nesta condição terão que inserir novos dados no sistema para poder ter condições manifestar seu desejo de aderir ao PRA. Para maiores dúvidas, a SMA disponibiliza em www.ambiente.sp.gov.br/sicar, junto com a nova versão do SiCAR, material de orientação e um novo manual de inscrição explicando todas as situações que podem ocorrer e como proceder. Fonte: http://www.ambiente.sp.gov. br/blog/2015/11/03/sicar-sp-lanca-novas-ferramentas/ RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 28 Energias renováveis como protagonistas na COP21 Conferência reunirá representantes de 195 países na busca de um acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C Andréia Vital A 21ª Conferência das Partes (COP21), que acontece em Paris, em dezembro, reunirá representantes de 195 países e deve receber mais de 25 mil integrantes das delegações oficiais de todos os continentes, ONGs e organizações intergovernamentais. A reunião terá como pauta a busca de um acordo universal em relação ao clima, para limitar o aquecimento global a, no máximo, 2°C. Especialistas afirmam que a ocasião é uma excelente oportunidade para mostrar as externalidades que o setor sucroenergético oferece. “Eu acho que se o Brasil conseguir se posicionar adequadamente na COP21, vai poder reportar ao mundo os grandes avanços que tem sido obtido na área de combustíveis do Ciclo Otto e Ciclo Diesel”, afirma o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari. Segundo cálculos de sua consultoria, nos últimos 40 anos, foram economizados mais de 800 milhões de toneladas de CO2 equivalente o que significa uma contribuição muito relevante. “O Brasil tem condições de continuar desempenhando este papel não só no país, mas servindo de exemplo para outros países que também têm este potencial”, ressaltou ele, alegando que as discussões de biocombustíveis no mundo são muito influenciadas pela visão de países que estão limitados em expansão de terras e não têm como crescer na sua produção agrícola ou de biocombustíveis. De acordo com Nastari, neste sentido, existe um grande potencial na América do Sul, na América Central, na África e em alguns países do Sudeste asiático para ampliação da produção de biocombustíveis sem ter impacto na produção de alimento, ao contrário, contribuindo na forma de geração de capitalização para a agricultura, e por consequência, na ampliação da produção de alimentos. “A gente observa que na região de Ribeirão Preto - SP, maior polo de concentração de cana-de-açúcar, é onde a agricultura de outras atividades se desenvolveu de forma mais expressiva pela capitalização. Isso está ocorrendo em outros polos regionais de desenvolvimento, como São José do Rio Preto SP, Araçatuba-SP, Presidente Prudente - SP, Quirinópolis – GO e Sudeste Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Plínio Nastari, presidente da DATAGRO do Mato Grosso do Sul”, elucidou o consultor, concluindo que esta é uma grande contribuição que o Brasil pode levar para a COP21. “Eu espero que no documento síntese da reunião, que será utilizado como farol pelas instituições de financiamento a nível mundial, se insira de forma bastante contundente o papel que os biocombustíveis desempenhem, não só para cogeração de energia, mas como estratégia de desenvolvimento econômico”. 29 “O Brasil tem tido muito mais sorte do que juízo” Para Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio) e do Conselho da ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto), o Brasil fará bonito na COP21 porque tem condições para isso, “independente de Brasília, independente dos governos, mas sem dúvida nenhuma, se a história tivesse sido um pouquinho só diferente, a gente chegaria para nadar de braçada agora em Paris”, alegou. “A melhor maneira de você convencer alguém de alguma coisa é o teu comportamento, a tua conduta, conseguir aliar a sua fala com aquilo que você faz, então o grande problema que nós temos hoje está centralizado em governos que, infelizmente, não fazem aquilo que pregam”, queixou-se ela, afirmando que existem sim grandes possibilidades de externalidade expositivas no setor sucroenergético brasileiro e que foram absolutamente deixadas de lado pelo governo. “Inclusive fez um dos maiores absurdos do mundo, que foi zerar a CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) na Rio +20. Isso demonstra falta de planejamento, de visão, uma falta de reconhecimento e, inclusive falta de caráter, porque incentivou muita gente, muitos investiram, depois deram com os burros n´água e muitos não sobreviveram”, desabafou a ex-secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. setor produtivo que contribue com os resultados que o país possa levar para as conferências. De acordo com a executiva, o Brasil tem tido muito mais sorte do que juízo devido a sua resiliência. “É um país que sofre, mas segue em frente. Então eu acho que o setor retoma e espero que a gente tenha coisa muito melhor para levar nas próximas COPs”, afirmou, lembrando que é necessário ter responsabilidade ao assumir compromissos, ainda que voluntários nas COPs, dando suporte ao “Parece que agora outros países começam a colocar mais o discurso ambiental com a prática e, talvez, não pelo protagonismo que poderia ter, mas por arrasto o nosso governo brasileiro entenda a necessidade que terá, por exemplo, em trabalhar melhor a sua biomassa, o seu etanol de primeira, de segunda geração e todos os assuntos que estão em volta do tema”, analisou. Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa Revista Canavieiros - Novembro de 2015 30 Reportagem de Capa Participação do Brasil na COP21 foi discutida no 5º Ethanol Summit “O novo acordo a ser adotado na COP21 exigirá a construção de políticas públicas que permitam ao Brasil reduzir emissões e crescer, mas a cana-de-açúcar fará parte dessa estratégia de desenvolvimento sustentável? Iremos explorar isso em todo o seu potencial ou somente um pouco?” questionou Rodrigo Lima, diretor do Agroicone, em painel sobre a participação do Brasil na COP21 durante o último Ethanol Summit, realizado recentemente na Capital paulista. Segundo ele, não há como negar o potencial que as energias renováveis terão no pré e pós COP21, onde o etanol pode ter um protagonismo muito forte, principalmente nos países que tem este combustível em sua matriz energética. Mas alerta que é preciso que o setor receba uma atenção devida. “Sem políticas e marcos regulatórios definidos o, Brasil vai perder a chance de usar esse potencial enorme disponível, sem contar todos os outros benefícios, como a saúde que é um ponto que precisa ser cada vez mais visto”. Durante sua explanação, e esboçou dois cenários, um de retração outro de expansão, no qual existam políticas que permitam capturar o potencial que o setor poderia alcançar, podendo chegar Em destaque, Rachel Biderman, diretora para o Brasil da WRI a 1.14 milhão de t CO2 de mitigação. “Assumindo um preço de carbono de US$ 39/t em 2015 a US$ 55/t em 2030, essa redução adicional de 571 milhões de toneladas geraria um benefício adicional de R$ 87,2 bilhões entre 2015 e 2030, representando R$ 0,60/litro de etanol adicional produzido”, ressaltou. Já o diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santiago, esclareceu na ocasião que as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, a serem assumidas pelos países durante a COP21, devem ser ambiciosas e mas justas, e que o Brasil tem feito esforço no sentido de reduzir suas emissões. “O Brasil conseguiu reduzir 41% suas emissões, entre 2005 (eram mais de 2 bilhões de toneladas de CO2) e 2012, ou seja, quatro vezes mais do que os EUA, que chegaram a 10% de redução no mesmo período. Isso nos cacifa em chegar bem na conferência em relação ao que nós assumimos no Pré 2020”, afirmou ele, se referindo à queda do desmatamento que nos últimos 10 anos foi de mais de 83% na Amazônia. “Saímos de 27 mil km2 em 2004, para algo em torno de 4,848 mil km2 em 2014, o que ainda é muito, temos que reduzir mais, mas mostra o esforço neste sentido”, disse, lembrando que outras ações poderão contribuir mais para a mitigação, citando a liberação da exportação de carne in natura brasileira para os EUA, iniciativa que exigirá processos mais sustentáveis dos produtores. Santiago afirmou ainda que o etanol tem papel relevante para que o país consiga chegar ao patamar imposto pelo acordo bilateral com o EUA, que prevê a participação de 28 a 33% de renováveis na matriz energética, além da hídrica. “É preciso lembrar que este acordo será definido em 2015, mas sua implantação acontece a partir de 2020. Estamos lidando com esse GAP mas pensando em Paris”, finalizou. Rodrigo Lima, diretor do Agroicone Adriano Santiago, diretor do Dep. de Mudanças Climáticas do Min. do Meio Ambiente Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Dever de casa incompleto Para Rachel Biderman, diretora para o Brasil da WRI – World Resources Institute / Coalizão Brasil, o país fez 31 uma parte da lição de casa em relação à questão climática. “Temos agora é um tempo muito curto para fazer as tarefas restantes e é aí que está o desafio. Até metade do século zerar emissões de gás efeito estufa não é trivial, muitos instrumentos e mecanismos vão ter que ser colocados à disposição do mercado e da cidadania para que possamos chegar neste número”, disse ela durante sua participação no evento. Rachel afirmou ainda que o etanol no mix de energia nacional é fundamental para a conclusão desta tarefa. “Teremos talvez uma década e meia, para colocar o pé no freio de uma forma como nunca vimos antes e fazer a revolução energética numa rapidez tremenda”, ressaltou. A boa notícia neste caso, é que o mundo não está esperando o sinal que virá de Paris. “As mudanças estão acontecendo e os mecanismos estão colocados e, para o Brasil ser competitivo neste resgate de carbono, precisa de incentivos para que a outra parte da lição, através dessa energia renovável, realmente possa acontecer”. Sustentabilidade na vitrine Regulação ambiental cada vez mais complexa, crescimento da legislação trabalhista, que ficou muito mais protetora e o alto custo da mão-de-obra tornaram o Brasil menos competitivo, alegou Marcelo Vieira, conselheiro da Adecoagro, durante sua explanação na plenária. “Isso somado à imagem de devastadora da agricultura brasileira lá fora e à política de desincentivo ao etanol através da regulamentação do preço da gasolina contribuíram para a perda da competitividade”, disse ele, afirmando que há uma oportunidade de reverter esta situação dentro das negociações do clima. “Com a implementação do código florestal, que a grande maioria dos produtores brasileiros está buscando se adequar, vamos ter a agricultura mais sustentável do mundo e é preciso mostrar isso, não só durante a COP21, mas em outras oportunidades também. Este é o desafio da agricultura daqui para frente”, alegou, afirmando que a capacidade de competição a partir daí não Marcelo Vieira, conselheiro da Adecoagro deveria mais ser medida pelo quanto custa o que produzir, mas sim pela sustentabilidade da maneira que o produz. “Através do reposicionamento da agricultura brasileira de uma maneira séria e estruturada levar o consumidor a valorizar o produto e pagar um prêmio por ter um produto mais sustentável” Agenda ambiciosa do Brasil para a COP21 A presidente Dilma Rousseff apresentou ao Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), durante a Climate Week, realizada em setembro, em Nova Iorque, a pretendida contribuição nacionalmente determinada (INDC, na sigla em inglês) do Brasil para o novo acordo climático global, que deverá ser adotado na COP21. “Na Agenda 2030 constam 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável reafirmando o preceito da Rio+20, que é possível crescer, incluir, conservar e proteger”, disse a presidente em seu discurso, afirmando que o Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) citando investimentos na agricultura de baixo carbono e a redução em 82% o desmatamento na Amazônia. Na ocasião, Dilma anunciou que será de 37%, até 2025, a contribuição do Brasil para redução das emissões de gases de efeito estufa. “Para 2030, nossa ambição é chegar a uma redução de 43%, lembrando que, em ambos os casos, o ano-base é 2005”, frisou. O documento aponta ainda que até 2030, o Brasil pretende, o que se refere ao uso da terra e à agropecuária: o fim do desmatamento ilegal no Brasil; a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares; a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e a integração de cinco milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas. Na área de energia, os objetivos também são ambiciosos: primeiro, a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética, enquanto no mundo a média é de apenas 13% dessa participação. E, na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico), de apenas 7%; segundo, a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade; terceiro, a participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa - na geração de energia elétrica; quarto, o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica; quinto, a participação de 16% de etanol carburante e de demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética. “O Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de redução de emissões. Temos uma das maiores populações e PIB do mundo e nossas metas são tão ou mais ambiciosas que aquelas dos países desenvolvidos”, ressaltou a maior mandatária do Brasil. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 32 Reportagem de Capa Certificadora internacional atesta a externalidade e a sustentabilidade que vem dos canaviais Bonsucro Week 2015 é realizada no Brasil pela primeira vez Encontro anual da Bonsucro, principal certificadora de produção sustentável na cadeia sucroenergética, reuniu representantes de 25 países Andréia Vital “Informe, Aprimore e Inspire Criando Valor Duradouro através da Cana-de-Açúcar” foi o tema da Bonsucro Week 2015, um encontro anual promovido pela Bonsucro (Better Sugarcane Initiative), uma organização internacional que estabelece princípios e critérios socioambientais para cultivo da cana em todo o mundo, permitindo a certificação de seus produtos derivados. A programação do evento, realizada entre os dias 26 a 29 de outubro, em cidades do Estado de São Paulo, contou com visitas à usina São Manoel (São Manoel), à Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri) e seus associados (Bariri), e aos centros de pesquisa CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e CTBE (Centro Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol) (Campinas). Além das visitas, aconteceu uma conferência anual e jantar de confraternização com cerimônia de premiação em São Paulo, que contou com a participação de produtores de cana de 25 países, entre eles, Argentina, Austrália, Colômbia, México, Índia e Reino Unido, como também, de lideran- Selo de sustentabilidade A certificação Bonsucro, que atesta práticas sustentáveis, permite a exportação de derivados da cana-de-açúcar para países da União Europeia e Ásia. O certificado tem validade de três anos e, para conquistá-lo, as empresas são avaliadas levando em conta cinco princípios, 18 critérios e 53 indicadores, que visam reduzir impactos ambientais e sociais na produção de açúcar, etanol e energia provenientes da cana. Eles vão desde a manutenção da biodiversidade até o aperfeiçoamento contínuo do setor. Já o padrão para a cadeia de custódia, que acabou de ser revisado e entra em vigor no dia 26/11/2015, tem 23 indicadores divididos em 6 critérios e em 5 princípios. ças ligadas ao setor sucroenergético brasileiro. Esta foi a primeira vez que o Brasil recebeu o evento, que em ou- Revista Canavieiros - Novembro de 2015 tras edições foi realizado em New Orleans, nos EUA (2013), e em Manila, nas Filipinas (2014). 33 Conferência anual debate temas ligados à sustentabilidade do setor Ao dar as boas-vindas aos participantes da conferência anual da entidade, que aconteceu no Hotel Grand Mercure Ibirapuera, na Capital paulista, no dia 29 de outubro, Michel Santos, presidente do Conselho de Diretores da Bonsucro e gerente de sustentabilidade da Bunge, contou que a primeira certificação Bonsucro foi liberada em 2011 e até o momento existem 47 usinas certificadas no planeta, sendo que 40 delas são do Brasil. “Essas usinas representam 4% da área plantada no mundo”, afirmou ele, destacando que a Índia acabou de ganhar a sua primeira usina certificada. Michel Santos Elizabeth Farina, presidente da UNICA, e Plínio Nastari, presidente da DATAGRO, abriram os debates do dia durante o painel "Informação - Líderes da mudança" e destacaram as potencialidades e boas práticas em relação à sustentabilidade implantadas pelo setor sucroenergético. Elisabeth Farina Ao discursar, a presidente da UNICA lembrou que o fator econômico também é fundamental para o tripé da sustentabilidade. “Este evento explorou um dos principais atributos do segmento canavieiro, que é a sustentabilidade. Mas é preciso lembrar que a responsabilidade social, em conjunto com a ambiental, só poderá ser preservada se houver viabilidade econômica. Ou seja, é necessário um equilíbrio”, disse ela. A executiva ressaltou ainda algumas iniciativas de sucesso associadas à sustentabilidade experimentadas pela indústria brasileira, tais como o zoneamento agroecológico, o qual proíbe o cultivo da cana-de-açúcar em biomas como Amazonas e o Pantanal, sendo que existe uma regra pela qual linhas de financiamento público são concedidas somente se o zoneamento for respeitado. Citou o protocolo verde do estado de São Paulo, que antecipou o fim da queima da cana para colheita de 2021 para 2014. Como também o Projeto RenovAção, um programa de qualificação de mão-de-obra implantado após a rápida mudança da mecanização nas lavouras canavieiras. “Este programa foi reconhecido pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) como exemplo de iniciativas que combinam energia renováveis com inclusão social”, frisou. Farina ainda lembrou que existem deficiências de gestão, financeira e de credibilidade a serem superadas, a fim de que toda a cadeia produtiva da cana possa adotar estratégias de práticas de sustentabilidade. “É um grande desafio a ser superado e eu acho muito difícil o setor produtivo buscar um único líder para o caminho da sustentabilidade. As alianças são a resposta e a gente tem que envolver parceiros da área governamental, de toda a cadeia produtiva e das entidades não governamentais neste sentido”, disse ela, afirmando que a Bonsucro é um excelente exemplo dessa parceira e de como isso é importante para liderar. “Não por um, mas por uma plataforma, uma parceria, incentivando as ações dessas práticas de sustentabilidade para ganhar competitividade na área de açúcar e na área de energia renovável”, concluiu. Já Nastari destacou a importância crescente da diversificação no setor, a fim de aproveitar da melhor maneira possível, a capacidade enorme que a cultura agrícola da cana-de-açúcar oferece para a humanidade. “A diversificação tem sido uma estratégia perseguida de forma muito eficaz por indústrias canavieiras em vários países”, frisou ele, lembrando que o Brasil caminhou neste sentido, movimento que se intensificou a partir de 1975 quando, reprimido por uma situação de dependência aguda da importação de petróleo, ampliou a utilização de etanol como combustível. “Naquele momento, o ATR (Açúcar Total Recuperável) dedicado para etanol representava 13,2% do ATR total, e passou a representar 60% naquela safra”. Outro movimento de diversificação que está em curso no Brasil é o da bioeletricidade, aproveitando melhor a energia do bagaço e da palha. “Existe a oportunidade de se aproveitar a energia do biogás a partir da biodigestão de resíduos da cana-de-açúcar também, que é uma coisa que deve crescer bastante nos próximos anos, mas a bioeletricidade é a segunda onda de diversificação e além do Brasil temos encontrado iniciativas bem-sucedidas em outros países, como a Guatemala que iniciou cogeração de forma mais intensa que o Brasil”, comentou o consultor. Neste contexto, o presidente da DATAGRO ainda reforçou a importância de se ter drive. “D de diversificação; R de regulação, eficaz, enxuta mínima, sem intervenção; o I de Inovação; o V de valorização ao produtor e o E do envolvimento, da educação dos consumidores, da população para entender a importância que o setor sucroenergético oferece para a sociedade”, ressaltou. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 34 Reportagem de Capa A sustentabilidade pela ótica do agricultor No painel “Aperfeiçoar - Envolvendo agricultores e usinas nos esquemas de aperfeiçoamento”, moderado por Manuela Czinar, especialista em Cadeia de Custódia da Bonsucro, programas implantados no sentido de produções mais sustentáveis foram apresentados por produtores. Cláudio Borges Oliveira, diretor de Relações Externas e Sustentabilidade, da Raízen, explanou sobre o Programa Elo, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a Solidaridad e o Imaflora (Instituto de Agricultura e Manejo Florestal e Certificação). “O programa foi concebido como uma solução para a sustentabilidade de condução entre os fornecedores de cana na Raízen e para garantir o fornecimento sustentável desta matéria-prima”, disse ele, contando que cerca de 50% dos 860 mil hectares que a Raízen tem plantado, são de produtores de cana parceiros da empresa. “É uma área imensa, são cerca de 3.300 fornecedores de cana engajados na nossa produção, de altíssimo nível, grandes e também pequenos, que precisavam de uma indicação para o desenvolvimento, assim nasceu o Programa ELO, para levar àqueles que tinham mais dificuldade de acesso aos processos, as melhores iniciativas para que eles se desenvolvessem”, explicou. ção para fornecedores para a obtenção da certificação Bonsucro. “O ELO é aplicável a 100 % dos fornecedores e os classifica em quatro níveis de conformidade. A partir daí estabelecemos planos de ação e no final fazemos uma avaliação independente para ver se esse plano de ação foi executado e emite uma certificação de sua proteção ao seu desempenho final”, concluiu. da, migração da juventude para o setor urbano e falta de habilidades de gestão empresarial. Além das dificuldades ligadas diretamente à cadeia canavieira, com quedas de preços de açúcar combinada com aumentos dos custos de produção, alto custo de financiamento devido ao risco percebido, conflitos de terra sobre fronteiras e compreensão diferencial de direitos de propriedade. O programa baseia-se numa melhoria contínua dos aspectos econômicos, sociais e ambientais do fornecedor. Assim como no processo de prepara- Seguindo a programação, Mike Matsebula, CEO da SSA (Swaziland Sugar Association, em português, Associação de Açúcar de Suazilândia - África) destacou os desafios enfrentados naquele país para que os produtores participem dos processos de melhoria e as abordagens usadas para lidar com esses obstáculos. Também relatou problemas enfrentados localmente, como falta de saneamento básico, educação limita- Já o diretor geral da Usina Azunosa, de Honduras, Miguel Angel Yagüe, relatou as melhorias promovidas por ações de sustentabilidade em um país em desenvolvimento. “Honduras é o terceiro país mais pobre da América Central, enfrentamos muitos problemas, entre eles, o trabalho infantil. Na usina conseguimos eliminar esta prática com a implantação de uma escola com a ajuda da Coca-Cola”, contou ele. Cláudio Borges Oliveira Mike Matsebula Miguel Angel Yagüe Revista Canavieiros - Novembro de 2015 35 Yagüe explicou também que como 90% da colheita é manual, os esforços foram na direção de buscar a proteção dos trabalhadores e muita melhoria foi conquistada após a certificação da Bonsucro, em 2014, tais como 70% de economia de água, 45% de redução nos acidentes nos campos, o tempo de ociosidade devido a problemas de equipamentos baixou de 90% para 2% e a empresa passou a ser referência, recebendo visitas de representantes de outras usinas. “Sustentabilidade não pode ser somente um item de um check list, é preciso dar sustentabilidade para as pessoas e as empresas ao nosso redor”, frisou. Ao discursar, o presidente da CANAOESTE (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e ORPLANA (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Ortolan, ressaltou a necessidade de modernização das associações diante da transformação que vem passando o setor sucroenergético, assegurando assim, maior apoio ao produtor, e, por consequência, o suporte às ações de sustentabilidade da cadeia agrícola canavieira. O executivo destacou o processo de reestruturação da ORPLANA, resultado do trabalho feito pela Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia), com o projeto Caminhos da Cana, que culminou em um plano estratégico com 19 projetos de melhoria a serem implantados nos próximos anos. A ORPLANA tem 33 associações filiadas, representando mais de 16 mil produtores de cana e movimenta mais de 60 mil milhões de toneladas de cana. Representantes de diversas associações participaram do evento Ortolan frisou ainda a relevância da certificação da Bonsucro para os fornecedores e da sinergia entre o Consecana- SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de S. Paulo) e o selo de sustentabilidade permitindo, assim, mais confiabilidade à lealdade do trato entre usinas e fornecedores. “A certificação é muito importante porque vai trazer melhoria de qualidade para as pessoas, tanto para o produtor e para o trabalhador, como para a sociedade na medida em que oferecemos produtos ambientalmente mais corretos, produtos renováveis. O setor contribui muito para isso e a gente espera poder daqui para a frente, com a ORPLANA, dar uma alavancada em busca da certificação dos produtores”. Sven Sielhorst, diretor do programa global da Solidaridad falou sobre o suporte oferecido pela instituição, que vai desde o diagnóstico sobre a condição da usina até a implantação de ações de melhorias, as tornando mais eficaz. Também ressaltou a necessidade de disseminar as experiências enriquecedoras conquistadas até agora, a fim de inspirar e envolver pessoas e empresas neste contexto. A Solidaridad é uma organização internacional da sociedade civil com mais de 45 anos de experiência global no sentido de facilitar o desenvolvimento social e ecológico responsável e tornar as cadeias de fornecimento rentáveis. A entidade funciona em 12 cadeias de fornecimento e opera através de 10 escritórios regionais em 5 continentes. No final deste painel, Simon Usher, diretor executivo da Bonsucro, e Augusto Freire, presidente da Fundação ProTerra, entregaram a certificação Bonsucro para o fazendeiro australiano, produtor de cana-de-açúcar, Robert Quirk, que foi o primeiro produtor a receber o certificado internacional da organização. “É importante reconhecer o trabalho que os agricultores buscam na sua jornada para a sustentabilidade. Como também é importante que possam ter as ferramentas para evoluir e se desenvolver”, afirmou Usher. Augusto Freire, Robert Quirk e Simon Usher Manoel Ortolan Sven Sielhorst Revista Canavieiros - Novembro de 2015 36 Reportagem de Capa A cana-de-açúcar multiplicada em produtos Na segunda parte da agenda, o tema discutido foi “Inspirar - Fazendo progressos; Promovendo mudanças” e teve como moderadora Diane Stevenson, diretora de Sustentabilidade da CSC Açúcar e integrante da diretoria do conselho da Bonsucro. Valéria Michel, gerente de Desenvolvimento Ambiental da Tetra Pack, explicou que a consciência ambiental faz parte da estratégia da empresa junto a itens como performance, inovação e crescimento. “Meio ambiente deu um grande peso nos projetos da empresa e além de estar incluído na estratégia global, este tema foi reforçado em muitas pesquisas que fizemos e nos demostrou que o consumidor busca cada vez mais produtos verdes, ambientalmente amigáveis, empresas com responsabilidade social, ambiental e isso não é uma moda que vai passar. É uma tendência forte e que cresce dia a dia”, elucidou ela, reforçando que além da reciclagem as pesquisas apontam para a preferência por produtos feitos com materiais de fontes renováveis, direcionando uma tendência que a empresa tem que seguir. “Começamos em 2011 com as tampinhas de plástico verde, no ano passado nós lançamos uma porcentagem de plástico verde na nossa embalagem e no mundo inteiro estamos fazendo desdobramento dessas inovações”, explicou a profissional, relatando ainda o lançamento da campanha “Cana-de-Açúcar: A Cultura da Inovação”, em parceria com ONG Solidaridad, Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba), Braskem e Tetra Pak e que tem como objetivo promover a sustentabilidade e as inovações existentes na cadeia da cana-de-açúcar. “Temos uma meta de reduzir o impacto ambiental da cadeia de valor e desenvolver produtos sustentáveis”, disse ela, frisando que o grande desafio a superar é conseguir fazer a embalagem de seus produtos, que é composta por papel, plástico e alumínio, com 100% de componentes renováveis. A intenção de ter 100% das matérias-primas agrícolas sustentáveis também faz parte da missão da Unilever, contou Terence Baines, gerente de Fornecimento Sustentável da empresa, durante sua palestra. Segundo ele, o plano de sustentabilidade da Unilever foi lançado globalmente em 2010, quando 14% das fontes eram renováveis, e tem prazo para ser efetivada em 2020. “E estamos falando de maionese Hellmann's, Ades, Knorr, Kibon, entre outros, imaginem o que tem em cada produto e é isso que Valéria Michel Terence Baines Revista Canavieiros - Novembro de 2015 nós temos que tornar sustentável até 2020”, salientou ele, contando que este índice foi de 55% em 2014 e este ano chegará a 60%. O ano de 2020 também foi marcado no calendário da Coca-Cola para que seus insumos agrícolas sejam 100% certificados. Segundo Luiz André Soares, gerente de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil, a empresa vem trabalhando neste sentido, desenvolvendo uma cadeia de fornecedores sustentáveis. “O objetivo não é segregar quem não tem condições de se certificar, mas construir um canal de diálogo para a melhoria contínua, tendo como base a parceria entre todos os elos da cadeia de produção”, argumentou. O executivo explicou que a multinacional mira o Brasil em relação à cana-de-açúcar e a maneira sustentável de sua produção e de seus derivados. No país, a Coca-Cola compra açúcar de 31 usinas. Soares citou ainda algumas ações da companhia na geração de valor compartilhado e plano de desenvolvimento comunitário. Luiz André Soares 37 O futuro - Uma bioeconomia baseada na cana A inspiração também foi tratada no último painel da conferência. Sob o comando de Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da UNICA, Breno Brasil, responsável pela Cadeia de Químicos Renováveis da Braskem e Wildredo Linhares, gerente Geral da Salazyme do Brasil, explanaram sobre suas ações e o futuro do setor sucroenergético sob o prisma da sustentabilidade. jam disponibilizados por fontes renováveis. A Braskem tem 36 unidades no mundo e seus produtos estão presentes em 70 países. A primeira grande inovação aconteceu a partir de setembro de 2010 com o Plástico Verde I'mgreenT, primeiro polietileno de origem renovável a ser produzido em escala industrial no mundo. Investimentos de US$ 290 milhões foram feitos para a produção da resina fabricada a partir de etanol de cana-de-açúcar Por ser feito com uma matéria-prima uma fonte renovável, o PE Verde ajuda a capturar e fixar o CO2 da atmosfera, o principal causador do efeito estufa, representando, aproximadamente, 2,15 toneladas de gás carbônico para cada tonelada de Plástico Verde produzido. Alfred Szwarc “Ao mesmo tempo em que o mundo procura alternativas de baixo carbono, e o setor sucroenergético tem produtos para oferecer, são criadas barreiras comerciais e questionamentos demasiadamente negativos sobre os biocombustíveis”, afirmou Szwarc, ao enfatizar a contradição existente na área energética mundial na busca pela sustentabilidade. De acordo com o representante da Braskem, a empresa tem trabalhado para que os produtos que oferecem se- Breno Brasil “Ao conhecer o plástico verde, o consumidor os vê como uma ótima alternativa para os produtos plásticos e espera que as marcas líderes sejam as pioneiras em adotá-las”, afirmou Brasil. Atualmente, mais de 80 marcas, que vão de embalagens de alimentos a produtos de higiene pessoal, ferramentas de jardinagem e até de componentes de carros utilizam a resina. Entre os clientes, estão Johnson & Johnson, Faber-Castell, Kimberly-Clark, Shiseido e Tramontina, sendo que a Tetra Pak foi o primeiro fornecedor de embalagens de alimentos líquidos a utilizar Plástico Verde em suas tampas e como componente das camadas de suas embalagens produzidas no Brasil. O executivo também citou os constantes investimentos em pesquisas feitos pela companhia visando ao desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a produção de produtos sustentáveis. Uma das iniciativas neste sentido foi anunciada em 2014, quando a empresa juntou-se à norte-americana Amyris e à francesa Michelin para o desenvolvimento de tecnologia voltada à produção de isopreno de fonte renovável, insumo Wildredo Linhares químico utilizado pela indústria de pneus. As empresas trabalham para acelerar os estudos bioquímicos que utilizam açúcares oriundos da cana-de-açúcar e de insumos de celulose. “A inovação pode ser uma solução para muitos desafios que enfrentamos hoje. A cana-de-açúcar tem o potencial para criar uma nova classe de produtos renováveis e sustentáveis”, afirmou Linhares da Solazyme Bunge ao falar sobre o processo utilizado pela empresa para produzir produtos renováveis com baixa pegada de carbono. A empresa é uma Joint Venture formada pela Bunge Brasil e a Solazyme, que tem uma fábrica de óleos renováveis e bio-produtos, instalada ao lado da Usina Moema, em Orindiúva-SP, com capacidade anual 100 mil toneladas de óleos. “Nosso processo de produção de fermentação fechado utiliza microalgas para converter o açúcar em quase todo o tipo de óleo, ingredientes alimentares e outros produtos”, explicou ele, contanto que atualmente, clientes como Unilever, Basf e Natura utilizam em seus produtos o óleo de microalgas produzidos pela empresa. E o desafio “O próximo desafio é na área de alimentos, vemos um mundo cada vez mais procurando por alimentos melhores, onde os consumidores saibam a origem desses produtos e que a gente possa trazer benefícios para eles”, disse concluindo que não há mais como desassociar sustentabilidade de performance. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 38 Reportagem de Capa A primeira do Nordeste O Grupo Serra Grande, formado pela Usina Serra Grande, localizada em São José da Laje (Alagoas) e pela Usina Trapiche, situada em Sirinhaém (Pernambuco), conhecido por conciliar atividade agrícola com conservação da diversidade biológica, principalmente pelo trabalho de preservação da Mata Atlântica, caminha para ser a primeira empresa a ser certificada pela Bonsucro no Nordeste. De acordo com a engenheira química e coordenadora de Qualidade da unidade Serra Grande, Mariângela Donata, o processo de certificação começou em 2014, sendo que a pré-auditoria aconteceu em março deste ano, seguindo os Dayse Goves (Bonsucro), Márcia Lessa, Simon Usher e Mariângela Donata procedimentos da certificadora até o momento. “Se conseguirmos vamos ser a primeira do Nordeste com esse selo de sustentabilidade internacional”, dis- se ela que participou da Bonsucro Week 2015, ao lado da consultora de alimentos com padrões Bonsucro, Márcia Lessa, da Inprocess Consultoria. Projeto RenovAção O relatório de atividades desenvolvidas entre 2010 e 2015 do Projeto RenovAção, considerada uma das iniciativas mais bem-sucedidas de requalificação profissional na cadeia produtiva da cana, foi apresentado durante o evento. Coordenado pela UNICA e pela FERAESP (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), com parceria das multinacionais SYNGENTA, FMC, JONH DERRE, CASE IH e IVECO e que tem apoio de organizações internacionais como a Fundação Solidaridad e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o programa capacitou ao todo 6.650 trabalhadores entre 2010 e 2015, além de incentivar projetos de requalificação profissional nas próprias empresas do setor, formando outros 20 mil pessoas. Concebido em dois módulos, o programa oferece 30 cursos, sendo 16 direcionados à atividade agroindustrial Maria Luiza Barbosa, Fátima Cristina Cardoso, Elizabeth Farina e Edgardo Legar canavieira e 14 para o aumento de renda, tendo aulas práticas e teóricas oferecidas por 20 escolas do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) envolvendo milhares de cortadores de cana nas cidades de Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente-SP. Na ocasião, ao fazer seu pronunciamento, a presidente da UNICA, Elizabeth Farina, ressaltou a importância do projeto devido as intensas mudanças ocorridas na área de cana-de-açúcar frisando que seria uma perda de oportunidade não ter um programa de requalificação como este. “Ações como estas são primordiais no processo de implantação de melhores práticas sociais e ambientais no setor. E isso só foi possível porque envolveu diversos agentes da cadeia produtiva”, afirmou a executiva ao lado de Maria Luiza Barbosa, consultora de Responsabilidade Social da UNICA, Fátima Cristina Cardoso, da Solidariedad e Edgardo Legar, da CASE IH. Premiação O encerramento da Bonsucro Week 2015 aconteceu com uma cerimônia de premiação por reconhecimento para empresas e profissionais durante jantar de confraternização. Divididos em qua- tro categorias, os vencedores foram: “Melhoria contínua em práticas de moagem: Mitr Phol Sugar Group”; “Melhoria contínua em práticas agrícolas: Dr. Gopinathan Mambully”; “Compra- Revista Canavieiros - Novembro de 2015 dores em suporte à mudança transformacional: The Coca Cola Company” e “Liderança: Miguel Angel Yagüe e Ruth Ascencio Monrea da Azucarera del Norte S.A. (AZUNOSA)”. 39 Entrevista Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da ASSOBARI ASSOBARI é pioneira em cana certificada Andréia Vital A Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri-SP) é a primeira entidade no mundo a implantar um projeto de certificação na produção de cana-de-açúcar. O trabalho de melhoria contínua dos produtores em busca da sustentabilidade se iniciou em 2008, através de uma parceria da associação com a usina Della Coletta e o SEBRAE, dando origem ao Protocolo de Qualidade Agro Socioambiental. “A certificação gera produtos com mais qualidade e rastreabilidade em todo o processo, possibilitando abertura de novos mercados”, afirma Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da entidade. Atualmente, 65 de um total de 256 associados da ASSOBARI possuem certificado, sendo que a norma de qualidade é renovada anualmente mediante o cumprimento de 300 itens, que incluem ações de proteção ambiental de APPs e APAs, solo e de reflorestamento, orientações e cuidados no armazenamento de produtos químicos; treinamento prévio de operação de agrotóxicos e equipamentos; assistência médica e hospitalar, entre outros. O modelo de produção da associação foi conhecido por representantes de 25 países durante a Bonsucro Week, realizada no final de outubro, no Brasil, pela Bonsucro, atualmente o modelo de certificação mais usado no país no que se refere à avaliação da sustentabilidade dos produtos fabricados a partir da cana-de-açúcar. A visita faz parte do processo para a ASSOBARI conseguir um selo de reconhecimento internacional, com a certificação Bonsucro, sendo que no momento, as práticas de sustentabilidade que os fornecedores de cana da associação estão implantando passam por análise da certificadora. Confira entrevista com Fanton e saiba mais sobre o assunto: Revista Canavieiros: A ASSOBARI é a primeira associação a ter cana certificada através de um Protocolo de Qualidade Agro Sociambiental. Desde quando são certificados? Quais foram os desafios que enfrentaram até conseguirem a certificação? Ulisses Fanton: O processo de certificação começou no ano de 2008, com o lançamento da Norma pioneira mundialmente criada pela ASSOBARI, denominada Protocolo de Qualidade Agro Socioambiental. Em 2012, foi feita a integração desta norma com a norma Bonsucro. Os desafios foram muitos, mas podemos citar como primordial o pioneirismo, onde tivemos que elaborar todos os requisitos da norma e depois a conscientização do produtor em aderir algo que ninguém havia feito e seguir a norma com tudo o que ela traz de exigência, tanto no campo, com os funcionários, saúde, bem-estar e também a gestão administrativa da sua propriedade, fazê-lo entender que sua propriedade rural também é uma empresa. Revista Canavieiros: Quantos associados tem hoje a ASSOBARI? Quantos já têm certificado? Quanto produzem ao todo? Ulisses Fanton: Atualmente a ASSOBARI conta com um quadro de 256 associados, onde 65 são certificados pela nossa norma de qualidade. A certificação Bonsucro está em andamento, sendo que está programada uma auditoria deles para o final deste ano. Estima-se que para este ano, até o final da safra 2015/16, produziremos por volta de 800.000,00 toneladas. Revista Canavieiros: Esses produtores contam com parceria com alguma usina para a certificação? Ulisses Fanton: Atualmente não. Na Bonsucro existe a cadeia de custódia, onde o fornecedor entrega a matéria-prima para a unidade industrial, e assim há o processo completo. Revista Canavieiros: Existe processo em andamento para certificar outros associados? Ulisses Fanton: Sim. Estamos com o projeto em andamento, buscando novas parcerias, pois a nossa meta é que todos os nossos associados sejam certificados. Revista Canavieiros: Em sua opinião, quais são os desafios que outras associações no Brasil terão que vencer para conseguir o selo da Bonsucro? Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da Assobari Ulisses Fanton: Acredito que é envolver a associação para cumprir todas as exigências da norma Bonsucro. Para isso deve haver um trabalho minucioso de conscientização e prioridade, treinando os funcionários para tal função, e acreditando que é possível. Complemento ainda que além de ser um desafio, enxergo como benefício para associação, pois ela cria vínculo maior com o produtor. Revista Canavieiros: A lei trabalhista e ambiental no Brasil é mais rígida do que em outros países, isso pode ser um obstáculo a mais a ser enfrentado, já que a certificação é baseada nas leis de cada país? Ulisses Fanton: Não, pois estamos sempre em compromisso com as leis vigentes brasileiras. Revista Canavieiros: Poderia dizer quais foram os ganhos conquistados para a Assobari com a certificação? Ulisses Fanton: Gestão de qualidade interna, nas propriedades e documental; maior produtividade na cana-de-açúcar entregue pelos nossos associados certificados; maior quantidade em valor de ATR (Açúcar Total Recuperável); menor utilização de fertilizantes químicos e agroquímicos; controle de estoque de produtos para lavoura canavieira e visão gerencial global a longo prazo da propriedade. Revista Canavieiros: De um modo geral, a certificação para os produtores de cana trará quais ganhos para o setor? Ulisses Fanton: Sim, pois teremos produtos com mais qualidade e rastreabilidade em todo o processo, possibilitando abertura de novos mercados. RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 40 Destaque I 1º Dia de Campo “Mais Cana” discute e apresenta tecnologias para produção de MPBs O presidente da Canaoeste e da Orplana, Manoel Ortolan, esteve presente e destacou o trabalho do grupo organizador para estimular a participação dos produtores Igor Savenhago O setor sucroenergético já não é mais o mesmo. O 1º Dia de Campo “MaisCana”, realizado no dia 12 de novembro em Luiz Antônio-SP, deu mostras de que ele evoluiu consideravelmente nos últimos anos. E que as novas tecnologias poderão ser um divisor de águas definitivo. O evento, que teve a presença do secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, é resultado de um trabalho feito pela Coplana (Cooperativa Agroindustrial), pela Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) – ambas em Guariba e que fazem parte do mesmo Sistema – e pelo IAC (Instituto Agronômico), e apresentou os avanços na produção de MPBs (Mudas Pré Brotadas) para o plantio da cana-de-açúcar. Por este novo método, são usadas cerca de duas toneladas de cana por hectare, contra 16 a 18 no tradicional. Economia que permitirá aumentar a quantidade de matéria-prima nas usinas. Em março deste ano, essas entidades haviam lançado, oficialmente, o Programa “Mais Cana”, visando aumentar a produtividade das lavouras para, pelo menos, 100 toneladas por hectare – as atuais médias na Região Centro-Sul do Rogério Consoni, produtor da Fazenda Santa Maria país tem se mantido em torno de 70. No Dia de Campo, foram expostos os resultados da primeira fase do projeto, que consistiu na implementação de viveiros de mudas em oito propriedades rurais, consideradas polos. Uma delas foi a Fazenda Santa Maria, do produtor Rogério Consoni, onde o evento foi realizado. Lá, os participantes foram divididos em grupos e visitaram cinco estações, que corresponderam às etapas de produção das MPBs: ambientes de produção, matrizeiros (viveiros primários), irrigação, desenvolvimento de variedades e transplantadoras. Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste A Canaoeste foi representada por seu presidente, Manoel Ortolan, que também comanda a Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul), pela gestora técnica e operacional, Alessandra Durigan, e pelos agrônomos Daniela Aragão Santa Rosa, da filial de Pontal-SP, Danilo Fonseca Mazone, de Cravinhos-SP, e Breno Souza, de Descalvado-SP. restante do país quando o assunto for a implantação de canaviais sadios e produtivos. Isso porque, além de Rogério Consoni, mais sete produtores polos estão espalhados por várias regiões do Estado de São Paulo e são membros de associações atuantes no Centro-Sul. São eles: Francisco Antônio de Laurentis Filho (Guariba), Luiz Lahr e Condomínio (Pindorama), Manoel Carneiro (Dumont), Renato Trevisoli (Taquaritinga), Ricardo Bueno (Jaboticabal), Roberto Cestari (Palestina) e Sérgio Pavani (José Bonifácio). Os organizadores consideram que o “Mais Cana” será referência para o Tendas foram montadas na Fazenda Santa Maria para receber os inscritos Revista Canavieiros - Novembro de 2015 41 Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Socicana e para que empresas do ramo demonstrassem seus produtos e equipamentos. Antes das visitas às estações, foi feita a abertura oficial. As boas-vindas foram dadas pelo presidente da Socicana, Bruno Rangel Geraldo Martins. Na sequência, o diretor do Centro de Cana do IAC, Marcos Landell, falou sobre a importância do “Mais Cana”. Na vi- Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC são dele, as novas tecnologias precisam gerar impacto no campo. “Não adiantam novas descobertas, se não houver transferência de tecnologia. Esse é o sentido de existir da nossa instituição”. Landell afirmou, ainda, que existem muitos desafios envolvidos na produção e plantio de MPBs e que eles só serão vencidos com a união da cadeia produtiva. “Está havendo um resgate da canavicultura. O produtor, que havia deixado de investir e de fazer o necessário para a lavoura, volta a planejar, inclusive na busca de variedades. Questões como essa estão sendo fomentadas pelo ‘Mais Cana’, projeto que não teria essa grandeza não fosse o esforço de dezenas de pessoas”. A preocupação com os rumos da produção agrícola foi personificada, ainda na abertura, em Rogério Consoni. Em 2013, interessado nas MPBs, ele procurou o IAC e foi convidado a integrar o programa. Começou com “50 copinhos” e não parou mais. “O ‘Mais Cana’ é completo porque avalia as condições de solo, faz a adequação das variedades e o plantio correto. Estou aprendendo bastante”, disse, durante a solenidade, em que contou a experiência com a nova tecnologia. O presidente da Coplana, José Antonio de Souza Rossato Junior, declarou que é “especial” ver a evolução de um projeto como esse na entidade. Para ele, os esforços, daqui para a frente, têm um objetivo claro: aumentar a produtividade dos canaviais, com consequente com- José Antonio de Souza Rossato Junior, presidente da Coplana Revista Canavieiros - Novembro de 2015 42 petividade, que permita ao produtor se manter na atividade. “Há dois anos, tomamos um chacoalhão do nosso conselho consultivo, de que era necessário um olhar diferenciado. Não estávamos colocando tanto foco na cana. Agora, precisamos estar preparados, porque, quando você começa a colocar luz nas novas tecnologias, os desafios não diminuem. Pelo contrário. Temos o desafio da água, muito importante para as MPBs, a produção das mudas propriamente ditas e em melhorar as transplantadoras”. Cinco estações Divididos em grupos, os participantes do Dia de Campo visitaram cinco estações, correspondentes às fases de produção das mudas pré-brotadas. Os grupos foram divididos por cores. A reportagem da Revista Canavieiros ficou no laranja, cuja primeira parada foi nos experimentos de campo com os lançamentos mais recentes em transplantadoras. Cinco novos equipamentos foram demonstrados, entre eles um desenvolvido pela Sathya Maquinários, que oferece dois sistemas de distribuição – por copo e pinça – e planta de 2500 a 5 mil mudas por hora por linha. Outro, da Motoagro, uma adaptação de uma plantadora de abacaxi, tem um rendimento no plantio de cana de quatro hectares por dia. A próxima parada foi na estação de ambientes de produção, onde especialistas alertaram para a importância de definir o tipo de solo de uma propriedade antes de sistematizar o plantio. Também foram apresentadas tabelas com as produtividades médias, para cada solo, dos primeiros cinco cortes. Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura de SP, e Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste Destaque I Os agronomos da Canaoeste Danilo Mazoni, Alessandra Durigan, Daniela Aragão e Breno Souza participaram do evento Na terceira estação, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), a Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) e o IAC colocaram à disposição agrônomos e materiais impressos para tirar dúvidas sobre novas variedades desenvolvidas por esses institutos. No quarto estande, a empresa israelense Netafim, com filiais em Ribeirão Preto e Recife-PE, apresentou projetos de irrigação voltados à cana-de-açúcar e benefícios da adoção da prática. Foram mostrados exemplos em que a produtividade dos canaviais superou as expectativas. Em Juazeiro-BA, o Projeto Salitre, que utiliza tecnologia da Netafim, chegou à marca de 272 toneladas por hectare. Já em Iturama-MG, numa propriedade que tinha média de 84,7 ton/ha em mais de uma década, o número saltou para 99 ton/ha com a soma da produtividade obtida só nos últimos dois anos. Na última estação, foram expostos exemplares de MPB, além de técnicas de produção e materiais necessários à implantação de viveiros. O encontro terminou com um almoço. Antes, o presidente da Orplana e da Canaoeste, Manoel Ortolan, e o secretário de Agricultura de SP, Arnaldo Jardim, falaram ao público. Ortolan lembrou que, em 2001, os grupos de produtores que compõem a Coplana e a Socicana propuseram mudanças nas práticas do setor. “Agora, eles vêm com esse novo trabalho. E não tenho problema em dizer: ‘O que é bom se copia’. Estamos sempre em busca do interesse dos produtores. E, nesse caso, eles estão Revista Canavieiros - Novembro de 2015 dando o exemplo. São juntos, ativos e, por isso, ocorrem avanços”. Entusiasmo Jardim encerrou o evento. Primeiramente, disse ser um entusiasta do método de propagação da cana por mudas pré-brotadas. Depois, apontou três vantagens do sistema: o aumento da produtividade, a possibilidade de repovoar falhas deixadas pelo plantio tradicional e a redução da distância entre o desenvolvimento de novas cultivares e sua aplicação no campo, que antes era mais demorada. Ele também anunciou o reabastecimento da linha de financiamento do Governo Estadual disponibilizada para a formação de viveiros, que havia sido anunciada durante a Fenasucro e cujos recursos já haviam acabado. Os produtores podem, com isso, obter empréstimo de até R$ 200 mil, por meio do FEAP (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), com prazo de pagamento de até seis anos e carência de até dois. A taxa de juros é de 3% ano e o bônus de adimplência, de 2,25%. Podem ser financiados todos os itens necessários para montar a estrutura, bem como aquisição de mudas, desde que façam parte do mesmo projeto. Por fim, o secretário afirmou que a situação do setor “está melhor este ano”. Reflexo da recuperação dos preços do etanol. “Isso não resolve, no entanto, as dívidas do passado nem as projeções de futuro. Só no Estado de São Paulo, 32 usinas estão paradas e 34 em recuperação judicial. Queremos previsibilidade, através da definição do papel do etanol e da eletricidade de biomassa na matriz energética brasileira”. RC 43 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 44 Destaque II GATUA debate papel da Tecnologia da Informação diante da crise no setor canavieiro 11ª edição do evento realizado pelo grupo, durante três dias em Ribeirão Preto-SP, contou, pela primeira vez, com discussão de temas relacionados à área industrial Igor Savenhago Q uase 250 inscritos para um evento antenado com as mudanças em curso no setor sucroenergético. Vinte e três estandes, em que foram expostos os mais recentes avanços em TI (Tecnologia da Informação) para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Três dias de palestras, com assuntos abordados simultaneamente em duas salas. Essa foi uma síntese do 11º Congresso GATUA, realizado no Centro de Convenções Taiwan de 21 a 23 de outubro, em Ribeirão Preto/SP. O GATUA (Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Álcool e Energia) nasceu em março de 2014, com o intuito de pensar em soluções e compartilhá-las entre as empresas. É presidido por Carlos Barros, o Bill. Segundo ele, o evento deste ano foi um retrato da necessidade de reagir à crise que afeta o setor desde 2008. Por isso, trouxe uma novidade. “Um dos pontos muito comentados e elogiados foi a inclusão, na grade do congresso, pela primeira vez, de temas relacionados à indústria. Nas edições anteriores, sempre tivemos bastante conteúdo voltado às áreas agrícola, motomecanização, financeira, fiscal, tributária e Recursos Humanos. Mas foi a primeira vez que tivemos palestras Carlos Barros, presidente do GATUA e soluções para a área industrial. Isso é muito bom, pois temos um evento do qual todas as áreas das empresas podem participar e fortalecer o seu netwoork, com boas possibilidades de contato com os fornecedores e suas novidades”. Nos três dias de congresso, os inscritos tinham tarefas bem divididas: de manhã, escolhiam as palestras de preferência, que eram realizadas simultaneamente em duas salas, e acompanhavam mesas redondas – outra inovação deste ano –, sobre diversos temas relacionados a TI. À tarde, visitavam a exposição, para conferir lançamentos e conhecer detalhes técnicos dos produtos. Um dos estandes foi ocupado pela Revista Canavieiros, que disponibilizou as edições mais recentes e cadastrou interessados em recebê-la em casa. Todos os pontos debatidos apontaram para uma unanimidade: o reconhecimento de que os investimentos em TI são um diferencial para as organizações enfrentarem o desafio de se manter competitivas, principalmente num cenário de instabilidades, como o que enfrentam. Além do que é preciso promover uma integração de todos os setores de uma usina, desde o acompanhamento da matéria-prima no campo até ponta final da produção na indústria. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Esses aspectos foram abordados em três mesas redondas, cada uma fechando o ciclo de palestras de um dia do evento. No dia 21, foi pauta o papel do BackOffice – termo que se refere aos setores administrativos de uma empresa, cuja característica é ter pouco ou nenhum contato com os clientes. No dia 22, a discussão foi para a indústria, sobre como ampliar o contato entre as áreas TI e TA (Tecnologia de Automação). E, no último dia, foi proposta uma reflexão sobre automação no campo, suas limitações e desafios. “Quando este evento começou, há 11 anos, o foco era puramente técnico. Só participava o pessoal de TI. Até que se descobriu que uma usina não faz sistemas, não desenvolve softwares. Por isso, é preciso haver integração entre diferentes setores. Hoje, o congresso é reflexo das mudanças por que passa o setor, recebendo gente de todas as áreas das usinas”, afirmou Bill. Para o presidente do GATUA, no entanto, ainda existem paradigmas, como a pouca participação da indústria nos debates, o que justifica a inclusão de temas relacionados só agora, mais de uma década depois da realização do primeiro congresso. “A participação do pessoal da agricultura no GATUA já é histórica. Já a indústria sempre foi um pouco distante quando se fala em TI. 45 Cabe ao próprio pessoal da TI trazer esse pessoal para cá”. Olhar para o futuro Entre as principais conclusões das mesas redondas, houve o entendimento de que é preciso enxergar a Tecnologia da Informação como investimento e não como gasto. Na visão dos especialistas, o BackOffice é fundamental para garantir um melhor posicionamento de uma empresa no mercado, mas pode significar prejuízos se não for bem gerido. “Ter pessoal capacitado, munido de informações, dando respostas rápidas quando solicitado, é um fator de sustentabilidade, ou seja, sustentar a qualidade que você conseguiu atingir”, disse Bill. Marcos Xavier, Samuel Silva e Cláudio Policastro Na mesa sobre a indústria, que contou com a participação de Marcos Xavier, da empresa Saveway, de Samuel Silva, da Conceitto, e de Cláudio Policastro, da Pentagro, mediados por Ogler do Vale, da Usina Santa Izabel, o recado foi que a automação é muito importante para uma usina, principalmente no enfrentamento de um cenário de crise, mas sua implantação precisa ser altamente planejada. Nos últimos anos, como os investimentos foram muito centrados nos processos, o desafio agora é trabalhar fatores periféricos, por exemplo o controle de estoque. Vale questionou os convidados sobre automações malfeitas, afirmando que não é raro encontrar nas usinas apostas não eficazes, o que denota desperdício de dinheiro. O consenso foi que isso acontece quando os requisitos dos projetos de automação não são bem coletados, resultado de decisões unilaterais, decorrentes justamente da falta de integração dos setores operacionais com as áreas de TI. Adriano Cantareiro, Fábio Turati e Daniel Padrão Na mesa sobre automação no campo, Fábio Turati, da TOTVS, Daniel Padrão, da Solinftec, e Adriano Cantareiro, da Markanti, sob mediação de Bill, falaram sobre a os desafios de entender as necessidades dos clientes. Para Cantareiro, uma das barreiras desse processo está no custo. “Apesar da tecnologia ter evoluído bastante nos últimos anos, o custo ainda trava os investimentos”. Segundo ele, existe ainda uma desconfiança por parte de alguns investidores na capacidade dos operadores de novos equipamentos. Na opinião de Padrão, é preciso que haja uma maior aproximação dos diretores agrícolas em relação às áreas de TI. “Isso tem avançado. Já há um entendimento de que as coisas estão diferentes. Existe muita gente de TI tra- balhando no campo”. Já Turati acredita que, frente às mudanças recentes do setor, os gestores devem conhecer cada vez mais seus negócios, de forma a se preparar para eventuais correções rápidas de rumo. “Uma saída rápida para a crise do setor é o etanol. Se houver, por exemplo, uma mescla da produção com etanol de milho, isso mudaria todo o processo das usinas”. Representantes de usinas de outros países marcaram presença: um do Equador e outro da República Dominicana. O congresso também contou com a SGSV, empresa da Costa Rica especializada em transportes e segurança no trânsito. Para o próximo ano, conforme Bill, o GATUA trabalha com a perspectiva de recuperação do setor. Tanto que a 12ª edição do congresso já está marcada: 19 a 21 de outubro de 2016. “Deveremos divulgar agora em novembro a pré-proposta para 2016, com as condições de participação, e faremos também a tradicional pesquisa e coletas de ideias para que possamos melhorar sempre o formato do evento. Temos que ouvir tanto as usinas, como principais interessadas, quanto as empresas expositoras e palestrantes”. Palestra destaca Selo GATUA de Qualidade Numa das palestras do último dia do evento, foi detalhado todo o Programa “SGQ – Selo GATUA de Qualidade” – conceito, princípios e metodologia de trabalho. O projeto consiste em saber opinião de quem já é cliente de um produto ou serviço de TI e disponibilizá-la àqueles que precisam tomar a decisão de compra ou contratação. “Conseguimos elaborar uma metodologia que permite, através de um universo de quesitos apresentados aos clientes de um produto ou serviço, identificar todos os pontos de melhoria possíveis e informá-los de forma estruturada também ao fabricante, para que este promova ações de melhoria contínua”, explica Bill. As empresas certificadas pelo programa passam a contar com o apoio do GATUA para qualquer ação que queiram tomar, visando apresentar-se como fornecedora para o setor sucroenergético. Em contrapartida, passa também a ter o mesmo GATUA como agente apurador do grau de satisfação das usinas, com relação aos produtos e serviços ofertados pelo mercado de TI. “Já tivemos casos em que uma parceria de longa data, entre uma usina e um fornecedor, ficou bastante abalada por um fato em que os dois lados tinham seu grau de responsabilidade, porém um tentava jogar para o outro. Após nossa atuação como mediadores, além de resolver o problema, a parceria foi recuperada e hoje, tanto usina quanto fornecedor, vivem em harmonia”. RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 46 Informações Setoriais Chuvas de outubro & previsões climáticas - novembro 2015 a janeiro de 2016 Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de outubro de 2015. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor A média das chuvas de outubro de 2015 (91mm), foi inferior à da média histórica (112mm), mas 2 vezes e meia superior à da média do mês de outubro de 2014 (39mm). Merece destacar os menores volumes de chuvas, neste mês de outubro, na UI Andrade, EEC-Bebedouro e na região das Unidades Guarani (Cruz Alta e Severínia). Aos *26mm em São Simão, IAC-Ciiagro, não estão computadas as chuvas dos dias 30 e 31 de outubro. O s mapas A1 e A2, a seguir mostram os diferenciais de distribuição das chuvas de outubro de 2014 e 2015 no Estado de São Paulo. Em 2014 (mapa A1) as chuvas (25 a 200mm) ocorreram em gradiente decrescente do Oeste e Leste para a região Central do Estado. Enquanto que, em outubro de 2015 (mapa A2), as menores chuvas (25) 50mm ficaram concentradas na área Central do Estado, crescendo (100 a 200mm) em direção ao Centro-Sul, Oeste e Sudoeste. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste e, as suas médias mensais e as normais climáticas, são também aqui apresentadas no Quadro 2. Os artigos mensais de Informações Setoriais (Climáticas) contam com o trabalho diário das anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e, neste mês, sendo condensados em Morro Agudo. Os dados do quadro 2 mostram, no destaque do canto inferior direito, as expressivas diferenças observadas entre os totais dos meses de Janeiro a Outubro de 2015, 2014 e 2013. Observa-se que o acumulado das médias mensais das chuvas em 2015 está 150mm menor que a de 2013 (devendo-se às menores chuvas de janeiro), mas quase o dobro das de 2014. As normais climáticas (1.111mm, em 2013; 1.020mm, em 2014 e 1.006mm em 2015) se mostram diferentes face às ponderações das Mapa A1 - outubro 2014 Mapa A2 - outubro 2015 médias históricas (normais climáticas) destes três anos. Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre o Instituto Nacional de Meteorologia e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses novembro, dezembro 2015 e janeiro 2016, como descrito a seguir e ilustrado no Mapa 4, abaixo: • Nestes meses, as temperaturas tendem também a serem próximas a acima das respectivas normais climáticas para toda Região Centro Sul do Brasil; • Pelo consenso climático INMET-INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as áreas assinaladas em cinza; enquanto que, poderão prevalecer previsões de chuvas acima das respectivas normais climáticas na área verde do Mapa. • Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 170mm em novembro e 270mm em dezembro e em janeiro. Nos mapas B1 e B2 são apresentados os comparativos de distribuição Revista Canavieiros - Novembro de 2015 47 Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de janeiro a outubro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos Escritórios Regionais; bem como, as respectivas médias mensais e normais climáticas. OBS:- Normais climáticas (ou médias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 10 e a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto. Mapa B1 - outubro 2014 Mapa B2 - outubro 2015 Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para novembro (final) - dezembro 2015 e janeiro 2016 áreas sucroenergéticas dos Estados das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil e no Estado do Paraná, a soma das chuvas poderá ser ligeiramente inferior às respectivas médias históricas, porém bem mais chuvoso que janeiro de 2014 e 2015. A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais previsões climáticas (maior umidade do solo e do ar), as incidências de cigarrinha das raízes poderão ser mais frequentes. Se deixarem remanescentes de cana para a próxima safra, o monitoramento e controle desta exigirão muita atenção. Caso contrário, podem correr riscos de grandes perdas em qualidade e produtividade para a próxima colheita. das chuvas entre estes dois anos. Em outubro de 2014 (mapa B1) pode-se notar as menores e desfavoráveis distribuições de chuvas em (quase) todos os estados da região sucroenergética do Centro-Sul do Brasil. Se bem que, excetuando as áreas sucroalcooleiras do Centro-Sul do Mato Grosso do Sul, de todo Estado do Paraná e a faixa Sudoeste do Estado de São Paulo, em outubro de 2015 não foi muito diferente de outubro de 2014. A SOMAR Meteorologia, pelos modelos climáticos que utiliza, prevê para a Região Centro-Sul do Brasil, mais detalhadamente, que: a) chuvas neste meio de novembro serão de menores volumes, porém frequentes e, durante a última semana deste mês, poderá ser mais chuvoso; b) durante o mês de dezembro prevê-se que, salvo alguns períodos mais chuvosos, as chuvas tenderão ser de pancadas aos finais dos dias; e, c) em janeiro, nas A Canaoeste estará sempre atenta, com previsões mais confiáveis possíveis e com as antecedências necessárias aos planejamentos de plantio. Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com. br e www.revistacanavieros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 48 Pragas e Doenças Simpósio na Unesp de Jaboticabal discute controle de plantas daninhas na cana Um dos destaques ficou por conta das MPBs (Mudas Pré-Brotadas), que precisam de manejo específico para escapar de possível intoxicação provocada pelos herbicidas Igor Savenhago O assunto do momento quando se fala em produção canavieira no Brasil não poderia ficar de fora do VI Simpósio sobre Manejo de Plantas Daninhas na Cultura da Cana-de-Açúcar, realizado na Unesp de Jaboticabal, nos dias 8 e 9 de outubro. As MPBs (Mudas Pré-Brotadas) chamaram a atenção de quem esteve no Centro de Convenções Prof. Dr. Ivaldo Melito, na FCAV (Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias). Os debates sobre a tecnologia, entre outros temas que prometem revolucionar os sistemas de plantio, atraíram mais de 100 produtores e pesquisadores. As formas de controle de plantas que podem comprometer o desenvolvimento das MPBs foram abordadas por Carlos Alberto Mathias Azani, do Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico). Ele apresentou o que, segundo pesquisas, tem se mostrado, por enquanto, o método mais eficaz de atuação. Isso porque “não há um manejo ainda 100% elucidado para mudas pré-brotadas”. É preciso, diante disso, ir fazendo testes e propondo ajustes. Azani explicou que tem sido recomendado fazer a aplicação de herbicidas entre 45 a 60 dias antes do plantio das MPBs, esperar passar a fase de pegamento, mais sensível, e voltar a aplicar em 45 a 50 dias após o plantio. Neste caso, a dica é restringir o produto ao solo, sem pegar as partes verdes da cana. Segundo ele, o uso desses químicos durante o pegamento, período compreendido aproximadamente entre o 24º e o 40º pós-plantio, pode provocar intoxicação e a morte da MPB, já que os tecidos da planta jovem ainda não têm a capacidade de resistir ao produto. “A partir dos 45 a 50 dias após o plantio, a muda atinge um desenvolvimento similar aos do tolete do plantio tradicional. Neste caso, pode existir intoxicação, mas é recuperável”. O pesquisador alertou para o extremo cuidado com o manejo das MPBs, já que este novo método “veio para ficar”. “Um dos principais benefícios é reduzir custos. De antemão, as mudas pré-brotadas garantem viveiros com sanidade vegetal melhor, e disso dependem a longevidade do canavial e a produtividade agrícola”. e sua dinâmica na palha, inovações tecnológicas na aplicação, uso de adjuvantes, controle de plantas daninhas em usinas, importância do diagnóstico para o estabelecimento de um bom método de controle, comportamento de herbicidas na planta e mecanismos de resistência, avanços na agricultura de precisão e desafios para o controle de plantas daninhas em sistema de preparo de solo reduzido. Lupércio Garcia, da área de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta, falou sobre o combate nos sistemas oferecidos pela empresa, o Plene Evolve e o Plene PB. A empresa que, na visão dele, é reconhecida no mercado por ter mudado a forma de pensar a cana-de-açúcar, trabalha com o conceito de que mudas sadias são o ponto de partida para obter maior produtividade. Ele afirmou, no entanto, que, diferente dos produtores de soja e de milho, que investem na quali- A ocorrência de plantas daninhas no canavial pode causar, conforme Azani, perdas de até 85% na produção. “Daí o custo benefício do uso de herbicida. Mesmo que ele não garanta 100% de eficácia, é favorável”. Carlos Alberto Mathias Azania, do Centro de Cana do IAC O evento Durante os dois dias de simpósio, os participantes assistiram a um total de dez palestras. Além do assunto discutido por Azani, estiveram na pauta o comportamento de herbicidas no solo Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Lupércio Garcia, da área de Des. Técnico de Mercado da Syngenta 49 dade das sementes, os de cana, por questões econômicas, haviam abandonado os investimentos nos viveiros de mudas, que eram feitos num passado recente. É preciso, então, resgatar o hábito, o que permitiria não só explorar o máximo do potencial das variedades comerciais, mas antecipar a introdução de novas cultivares, evitar a disseminação de pragas e doenças, almejar maiores taxas de multiplicação e, com isso, aumentar a rentabilidade do negócio. Ao se referir às plantas daninhas mais comuns, apresentou um esquema em que elas são classificadas por grau de agressividade: em primeiro, o capim colonião, depois a braquiária, em terceiro a Ipomea, conhecida popularmente como corda-de-viola, e, por último, a Digitalia – ou capim-colchão. Garcia encerrou a palestra citando herbicidas oferecidos pela Syngenta: o Dual Gold, para aplicações em pré-emergência, e o Lumica, para pós-emergência. Inovação Se existem inovações no plantio, é preciso estendê-las a outras áreas do setor sucroenergético e também aos métodos de combate aos inimigos da cana. No entanto, faltam iniciativas que visam realmente a um rompimento com as práticas adotadas. A opinião é do agrônomo Luís César Pio, da Herbicat. Ele justifica dizendo que a produtividade que a maioria dos produtores de cana busca – de pelo menos 100 toneladas por hectare – já era atingida há três décadas. De lá para cá, houve regressão. “Hoje, quem tá bem fala em 85”. Ele avalia que isso ocorreu porque, apesar do setor buscar aprimoramentos constantes, pode-se falar em três tipos de inovação. A primeira seria propor apenas mudanças na composição de materiais já existentes, como a descoberta de novas substâncias para a fabricação de plásticos. A segunda consiste em acrescentar uma tecnologia diferente a um determinado tipo de equipamento. Por exemplo, Agrônomo Luís César Pio, da Herbicat um pulverizador, antes todo operado manualmente, que passa a ter eletrônica embarcada. Já o terceiro tipo de inovação é o que realmente rompe com técnicas e comportamentos vigentes e inauguram uma nova etapa. É o caso das MPBs, que modificam o plantio. Como elas, porém, existem poucas, segundo Pio. “Há muitas inovações simples, mas poucas disruptivas, que mudam a forma de pensar e agir. Essas precisam ser buscadas com mais afinco”. RC Revista Canavieiros - Novembro de 2015 50 Safra Acompanhamento da safra 2015/2016 S ão apresentados a seguir os dados obtidos até a segunda quinzena de outubro, referentes à safra 2015/2016, em comparação com os da safra 2014/2015, no mesmo período. Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumula- do (kg/tonelada) do início da safra até a segunda quinzena de outubro desta safra em comparação com o obtido na 2014/2015, sendo que o ATR da safra 2015/2016 está 6,93 Kg abaixo do obtido na 2014/2015 no mesmo período. Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste das safras 2014/2015 e 2015/2016 Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores da Canaoeste, até a segunda quinzena de outubro, da safra 2014/2015. Thiago de Andrade Silva Gerente de Planejamento, Controle, Topografia e T.I. da Canaoeste As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2014/2015 e 2015/2016. O gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. O BRIX do caldo da safra 2015/2016 ficou bem abaixo em relação ao da 2014/2015 durante todo o período, com menor acentuação no mês de agosto. Na média, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 5,1% inferior ao da 2014/2015. Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores da Canaoeste, até a segunda quinzena de outubro, da safra 2015/2016 O gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo, sendo que na média, nesta safra de 2015/2016, a POL do caldo está 5,3% inferior à da 2014/2015. O gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. A Pureza do caldo da safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na 2014/2015 durante todo o período, com acentuação na segunda quinzena de abril, exceto a partir da segunda quinzena de junho que ficou equiparado. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 51 Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015 Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015 O gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. A Fibra da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo daquela obtida na 2014/2015 no mês de abril e com menor acentuação na segunda quinzena de julho, primeira quinzena de agosto, no mês de setembro e no mês de outubro e pouco abaixo no mês de maio, na segunda quinzena de junho, na primeira quinzena de julho e na segunda quinzena de agosto, igualando na primeira quinzena de junho, ficando na média 1% inferior à observada na safra 2014/2015. O gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. A POL da cana na safra 2015/2016 ficou muito abaixo da obtida na 2014/2015 durante todo o período, ficando, nesta safra, 5,1% inferior à da 2014/2015. Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015 O gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. O ATR, expresso em kg/t de cana na safra 2015/2016, ficou muito abaixo do obtido na safra 2014/2015, durante todo o período apresentando, portanto, um comportamento semelhante ao da POL da cana, tendo em vista que a mesma participa com 90% do ATR. Na média o teor de ATR desta safra está 4,8% inferior ao da safra anterior. Gráfico 4 – Comparativo da Fibra da cana O gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. A precipitação pluviométrica média observada nos meses de fevereiro, março e maio de 2015 ficaram muito acima da obtida em 2014, equiparada no mês de janeiro, abaixo nos meses de abril e julho e pouco acima no mês de junho, agosto, setembro e outubro. O gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2015/2016 em comparação com a 2014/2015. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 52 Safra Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2015/2016 e 2014/2015 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2015/2016 e 2014/2015 Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em2014 e 2015 Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, em 2014 e 2015 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 Em 2015, observa-se um volume de chuva muito acima no primeiro trimestre e no segundo trimestre e pouco acima no terceiro trimestre e no quarto trimestre, se comparado aos volumes médios de 2014. Estamos na primeira quinzena do mês de novembro, mesmo com o volume de mm de chuva de outubro houve um grande período de estiagem. Na primeira quinzena do mês de novembro ocorreram chuvas esporádicas características do período da primavera próximo ao verão. Mesmo com a chuva não houve diminuição do risco de incêndios e temperaturas altas. Com isso, a produtividade continua equiparada a da safra passada na média e o teor de ATR com valores inferiores, porém com pequena recuperação da qualidade. Continuamos com cenário de déficit hídrico em relação à média histórica. Levando em conta todo o cenário, o ATR médio ficou 6,93 kg abaixo do obtido na safra 2014/2015, até a segunda quinzena de outubro. RC 53 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 54 PROCURAM-SE Glebas de Cerrado em pé, no Estado de São Paulo, para reposição ambiental. Não pode ser MATA. Área total da procura: Cinco mil hectares, podendo ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com: CCIR/ CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/mapa do perímetro da área em KMZ e Autocad/ Bioma:/vegetação. Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda. Tratar com Ricardo Pereira pelo e-mail e telefone – [email protected] – (16) 9 8121-1298. VENDEM-SE - Fazenda no município de Buritizeiro, com área de 715 hectares, toda cercada, 200 ha para desmate, 300 ha formado, 2 córregos e 1 barragem, casa, curral, energia elétrica a 400 metros (aguardando instalação) propriedade a 6 km de Buritizeiro (Rio São Francisco), valor R$ 2.500.000,00; - Sítio em Buritizeiro com área de 76,68 hectares, formado, casa e curral, energia elétrica, cercada a 18 km de Buritizeiro (Rio São Francisco), valor R$ 250.000,00. Tratar com Sérgio pelos telefones (16) 9 9323-9643 (Claro) e (38) 9 98493140 (Vivo). VENDEM-SE -Fazenda localizada no município de São Roque de Minas, com área de 82,7 hectares, contendo: Casa antiga grande, energia elétrica, queijeira, curral coberto, aproximadamente 20.000 pés de café em produção, água por gravidade, 3 cachoeiras dentro da propriedade, vista panorâmica do parque da serra da canastra. - Eliminador de soqueira usado e em bom estado. Tratar com: José Antônio (16) 9 9177-0129 VENDEM-SE - Palanques de Aroeira. - Madeiramento, Vigas, Pranchas, Tábuas, Porteiras, Moirões e Costaneiras até 3m. Tratar com Edvaldo pelos telefones (16) 9 9172-4419 (16) 3954-5934 ou pelo e-mail [email protected] VENDEM-SE -Kombi/09, branca, flex, STD, 9 passageiros, único dono, 135.000 km, perfeito estado de conservação. -Camionete Silverado 97/98, prata, banco de couro, diesel, único dono, bom estado de conservação. -F.4000 91/92, prata, segundo dono, MWM, funilaria, pintura e carroceria reformadas, mecânica em ordem. Tratar com Mauro Bueno pelos telefones (16) 3729-2790 ou (16) 9 8124-1333. VENDE-SE Resfriador de leite RF 2000, Tecnofrio, seminovo, encontra-se na Fazenda em Sacramento –MG, encerramento da atividade leiteira, pagamento facilitado. Tratar com Álvaro pelos telefones, (16) 9 9740-4316 ou (16) 3945-1780. VENDE-SE S-10, 2011/2011, cor branca, cabine dupla, executiva, completa, 42.000 km rodados, R$ 49.000,00, conservada. Tratar com Anézio (Ducha) pelos telefones (16) 3945-4167 (16) 9 9627-2479. VENDE-SE Chácara com 2.242 m², na região de Ribeirão Preto, casa com 3 quartos, 1 sala de estar e 1 sala de jantar, cozinha, 1 banheiro interno e 1 externo, área externa com piscina, murada e com pomar. Tratar com Alcides ou Patrícia pelos telefones (16) 9 9123-5702 ou 9 9631-8879. VENDE-SE Trator Valtra B.H 165 com cabine de fábrica, ar-condicionado, ano de fabricação 2.009, com 630 horas. Tratar com Neif pelo telefone (34) 8719- 9338. VENDE-SE Sítio em Cajuru, 3 alqueires formados em pasto, 2 casas, represa e outras benfeitorias. Tratar com Carlos pelo telefone (16) 9 9264-4470. VENDE-SE Sítio com 13 alqueires, localizado na Vicinal Vitor Gaia Puoli - Km 2, em Des- Revista Canavieiros - Novembro de 2015 calvado-SP, em área de expansão urbana, com nascente, rio, energia elétrica, rede de esgoto e asfalto. Tratar com o proprietário - Gustavo F. Mantovani, pelos telefones: (19) 35834173 e (19) 9 9767-3990. VENDE-SE Amarok, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, alarme, trava elétrica 2012/2012, cor prata, cabine dupla, 4 portas, diesel. Tratar com Fernando pelos telefones (14) 9 9677-9396 ou (14) 3441-1722. VENDEM-SE -Micro-ônibus sem uso, Marco Polo Volare V8 ON, capacidade para transporte de 27 passageiros, mais um auxiliar e um motorista, totalizando 29 lugares, ar-condicionado e direção hidráulica; Km atual: 011.108km, seminovo, prata, 2012. Equipamentos de segurança completos conforme determina o CONTRAN para veículos de passageiros. Bancos e assoalho totalmente estofados, preço de ocasião; -Distribuidora Antoniosi GS 1102, 2014; -Carroceria de ferro de 8 metros para planta de cana; -Carroceria de ferro de 8 metros para plantio e transporte de cana inteira, marca Galego, 2008; -Bomba alta pressão 3”, saída de 2, adaptada com carrinho e motor acoplado, valor R$ 2.000,00; -Carreta de 2 rodas R$ 1.500,00; -2 rolos compactadores para adaptar em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00; -1 conjunto para transporte de cana picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas; -Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires plantados em cana-de-açúcar, sendo a maioria de 2º corte, totalmente plaina, na melhor região de Frutal, próximo a 2.000 metros do bim do Cutrale e 11 km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina Coruripe e 17 km até a Usina Frutal; -Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires plantados em cana-de-açúcar, sendo a maioria de 2º e 3º corte, a 2 km do asfalto, ótima loca- 55 lização e excelentes benfeitorias na região de Frutal-MG, com distância de 25 km da Usina Coruripe e 40 km da Usina Cerradão. Ambas propriedades se aceita permuta com áreas maiores ou menores. Tratar com Marcus ou Nelson pelos telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999. VENDEM-SE -Carregadeira CMP 1.200 Master; -BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00. Tratar com Cláudio pelo telefone (16) 9 9109-8693. VENDEM-SE -Caminhonete F 250 XLT, 2007, cor preta, ar-condicionado, bancos de couro, Airbag; -Caminhonete D20 Custom de Luxe, 1995, cor verde; -Caminhonete D20 Custom S, 1992, cabine dupla, cor vinho; -Caminhão Mercedes Benz 1418, 1990, caçamba basculante. Tratar com João Pedro pelo telefone (14) 9 9758-1249 - Tupã-SP. VENDEM-SE - S10 tornado, 2009, prata, cabine dupla, diesel 4x4; - D20, 1992, vinho, turbo de fábrica; - D20, 1987, branca e bege, motor com 1000 km; - Montana Sport, 2012, prata; - F250 XLT, 2003, preta; - Uno 2012, Vivace, preto; - F4000 1989, cinza, carroceria madeira; - Trator MF 50x1973, MB 1313, carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado; - Saveiro 1991, álcool, prata, motor com 1000 km; - Gol 2000, álcool, prata. Tratar com: Diogo (19) 9 9213-6928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro (19) 9 9280-9392. VENDEM-SE -Caminhão VW 26310, ano 2004 - canavieiro 6x4, cana picada; -Carreta de dois eixos, cana picada – Rondon. Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 9 9732-3118. VENDEM-SE - 02 bombas Jacto Condor, 2003, de 600 litros, R$ 7.000,00 cada bomba. Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9 9739-2000 – Viradouro-SP. VENDE-SE Área de mata fechada para reserva ambiental de 90 hectares, Guatapará/Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare. Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910. VENDE-SE Gleba de terras sem benfeitorias (30 alqueires), boas águas, arrendamento de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira). Tratar com proprietário, em Ribeirão Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281 ou (16) 3635-5440. VENDEM-SE -Transformador trifásico de 15 KWA, preço R$ 2.400,00; -Transformador trifásico de 30 KWA, preço R$ 2.600,00. Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16) 39473725 ou (16) 3947-4414. VENDEM-SE -Sítio de 9 alqueires, sem mato ou brejo (100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos de Rio Preto, 35 minutos de Barretos, plaino, na rodovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade; -Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de funcionário reformada, pomar e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de "bacuri" (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia. Tratar com David pelo telefone: (17) 9 8115-6239. VENDEM-SE LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E GIR PO -4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e 3 com 26 meses; -11 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação. Seis já estão prenhas; Obs.: Sítio localizado na cidade de Santo Antônio da Alegria - SP, há 15 anos trabalhando com inseminação. Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected]. VENDEM-SE -Mudas de seringueira, Clone RRIM 600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP 14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município de Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda; -Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada próxima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveitamento para plantio de cana, seringueira e/ou pastagens. Preço: R$ 60.000,00/alqueirão; -Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privativos, sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte, armários embutidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em alvenaria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa. Excelente ponto comercial. Área construída: 270 m². Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 9 9656-3637 e (16) 991348033 - Marina (17) 9 9656-2210 e (16) 9 9117-2210 – Ailton. VENDE-SE Destilaria completa com capacidade para 150.000 litros de etanol hidratado por dia. Composta por preparo de cana com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim, Destilaria completa a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP. Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 / 9 9219-4414, Email: [email protected]. VENDEM-SE -Motor de 75CV com bomba KSB 100/6 revisada e sem uso; -Chave de partida ''a óleo"; -Transformador de 75 KVA; -Postes duplos T de cimento; -Chaves de alta, para raios, cabo e etc. Tratar com Francisco pelo telefone (17) 9 8145-5664. VENDEM-SE -Fazenda de 124 alqueires em Patrocínio Paulista, na beira do asfalto, sem benfeitoria, terra vermelha, 2 matrículas, Revista Canavieiros - Novembro de 2015 56 54 e 70 alqueires; -Sítio de 12 alqueires em Cássias dos Coqueiros, casa simples, curral, estrutura completa para pecuária. (Aceita imóvel na negociação); -Fazenda de 4.085 hectares em Tocantins, está aberta 90%, 100% plana, excelente logística, na beira do asfalto, faz divisa com o rio Dueré, boa para gado, plantio de feijão, arroz, melancia e outras culturas, documentação Ok. Tratar com Miguel pelo telefone (16) 9 9312-1441. VENDE-SE Ordenhadeira mecânica completa com 4 unidades, Usinox. Obs: também funciona quando ligada no trator. Tratar com José Augusto pelo telefone (16) 9 9996-2647. VENDEM-SE -Fazenda em Rancharia -SP, com 400 alqueires, em cana própria, às margens da rodovia, 40 Km da Usina; -Sítio de 2,7 alqueires, em Cajuru-SP, R$ 220.000,00; -Apartamento em lançamento, próximo à USP, com parcelas a partir de R$ 505,00; -Casa no condomínio Ipê Amarelo, em Ribeirão Preto, nova, maravilhosa; -Apartamento Jardim Botânico, 3 suítes, com armários, imóvel novo, próximo ao Parque Carlos Raya; -Sala comercial em Ribeirão Preto, próximo ao Ribeirão Shopping; -Terreno no condomínio Olhos D'Água em Ribeirão Preto, prolongamento da Avenida Prof. João Fiusa; -Casa no Condomínio Quinta do Golfe, em Ribeirão Preto, armário e toda estrutura de lazer no condomínio. WWW.SORDIEMPREENDIMENTOS.COM.BR. Tratar com Paulo pelos telefones (16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243. VENDEM-SE -Trator 292 MF, traçado, 2007; -Caminhão Mercedes 1113 truck, todo revisado, 73, vermelho. Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767. VENDEM-SE -Duas casas, no mesmo terreno, com três cômodos cada, localizada à Rua Pedro Biagi, 789, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00; -1 estabelecimento comercial, mon- tado com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 220.000,00; -1 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separados da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertãozinho-SP. Preço a combinar. Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634. VENDEM-SE -Colheitadeira Case A7700, ano 2009, 7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na última safra. Valor: R$ 128.000,00; -Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira, máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00; -Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00; -Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00; -Transbordo de 10 toneladas, 2006 e 2007, R$ 20.000,00; -Transbordo de 8,5 toneladas, ano 2002, R$ 15.000,00. Tratar com Marcelo pelos telefones (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664. VENDEM-SE -VW 17190 / 13 comboio; -VW 31320 / 12 chassi; -VW 31320 / 11 pipa bombeiro; -VW 31320 / 10 pipa bombeiro; -VW 26260/09 betoneira; -VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento; -VW 17180 / 08 munck 15 toneladas; -VW 15180 / 07 pipa bombeiro; -VW 12140 / 96 oficina móvel; -MB 2318 / 94 pipa bombeiro; -MB 2318 / 94 basculante; -MB 2831 / 12 basculante; -MB 1725 / 06 comboio; -MB 2220 / 90 pipa bombeiro; -MB 2013 / 81 munck 6 toneladas; -MB 1513 / 75 toco chassi; -MB 1725 / 06 guindaste oficina; -MB 1113 / 69 toco chassi; -F.Cargo 1719 / 13 toco chassi; -F.Cargo 2628 / 07 basculante; Revista Canavieiros - Novembro de 2015 -F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro; -F12000 / 95 pipa bombeiro; -F14000 / 90 pipa bombeiro; -Prancha Facchini 2008 3 eixos; -Carreta Tanque Fibra 16.000 litros; -Tanque fibra 36.000 litros; -Tanque fibra 16.000 litros; -Tanque 14.000 litros pipa bombeiro; -Comboio Gascom 2.000 litros; -Comboio Gascom 4.000 litros; -Basculante 14m³; -Basculante 5m³; -Munck Hincol H 43000; -Munck Masal MS 12000; -Munck Hincol H 4000; -Munck 640-18; -Baú 7.80; -Carroceria de madeira, 8.20 metros; -Carroceria de ferro, 4.30 metros; -Borracharia móvel. Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243 Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96-81149 Nextel. VENDEM-SE -Grade niveladora de arrasto com 42 discos de 18 polegadas R$2.500,00; -Bazuca com capacidade de 6.000 Kg R$ 4.000,00; -Pá-Carregadeira, modelo 938 GII, ano 2006, série 0938 GERTB, em bom estado de conservação. R$ 150.000,00; -Conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem uso R$ 52.000,00; -Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00; -Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar-condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 hora de uso R$ 120.000,00; -Compressor, modelo ACC115, motor 115 HP/84 KW, pressão de trabalho 06 BAR, Fad 350 pés cúbicos por minuto, peso 1950 kg, acoplado com carreta. R$ 119.000,00. Tratar com Furtunato pelos telefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 ou [email protected] - Prazo a combinar. VENDEM-SE - Eliminador de Soqueira DMB, ano 2012; - Grade Niveladora 20x20; - Enlerador de Palha de cana-de-açúcar; - Arado reversível, 4 disco, Santa Izabel, PSH 430, ano 2004; 57 - Pulverizador Jacto, PJ 500; - Pulverizador Jacto Condor, 600 litros, com mexedor; - Cobridor de cana; - Carreta Basculante com desarme manual; - Subsolador de 5 astes, com controle pneus, 1000x20; - Sulcador com marcador de pistão DMB; - Grade Niveladora 40x20, mancal de atrito; - Caminhão Chevrolet D-60, Ano 1974, motor Perkins; - Arado 3 bacias; - Tratores à venda. Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920. VENDE-SE OU ALUGA-SE Salão medindo 11,00 metros de frente por 42,00 metros de fundo, 462 metros, possui cobertura metálica com 368,10 metros, localizado à Rua Carlos Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP. Preço a combinar. Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086. VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE -Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia); -Esteira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²; -Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador); -Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada; -Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de calor; -Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada; Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Localização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 9705-9901. Veja vídeo em: www.youtube.com/ watch?v=_mzWp3PCavA. ALUGA-SE Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade. Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo telefone (16) 9 8125-0184. - A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 58 Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo” Cooperativismo e Empreendedorismo Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. "Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância." Simone de Beauvoir Renata Sborgia 1) Depois de “ratificar” os livros, organizou a mesa. Precisa retificar (endireitar) o Português corretamente! O correto é: Depois de retificar os livros, organizou a mesa. Dica fácil: ratificar = validar Retificar = reparar RATIFICAR: é validar algo, comprovar, reafirmar. RETIFICAR: é reparar erros, corrigir, alinhar, endireitar. 2) Maria tinha “chego” atrasado no trabalho. ... e está atrasada com os estudos sobre a Língua Portuguesa! O correto é: chegado Regra fácil: O verbo chegar possui apenas a forma regular do particípio passado: chegado (o verbo chegar não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma forma no particípio). Obs.: Chego é o verbo chegar conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo. Ex.: Eu chego ao trabalho às 7 horas. 3) Pedro pensou que tivesse “trazido” os documentos. ... pensou e escreveu de forma CORRETA! “Este livro tem por objetivo demonstrar a evolução do Cooperativismo desde a sua criação até a atualidade e as vantagens aos cooperados. Já o Empreendedorismo demonstra que, mesmo o pequeno empreendedor, poderá ter seu negócio com sucesso.” Referência: FIORINI, Carlos Gustavo. Cooperativismo e empreendedorismo / Carlos Gustavo Fiorini, Antônio Carlos Zampar. Carapicuiba, SP: Pandorga Editora e Produtora, 2015. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP Regra fácil: o verbo trazer apresenta apenas a forma regular do particípio passado: trazido. Não é abundante, ou seja, não apresenta mais de uma forma de particípio. Obs.: 1) Trago é o verbo trazer conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo. Ex.: Deixe que eu trago os documentos para você. 2) Trago pode ser também o verbo tragar conjugado na 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo. Ex.: Eu trago a fumaça desta cidade todos os dias. PARA VOCÊ PENSAR: Amor é um Fogo que Arde sem se Ver Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. Revista Canavieiros - Novembro de 2015 59 Revista Canavieiros - Novembro de 2015 60 Revista Canavieiros - Novembro de 2015
Documentos relacionados
Edição 102 - Revista Canavieiros
nome ser associado a um cenário negativo, a Recuperação Judicial deve ser encarada como um excelente instrumento de negociação de dívidas. Uma vez autorizada pela justiça, a empresa requerente tem ...
Leia mais