Aula 14
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O He Líquido Caso de 1 mol de He em CNTP: e −α = (2 h 3c 3 N 2 ) 3/ 2 3 ( 1,24 keV.nm ) ⋅ 6 ⋅10 23 = (2 ⋅ 4 GeV ⋅ 0,025 eV )3 / 2 ⋅ 22,4 ⋅103 cm3 = mc kT V 3 ( 0,051 0,051 1,24 eV.m ) ⋅ 6 ⋅105 −6 10 = ≈ << 1 = = 3/ 2 3/ 2 4 3 6 1,5 ⋅10 (2 ⋅ 4 eV ⋅ 25 eV ) ⋅ 22,4 m ⋅10 (628) Portanto a descrição do He em CNPT é OK com a distribuição de Boltzmann. Mas vejamos o que acontece com o He líquido, a 4,2 K, cuja densidade é de 0,124 g/cm3: 23 N 6 ⋅10 = ⋅ 0,124 g/cm 3 ⋅ (10 2 cm/m)3 = 1,9 ⋅10 28 m −3 V 4 g/mol 3 28 ( ) ⋅ ⋅ 1 , 24 keV.nm 1 , 9 10 e −α = = 3/ 2 (2 ⋅ 4 GeV ⋅ 0,025 eV ) 3 ( 1,24 eV.m ) ⋅1,9 ⋅1010 3,6 ⋅1010 = = 3/ 2 1,5 ⋅10 4 (2 ⋅ 4 eV ⋅ 25 eV ) ≈ 106 >> 1 FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 1 F. London (1938): tratar o He líquido como um gás ideal que obedece a distribuição de Bose-Einstein. Em 1924, Kamerlingh-Onnes e Boks haviam medido a densidade do He em função de T e observado uma anomalia: Keesom e Wolfke (1928): transição de fase em 2,17 K (He1 He2). O He2 seria composto por 2 fluidos: uma fração normal, com as mesmas características do He1 e uma fração superfluida. Na fase superfluida, todos os átomos de He estariam no mesmo estado quântico. Quanto menor a T, maior a fração do estado superfluido. FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 2 A transição de fase He1 He2 é clara na curva do calor específico em função da temperatura. O ponto de transição é conhecido como ponto λ: 106 O He líquido ferve na fase He1 e deixa de fazê-lo na fase He2, pois a 0. viscosidade FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 3 Transição de He1 para He2 He2 He1 FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 4 Vimos que o número de partículas é dado por: 2 (2m ) V N = ∫ n( E )dE = ∫ g ( E ) f Bose ( E )dE = 3 h 0 0 ∞ ∞ 2 (2mkT ) V = h3 3/ 2 3/ 2 ∞ E 1/ 2 ∫0 eα e E kT − 1 dE = ∞ x1/ 2 ∫0 eα e x − 1 dx com x = E/kT FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 5 O problema com a nossa contagem de número de estados, é que usamos uma distribuição contínua de energias. Quando E é grande, isso não é um problema, pois a densidade de estados é muito grande. Mas, quando E 0, temos problemas, pois, g(E) ∝ E1/2 ⇒ g(E) = 0 se E = 0. Isso não é um problema para um gás de férmions, onde cada estado só pode ser ocupado por 2 férmions de spins opostos. Ou seja, estaríamos ignorando 2 partículas em 1 mol. Mas, no caso de bósons, principalmente quando T é baixa, a probabilidade de haver muitos bósons no estado de energia mais baixa é muito grande e aí nossa contagem erra feio. Ou seja, nossa condição de normalização deixa de valer abaixo de uma temperatura crítica, TC. Vamos então assumir a normalização como: 2 (2mkT ) V N = n0 + h3 3/ 2 ∞ x1/ 2 3/ 2 ( ) dx = n + AV kT G (α ) 0 ∫0 eα e x − 1 ∞ x1/ 2 Com: G (α ) = ∫ α x dx e e −1 0 Aí podemos discutir 2 limites: 1) Para α muito grande: G (α ) → 2 e −α ; e 2) para α = 0: G (0) → FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 2 2,612 6 Quando α ~ 1/N (eα ≈ 1) já é suficientemente pequeno para que possamos usar o resultado de G(0) e determinar o número de partículas no estado fundamental: n0 = N − AV (kT ) G (0) = N − AV (kT ) 3/ 2 T Ou: n0 = N 1 − TC T n0 = 1 − N TC 3/ 2 3/ 2 3/ 2 2,612 2 1 2N ; e TC = k 2,612 AV 2 2 2 hc No caso do He, TC: TC = kmc 2 2/3 2 h ρ = km 2,612 2 1,9 ⋅10 m 2,612 28 ( −3 2/3 2/3 ⇒ ) 2 (200 MeV.fm) 2 27 −3 2 / 3 7,27 ⋅10 m ⇒ TC = = -5 −1 4 GeV ⋅ 8,6 ⋅10 eV.K 2 ⋅ 3,75 Comentar 3He, TC = 2,7 mK = K = 2,74 K 8,6 Abaixo dessa temperatura (na verdade 2,17 K), a fração de átomos no estado fundamental (com propriedades de superfluido) aumenta. FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 7 x 105 Mermin & Lee, Sci. Amer. 235(1976)59 FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 8 Boltzmann como boa aproximação das distribuições quânticas n(ε 2 ) g (ε 2 ) − Fator de Boltzmann: e = n(ε 1 ) g (ε 1 ) ε 2 −ε 1 kT Podemos usá-lo para determinar a razão de ocupação de estados em um sistema quântico, quando ε >> kT. Exemplo: colisões térmicas de átomos em um gás à temperatura T. Estados excitados são pouco populados ⇒ podemos usar o fator de Boltzmann para determinar as populações relativas e determinar as correspondentes intensidades de transição. Ou vice-versa, como discutimos no caso da determinação de temperatura de estrelas a partir da observação de espectros. Vamos usar o fator de Boltzmann para estudar o funcionamento do LASER. Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation Amplificação de Luz pela Emissão Estimulada de Radiação FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 9 Processos para transição entre 2 estados atômicos: fóton de v = (ε2 – ε1)/h fóton virtual de v = (ε2 – ε1)/h Vida média típica de um estado excitado atômico é 10 ns. Alguns estados, por conta do momento angular elevado, podem ter vidas médias da ordem de ms, sendo chamados de metaestáveis. Suponhamos 1 conjunto de átomos, com n1 átomos no estado ε1 e n2 no estado ε2, com ε2 > ε1, em equilíbrio térmico com radiação eletromagnética de densidade de energia espectral ρ(v), a uma temperatura T. A probabilidade (por átomo e por unidade de tempo) de que um átomo no estado 1 faça uma transição para o 2 (absorção), deve ser proporcional a ρ(v) em v = (ε2 – ε1)/h. A taxa de emissão estimulada também é proporcional a ρ(v) em v = (ε2 – ε1)/h. Mas a emissão espontânea não. As taxas de transição também dependem das características dos estados, por causa dos elementos de matriz de dipolo elétrico, etc. FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 10 A probabilidade, por unidade de tempo, de haver uma transição do estado 1 para o 2, pode ser escrita como: R1→2 = B12 ρ (v ) , onde B12 é um coeficiente que inclui a dependência das funções de onda dos estados 1 e 2. Já a probabilidade de que um átomo no estado 2 faça uma transição para o 1 é uma soma de 2 termos: a probabilidade de emissão espontânea, A21, e a de emissão estimulada, B21ρ(v). Assim: R2→1 = A21 + B21 ρ (v ) . Como o sistema está em equilíbrio térmico, as taxas de 1 2 e de 2 1 devem ser iguais: n1 R1→2 = n2 R2→1 . Substituindo: n1 B12 ρ (v) = n2 [A21 + B21 ρ (v)] ⇒ ρ (v) = A21 B21 n1 B12 −1 n2 B21 Vamos usar o fator de Boltzmann, com hv = ε2 – ε1, para avaliar a razão n1/n2, considerando g(ε2) = g(ε1): n1 =e n2 ε 2 −ε 1 kT =e hv kT Substituindo em ρ(v): ρ (v ) = A21 B21 B12 hv kT e −1 B21 Mas essa expressão deve ser consistente com a obtida por Planck para a radiação de corpo negro: FNC0376 - Física Moderna 2 11 Aula 14 hv 8 v2 8 hv 3 1 = T (v ) = hv kT 3 c e −1 c 3 e hv kT − 1 ρ (v ) = Planck A21 B21 B12 hv kT e −1 B21 B12 A21 A 8 hv 3 Portanto: =1 e = = B21 B21 B c3 Esses são os coeficientes A e B de Einstein, que publicou trabalho sobre esse assunto em 1917. Só temos a razão entre eles, mas A pode ser calculado (MQ, como vimos em Moderna 1). O resultado de que B12 = B21 é muito interessante, pois mostra que os processos de emissão e absorção (estimulados) só dependem das características físicas do átomo. FNC0376 - Física Moderna 2 Aula 14 12
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