INFORMATIVO Nr 119 − 3°/2011
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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO CURSO DE PREPARAÇÃO E SELEÇÃO “ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO” CURSO DE PREPARAÇÃO À ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO (CP/ECEME) INFORMATIVO Nr 119 − 3°/2011 – ÍNDICES NOVA ORDEM MUNDIAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS ...........................................................3 Pior fase desde a Segunda Guerra......................................................................................3 É o fim do sonho da Europa …............................................................................................4 Essa crise não é econômica é política.................................................................................7 Banco Central da Grécia alerta sobre risco do país sair da zona do euro...........................7 REDES DE INFRAESTRUTURA NO BRASIL ..................................................................................................7 Parque Tecnológico do Fundão revisto, ampliado e disputado ...........................................7 Programa nuclear brasileiro atrai multinacionais ...............................................................10 O Rio vai ficar nú? .............................................................................................................11 MEIO AMBIENTE E GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL..............................................................................13 O Centro-Oeste é a fronteira mais promissora para a mineração do ouro ........................13 Vegetação natural virou pasto em 80% das áreas de preservação permanente...............15 Reservas indígenas chegam a 13% do território, mas não reduzem conflitos...................17 Governo quer multa máxima para a Chevron.....................................................................18 Para especialistas, acidente é alerta..................................................................................20 Relator tenta acordo sobre o código florestal.....................................................................21 GEOGRAFIA SAÚDE ......................................................................................................................................22 Experiencia do Nordeste promove cuidado nutricional das gestantes...............................22 Saneamento modelo no Distrito Federal ...........................................................................23 HISTÓRIA.........................................................................................................................................................25 Boa imagem do Brasil na África impulsiona investimentos no Brasil.................................25 Fórum de direitos humanos da ONU condenará Síria, dizem fontes.................................27 Laços latinos......................................................................................................................27 Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 3 de 34 NOVA ORDEM MUNDIAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS PIOR FASE DESDE A 2ª GUERRA Para Angela Merkel, a Europa está diante do maior desafio desde o conflito. A Alemanha propõe saída voluntária de países do euro. A insegurança dos agentes do mercado financeiro em relação à crise da dívida na Zona do Euro, mesmo depois da nomeação de novos líderes na Grécia e na Itália, levaram a chanceler alemã, Angela Merkel, a classificar o atual momento na região como o pior desde a Segunda Guerra Mundial. Enfraquecida politicamente dentro do próprio partido — o União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) — a chefe de governo aproveitou o congresso da legenda e fez um apelo para que a Alemanha assuma a liderança de um processo para "salvar" o que ela considerou como o mais ambicioso projeto europeu. A intenção de tomar a frente da reforma do euro ficou clara em uma resolução aprovada durante a convenção, que permite ao governo alemão estabelecer normas capazes de permitir a saída voluntária de países do bloco monetário. Mais enfático, o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, explicou que o governo propõe mudanças no Tratado de Lisboa da União Europeia até o fim de 2012 e acrescentou que prefere ver todos os 27 membros da União Europeia assinando as alterações do tratado, mas admitiu que alguns países que não integram o euro já indicaram que se opõem, como a Grã-Bretanha. "Nesse caso, pediria que eles não impedissem os 17 (que compõem a Zona do Euro) de prosseguir", afirmou. A defesa das reformas na região, feita pelo ministro e por Merkel, são uma resposta às cobranças que a chanceler e sua equipe recebem. Partidários os acusam de terem abandonado ideais conservadores da sigla. "A Europa vive um dos piores momentos desde a Segunda Guerra Mundial, talvez o pior momento. Cada geração tem seu desafio político e a atual enfrenta um teste histórico com esta crise financeira", afirmou a chanceler para quase mil militantes do CDU. Dependência Em um discurso que ultrapassou as fronteiras alemãs e foi endereçado, indiretamente, a outros líderes europeus, Merkel destacou que o sucesso da Alemanha depende da resistência do projeto político e monetário do euro. "A Eurozona é muito mais do que uma moeda, é um símbolo de meio século de paz, liberdade e bem-estar social", comentou. "Se a Europa vai mal, a Alemanha vai mal. Se o euro fracassar, a Europa vai fracassar", completou. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 4 de 34 A chanceler lembrou que, apesar de manter o posto entre as economias mais fortalecidas da União Europeia (UE), a Alemanha depende do bom funcionamento dos demais mercados, uma vez que são os destinos de sua produção. Atualmente, 60% das exportações alemãs ficam nos 27 países membros da UE. "Precisamos da Europa para que a Alemanha fique bem. Nove milhões de empregos dependem diretamente dessas exportações", ressaltou. Ao exigir reformas na Europa, como já fez aos sócios europeus, Merkel lembrou que as reformulações devem ser traduzidas em mais empenho dos próprios países. "Fazemos parte de uma política interna europeia. Se a Alemanha está disposta a ajudar os países em dificuldade, também espera que façam seus deveres, saneando as finanças públicas", concluiu. Autor(es): » Gabriel Caprioli. Fonte: Correio Braziliense – 15/11/2011, disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/15/pior-fase-desde-a-2aguerra/?searchterm= É O FIM DO SONHO DA EUROPA? Ao centralizar as decisões sobre a crise econômica, Alemanha e França colocam em risco o projeto de uma União Europeia formada por países iguais Numa lista das empreitadas mais ambiciosas da história humana, algumas iniciativas teriam presença garantida – a colonização da América, a vitória dos aliados sobre Hitler, a chegada à Lua. Mereceria um lugar de honra nessa lista também a fantástica aventura intelectual, econômica e política da criação da União Europeia e do euro. "A Europa quer ser uma", escreveu o filósofo alemão Friedrich Nietzsche no final do século XIX, numa declaração de repúdio ao nacionalismo belicoso que dividia o continente. O mote foi repetido pelo escritor alemão Thomas Mann durante a Segunda Guerra Mundial, numa crítica ao discurso de superioridade e agressão dos nazistas. Foram necessárias décadas de negociações, a fim de que o projeto de unificação ganhasse um corpo político, na forma da União Europeia, em 1992 (hoje com 27 países), e uma face monetária, o euro, concebido em 1999 (hoje usado por 17 países). Depois de todo esse trabalho, neste turbulento final de 2011, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou, para todos que quisessem ouvir, que a Europa, na verdade, deveria ser duas. "Haverá uma Europa de duas velocidades: uma que se move rumo a mais integração, na Zona do Euro, e outra velocidade para uma confederação, na União Europeia", afirmou ele, num discurso na quarta-feira. Todos entenderam que a metade que importa seria a Zona do Euro, saudável, capitaneada por Alemanha e França. A afirmação de Sarkozy marcou uma semana angustiante. A crise tornou real, pela primeira vez, a possibilidade de uma grande economia europeia dar calote em sua dívida. A Itália, oitava maior economia do mundo, tem obrigações da ordem de € 200 bilhões em 2012. Caso falhe em honrá-las, as consequências para a economia global serão mais severas que as provocadas pela quebra do banco americano Lehman Brothers, em 2008, Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 5 de 34 que lançou o mundo em recessão. Nem o anúncio da saída do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, considerado um entrave à normalização da vida italiana, suspendeu o amargor que domina o continente. Estaria a Europa caminhando para novas divisões, como quer Sarkozy? Isso ajudaria a evitar uma nova onda de pânico e quebradeira global? Não há, na verdade, nenhum plano coerente por parte dos governantes europeus. Não são realistas as esperanças de um grande resgate com dinheiro da China ou do Fundo Monetário Internacional. Tampouco é provável que os países da Zona do Euro concordem em dar mais poder a uma autoridade econômica central, o que permitiria uma reação à crise nos moldes em que ela é feita em países que têm sua própria moeda. O que tende a acontecer é mais simples: concentração de poder na Europa nas mãos dos países que têm recursos para combater a crise. Desde que o colapso das economias europeias começou, o ganho de influência da Alemanha sobre os parceiros tornou-se notável. Nos últimos meses, a França também confirmou sua participação no centro de poder do continente. Sarkozy e a primeiraministra alemã, Angela Merkel – uma dupla já apelidada de Merkozy pela imprensa europeia –, ganharam poder à custa da marginalização dos "sócios menores" da Europa. Foi nesse contexto que Sarkozy anunciou sua polêmica visão do futuro. Ele afirmou ser "impossível" pensar em integração total com "33, 34 ou 35" países, número que a União Europeia planejava atingir nos próximos anos. Diplomatas têm informado reservadamente à imprensa que Alemanha e França conversam sobre a necessidade de delimitar claramente uma Europa em grupos (leia o mapa abaixo). A lógica por trás da ideia é que, mesmo sem mudanças formais na regulamentação do euro, Alemanha e França teriam poder crescente dentro da zona da moeda comum. Seriam afastadas das decisões duas grandes economias da região: a Itália, abatida pela crise, e o Reino Unido, que não tem intenções de adotar o euro. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, reagiu contra a ideia de novas divisões. "Não pode haver paz e prosperidade no norte e no oeste da Europa se não houver paz e prosperidade no sul e no leste", disse. O apelo de Barroso por unidade choca-se com uma parede de notícias ruins. A expectativa de crescimento da União Europeia para 2012 caiu de 1,8% para 0,5%, o que significa que o desemprego vai subir. Os europeus esperavam dotar o fundo de estabilização do continente, o EFSF, com a capacidade de emprestar pelo menos € 1 trilhão a quem precisasse. Agora, está claro que o fundo dificilmente chegará a € 800 bilhões, e o resgate da Itália sozinha já consumiria quase esse total. Nesse novo cenário, França e Alemanha se impõem como fiadoras da Europa. Mas elas não querem apenas coordenar reações de socorro a cada nova crise – querem agir antes para evitar o pior. A renúncia de Berlusconi é um marco dessa inflexão. Ele capitulou ante a pressão externa, em uma combinação de forças vindas da parceria Merkozy, da exigência dos credores e do medo da especulação financeira. Durante a reunião de cúpula do G20, no início do mês, surgiu a proposta de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a UE passassem a supervisionar o ajuste das contas da Itália. Várias fontes diplomáticas reconheceram nisso o dedo de Merkel e Sarkozy para tutelar Berlusconi. Ninguém mais acreditava na capacidade do Cavaliere de comandar a recuperação italiana. A notícia de que seu governo seria vigiado de fora era o golpe que faltava para colocar a Itália sob um grau de desconfiança insustentável para os Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 6 de 34 investidores. Eles passaram a exigir juros cada vez mais altos para comprar os títulos da dívida pública do país. O rendimento dos papéis italianos com vencimento em dez anos chegou a 7,7%, um recorde desde 1999, anterior à adoção do euro. Ultrapassar os 7% é mau sinal – a Grécia atingiu esse limite em abril de 2010, e Portugal e Irlanda em novembro de 2010. Todos precisaram de socorro financeiro em poucos meses. Um dos mais respeitados economistas da Itália, Tito Boeri, professor da Universidade Bocconi, em Milão, fez um estudo sobre o impacto da má gestão de Berlusconi. Ele usou como referência a variação entre junho e novembro do valor de títulos ligados à dívida italiana. Descobriu que a cada atitude ou falta de atitude do primeiro-ministro correspondeu uma elevação do preço dos papéis. Na conta final, ele estima que o seguro contra um calote da Itália ficou € 30 bilhões mais caro por causa de Berlusconi. A dívida italiana, de € 1,9 trilhão (121% do PIB), equivale a quase três vezes às de Irlanda, Portugal e Grécia juntas. É um país grande demais para ser resgatado com dinheiro da UE – daí a preocupação de Merkel e Sarkozy em tirar Berlusconi do caminho. Quem escolherá o nome do próximo premiê é o presidente, Giorgio Napolitano. Seu preferido é o economista Mario Monti, um ex-comissário da Itália na União Europeia que tem o aval da oposição e faria um governo técnico até que seja definido quando serão as próximas eleições. A presença de "tecnocratas" no governo da Itália e da Grécia – onde o economista Lucas Papademus, ex-funcionário do Banco Central Europeu, substituiu o primeiroministro George Papandreou, tragado pela crise – já chama a atenção dos europeus. Essa mudança reflete o esgotamento de opções políticas. No cenário devastado pela crise, os tecnocratas têm a tarefa de agir como procuradores do Banco Central Europeu e dos mercados para impor a disciplina fiscal que os políticos tradicionais hesitam em abraçar. Isso significa que o espaço da política que deu origem à generosa concepção da União Europeia está encolhendo em benefício da lógica econômica. Na Grécia, o primeiro-ministro Papandreou foi afastado depois de propor um plebiscito sobre o ajuste fiscal, um gesto reprovado veementemente pela dupla Merkozy. A Grécia tem a situação mais desesperadora do bloco, com uma dívida impagável equivalente a 160% do PIB. A chegada do economista Papademus ao governo traz mais chance de adotar as reformas exigidas pelos credores. Na Espanha, a responsabilidade de levantar um país com taxa de desemprego de 21%, a maior entre os 27 membros do bloco, caberá ao conservador Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP). Ele já perdeu duas eleições para o atual premiê socialista José Luis Zapatero, é pouco carismático, mas lídera a oposição, e isso basta na Europa atual. Só não será escolhido como o próximo líder da Espanha se houver uma mudança inesperada nas urnas no próximo domingo, 20. Rajoy não tem perfil de estadista, mas, ao menos no início do mandato, deverá contar com a boa vontade do mercado financeiro e de Merkozy – desde que adote a cartilha da cúpula europeia (leia a entrevista com Rajoy). "A população sabe que dá no mesmo. No fim, só importa o que a União Europeia vai dizer", afirma José Ramón Pin, professor da Escola de Negócios (Iese) da Universidade de Navarra. Pin é um dos acadêmicos que veem um futuro com decisões mais centralizadas e menos poder para países em apuros, como Grécia, Itália e a própria Espanha. Seria um desvio considerável dos ideais de igualdade que deram origem à União Europeia, mas pode ser um ajuste bem-vindo em direção à realidade. Tratar as economias frágeis de Grécia, Irlanda e Portugal como se fossem as sólidas economias da Alemanha e da Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 7 de 34 França foi um dos erros que conduziram à crise em que se encontra a Europa neste momento. Além de cortar seus gastos nos próximos anos, os europeus terão de cortar também parte de suas ilusões. Entre elas, que a união de economias desiguais sob uma mesma moeda produziria, sem sobressaltos, prosperidade e estabilidade permanente para todos. Não funcionou. Autor(es): Juliano Machado, Marcos Coronato e Rodrigo Turrer. Cornachione e Matheus Paggi. com Daniella Fonte: Época – 16/11/2011, disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/16/e-o-fim-do-sonho-daeuropa/?searchterm= 'ESTA CRISE NÃO É ECONÔMICA. É POLÍTICA' O economista Eric Heyer, do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE), só vê uma possibilidade para salvar a zona do euro e a França do colapso: a Alemanha tirar o pé do freio e aceitar que o Banco Central Europeu aja como o americano, intervindo e emprestando, se preciso. A França corre o risco de perder a nota "AAA"? ERIC HEYER: Perderemos esta nota por adotar um plano de austeridade muito forte que vai quebrar com o crescimento do país ou porque não adotaremos um plano de austeridade, e os mercados vão concluir que não podemos pagar a dívida. De qualquer forma, estas duas estratégias nos levarão ao fracasso. E está numa encruzilhada? HEYER: A França encontra-se numa dinâmica muito ruim, porque nenhuma das estratégias propostas nos permite resolver o problema. Uma das soluções para resolver isso seria o Banco Central Europeu (BCE) assumir o papel de emprestar - o que acalmaria a especulação dos mercados sobre sua falência em potencial. Todo mundo está de acordo com isso, à exceção dos alemães, porque isso criaria inflação. E os alemães têm fobia de inflação. Também temem que isso vá tirar a pressão sobre Estados não virtuosos para que adotem políticas restritivas. Em quanto tempo a Europa sairá desta crise? HEYER: Esta crise não é só econômica. É política. Há soluções, mas há freios políticos. O problema é a Alemanha? HEYER: É a Alemanha que decide o ritmo. Na reunião de outubro, duas estratégias se confrontaram. A francesa era de que o fundo de estabilização deveria se transformar no credor. Ganhou a estratégia alemã de que isso era impossível. Autor: [email protected] Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 8 de 34 Fonte: O Globo – 16/11/2011. BANCO CENTRAL DA GRÉCIA ALERTA SOBRE RISCO DE PAÍS SAIR DA ZONA DO EURO SÃO PAULO - O Banco Central da Grécia alertou nesta quarta-feira (23) que o país enfrenta o risco de uma saída desordenada da Zona do Euro e pediu que o novo governo de coalizão grego acelere o ritmo das reformas econômicas. Em seu relatório prévio de política monetária para 2011, a autoridade afirmou que o mais recente pacote de ajuda à Grécia, no valor de € 130 bilhões e liderado pela União Europeia, representa a última chance para o país cumprir seu programa de reformas. Não conseguir fazer isso levará a "uma trajetória descontrolada de baixa que vai minar muitas das realizações que têm sido alcançadas nas últimas décadas, vai tirar o país da Zona do Euro e vai empurrar para trás em muitas décadas a economia, o padrão de vida, a sociedade e a posição internacional grega", escreve o banco, no documento. A autoridade monetária considerou que o governo da Grécia deveria adotar como um "objetivo nacional" o meta de gerar superávits primários acima e além dos já previstos em planos orçamentários, e tomar medidas para impulsionar a recuperação econômica. Previsões O relatório também apresentou um cenário pessimista para a economia da Grécia, que está entrando em seu quinto ano de recessão. O BC grego estima que o PIB (Produto Interno Bruto) do país terá contração de 5,5% ou mais neste ano, cairá 2,8% em 2012 e não haverá crescimento antes de 2013, quando a recuperação será de menos de 1%. Já o desemprego deve continuar em níveis altos, de acordo com o banco, que vê a taxa de desemprego alcançando 18% no próximo ano, depois de chegar perto de 17% este ano. Autor: Infomoney. Fonte: MSN.com, Disponível em http://dinheiro.br.msn.com/mercado/banco-central-dagr%C3%A9cia-alerta-sobre-risco-de-pa%C3%ADs-sair-da-zona-do-euro?page=0 REDES DE INFRAESTRUTURA NO BRASIL Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 9 de 34 PARQUE TECNOLÓGICO DO FUNDÃO, REVISTO, AMPLIADO E DISPUTADO Dez novas empresas querem vagas no local, em investimento superior a R$200 milhões Tecnologias inovadoras e mais infraestrutura prometem marcar uma nova fase no Parque Tecnológico do Fundão, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Com uma ampliação prevista para acontecer no início do próximo ano, dez empresas já estão na disputa para instalar no espaço da UFRJ novos laboratórios e centros de pesquisa, que irão gerar, no mínimo, R$200 milhões em investimentos. São companhias de setores como tecnologia, informática, química e cosméticos. Com isso, o Parque, que conta hoje com 15 empresas, totaliza um investimento de cerca de R$800 milhões. A maior parte será aplicada até 2014. O Parque, que parece um canteiro de obras, com as multinacionais construindo seus centros de pesquisa, ganha força. Em dezembro, após dois meses de atraso, será inaugurada a ponte suspensa que ligará o Parque à Linha Vermelha. O empreendimento, de R$292 milhões, foi bancado pela Petrobras, após acordo feito com o governo do Estado do Rio para compensar o vazamento de óleo na Baía de Guanabara em 2000. Além disso, haverá uma estação da Transcarioca, sistema de transporte público de Bus Rapid Transit (BRT), que ligará a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. Depois de 2011, que foi um marco para o Parque, esperamos uma nova fase para 2012. Queremos diversificar a atuação com empresas de setores variados, já que hoje o espaço é voltado para o setor do petróleo. A prefeitura e o governo do Estado do Rio estão negociando a compra de um terreno do Exército. Com isso, vamos ganhar mais 70 mil metros quadrados. Em 2003, quando surgiu o Parque, achávamos que toda a área só estaria ocupada em 2017 - diz Maurício Guedes, diretor do Parque da UFRJ. E Guedes sabe da importância em infraestrutura. Hoje, a cobertura de telefonia móvel no local, por exemplo, é falha, com locais sem sinal: Com a nova ponte, será desatado um dos nós de transporte. A Prefeitura investe R$5 milhões em urbanização. Hoje, 800 pessoas trabalham no Parque. Em 2013, serão cinco mil. Enquanto isso, as empresas correm com pesquisas. O Lab Oceano que, em uma piscina, simula as marés dos oceanos, irá também estudar as correntes marítimas. A FMC está desenvolvendo um equipamento, chamado árvore de Natal, que, no fundo do mar, irá separar água, óleo, gás e areia. A BG irá montar em 2013 um centro de gerenciamento de pesquisas: - Se há, por exemplo, um desafio na Austrália, o cérebro será no Parque do Fundão afirma Damian Popolo, Gerente de Tecnologia da BG Brasil. Empresa de petróleo investe em energia renovável A Siemens, que investe R$50 milhões, vai construir um centro de pesquisa para criar tecnologia em energias renováveis. - Nossa proposta é ir além do pré-sal. Temos uma visão de longo prazo - diz Roberto Leite, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Chemtech, empresa comprada pela Siemens. Entre as empresas menores, a inovação também acontece em ritmo acelerado. Um dos destaques é a Pam Membranas. Ronaldo Nobrega, fundador da empresa, cita a Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 10 de 34 criação de um sistema de filtragem para cerveja, que irá reter mais microorganismos e, assim, aumentar o nível de pureza da bebida, prolongando a validade do líquido: - Também estamos desenvolvendo cartuchos nacionais para quem faz hemodiálise. Hoje, esses itens são importados. A Geovoxel, que criou um sistema que cruza informações geográficas em tempo real, desenvolve agora uma aplicação para evitar prejuízos com os desastres naturais. Paulo Garchet, diretor-executivo da empresa, explica como funciona a nova tecnologia, possível através de computação na nuvem: - Nesse sistema é possível reunir o histórico de informações meteorológicas e caraterísticas do solo, assim como seu uso. Com isso, conseguimos identificar as áreas que serão mais afetadas e atuar na prevenção. Estamos desenvolvendo algo semelhante para monitorar os dutos (de petróleo e gás) que atravessam diferentes estados, calculando riscos, como chuvas, que podem causar vazamentos. Há também espaço para quem está começando. O Parque acaba de receber quatro pequenas companhias em sua Incubadora, chegando, assim, a 20 empresas. Lucimar Dantas, gerente de Operações do espaço, diz que o faturamento dessas firmas, que chegou a R$160 milhões em 2010, irá crescer em 2011: - O Parque é um espaço de inovação, com empresas âncoras e pequenas companhias, que conseguem ser mais ágeis. Acabaram de chegar à Incubadora uma empresa de ecommerce, uma consultoria que analisa a dinâmica dos fluidos e outra que faz cotação de preços para impressão em terceira dimensão - adianta Lucimar. Em 2012, será ainda finalizado o plano de negócios do Parque, que prevê a construção de um hotel e de uma torre para abrigar médias empresas. Autor(es): Bruno Rosa Fonte: O Globo – 20/11/2011, disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/20/parque-tecnologicodo-fundao-revisto-ampliado-e-disputado/?searchterm= PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO ATRAI MULTINACIONAIS Com seu vasto potencial hidroenergético, o etanol e os recursos petrolíferos, o Brasil pode não parecer a próxima fronteira para a indústria nuclear mundial. Mas o crescimento acelerado da economia do país, as mudanças demográficas - com uma classe média cada vez maior consumindo mais energia - e a necessidade de diversificação do mix energético, levaram o Brasil a anunciar uma agressiva de expansão de seu incipiente programa nucelar. "O programa nuclear brasileiro contempla a construção de mais oito usinas nucleares, e para isso os estudos de localização já começaram", informou o Brasil no ano passado à Agência Internacional de Energia Atômica. Os ambiciosos planos do país para o setor, que continuam de pé apesar do desastre em Fukushima, despertam o interesse de muitas das maiores empreiteiras do Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 11 de 34 setor. Elas são lideradas pela Areva e GDF Suez da França, que afirmam que a EDF, a maior geradora de energia nuclear do mundo, também pode estar interessada. "Há uma demanda enorme no Brasil e temos o "know how" e capacidade para atender essa demanda", diz a GDF Suez, que já é a maior geradora privada de eletricidade do Brasil. "Temos presença de longa data no Brasil e acreditamos que o país oferece um modelo regulador estável e acolhedor para o desenvolvimento de projetos de geração de energia." O desenvolvimento do setor também se estende à mineração de urânio, com o país marchando para aumentar em seis vezes a produção do mineral e assim manter o ritmo de sua planejada expansão da produção de energia nuclear. A energia nuclear responde por 3% da geração total de energia pelo Brasil - a partir de dois reatores, Angra 1 e Angra 2, localizados no Rio de Janeiro, com capacidade total de aproximadamente 2.000 megawatts (MW). Segundo a Areva, "o país domina virtualmente todas as tecnologias nucleares". Além da operação de usinas, o Brasil possui 158 mil toneladas de urânio, ou 6% das reservas convencionais mundiais, segundo a companhia francesa. O país pretende colocar as novas usinas em operação nos próximos 19 anos. No momento está construindo o projeto Angra 3, de água leve e 1.400 MW. Ele deve entrar em operação em 2015, ao custo de R$ 9,95 bilhões. A Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras, diz que o melhor exemplo de investimento estrangeiro em Angra 3 é a Areva, que investiu € 1,1 bilhão (US$ 1,5 bilhão) no fornecimento de equipamentos e engenharia. "Muitas companhias estrangeiras já ofereceram seus serviços para Angra 3, mas obviamente todos os contratos estão sujeito a um processo de licitação que está em andamento ou deve ocorrer", diz a companhia. Para alimentar essas usinas, a Indústrias Nucleares do Brasil planeja dobrar a produção de urânio em sua mina de Caetité, no norte da Bahia, para 800 toneladas ao ano e começar a produzir 1.500 toneladas por ano em 2017, com a ajuda de uma nova mina no estado do Ceará, informou a companhia. Um relatório recente diz que as reservas conhecidas do Brasil poderão triplicar de tamanho com a exploração adicional, o que colocaria o país no mesmo patamar da Austrália e do Cazaquistão em termos de depósitos de urânio. Autor(es): Por Joe Leahy | Financial Times, de São Paulo Valor Econômico - 17/11/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/17/programa-nuclearbrasileiro-atrai-multinacionais/?searchterm= O RIO VAI FICAR NU? Dono de 80% da produção nacional de petróleo, o Estado luta para não perder dinheiro com a aprovação de novas regras para a distribuição de royalties Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 12 de 34 A palavra royalty vem do inglês royal (real). Surgiu na Idade Média. Era uma taxa paga ao rei pela extração de recursos naturais. No Brasil do século XXI, o Rio de Janeiro, dono de 80% da produção nacional de petróleo, é o rei dos royalties. Recebe 45% do valores pagos no país. Uma nova lei de distribuição do benefício, porém, pode fazer o Rio perder a majestade. Caso seja aprovada, o Estado passaria a receber 20%. Seriam R$ 48,9 bilhões de perdas até 2020. O rei, ou melhor, o Rio ficaria nu? O Estado luta para não perder. Na quinta-feira, um protesto organizado pelo governador Sérgio Cabral reuniu cerca de 150 mil pessoas. Caravanas de 92 municípios engrossaram a multidão. Políticos de partidos diversos apareceram. Nenhum discursou. A atriz Fernanda Montenegro leu um manifesto. Artistas como Lulu Santos e Xuxa subiram ao palco. Hoje, 61% dos royalties vão para Estados e municípios produtores. Com as alterações, esse índice diminuiria gradualmente até chegar a 24% em 2019. O Brasil passaria a ser o único país do mundo onde Estados que produzem petróleo – e sofrem com danos ambientais e explosão populacional – recebem menos que o conjunto dos que nada produzem. Isso não ocorre em nenhum dos 13 países pesquisados pelo professor de finanças públicas italiano Giorgio Brosio, num trabalho para as Nações Unidas. A disputa pelos royalties começou com a descoberta do pré-sal. Uma emenda do ex-deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) estabeleceu que os Estados não produtores também entrem na partilha. Aprovada pela Câmara, foi vetada pelo presidente Lula em 2010. Mas a discussão da divisão dos royalties foi retomada pelo Congresso – e a situação piorou para o Rio. Uma nova proposta, de autoria do senador Vital do Rego (PMDB-PB), prevê uma nova fórmula de distribuição já em 2012, mesmo sem pré-sal. "Querem garantir o dinheiro para as eleições", diz o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ). O projeto de Vital passou pelo Senado e agora vai para a Câmara, sem previsão de votação. Depois, seguirá para sanção ou veto da presidente, Dilma Rousseff. Além dos royalties, o projeto mexe em outra fonte de renda para os produtores, a Participação Especial, ou PE. Cobrada sobre os campos mais rentáveis, é uma espécie de Imposto de Renda (IR) do petróleo. Os Estados produtores passariam a receber apenas 20% da PE, em vez dos 40% atuais. Os não produtores, que hoje nada recebem, ganhariam 30%. Pago pelas empresas, o dinheiro seria distribuído tendo como critério os Fundos de Participação dos Estados e Municípios, que dão mais aos lugares com menor renda per capita. Os cálculos sobre as perdas dos Estados produtores variam de acordo com o interlocutor. Vital do Rego diz que o Rio, na verdade, ganharia R$ 892 milhões a mais do que ganha hoje, já em 2012, por causa do aumento da produção. A perda porcentual seria compensada pelo aumento no volume de petróleo. Essa conta, porém, inclui uma previsão de que em 2012 o país arrecadaria R$ 28 bilhões entre royalties e PEs. A estimativa da Petrobras é de R$ 26,7 bilhões. O otimismo de Vital acelera com o passar dos anos. Para 2020, ele prevê uma arrecadação de R$ 79 bilhões, ante R$ 59 bilhões da Petrobras. O economista José Roberto Afonso, assessor do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), diz que a base do cálculo deve ser o ano de 2010. Para ele, devem-se aplicar as novas regras a tudo o que foi arrecadado em 2010, e, aí sim, chegar ao tamanho do prejuízo. "Não faz sentido aplicar porcentuais sobre previsões que podem não se confirmar", diz. Por esse critério, o Rio e os municípios fluminenses, que no ano passado receberam R$ 9,7 bilhões, teriam recebido R$ 4,3 bilhões. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 13 de 34 A prática internacional varia. Nos Estados Unidos, as regiões produtoras ficam com 100% das receitas. Se o terreno for federal, metade vai para a União. Os Estados têm autonomia para estabelecer taxas de royalties e cobrar IR das empresas e dos empregados envolvidos na operação. O Alasca cobra royalties até sobre a pesca de salmão. Mais de 60% de suas receitas vêm de taxas sobre recursos naturais. O Irã está no outro oposto. O governo central divide tudo igualmente entre os Estados com base na população. Na Noruega, o governo administra um fundo bilionário e tenta equilibrar as contas de produtores e não produtores (leia o quadro abaixo). A lei brasileira dos royalties foi criada em 1953, estabelecendo 4% sobre o valor total de produção (3% aos Estados produtores e 1% para os municípios). Além das questões ambientais e populacionais, os royalties compensam uma distorção da legislação tributária: ao contrário do que ocorre com todos os outros produtos, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do petróleo é arrecadado no Estado comprador, não no que vende. Se um Estado compra petróleo do Rio, é ele que fica com o dinheiro do imposto. A legislação já foi alterada três vezes. Em 1985, com o início da exploração em alto-mar, Estados e municípios próximos às plataformas passaram a receber 1,5% do valor da produção, a Marinha 1%, e um Fundo Especial, dividido entre todos os Estados, 1%. Em 1989, os royalties subiram para 10%, e a divisão ficou como está hoje. O grande salto na arrecadação ocorreu a partir de 1998, quando o petróleo brasileiro passou a ter um preço mínimo, calculado de acordo com a taxa de câmbio e com a média da cotação mundial. Naquele ano, o país arrecadava R$ 21,9 milhões em royalties por mês. Em 2005, esse valor era de R$ 610 milhões. Hoje, é de R$ 1,7 bilhão. O Rio e os municípios fluminenses foram os maiores beneficiados. A arrecadação com royalties passou de R$ 29 milhões, em 1996, para R$ 4,2 bilhões, em 2010. Segundo a Secretaria de Fazenda, a administração estadual receberá até o fim do ano R$ 6,8 bilhões com a taxa, o que dá 12% do total de receitas do Estado. "Vão tirar muito de nós, e não vai sobrar muito para os outros. Vai ser um problema grande para o Rio, e não vai resolver o problema de ninguém", diz o secretário de Fazenda, Renato Villela. Os royalties passaram a ser indispensáveis para o Rio fechar suas contas. Isso contraria a lógica dos países desenvolvidos, onde o dinheiro deve ser aplicado em projetos que assegurem o desenvolvimento quando os recursos naturais acabarem. A Noruega, que tem uma poupança que ultrapassa os US$ 200 bilhões, investe em educação. Aqui, os recursos servem para tapar buracos. Em 1999, com o balanço no vermelho, o Rio recorreu à União e antecipou o recebimento de royalties. Por isso, vai devolver R$ 1,5 bilhão por mês até 2022. Vêm dos royalties também R$ 4,9 bilhões para pagar aposentados. Sobram R$ 500 milhões, aplicados no meio ambiente. O problema parece ainda mais evidente nas cidades que recebem fortunas em royalties. Elas não tiveram grandes avanços sociais. Um levantamento da Universidade Cândido Mendes mostrou que o município de Campos recebeu R$ 4,6 bilhões entre 2000 e 2007. A taxa de analfabetismo por lá caiu só 5 pontos porcentuais, mesma média obtida pelo Brasil. O mesmo estudo mostrou um dado escandaloso: nas cidades do sul fluminense que mais recebem royalties, o desempenho das escolas caiu 4,6 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica em sete anos. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 14 de 34 A boa aplicação das verbas dos royalties poderia ser um ótimo argumento para prefeitos e governadores que não querem perder com a possível aprovação das novas regras de divisão. Autor(es): NELITO FERNANDES Época – 16/11/2011, disponível http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/16/o-rio-vai-ficar-nu em MEIO AMBIENTE E GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL CENTRO-OESTE É A FRONTEIRA MAIS PROMISSORA PARA MINERAÇÃO DE OURO Projetos na região podem ampliar a produção nacional em mais de 10% CRIXÁS (GO) e BRASÍLIA. O mapa das minas de ouro no Brasil do século XXI começou a ganhar novos contornos nos últimos anos e voltou a ter projetos de vulto como no passado. A região Centro-Oeste despontou como uma das mais promissoras do país e já acumula quase a metade das lavras em atividade hoje. Sozinho, o estado do Mato Grosso detém 22,4% das 2.819 minas em operação, enquanto Goiás vem logo em seguida, com 20,9%. Em apenas dois projetos novos nestes dois estados, a gigante canadense Yamana Gold deve tirar quase sete toneladas de ouro por ano. Trata-se de um incremento potencial de mais de 10% à produção nacional, estimada pelo governo em 62 toneladas. A partir de 2012, as minas de Ernesto e Pau-a-Pique, no Mato Grosso, devem começar a produzir 3,1 toneladas/ano em uma das novas plantas da companhia, enquanto em Pilar de Goiás, Norte do estado, esperam-se outras 3,73 toneladas já em 2013. Aos poucos, a paisagem deste município goiano, vizinho de Crixás - onde a sulafricana AngloGold tem a unidade de Serra Grande, da qual extrai 2,39 toneladas/ano vai mudando de cara. A prosperidade parece ter chegado à cidade junto com os investimentos da companhia canadense. As mudanças se confirmam pela qualidade do comércio, bem superior a das vizinhas que se veem da estrada. A expectativa é que a renda da população continue subindo, tendo em vista que boa parte da mão de obra que está sendo usada na nova planta é local e deverá aquecer ainda mais as vendas de produtos e serviços. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 15 de 34 Governo admite dificuldade em fiscalizar as áreas Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram que o Norte do país é outra fronteira importante que começa a ser explorada pelas empresas que, com equipamentos de alta precisão e tecnologia, chegam aonde os garimpeiros artesanais não conseguem. Áreas até então intocadas devem produzir em breve toneladas de ouro. No estado de Tocantins, já são 160 minas em operação. Há outras 117 em Rondônia, 77 no Amazonas, 21 no Amapá e 18 em Roraima. Ainda não há nada contabilizado oficialmente no Acre, o único ente da Federação que ainda não tem minas registradas, além do Distrito Federal. Nessas regiões amazônicas mais afastadas, garimpos de pequeno porte, em geral ilegais, se estabelecem, mas não dispõem de tecnologia suficiente para usufruir de todo o potencial da área de maneira sustentada, como quer o governo. Extraem ouro superficial que, na maioria das vezes, sai do país por contrabando. Não há estimativas sobre o volume vendido por garimpos ilegais. O governo admite dificuldade em fiscalizar as áreas. Diferentemente do que aconteceu em outros países, o auge da extração de ouro no Brasil baseou-se nos garimpos, que já responderam por 90% da produção nos anos 80. Em 1988, o país produziu um recorde de 113 toneladas, com reforço considerável de Serra Pelada, colocando-se na quinta posição global. Depois disso, a produção registrou uma queda expressiva, haja vista as oscilações naturais da atividade garimpeira, as dificuldades técnicas de se lidar com escavações subterrâneas, a queda das cotações internacionais do ouro e a incapacidade das empresas em ocupar a parcela do mercado que havia sido abandonada pela informalidade. Os estados com o menor número de minas em operação no país, segundo o DNPM, são Ceará (5), Alagoas (6), Piauí (3) e Sergipe (1). Mas isso não quer dizer que não tenham reservas. Empresas de grande porte garantem que novas fronteiras para o ouro podem ser desbravadas ali. Muitas já solicitaram permissão do governo para estudar a região e, no futuro, implantar projetos de extração. Os estudos continuam Há ouro em estados próximos. As novas tecnologias podem ajudar a encontrá-lo disse ao GLOBO o pesquisador de uma mineradora internacional. Tradicional região mineradora, Minas Gerais mantém grandes projetos e tem 295 minas em atividade. Em São Paulo, há 18, e no Rio, 12, segundo o DNPM. Autor(es): agência o globo:Vivian Oswald O Globo 21/11/2011 disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/21/centro-oeste-e-afronteira-mais-promissora-para-mineracao-de-ouro Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 16 de 34 VEGETAÇÃO NATURAL VIROU PASTO EM 80% DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Estudo sobre a ocupação das chamadas APPs, a parte mais polêmica da reforma do Código Florestal em discussão no Congresso, mostra que as pastagens avançaram numa área protegida equivalente a uma vez e meia o território do Estado de São Paulo. O Estado de S.Paulo Oito de cada dez metros das Áreas de Preservação Permanentes já desmatadas às margens de rios e encostas de morros no País viraram pasto, mostra um retrato recente da ocupação das chamadas APPs, a parte mais estratégica e polêmica da reforma do Código Florestal, em debate no Congresso. A recuperação das APPs é o maior nó na reta final da negociação da reforma das regras de proteção do ambiente nas propriedades privadas. A tendência das negociações é reduzir ainda mais a exigência de recuperação de áreas ocupadas pelo agronegócio, em nova versão da reforma a ser apresentada amanhã. Estudo do professor da USP Gerd Sparoveck estima que 550 mil km2 nas APPs às margens de rios e encostas de morros foram desmatadas, de um total de 1,3 milhão de km2 de proteção da vegetação natural exigida pelo Código em vigor. Das áreas já desmatadas, 440 mil km2 são ocupados por pastagens, calcula o estudo. A extensão dos pastos em APPs corresponde a mais de 1,5 vez o território do Estado de São Paulo. "No melhor dos mundos, haverá a restauração da vegetação natural de 15% das Áreas de Preservação Permanentes desmatadas, não mais do que isso. Na pior dos mundos, nem isso será recuperado", calcula Sparoveck, cujas estimativas sobre desmatamento das áreas de proteção vêm subsidiando os debates do Código Florestal desde o início dos trabalhos do então relator na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do BSP), hoje ministro do Esporte. Os números são usados como referência tanto por ruralistas como por ambientalistas. Sparoveck sugere um programa de custo reduzido para recuperação das APPs, baseado em investimentos em cercas e bebedouros, sem prejuízo ao tamanho do rebanho, mas que exigiriam maior produtividade da pecuária brasileira. O estudo indica um porcentual menor de cultivo de grãos e alimentos que poderia ser atingido pela exigência de recuperação das APPs, entre 5% e 32%, nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No Cerrado, 20% das APPs desmatadas são ocupadas pela agricultura. Acordo. As negociações em curso, no entanto, vão em outra direção. Amanhã, o relator na Comissão de Meio Ambiente, senador Jorge Viana (PT-AC), apresenta uma nova tentativa de acordo, negociado com o relator nas Comissões de Ciência e Tecnologia e Agricultura, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Uma nova leva de concessões ao agronegócio tentará conter a oposição manifestada por líderes ruralistas. Proposta negociada com o governo prevê que proprietários de imóveis de 4 a 15 módulos rurais (de 20 a 1.500 hectares, dependendo Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 17 de 34 do município) também possam escapar da exigência de recuperar APPs, dependendo do aval dos conselhos estaduais de meio ambiente. A justificativa é beneficiar proprietários rurais que têm seus imóveis localizados quase integralmente nas áreas de proteção às margens de rios mais largos, como o Iguaçu e o São Francisco. O Estado apurou que a ideia é obrigar que proprietários de terras enquadrados nessa situação recuperem pelo menos 20% da vegetação natural em seus imóveis, desde que não estejam localizados no bioma Amazônia. Os benefícios eram previstos inicialmente apenas para pequenos agricultores. A nova versão de acordo para a votação da reforma do Código trará regras de recuperação das matas ciliares adaptadas à largura dos rios. Até aqui, o texto exigia a recuperação de pelo menos 15 metros às margens dos rios mais estreitos, com até 10 metros de largura. A redação, aprovada pela Câmara, foi questionada no Senado. O governo endossa novas concessões desde que elas se restrinjam a imóveis produtivos e única residência dos proprietários. A negociação no Congresso também prevê novas concessões para a produção de camarão e de sal em manguezais. Pressionado por setores de seu partido, o senador Luiz Henrique proporá a liberação das atividades instaladas em manguezais até 2010. O governo, por ora, é contra essa nova mudança de última hora. As negociações avançariam pelo fim de semana, na busca de um texto que reúna o os votos de deputados e senadores e garantam a sanção do futuro código florestal por Dilma Rousseff. Autor(es): Marta Salomon/BRASÍLIA. Fonte: O Estado de S. Paulo – 20/11/2011. http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/20/vegetacao-naturalvirou-pasto-em-80-das-areas-de-preservacao-permanente/?searchterm= RESERVAS INDÍGENAS CHEGAM A 13% DO TERRITÓRIO, MAS NÃO REDUZEM CONFLITOS De 2006 a 2010, o governo concluiu os processos demarcatórios de 35 terras indígenas no País e entregou aos índios um total de 8,9 milhões de hectares. No mesmo período, a Fundação Nacional do Índio (Funai) oficializou e pôs em andamento um conjunto de processos fundiários que pode acrescentar outros 3 milhões de hectares, o que elevaria as reservas a 13% do território nacional. Apesar disso, os conflitos da questão fundiária indígena aumentaram nesses cinco anos, revela um estudo que será lançado hoje. Segundo informa a publicação Povos Indígenas no Brasil 2006-2010, o que se viu nos últimos cinco anos foi o agravamento das tensões e conflitos. Na maior parte das Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 18 de 34 vezes, os problemas se devem à disputa pelo controle da terra com posseiros e fazendeiros. Mas também envolvem garimpo ilegal, avanço descontrolado de madeireiras e carvoarias e até tráfico de drogas. Há casos descritos pelo estudo em que há apoio ostensivo de líderes indígenas para a invasão das reservas, cooptados financeiramente por esses grupos. Tudo isso é agravado pelo desenvolvimento econômico do País. Grandes projetos de hidrelétricas, de novas rodovias e no setor do agronegócio estão em andamento na Amazônia Legal, onde se concentram 98,6% das terras indígenas do País. As terras homologadas e que se encontram em processo demarcatório atendem a boa parte das reivindicações dos 235 povos indígenas identificados no País. Fazem parte das 35 áreas com processo demarcatório concluído - equivalentes à soma dos Estados do Rio e do Espírito Santo - a emblemática Raposa Serra do Sol, em Roraima, com 1,7 milhão de hectares, cuja disputa chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF); e a Trombetas Mapuera, que se destaca pela extensão: 4 milhões de hectares distribuídos entre Roraima, Amazonas e Pará. Se os demais 3 milhões de hectares forem agregados às terras indígenas, a área protegida passará de 108 milhões para 111 milhões de hectares, o equivalente a 13% do território brasileiro. Casos críticos. Embora tenham significativa área demarcada, isso nem sempre garante proteção aos povos indígenas. Há regiões onde os índios não conseguem tomar posse das terras que, legalmente, pertencem a eles. Um exemplo é o dos índios guajás, no Maranhão: eles estão sendo obrigados a conviver com quase uma dezena de povoados, habitados por posseiros e espalhados pelos 116,5 mil hectares da terra Auá, que foi homologada e entregue àquele grupo indígena em 2005. Em Mato Grosso, na região de São Félix do Araguaia, os xavantes enfrentam situação mais difícil. Após tomarem posse da área de 165 mil hectares entregue a eles em 1998, foram expulsos por criadores de gado e produtores de soja e agora tentam reaver o território. Por enquanto, conseguiram reocupar apenas 10% da área. A publicação a ser lançada hoje foi planejada pela organização não governamental Instituto Socioambiental (ISA). É editada a cada cinco anos e conta com recursos provenientes do exterior. São citados como apoiadores a Embaixada da Noruega e a Cafod, agência católica de desenvolvimento, mantida com recursos do Reino Unido. Com 778 páginas, 166 artigos, uma seleção de notícias publicadas em jornais, fotos e mapas, oferece uma visão geral sobre a situação dos 817 mil índios que vivem no País, segundo dados do IBGE. Fiscalização. Uma das constatações preocupantes envolve a terra ianomâmi, com 9,5 milhões de hectares, entre Roraima e Amazonas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Segundo a antropóloga Fany Ricardo, coordenadora da publicação, a crise internacional provocou a valorização do ouro e, no rastro dela, uma incontrolável onda de invasões do garimpo ilegal na região. "Pelo fato de não dispor de estradas nem de muitos rios navegáveis, é uma terra difícil de fiscalizar", explica a antropóloga. Ainda segundo Fany, para conquistar apoio dos ianomâmis, garimpeiros distribuem armas de fogo entre os diferentes subgrupos indígenas da região. "Isso potencializa as tradicionais disputas que existem entre eles. Já se constatou que o número de mortos nesses conflitos aumentou." Na terra do Vale do Javari, com 8,5 milhões de hectares, na fronteira do Amazonas com o Peru, o maior problema é a precariedade dos serviços de saúde, que facilita o Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 19 de 34 avanço de uma hiperepidemia de hepatites B e D entre os índios. Em algumas aldeias, foram constatados índices de até 14% da população afetada, segundo análise do Centro de Trabalho Indigenista incluída na publicação. O índice aceitável pela Organização Mundial de Saúde é de 2%. "O Vale continua sendo palco de uma das maiores tragédias de assistência à saúde indígena no Brasil", diz a análise. Seus autores também observam que o drama não decorre da falta de verbas, mas sim de esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público, de interesses políticos locais e da falta de gestão competente dos recursos. O Estado de S. Paulo 21/11/2011, disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/21/reservas-indigenaschegam-a-13-do-territorio-mas-nao-reduzem-conflitos GOVERNO QUER MULTA MÁXIMA PARA CHEVRON Governo punirá em R$50 milhões petroleira que provocou vazamento de óleo no Rio O Ministério do Meio Ambiente deve anunciar hoje que a empresa Chevron receberá a multa máxima, de R$50 milhões, pelo dano ambiental causado pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. O valor tende a ser ainda maior dentro de algumas semanas, quando a apuração for concluída. Além do dano ambiental, a Chevron poderá ser multada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) por negligência na segurança da exploração de petróleo e novamente pelo Ibama, se ficar comprovado que deixou de cumprir alguma ação prevista no Plano de Emergência Individual (PEI) - uma das obrigações previstas no processo de licenciamento. A Chevron poderá acumular mais de três multas, cujo valor total ainda não foi calculado. Segundo especialistas em meio ambiente, entre eles o oceanógrafo David Zee, nomeado perito pela Polícia Federal para acompanhar o caso, uma multa de R$50 milhões seria, no entanto, insuficiente para inibir novos acidentes ambientais. Para as empresas, seria mais vantajoso pagar multa do que efetivamente ter um controle mais rígido sobre vazamentos. A Chevron, por exemplo, anunciou em 2009 investimentos de US$5 bilhões em uma década no Brasil. Só no Campo de Frade, são US$3 bilhões em sociedade com a Petrobras e a Frade Japão. Especialistas também alertam que o valor máximo da multa está defasado. O limite de R$50 milhões é o mesmo desde fevereiro de 1998, quando a lei de crimes ambientais foi aprovada no Congresso. Corrigido pela inflação, esse valor seria de R$116 milhões. Além das multas do Ibama e uma possível punição da ANP, a Chevron poderá ser obrigada a reparar os danos causados na biodiversidade e compensar pescadores do Norte fluminense, diz o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. Ele estimou ontem a reparação em mais de R$10 milhões. Mas ainda não há relatos de peixes mortos ou baleias contaminadas. - O acidente poderia ter sido evitado e merece resposta forte. É uma região rica em biodiversidade, como algas, plantas e micro-organismos que são base da cadeia Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 20 de 34 alimentar marinha - disse Minc, que vai pedir hoje o descredenciamento no Ibama da Transocean, empresa contratada para perfurar o poço no Campo de Frade, a mesma envolvida no vazamento de óleo do Golfo do México, em 2010. - É incompetente e muito pé frio. O delegado federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente da PF, acrescentou que, se ficar comprovada a negligência da companhia no caso, a Chevron pode ficar até cinco anos fora de licitações no Brasil. - Se houver indiciamento da pessoa jurídica, ou seja, se a questão for além da falha humana, as punições serão bem maiores do que R$50 milhões de multa - disse ele. Óleo continua vazando, diz ANP Passados 14 dias do início do vazamento, o petróleo continuava vazando em alguns pontos no Campo de Frade, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essa avaliação foi feita a partir de imagens submarinas captadas pelo ROV (sigla em inglês para veículo operado remotamente) no sábado e informações da Marinha, que monitorou 400 metros de fissuras ontem. Em entrevista a agências internacionais, o presidente da Chevron Brasil, George Buck, reconheceu ontem que o equivalente de dez barris (1.590 litros) a cem barris (15.900 litros) continua vazando das fissuras no solo marinho. Na última sexta-feira, a jornalistas brasileiros, o executivo dissera que o vazamento estava limitado ao equivalente a 18 barris. O poço que provocou o vazamento recebeu cimentação na quinta-feira passada para ser vedado e não estaria mais com vazamento de óleo, segundo a Chevron. Outras cinco etapas de cimentação devem ser concluídas nesta semana, estimou a ANP. Técnicos da agência embarcaram ontem na plataforma da Chevron para acompanhar as atividades de abandono do poço e coletar mais dados sobre o acidente. O volume total do vazamento, no entanto, segue com desencontro de informações. Na sexta-feira passada, a Chevron falou num volume total de 882 barris (ou 14 caminhõespipa) de petróleo. Já a ANP estimou entre 1.400 a 2.310 barris e a ONG americana SkyTruth avaliou o derrame num total muito superior, de 15 mil barris (quase 238 caminhões-pipa). Nesta semana, um novo relatório sobre o vazamento será entregue pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão do Governo do Estado, para a PF. Em sobrevoo realizado no sábado, os técnicos do Inea constataram uma redução do tamanho da mancha na Bacia de Campos. Segundo o delegado Scliar, é preciso averiguar se a redução da mancha constatada pelos técnicos foi possível pelo recolhimento do óleo pela Chevron considerado correto por especialistas - ou com um procedimento chamado dispersão mecânica, que consiste no jateamento de produtos sobre o óleo para afundá-lo no mar. No sábado, a Chevron negou que esteja usando areia para isso. - Não me importo se eles estão usando areia, pedra ou farinha de trigo, o que não pode é empurrar o óleo para baixo do tapete oceânico. É preciso recolher o óleo ou é uma espécie de fraude - disse. Em nota enviada ao GLOBO, a Chevron informou que tem recolhido o óleo desde o último dia 9 e que foram retirados cerca de 385 metros cúbicos de água oleosa. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 21 de 34 Ontem, a Marinha informou que devido ao mau tempo em Macaé não foi possível sobrevoar na Bacia de Campos para avaliar os trabalhos de redução da mancha. Uma nova tentativa de sobrevoo deve ser realizado entre hoje e amanhã. Empresa pode ser alvo de CPI Enquanto tenta resolver o problema no litoral fluminense, a Chevron terá de dar explicações ao Congresso Nacional. Se, na próxima quarta-feira, em audiência pública na Câmara, o presidente da empresa no Brasil, não convencer os deputados, o vazamento poderá ser objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Giovani Cherini (PDT-RS). Para a audiência, também foram convidados os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e de Minas e Energia, Edison Lobão; os presidentes da ANP, Haroldo Lima, e do Ibama, Curt Trennepohl; além de especialistas para esclarecer as causas do acidente. - Não queremos que aconteça no Brasil o mesmo que aconteceu no Golfo do México. Queremos que a sociedade conheça o assunto com transparência. Esperamos que todos venham à audiência e esclareçam tudo. Se isso não acontecer, chamamos uma CPI. Eu mesmo vou liderar o pedido de CPI - disse Cherini. Hoje, no Senado, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), também colocará em votação um requerimento para convocar representantes do governo e da empresa americana para explicarem o caso. O presidente do Ibama estará no Rio hoje para uma reunião com a ANP, que abriu investigação da conduta da empresa para controlar o acidente que provocou durante a exploração de petróleo. O órgão aguarda relatório da Chevron sobre as medidas que tomou para cumprir o PEI. Autor(es): agência o globo: Catarina Alencastro, Luiza Damé, Bruno Villas Bôas e Mariana Durão. Fonte: O Globo, 21/11/2011. Disponível em, http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/21/governo-quer-multamaxima-para-chevron PARA ESPECIALISTAS, ACIDENTE É ALERTA Analista defende legislação transparente e multa milionária a responsáveis Deveria servir como um alerta para o governo o acidente ambiental provocado, na última quarta-feira, pela Chevron Brasil, na Bacia de Campos, no litoral fluminense. O vazamento é, na opinião de Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), um sinal de que a indústria de petróleo é, por sua própria natureza, de "altíssimo risco ambiental". - Esse acidente deveria servir como um alerta, sobretudo para um governo que está investindo pesado na exploração do petróleo e caminhando para romper a barreira do Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 22 de 34 pré-sal - comentou Pires, defendendo que, mais do que nunca, o país deveria ter uma legislação ambiental transparente e que punisse, de fato, as empresas responsáveis por acidentes ambientais. O valor da multa cobrado pelo governo americano à British Petroleum (BP), responsável pelo mega-acidente no Golfo do México, em meados do ano passado, é, segundo Pires, emblemático: - O valor foi tão alto (US$75 milhões) que a BP foi obrigada a vender ativos para não quebrar. Deveríamos fazer o mesmo. O acidente da Chevron ocorreu às vésperas da passeata contra a redistribuição dos royalties do petróleo, reforçando a posição do governo fluminense de que o Estado do Rio e os demais produtores - diretamente afetados em casos de vazamentos - precisam garantir uma fatia maior na partilha da riqueza do petróleo. - Se o vazamento chegasse à costa, poderia prejudicar regiões do litoral de Campos, Macaé e Búzios. Mas não afetaria em nada regiões de estados como Mato Grosso, Rondônia e Piauí - disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante a passeata. Autor(es): agência o globo:Liana Melo O Globo - 16/11/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/16/para-especialistasacidente-e-alerta RELATOR TENTA ACORDO SOBRE CÓDIGO FLORESTAL Na última chance para mudanças no texto no Senado, Jorge Viana deixa de lado faixas mínimas de proteção BRASÍLIA. O relator do Código Florestal na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), apresenta hoje seu parecer sobre a batalha mais polêmica que se travou no Congresso este ano. Esta é a última chance para que o texto seja modificado, depois de ter sido votado na Câmara em maio e passado por outras três comissões no Senado: Constituição e Justiça, Agricultura e Ciência e Tecnologia. Objeto de tensos embates entre os dois lados, a definição de faixas mínimas de proteção a que todos os produtores rurais terão de obedecer - o que na maioria dos casos significa recuperar com mata nativa áreas desmatadas ilegalmente - não constará do texto de Jorge Viana. O problema ficará para o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), que apresentará emenda a ser votada separadamente. Parecer de Viana reduz área obrigatória de replantio O parecer de Viana traz apenas uma regra geral mínima: a de que, para rios de até 10 metros de largura, a faixa mínima obrigatória de recuperação é de 15 metros, uma Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 23 de 34 flexibilização da atual legislação, que diz que quem desmatou tem que replantar 100% da margem mínima da mata ciliar, ou seja, 30 metros. O texto de Viana dirá, ainda, que os estados, por meio de seus conselhos de meio ambiente, poderão definir que atividades e edificações situadas irregularmente nesses locais poderão ser legalizadas. Isso quer dizer que a produção que ficar estabelecida pelo estado como exceção estará liberada de cumprir a recomposição mínima estabelecida pelo código. Autor(es): agência o globo:Catarina Alencastro Fonte: O Globo – 21/11/2011, http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/21/relator-tenta-acordosobre-codigo-florestal GEOGRAFIA SAÚDE EXPERIÊNCIA DO NORDESTE PROMOVE CUIDADO NUTRICIONAL DAS GESTANTES O projeto Mãe Nutrida, desenvolvido no município de Pacatuba, no Ceará, foi criado em 2007, com o objetivo de promover ações de proteção às gestantes e bebês em situação de risco nutricional e social. Ele foi um dos agraciados com menção honrosa no prêmio Pró Equidade em Saúde promovido pelo CEPI-DSS, CONASEMS e Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Secretaria de Ação Social, através de sua coordenação de Vigilância Nutricional, implantou o cuidado às gestantes em risco, com monitoramento a partir do pré-natal. O projeto tem como objetivos principais a promoção da saúde e a redução da mortalidade infantil e materna. Buscando atingir tais objetivos, os órgãos planejaram estrategicamente ações de promoção da alimentação e redução da vulnerabilidade social. De início, foram identificadas 3.800 gestantes em risco nutricional através da realização da avaliação social, com monitoramento mensal de dados antropométricos de peso e altura e do acompanhamento pré-natal. Concomitantemente foram realizadas palestras e oficinas de culinária, com a distribuição mensal de kits nutricionais compostos por itens essenciais à alimentação das grávidas. Para participar das ações, as gestantes inscritas comprometeram-se a cumprir o aleitamento exclusivo e manter o acompanhamento da criança até o sexto mês de vida, como propõe o Mãe Nutrida. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 24 de 34 Com a identificação de Determinantes Sociais como baixa renda, moradia precária, participação em programas sociais, inexistência de lazer e convívio social, falta de conhecimento sobre os direitos e serviços ofertados, baixa escolaridade, baixa autoestima, risco nutricional, foi possível promover intervenções locais associadas às necessidades de cada área do município e à sua realidade. Desta forma, o monitoramento do estado de saúde e peso das grávidas, a orientação nutricional, as avaliações antropométricas, oficinas educativas e a distribuição dos kits nutricionais, soluções implementadas pelo projeto, se adequaram as necessidades locais. Após a implantação das estratégias de monitoramento, cuidado nutricional e orientação, os profissionais responsáveis pelo Mãe Nutrida observaram o aumento de 4.34 % de crianças em aleitamento materno exclusivo e a redução de 4.03 % de crianças com aleitamento misto, se comparados com números anteriores a sua implantação. Outros resultados positivos foram a redução de 2.18 % no índice de desnutrição de crianças de 1 à 2 anos, de 1.63 % em óbitos de crianças menores de 1 ano e de 3% no índice de crianças desnutridas menores de 2 anos. Esta experiência permanece em execução no município, atendendo as gestantes de acordo com a demanda local. Citação Bibliográfica Pimentel J. Experiência do nordeste promove cuidado nutricional das gestantes [artigo na internet]. 2011 Set [acesso em]. Disponível em: http://cmdss2011.org/site/?post_type=experiencias&p=3905&preview=true Autor: Jaqueline Pimentel é jornalista e especialista em Gestão Empresarial Conferência Mundial sobre determinantes sociais de saúde. Disponível em http://cmdss2011.org/site/experiencias/experiencia-do-nordeste-promove-cuidadonutricional-das-gestantes/ SANEAMENTO MODELO NO DISTRITO FEDERAL Levantamento do último censo revela que, em Brasília, 99% das residências têm sistema eficiente de coleta de esgoto. Índice representa uma queda de quase 70% no total de casas fora do padrão. As ruas sem asfalto e com esgoto a céu aberto eram motivo de vergonha e muito incômodo para a comerciante Maria José Vieira, 45 anos. Moradora da Vila Estrutural, ela conviveu com a falta de infraestrutura até 2009, quando o governo concluiu as obras de saneamento na região. O sistema de coleta de esgoto mudou a vida de dona Maria e dos moradores da cidade. "Antes, as ruas fediam o tempo todo e a gente vivia com medo de pegar doenças", conta. Por conta de obras como as realizadas na Estrutural, o Distrito Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 25 de 34 Federal ostenta o título de unidade da Federação com o menor percentual de domicílios com saneamento inadequado. Em Brasília, o índice de residências com sistema fora dos padrões foi de apenas 1%. Os dados fazem parte do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na última pesquisa, feita em 2000, esse percentual era de 3%, ou seja, houve uma queda de 67,8% no total de casas com esgoto a céu aberto ou despejado em locais impróprios. Em todos os demais estados brasileiros, caiu a quantidade de domicílios sem saneamento adequado. A média nacional de casas sem esgotamento sanitário ou acesso à coleta de lixo é de 8,1%. Há 10 anos, 14% dos domicílios estavam nessas condições. Dificuldades A redução foi ainda mais forte em algumas capitais, especialmente do Norte e do Nordeste, onde o número de domicílios com saneamento inadequado era alto. No Maranhão, por exemplo, 41,3% das casas não tinham esgotamento sanitário em 2000. O percentual ainda é muito alto, mas houve uma queda significativa: hoje, 23% dos domicílios estão em condição sanitária precária. Nesse quesito, Rondônia é o estado em pior situação. Lá, quase um quarto das casas não têm saneamento básico adequado. Pela metodologia do IBGE, é considerado domicílio com saneamento adequado aquele ligado à rede geral ou à fossa séptica. Também é observado se o local tem água oferecida pelos serviços oficiais de abastecimento e se o lixo é coletado pelos serviços de limpeza. Nas casas com sistema inadequado, o lixo é enterrado, queimado ou jogado em terrenos baldios. Nesses casos, o esgoto sanitário é escoado para fossas rudimentares, valas, rios, lagos ou para o mar. O economista Júlio Miragaya, diretor de Gestão de Informações da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, lembra que Brasília é uma área predominantemente urbana e que o território do DF é muito pequeno. Esses dois fatores, explica, contribuem para que o Distrito Federal seja a unidade da Federação com o menor índice de domicílios com saneamento inadequado. "A maior dificuldade é levar saneamento para áreas não urbanizadas, e a maioria da população do DF está na zona urbana. Por isso, quase todos os domicílios de Brasília têm saneamento", afirma. O presidente da Caesb, Célio Biavati, atribui o bom resultado do Distrito Federal aos investimentos realizados na última década. "Em 10 anos, o governo investiu R$ 1,3 bilhão em infraestrutura de água e esgoto. Nesse período, foram feitas 250 mil ligações novas de água e 150 mil ligações de esgoto", explica Biavati. Ele conta que os domicílios sem saneamento adequado estão principalmente em áreas rurais ou em novas invasões na zona urbana. "Existe um decreto que proíbe a Caesb de fazer ligações em ocupações recentes, para coibir as invasões de terra", justifica o presidente da Caesb. Investimentos A expansão do sistema de saneamento no DF deixou o brasiliense protegido contra uma série de doenças infectocontagiosas que podem levar à morte. O sanitarista Pedro Tauil, professor da Universidade de Brasília (UnB), avalia: "Os investimentos em saneamento básico, que compreende o abastecimento regular de água, a coleta de lixo, a Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 26 de 34 drenagem pluvial e a coleta de esgoto, melhoram significativamente os níveis de saúde da população e protegem contra várias doenças". Pedro Tauil, no entanto, lembra que ainda há muitas pessoas que vivem em áreas de invasão e favelas, onde o saneamento sempre é precário. "Mais de 20% da população brasileira estão nessa situação e sofrem com a falta de coleta de lixo e esgoto. Além disso, não adianta coletar o esgoto se não tratar adequadamente." O número de domicílios com saneamento é de 99%, mas 19% das residências do DF não têm rede de esgoto e usam sistema de fossa séptica ou outros métodos. O Censo mostrou que 641 domicílios não possuem nenhum sistema de esgotamento sanitário. Entre os brasilienses, 15% não são atendidos diretamente pelo serviço de limpeza, mas usam caçamba ou outros métodos. O grande desafio do poder público a partir de agora é fechar fossas sépticas construídas em local inadequado, especialmente próximo a poços artesianos. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que a maioria das casas do Distrito Federal está ligada à rede geral de abastecimento de água. Ao todo, 95% dos domicílios são abastecidos pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), e os 5% restantes ainda usam água de poços artesianos ou de nascentes. Um dos desafios para que todas as casas tenham esgoto sanitário no Brasil é o alto custo das obras. O professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília Geraldo Boaventura lembra que essa é uma obra de difícil execução e com pouca visibilidade política: "Executar essas obras é uma decisão política e demanda muitos recursos, mas a melhoria do saneamento é essencial." "No Entorno, os dados são o inverso", atenta. "Lá, ainda há muitos municípios que não são atendidos adequadamente. E, mesmo no Distrito Federal, há áreas que precisam de investimento para garantir o saneamento completo". O estudante Emanuel Macedo, 20 anos, mora na Quadra 4 da Vila Estrutural e lembra-se com tristeza da época em que a cidade não tinha rede de esgoto. "Quando chovia, era um horror. A lama ficava misturada com o esgoto e a cidade toda fedia muito. A construção do saneamento na Estrutural foi a melhor coisa que aconteceu", comenta. Água tratada O governo local capta água de cinco sistemas produtores diferentes, mas o principal deles é a Bacia do Descoberto. Além disso, há 10 estações de tratamento de água e 56 unidades de tratamento para cloração de poços. O DF tem ainda 6.469km de redes de distribuição de água, que atendem 774 domicílios, e 4.736km de redes coletoras de esgoto, além de 17 estações de tratamento. Autor(es): Helena Mader Correio Braziliense – 18/11/2011. Disponível em http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/18/saneamento-modelono-distrito-federal/?searchterm=saneamento%20b%C3%A1sico Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 27 de 34 HISTÓRIA BOA IMAGEM DO BRASIL NA ÁFRICA IMPULSIONA INVESTIMENTOS DO PAÍS LIBREVILLE — O Brasil está realizando importantes investimentos na África, onde é visto com simpatia por compartilhar parte de sua identidade cultural com o continente negro. O Brasil foi o convidado de honra do fórum de cooperação América do Sul-África (ASACOF) que foi realizado na quinta e nesta sexta-feira em Malabo (Guiné Equatorial) com a participação de 55 países, no qual o modelo ocidental de desenvolvimento foi criticado. A aproximação com a África recebeu um forte impulso durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que fez dez visitas ao continente. No mês passado, Dilma Rousseff visitou África do Sul, Moçambique e Angola e enviou o chanceler Antônio Patriota a Malabo. O Brasil deixou de ser aos olhos dos africanos um mero sinônimo de futebol e samba e se tornou um modelo de desenvolvimento. A Petrobras e a mineradora Vale são dois gigantes muito ativos na região. Em Moçambique, país lusófono, a Vale investiu 1,7 bilhão de dólares na mina de carvão de Moatiza (noroeste) e pretende investir mais 2 bilhões em outros projetos. Suas atividades empregam cerca de 10.000 pessoas, incluindo uma rede de empresas terceirizadas. No Gabão, a Vale ficou fora do projeto Belinga, uma grande jazida de ferro, mas ainda não se deu por vencida, já que a exploração concedida inicialmente a consórcios chineses foi suspensa por motivos atribuídos tanto à crise mundial como às dúvidas das autoridades do país. Muitas outras empresas menos conhecidas buscam oportunidades no continente africano em setores diversos, como o de obras públicas, o da indústria farmacêutica, o da aeronáutica e o de geração de energia. Entre seus argumentos se destacam a perícia técnica em condições semelhantes às da África, sejam climáticas ou humanas. Mas, para a África, o Brasil é antes de tudo um aliado que pode contrabalançar a influência de Europa e Estados Unidos. "Sou a favor de uma cooperação Sul-Sul, temos que trabalhar (juntos)", afirmou o chanceler nigeriano, Olugbenga Ashiru, no início do fórum de Malabo, na quinta-feira. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 28 de 34 "A influência e o dinamismo econômico do Brasil devem ser vistos como algo positivo. Brasil e China mostraram à África que o desenvolvimento é possível", destacou o ministro de Zonas Econômicas Especiais do Congo, Alain Akouala Atipault. "Até ontem, a África mantinha relações de cooperação apenas com as expotências colonizadoras. A emergência de China e Brasil oferece uma possibilidade de cooperação Sul-Sul. No Congo, estamos preparando o desenvolvimento de zonas econômicas especiais, e Brasil, China e Cingapura nos servirão de modelo", acrescentou. O presidente guineano, Alpha Condé, que esteve recentemente no Brasil, chegou à conclusão de que os africanos têm "muito a aprender com o Brasil em temas de agricultura e pesquisa". O embaixador de Burkina Faso em Brasília, Alain Jean Gustave Ilboudo, constata que "neste momento há uma dinâmica muito perceptível de interesse do Brasil pela África", com ampla mobilização de brasileiros em temáticas de origem africana. "Os brasileiros se sentem próximos da África, ao contrário dos chineses", ressalta. As relações conjugam projetos de investimento e trocas comerciais. O Brasil exporta açúcar para a Nigéria e é o terceiro maior importador de petróleo nigeriano, atrás dos Estados Unidos e da Índia. Também há consultas para a privatização da rede elétrica do gigante africano. O comércio entre Brasil e África saltou de 4,2 bilhões de dólares em 2000 para mais de 20 bilhões anuais em setembro passado, com exportações de 8,7 bilhões de dólares (principalmente bens manufaturados) e importações no valor de 11,6 bilhões (principalmente matérias-primas), segundo números oficiais brasileiros. Um alto funcionário senegalês considerou, no entanto, que Dilma parece dar menos atenção à África do que Lula. "Assim como o presidente Lula era internacionalista, ela parece mais ocupada com problemas internos", comentou. Copyright © 2011 AFP. Todos os direitos reservados. Disponívelem:http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5h2QEk70tG0yW1c7 WnSUl9dGAhlEw?docId=CNG.589be6cdcedd4fe347d3440b7d17abda.141 FÓRUM DE DIREITOS HUMANOS DA ONU CONDENARÁ SÍRIA, DIZEM FONTES GENEBRA (Reuters) - O principal fórum de direitos humanos da Organização das Nações Unidas condenará a Síria por crimes contra a humanidade em uma sessão de emergência na sexta-feira, disseram diplomatas europeus e árabes. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 29 de 34 A medida também deverá pressionar a China e a Rússia a adotarem uma postura mais forte contra o governo do presidente Bashar al-Assad, indicaram as fontes. Mais de 20 países integrantes apoiam uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos e que será anunciada na quarta-feira, acrescentaram. A terceira sessão do fórum de 47 membros sobre a Síria em oito meses foi convocada dias depois de que uma comissão de investigação da ONU dissera que forças de segurança sírias haviam cometido assassinatos, torturas e violações durante sua ofensiva contra os protestos pró-democracia. "Isso é em grande parte liderado pelo grupo árabe. Alguns embaixadores árabes estão ao menos tão preocupados como a União Europeia e os Estados Unidos, e possivelmente mais", disse à Reuters o embaixador britânico, Peter Gooderham. "Não há dúvidas de que a resolução vai ser muito contundente na reunião do Conselho na sextafeira ... tenta-se organizar a máxima pressão que o Conselho de Direitos Humanos pode aplicar", acrescentou. Um diplomata árabe, que pediu para não ser identificado, disse à Reuters: "o apoio árabe está aí, os três países do Conselho de Cooperação do Golfo que são membros do Conselho - Catar, Kuweit e Arábia Saudita- e Jordânia. Estou certo de que a Líbia também estará conosco." A Liga Árabe impôs no domingo sanções a Damasco por sua repressão, que matou mais de 3.500 pessoas desde março, incluindo 256 crianças, de acordo com a ONU. A UE atuou um dia depois, aumentando as dificuldades financeiras de Damasco. (Reportagem de Stephanie Nebehay) Terça-feira, 29 de novembro de 2011 21:15 BRST Disponível em: http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE7AS0D720111129 LAÇOS LATINOS DEPOIS DE SÉCULOS DE DESCONFIANÇA, O BRASIL E SEUS VIZINHOS HISPANO-AMERICANOS COMEÇAM A TRILHAR JUNTOS O CAMINHO DA INTEGRAÇÃO SOB O OLHAR ATENTO DOS EUA A massa imponente do Brasil – herança do expansionismo português, consagrado em 1750 pelo Tratado de Madri – sempre provocou desconfiança entre os seus vizinhos hispano-americanos. Consciente disso, José Bonifácio, ministro dos Negócios Estrangeiros do regente D. Pedro, tomou a iniciativa de despachar a Buenos Aires, em maio de 1822, um emissário para servir às relações do Brasil no Rio da Prata, considerado de grande importância estratégica pois consistia em porta de entrada para o interior do continente. O mesmo cuidado teve seu sucessor, o Visconde de Cachoeira, em 1824. Este instruiu seu representante no Prata a confirmar “que não só a política do gabinete brasileiro é americana e tem por objeto a sua independência de qualquer tutela europeia, mas que este Governo não desaprova nem maquina contra as instituições políticas que esses governos adotarem”. Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 30 de 34 A diferença entre os regimes políticos no continente marcou no século XIX as relações entre o império brasileiro, vinculado às dinastias europeias, e as repúblicas vizinhas, que tentavam construir um sistema avesso aos princípios aristocráticos aqui adotados. A política do Império oscilou entre as intervenções (no Prata) e o isolamento (em relação à maior parte das demais repúblicas). Isso, porém, não impediu Simon Bolívar de convidar o governo brasileiro a participar do congresso de 1826, no Panamá, destinado a discutir os problemas comuns e a traçar as bases de uma possível confederação entre os novos países independentes. O Brasil julgou melhor abster-se de comparecer, pelo temor de que fossem discutidas as formas de governo no continente. A aproximação com as repúblicas da região, por parte do Brasil, tomou impulso durante o período regencial (1831-1840). O Brasil não deveria se afastar do Velho Mundo, mas buscar igualmente estreitar as relações com as nações do hemisfério. O relacionamento do Brasil com os países vizinhos foi perturbado, no entanto, pela política de intervenções no Prata, em nome do equilíbrio político dos dois lados do rio. As marchas e contramarchas da diplomacia imperial eram justificadas pelos “desmandos” cometidos contra os interesses de brasileiros nesses países – roubo de gado nas coxilhas do Sul, por exemplo – e também pelas reclamações contra os caudilhos no poder. Quase não existiam motivos comerciais que pudessem justificar uma aproximação com as repúblicas hispânicas, sobretudo as da vertente amazônica e andina (Venezuela, GrãColômbia e Peru). Empenhado em preservar seus laços de integração com a Europa, o Brasil raramente aderiu às iniciativas “americanistas” empreendidas por essas repúblicas, como a convocação de conferências pan-americanas por ocasião de ameaças externas. Havia pouca unidade de propósitos entre os vários Estados em que se tinha dividido a região, como também eram escassas as possibilidades de cooperação entre regiões e países especializados em poucas matérias-primas. Depois do rompimento, em 1830, da federação da Grã-Colômbia, seguiu-se, em 1839, o das províncias unidas da América Central, que compreende hoje Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Nessa mesma época, a primeira guerra do Pacífico (1837-1839) opôs o Chile ao Peru e à Bolívia, então confederados. Na segunda metade do século, o continente foi abalado pelas guerras platinas (1851-52), pela guerra do Paraguai (1865-1870) e pela segunda guerra do Pacífico (18791883), opondo novamente o Chile ao Peru e à Bolívia. Na vertente econômica, as elites estavam divididas entre o livre-comércio, que seduzia os liberais, e a ideia protecionista, defendida por conservadores presos a uma ordem econômica tradicional. Outros encontros americanos foram realizados no final do século XIX – em Lima (1877-1879), em Caracas (1883) e em Montevidéu (1888-1889) – mas tiveram caráter basicamente jurídico. O isolamento brasileiro acentuou-se nessa época, em função do desastroso reconhecimento, em 1863, do regime fantoche que Napoleão III implantou no México, com a designação, como monarca, do infeliz arquiduque austríaco Maximiliano, depois fuzilado pelos nacionalistas mexicanos, bem como em função da guerra do Paraguai, que suscitou esforços de mediação entre os vizinhos. A aventura francesa no México, que resultou num completo desastre, abriu caminho para a ideia de uma “união latino-americana”, mas após a guerra civil nos Estados Unidos (1861-65), a nova potência do hemisfério setentrional deu início a um movimento de penetração econômica e comercial que desafiaria a hegemonia britânica em todo o Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 31 de 34 continente. Um projeto de canal transoceânico foi negociado com a Nicarágua desde 1849, ao mesmo tempo em que se fazem propostas à Nova Granada (Colômbia), com o mesmo objetivo. A expansão industrial e a nova retórica expansionista dos Estados Unidos confirmam que a política norte-americana não seria muito diferente da praticada pelas demais potências europeias, tornando os países da região reticentes a qualquer projeto de integração com o Gigante do Norte. A diplomacia imperial voltada para o velho continente, a despeito da crescente importância das repúblicas americanas nas relações externas, teria de equacionar os interesses reais do Brasil com o projeto de projeção internacional: se é certo que o fornecimento de produtos de consumo e de bens de produção e os capitais para a cobertura dos déficits provinham essencialmente da Grã-Bretanha, o grande mercado consumidor do principal produto de exportação, o café, situava-se nos Estados Unidos. As reuniões continentais se fariam, doravante, na capital do país mais importante do hemisfério. Enquanto as conferências hispânicas reuniam, se tanto, meia dúzia de representantes, os encontros de Washington passaram a juntar delegados de duas dezenas de países da região. A mudança era vista com simpatia no Brasil: os Estados Unidos tinham sido a primeira nação a reconhecer o novo Estado independente em 1824. Além disso, ao não ostentar a arrogância imperial da velha Inglaterra, gozavam de um indiscutível crédito político junto às elites brasileiras, que admiravam seu progresso industrial, e se tinham convertido, na segunda metade do século, num importante parceiro comercial. Na última década do século XIX, foi criado, por iniciativa dos Estados Unidos, um Escritório Comercial das Américas, embrião da futura União Pan-americana (1928) e, depois, em 1948, Organização dos Estados Americanos (OEA). A despeito da grande distância entre as pretensões iniciais dos Estados Unidos e de seus parcos resultados práticos, a nova entidade resultou da I Conferência Internacional Americana, realizada em Washington de outubro de 1889 a abril de 1890, tendo o Brasil nela ingressado como monarquia e terminado como república. Os Estados Unidos pretendiam criar uma união aduaneira para promover o intercâmbio hemisférico, dispondo inclusive de uma moeda comum. O governo imperial era reticente em relação a vários dos temas da conferência de Washington, em especial, já nessa época, no que se refere à possibilidade de abertura comercial e à propriedade intelectual. Algumas das razões para a oposição latino-americana aos projetos dos Estados Unidos se situavam no terreno econômico: além da superioridade industrial, havia o forte protecionismo agrícola, o que tornava ilusória qualquer zona de livre-comércio. Outras restrições eram de natureza política, como as intervenções dos Estados Unidos, para “proteger cidadãos e propriedades” no continente. A Argentina tinha fortes motivos para opor-se aos Estados Unidos por causa da competição nos mercados internacionais de produtos agrícolas, mostrando-se ainda contrária ao pan-americanismo, em virtude de sentir-se europeia e não americana. O projeto de um espaço econômico hemisférico começou, em todo caso, sua marcha secular. O novo regime instalado em 1889 no Brasil, contribuiu para reconciliar o país politicamente com os vizinhos hispano-americanos, introduzindo ainda princípios alternativos de política externa, como o pan-americanismo. Nas demais regiões cresciam as apreensões em relação à política expansionista dos Estados Unidos, reforçada a partir da guerra hispano-americana de 1898 – quando a Espanha se vê amputada de Cuba, de Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 32 de 34 Porto Rico e das Filipinas –, confirmada depois pelas ocupações e intervenções armadas no Caribe e na América Central. No Brasil, entretanto, o barão do Rio Branco, movido por uma concepção diplomática baseada no equilíbrio de poderes com a Argentina (de fato uma disputa pela hegemonia regional), operou, a partir de 1902, uma política de aproximação com os Estados Unidos. Logo em seguida o presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) proclamou seu “corolário” à doutrina Monroe, com o objetivo de justificar o papel de polícia que os Estados Unidos pretendiam impor a seu entorno geográfico imediato. Nas próximas décadas, o Brasil e a Argentina passaram a competir entre si para estabelecer com os Estados Unidos uma “relação especial” que sempre se revelou ilusória, esperando igualmente ostentar, na América do Sul, um “padrão de civilização” que os Estados Unidos e as potências europeias pretendiam exibir com exclusividade. Nova York emergiu como o grande centro financeiro para a região e, em breve, para o mundo. Este movimento foi reforçado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e no decorrer dos anos 1920, quando volumes importantes de investimento diretos passaram a ser carreados para o setor primário e para a indústria de transformação – como mineração, agricultura e processamento de alimentos – de quase todos os países da América Latina. Depois de inúmeras tentativas de se consagrar, no direito americano, o princípio da não-intervenção nos assuntos internos, os Estados Unidos finalmente concederam mudar a posição a partir do governo de Franklin D. Roosevelt (1933-1945), que proclamou a “política da boa vizinhança” e rejeitou os aspectos mais rudes da política anterior. A emergência dos regimes ditatoriais de Mussolini na Itália e de Hitler na Alemanha, que ameaçavam os equilíbrios regionais e a própria paz mundial, provocará novos esforços diplomáticos dos Estados Unidos em prol da “solidariedade hemisférica”. O movimento só seria consagrado na conferência interamericana do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942, que se seguiu ao ataque japonês à frota americana do Pacífico, em Pearl Harbor. Ainda assim houve uma importante deserção, a da Argentina, que se manteve simpática ao regime nazista até quase o momento de sua derrocada. Após a Segunda Guerra (1939-1945), as relações internacionais desses países continuaram a ser dominadas pelo gigante norte-americano, uma vez que o início do que se chamou Guerra Fria determinou uma nova ofensiva diplomática, acoplada a programas de cooperação militar, por parte dos Estados Unidos. Washington não atendeu, porém, aos reclamos desses países em favor de um “Plano Marshall” para a região, a exemplo do que os Estados Unidos faziam então, como ajuda, à Europa arrasada pela guerra. Brasil e Argentina continuaram a se opor em várias áreas, pelo menos até meados dos anos 50. Neste período, estimulados pelo processo europeu de integração, decidiram impulsionar um projeto similar na região. Resultou desse esforço o primeiro tratado de Montevidéu (1960), que criou a Associação Latino-Americana de Livre-Comércio, com sede na capital uruguaia. Ao mesmo tempo a revolução cubana (1959) passou a condicionar ainda mais a política americana para a região, pois o novo regime de inspiração socialista vem introduzir um aspecto novo no relacionamento hemisférico: o da possibilidade de rompimento com o campo ocidental e a adoção de uma via não capitalista de desenvolvimento. O cenário estava dado para a sucessão de golpes militares nos anos 60, em grande medida apoiados ou inspirados pelos Estados Unidos, o que reduziu as Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 33 de 34 possibilidades de avanços no processo de integração regional, embora permitindo uma cooperação entre os novos regimes ditatoriais na luta contra o “comunismo”. Foi este o caso da Operação Condor, programa informal de cooperação entre os exércitos e polícias políticas dos países do cone sul que consistiu, na maior parte das vezes, em troca de informações sobre seus respectivos opositores políticos e movimentos de guerrilha, mas que derivou, em algumas oportunidades, em assassinatos políticos e desaparecimentos, como ocorreu nos casos das ditaduras militares do Chile e da Argentina. Depois de décadas de afastamento, o Brasil e a Argentina, redemocratizados em meados dos anos 1980, retomaram o projeto integracionista, primeiro em escala bilateral, depois no âmbito sub-regional. O Mercosul surgiu em 1991, passando a ser visto, pela diplomacia brasileira, como base da integração sul-americana. A despeito da expansão do comércio intra-regional ao longo da década, de acordos de associação com outros países da região (Chile e Bolívia, em 1996; Peru, em 2003; Equador e Colômbia, em 2004) e da decisão política pela plena incorporação da Venezuela, no final de 2005, e possivelmente da Bolívia em 2006, o Mercosul continua a enfrentar dificuldades para firmar-se como união aduaneira. Os Estados Unidos, gigante hemisférico, exercem grande força de atração sobre quase todos os países. Primeiro pela possível extensão dos acordos do Nafta (Estados Unidos, Canadá e México) aos demais latino-americanos. Depois, a partir de 1994, pela proposta de uma área de livre comércio (Alca). E finalmente por uma rede de acordos bilaterais ou plurilaterais, extraindo concessões desses países em troca de promessas de acesso ao mercado americano. Como já tinha ocorrido há mais de um século, Brasil e Argentina continuam a manifestar relutância em relação à integração hemisférica, em virtude dos mesmos problemas antes detectados: a economia dominante pretende acesso irrestrito aos mercados latino-americanos, ao mesmo tempo em que não cogita desfazerse do seu próprio protecionismo agrícola. Uma Comunidade Sul-Americana de Nações, constituída por iniciativa do Brasil, passou a oferecer, a partir de dezembro de 2004, a possibilidade de consolidar a integração comercial por meio da coordenação política entre os chefes de Estado, mas a diplomacia brasileira continua a enfrentar dificuldades para concretizar esse projeto. A falta de “excedentes de poder” – basicamente, a capacidade de projetar forças estratégicas e oferecer recursos para cooperação – e a desconfiança dos demais países em relação a uma “liderança” não de todo consensual – evidenciada na oposição da Argentina e do México à pretensão de uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU – mantêem o status quo na região. E quanto à política dos Estados Unidos? Tudo indica que os governos americanos continuarão a ostentar sua tradicional “negligência benigna” em relação aos países da América do Sul. Autor: Paulo Roberto de Almeida,18/9/2007. Paulo Roberto de Almeida é doutor em ciências sociais, diplomata de carreira e autor de Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (Editora Senac, 2005). Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/lacos-latinos Informativo Nr 119 (3º/2011) – CP/ECEME 2011 Página 34 de 34 VOCÊ JÁ REDIGIU ESTA SEMANA? BOM ESTUDO! 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