MENSAGEM AO PSDB
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MENSAGEM AO PSDB
SOCIAL DEMOCRACIA EM AÇÃO INFORMÁTICA PSDB_CEN 1 PSDB - Comissão Executiva Nacional SCN Quadra 4 - Bloco B Torre C - Sala 303 Brasília - DF CEP 70.710-500 Tel. 061-322-0045 Internet: http://www.psdb.org.br E-mail: [email protected] Instituto Teotônio Vilela Senado Federal - Anexo I - 20º andar Brasília - DF CEP 70.165-900 Tel. 061-311-3566 Fax. 061-226-944 2 SOCIAL DEMOCRACIA EM AÇÃO O modo tucano de governar está mudando o Brasil Novembro de 1997 3 INSTITUTO TEOTÔNIO VILELA DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Senador Lúcio Alcântara Diretora de Pesquisas: Deputada Yeda Crusius Diretor de Formação e Aperfeiçoamento: Prof. Hermes Zanetti Diretor de Marketing Político e Eleitoral: Dr. Marlo Litwinski Diretor Financeiro: Dr. Odilon Ribeiro Coutinho 4 COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PSDB (Fundação do Partido 25/06/88) MEMBROS Presidente de Honra: Dep. Franco Montoro Presidente: Sen. Teotonio Vilela 1° Vice-Presidente: Dep. Arnaldo Madeira 2° Vice-Presidente: Dep. Carlos Mosconi 3° Vice-Presidente: Dep. Márcio Fortes Secretário-Geral: Dep. Arthur Virgílio Neto 1° Secretário: Dep. Ubiratan Aguiar 2° Secretário: Dr. José Lucena Dantas 1° Tesoureiro: Sen. Pedro Piva 2° Tesoureiro: Sen. Carlos Wilson VOGAIS 1. Gov. Albano Franco 2. Gov. Almir Gabriel 3. Gov. Eduardo Azeredo 4. Gov. Marcello Alencar 5. Gov. Mário Covas 6. Gov. Tasso Jereissati 7. Drª. Moema São Thiago LÍDERES Sen. Sérgio Machado Dep. Aécio Neves SUPLENTES 1. Dr. Francisco Urbano 2. Dep. Yeda Crusius 3. Dep. Jayme Santana 4. Sen. José Roberto Arruda 5. Dep. Roberto Santos 6. Dep. Jovair Arantes 7. Dr. Antônio Floriano Pereira Pesaro 5 COMPANHEIRO TUCANO, SAIBA COMO O GOVERNO DO PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ESTÁ TRANSFORMANDO EM REALIDADE O PROJETO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA 6 SUMÁRIO Mensagem ao PSDB.................................................... 9 Social Democracia em Ação........................................11 Realizações e Desafios Educação.....................................................................21 Saúde.......................................................................... 24 Investimentos sociais.................................................. 25 Habitação e Saneamento............................................ 27 Emprego, trabalho e renda.......................................... 29 Reforma agrária.......................................................... 32 Comunidade Solidária................................................. 33 Direitos Humanos e Cidadania.................................... 34 Economia.....................................................................34 Inserção na economia globalizada.............................. 36 Ajuste do sistema financeiro....................................... 38 Privatizações............................................................... 39 Agricultura.................................................................. 40 Brasil em Ação.............................................................42 Reformas constitucionais.............................................43 Gestão......................................................................... 45 Agradecimentos.......................................................... 48 7 8 MENSAGEM AO PSDB Companheiros Tucanos, Com a aproximação das eleições de 1998, ganha força a preparação do PSDB para chegar à vitória nas urnas de todo o País. Vamos mostrar as profundas transformações que ocorrem no País como resultado do projeto social-democrata comandado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Não são fatos isolados, são iniciativas integradas numa linha de ação que nós, tucanos, estamos conduzindo com competência e seriedade. Vamos mostrar que, apesar das dificuldades, o País está mudando para melhor. Na batalha eleitoral, nossas armas serão as realizações e a clara afirmação dos desafios do "novo mundo", que o PSDB sabe enfrentar como enfrentou a inflação. O PSDB vai se empenhar cada vez mais em prestar contas ao cidadão e demonstrar os avanços do Brasil em direção a uma sociedade mais justa. Nossos adversários tentarão nos atingir com discursos vazios e críticas improcedentes. Vamos tomar a iniciativa e provar, com dados concretos, o que está sendo feito e mostrar como continuaremos a seguir esta linha de ação. A presente publicação - “Social Democracia em Ação”, coordenada pela Comissão Executiva Nacional do PSDB e com o apoio do Instituto Teotônio Vilela - tem o objetivo de fornecer ao militante do PSDB informações sobre o desempenho do governo. Não pretendemos relacionar todos os programas nem detalhar a situação em cada setor. Queremos mostrar, por meio de exemplos, 9 que tornamos realidade o compromisso social-democrata de lutar por um Estado que atenda ao cidadão e não a grupos privilegiados. Cabe ao PSDB divulgar esta realidade, levá-la a todos os cantos do País, mas também é obrigação do militante acompanhar a ação do governo federal em sua região e comunicar a direção partidária sobre eventuais aperfeiçoamentos ou correções que sejam necessários. O Instituto Teotônio Vilela e a Executiva Nacional do PSDB estão à disposição dos tucanos que tiverem necessidade de mais informações sobre programas governamentais. Bem informado, o Partido informará melhor os eleitores. A divulgação de dados sobre o governo será decisiva para a vitória tucana em 98. Nossos objetivos são claros: reeleger o presidente Fernando Henrique Cardoso, vencer nos estados onde os governadores já são do PSDB e eleger novos governadores em outros locais. Outro objetivo estratégico da maior importância: o PSDB precisa aumentar fortemente sua presença nas Assembléias Legislativas e no Congresso Nacional para dar sustentação parlamentar ao projeto social-democrata que está em andamento. Os desafios estão colocados. Temos todas as condições - e o entusiasmo - para vencê-los. Vamos continuar mudando o Brasil! Senador Teotonio Vilela Filho Deputado Arthur Virgílio Neto Presidente Nacional do PSDB Secretário-Geral do PSDB Senador Lúcio Alcântara Presidente do Instituto Teotônio Vilela 10 SOCIAL DEMOCRACIA EM AÇÃO Com menos de dez anos de existência, o PSDB chegou ao comando do País e de vários estados de expressão. O mais importante, no entanto, foi o que aconteceu depois: o Partido está vencendo o desafio de formular e - principalmente - de implementar uma política social-democrata voltada para as características específicas do Brasil. Nossa tarefa agora é aprofundar o desenvolvimento deste modelo social-democrata brasileiro, que hoje dá rumo ao País. Está em curso um processo de profunda reforma na maneira de gerir as ações do Estado para atender de forma cada vez mais eficiente às justas demandas da sociedade. Em alguns setores, sem exagero, já se pode falar em “revolução”. É o modo tucano de governar: seriedade e competência no uso dos recursos arrecadados do cidadão. A ética política e administrativa orienta de forma muito clara esta conduta do PSDB desde sua fundação. Os diversos programas desenvolvidos em cada área do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso não acontecem por acaso. Fazem parte de um novo modelo, guiado pela certeza de que as graves injustiças sociais brasileiras somente serão combatidas com êxito se houver a integração estratégica das ações do Poder Público, além de Texto para discussão 11 uma aproximação cada vez maior com as iniciativas da sociedade civil. Quatro elementos são fundamentais para definir a ação social-democrata no Brasil: •O aprofundamento da democracia e da liberdade. •O princípio da igualdade de oportunidades. •A manutenção da estabilidade econômica e o crescimento sustentável do País, como meios para alcançar maior justiça social. •A descentralização do poder. São temas presentes em praticamente todos os discursos políticos. É muito fácil encontrar quem defenda ardorosamente a distribuição de renda, a participação da comunidade, o desenvolvimento econômico. Mas há uma distância enorme entre estas “juras” e a atuação do PSDB: a Social Democracia Brasileira está confirmando por meio de iniciativas concretas seu comprometimento com os princípios da justiça social, fator básico para a consolidação democrática. Neste sentido, fiel à linha de aprofundar a democracia brasileira, o PSDB reafirma seu compromisso com o Parlamentarismo, regime de programas, discutidos e definidos publicamente e que representará um passo importante para a Texto para discussão 12 consolidação do sistema partidário, o fortalecimento do Legislativo e o aperfeiçoamento do Executivo. ¾ Participação da sociedade Os programas do governo federal são marcados pela participação da comunidade na gestão dos serviços. A descentralização administrativa permite cada vez mais que conselhos formados por pessoas interessadas em determinado serviço público tenham palavra na tomada de decisões. O governo federal está fazendo um forte chamamento à participação da sociedade, ao aprofundamento da democracia em nosso País. Os governos estaduais e, principalmente, municipais recebem apoio federal para coordenar a busca de soluções de problemas que acontecem exatamente ali, nos municípios. O poder local tem as melhores condições de avaliar as necessidades da população e de organizar os serviços de atendimento. A centralização, pelo contrário, concorre para aumentar o desperdício e a ineficiência da máquina administrativa. Além da ênfase na democratização do processo de governo, a prioridade definida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a educação fundamental comprova o compromisso com a igualdade de oportunidades. Sem o Texto para discussão 13 ensino básico de qualidade, disponível para todos, não faz sentido falar em combate aos desequilíbrios sociais. Na mesma linha, as obras de saneamento básico em ritmo acelerado podem não ter maior apelo eleitoral, mas mantêm relação direta com a diminuição da mortalidade infantil, indicador social de enorme relevância. ¾ Nova realidade Na questão econômica está outro pilar da administração tucana. A inflação próxima a zero e o reordenamento do sistema produtivo brasileiro (concorrência, busca de produtividade) são as pedras de sustentação de um novo período de desenvolvimento. São bases estáveis, livres de mágicas e confiscos que destroem as esperanças do cidadão. O Brasil está entrando no quinto ano com índices inflacionários declinantes e, apesar de as taxas ainda não serem as ideais, continua em ritmo de crescimento econômico. O planejamento estratégico voltou a ser prioridade governamental. Pela primeira vez no Brasil, ocorre uma efetiva redistribuição de renda. Quem mais se beneficia desta nova realidade é o trabalhador de baixa renda: acabou o imposto inflacionário que derretia em poucos dias o salário de quem não tinha como Texto para discussão 14 recorrer ao socorro das aplicações financeiras. Com o Plano Real, 13 milhões de brasileiros venceram a barreira da pobreza, passaram a se alimentar melhor, entraram para o mercado de consumo. Como salientou o Presidente da República, nenhum outro plano de estabilização econômica no mundo incorporou tanta gente em tão pouco tempo. Estas pessoas, hoje, têm perspectivas. A eliminação do imposto inflacionário acabou por jogar luz em outros problemas nacionais, que permaneciam latentes diante de situações mais agudas como o descontrole dos preços e dos salários que evaporavam. Agora, a questão social surge com ênfase total. As pessoas se dão conta das dificuldades nesta área. E isto é bom para a cidadania. O PSDB, por sua vez, deve demonstrar que as demandas estão sendo respondidas. E nunca é demais insistir: com um nível inédito de participação comunitária. Não pretendemos minimizar a importância dos obstáculos que se levantam no caminho da economia brasileira. A instabilidade internacional, trazida pela crise financeira no novo ambiente mundial - a globalização -, exige medidas imediatas e corajosas, que o governo federal não hesitou nem hesitará em tomar para preservar a estabilidade. Mais uma prova de respeito à cidadania: seria cômodo evitar decisões impopulares por razões eleitoreiras, como sempre Texto para discussão 15 aconteceu no passado, mas o governo, com o apoio irrestrito do PSDB, age para preservar a estabilidade, patrimônio da sociedade. Não há sacrifício maior do que a volta da inflação e das incertezas na economia. O governo realiza um grande esforço para conseguir o equilíbrio fiscal e, assim, recuperar a condição de investimento do Estado brasileiro. As reformas constitucionais em discussão no Congresso Nacional assumem papel decisivo neste processo e precisam ser aprovadas o mais breve possível. O PSDB ressalta que sempre atuou com firmeza pela aprovação das reformas e continuará a fazê-lo. As reformas constitucionais, porém, não representam apenas medidas fiscais. São também avanços em direção à plena cidadania. Queremos um Estado que redirecione seus recursos para quem mais precisa deles, não para grupos privilegiados. ¾ Estado necessário Diante da nova realidade nos mais diversos setores da administração, fica claro que as posições do PSDB constituem as linhas-mestras da ação governamental. Os tucanos assumem com entusiasmo a responsabilidade de comandar as transformações que o País exige. Texto para discussão 16 Exatamente por estar consciente desta responsabilidade, o Partido lidera também a construção da maioria política que dá sustentação ao governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Nem sempre é confortável para o PSDB o esforço pela manutenção da maioria, mas predomina a fidelidade tucana ao objetivo maior de preservar e fortalecer o projeto social-democrata em curso. Ao contrário dos ideários políticos que pregam o Estado mínimo ou o Estado que tudo controla, nós, da Social Democracia Brasileira, estamos viabilizando o Estado necessário. É aquele que tem agilidade e eficiência para prestar serviços com qualidade ao cidadão. Esta ação tem cinco eixos bem definidos: •Refundar o Estado, no sentido de dar-lhe novas bases, de forma a concentrar suas ações nas áreas onde sua presença é essencial para assegurar o atendimento ao cidadão. •Reforma responsabilidade dos serviços pública: sociais educação, básicos saúde, de habitação, previdência básica, saneamento etc. Ações como a reforma previdenciária, a valorização do professor e a destinação de mais recursos para a saúde básica têm o objetivo de colocar os serviços à disposição de todos os brasileiros, melhorar a Texto para discussão 17 qualidade do atendimento, combater privilégios e eliminar desperdícios. •Ações estratégicas para criar melhores oportunidades de trabalho, obtenção de renda e requalificação profissional. Incluem a atração de investimentos, o incentivo à poupança, apoio a setores de mão-de-obra intensiva (desde que sejam competitivos), prioridade para a educação básica, iniciativas como o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda). •Na questão agrária, além da política de assentamentos, o governo desenvolve outros programas destinados a melhorar as condições de vida e trabalho no campo, como, por exemplo, o Programa de Agricultura Familiar (Pronaf). •Programas ágeis focalizados em populações, regiões e situações específicas de miséria. É a área de atuação do programa Comunidade Solidária e envolve também ações como a descentralização das iniciativas e a extinção da ineficiente LBA, símbolo da centralização e da má aplicação de recursos. Cabe, ainda, ressaltar que as ações implementadas pelo atual governo seguem fielmente as orientações do programa “Mãos à Obra”, do então candidato do PSDB à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso. Mais uma vez, fica demonstrado que a Social Democracia Brasileira Texto para discussão 18 não é levada pela força das circunstâncias, mas antes tem uma direção traçada. O Brasil hoje tem rumo e o PSDB desempenha papel decisivo nesta trajetória. Cada militante tucano deve se sentir co-responsável pelos avanços já conseguidos e, acima de tudo, pelo esforço no sentido de realizarmos muito mais. Texto para discussão 19 20 REALIZAÇÕES E DESAFIOS As ações relatadas a seguir referem-se a alguns dos principais programas do governo federal voltados para a área social. É preciso ressaltar que não se trata de uma lista completa, mas de exemplos de ações administrativas que representam o compromisso social-democrata. Cada uma destas iniciativas está diretamente ligada aos nossos princípios do exercício da democracia, da igualdade de oportunidades, do desenvolvimento com justiça social e da descentralização do poder. O objetivo do PSDB é continuar aperfeiçoando e ampliando estes programas. Para isto, as opiniões dos militantes tucanos em todo o Brasil são imprescindíveis. A direção nacional do Partido espera receber seus comentários. ¾ Educação A definição do ensino fundamental como prioridade do governo Fernando Henrique Cardoso tem relação direta com o princípio da igualdade de oportunidades e o exercício pleno da cidadania. O ensino fundamental atende a 34 milhões de alunos, sendo que 88,8% frequentam escolas públicas. Apesar do 21 expressivo aumento do número de matrículas nos últimos anos, ainda existem 2,7 milhões de crianças de 7 a 14 anos fora da escola, não por falta de vagas, mas pela inadequada distribuição e por situações específicas de desamparo. A ação do governo concentra-se em universalizar o acesso à escola e melhorar a qualidade do ensino. O problema principal não é criar mais vagas, já que elas ultrapassam a população nessa faixa etária, mas racionalizar sua distribuição. •O desafio consiste em dar condições ao aluno de chegar à escola, continuar estudando e obter sucesso nos estudos. Para viabilizar essa meta, foi criado o programa Toda Criança na Escola, com o objetivo de unir esforços dos governos da União, Estados e Municípios, além de organizações da sociedade civil, em favor da educação básica. •Com a aprovação do Congresso, foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, que promoverá, a partir de janeiro de 98, a redistribuição de recursos federais entre estados e municípios, de acordo com o número de alunos das respectivas redes. A distribuição destes recursos dará prioridade ao ensino fundamental. •O Fundo vai garantir aos professores das escolas públicas de Primeiro Grau um salário médio de R$ 300,00. •De acordo com o princípio de abrir cada vez mais a administração pública ao controle social, a fiscalização do uso 22 e da distribuição dos recursos será feita por conselhos formados por representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar. •O governo envia diretamente às escolas que têm Associações de Pais e Mestres ou equivalentes os recursos para a manutenção física das instituições. Em 97, R$ 300 milhões estão sendo distribuídos entre 60 mil unidades. •O Ministério da Educação mantém ainda programas de apoio ao ensino de jovens e adultos e está revitalizando o ensino técnico no País. •O Programa TV Escola instalou kits com televisão, videocassete e antenas parabólicas para recepção em 50 mil escolas, permitindo a realização de cursos de capacitação e aperfeiçoamento de professores. •O Programa Informática na Escola, em colaboração com os estados, prevê a instalação de 100 mil computadores em 6 mil escolas públicas até 98. •Por meio do Programa Nacional de Transporte Escolar, está sendo feito o repasse aos municípios dos recursos para a compra de veículos destinados ao transporte de crianças em locais de difícil acesso. •O “provão” mostrou a realidade do ensino universitário. A partir da análise objetiva dos cursos, já começam a surgir resultados de melhoria na qualidade do ensino. 23 ¾ Saúde Continua a ser uma das áreas mais preocupantes para a administração, mas os esforços estão sendo redobrados no sentido de universalizar e melhorar o atendimento. •Em 97, somente o governo federal deverá gastar R$ 19 bilhões em serviços de saúde, aumentando o gasto per capita para R$ 119,00, quase o dobro do verificado em 93. •O índice de mortalidade infantil continua a cair. Passou de 47,2/mil em 1990 para 40/mil em 95, segundo o IBGE. A queda da mortalidade também foi captada pela Pastoral da Criança da CNBB: passou de 41/mil em 92 para 17,6/mil em 96 entre crianças acompanhadas pela Pastoral. Entre 94 e 96, segundo dados do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, houve quedas de grande importância em áreas como o Ceará (queda de 42,9%), Paraíba (40,6%), Pernambuco (45,9%) e Bahia (52,2%). •A partir de 95, o governo estabeleceu o Programa de Redução da Mortalidade Infantil, integrando diversas ações relativas à assistência materno-infantil, à alimentação e à nutrição, à imunização e ao saneamento. Dos 913 municípios cobertos pelo programa, 77% já estão incluídos no Programa de Suplementação Alimentar "Leite é Saúde", que atende a 3 milhões de mães e filhos. 24 •Dentro de um novo modelo de atendimento ao cidadão, foram criados os programas de Equipes de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde. •O número de agentes já supera 50 mil, atendendo no local de moradia cerca de 26 milhões de pessoas. •Até o final de 98, serão 3.500 equipes, atendendo a 3,5 milhões de famílias com diferentes especialidades médicas. O objetivo é levar o serviço de saúde à casa das pessoas e dar prioridade à saúde preventiva. •O governo está promovendo a Gestão Plena dos serviços de saúde num universo de 700 municípios de grande e médio porte, beneficiando diretamente 65 milhões de pessoas. Estes municípios, ao assumirem a gestão plena, passam a ser responsáveis pelos recursos e por todas as ações e serviços de saúde. A gestão centralizada favorece o desperdício e a má qualidade do atendimento. •O programa Reforsus está financiando a conclusão, ampliação e reequipamento de mil postos de saúde, 50 hospitais, 27 laboratórios e 70 hemocentros. Em 97, serão gastos R$ 195 milhões neste projeto. •Os Conselhos de Saúde fiscalizam a correta aplicação do dinheiro público. O governo reverteu a situação em que a Saúde, no Brasil, era permeada por irregularidades e desperdícios. 25 •O governo federal estimula a parceria do Ministério da Saúde com órgãos estaduais e municipais como forma de integrar esforços nesta que é uma das mais urgentes questões sociais do Brasil. ¾ Investimentos sociais O sistema geral de proteção social no Brasil não gasta pouco: 21% do PIB. Inclui previdência social, saúde, educação, habitação, saneamento, assistência social, reforma agrária, alimentação e trabalho. Os gastos em outros países, em porcentagem do PIB: Argentina (18,3%), México (13,1%), Costa Rica (20,8%) e Chile (13,4%). O problema, portanto, é a qualidade do gasto, mas está havendo uma enorme transformação nesta questão. Além dos programas de investimento social em áreas como educação, saúde e saneamento, por exemplo, existem iniciativas para ajudar a minimizar situações específicas. •Em decorrência do esforço de reorganização das contas públicas, o governo conseguiu aumentar seus gastos sociais em 27%, em termos reais, desde o lançamento do real. O importante, como tem reafirmado o Presidente Fernando Henrique, não é apenas gastar mais, mas sim gastar melhor. •A Lei Orgânica de Assistência Social, sancionada pelo Presidente, determina o pagamento de um salário mínimo por 26 mês para idosos e deficientes carentes. São cerca de 500 mil pessoas que recebem esta renda mínima. •Mudou o perfil do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco deixou de ser o financiador de grandes empreendimentos e o pronto-socorro de indústrias quebradas. Agora, financia setores estratégicos e está entrando na área social, com ênfase no financiamento de pequenos empreendimentos. ¾ Habitação e Saneamento Saneamento básico significa melhores condições de saúde e higiene, com reflexos, por exemplo, no combate à mortalidade infantil. É requisito essencial para o bom desenvolvimento de projetos sociais em geral. •Os programas de habitação e saneamento do atual governo já geraram 400 mil empregos. •Nos quatro anos do governo Fernando Henrique Cardoso serão investidos R$ 7,6 bilhões em saneamento. São 2,7 mil obras em 2,2 mil municípios. Até dezembro de 98, todas os 32 milhões de moradias urbanas no País terão abastecimento de água. 27 •Em habitação, até o final de 98, serão investidos R$ 9,5 bilhões. Os diversos programas habitacionais do governo federal vão beneficiar 2,4 milhões de famílias. •O governo tem estimulado a cooperação entre o Poder Público, a iniciativa privada e as organizações da sociedade civil no desenvolvimento de sua política urbana. •Na habitação, o governo federal inaugurou um novo conceito ao levar em conta não apenas o acesso à edificação, mas também aspectos como infra-estrutura, localização, segurança jurídica, equipamentos urbanos etc. •O PSDB empenhou-se na aprovação, pelo Congresso, do novo Sistema Financeiro Imobiliário, que vai agilizar a liberação de recursos para o setor. •As vendas de cimento cresceram de 26 milhões de toneladas para 35 milhões de toneladas, sendo que 60% deste total se destinaram a pequenos consumidores. Foram as construções individuais e as reformas que deram o impulso às vendas. •Outra linha de ação refere-se ao financiamento direto ao cidadão para aquisição da casa própria com a Carta de Crédito Individual e Associativa. •Sempre de acordo com a política geral de descentralização e controle social, estão funcionando as Instâncias Colegiadas, formadas por representantes dos governos estaduais, municipais e entidades da sociedade civil. 28 A função destes órgãos é selecionar a hierarquizar as propostas de operações de crédito feitas com recursos do FGTS. ¾ Emprego, trabalho e renda A globalização e as mudanças no sistema produtivo brasileiro impõem a necessidade de ações prioritárias e urgentes do Poder Público em relação ao emprego, às oportunidades de trabalho e à geração de renda. O governo federal traçou quatro linhas de atuação: incentivo a setores de mão-de-obra intensiva, desde que sejam setores competitivos; incentivo a micro e pequenos empreendimentos; programas de treinamento e qualificação do trabalhador; fortalecimento da negociação coletiva entre empregados e empregadores, inclusive considerando a Medida Provisória que possibilita a participação dos trabalhadores nos resultados das empresas. Além destas prioridades, existem outras ações que devem ser desenvolvidas no sentido de aumentar as ofertas de trabalho: agricultura familiar, cooperativas e associações similares, construção de habitações, turismo regional e municipal e medidas de defesa do meio-ambiente. 29 O PSDB defende ainda que se dê atenção especial a iniciativas geradoras de emprego surgidas no âmbito municipal. Considerando-se a metodologia da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice de desemprego no Brasil é de 6%, metade do registrado na França, um terço do índice da Espanha e o equivalente aos Estados Unidos e Inglaterra. A imprensa mostrou recentemente que mais de 300 mil empregos foram gerados no País, com grande predominância de abertura de postos de trabalho fora dos maiores centros urbanos. O problema do desemprego está concentrado nos grandes aglomerados urbanos, como São Paulo. A transferência de empresas para outras regiões e as mudanças tecnológicas têm forte influência sobre este quadro. As taxas nacionais de desemprego têm se mantido estáveis desde o início dos anos 90, o que desmente os argumentos de que o Plano Real piorou a situação. •O governo federal e o PSDB buscam fórmulas para flexibilizar as regras do mercado de trabalho e, assim, facilitar as contratações. Alternativas como a terceirização e o contrato temporário de trabalho não representam necessariamente pior qualidade de emprego. Pelo contrário, pessoas que optam por modelos novos de oportunidades de trabalho têm conseguido resultados acima dos esperados. 30 •No âmbito do Programa Brasil em Ação, está prevista até o final de 98 a qualificação ou requalificação profissional de 4,3 milhões de pessoas. •O Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) está aplicando R$ 2,1 bilhões em 97/98 no crédito a micro empresas urbanas e rurais. A meta é gerar 338 mil empregos. •O Proemprego, com gastos previstos de R$ 9 bilhões entre 96 e 98, apóia projetos de investimentos em infraestrutura visando ao aumento das oportunidades de emprego e à melhoria das condições de vida da população. •O seguro-desemprego beneficia 4 milhões de pessoas/ano, com valor médio de 1,5 salário mínimo. •Um dos pontos de honra da Social Democracia Brasileira é a erradicação do trabalho infantil, escravo e degradante. Nesta linha, o governo criou o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado. Trata-se de uma organização interministerial que desenvolve ações no combate a estas práticas inaceitáveis. 31 ¾ Reforma agrária •Em dois anos e dez meses do governo Fernando Henrique Cardoso, foram desapropriados 4,5 milhões de hectares ou 45 mil quilômetros quadrados. Trata-se do recorde em reforma agrária no Brasil. •Nestas terras foram assentadas 155 mil famílias em projetos do Incra. •Esta área desapropriada corresponde ao tamanho da Holanda ou da Bélgica, ou ainda ao Estado do Rio de Janeiro. •O Programa de Assentamento de Trabalhadores Rurais tem o objetivo de assegurar terra para 280 mil famílias até o final de 98. Além dos assentamentos, a política do governo neste setor tem procurado dar ênfase a outros programas que melhorem as condições de vida no campo. •Pode-se dizer que nenhum governo fez tanto pela reforma agrária quanto o atual. Não somente na quantidade de terra desapropriada e no número de famílias assentadas, mas também na modernização radical da legislação. O Imposto Territorial Rural foi reformulado para combater a sonegação e foi aprovado o rito sumário, que desburocratiza a ação judicial de desapropriação. •O Projeto Lumiar dá assistência técnica aos assentados para viabilizar a permanência na terra. O Projeto Roda Viva, com apoio de diversos órgãos do governo e da 32 ONU, leva aos assentados conhecimentos tecnológicos voltados para a melhoria da qualidade de vida no campo. O Projeto Casulo dá ênfase à unidade produtiva familiar e busca propiciar condições de retorno ao campo de trabalhadores rurais que vivem em condições de miséria na periferia das cidades. •Realizado por 1,8 mil estudantes universitários, o Primeiro Censo da Reforma Agrária fornece dados para o aprimoramento da ação governamental neste setor. ¾ Comunidade Solidária. •Convencido de que o combate à fome e à miséria não necessitava de novos programas, mas sim da convergência das ações já existentes nos diferentes ministérios, o governo instituiu o programa Comunidade Solidária, com o objetivo de identificar e coordenar estes programas. • O Comunidade Solidária tem também o objetivo de mobilizar a sociedade civil para o combate à miséria. •Em 97, as ações do programa Comunidade Solidária estão presentes em 1.367 municípios, selecionados por apresentarem as mais elevadas taxas de pobreza do País. 33 ¾ Direitos Humanos e Cidadania Este tópico aborda uma das ações mais emblemáticas da Social Democracia Brasileira: a definição dos direitos humanos como elemento orientador do exercício do poder. •Este é o governo que instituiu o Programa Nacional de Direitos Humanos, elogiado no País e no exterior; que promove ampla campanha pelo desarmamento da população; que age com decisão e respeito aos demais Poderes na busca de punição para quem atenta contra os direitos humanos; que, de forma inédita, reconheceu a responsabilidade do Estado na questão dos desaparecidos políticos; que sancionou o novo Código Nacional de Trânsito, transformando em criminosos os motoristas que matam e ferem. Enfim, que dedicou-se inteiramente a respeitar a plena cidadania. ¾ Economia O Brasil vive um momento econômico dos mais delicados. Medidas duras precisaram ser tomadas para assegurar a estabilidade econômica e manter a conquista da moeda forte. O governo agiu de maneira corajosa diante da 34 crise das bolsas, exatamente para preservar uma série de avanços conseguidos a partir da implantação do Plano Real. A atual taxa de inflação é de aproximadamente 5% ao ano - a mesma taxa de quatro dias no período anterior ao real. A inflação baixa permite maior eficiência da economia, recupera a importância do planejamento, acaba com o imposto inflacionário e cria clima propício a investimentos nacionais e estrangeiros. O Brasil vem crescendo anualmente a taxas em torno de 4%. O atual quadro econômico indica um provável desaquecimento, mas não se prevê recessão. Seria fácil - e eleitoreiro - aquecer a economia com aumento de gastos públicos, endividamento e liberação do crédito, mas seria irresponsável. Seria decretar o fim da estabilização em pouco tempo. Para que haja maior crescimento sem a recaída inflacionária, é preciso fazer as reformas estruturais do Estado brasileiro. Somente com o equilíbrio fiscal - prioridade absoluta do governo federal - teremos crescimento sustentável. •Nunca é demais lembrar que, com o Plano Real, melhoraram todos os indicadores de condição de vida. •O preço da cesta básica aumentou menos de 5% desde a implantação do real. No mesmo período, a renda real média do trabalhador cresceu 22%. 35 •O comércio com os países do Mercosul triplicou desde 1991. •Em 97, o Brasil deverá receber cerca de U$ 16 bilhões em investimentos externos diretos. •Está havendo uma desconcentração regional dos investimentos no País. Fábricas e empresas estão deixando de dar prioridade aos grandes centros urbanos no momento de escolher locais para se instalar. Este movimento traz efeitos positivos para a diminuição das desigualdades regionais e para a melhoria da renda do interior. •A renda per capita caiu 5% entre 81 e 93; em apenas três anos (94 a 96), cresceu 9%. ¾ Inserção na economia globalizada Apoiada nos avanços tecnológicos, a globalização é um fato inegável. Ser contra esta realidade equivale a ser contra um fenômeno meteorológico como o "El Niño": simplesmente não tem efeito. Mas isto não significa que não haja uma estratégia para conviver e prosperar com a globalização. O Brasil deve identificar os elementos positivos da globalização e desenvolvê-los em seu proveito. Ao mesmo tempo, precisa conhecer claramente os aspectos negativos e implementar 36 mecanismos que os minimizem. Trata-se de encarar a questão de forma pragmática. O governo federal tem agido no sentido de inserir o Brasil de forma ativa no contexto econômico mundial. No caso da instabilidade dos mercados internacionais - que atingiu também o Brasil - o governo tomou medidas corajosas, como o aumento temporário dos juros para evitar a fuga de recursos do País. O objetivo é deixar claro aos agentes econômicos nacionais e estrangeiros que o real e a estabilidade têm plenas condições de resistir aos abalos. O governo do PSDB renunciou ao mecanismo de financiar o desenvolvimento com a emissão inflacionária de dinheiro. Por isso, a entrada dos capitais internacionais é uma componente importante da economia brasileira, principalmente durante o período de transição até a conclusão das reformas e o reordenamento da economia. •No que se refere à balança comercial, o ano de 97 terminará com um déficit abaixo do previsto. O governo incentiva as exportações, especialmente das pequenas e médias empresas, um esforço que depende também da iniciativa privada brasileira. 37 ¾ Ajuste do sistema financeiro Uma das críticas mais comuns - e equivocadas - à política econômica repete incansavelmente o refrão que o governo “dá dinheiro a banqueiros falidos”. É um argumento de apelo fácil e precisa ser combatido com dados concretos. O fim da inflação expôs as mazelas do sistema financeiro. Muitas instituições conseguiram fazer seus próprios ajustes, mas outras, corroídas por problemas administrativos e legais, tiveram suas dificuldades agravadas. •O governo criou o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer). Através deste programa, o governo empresta - não “dá” - dinheiro para socorrer instituições com problemas de liquidez. O objetivo não é proteger este ou aquele banco, mas evitar quebras que prejudicariam milhões de correntistas e poupadores em todo o País, que poderiam perder todas as suas economias e que agora passam a dispor de um seguro, ao contrário do que acontecia no passado. •Também é comum ouvir que o Proer retira dinheiro da área social. Errado. Os recursos do Proer não vêm do Tesouro. Têm origem nos depósitos compulsórios das próprias instituições financeiras junto ao Banco Central. Não poderiam, portanto, ser usados para cobrir gastos do governo. 38 •De forma inédita, banqueiros e administradores estão sendo punidos e seus bens serão usados na restituição de recursos dentro do Proer. •A recente crise internacional comprovou a importância do Proer para a economia brasileira. O sistema financeiro e todos os seus correntistas e poupadores atravessaram sem sobressaltos a crise que abalou o sistema financeiro de outros países. •O Proer fortalece e acelera o trabalho do Banco Central na sua função fiscalizadora e no seu papel de guardião da moeda. •Em resumo: o Proer foi criado para proteger os consumidores e assegurar o equilíbrio do sistema financeiro nacional. ¾ Privatizações O programa de privatizações integra o plano mais amplo de refundar o Estado brasileiro, retirando-o de onde ele não é necessário ou eficiente e voltando suas energias para o cidadão. •O programa de privatizações ganhou novo impulso após o Plano Real. Até 98, a expectativa é gerar recursos da ordem de até R$ 80 bilhões. 39 •Com a privatização da Cia. Vale do Rio Doce concluiuse a venda para a iniciativa privada das empresas industriais. Inicia-se agora uma nova fase, cujo foco é a privatização de empresas ligadas à infra-estrutura e à concessão de serviços públicos. Vale registrar o trabalho excepcional desenvolvido pelo Ministério das Comunicações na coordenação da privatização do setor de telecomunicações. •As empresas já privatizadas têm demonstrado significativos incrementos de produção, produtividade e lucro. •A privatização ajuda a abater a dívida pública e, assim, libera para investimentos sociais os recursos antes destinados ao pagamento de juros. •Os recursos provenientes do programa também estão sendo utilizados na área social. Cerca de R$ 500 milhões da Banda B da telefonia celular foram repassados para o programa Toda Criança na Escola. ¾ Agricultura •Ciente do potencial gerador de empregos neste setor, o governo federal tem dado prioridade ao desenvolvimento da agricultura familiar. Criou o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com gastos previstos de R$ 1 bilhão em 97. A meta é beneficiar 600 mil 40 famílias, melhorando a produtividade e a renda no campo. Este programa é realizado por meio de parceria entre os governos federal, estaduais, municipais e a iniciativa privada. •Mesmo os pequenos agricultores que não conseguem atender às exigências do Pronaf têm uma alternativa: o BB Rural Rápido, uma espécie de cheque especial para o agricultor familiar. •Várias medidas foram tomadas no sentido de solucionar o grave problema do endividamento dos produtores. Também foi ampliado o acesso a novos créditos, inclusive externos. •A produção média de grãos nos primeiros três anos do real atingiu cerca de 78 milhões de toneladas, um avanço de 10% sobre os três anos anteriores. Hoje, a safra está consolidada no patamar próximo a 80 milhões de toneladas. •Na área tributária, destaca-se a desoneração dos ICMS nas exportações agrícolas, representando um ganho potencial de rentabilidade da ordem de 13% para os produtos básicos e de 6% para os semi-elaborados. •Foram ampliados os recursos para o financiamento da safra 97/98, totalizando R$ 8,5 bilhões. •As melhorias na infra-estrutura também são fundamentais para a agricultura. A privatização das ferrovias e as novas rotas de escoamento através das hidrovias permitem ganhos de eficiência e atraem novos investimentos. 41 ¾ Brasil em Ação •O Programa Brasil em Ação, lançado em agosto de 96 pelo Presidente da República, abrange 42 empreendimentos prioritários (26 de infra-estrutura e 16 de desenvolvimento social). O objetivo é aumentar a competitividade internacional do País, reduzir as disparidades sociais e regionais e abrir novas áreas de desenvolvimento. •O Presidente acompanha pessoalmente o desenvolvimento dos programas. •Um novo modelo gerencial assegura redução de custos e cumprimento de metas destes programas estratégicos para o desenvolvimento do Brasil. •Estão previstos gastos de R$ 65,2 bilhões em 97/98. Além de fontes orçamentárias, o programa conta com recursos do setor privado, de fundos, como o FGTS e o FAT, das estatais, dos estados e municípios, além de financiamentos externos. •O Brasil em Ação inclui programas nas áreas de transportes, energia, irrigação, reforma agrária, saúde, educação, saneamento, habitação e geração de empregos. 42 ¾ Reformas constitucionais O governo federal e sua base de sustentação no Congresso Nacional já obtiveram avanços muito importantes no processo de alteração da estrutura do Estado brasileiro. Resta, no entanto, refundar verdadeiramente o Estado. Nunca é demais insistir que nosso objetivo é produzir serviços de qualidade para o cidadão e, ao mesmo tempo, criar mecanismos de financiamento do desenvolvimento, que não sejam os tradicionais processos baseados na inflação. Com isto, será possível tornar o País cada vez menos dependente do financiamento externo. Alterações decisivas já foram aprovadas: quebraram-se os monopólios estatais na indústria do petróleo e das telecomunicações. Abriu-se um novo ciclo de investimentos nestes setores e instituiu-se um novo modelo de gestão. Para realizar esta refundação do Estado, é indispensável aprofundar as reformas constitucionais que tramitam no Congresso Nacional. O PSDB tem o compromisso de lutar para que as emendas sejam aprovadas pelos parlamentares o mais breve possível. A urgência das reformas ficou ainda mais evidente com os reflexos da crise financeira internacional sobre o Brasil. •Quatro reformas indispensáveis estão em debate no Congresso: 43 Previdenciária: o objetivo é criar um modelo autofiananciável, sustentável ao longo do tempo e que promova a poupança interna como instrumento de desenvolvimento. É preciso também, dentro da linha de ação ética que marca o PSDB, acabar com os privilégios em alguns setores do serviço público. Hoje, os aposentados pelo INSS (setor privado) recebem em média R$ 200,00, enquanto no setor público esta média chega a R$ 2 mil. Outro dado: os 17 milhões de aposentados pelo INSS recebem por ano cerca de 40 bilhões, valor equivalente ao consumido por 3 milhões de aposentados no serviço público federal, estadual e municipal. O atual modelo previdenciário está inviabilizado. Mecanismos que permitem, por exemplo, aposentadorias precoces e benefícios sem contribuição equivalente precisam ser eliminados, em respeito aos direitos de toda a sociedade. Administrativa: é decisiva para melhorar o atendimento ao cidadão. Além disto, o governo federal, estados e municípios precisam de instrumentos para se adequarem à legislação que estabelece o teto de gastos com funcionalismo em 60% da arrecadação. A quebra da estabilidade subordinada à avaliação de desempenho - e o estabelecimento de tetos salariais são fundamentais. O projeto prevê também a valorização das carreiras de Estado e dos bons profissionais, através de gratificações por desempenho. 44 Tributária: por ser a reforma que trata do redesenho do pacto federativo, avançou em vários pontos, como a criação do Simples (sistema de impostos para microempresas), da desoneração das exportações, do Fundo de Estabilização Fiscal e das mudanças no Imposto de Renda de Pessoas Físicas e Jurídicas. É importante que se promova a redistribuição dos tributos e da responsabilidade pelos gastos entre União, Estados e Municípios.. Política: é a reforma que vai aperfeiçoar o exercício da democracia participativa e pluralista. É importante destacar que as reformas não representam apenas mecanismos fiscais, mas, sobretudo, traduzem o respeito à cidadania, ao princípio da igualdade e ao combate às injustiças. ¾ Gestão Uma das bases da administração social-democrata está na descentralização e na democratização, traduzida na participação da comunidade. O governo Fernando Henrique está alterando profundamente o modelo de gestão pública. O processo está avançado em áreas como educação, saúde, habitação, saneamento, geração de emprego e renda e 45 assistência social. O objetivo, no momento, é criar condições para descentralizar as decisões na política fundiária. Pela primeira vez, um governo central abre mão de poder em favor dos níveis locais de administração. O governo federal está também ordenando a descentralização iniciada com a Constituição de 88. •Conselhos estaduais e municipais, formados por representantes dos governos locais e de entidades da sociedade civil, decidem como e onde aplicar recursos federais. Este novo modelo transfere poder e atribuições, melhorando a eficiência e a transparência do processo. •O governo promove ainda uma total reformulação no conceito de regulamentação dos setores privatizados. Criaramse as Agências Reguladoras (Telecomunicações, Energia Elétrica e Petróleo). Seus membros são indicados pelo governo e aprovados pelo Senado, com mandatos de quatro anos. As agências regulam e fiscalizam os respectivos setores. •O governo procura desenvolver modelos de parceria com a iniciativa privada em setores nos quais o Estado não precisa ser gestor. É o caso das concessões de serviços públicos (manutenção de estradas, por exemplo). •Com a descentralização dos gastos sociais, os prefeitos sabem que não é preciso ter influência política ou apadrinhamento para receber recursos a que o município tem direito. 46 SOCIAL DEMOCRACIA EM AÇÃO PRODUÇÃO Andrew Greenlees Paulo Pedrosa AGRADECIMENTOS Deputado José Aníbal Deputado Franco Montoro Deputada Yeda Crusius Eduardo Graeff Ana Maria Almeida Edson Machado Gustavo Kanffer 47