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Portugiesische Übersetzung dês IMG 4 Skriptes, Teil A, SS 2004 Sistemas de Informação em Organizações e na Sociedade Global Parte A: O Modelo da Micropólis “Conhecimento orientacional” para a sociedade de informação Arno Rolf Introdução........................................................................................... 6 Conhecimento técnico sem orientação - O dilema das ciências exatas ......................... 6 Causas da falta de orientação .......................................................................................... 7 Educação orientacional sem modismos ou mitos............................................................ 8 Sobre a dramatologia do texto ......................................................................................... 9 Kai Zuse: Problema de geração A. O Modelo da Micropólis Diretrizes ..........................................................................11 I. Orientação através da educação teórica Ou: O que é „o cerne da informática”? .................................. 19 Perspectiva dos „antecessores“ da informática............................................................. 19 Die amerikanische Selbstverständnisdiskussion ........................................................... 20 Die deutsche Diskussion ................................................................................................ 21 II. O Modelo da Micropólis - ..................................................... 21 1. A Microperspectiva: O que é „o cerne da informática”? .................. 23 1.1 Modelação de informação ........................................................................................ 23 1.2 Descontextualização e Recontextualização............................................................. 25 1.3 Conclusões: Destrução e Construção...................................................................... 26 Kai Zuse e o estudo da informática 2. A Mesoperspectiva: O processo de destruição e construção em organizações e sistemas de informação ..................... 26 2.1 O Modelo de Atores Atores e Arena .................................................................................................... 27 Modelos e Metáforas........................................................................................... 28 Ação e Estrutura.................................................................................................. 28 O campo de atuação da informática nas organizações: Suporte da execução ou automatização da estrutura........................................ 29 Avaliação intermediária........................................................................................... 2.2 Der Prozess der Destruktion und Konstruktion in Modellen der Softwaretechnik und Sistemas de informação Bases da técnica de software Der Ansatz der Sistemas de informação "O controle da variabilidade na técnica de software e informáticaaplicada” Kai Zuse e a Sociedade de informação 3. A Microperspectiva: O processo de destruição e construção na sociedade global ................................................ 30 2 3.1 Inovações e desenvolvimento técnico ...........................................................31 Associação estrutural de sistemas de informação e organizações ................... 31 Inovação através de ferramentas, "Sociabilização de selvagens“, Open Source e milieus de inovação................................................................... 34 Der Techniknutzungspfad ................................................................................... 36 3.2 „Embedded Systems in Society“ ....................................................................36 Habermas e Luhmann: A influência da sociedade............................................. 37 Institutionenökonomie versus teoria neoliberal .................................................. 38 3.3 A cooperação entre economia global e informatização................................... As vias da globalização econômica Keynes e a economia de mercado social A primazia do mercado (global) ou: „A vitória dos Chicago-Boys“ ........................ A primazia do mercado .......................................................................................... Reunificação e a expansão da UE Primazia do mercado versus primazia da política.................................................. Globalização, Informatização e Redes Interconecção de organizações ............................................................................. Balanço: O Modelo MICROPÓLIS como ligação de Verfügungs- e Conhecimento orientacional ................................................................................... 3.4 O ponto de vista da direção econômica ................................................. Kai Zuse: Apresentação com o Power Bibliografia............................................................................................. 51 3 B. Trabalho e Vida na rede econômica global– a realidade I. Avaliação das consequências da informatização e globalização através da análise de diagramas de técnica 1. O desmonte das organizações através de sistemas d informação e da economia 2. De filiais ao Callcenter – mudanças do trabalho em escritório 3. O Wunschpunsch computador-ecológico II. “Se manter ativo“ 1. O futuro do knowledge worker e os mau qualificados 2. Mercado de trabalho e ocupação C. Trabalho e lazer – desenvolvimentos futuros Criação tecnológica interdisciplinar, Invervenções, Opções – Bases de uma disciplina criativa - Em preparação - 4 Introdução: As sociedades de informação e conhecimento não se deixam mais limitar-se por fronteiras nacionais. Em declarações políticas e na mídia ouve-se pouca coisa concreta, mas muitas ameaças veladas: „Nos temos todos que nos contentar com salários mais baixos e jornadas de trabalho mais longas.” Em todo lugar domina a falta de orientação. O que o futuro trará? Quais profissões tem uma perspectiva? O que é razoavelmente confiável? O que tem fundamento? Nós prevemos que muitos trabalhos e ocupações serão, por causa da globalização, transferidos para países baixo custo de mão-de-obra ou substituídos por computadores. Nós assumimos, que acima de tudo a globalização e os sistemas de informação são as forças motrizes da mudança. Sob sistemas de informação entenda-se tanto entidades científicas, e.g. universidades e institutos de pesquisa, como fabricantes de hardware e software. Conhecimento técnico sem orientação - O dilema das ciências exatas Profissionais de informática serão depois do estudo, em sua maioria „knowledge workers“ para organizações. Eles tem na faculdade a chance de aprender os métodos, técnicas e teorias que são a base para uma boa formação técnica. Em um mundo de rápidas mudanças e complexidade progressiva nos empreendimentos globais são estes conhecimentos suficientes? Durante seu estudo, via de regra, tem-se experenciado pouco da contribuição da informática ou técnica de informação para as mudanças globais da economia e sociedade. Com a incorporação de métodos e técnicas de infomática na sociedade e a interrelação global, vocês estão presumivelmente abandonados. Nas universidades e escolas técnicas são raramente oferecidas disciplinas que formam sobre este tipo de conhecimento. Os estudantes tem que se orientar por jornais, noticiáriso e Sabine Christiansen 1 . Um processo bem aleatório. Com isto insinuamos sobre o que vai ser discutido nesta apostila. Deseja -se complementar o conhecimento técnico de profissionais de informática, bem como dos trabalhadores intelectuais de organizações, através do Conhecimento orientacional sobre o uso e incorporação de técnicas de informação em organizações, economia e sociedade. O conhecimento técnico deve ser integrado ao conhecimento orientacional. O grande número de pedras que compõe o mosaico do conhecimento técnico deve ser incorporado ao mundo prático. Apenas raramente esta tarefa não trivial está incluída ao plano de estudo Algumas ressalvas para se diferenciar o conhecimento aplicado e o conhecimento orientacional: O conhecimento aplicado aumenta o controle do homem sobre o ambiente. É um conhecimento sobre as causas, efeitos e meios que ingloba conhecimento concreto ou teórico sobre técnicas e métodos. O conhecimento aplicado constrói essencialmente o mundo moderno na forma de uma cultura técnica e racional. Ele nos diz o que podemos fazer, mas não o que devemos fazer. Esta tarefa é tomada pelo conhecimento orientacional. Em informática, informática-aplicada ou economia e administração trata-se a priori do compartilhamento do Conhecimento aplicado. Para o estudante este conhecimento é importante, para que ele tenha um lugar no mercado de trabalho (Mittelstrass, p. 20). Conhecimento orientacional, ao contrário incorpora ao conhecimento uma orientação apropriada e fundamentada. É um conhecimento em torno de objetivos e princípios. Sem Conhecimento orientacional o poder não teria um sentido. Ambos se complementam. Conhecimento orientacional mostra caminhos que serão relevantes para o Conhecimento aplicado. Ele possibilita um julgamento imparcial e a capacidade de ordenar seus próprias ações específicas em um contexto histórico, 1 Sabine Christiansen é moderadora de Talk-Show na TV alemã 5 social e científico. Conhecimento orientacional pode dar uma visão geral e segurança na avaliação do desfecho de novos desenvolvimentos. Conhecimento orientacional e aplicado não são disciplinarmente estáticos, algo de acordo com o princípio: Conhecimento aplicado está relacionado às ciências técnicas e exatas, enquanto que as ciências sociais e humanas estão relacionadas ao Conhecimento orientacional. MITTELSTRASS exige que as ciências assumam de novo seu papel de fator orientacional paralelo ao seu papel de fator de produção na cultura moderna (p. 21). Modismos e mitos se propagam rapidamente, quando frutos apenas do Conhecimento aplicado, sem o Conhecimento orientacional. Figura 1: A figura à esquerda mostra o ideal: Conhecimento aplicado e Conhecimento orientacional complementam-se, enquanto que na figura à direita domina o desenvolvimento de modismos e mitos devido a ausência do Conhecimento orientacional. Nem sempre cientistas encontram seus temas de pesquisa através de um processo racional. Para o contínuo desenvolvimento de organizações como as ciências, existe um ciclo de modismos e mitos produzidos pela mídia, firmas de consultoria, etc. Com seus altos e baixos os quais não está associado nenhum ganho de conhecimento. Conhecimento orientacional pode em primeiro lugar proteger que modis mos e mitos dêem o tom, produzindo então muita pesquisa inútil. Acima de tudo, motivos econômicos, que parecem ser razoáveis, que são considerados pelo Conhecimento orientacional na informática. Ao mesmo tempo a educação deve ser, como sempre foi, uma tarefa da univeridade, por fim um sinônimo pra Conhecimento orientacional. Causas da falta de orientação Organizações e disciplinas científicas se desenvolvem e se organizam em subsistemas altamente especializados. Esta divisão de trabalho e a diferenciação contribuiram substancialmente para a prosperidade da sociedade moderna. Por causa desta especialização, os cientistas estão sempre dispostos a "ir à fundo" com o desenvolvimento científico de suas disciplinas. Linguagem técnica, métodos e modelos se desenvolven atra´ves destes processos de diferenciação (Grunwald 2002, p. 265, Ropohl 2001, p. 26). Com esta diferenciação aumenta-se também, paralelamente com o desenvolvimento econômico e científico de uma sociedade, a sua complexidade. O resultado são especialistas e experts. Em contraposição ao aumento da diferenciação, especialistas e experts em empresas ou institutos de pesquisa perdem a capacidade de comunicação e orientação. Seus problemas, métodos e resultados não podem ser compartilhados com experts de outras áreas. Com o aumento do conhecimento por parte dos experts aumenta também a ignorância, associada a um processo de reflexão entre especialistas e usuários potenciais destes desenvolvimentos. É cada vez mais difícil, não apenas para especialistas, prever as consequências da pesquisa altamente especializada na economia e na sociedade. 6 Os desenvolvedores, também raramente, não ponderam sobre como o seu trabalho e atividades podem ser utilizados e quais consequências teriam para o mercado de trabalho ou o desenvolvimento de qualificações. O filósofo MITTELSTRASS descreve este desenvolvimento como vida em um mundo fragmentado e particularizado, no qual o limite entre as profissões se torna o limite do mundo de todos: “Saber em um campo se torna a ignorância em outro campo. Nós sabemos cada vez mais sobre cada vez menos”. (Mittelstrass, S. 7). Como se melhorar, em face deste dilema, a competência orientacional do indivíduo e o conhecimento e sua inserção social? Um apelo ao retorno do modelo de trabalho anterior seria inútil e até contraprodutivo para a economia. Isto tem mais a ver com a melhora do entendimento dentro de cada disciplina, entre disciplinas e entre a prática e a ciência. Uma sociedade democrática baseada em crescimento não pode renunciar por longo tempo a compreensão e o entendimento sobre o caminho do desenvolvimento coletivo. Nos interessa acima de tudo: como pareceria um modelo, que complementaria a perspectiva dominante de especialistas altamente especializados, i.e. conhecimento aplicado, de forma que os atores de informática e informática-aplicada na teoria e na prática sejam apoiados em suas relações de comunicação e cooperação? Este projeto tenta mostrar dentro da informática, em uma tentativa exemplar, o desenvolvimento de uma estrutura orientacional para a pesquisa técnica interdisciplinar tendo como exemplo a informática Educação orientacional sem modismos ou mitos Conciliar o conhecimento orientacional e aplicado é uma tarefa difícil. Conhecido era o ceticismo de NIKLAS LUHMANN, se uma comunicação interdisciplinar poderia dar certo: Os sistemas parciais tem cada qual seus códigos específicos. A política, por exemplo, basea-se no sequinte questionamento: “somos o governo ou não?”, a economia reage à pergunta: “solvente ou não zahlungsfähig”. Sistemas parciais diferenciados não conseguem entender o que não o que não é especificado em seu código binário e formulado em sua língua. Na informática este código poderia ser: formalizável e modelável ou não? A saída deste dilema é tão fácil quanto difícil: mostrar ressonância! Ressonância é, neste caso, usar os requerimentos orientacionais do próprio ramo, mas com cuidado em relação à linguagem, de modo que possa ser entendido por muitos. Peritos como especialistas tem, compreensivelmente, pouca disposição em aprender uma linguagem técnica e métodos de outras áreas. Cientistas técnicos usam modelos de explicação “lógicos” plausíveis, que representem seus hábitos de pensamento. A disposição em participar de discussões especializadas de outras áreas é limitada. Modelos, expertise técnico que são entendidos de forma geral, são geralmente pouco formais e nada específicos. Orientações são raramente logicamente deriváveis. Sistema de valores e diferentes perspectivas tem uma grande influência. Esta trincheira metodológica faz necessário ir por caminhos inovadores, para poder alcançar os informatas e cientistas técnicos. Educação orientacional, diz ODO MARQUARDT, se dá acima de tudo através de histórias e ilustrações. “Quanto mais racionalizamos, mais precisamos contar. Quanto mais moderno o mundo moderno se torna, tanto mais necessário é narrar: Narrare necesse est” (Marquard 2000,p.63). Nós trataremos desta idéia posteriormente. Não existem modelos, por isto vale a pena a tentativa. Histórias e ilustrações podem apenas retratar de forma insatisfatória o momento atual. O desenvolvimento tem uma história, uma trajetória, só assim pode ficar transparente o porque de algo se tornar o que hoje é. A trajetória histórica não faz disponível apenas um pool de histórias e ilustrações, mas podem também trazer segurança para negociações futuras. Por isto o historiador inglês HOBSBAWM diz “a história será cada vez mais 7 importante, quanto mais nos defrontemos com novos desenvolvimentos, como uma ajuda para nos orientarmos, sobre como o futuro será. Pois paradoxalmente resta o passado como ferramenta analítica para a compreensão das mudanças constantes... no descobrimento da história como um processo de mudanças direcionadas, i.e. evolução “ (Hobsbawm 1998, p. 35). Nos livros didáticos, via de regra, não se “contam histórias”: eles apresentam os métodos atuais e a situação do conhecimento de suas respectivas disciplinas, de modo que seja encontrada uma forma adequada meios que possam encontrar soluções para os problemas técnicos. Mas isto é apenas uma parte de uma educação aceitável. Relatos e análises através de exemplos devem ser parte disto. Histórias só podem ser contadas, quando uma disciplina é tratada como uma forma de lidar com processos de desenvolvimento de novos termos, quando são relatados os caminhos errados, os conflitos e os sucessos. No texto que segue tentaremos discorrer sobre estas idéias. Sobre a dramatologia do texto Na parte A desenvolveremos o Modelo-MIKROPOLIS, ele compreende as perspectivas micro, meso e macro. É uma tentativa de definir as bases necessárias do Conhecimento orientacional da informática e descrevê-lo de forma consistente. Ao mesmo tempo é uma possível resposta à pergunta que por anos tem sido discutida de forma veemente sobre qual deveria ser o cerne na informática. Inicialmente a micro-perspectiva se pergunta o que é o cerne do computador e procura dar uma resposta baseada no social, evitando esclarecimentos técnicos. A perspectiva mostra como, que através do uso de computadores e software, tradições e práticas são destruidos (destruição) e paralelamente algo novo é estabelecido (construção). A meso-perspectiva se questiona sobre as condições e contexto nas organizações no qual o soft- hardware é introduzido. E se interessa pelos sistemas de informação da pesquisa e dos fabricantes e o segundo plano e lógica do desenvolvimento de inovação. Por fim a macro-perspectiva examina a interrelação, de um lado, dos sistemas de informação e as organizações que se utilizam dela, e os relaciona com o meio social no qual esta inserido, de forma a ter um modelo compreensível, de como é produzida inovação na sociedade e como o desenvolvimento técnico funciona. Tudo isto são pré-requisitos pra se entender os sistemas de informações atuais como “embedded systems in a global society”. Por fim uma descrição abrangente da relação entre a globalização e a informatização. A parte B trata das possíveis consequências da globalização, informatização em organizações, trabalho , atividades e meio-ambiente. Com o método de análise de uso da técnica, entre outros, mostraremos o desenvolvimento histórico do escritório computadorizado bem como métodos organizatórios. Isto diz respeito a quem vai ser e quem não vai ser necessário no mercado de trabalho futuro. O capítulo C deixa o meio analítico e trata do desenvolvimento de invenções: Quais as opções disponíveis , pra que a relação entre globalização e informatização se desenvolvam de forma positiva? Nós não vamos agora proceder pelas opções técnicas que são típicas para a modelação da informática. Pelo contrário, sondaremos primeiramente as opções políticas e econômicas. Além disto é relevante a pergunta de qual rumo da inovação seria desejável. Só então passaremos para design de opções para knowledge-workers em organizações. O trabalho será tanto metodicamente quanto crítico, sobre como se dá o desenvolvimento de conhecimento técnico em informática. Não lidaremos com suposições, especulações ou divagações, mas com experimentação sistemática dos conhecimento científico da teoria organizacional, ciências social e econômica e unilos transdisciplinarmente com a informática. Com isto é claro que o informático tem que se acostumar com métodos e modelos que via de regra não são tão formais, por isto outros critérios são necessários, quanto os métodos aos quais o informático estão acostumados. 8 Nesta apostila trata-se acima de tudo de reconhecer os meios e encorajar o pensamento e a ação independente. O conteúdo geralmente não é de fácil entendimento, mesmo quando superficialmente pareçam ser (“não existe uma formalização matemática”) . Para descontrair teremos em algumas seções o “informático Kai Zuse” . Logicamente este autor é responsável pelo que ele (Kai Zuse) tem a dizer. Damos agora a oportunidade de ver seu ponto de vista sobre o assunto. 9 Kai Zuse: Problema de geração Os pais de Kai Zuse são orgulhosos do filho deles. Ele estuda agora no quarto semestre de informática, um curso que em breve deve abrir-lhe todas as portas. Eles ficam impressionados sobre o domínio que ele tem com o computador e internet e com que facilidade ele se desloca em um mundo que lhes é estranho. Quando o pai de Kai senta-se em frente do computador doméstico e vê um “feature” inesperado do programa, ele pode perguntar a Kai. Stranhamente estas conversas são sempre insatisfatórias para ambos. Geralmente Kai encontra o problema rapidamente, faz alguns cliques com o mouse, que o pai dele não consegue acompanhar, usa algumas termos técnicos em inglês, e com algum macete faz com que este erro não se repita. Toda vez o pai de Kai resmunga que Kai poderia se dar um pouco mais de trabalho pra se fazer entender. Kai ao contrário pensa que independente da forma que ele explique como as coisas funcionam, seu pai não vai entender o que acontece. Kai se pergunta frequentemente, porque a geração mais velha tem tanta dificuldade em lidar com o computador e a internet. Não é que eles apenas não conseguem entender o sistema. Eles tem medo , quando algo não funciona de forma esperada, e que eles façam alguma coisa que de fato quebre o computador. De alguma forma, se percebe que eles cresceram em um mundo mecânico, no qual peças metálicas entram em contato e que se fazendo algo errado pode-se quebrá-lo. Kai não tem este medo. Ao contrário de seu pai, que pensa que ele tem culpa por qualquer evento inesperado no computador, Kai fica furioso por causa de algum programador idiota que fez o software. Onde seu pai, por humildade perante a técnica desiste, Kai vai em frente com sua estratégia de tentativa e erro: de algum jeito ele acha o caminho de trazer um sentido pras coisas. E se de fato alguma coisa quebra, então pode-se comprar um novo, não custa tão caro. Ocasionalmente ele acha que os pais não conseguem se adaptar a este conceito, é uma outra cultura, eles se incomodam com princípios inflexíveis de questionamento e implementação. O pai de Kai, ao contrário, sente-se embaraçado, quando ele não sabe mais o que fazer com o seu PC. Ele teme parecer incopetente. Ele sente a 10 impaciência de Kai e as vezes ele nota um pouco de irritação. De vez em quando ele parece ter prazer em seu senso de superioridade. Irrita-lhe o jargão incompreensível. O pai de Kai acha que o computador deveria ser uma ferramenta, com o qual seu trabalho diário seja facilidado, mas que ele não tenha que se preocupar com problemas técnicos, além de se preocupar sobre o trabalho em si ou que ele tenha que passar raiva por causa de algum software que não seja user-friendly. Kai tenta convencer seu pai de que com qualquer ferramenta, mesmo um martelo ou uma furadeira, é necessário aprender como se utiliza até que ele possa utilizálos. Porque com o computador ou internet seria diferente? Um pouco mais de tempo e paciência tem que ser investido. E finalmente isto não deveria custar às gerações mais velhas tanto trabalho e auto-estima, para aprender como a internet ou o computador podem ser úteis para as tarefas cotidianas. Isto é para o pai de Kai uma abrupta troca de papéis: algum tempo atrás era exatamente o contrário, era ele quem, com sua experiência de vida explicava a Kai como funcionava o mundo a sua volta. Não acontece apenas que em algum assunto ele tenha perdido a primazia em relação a Kai. Computadores e internet crescem como hera em todos os campos e mudam a sociedade de forma fundamental. O pai de Kai chegou ao ponto crítico, no qual ele tem que acreditar no que políticos, mídia e Kai dizem a ele. Isto o torna inseguro. Kai vê isto com naturalidade, no qual ninguém sabe tudo, e surpresas fazem da vida, a princípio, algo interessant, no qual se apresentam novas chances, que estão abertas pra sua geração. Em situações assim pergunta-se o pai de Kai, se as coisas entre ele e seu pai também se passaram desta forma. Houve esta separação entre gerações? Houve desenvolvimentos técnicos como o computador e a internet que se dirigiam para os jovens e que alteravam de forma tão drástica o dia-a-dia? Talvez fosse a energia atômica, algo que causasse um conflito de gerações. Mas era politicamente muito carregado. Não existe diferença política entre Kai e seu pai, mas também nenhuma discussão. O pai de Kai se lembra, que seu pai estava em idade avançada quando ele lhe passou as rédeas. As vezes o pai de Kai tem a impressão que Kai e a sociedade de informação o estão enviando um pouco cedo demais para o escanteio. Mas ele deve poder fazer A. algo que impeça isto. O Modelo-MICROPOLIS – Uma estrutura orientacional I. Orientação através da Teoria? – Ou: Qual é o cerne da informática? O avanço técnico-econômico seria sem a ciência impensável, pois as inovações tecnológicas tem sua base na pesquisa científica, cujos resultados encontram uso nos processos econômicos. Isto é especialmente claro na informática, em face das profundas repercussões econômicas, sociais e politicas, que através da informatização afetam praticamente todos os campos da atividade humana. Por isto se pergunta, qual o papel que a informática enquanto ciência deve assumir. Informátas na Alemanha, e nos países anglo-saxões e escandinavos se preocupam desde a fundação de suas disciplinas com o desenvolvimento de uma identidade comum, a partir do qual possa se construir os objetivos e as formas de uso da informática. É a tentativa de se obter uma orientação da teoria da informática. É o que Dirk Siefkes já havia dito: a procura de um sentido no trabalho científico. Ela deve trazer segurança e certeza sobre o que está sendo feito, deve apontar caminhos e ser aberto a questionamentos que abrem novos caminhos. Uma teoria que reforça e analisa a identificação da informática (Siefkes 2002, p. 5). Perspectiva dos „antecessores“ da informática Pode a formação teórica criar orientação? Certamente ela forma, de forma semelhante a um modelo, age e influência o desenvolvimento de métodos e modelos. Olhando para a discussão da identidade da informática desde seu princípio, então existe uma pergunta que foi sempre o alvo das atenções: Deve a informática concentrar-se à diferenciação de suas bases teóricas, modelos, métodos e produtos e deixar o conhecimento orientacional para as ciências sociais, humanas e administrativas, ou ela deveria também entender como processo de criação os seus resultados que exercem grande influência no desenvolvimento de organizações, economia e sociedade? Já no começo dos anos 70 se discutia a respeito deste entendimento. Por isto tentava o austríaco Adolf Adam definir a informática como uma disciplina geradora de “sistemas de informação integrados, procurando que tanto a sociedade quanto o ambiente e o mundo simbólico possam ser descritos, explicados e criados de forma conjunta” (Adam 1971, p.9). Carl Adam Petri, o informático que ganhou reconhecimento mundial por ter inventado a rede de Petri, via o papel do computador não como um autômato de cálculo, mas como um meio de comunicação entre pessoas (Petri 1983). Uma observação bem perspicaz que hoje se comprova. A Identidade Informática no começo da C.A. Petri (1983): Computadores enquanto meio detre pessoas: “Meu conselho é que não devemos mais perseguir o fantasma do homem artificial, mas o desejo criativo por um papel complementar, um papel que não 11 possa substituir os homens, mas que os aproxime mais, um papel de meio entre as pessoas”. Adolf Adam (1970): A informática como ponte entre as ciências humanas e exatas “A informática é a disciplina dos sistemas de informação integrados, que procura descrever, explicar e criar de forma unificada tanto o social quanto o ambiente e o meio simbólico”. „Debate on Teaching Computing“ (ACM 1989): Dijkstra: A ciência da computação está, no “mapa-mundi das disciplinas intelectuais” entre a matemática e a lógica aplicada (VLSA: Very large Scale Application of Logic). Exigindo uma separação entre os problemas de Pleasantness e Correctness! Winograd: Os computadores estão integrados no mundo das atividades humanas! Os estudantes não devem ser privados da dura escola da Praxis! Denning: A fonte de toda a complexidade não é a estrutura interna do software, mas o entendimento do cerne da ação humana. Coy: Centro da informática: A reorganização do trabalho. A Discussão americana da identidade Um ponto alto na discussão da identidade ocorreu no “Task Force on the Core of Computer Science” indicado pelo ACM no final dos anos 80. Ela trouxe os diferentes pontos de vista a um concensso sobre a discussão da identidade que influenciou fortemente a Alemanha (veja Communication 1989). Dijkstra foi um prominente representante deste “Debate on Teaching Computing Science”. Ele defendia a idéia de que programas são apenas fórmulas bem grandes e que programar nada mais é do que provar algo (veja Dijkstra 1989). Ele defendia a criação de um “Muro”, que separasse o problema de Pleasantness do problema de Correctness: informatas não deveriam se ocupar em prover as especificações formais, i.e. as demandas das práticas 12 de uso, mas apenas com o uso eficiente de métodos formais. A tarefa principal era provar formalmente que o desenvolvimento do programa seguia especificações formais (veja figura 3). O desafio estava, segundo Dijkstra, na gigantesca complexidade que o informata, por meio de sua única ferramenta, a programação, tinha que dominar (Dijkstra 1989). Uma série de informátas americanos e alemães se levantaram contra esta posição. Como Denning (1989) e Winograd (1989), que tinham por sem sentido a manipulação simbólica sendo o único meio para um fim, focando ist e deixando de ver que o computador está integrado à atividade humana. Denning via a real causa da complexidade não na estrutura interna do software, mas na dificuldade de se entender o cerne do trabalho humano. Para o desenvolvimento de modelos e métodos eficientes, precisamos primeiramente uma clareza que a prática diária não é explicitamente manifestada através de regras e princípios. A pesquisa da informática não é um fim em si mesmo. Ela é feita visando a operação, uso e implementação. De acordo com a interpretação do que seja o „cerne da informática” vamos interpretar a diferentemente a metáfora do sistema de informação: Pelo ponto de vista do “muro”, os sistemas de informação são compostos por hardware e programas, no qual a ênfase é dada em construir programas de forma orientada e corretos. Um segundo ponto de vista vê os sistemas de informática através de um sistema de relações: o seu contexto de uso. Neste caso a ênfase é dada aos efeitos das mudanças dos sistemas de informação dentro de um contexto. A discussão alemã As discussões que aconteceram na Alemanha durante a década de 90 foram fortemente influenciadas pelo debate americano. O cerne da informática, segundo Coy, está em dividir os mundos heterogêneos dos modelos formais e sua realidade, na mediação entre corretismo e pertinência. A contribuição foi em sua maior parte um apelo pra se entender que não se deve „esconder-se“ na informática formal, mas, passar por sobre o „muro“ – levando em consideração applicações e contexto de uso: „A informática apenas pode existir quando o seu cerne se tornar uma disciplina marginal” (Coy 1992). Coy e Nake fundaram a tése de que o objeto da informática seria a Reorganisation (Coy 1992, p. 17) ou mecanização do trabalho (Nake 1992, p. 181). Volpert (1992, p. 171) e Rolf (1992, p. 33) definiram a informática como uma disciplina criativa: A informática deve olhar também para o contexto da aplicação e se perguntar sobre o que pode ser formalizado e o que não pode. É a etapa do Construir (ação formal) para o Criar – definido como entender o contexto e estabelecer a forma, onde ambas as ações estão ciclicamente conectadas. O que desde 2001 ficou conhecido como “Círculo de trabalho teórico de Hersfeld” em suas discussões sobre identidade que eram periodicamente realizadas, mostram que o diálogo interdisciplinar se tornou neste meio tempo para muitos informatas algo natural (Nake/Rolf/Siefkes 2001). O que se quer é desenvolver uma teoria de informática no qual a informática seja uma ciência de atuação social, com implicações no trabalho, vida e no ambiente. É uma velha preocupação de uma minoria, os informatas que querem pelo menos poder passar pelo “muro”. Figura 3: Dijkstras „Muro da Informática“ 13 Kai Zuse e o estudo da informática Kai Zuse estuda no quarto semestre de informática. Ele já havia se decidido por esta profissão, desde quando ele estava na escola e passava seu tempo livre à frente de um computador. Todavia ele havia imaginado o estudo de forma um pouco diferente. Nada de muita matemática ou bases teóricas e técnicas. Também as perguntas sobre proteção de informação, que são tratadas nos seminários, parecem mais com resquícios da velha geração de 68. De forma geral muita teoria entediante e pouca conexão com as coisas que lhe interessam, ou com as coisas que a mídia, no momento, mostram como sendo importantes. Ele leu ontem no mural vários cartazes de firmas de software e mídia. Eles pagam bem por estudantes que possam programar páginas de internet. Programar web-sites em HTML é uma coisa que ele já sabia dos tempos de escola. A maioria dos seus colegas tem um bico. A maioria deles pode viver bem com este dinheiro e não precisam de ajuda financeira dos pais, e eles podem financiar um carro, que é indispensável pra se manter flexível com o pouco tempo disponível que se tem, indo da universidade pro emprego e pra casa. Vários colegas já largaram o curso, eles dizem que temporariamente. Eles vão passar os próximos anos camelando, talvez até montando sua própria firma. O estudo pode ficar pra depois, isto não interfere nas coisas. Kai Zuse está nervoso. Ele fica dividido entre seus interesses, as expectativas de seus pais, que estudaram em uma outra época e que esperam que termine de forma disciplinada e com sucesso o que tenha começado. Um professor discutiu com ele há pouco sobre o assunto em um seminário. Ele acredita que emuma época de rápidas inovações como acontece hoje com a informática, pode-se apenas, no longo prazo, manter-se atualizado quando se 14 aprende e domina o cerne de uma disciplina de forma metódica e teórica. Em cima desta fundamentação pode-se construir novos desenvolvimentos, e.g. fica relativamente fácil poder avaliar um novo software. Quem entendeu as bases teóricas pode aprender uma nova linguagem de programação sozinho. Ele se pergunta que talvez hoje, os progrmadores de 45 anos que estão desempregados não tenham aprendido isto. E em uma economia que se baseia em redes e computadores, não existe espaço pra informatas diletantes semi-educados pra lidar com aspectos de segurança e estabilidade. Um colega defendeu no seminário a idéia de que a universidade não deveria acabar com as pessoas, de modo que ela se torne em um centro de formação profissional. Ela deveria ser o lugar onde se aprenda as bases e o senso crítico, sem que tenha que se manter sempre em vista a usabilidade e necessidades de imediatas da qualificação profissional. Isto não deve ser totalmente correto, pensa Kai Zuse, mas aprender teoria e métodos é um processo longo e trabalhoso. Ele não tem tanto tempo, mas estas pérolas do conhecimento de professores e colegas não deixam ele em paz. Talvez o ensino de profissões inovadoras em universidades públicas seja um anacronismo. Recentemente ele leu que em Hamburgo seria fundada uma Academia Internet privada que deverá educar as lideranças da Internet. Os patrocinadores acham “a curta duração do programa de educação” especialmente atrativos. É isso aí, pensa Kai Zuse, um “Fast estudo”. Se fastfood no McDonalds é “in”, porque não seria também o estudo? Pelo menos ele teria a chance de ter tudo em um mesmo lugar. Ou, no longo prazo, será que não? As pessoas tem que discutir isto no seminário da universidade com mais calma. II. O Modelo da Micropólis - Em um capítulo introdutório foi formulado um ponto central: É um modelo pra se desenvolver, em que a perspectiva dominante de conhecimentos especializados e aplicados altamente especializados complementa, no qual informatas sejam apoiados em suas orientações na prática e na ciência. É uma tentativa através da informática de se criar um modelo interdisciplinar para a pesquisa técnica. O modelo deve ordenar as atividades de informática em um grande apanhado histórico, social e científico e trazer segurança na avaliação de novos desenvolvimentos. O modelo toma o que os requerimentos de Mittelstrass deveriam representar, a partir das ciências – paralelo ao seu papel de fator de produção – também ao seu papel de fator orientacional na vida da cultura moderna. MICROPÓLIS é uma metáfora, formada de microeletrônica e polis. A Macro-perspectiva, a introdução da informática no contexto social e econômico ou a pergunta sobre como ocorre a inovação, não é normalmente vista pelos profissionais de informática como sendo parte de suas atribuições. Da mesma forma que não se discute os resultados da pesquisa da teoria da organização, que tem por objeto a análise e criação da coexistencia humana em um contexto de uso e sua influência sobre a modelagem da informática (nível Meso). Para o desenvolvimento de competência orientacional são necessários três níveis que devem trabalhar coordenadamente. A Micro-perspectiva: profissionais de informática com orientação teórica preferem se concentrar na modelação informática, “trabalham na essência da informática”, deste lado do muro. A explicação é que apenas com uma grande especialização pode-se trabalhar com a formação do cerne de uma disciplina científica. A consideração do contexto de uso cria apenas confusão, aumento das expectativas e contém sempre o perigo do diletantismo. Acima de tudo, técnicos de software, software-ergonomista e profissionais de informática vêem de forma diferente. Eles pleiteam com isto, não apenas tematizar a modelagem informática, mas também a formalização das atividades humanas e sua trasnferência em operações e algoritmos, tal qual seu feedback na prática (“decontextualização e recontextualização”). Aqui o processo criativo da informática é visto como a interação do “entendimento do context e a produção da Forma ou Construção”. Figura 4: O Modelo da Micropólis A Meso-perspectiva: A mesoperspectiva do modelo MICROPÓLIS se pergunta sobre o que realmente acontece com organizações e seus atores, quando confrontados com a técnica de informação. Ela se preocupa além disso pelo comportamento dos atores de um sistema de informática. Para isto são criados teorias de organização que baseiam e generalizam os sistemas de informática. Atores e grupos atuam a partir de regras e estruturas que apenas com muito esforço podem ser modificadas. Junto eles trazem seus valores, intereces e modelos. Inevitavelmente se formam a partir daí conflitos e alianças entre os atores. A Macroperspectiva: Na macroperspectiva trata dos efeitos de mudança entre os sistemas de informação e o desenvolvimento de organizações. Eles serão descritos como estruturalmente acoplados. Em segundo lugar está a inserção social das organizações e dos sistemas de informação: no qual são levados em consideração a criação de valores, cultura específica, valorização economica, instituições, regulamentação, leis e tradições. De um lado ganham valor e influência social sobre organizações e o processo de desenvolvimento e uso de técnicas de informação na regulamentação institucional, por outro lado os 15 processos de inovação criam tensões sociais e acomodação, e.g. através de novos quesitos de qualificação educacional. As três perspectivas do modelo-MICROPÓLIS são separados apenas de forma analítica. Deve ficar claro que a macro-estrutura pode ser o resultado da ação de estratégias individuais de atores. De forma oposta, a atividade individual de atores pode ser em maior ou menor grau influenciada por estruturas sociais; de forma suscinta: atividades e estruturas estão em uma relação recíproca. O modelo-MICROPÓLIS é um modelo dinâmico, que integra as variadas perspectivas. Com isto fica claro que a informática é um socially embedded system, isto é, um projeto cultural, econômico e político. O computador não é apenas uma ferra menta para o suporte de atividades ou a automatização de processos, mas é também um dos meios básicos de uma sociedade de informação moderna, bem como de grandes organizações internacionais interconectadas. 1. A Micro-perspectiva: O que é “o cerne do computador”? O computador, segundo Joseph Weizenbaum, é uma máquina simples, de fácil operação que manipula símbolos simples (veja Goettle 2002, p. 11). Símbolos são em seu nível mais simples zero ou um. Sua enorme capacidade de cálculo resulta da ‘coleção’ de vários destes elementos simples. Desta forma pode-se trabalhar e construir modelos mais complicados. O modelo pode ser interpretado como número ou símbolo, que representa alguma coisa. 1.1 Modelação de informação Com o desenvolvimento da micro-eletrônica pode-se constantemente aumentar o número de operações executadas. O computador que pode trabalhar um milhão de operações por segundo é capaz de trabalhar estruturas simbólicas altamente complexas. A complexidade se dá através da possibilidade de criar qualquer combinação destes elementos. Desta forma se produzem por exemplo programas que aterrisam um avião ou prevêem o comportamento da bolsa. Que é ao mesmo tempo a raíz da pequena possibilidade, de forma geral, de se escrever um Dekontextualisierung von Handlungen & Strukturen Formalisierungen: Soziale Welt / Informationen Operationen Operationale Form Formale Welt / Daten Programm: Symbolmanipulation Autooperationale Form Daten Soziale Welt / Informationen programa livre de erros. 16 Daten Menschliche Interpretation der operationalen Form: Rekontextualisierung in situierte Handlungen & Strukturen Figura 5: Contexto da criação da informática A característica básica dos computadores faz necessária transformações, para que as atividades humanas possam ser convertidos em símbolos operacionais, com os quais o computador pode trabalhar. Fundamentalmente, toda a comunicação e reflexão cultural baseia-se no uso de símbolos. Desda forma atribuímos ao computador um determinado valor, que era um símbolo para uma máquina de cálculo. O mesmo vale para as atividades do programador. Coisas, ações ou procedimentos recebem significado: “Sem que sejam criados coisas ou processos de forma simbólica, eles não tem significado, de forma que cognitivamente não podemos trabalhar com eles, sequer podemos pensar sobre eles” (Brödner u.a. 2002, o.S.). Para isto existe o termo semiotização. Ele é uma condição necessária, para se poder comunicar e agir de forma prática neste mundo. Toda cultura tem a partir daí seu ponto de partida. Para se poder passar ao computador uma representação da realidade através de símbolos é necessária a descrição das atividades como operações. Enquanto ações ocorrem apenas uma vez em uma situação única de um determinado contexto (ação situada), operações descrevem ações repetitivas que se tornaram rotina. A transferência de ações em operações que é necessária para a computação não é algo totalmente novo. Toda pessoa possui a capacidade mental e física, para aprender um repertório de operações ‘disponíveis’ no deurso de seu desenvolvimento. Operações são adquiridos atraves de aprendizado e experiência, eles compõe o nosso know-how. Eles podem ser chamados dentro do nosso cotidiano de forma descomplicada (‘uma criança atravessa a rua, eu freio’). Cultura e a história pessoal influenciam o processo de aprendizado. Desta forma já se está preparado há tempos para a transferência de ações em operações, com o propósito de manipulação de dados no mundo social. A descrição de operações para o takeover através do computador precisa de um observador (compare para esta finalidade a introdução da descrição de FloydInformatik-Mensch-Gesellschaft 1, 1998, p. 48 ff) . Desta forma corre inevitavelmente a perspectiva das pessoas e suas definição de funções. O observador identifica uma única implementação concreta e o descreve através de termos, que servem para uma classe de implementações. Ele usa nomenclatura, definições e descrições. A descrição das operações é simbólica, a descrição em si mesma é um artefato simólico. As operações que decorrem desta descrição dividem o fluxo de atividade em partes. A operação, através da descrição, é de certa forma extraída, formalizada e transferida pela atividade individual do homem. A descrição através de operações é o primeiro passo para poder substituir as ações humanas por artefatos de técnica. O básico pode ser diferenciado da operação associada. Operações básicas são em uma única instância executados, associados descrevendo complexas conexões. Geralmente se apresentam na forma de divisão de trabalho, de forma que diferentes instâncias possam ser executadas e coordenadas. A execução de operações podem ser delegadsa a artefatos técnicos como máquinas e computadores. E através destes podem ser criadas novas operações. Geralmente a execução de operações é feita através de artefatos técnicos combinados com ações humanas, ela é ‘envolta por atividade humana’. 17 Operationale Form situiertes Handeln Beschreiben Operationen Verknüpfen Operationale Form Sob uma forma operacional entendemos a associação de operações como um todo. Ela descreve as possíveis formas de execução. A forma operacional define assim uma sistema de efeitos das operações. Ela não pode ser comparada com um algoritmo, mas com um estágio preliminar para um algoritmo. Com a forma auto -operacional segue a transição do social para o mundo formal do computador e dos dados. Formas auto-operacionais são programas ou sistema de programas que são escritos em uma linguagem de programação e devem ser realizadas em um computador. Através da forma auto-operacional são unidos os artefatos técnicos e simbólicos. A completa simbolização suplanta o conhecimento e informação por artefatos simbólicos. O context é separado, e existe em um mundo artificial. A manipulação simbólica se constrói através de formas autooperacionais que são capazes de se auto-evocarem. Construção é entendida, dentro da informática, como sendo o desenvolvimento de manipuladores simbólicos abstratos, ou formas auto-operacionais. “Um algoritmo é uma descrição das etapas de um processo de solução para o estabelecimento de uma grandeza, de forma precisa, i.e. escrita em uma linguagem definida, e finita, no qual cada passo seja um número de ações definidas e seja também um predicado para a próxima etapa” (Rechenberg/Pomber 1999). Com a implementação são realizados pelo computador os objetivos e fins definidos pelo observador. Através do processo de semiotização, formalização e algoritmização se dá um processo de redução e abstração de uma realidade complexa. A finalidade pode ser variada: desta forma pode se controlar informações, ações humanas podem ser automatizadas ou ou ajudadas por ferramentas de software. Profissionais de informática podem ordenar suas ações e atividades. 1.2 Descontextualização e Recontextualização Menos claro é saber se os passos acima descritos são uma tarefa da informática, i.e. se a informática deve lidar com a decontextualização ou recontextualização. O informático teórico Dirk Siefkes prega a favor. Sua razão: Com o uso do computador, tarefas rotineiras são substituidas pelo uso de máquinas, que por sua vez alteram de forma profunda estes processos. Isto é comparável com uma operação cirúrgica: Uma parte do corpo é removida e substituída por outra mecânica, que pode ser um processo penoso para o paciente. Enquanto os 18 profissionais de informática se preocuparem apenas com ‘este lado do muro’, eles vão ignorar a situação formalizada, tanto quanto a consequência da maquinarização. Isto não é trivial, porque enquanto um Sistema de TI pode funcionar de forma correta, ele pode funcionar de forma diferente ao planejado em uma nova situação. Denning manifestou a suspeita de que a complexidade está relacionada ao contexto de uso. Segundo Siefkes, um programa bem sucedido apenas se revela em através de seu uso (Siefkes 2003, p. 2). Uma atividade é através da descontetualização extraída de seu contexto individual, e.g. um ambiente de trabalho, e passado ao computador. O modelo obtido é livre de contexto, de sentido, vazio; o contexto da atividade original é perdido. Por isto a inserção de técnicas de informática está inexoravelmente associada à destruição e por isto, evidentemente, desencadeia nos afetados uma reação de apreensão (veja Sesink 2003, p. 123ff). Depois da introdução no computador passa-se a recontextualização, i.e. reintrodução do contexto. Pessoas e organizações precisam associar novamente o resultado às suas ações; é preciso, de novo, fazer sentido. Na maioria das vezes as pessoas tem que alinhar suas condutas ao modelo formal, e não o contrário. O usuário não pode simplesmente chamar as funcionalidades disponíveis, mas ele precisa repensar as atividades que foram passadas e fazer uma nova estruturação. Através da decontextualização e recontextualização muda-se a comportamento e reação das pessoas, que são confrontadas com os sistemas de software, para o centro. Pois além dos problemas técnicos existe também a pergunta ‘como’: Como é mudado as ações e contexto de trabalho do usuário em seu relacionamento com computadores e sofware? O que pode ser facilitado através da sua relação com a tecnologia de informação? Como são os procedimentos padrão, que levam em conta estas preopações e conduzem o uso do software ao sucesso? Do ponto de vista do profissional de informática e do criador do sistema, os usuários são uma grande incógnita. Para se fazer aplicativos de software de sucesso, devem se concretizar rapidamente na informática algumas áreas especials, que tenham como foco a relação computador-homem, e.g. ergonomia de software, ou pelo menos que leve este specto em consideração, ou de forma geral a técnica de software. Eles são os que mais claramente assiscam a pular por sobre o muro, pois sua temática é a decontextualização e recontextualização. Por isto mesmo devem ser criticados por alguns profissionais de informática, de vez em quando, como sendo ‘interdisciplinares socialmente orientados’. Erroneamente a inserção do homem como ‘fator invisível’ significa não apenas uma complexidade adicional, dentro da lógica de Dennings, mas também a tomada da responsabilidade pelo sucesso da integração de produtos de informática em um contexto de uso. 1.3 Conclusões: Destrução e Construção Aplicação e uso técnico são sempre juntamente associados a destruição e construção. “O novo, e também o melhor, surge sempre a partir da destruição do velho. Através da dissolução técnica de certas associações, é criado um novo espaço “ (Sesink 2003, p. 125). O par de termos destruição/construção tem sua raíz nas idéias do economista Joseph Schumpeter, que postulou a destruição criativa, que renova a economia. Na filosofia, Martin Heidegger refletiu sobre esta ambivalência: “destruição não significa demolir, mas mesmontar, remover e por de lado... destruição é: abrir nossos ouvidos, para que possamos encorajar a essência do ser” (Martin Heidegger, O Ser e o Tempo p.§6). Jacuqes Derrida ao final dos anos 60 subistituiu este par de termos por deconstrução. Construção e destruição são colocados em uma relação de igualdade e paralelidade, e aparentemente reunidos em um contraditório processo 19 de montagem e desmontagem. Derrida pretendia anular símbolos, tradições, textos, termos em sua forma tradicional, recriá-los e vazer seu significado compreensível. Deconstrução é para ele a experiência de apropriação, que para ele significa abrir os nossos ouvidos (Jacques Derrida: Política da Amizade, p. 439) As estuturas são desmontadas, pel uso de computadres, e novos potenciais vêm à tona, de forma que o que era negativo pode vir a ser positivo, mas isto é apenas uma esperança, não uma certeza. Acima de tudo é preciso diferenciar: quais são os atores que são os vencedores e quais são os perdedores, e como se define ganho e perda. Decisões preliminares já se escondem dentro dos modelos, métodos e produtos de técnica de software em uso: procedimentos padrão de técnica de sofware decidem sobre a inclusão e exclusão na construção e criação de possibilidades potenciais. Desta forma podem pacotes de software ‘prontos’ como SAP R/3 contribuir para o o processo de incapacitação do usuário em um processo de destruição e construção e criar um mundo no qual os atores tem que se ajustar a ele. Por este entendimento é necessário para o processo de destruição e construção competências técnicas e interdisciplinares. A informática deve então se perguntar sobre como esta interdisciplinaridade deve acontecer, se a cooperação com outras disciplinas faz sentido ou se é possível, e onde devem ser estabelecidos os limites. O que são o cerne do computador ou informática? Para isto dois comentários preliminares de Floyd e Brödner: • O funcionamento de máquinas simbólicas/manipuladoras de símbolos/semióticas são baseadas explicitamente em instruções através da formalização e servem à organização e coordenação de atividades coletivas. Enquanto o campo de ação de motores baseia-se natureza e baseia-se no processo natural de conversão de energia e matéria, o campo de ação de máquinas semióticas baseia-se inteiramente na interação social humana (Brödner 2004). • “Utilizar a informática significa, modelar formas operaçõenais e tornar disponíveis formas auto-operacionais” (Floyd 1998, p. 49). FRIEDER NAKE formula da seguinte forma: o trabalho com o computador é “um trabalho com símbolos, que são convertidos para a máquina em sinais e que perdem seu significado para o homen. Modelar a ambos, a interpretação e a calculação, entre sinal e sentido, isto é um das tarefa da informática enquanto ciência” (Nake 94, p.10). Que o computador não é apenas uma máquina manipuladora de símbolos, construtiva ou destrutiva, mas também uma tecnologia de racionalização e organização, isto será um assunto na discussão das perspectivas meso e macro. 2. A Mesoperspectiva: O processo de destruição construção em organizações e sistemas de informação e A inserção de técnicas de informática em organizações ‚destrói’ contexto de trabalho e estrutura organizacional e permite que algo novo seja construído. A cooperação entre atores e grupos de trabalho é reestruturada, o qual apenas raramente ocorre de forma harmoniosa. Processos de comunicação entre os atores se faz necessários. Ciências sociais, especialmente teoria organizacional, tem trabalhado em cima deste tema. Através do modelo de atores pode-se trabalhar os processos de destruição e construção em organizações de forma transparente. 20 2.1 O Modelo de Atores Com a introdução de software em organizaçoes traz se para agenda uma guerra de trincheiras entre designers de sistemas, direção e usuários desta técnica. A questão para os atores envolvidos é uma de ganho ou perda, geralmente de influência através da racionalização e ocasionalmente pela sobrevivência, pois comparável à ‘viagem para Jerusalem’: depois de tal destruição não se faz mais necessárias tantas cadeiras! Os atores participantes agem perceptivelmente ou silenciozamente, sozinhos ou em grupos ou através de representantes. Certamente a universalidade da técnica de informação torna disponível um potencial que pode ser utilizado como um instrumento para praticamente qualquer coisa (veja Sesink 2003, p. 125), todavia existe ainda neste processo ‘ganhadores e perdedores’, pois se trata de inovação e melhoria da eficiência. A introdução de técnicas de informática é para a gerência o meio de cultura ideal para que mudanças básicas possam acontecer, pois pode ser quebrada a estrutura tradicional através de uma necessidade prática Der Prozess der SoftwareEntwicklung findet in Arenen bzw. Projekten statt. Dabei gibt es Kooperationen und Konflikte zwischen Akteuren wie Systementwicklern, Benutzern, Betriebsrat, Management etc. IT-Nutzung IT-Entwicklung ? Organisationen Der Prozess der ITEntwicklung findet in sog. Arenen zwischen zahlreichen Akteuren statt, wie ITHerstellern, Informatikern, Verbänden, Politik, Netz& Dienstebetreibern proporcionada pela técnica. Figura 6: O modelo de atores tendo em vista organizações e sistemas de informática Atores e Arena Atores são indivíduos, que tem seus interesse e valores, e que se manifestam de acordo com as oportunidades. Mas podem também ser grupos ou associações de pessoas com os mesmos valores e interesses. Eles coordenam suas ações e constroem alianças ou concorrem com outros atores. Atores, indiferente se indivíduos ou grupos, tem limites e contatos com outros atores que são reconhecíveis. Eles se baseiam em um background (cultural) comum e formulam a partir daí suas orientações estratégicas. Arenas são então reconhecíveis, quando atores, compartilhando um campo de atividade, mas de forma totalmente controversa se interrelacionam. Arenas não podem ser interpretados como unidades fechadas; os atores se comunicam-se entre si também através de diferentes formas além dos limites de suas arenas. Desta forma ocorre um permanente feedback dentro e entre arenas. 21 Existem vários tipos de arenas: Até agora existiam em primeira linha atores e organizações. Nestas arenas os atores, que se dividem localmente em desenvolvedores de software e aplicações, com seus diferentes pontos de vista, interesses e valores , acabam por replicá-los através da implementação de sistemas de software na construção de um contexto de trabalho e organizações. Tomam parte nestas ações, e.g. a direção, companhias de software, usuários, desenvolvedores de sistema ou conselhos de trabalho. Um segundo tipo de arena é reconhecível nos sistemas de informação (veja figura 6). Aqui concorrem produtores de técnica de informação. Informática nas universidades e centros de pesquisa também encontram nos sistemas de informática as suas arenas, no qual eles através de conferências ou revistas técnicas apresentam, por exemplo os seus novos modelos, métodos e produtos, em conferências ou revistas técnicas . Na arena de políticas de pesquisa concorrem institutos por linhas de pesquisa e dinheiro. As arenas não são normalmente isoladas. De modos que, por exemplo, a informática orientacional toma algo das organizações e vice-versa. Os atores comunicam-se de diversas for mas também além dos limites de suas arenas. É bem possível que atores tenham papéis diferentes em diferentes arenas ao mesmo tempo. As arenas são um retrato analítico para ser entendido; outras divisões ou diferenciações, baseados em uma constelação específica também são possíveis. Arenas são como mercados, que certamente não se orienta sempre apenas em comprar e vender, mas também com ganhos e perdas na forma de interesses, reputação, carreira, identidade de grupos, etc. Modelos e Metáforas Valores e interesses tem um grange papel para as arenas e os atores. Eles não são geralmente explicitados, na maioria das vezes se manifestam em modelos e metáfores. Os modelos facam-se em orientação, valores, sentido como o espírito de uma época. Modelos trazem associações ou situações complexas ‘para um mesmo barco’; desta forma é desnecessária, uma desejável detalhada descrição da mensagem. Esta descrição figurada é ambígua, e por isto mesmo apenas raramente totalmente falsa. Depende dos modelos o como as pessoas vêem , interpretam, avaliam ou acessam. Eles não naturalmente aplicáveis como modelos de construção. Exemplos disto são ‘o escritório sem papel’ e ‘a fábrica sem empregados’ (veja Rolf 1998). A criação de técnicas de informática é em boa parte uma luta entre o estabelecimento de modelos e suas interpretações. Modelos são caminhos, mas também frequentemente diretivas de organização e trabalho. Eles podem ser meios e orientações que servem pra reduzir a complexidade e desta forma oferecer um sentido. Geralmente são apenas usados por força das circunstâncias para a promoção de aceitação e mediação. Na informática o termo metáfora é usado como comparação verbal: sistemas técnicos ou funções são reunidos em associações, que as pessoas, devido ao seu familiar contato diário, e que de acordo com suas inteções pode ser favorável ou não (‘computador como ferramenta ou como autômato’). A linguagem da informática é cheia de metáforas que são máquina ou sistemas orientados, que com o correr do tempo se tornam uma parte do jargão profissional do designer de sistema e ocasionalmente também por uma força das circunstâncias em parte do jargão do usuário: ‘máquina’ – ‘sistema’ – ‘midia’ – ‘partner’ – ‘assistente’ – ‘ferramenta’ – ‘oficina’. Metáforas e modelos são uma redução da ambiguidade e complexidade. Modelos e metáforas podem interpretar o ‘mundo’ de uma forma dual. De um lado existe para a realidade existem diferentes modelos e metáforas. Por outro lado pode um único modelo (metáfora) ter diversas interpretações. 22 Ação e Estrutura Atores, de acordo com a teoria discutida, agem através da inserção de técnicas de informação nas arenas, dirigidas por interesses, modelos e metáforas, coerentemente e ocasionalmente contraditórios. Apenas que não é normalmente passível, que os atores possam a qualquer tempo ‘mudar o mundo de hoje para amanhã’. Pelo contrário, eles agem permanentemente sobre a estrutura, que seus apoiadores ou concorrentes, incógnitas atuais ou velhas disputas que surgiram com o passar do tempo. Organizações podem, com o correr do tempo, construir suas respectivas infra-estruturas, que se formaram a partir de incontáveis ações por parte dos atores. A relação entre atividade e estrutura é a terceira pedra fundamental do modelo de atores. Ela pode ser reconstruída a partir de ANTHONY GIDDENS e sua teoria da estruturação (Giddens 1984, p. 12). No centro da teoria de Giddens está o processo, sobre o qual a ação de atores e estruturas ocorre. Ação é tido como as mudanças parcialmente conscientes e inconscientes produzidas pela atuação de atores no mundo social. Estruturas são as instituições, circunstâncias duradoras como regras e recursos, com os quais os atores são confrontados e dentro dos quais eles se movem e vivem e dos quais tem que ser separados. Toda a atividade de atores depende de uma estrutura, que possibilita esta atividade, mas que também impõe certas normas, e através disto limita a atividade. Os atores se relacionam então nas suas atividades através de estruturas que produzem ou reproduzem-se novamente. Estruturas são então o meio e o resultado de uma atividade: “According to the notion of the duality of structure, the structural properties of social systems are both medium and outcome of the practices they recursively organize.” (Giddens 1984, p. 25). O duplo-sentido descrito por Giddens pode então ser descrito como a dualidade da atividade e da estrutura. Giddens ilustra o conceito da dualidade por meio de exemplos de estrutura de uma língua: A estrutura de uma língua, i.e. sua gramática, não existe quando a língua não é falada. Ao mesmo tempo sem o recurso das regras de uma língua não é possível se comunicar. Com isto a regra de uma língua limita as possibilidades de comunicação, mas ao mesmo tempo de uma forma específica. Estruturas possibilitam de um lado a atividade, de outro serve também como meio limitante do mesmo. Sob estruturação, Giddens entende o processo prático de mediação de atividades e estrutura. Uma estrutura (social) é então dada, mas sua continuidade é dependente da atividade correspondente de atores; Se acontecer uma mudança na atividade, então a estrutura também sofrerá uma mudança. Organizações, entendidas como um sistema organizado de atividades, se reproduzem através da atividade orientada de atores competentes. Estes atoreas baseiam-se em suas intereções através de um conjunto de regras e recursos, e.g. best practices de contabilidade ou aceitação de sistemas de diretivas e confirmação ou alteração, e.g. estruturas de organização hierárquicas no qual elas são erconhecidas ou não. Os atores atuam então de forma reflexiva, i.e. se baseiam no passado, presente , futuro e no comportamento de outros, tal qual outras estruturas disponíveis e suas atividades. Ao mesmo tempo atuam recursivamente em estruturas e se atualizam precisamente por cause destas atividades. O campo de atuação da informática nas organizações: Suporte da execução ou automatização da estrutura A excitante pergunta, para os profissionais de informática, que é uma consequência da teproa de Goddems é: Os designers de sistemas em organizações devem preferencialmente focar nas estruturas estáveis de uma organização ou preferencialmente apoiar nas atividades flexíveis e dinâmicas de knownledge- 23 workers. Em outras palavras: é razoável, através da inserção de TI, a perspectiva das atividades dos atores em organizações, ou faz mais sentido fazer prioridade a análise e a automatização de boa parte das relativamente estáveis estruturas e ignorar os atores? Não seria necessário então métodos e procedimentos padrão diferenciados? E: Seria a estrutura, no qual as atividades individuais ocorrem, limitadas através de circunstâncias técnicas e sociais, de forma que não existe muito valor associado a ele? Ou se desenvolve uma sociedade e organizações baseados em interações e atividades de muitos atores e estão sempre acessíveis, e que podem ser completadas pelos atores de uma forma ou de outra e seriam apoiados por software? Seríamos também criados pela sociedade, através de organizações e técnica, ou seríamos seus criadores? O retrato da dualidade de ações e estrutura de Giddens é útil para o reconciliamento das aparentes divergências. Em cada organização existe uma variedade de tarefas, processos (automatizados), ‘fluxo’ de regras, requisitos definidos por lei, instruções, formulários, hierarquias, atividades rotineiras, pois eles sempre podem ser trabalhados como operações. Eles geram a estrutura de uma organização, devido a sua relativa estabilidade. Eles emergiram através do correr dos anos através da atividade de vários atores e pela aquisição de sistemas de software entre outros. Cada organização de trabalho escreveu sua biografia de regras, recursos, operações que se tornaram atividades e automatização. Ela é relativamente estável, e ocasionalmente também um tesouro burocrático de cada organização. Em cada organização encontra-se ambos os lados: estruturas organizacionais relativamente estáveis e atividaes flexíveis ou contextos de uso no qual os atores não agem de forma planejada. O contexto de uso descreve requisitos de espaço e tempo concretos de uma atividade, sua relação com as atividades de outros, o background de experiências das ações e muito mais. Por este ponto de vista o contexto de uso é único. Ele apresenta uma prática ‘lacuna formal’. A sua automatização seria para a organização contraprodutivo, pois ela se tornaria rígida e inflexível, e não seria mais capaz de novos desenvolvimentos e de reagir rapidamente. Isto não significa contanto que toda inserção de TI nesta lacuna formal seja inadmissível. Pelo contrário: para poder agir no contexto de uso de forma flexível, o apropriado suporte de TI pode ser muito útil. Desenvolvimento e inovação são possíveis apenas se baseados em um background de estrutura estável. E por que organizações tem interesse em inovação, mudança, ações flexíveis e reação através ded seus atores, eles precisam ter um interesse em um potencial de ação extensivo e apoiado por software e manter aberto uma lacuna de formalização. Existe uma conexão perspectiva em ambos os lados. Ao mesmo tempo pode-se supor porque algumas vezes a introdução de software conduz a danos: Em seus esforços de formalização e automatização eles adentram os limites da lacuna formal e estrangulam o potencial de sucesso de inovação e auto-organização. Ambas as perspectivas são necessárias e o desafio repousa no balanceamento dos desafios práticos e científicos. Avaliação intermediária O modelo de atores toma emprestado a base micro-política da teoria organizacional e da teoria estrutural de GIDDENS. Por micropolítica entende-se o jogo de poder, no qual existem geralmente tortuosos fronts e frontes variáveis sem harmonia: ‘convergência parcial de interesses, coalisões temporárias, trapaças, intrigas e guerra de trincheiras, propina, troianos, críticos e resistência, mas também zelo excessivo, desejos pessoais, medo e necessidade de conscenso fazem um quadro de uma expressiva desordem” (Ortmann 1988, p. 35). GIDDENS nos mostra de forma definitiva que todas as ações em estruturas comprovadas estão nelas incorporadas. Uma constatação importante é decisiva: as atividades de atores 24 precisam de outros conceitos de software diferentes do conceito de estruturas organizacionais estáveis. Com o modelo de atores os processos de destruição e construção nas organizações, como no desenvolvimento de TI em sistemas de informática podem ser melhor compreendidos. 2.2 Destruição e construção em modelos da técnica de software e Uni Hamburg Organisationen Informatiksystem z.B. Softwaretechnik Wirtschaftsinformatik Hersteller informática aplicada Figura 7: Perspectivas da informática prática e aplicada Quais certezas estão inseridas na informática prática e aplicada no processo de construção e destruição? Eles se concentram no processo de algoritmização e maquinarização ou contam também como parte da decontextualização e recontextualização? Levam em conta atores e areas, interesses e conflitos? Tomemos como exemplo os ramos da técnica de software e sistemas de informação. Ambos vêem suas tarefas como sendo o desenvolvimento de produtos, ferramentas, métodos , procedimentos padrão e conceitos, que são desenvolvidos a partir da pesquisa desenvolvida pelas ciências, em desenvolvimento de produtos pelos fabricantes que evoluem ou vão para o canteiro de aplicações, e.g. terminam em organizações, e são utilizados apenas para uma finalidade útil (veja figura 7). 25 Bases da técnica de software Na técnica de software se contrapõe duas escolas. Se elas também se complementam em suas aplicações, isto não pode ser satisfatoriamente comprovado até agora. Esta controvérsia começou nos anos 70 com o discurso de dois informatas famosos NIKLAUS WIRTH (1971, S. 221-227) e PETER NAUR 1992).. Naur como representante do método processo-orientado (‘to program is to understand’), ele sugere uma organização experimental, baseado em tentativa-eerro com atores individuais e ações de processos indutivamente orientados. Wirth ao contrário, vê a solução no construtivo processo-top-down, com especificações dedutivas que são gradualmente refinadas, e.g. no qual a organização como um todo é cada vez mais dividida em suas funções e processos. A especificação seria descrita neste caso independente da atividade de atores e seu contexto. Ao contrário para Naur: ‘Run over the elements of the problem in rapid succession several times, until a pattern emerges which encompasses all these elements simultaneously’. E ele nos previne contra: ‘Suspend judgement. Don’t jump to conclusions – point to the openness and uncertainty of the problem’ (citação de Naur, segundo Dahlbohm/Mathiassen 1993, p. 102f). As diferentes perspectivas são consideravelmente significativas, pois a partir deste ponto partem caminhos de desenvolvimento que são bem diferentes em relação aos seus métodos, teorias, conceitos de programação, etc. Dentro da técnica de software. FLOYD (1994, p. 29-37) descreveu o uso implícito de ambas as escolas considerando as diferenças do ponto de vista da produção (construtiva) e do processo-orientado (evolucionário): O ponto de vista da produção (construtiva) entende o software como uma solução bem definida e formalizável de problemas. Com base na especificação, a inserção de um software em um contexto de uso métodos formais ao longo de um procedimento padrão linear pode ser feito com sucesso. Figura 8 mostra que a técnica de software construtiva, como parte de um sistema de informática, torna possível as organizações, conceitos, métodos, produtos, etc. Fica reconhecível um modelo de engenharia, que tem em vista funções e estruturas organizacionais que são formalizáveis. Ao fim temos o usuário, que ‘aprova ou tolera’ o software. O contexto de uso é incorporado, mas referência direta aos atores e seus diferentes contextos e interesses. O contexto é retratado de forma independente das pessoas. Figura 8: A perspectiva construtiva da técnica de software O ponto de vista processo-orientado (evolucionário) contrariamente, entende o desenvolvimento de software como o design de artefatos para o apoio do usuário. Aqui se encontram processos de aprendizagem entre os desenvolvedores e usuários que acontecem dentro de um time de desenvolvimento e dentro da organização do usuário. Como o contexto é destruído pelo software e deve posteriormente ser novamente estabelecido, então fases cíclicas do projeto e feedbacks de cálculo precisam ser transportados. Mas projetos de software não seguem uma série linear de fases que lhes é dado, mas ocorrem ao longo de um processo de comunicação e aprendizado. Fica claro um método cíclico de koncepção de desenvolvimento de software: O software roda com a participação do usuário por vários ciclos, até que se atinja a uma solução satisfatória (veja Figura 9). 26 • Blick auf Nutzungskontexte und Design von Artefakten für Akteure entwerfen „push“ nutzen Entwicklung evolutionärer Methoden, Modelle etc. Nutzungskontexte • Rückkopplungen zwischen Systemgestaltern und Akteuren • zyklische Projektphasen • Kommunikations& Lernprozesse Figura 9: A perspectiva evolucionária (processo-orientada) da técnica de software O approach construtivo parte geralmente de estruturas organizacionais complexas e estáveis, que devem ser representadas e formalizadas através do sofware. Eles querem retratar o estado de organizações e processos de negócios em software, com o intuito de dedutivamente, poder refinar e formalizar partes cada vez menores , de forma que possam formalizar cada vez mais a organização como um todo. O suporte do ator individual não faz parte do foreground. A perspectiva evolucionária (figura 9) ao contrário do anterior, procura entender atores e suas ações dentro de seus contextos, e então através de técnicas de informação apoiá-los. Com isto a estrutura do sistema, i.e. tentar retratar a organização como um todo complexo não exerce papel importante. A retratação de estruturas, que é tão valorizada em um approach construtivo, é para a perspectiva evolucionária algo secundário. Ambos os approaches são exclusivamente interessados em prover métodos de conhecimento aplicado. Todavia, eles tem modelos diferentes para a tarefa do software em organizações. O approach dos Sistemas de informação Por tornar disponíveis para atores e organizações preocupações, modelos, métodos ou software que lhes são comuns. A técnica de software e sistemas de informação tem todavia diferentes ênfases. Enquanto a técnica de software fica centrada na pesquisa de desenvolvimento de sistemas de informática, e a partir dali, em ferramentas, métodos e procedimentos padrão, acima de tudo para a aplicação de software em organizações. Com o sistema de informações a ênfase é, com a ajuda de métodos, modelos, ferramentas e conceitos de informática, tornar disponíveis sistemas de informações para as organizações. De forma mais simples: A técnica de software opera dentro da ‘esfera de informática’. Os sistemas de informação, ao contrário, utiliza-se dos resultados da informática e de fabricantes da área de TI, para integrá-los aos seus conceitos de usos e métodos organizacionais ou comerciais, ela tem seu campo de operação dentro do contexto de uso, acima de tudo em organizações. O peso do ‘processamento de dados interno’, como foi a 27 princípio denominado pelos sistemas de informação, faz parte dos cursos de administração: (veja figura 10). Ela se baseia no ‘pull-Handlungen’, para colher os frutos da informática e da administração, e a partir daí levar para o campo das aplicações. Os Sistemas de informação incrementa os métodos e conceitos organizacionais administrativos, e.g. nos processos de negócios, workflows ou modelos de referência. Muitas vezes utiliza-se de modelos e metáforas, como Business-Process-Engineering, Enterprise Resource Planning, Computer Integrated Manufactoring etc., para a construção de modelos unambíguos. Para isto ela procura a tecnologia adequada ou prega pelo seu desenvolvimento, ou desenvolve um conceito de produto. No passado seu interesse esteve focado em alguns produtos de software standard como o SAP R/3. Software padrão devem ser instalados e adaptados com o mínimo de dificuldades, onde inevitavelmente e por vezes propositalmente, levam a reorganizações ou mudanças fundamentais para a • konstruktive Top-down-Sicht • Streben nach “sinnhafter Vollautomatisierung” • Effizienz durch Standardsoftware • unternehmensübergreifende Prozesssicht Systementwickler Benutzer Organisationen Informatik Uni Hamburg “pull” “push” Wirtschaftsinformatik “pull” Betriebswirtschaftslehre organização. Figura 10: A perspectiva dos Sistemas de informação Muitos Sistemas de informação entendem suas disciplinas como a ciência da criação e introdução de sistemas de informação para administração baseados em computadores de forma integrada (veja König 1995; Krcmar 2000). Uma base importante é que a partir de procedimentos padrão de engenharia de software que provém da técnica de software pode-se definir uma representação das estruturas e processos de negócios de uma organização. A análise com bases evolucionárias do desenvolvimento de software e para os sistemas de informação algo secundário. Livros texto sobre os sistemas de informação clássicos (veja por exemplo Martens u.a. XXX) entendem-se como disciplinas criadoras, que favorecem um organização totalmente automatizada de forma abrangente. Berndt u.a. criticam a falta de um conceito teórico que que apóie o desenvolvimento flexível e dinâmico de TI e organizações(XXX). Em detalhe: Ação ou estrutura : O sistema de informação clássicorioriza a criação de estruturas. Ela se utiliza dos meios disponíveis, que a informática proporciona. 28 Técnicas de informática são usadas principalmente para poder regular os processos e o outflow de forma rápida e econômica. A consideração de atores, suas interações e atividades concentra-se no apoio de grupos de trabalho através de groupware. Consenso ou conflito: A consideração de conflitos também se aplica ao sistema de informação clássico. É enfatizado que os atores se subordinem à ‘lógica da técnica’. Ponto de vista do estado ou do processo: ela não retrata o processo de desenvolvimento em organizações. Da mesma forma que uma geração de TI é substituída pela seguinte, os estados também são perdidos, por força das circunstâncias, para o seguinte. Modelo: O modelo dos sistemas de informação é tido como ‘Sinnhaft’, no qual para toda ‘etapa de automatização é aceita após um período de aprendizagem’. O objetivo é a substituição do fator de produção humano pelo custo-efetivo computador e software. O fator humano é visto predominantemente não como uma força produtiva, mas como um fator de custo que deve ser minimizado. Quanto mais pode ser passado para um sistema computadorizado, tanto menos do caro fator de produção humano precisa ser utilizado. O potencial criativo ou aspectos sociais são são secundários. "O controle da variabilidade na técnica de software e informática-aplicada” A pergunta continua em aberto, qual dos pontos de vista da tecnologia de software no qual os sistemas de informação também se baseiam é o mais apropriado. Quem tem razão Naur ou Wirth? A técnica de software evolucionária aponta para as ações de atores individuais, seu contexto de uso e interações. Os aspectos estruturais da organização como um todo ficam em segundo plano. Sistemas de informação e técnicas de software construtivas, ao contrário, interessam-se primariamente pela estrutura da organização como um todo. Com isto se assume que atribui ao indivíduo as suas ações. O ator individual, ou usuário de parte do sistema são providos de uma capacidade de adaptação. A visão evolucionária e a construtiva são até o momento incompatíveis entre si. Sistemas de informação e técnicas de software construtivas partem de uma hierarquia de fins e meios: a direção define os objetivos top-down, os atores na hierarquia trabalham as tarefas e os objetivos. Na base reside o modelo econômico ideal de decisão racional dos atores. Correspondentemente o mundo social se encontra basicamente em um estado natural de harmonia, eventuais desajustes ocorrem, mas no ‘longo termo’ domina sempre a ordem. Como dito no começo, Anthony Giddens com sua teoria estruturacional mostrou um caminho, o do dualismo da atuação de atores de um lado e o das estruturas do outro que se contrapõe. Apenas para lembar: para ele a figura central é a dualidade entre ação e estrutura: ‘O caminho para frente, de modo a fechar as diferenças ‘estrururais’ e ‘ação-orientada’ baseia-se em reconhecer que nós ativamente criamos e modificamos as estruturas sociais com o correr de nossas atividades diárias’ (Giddens, Anthony 1999, p. 614-618). Estruturas são as circunstâncias instutucionais duradouras como regras ou recursos com os quais os atores são confrontados, vivem, se locomovem dentro dele e se distinguem dele. Existem dois tipos de influência da estrutura sobre as atividades: De um lado as estruturas limitam a possibilidade de atividade dos atores. De outro lado, as estruturas possibilitam aos atores agir de forma competente. A este duplo sentido Giddens chama de dualidade da ação e da estrutura: ‘Ações acontecem dentro do meio das estruturas, é possibilitado e limitado através das 29 estruturas (estruturação), e tem como resultado uma estrutura (formação estrutural), que por sua vez o limita e o possibilita’ (Giddens 1988, p. 296). A figura da dualidade da ação e da estrutura de Gidden é útil para reconciliar a concorrência que se dá ao approach evolucionário e a técnica de software construtiva de acordo com um divisão de trabalho significativa. Em cada organização se encontram ambos os lados: a relativamente estável organização estrutural e a ação flexível ou contexto de uso, no qual atores não agem de forma planejada. Previnir isto seria contraprodutivo para a organização. A partir desta diferença pode-se explicar porque mesmo com a concorrência entre o approach construtivo e o evolucionário da técnica de software ainda é possível uma divisão de trabalho construtiva. O approach construtivo e o sistema de informação baseiam-se na visão top-down da organisação geral. Sob esta visão o que parece ser mais vantajoso é a estrutura estável da organização. Ela deve ser eficientemente organisada juntamente com o conceito de fases da engenharia de software o que geralmente significa que deve ser automatizada. Com a perspectiva evolucionária, ao contrário, o que se procura é a a aceitação da insegurança da ação dos atores em um contexto de uso e ações flexíveis em situações não planejáveis que sejam apoiados através de software, geralmente com a cooperação do usuário. Seu campo é então a ‘lacuna formal’. Não se presta atenção à estrutura do sistema ou a sua complexa organisação geral. O construtivo top-down-approach da técnica de software usa-se da biografia de operações desenvolvida e das estruturas de uma organização. Ela se interessa pela regulamentaçãoe recursos e tem por meta, a partir disto estabelecer uma eficiente arquitetura geral da organização apoiada por software. O approach construtivo é apropriado para as características da estrutura, enquanto seja explicitamente claro que esta ação é apensa um lado da medalha. Ao lado da estabilidade existe também uma incerteza para a organização, e a necessidade confrontar a competição através de inovação. Este desafio pode ser balanceado através da ação flexível dos atores. O approach evolucionário se estabelece de forma racional através de seus atores e ações, que são confrontados com insegurança e a identificação de potenciais de sucesso. Estes vão ser ao menos apoiados com os recursos de software apropriados, o que só é possível quando o seu contexto de uso é entendido. Ele completa a lacuna formal que o approach construtivo deixou aberto. Podes-se falar também de uma dualidade de evolução e construção: desenvolvimento e inovação são possíveis apenas em um ambiente estável. E porque as organizações tem um interesse em inovações, mudança, ações flexíveis e reação através de atores, ela precisa ter um interesse amplo no potencial de ações apoiados por software. Com isto perguntamo-nos novamente uma pergunta importante da técnica de software e sistemas de informação: Não se trata mais de um approach construtivo ou evolucionário, mas sim sobre onde termina o reino da construção e onde começa o campo da evolução no desenvolvimento de software. Trata-se de um feedback com perspectiva do pontos de vista da construtividade top-down e evolucionário. 30 Kai Zuse e a Sociedade de informação Kai Zuse tem que se acostumar a dois novos slogans: sociedade de informação e administração de conhecimento. A mídia fala sobre o assunto, os políticos fizeram disto um tema. Eles querem a sociedade de informação, acima de tudo através da educação disponibilização de pontos de acesso para todos. Muitas firmas se perguntam sobre elas podem melhorar o conhecimento de seus empregados através da administração de conhecimento Kai Zuse quer se lembrar, que até há pouco a discussão foi sempre a respeito da sociedade de informação. Por acaso seria a sociedade de conhecimento alguma coisa diferente? De qualquer forma, a partir de agora o conhecimento e a educação tem prioridade máxima. Seu avô sempre havia dito que ‘saber é poder’. A esperança dos políticos e empresários e chegar ao topo de eficiência com muitos novos produtos e serviços. Com os quais eles possam se expandir na competição internacional e gerar crescimento. Dentro desta lógica também são criados empregos para tarefas simples tarefas cotidianas. Kai Zuse esta satisfeito que neste semestre um professor ofereceu um projeto de seminário com o tema de administração de conhecimento ‘Como pode uma empresa aproveitar ao máximo e administrar o conhecimento de seus empregados através do computador e da internet?’ De acordo com o motto ‘Se a Siemens soubesse o que ela sabe’. É fácil de ver que tranparência é um grande ganho para a firma, especialmente ganho de tempo: Os engenheiros ainda gastam um terço de seu tempo à procura de informação. A princípio o tema do seminário parecia ser bem fácil e a solução bem próxima. Tudo que até hoje era guardado em brochuras, cartões ou registros vai ser no futuro guardado em banco de dados. Isto vai ser incrementado com o nome e funções de todos os trabalhadores , com seus know-how especial. Todos que tenham um computador sobre a sua mesa e acesso vão poder acessar estas ‘páginas amarelas’ virtual. O professor chama rapidamente a atenção para o fato de que boa parte das formas hoje tem seus segredos em programas e bancos de dados e não em cartões. No seu grupo de trabalho houve discussões calorosas sobre como alguém pode melhorar estas informações e torná-los disponíveis aos interessados de forma sistemática. Os sistemas de informação chamam isto de Data-Mining. Mas Kai Zuse se pergunta, se seria isto o que a sociedade de conhecimento tem por modelo e com o qual uma companhia internacional pode se tornar competitiva? Não estaria o conhecimento que faz a diferença na cabeça das pessoas. Este inconsciente que é implicitamente chamado de conhecimento – novo alemão: ‘sticky information’ – ele não pode ser formalizado e armazenado em um banco de dados. Ele não pode ser tomado e manipulado rapidamente. Com isto os computadore e a internet não podem trabalhar! Kai pensa no seu grupo de trabalho. Eles conseguiram algo, porque eles trabalharam juntos e usaram ‘arquivos de conhecimento’ como revistas especializadas. O conhecimento na cabeça foi através de conversas informais ‘elevado’, alcançou a superfície, passou para o consciente e tornou-se em conhecimento explicito. Eles resolveram alguma coisa porque eles trabalharam juntos e utilizaram ‘arquivos -deconhecimento’ como revistas especializadas. O conhecimento foi incutido nas cabeças em conversas casuais, explicitado e integrado {a nossa consci“encia. E a partir daí gerando novo conhecimento. Desenvolvimento de conhecimento também tem muito a ver com comunicação. E podem ser apoiados de forma efetiva pelo computador e pela internet. Pois agora pode-se muito mais do que simplesmente ter acesso ao conhecimento armazenado em bancos de dados. Pessoas que vivem distantes umas das outras tem a possibilidade, através da internet de cooperarem e juntas desenvolverem um tema. O Prof. diz que este tipo de aprendizado e trabalho conjunto já tem um nome: ‘Communities -of-practice’. Aparentemente isto vai se tornar um importante princípio organizacional. Em várias empresas já existem dessas ‘Internet-Communities’. Kai acrequita que a internet pode com certeza estimular este tipo de desenvolvimento. Até o aprendizado na universidade e nas escolas pode mudar consideravelmente em consequência disto. Por outro lado, Kai acha que a idéia de que conhecimento transmitido através de comunicação não é algo tão novo e se este tema seria mais algo para a alçada de pedagogos e que para eles esta discussão que gira agora em torno da economia, sistemas de informação e 31 prática 32 empresarial são velhos conhecidos. 3. A macro-perspectiva: O processo construção na sociedade global de destruição e Existem dois temas que são de interesse da macro-perspectiva: • • 3.1 Como funciona de fato o desenvolvimento técnico ou os avanços científicos e quais são os pré-requisitos para que inovações sejam criadas? Existem várias opiniões divergentes sobre o tema, algumas delas serão aqui discutidas, que serão abordadas no modelo de ‘feedback estrutural’. O outro tema é sobre a integração de software, atores, organizações e sistemas de informação: de um lado temos os valores, cultura específica, valor econômico, regras, leis e tradições, bem como regras institucionais e a influência da sociedade sobre atores, organizações e os processos de desenvolvimento e uso de técnicas de informação. De outro os processos de inovação provocam tensões e acomodações, e.g. através de novos requisitos de qualificação no sistema educacional. Entre as perspectivas micro, meso e macro existe uma relação íntima: alguns desenvolvimentos crescem ‘para cima’ (bottom-up), outros crescem, geralmente através de esforço ‘para baixo’ (topdown). Inovações e desenvolvimento técnico Associação estrutural de sistemas de informação e organizações Nós tomaremos a seguir a relação entre os sistemas de informação de informação e as organizações que os usam de uma forma geral, sem perder de vista os atores individuais ou as influências sociais. Ambos os sistemas se desenvolvem a partir de várias opções de ação. Desta forma os sistemas de informação, com suas arenas – pesquisa de informática e fabricantes de TI – oferecem às organizações uma variedade de novos modelos, métodos e produtos: estes são os potenciais para organizações. Ainda assim as organizações tem dificuldades em manter-se atualizadas com as várias novas possibilidades técnicas. Eles procuram atender suas necessidades ou contexto especial através da observação permanente das mudanças que ocorrem, e.g. através da visita a feiras, leitura de revistas especializadas, frequentemente também através do suporte de consultorias e desenvolvedoras de software. Organizações, ao contrário dão sinais constantes sob a forma de questionários, demandas e requisições aos fabricantes, desenvolvedores e cientistas de informática. Os atores de sistemsa de informática também observam constantemente para poderem explorar os novos potenciais . A seleção de ambos os sistemas não acontece de forma necessariamente lógica, mas até um certo ponto aleatoreamente e a se diferencia a partir de um determinado contexto de uso. Sem o conhecer o sistema é impossível fazer predições sobre quais as escolhas ou associações que vão ocorrer e quais não vão ocorrer (veja Figura 7). 33 Globale Gesellschaft Institutionen Werte & Leitbilder Regelungen Arena Anwendungen Organisationen De- & Re-Kontextualisierung Nutzungskontexte Akteure & Arenen Arena InformatikForschung & ITHersteller MakroPerspektive MesoPerspektive Informatiksystem Informatische Modellierung MikroPerspektive Informatiksystem Figura 7: A macro-perspectiva Inovações são um feedback. Esta idéia tem que ficar clara: inovações e desenvolvimentos técnicos são um fenômeno social, técnico e econômico. Inovações não podem ser explicadas apenas com o ‘empura -empurra’ entre os sistemas de informações e e organizações. São processos dinâmicos, recursivos que descrevem a ‘espiral da inovação’. Esta espiral é o meio de cultura para novas perguntas e desenvolvimentos. Ela é o a força motriz e decisória para os rumos de desenvolvimento da informática, a partir do qual modelos inovadores, métodos e opções de criação da informática e dos produtos de TI são gerados. Gerações de cientistas sociais tentaram explicar de forma plausível o desenvolvimento técnico e inovações. Hoje existe o consenso de que o desenvolvimento de técnicas e inovações é um infindável e variado processo de ganhos discretos de conhecimento e modificação. Apenas as grandes novidades emergem ao público e raramente o aperfeiçoamento de uma técnica existente. Tecnologias não cobrem de forma geral, mas frequentemente apenas os processos de aperfeiçoamento quando ligados a interesses econômicos das organizações. Uma tecnologia que não se vende são apenas raramente aperfeiçoadas pelos desenvolvedores de TI . O pesquisador de informática que trabalha sozinho em sua sala também se tornou raro nas universidades. Ele também precisa de verbas para a pesquisa, que a princípio, pelo menos no médioprazo tem que mostrar alguma rentabilidade. A marketização parece ser o princípio que controla tudo. Discutiremos porteriormente sobre o desenvolvimento Open-Source que não se enquadra neste modelo. 34 Figura 8: Desenvolvimento da inovação como feedback estrutural de dois sistemas A dinâmica da espiral de inovação, o ritmo das inovações depende de vários fatores, e.g. a competitividade do mercado, a infra-estrutura de pesquisa e a existência de um ambiente inovador. Informática e desenvolvedores de TI fazem a oferta, os atores em organizações ou empresas escolhem as ofertas de TI e as implementam. Se um sistema de informática se sobressai, isto depende se os atores aceitam, compram e operam o sistema, mas também da atividade de marketing e do poder de marketing do desenvolvedor. Ao contrário, informátas e desenvolvedores de TI desenvolvem e oferecem conceitos e potenciais de uso melhorados sob a forma de uma nova versão ou produto. Eles observam as necessidades de organizações e atuam através de estruturas organizacionais existentes e bem como do nível da técnica disponível. Avanços técnicos significam uma melhora nos processos de produção e serviço queira com os produtos existentes bem como o desenvolvimento e introdução de novos produtos e serviços. É necessário diferenciar inovação de processos de inovação de produtos. Por inovação de processos entende-se uma novidade tanto técnica quanto social, e.g. uma melhora na gestão organizacional. Via de regra associada a uma melhora na produtividade. 35 Teoria de Kondratieff de ondas longas Nikolai D. Kondratieff (1892–1938) foi professor de economia em Moscou. Ele desenvolveu a ‘Teoria de Ondas Longas’. Uma onda dura entre 40 e 60 anos. Ela começa com uma inovação básica e parte de uma mudança fundamental na estrutura econômica e a reestruturação da sociedade a partir dela. Kondratieff baseia sua teoria na comparação de dados esparsos. Ele teve a disposição as estatísticas das economias dos alemães, ingleses, franceses e americanos. Kondratieff 1926: ‘apesar do trabalho estatístico matemático do tema escolhido ser tão complicado, não se pode achar que os ciclos encontrados são um resultado casual dos métodos utilizados. Um argumento a favor seria o fato de que esta onda representa basicamente o mesmo período em todas as pesquisas realizadas.’ ‘Renascimento de Kontradieff’ por Nefiodow Provavelmente Kondratieff seria uma nota de rodapé da economia se não houvesse sido por Leo A. Nefiodow, colaborador do centro de pesquisa de informação técnica – GMD em St. Augustin próximo a Bonn. Ele publica em 1996 um livro ‘O sexto Kondratieff. Caminhos para a produtividade e emprego total na era da informação’. Seu credo: ‚No próximo, que será o sexto ciclo de Kondratieff, haverá uma necessidade social voltada para a saúde em um primeiro plano. Isto não será apenas saúde do corpo, como se entende, mas em um sentido holístico: uma saúde da alma, ecológica e social.’ Technology Push ou Demand Pull? Technology Push: acima de tudo no mercado estabelecido e em conjunto com produtos conhecidos. Apenas desvios insignificantes da prática atual com pequeno grau de novidades. Demand Pull: rapidamente aceito pelo mercado (caso não seja necessário um desenvolvimento de atividade de mercado extensivo). Tem um risco maior que em Technology Push. Demanda mais da direção e da competência organizacional. Dirigido pelas mudanças das necessidades do consumidor. Para saber mais veja também ‘O ponto de vista dos corredores de construção nos sistemas de informação’ (Rolf 1998, p. 6f). Inovação através de ferramentas, „Auswilderung von Rohlingen“, Open Source e milieu de inovações O desenvolvimento de inovações ganhou uma nova dimenção com a disseminação de PCs, software e a sua ligação através da Web. O desenvolvimento de TI encontra-se agora como antes conectado aos centros de pesquisa e desenvolvimento de empreas ou universidades, mas também de forma não planejada como nos milieu de inovação. Os computadores pessoais se tornaram nas mãos de muitos usuários em uma ferramenta: o chamado ambiente de desenvolvimento, ferramentas de software adicionais ou ofertas de software são entendidos como caixa de ferramentas, com os quais se pode experimentar. Falhas e déficits são descobertos, novos aplicativos e expansões mais confortáveis são criados ou algo totalmente novo pode ser feito. Ocasionalmente os produtos de fabricantes são concebidos como ‘Rohlinge zum Auswildern’. Isto economiza o custo da oferta e criatividade bem como acelera a difusão, que com o passar do tempo evolvem firma comerciais. Através da internet é fácil oferecer um produto para uma grande comunidade de usuários. A distribuição rápida mundial não é mais um gargalo. A realidade mostra que no meio tempo uma multidão de associações se montou, e juntos impulsionam um projetos mundiais de desenvolvimento técnico, o então chamado desenvolvimento Open-Source, como o Linux. Neste modelo são postos em dúvida as condiçoes de uso da economia clássica. 36 Figura 9: Desenvolvimento de inovação através do milieu de inovação, Auswilderung da técnica de informação e Open-Source Aparentemente uma cabeça clara e curiosa – os produtos de técnica de informática e infraestrutura facilitam isto – tem um papel bem maior no desenvolvimento de inovação do que os livros-text descrevem. Atualmente, inovação tecnológica não é mais um fato isolado. Geralmente acontecem em redes, que estão voltadas ao desenvolvimento de novos conhecimentos, produtos e processos. Eles produzem um efeito sinergético (veja Castells 2001, p. 445): Inovação ‘é o termo para um certo nível de conhecimento, um certo tipo de ambiente institucional e industrial, uma certa disponibilidade de habilidades, a definição e solução de um problema técnico, uma mentalidade econômica, aplicação de aplicativos lucrativos e uma rede de produtores e usuários que podem trocar sua experiência acumulada uns cons os outros e que aprendem através do uso e modificação’ (Castells 2001, p. 39). Geralmente esta forma de desenvolvimento de inovação não é comercialmente motivada. Normalmente são hackers e talentos técnicos que melhoram ou complementam um software existente pela motivação ou reputação que advém disto. Este tipo de uso é bem difundido no cenário Open -Source. Uma motivação mais comercial é encontrada nos milieu de inovação. Onde existe uma concentração de hackers e iluminados, primeiramente na Califórnia, existem os milieu de inovação. Ele se funda em pequenas empresas. No Vale do Silício frutificam-se mutuamente através de troca de empregos e novas subsidiárias. As inovações da técnica de informação tem então em marcha uma espiral que leva ao desenvolvimento e fortalecimento de milieus de informação. Este processo de tentativa e erro precisa de que uma concentração espacial de instalações de pesquisa, universidades e redes de negócio. Este modelo foi, em maior ou menor grau copiado com sucesso em vários outros lugares. Os milieus de inovação são essencialmente melting-pots de inovação na era da informação. Mas isto é apenas um laod da história. O outro lado que tem que ser introduzido, se constitui de dinheiro governamental investido em programas de governo estatais, que tanto dos EUA quanto na UE financiou várias universidades e firmas. Eles foram os iniciadores da revolução e difusão da tecnologia de informação. Castells acredita que este desenvolvimento das ‘firmas-de-garagem’ poderia ter tido um caráter diferente, menos decentralizado, com aplicativos tecnicamente flexíveis. ‘O sangue da noava tecnologia de informação é o estado em que chegamos através da troca entre os grances centros de pesquisa e o grande mercado estatal de um lado e por outro lado a criativa cultura tecnológica e o desejo de sucesso rápido que foi por ela estimulada’ (Castells 2001, p. 75). 37 A diagrama do desenvolvimento técnico Se levarmos em consideração os efeitos da mudança ou o movimento espiral entre organizações, sistemas de informação, milieus de informação e hackers dentro de um contexto temporal, então a gente tem a diagrama do desenvolvimento técnico. Ela tem em vista os estados de desenvolvimento individuais em um contexto histórico do uso da tecnologia de informação. De forma que pode-se documentar o desenvolvimento da inovação de forma geral, bem como para as organizações de forma individual. Ele pode nos ‘contar’ sobre o surgimento de organizações e modelos técnicos, bem como sobre os ganhadores, perdedores e conflitos que ocorreram com o passar do tempo; com o diagrama do desenvolvimento técnico aparecem ‘ações dos vencedores que se tornaram estruturas’. Ao mesmo tempo pode-se olhar para o perdedor e ver na derrota informações importantes que podem ser utilizadas para inovações futuras. Nos diagramas de desenvolvimento se refletem repetidamente as organizações, os modelos, métodos, produtos e ferramentas de informática que se estabeleceram no mercado. A metáfora do ‚caminho’ insinua que não está se lidando com algo limitado, que através das forças das circunstâncias é determinístico como um ‘corredor de construção’. Isto é muito mais uma ramificação de alternativas e opções que são possíveis. Determinismo técnico é apenas um dos fatores. A técnica atual é o resultado das ações humanas no passado, que serviram de estrutura e base para novos desenvolvimentos tecnicos. Os atores movem-se através de suas ações em estruturas, que se tornaram um caminho do uso da técnica. Os atores experimentam e ampliam suas ações que através deste caminho determinam um campo de ação (Giddens 1999, p. 614). Até aqui é possível utilizar a ‘teoria estruturacional’ de Giddens. 3.2 „Embedded Systems in Society“ Organizações, sistemas de informação, milieus de inovação, entre outros são um ‘ambiente social’ com valores, uma cultura específica, com valores econômicos e jurídicos, tradições, um sistema educacional e econômico e muitas outras coisas incorporadas. Todos tem infuenciam e se deixam influenciar, consciente ou inconscientemente , o desenvolvimento e o uso da técnica de informação. Em todas as sociedades, institui-se no corre do tempo uma variedade de regras, que dirigem e controlam a convivência. Eles são também capazes de dirigir, acelerar ou freiar as inovações da técnica de informação (veja Figura 10). 38 Werte/Leitbilder Regulierungen § § § Lebenswelt Kultur Institutionen Akteure AnwendungsAnwendungsfelder: Anwendungsfelder: Unternehmen, felder: Unternehmen, Organisation, Unternehmen, Organisation, Alltag Organisationen etc. Organisation, Alltag etc. Alltag etc. Technik, Technik, IT/Informatik , IT/Informatik Softwaretechnik Softwaretechnik Akteure Governance “Membran” Figura 10: „Embedded Systems in Society“ Habermas e Luhmann: A influência da sociedade Metaforicamente falando, os sistemas de informação e organizações são envoltos por uma membrana, que está integrado à sociedade. Os sistemas de informação são neste sentido ‘Embedded systems in Society’. Uma membrana é conhecido por ser porosa em ambos os sentidos: De um lado eles tomam valores, regras institucionais da sociedade, influência sobre as organizações e os processos de desenvolvimento e uso da técnica de informação. De outro lado eles introduzem tensões sociais e ajustamentos, e.g. através de novas demandas na qualificação e no sistema de educação. São criados novos empregos, bem como outros são cortados. Existe uma pergunta central nas ciências sociais, sobre em qual dos lados a membrana é mais porosa e em que direção as forças são mais fortes. Os dois representantes de maior expressão de ambos os discursos são Jürgen Habermas e Niklas Luhmann. O ponto de vista de JÜRGEN HABERMAS: ele é interpretado da seguinte forma, as organizações e sistemas de informação são sistemas racionais, que estão integrados em um ambiente social, definido como Lebenswelt. No Lebenswelt são discutidos as normas, entendimentos e consentimentos. A ligação entre sistema e Lebenswelt permite o fenômeno social e o processo dual, de um lado ações racionais e do outro o Lebenswelt. Sistemas são zonas sociais, no qual predominam as ações racionais. Segundo Habermas as ações racionais partem do príncipio que ‘o ator é orientado em primeira linha compelido a atingir um objetivo de forma adequada, através de meios que dentro das circunstâncias lhe pareçam adequados e a calcular outras ações complementares previsíveis que são condições acessórias para o sucesso. O sucesso é definido como a obtenção de um resultado desejado, que é obtido através de ações orientadas ou omissões causais. Os efeitos das ações que entram em vigor deteminam-se através do resultado das ações (pelo tempo que tais ações estão em vigor), ações consecutivas (que o ator já havia previsto e já 39 havia planejado uma ação) e consequências (que o ator não havia previsto)’ (Habermas, 1988, p. 384f.). Para Habermas, a força do sistema racional se torna mais forte que a do Lebenswelt, com o passar do tempo: ‘... o imperativo da independência dos subsistemas forçam... de fora em direção ao Lebenswelt – como senhores coloniais em uma sociedade tribal – compelindo a uma assimilação’ (Habermas 1981, Bd. II, p. 522). A racionalização positiva do Lebenswelt que acontece posteriormente, devido a diferenciação do sistema, atua novamente sobre o Lebenswelt: ‘... O Lebenswelt racionalizado permite a criação e o crescimento de subsistemas, cujo imperativo de independência atua de forma destrutiva sobre si próprio’ (Habermas 1981,Bd.II.p.277). Agora diferencia Habermas entre as ações racionais e comunicativas. Os homens não aprendem apenas habilidades, que lhes permitem agir de forma racional, mas que se incorporam em seu consciente através da palavra , valores e normas: ‘O Lebenswelt constitui-se de habilidades individuais sobre como se resolve uma situação, e da prática social, com o qual pode-se confiar em uma situação, tanto quanto no senso comum’ (Habermas 1989, p. 593). Apenas com o background do Lebenswelt é possível o entendimento do homem, que incorpora o conhecimento da Lebenswelt na linguagem. Através da linguagem formam-se estruturas sociais, que contém, para o funcionamento de uma sociedade, os parâmetros como hábitos, herança cultural, princípios morais e habilidades técnicas. O meio da ação comunicativa é a língua. O ponto de vista de NIKLAS LUHMANN: a argumentação de Luhmanns mostra as sociedades modernas através de diferenciações funcionais, i.e. as sociedades tiveram organizadas no correr de seu desenvolvimento suas principais funções em sub-sistemas altamente especializados. A estes sub-sistemmas pertencem também as organizações e sistemas de informática com seus centros de pesquisa, expertise técinico e milieus de inovação. Sociedades seriam então a soma dos múltiplos sub-sistemas, que possuem cada qual uma identidade específica: ‘Cada sistema-função orienta-se ... em sua própria construção da realidade’ (Luhmann 1988, p. 346). De acordo com Luhmann os sub-sistemas e em certo grau as organizações e sistemas de informática tem um enorme poder sobre a sociedade: eles pegam pra si o que eles precisam da sociedade. No caso ideal os discursos sobre o desenvolvimento técnico desejável de uma sociedade ocorrem antes do seu respectivo desenvolvimento técnico. Estas discussões devem, caso necessário, ser acompanhadas de uma regulamentação. Apesar das diferenças gerais entre Habermas e Luhmann, eles tem em comum a apreciação de que em ambos os sistemas de organização e nas demandas de informática ao fim exercem um controle sobre a sociedade e o sistema político. Desta forma eles exercem uma grande influência no desenvolvimento normativo e cultural da sociedade. Economia institucional versus teoria neoliberal Isto tudo contradiz a teoria neoliberal. Pois ela considera sozinha, como oferta e demanda interagem no mercado e leva a um balanço de preços. Nesta construção de um mercado perfeito, os atores agem exclusivamente de forma racional, o Homo oeconomicus trabalha todos os dados imediatamente e sem trabalho. E quando ele não o faz, então deve-se atuar rapidamente, para que isto seja mudado de acordo. O papel da justiça não tem influência, são tradições culturais, valores e modelos. Segurança legal é muito valorizada em uma economia de mercado funcional. Sua existência cria primeiramente as bases para troca relevante em uma economia de mercado. No momento existe nas ciências econômicas uma corrente relevante, que se baseia no significado das instituições, comportamento e tradições, etc que é centralizado em uma economia. Os sistemas institucionais ou novos instituos 40 econoômicos abalam o ponto de vista neo-liberal, por afirmar que somente a oferta e procura, privatização, desregularização para a produção de afluência econômica são necessários. Normalmente o termo instituição é rapidamente associado a burocracia e órgãos públicos. Differentemente é a interpretação de instituições economicas. Por este termo se entendem todas as regras e arranjos que tem influência sobre as ações humanas: leis, prescrições, tradições, normas sociais, mentalidade. Com o sistema de instituições ou economia ficam possível assegurar cientificamente o nível macro (integração da economia e sociedade) com o nível micro (administração e técnica de software em um contexto de uso) e a nível meso (atores e arenas, açoes e estruturas). Não é mais preciso justificar porque não se pode conciliar o ponto de vista neoliberal da visão do homo oeconomicus racional. 3.3 A cooperação entre economia global e informatização Já não basta apenas pensar na sociedade com suas instituições, regulamentações ou tradições culturais dentro de uma perspectiva nacional, pois com a globalização a complexidade da macro-perspectiva aumentou consideravelmente. As vias da globalização econômica Castells fala de duas tendências gerais que ocorrem atualmente no processo de transformação da economia global. Juntas, estas tendências nos permitem reconhecer a seguinte fase histórica: Primeiro as tecnologias de comunicação e informação: tecnologia é ‘apesar de não ser a causa da transformação, ela é de fato o meio inevitável dela. De fato ela é o que é feito da novidade histórica desta transformação multidimensional. Segundo , todos os processos (de transformação) são invocados através de formas organizacionais, que evolvem em redes ou, pra ser mais preciso em redes de informação’ (Castells 2001, p. 431). Atraés da associação com o modelo economico dominante do cenário mundial, que se expressa na desregularização, liberalização e privatização, dissolveram-se as barreiras, com a ajuda da informatização dos países industriais, para o fluxo mundial de bens, trabalho e capital. Organizações tem que atuar em um ambiente volátil de atores e arenas, com grande grau de difusão de tecnologia de informação e competição liberalizada e desregularizada em um campo de ação cada vez mais global. A tecnologia é para eles um potencial e uma chance. Ao mesmo tempo é também uma ameaça, que queira ou não precisa ser utilizada pra que não se torne dependente em um ambiente de competição global. O que acontece é um processo de destruição e reconstrução em escala global. Inserção da transparência „Mapa da globalização econômica” Keynes e a economia de mercado social A história do avanço industrial é marcado pela automatização dos processos industriais, no qual o curso da força de trabalho humano é apoiado e substituído por máquinas. Com isto o aumento da produtividade, que proporcionou a produção em massa por preços baixos, afluência social e crescimento econômico, foi o seu aspecto positivo. De fato a reorganização da forma de trabalho e processos de produção tem seu lado sombrio. Com a racionalização alguns campos de trabalho antigo foram substituídos, seus trabalhadores tiveram que se reorientar. 41 Em especial a República Federal Alemã conseguiu, depois de 1945, compensar em parte os efeitos sociais indesejáveis do avanço técnico-econômico através do modelo de mercado social. Seu cerne foi uma política econômica orientada na demanda, que pode ser traçada de volta ao economista inglês JOHN MAYNARD KEYNES e que tem influenciado as bases da economia política dos países ocidentais desde a época da Segunda Grande Guerra. O Keinesianismo se baseia no fato de que os problemas de ocupação se devem a escassez de demanda do mercado. A política tem então a tarefa de aumentar a demanda, através de obras públicas bem como instrumentos finaceiros, dinheiro, instrumentos fiscais. A instabilidade dos mercados captalistas devem ser compensados através de condições gerais definidas por leis, no qual o dinheiro que não é investido pelas empresas deve ser retornado ao circuito econômico e um perfil de ocupação estável é garantido. Durante a transição do milênio, praticamente todos os países industriais foram atingidos por uma recessão econômica, cuja abrangência ainda não pode ser apreciada. O desemprego estrutural aumentou e a divisão social entre pobres e ricos se tornou maior, não apenas no mundo como também internamente dentro das nações desenvolvidas. Muitos países pobres experimentaram nos últimos anos um colapso econômico. Um de seus ápices ocorreu com a crise asiática do final dos anos 90, que atingiu vários estados no Pacífico e significou desastre econômico e social pra eles. O motivo para tudo isto está no entrelaçamento de várias tendências, que se reforçaram em uma mistura volátil e que recentemente a nível global se estabeleceu sob várias formas organizacionais. Estas tendências vão ser esboçadas a seguir. A primazia do Mercado – ou: „A vitória dos Chicago-Boys“ O caminho vitorioso da economia de mercado, foi liderada nas últimas quatro décadas pro alguns professores de economia sob liderança de MILTON FRIEDMANNS de Chicago. Os então chamados ‘Chicago-Boys’ se baseiam no clássico da economia: ADAM SMITSH e DAVID RICARDO, e por isto são também frequentemente chamados de neo-clássicos ou neo-liberais. Esta escola fornece as bases teóricas para a ordenação dos estados sob o imperativo de uma economia de mercado global. Sua tese altamente controversa, que prega sem um QUANDO ou MAS defende veementemente e domina os adversários: Empresas que se orientam apenas à maximixação de ganho, servem ao mesmo tempo para o bem-comum. E direção totalmente direcionada ao mercado e total liberdade de ação por si sós são os mecanismos de coordenação mais eficientes, tanto para um estado quanto para o mercado global. O estado tem que se manter de fora. A abertura neoliberal foi apenas possível porque os chefes de estado conservadores dos EUA e Inglaterra, Reagan e Tatcher, fizeram destes conceitos prioridade em seus países. Os economistas teóricos neo-liberais demandam uma série de medidas, através dos quais o papel do estado é reduzido a um mínimo e a economia ganha o maior espaço de ação possível. Através da de-regulamentação se atinge as ‘amarras econômicas das forças de mercado’ , que de forma concreta significa a eliminção de regras legais que regulam os padrões sociais do mercado de trabalho. Além disso, é necessária a privatização de setores estatais, que foi garantida através do financiamento público da infraestrutura básica de forma independente do mercado. Como exemplo temos telecomunicações, correios e distribuição de energia, mas também infra-estrutura de tráfego ou hospitais. O objetivo final é uma liberalização do mercado, com livre fluxo de dinheiro e bens, que se auto-regulam e levam ao emprego total e ao bem comum. Para os seguidores da liberalização, a privatização das empresas públicas, bem como a deregulamentação de todas as ‘amarras econômicas das forças de mercado’ defrontam-se com perdas de recursos e alocação, quando os mecanismos de mercado são destruidos. Porque eles se 42 baseam nos clássicos da economia ADAM SMITSH e DAVID RICARDO, eles são atualmente chamados de neo-clássicos ou neo-liberais. Eles querem que as medidas sociais, e.g. redistribuição baseado em conceidos de justiça sejam abandonados e que ele seja exclusivamente coordenado pelo mercado, não apenas em um economia, mas que tenha uma abrangência global. Os seus valores são (veja Scherer 2003): • • • • • Uso eficiente dos meios de produção internos; Demanda de avanços técnicos; Prevenção de forças de mercado através de livre acesso de mercado; Preços flexíveis para compensação entre oferta e demanda; Melhor adaptação da oferta de bens. No livre mercado com seus incentivos e sinais, eles vêem a ‚mão invisível’ (Adam Smith), que ao mesmo tempo proporciona a alocação de recursos optimal, como uma divisão econômica racional da renda, e está em posição de escolher entre o melhor caminho para o desenvolvimento econômico. A perspectiva neoliberal baseia-se em seu cerne na esperança de que através da abertura de mercado através da competição, não devem ocorrer abusos (veja Scherer 2003, p. 68). Esta teoria é brilhante, porque corresponde à natureza teórica, e o mundo político, com sua complexidade, seus interesses, conflitos e brigas de poder ficam de fora. Mais sobre isto depois. O cientista político ZÜNN descreve-o como a luta contra o projeto social-democrata de mercado social que começou nos anos 80. A primazia do mercado A interpretação neoliberal encontra-se em simbiose com o livre -mercado, acima de tudo com a ‘Teoria Comparativa de Divisão de Custos’ de DAVID RICARDO, segundo a qual todos os países deveriam concentrar-se nos seus pontos fortes e trocar estes recursos e habilidades no mercado mundial. O resultado seria uma melhora para todos os países. As consequências: todos os obstáculos ao comércio como aduanas, subvenções, restrições de importação ou outras regulamentações que protegem o mercado nacional são removidos. Isto é requerido pelos outros países. De acordo, o mantra econômico atual é: desmontar as barreiras comerciais e o controle de capital, privatisar antigos monopólios industriais como correios, tráfego, energia e telecomunicações. O apoio vem de organizações internacionais como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização Mundial de Comércio (OMC) e a União Européia (UE). A metáfora da globalização domina atualmente vários debates políticos. A globalização significa a renúncia de soberania política dos estados nacionais e suas legítimas instituições democráticas. Processos de entendimento democrático vem cada vez mais sendo trocados por processos de troca mercantis. O teatro no qual as atividades econômicas acontecem, não é mais incluído sob a influência política, como era originalmente. Isto pode ser avaliado de forma positiva, quando se está convencido que no final isto leva a uma melhoria da condição. O filósofo alemão JÜRGEN HABERMAS interpreta esta simbiose do livrecomércio com o neo-iberalismo de forma negativa: ‘O estado que se junta ao sistema econômico transnacional libera seus cidadãos para a segura liberdade negativa de uma competição mundial e limita-se essencialmente em prover de forma comercial a infra-estrutura, que parecem ser atrativos do ponto de vista da rentabilidade e da atividade empresarial’ (Habermas 2000, p. 160). Os problemas agora vivenciados são quase todos em estados industriais, como os estados desenvolvidos pode ser interpretado como uma fase de transição, como um ‘vale de lágrimas’ que deve ser atravessado, ‘um ato de destruição creativa’, até 43 que o imperativo econômico se imponha mundialmente sobre as ações estatais, como notou HABERMAS. Existe uma explicação plausível para o ‘Vale de Lágrimas’: a economia que até agora atuava internacionalmente, com o qual os estados diferenciavam entre o mercado interno e as relações internacionais, modificaram-se com o correr da globalização em uma economia transnacional. Os governos eleitos não são mais os nós que podem decidir sobre a estrutura e a regulamentação econômica das trocas de seus estados. O processo de demolição de fronteiras sob a tutela da competição transnacional limita a liberdade de ação dos governos nacionais para uma compensação social: ‘Hoje os estados que estão integrados ao mercado, ao invés da economia estar limitada por fronteiras de estado’ (Habermas 2000, p. 154). Reunificação e a expansão da UE Outra causa importante para a rejeição econômica que pode ser observada agora se deve à unificação alemã ocorrida em 1989. Como se pode escutar frequentemente, foi o momento mais bele, mas também o mais caro na história do pós-guerra alemão: 4,5% do PIB alemão ou 83 bilhões de Euros vão todos os anos para os novos estados, os quais 50% são transferências sociais. Desde 1º de maio de 2004 os antigos membors do bloco comunista do leste são membros da União Européia. De um lado isto significa o aumento potencial das exportações alemãs, mas também o êxodo de postos de trabalho nos países de alto para os de baixo custo. Além disto há também as transferências da UE para a construção de uma infra-estrutura nestes países. Ao mesmo tempo atraem empresas estrangeiras com suas baixas alíquotas tarifárias. Como resultado encontra-se aqui, em espessial para os vizinhos da alemã um processo de adaptação doloroso (veja fibura Xxx). A diferença da globalização, no sentido de uma economia neo-liberal orientada pela demanda está na visível propósito de não deixar as coisas serem dirijidas exclusivamente por um mercado anônimo, mas ter em mente uma compensação social através de regulamentação. Ao menos é isto o que se espera. 44 Mitos da Globalização A teoria dos custos comparativos é uma teoria infeliz, além de qualquer força política. Regulamentação é necessário. Por quê? Um exemplo: siderurgia e construção naval foram tidos por longo tempo como core-business alemão. Esta vantagem que durou por décadas e que estava associado ao core-business migrou para outros países que no correr dos anos também adquiriam estas competências, a um custo de produção menor. A vantagem, por assim dizer, migrou. Várias indústrias no ocidente foram afetadas por esta migração dinâmica (e.g. têxtil, agricultura). A política nacional e internacional está diante de um processo de dificuldade de adaptação com rejeição social e desemprego. Eles reagem a isto, em parte através de boicotes, isolamento e subvenções para os produtos nacionais. O balanço do ajuste em um processo tolerável é a tarefa da política e do governo, que tem que defender os interesses nacionais e tem que se reeleger. A realidade é, que as nações industriais poderosas, que até hoje tem se isolado através de regulamentação, enquanto que, em especial nos países em desenvolvimento, eles demandam por de-regulamentação, liberalização e privatização. Os EUA são o melhor exemplo: eles aumentam as tarifas do aço e produtos agrícolas, protegendo-se assim, da mesma forma que a UE, seus próprios produtos através de subvenções. Tornando assim impossível, para os países em desenvolvimento, ter uma vantagem de custo comparativa, e.g. seus produtos agrícolas. Pelo contrário: Seus produtos não conseguem lugar nem nos seus próprios países. A teoria dos custos comparativos é uma teoria de livro-texto. Primazia do mercado versus primazia da política Quando economistas compartilham um consenso, é a convicção de que o estado, para o bem do mercado, deve se retrair dele. Infelizmente eles enquadram sempre apenas os seus interesses particulares. Por isto sua forma de negociar, em qualquer discussão econômica é sempre: mais privatização, mais de-regulamentação, mais mercado e menos estado. Provavelmente seja correta a premissa básica de que o mercado é mais eficiente que a política e o estado. Uma sociedade democrática não pode, todavia se organizar no ideal de máxima eficiência de um mercado livre de política. Estados democráticos são providos de instituições e regulamentos, porque ao mesmo tempo eles tem que tratar uma série de outros problemas: jurídicos, divisões políticas, sociais, éticas, comunicativas e outras. Política é uma instituição necessária da economia: ‘Apenas déspotas podem querer uma economia livre de intervenção – pois isto significa que o cidadão não tem mais o direito de recorrer’ (Priddat, 2001, p. 21). Economistas mercado-radicais vivem com seus métodos em isolamento. Eles reduzem a complexidade social de forma inadmissível. Apenas desta forma conseguem soluções para os problemas, que podem ser facilmente entendidos pelas pessoas, mas que geralmente são também simples e superficiais. Eles não podem explicar a pluralidade do mundo, apesar de acharem que podem. Um grupo crescente de economistas, neste meio tempo, já percebeu isto e eles demandam uma teoria econômica que leve em consideração de forma extensiva a complexidade dos estilos de vida. As instituições econômicas aceitam estas critícas, que vão ser discutidas com mais profundidade posteriormente (veja parte A III 3.2). 45 Globalização, Informatização e Redes O que tudo isto tem a ver com informática e tecnologia de informática? Segundo MANUEL CASTELLS, pode-se apenas falar de uma economia global, quando a economia possui a capacidade de funcionar como uma unidade em uma esfera global em tempo real. A economia mundial alcançou no final do século XX esta capacidade através dos progressos da tecnologia de informação e comunicação (veja Castells, p. 108). O ‚projeto de computador’ que desde os anos 60 se espalhou pelo mundo modificou as organizações de forma fundamental e hoje atinge os domicílios. Trabalho e a vida social acontece desde o início do novo milênio dentro da infra estrutura digitalizada. Trabalho rotineiro é automatizado, computadores controlam processos na produção e serviços, trabalho intelectual nas organizações utilizam o computador como ferramenta e coordenam através da Internet de forma mundial seus processos de trabalho. Cidades, estado e a sociedade – que os gregos chamam de polis – funcionam em boa parte baseados na micro-eletrônica. Por isto a metáfora MICROPÓLIS. A base deste desenvolvimento se encontra no enorme incremento de desempenho dos computadores, paralelo à dramática reduçao de custos, o desenvolvimento de novos sistemas de software para qualquer aplicatico e contexto de uso imagináveis, bem como a ligação em rede a nível mundial dos computadores. Hoje a informatização significa a ligação em rede de postos de trabalho, empresas, ramos, regiões e usuários privados. Milhões de computadores e sofware são ligados através da internet em uma infra-estrutura de informação mundial. A informatização fez o desenvolvimento econômico dar um salto quântico. Através deste infra-estrutura foi possível reduzir de forma drástica os custos de trasações, e em especial aumentar o campo de atuação das multinacionais através da expansão de suas atividades a nível global de forma não complicada.Ações e sítios de produção podem ser controlados e dirigidos sem perda de tempo. Reações flexíveis, como prorrogamentos, são possíveis a todo momento. Sistemas de transporte computadorizados são a contraparte material da economia global. Dois caminhos – o caminho do desenvolvimento de TI e o do uso da tecnologia nas organizações – se desenvolveram dependentes um do outro, de forma que não é fácil distinguir o joio do trigo. O que é claro é que certos desenvolvimentos de TI permitem certos usos da tecnologia, com os quais objetivos econômicos distintos podem ser atingidos. O processo continua e novos desenvolvimentos tecnológicos levam a novas formas de uso, sem que o velho se torne obsoleto. Um exemplo: o processamento em série (veja figura XXX) foi usado como um meio de racionalização e trabalho. O desenvolvimento que se seguiu, transação de processos expandiu seu potencial de uso: ela permitiu não apenas uma expansão na racionalização, mas também na aplicação de tecnologia de informação como tecnologia organizacional. Como tecnologia organizacional o TI tem a função de integrar vertical e horizontalmente uma organização. O ponto é a união de funções e a coordenação da força de trabalho e recursos. Como a tomada das funções de coordenação, as instruções e controle são mechanizados, coisa que originalmente era realizado por atores humanos. Atualmente o que ocorre é o estabelecimento de tecnologias de organização global: a organização individual é apenas um nó interconectado em um modelo mundial de organização tecnológica. O diagrama de uso da tecnologia em organizações e escritórios, de seu início até os dias de hoje vai ser discutido de forma mais profunda na parte B. O que ficou claro: a primazia do mercado global com a liberalização, privatização e de-regulamentação da economia global de um lado e a 46 informatização de outro formam um par ideal, pois não apenas o tempo das transações econômicas se reduziu drasticamente, mas também, acima de tudo ajudou no breaktrhough da ‘ideologia do controle do mercado mundial’ (Beck: O que é globalização? Ffm. Suhrkamp 1997, p. 26) . A ‘economia-just-in-time’ global pode acontecer intependente de restrições de espaço e tempo. A transferência de capitais mundial baseado em avaliações da situação nacional tomou conta de governos. ‘O click de mouse de um banqueiro de investimentos em algum centro financeiro do mundo pode ter mais consequências para a vida de uma pessoa do que uma comunidade elegendo um parlamento democrático e legítimo’ (Scherer 2003, p.12). A economia neoliberal e sua primazia pelo mercado global apenas pode atingir o nível atual através do avanço da informatização. A informática funciona como um reforço à tendência econômica dominante. Interconecção de organizações O potencial de governos nacionais, de tomar decisões de forma autônoma, tem se tornado mais fraco com o desenvolvimento da globalização através da liberalização e da interconecção através da tecnologia de informação. Eles reagem ao mercado sem fronteiras e ao fluxo de empregos e capital através do desmonte de padrões sociais na esperança de que eles possam sobreviver internacionalmente à competição. As separações entre ricos e pobres, entre assalariados e detentores de capital se tornam cada vez maiores, devido ao processo paralelo de achatamento das hierarquias. O desafio para as organizações está em encontrar as formas organizacionais adequadas, para poder dominar a tendência mundial de crescente dinâmica, complexidade e aceleração. A tecnologia organizacional veste uma roupa nova, para poder confrontar estes desafios. A rede, segundo CASTELLS, se torna o novo modelo organizacional econômico e social. Parece que a economia interconectada dos modelos de orientação das nações industrializadas é a marca de nossa época. As redes se colocam entre a clássica forma de organização hierárquica de um laod e o mercado, que sozinho regula a competição de outro. A estimativa de teóricos organizacionais como Rammert (97, p. 411) é que as formas organizacionais hierárquicas e as de mercado foram através da globalização e informatização, bem como a corrida de inovações que deles decorreu, gerou uma nova crise e não conseguem mais atender as novas demandas. Ao invés de troca e instruções, as redes se baseiam em negociações e flexível auto-organização. 47 Netzwerk Markt Hierarchische Organisation eindeutig geregelte Zuständigkeiten & Verantwortlichkeiten Konkurrenz ohne Kooperation Leitbild: lose gekoppelt, schnell, flexibel anpassbar; Kooperation und Konkurrenz; nutzbar als interne und externe Organisationstechnologie (Markt). As redes são compostas por um grande número de nós interconectados. Indivíduos, grupos, empresas ou regiões podem ser nós. Redes baseadas em tecnologia de informação eliminam a distância entre os nós tanto em tempo quanto em distância. Redes tem uma estrutura aberta: eles podem ser expandidos de forma ilimitada e podem incluir novos nós e remover rapidamente os supérfluos. As redes de corporações multi-nacionais assumem um papel fundamental para a formação da sociedade. Neste mundo, em que redes e projetos que funcionam em redes e são experienciados, vão ter sucesso aqueles que são capazes de trocar de projetos, formar novas redes, dar novos significados aos nós e são capazes de atravessar fronteiras nacionais. BOLTANSKI/CHIAPELLO acreditam que em tal mundo, ligações duradouras são um estorvo. Ao mesmo tempo a falta de conexão de um ator o leva a uma exclusão. Hierarquias estabelecidas se tornam supérfluas. Existem apenas aqueles que estão do lado de fora e os que estão do lado de dentro (veja Boltanski/Chiapello, 2003,p. 736). O ‘sistema nervoso’ da rede são os fluxos financeiros globais, que dirigem o comércio internacional, produção transnacional, ciência global e força de trabalho especializada. Redes computadorizadas são o instrumento da economia que se baseia em inovação e globalização. Redes são oa mesmo tempo, como CASTELLS diz, uma metáfora para uma cultura de destruição e reconstrução sem fins. Eles provém uma organização social que se baseia em deslocamento de áreas, destruição de tempo e tensões sociais. É um instrumento de poder sobre o qual são formados drasticamente novas organizações de relações de poder (Castells I, 2003, p. 528f.). 48 Firuga XXX: O trabalho conjunto da Globalização, Informatização e topologia de rede 49 Entrevista com CEO da SAP AG Henning Kagermann (DER SPIEGEL 48/2003, p. 110ff.): „Nós temos o poder “. Globalização concreta: Quem paga pela globalização e quem ganha com ela? O exemplo da firma SAP: SPIEGEL: ... ainda assim o Sr. Quer transferir boa parte do desenvolvimento para a Índia. O que isto significa para os empregos da SAP na Alemanha? Kagermann: ... Índia, China e em outros países, eles oferecem uma enorme vantagem de preços e tem também jovens muito bem educados. Por isto partimos do pressuposto que uma parte significante do crescimento e dos postos de trabalho que resultam dele não vão acontecer na Alemanha, mas nos países de baixo custo salarial... hoje existe um número suficiente de pessoas com bom nível educacional. Mas também nos países onde o nível salarial é consideravelmente menor... Não se deve subestimar que a pressão vem dos clientes e dos mercados de capital. Quando queremos nos manter rentáveis na competição com nossos principais concorrentes, precisamos manter as margens... SPIEGEL: O Sr. Já ganha bem: com objetivo de 28% de lucro. Dos quais 23% já obtidos no ano anterior. Kagermann: Mas isto não é o suficiente. ... Nossos principais concorrentes tem um lucro maior: Oracle tem 26%, Microsoft 41%. São nesses números que temos que nos medir. Spiegel: Os seus empregados na Alemanha também pensam assim? Kagermann: Naturalmente existem discussões acirradas. E é compreensível quando nossos empregados dizem que com 20% de lucro já dá pra se viver bem e que podemos continuar fazendo como temos feito até agora. Mas isto não está certo. Pois então o nosso valor na bolsa cairia imediatamente. Hoje SAP tem três quartos do valor da Oracle. Em algum ponto seremos menos que 50% deste valor. Então vão se perguntar quando a Oracle vai engolir a SAP. SPIEGEL: Isto significa que o Sr. é motivado pelo mercado de capitais? Kagermann: Sim, nós somos por eles motivados. SPIEGEL: O que se encontra no final desta caça-as-bruxas? Índia vai ser o centro de serviços e a China o bando de trabalho do mundo? Kagermann: Isso pode acontecer. SPIEGEL: O que vai sobrar então para a Alemanha? Kagermann: Eu espero que ... a gente se recomponha e lute... SPIEGEL: Menos salário, mais trabalho? Kagermann: Sim, isto vai servir pra colocar muita coisa de volta no. Balanço: O Modelo MICROPÓLIS como ligação de entre o Conhecimento Prático e o Conhecimento orientacional O assunto é um modelo a se desenvolver, que complemente a perspectiva do expert altamente especializado ou dos conhecimentos aplicados, que vão apoiar os informatas e sistemas de informação nas ciências e na prática em suas competências orientacionais. O modelo deve possibilitar uma ordenação das ações especializadas de uma sociedade como um todo uma unidade científica. O modelo pega os requisitos de Mittelstrass segundo o qual as ciências exercem o papel de fator de produção, bem como fator de orientação na vida da cultura moderna. Cada perspectiva precisa de uma grande unidade para um apanhado geral e pequenas unidades como estrutura interna. A micro, meso e macro-perspectiva apresentam uma proporção constitucional mutável. De um lado entende a macroestrutura social como o resultado da ação de estratégias individuais que 50 acontecem no nível micro, mas as ações individuais também se deixam influenciar pela macroestrutura social, então: ações e estrutras se encontram em uma relação de interdependência. Pode-se falar também de uma conexão de perspectiva. A dependência entre as diferentes perspectivas se faz visível. Cada ponto de vista é específico, mas necessário no ‚sistema de informação em organizaçãoes e na sociedade’. 3.4 O ponto de vista da direção econômica A integração de sua disciplina no contexto social é para a informática, sistemas de informação e administração um tema secundário. Ocasionalmente alguns experts trazem a tona uma estimativa social e macroeconômica superficial sem grande base científica. Ainda assim existem cursos de administração que utilizam o bem sucedido livro texto ‘A empresa sem limites’ de Picit/Reichwald/Wigand (2000), que procuram descrever a integração sem levar em conta o passo do desenvolvimento ou a constelação de atores. Globalisierung/ Deregulierung Wertewandel Informationstechniken Folge: Netzwerkorganisationen Anpassungszwänge für Kunden/Mitarbeiter/Management! daraus resultierend: „Kernaufgaben“ einer modernen Betriebswirtschaftslehre ! Figura 15: A superestrutura da sociedade segundo Picot/Reichwald/Wigand Com seu curso de lideranças Picot/Reichwald/Wigand fazem uma oferta para uma perspectiva econômica, compartilhada por todos do potencial da nova tecnologia de informação. É uma estimativa das consequências (da globalização e da tecnologia) estratégica – apesar do vocábulo não ser utilizado – para os objetivos administrativos. O cerne das mudanças sociais é visto pelos autores em três fatores: 1. A mudança da situação da competição através da globalização e dinamização do mercado, no qual as novas redes de comunicação dão acesso global aos mercados, coisa que até pouco era difícil de se obter. 51 2. 3. No potencial de inovação de novas tecnologias de informação, que como nunca tem um efeito fundamental sobre produtos, formas organizacionais divisão de trabalho e entre empresas. Desta forma são possíveis novos potenciais de criação e coordenação. Na mudança de valores de trabalho e da sociedade. Que exerce pressão de forma concreta, segundo Picot/Reichwald/Wigand, através de um maior rejeição de subordinação, engajamento e simples execução de trabalho sem espaço de manobras próprio. Como consequência, segundo os autores, são removidos os modelos de orientação de processos, os princípios funcionais de organização. Um processo é então definido como ‘um conjunto de tarefas, que tem uma sequência a ser seguida e que é apoiada por TI’ (Österle 1995). Através desta forma organizacional deve-se obter uma forma mais eficiente e orientada ao cliente de execução das tarefas ou produtos para a companhia. Existe um conceito geral estratégico consistente: influência social que pode ser descrito através da globalização e inovações de TI e que tem efeito sobre as empresas. Estes devem ser brabalhados técnico e organizacionalmente pelas empresas. E existe uma necessidade de adaptação para o cliente, empregados e direção. A partir disto a disciplina de administração tem derivado suas tarefas centrais. É um desenvolvimento-Top-down estátido da perspectiva da direção. Apesar disto, do ponto de vista do modelo MICROPÓLIS existem algumas observações críticas a serem feitas: Um modelo com uma simples rede de efeitos linear (‘se>então’) não pode descrever de forma adequada o desenvolvimento altamente dinâmico com permanente feedback e interação. A complexidade dos processos sociais e econômicos correntes experiencia através do integração administrativa um tratamento insatisfatório. Ele acoberta questionamentos essenciais. Então, por exemplo a análise da problemática da globalização e do plano de fundo macro-econômico. Ao fundo fica a esperança de que através do crescimento equilibrado orientado naoferta tudo se conserte por si mesmo. Atores são então tem que se ajustar, o que necessita apenas de uma simples apreciação pelas pessoas e do trabalho. Este ponto de vista é aliás típico para o pensamento dominante para a atual economia. 52 Kai Zuse: „Apresentar com poder “ Kai Zuse,estudante de informática no quarto semestre, esteve na semana anteiror, pela primeira vez em uma conferência da área. O que ele percebeu no início foi que praticamente todos os palestrantes faziam suas apresentações com um laptop e um beamer! Para os ignorantes um beamer é como um projetor de slides incrementado, que projeta os slides guardados no laptop na tela. Já parece coisa do passado, quando o palestrante utilizava uma transparência pra fazer sua apresentação, ao invés do software Powerpoint. Sem falar na época em que não haviam transparências, no qual um bom palestrante tinha que desenvolver sua idéia apenas com canetas coloridas. Pra Kai Zuse ficou claro: aquele que na conferência quer jogar no mesmo time, tem no seu laptop um arsenal de de inserções preparados. Gráficos, figuras e letras que voam na tela, durante a apresentação ‘dinâmica’ em todas as direções com um simples clique. O número de projeções aumentou consideravelmente com o passar do tempo. Em apenas uma hora pode-se ver mais de 50 projeções Isto ficou bem claro para Kai, que existe uma grande vantagem para o palestrante: Não é mais necessário ficar trabalhando de forma nervosa com as transparências. Técnicos podem mostrar sequencias construticas de forma clara. Acima de tudo, o palestrante tem a todo tempo um framework, o perigo de se perder não existe. Em último caso apenas se lê o que há havia sido preparado antes no escritório. Desta forma pessoas não treinadas ou palestrantes regulares tem a possiblilidade de conseguir chamar a atenção. Por outro lado, pensa Kai, este padrão deve cobrar muito do tempo precioso e caro da administração, pois são eles que tem que fazer as apresentações. Para a preparação deve ser investido muito tempo com design e effeitos. De experiência própria ele sabe que fazer uma apresentação Powerpoint pode custar tempo e pode ser bem divertido. Ele se esquece do tempo e sempre consegue produzir alguma coisa. É quase como nos velhos tempos, quando com um Lego se construía uma vila. Infelizmente Kai tem que concordar que no final as coisas que pareciam fáceis, apenas raramente eram dignas de nota. Kai pensa que os palestrantes deveriam expor sobre os custos de se fazer uma apresentação deste tipo. Duas apresentações da conferência ficaram na memória dele: um grupo de cientistas japoneses que para sua apresentação de meia hora utilizaram um aparato de multimídia com 2 beamers, 1 video e 1 projetor overhead. Parecia mais com um show da VIVA. Depois veio um escandinávo, ele cruza os braços e sem qualquer aparato técnico ele conta uma história que no correr da próxima meia hora se aprofunda na mensagem dele. Vocês podem dar três palpites sobre qual delas ele ainda se lembra do conteúdo. 53 Bibliografia: Adam, A. (1971): Informatik. Problem der Mit- und Umwelt, Opladen: Westdeutscher Verlag. Berndt, Florian; Jürgens, Markus; Klein, Martin; Paquet, Alexander: Ein Ansatz für eine Gestaltungslehre nach ISO/OWI, v.v. Ms. (Arbeit im Rahmen eines Studienprojektes des FB Informatik) 2004 Brödner, P.; Seim, K.; Wohland, G., (2002): Theorie der angewandten Informatik. 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