global macro shifts - Franklin Templeton Investimentos (Brasil)
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JULHO DE JULHO 2015 DE 2015 GLOBAL MACRO SHIFTS CHINA: EM BUSCA DE UM NOVO EQUILÍBRIO Michael Hasenstab, Ph.D. Atualmente, ninguém que se interesse pelo cenário global de investimentos pode se dar ao luxo de ignorar a China. Já firmemente estabelecida como a segunda maior economia do mundo, espera-se que a China conquiste a primeira posição em pouco mais de uma década. Mas, quanto os investidores realmente sabem sobre esse enorme e diverso país, os fatores que determinam seu crescimento e os desafios que ele enfrenta? Por toda parte encontram-se notícias contraditórias, mas aqui a equipe do Templeton Global Macro, liderada pelo Chief Investment Officer Michael Hasenstab, elimina esse ruído para examinar a verdadeira história. Percebemos que a maioria dos observadores tende a cair em uma de duas categorias, em relação à China: os céticos insistentes e os otimistas permanentes. Os céticos estão convencidos de que nada na China, desde os dados até o sistema bancário e à demografia, resiste a uma inspeção mais cuidadosa. Essa corrente de pensamento defende que os números oficiais não são suficientemente confiáveis para serem seguidos, e os desequilíbrios são grandes demais para merecerem uma análise detalhada. Os céticos anteveem uma implosão da economia chinesa, resultante de uma bolha no mercado habitacional, nas dívidas de governos locais, no mercado de ações, ou em todos esses. Na opinião desses céticos, o colapso é iminente e tem sido pelos últimos 10 anos. O grupo menor, dos otimistas em relação à China, tem uma opinião extremamente benigna quanto à transformação do país. Esse grupo espera que o milagre do crescimento da China continue tranquilamente, com qualquer arrefecimento sendo apenas temporário. Essa corrente tende a desconsiderar as preocupações com desequilíbrios, argumentando que a China tem dinheiro mais do que o suficiente, as políticas certas implementadas e um controle ímpar sobre sua economia. Nós temos uma percepção mais detalhada e equilibrada do que os céticos insistente e os otimistas permanentes. No geral, permanecemos otimistas com relação às perspectivas da China, mas reconhecemos que o país enfrenta desafios políticos formidáveis e riscos substanciais que exigem monitoramento cuidadoso. Atualmente, a China atingiu uma encruzilhada crítica em sua profunda transformação econômica, em andamento. Seus três motores tradicionais de crescimento perderam ímpeto ao mesmo tempo: O setor imobiliário está se contraindo, após uma longa expansão. Os governos locais, que precisam se desalavancar, reduziram seus investimentos, e vários componentes do setor de manufatura estão encolhendo. Entretanto, o crescimento do consumo impulsionado pelo aumento dos salários, o crescimento do setor de serviços e os novos investimentos em infraestrutura tentam compensar a retração simultânea desses outros três setores. A retração da manufatura foi determinada pelo ponto de inflexão de Lewis: uma desaceleração no crescimento da força de trabalho, determinada por fatores demográficos, que aumentou as pressões salariais, prejudicando a competitividade da tradicional manufatura exportadora. A desaceleração no crescimento da força de trabalho, entretanto, significa que menos empregos públicos são necessários para manter o pleno emprego: estima-se em 3 milhões de empregos por ano, em comparação ao pico anterior de 12 milhões. O crescimento acelerado do setor de serviços, que tomou o lugar da indústria como o maior criador de empregos, é suficiente para oferecer essas vagas. Portanto, a retração da manufatura, do setor imobiliário e dos governos locais não aumentou o desemprego, o que causaria um difícil problema político e social. O aumento salarial e a manutenção do nível de emprego permitiram que o consumo familiar superasse os investimentos como o maior contribuidor para o crescimento do PIB, exatamente o tipo de reequilíbrio de que a China necessita. Entretanto, para sustentar o crescimento salarial é necessário um crescimento mais rápido da produtividade. Sem isso, uma parte crescente da economia perderá a competitividade, forçando a China para a “armadilha da renda média.” O crescimento mais rápido da produtividade exige que a indústria migre para setores de mais alta tecnologia e mais alto valor agregado. O governo tem estimulado esse processo por meio de várias políticas: impulsionando o setor educacional, reformando as empresas estatais, para estimular um crescimento mais rápido do setor privado, e incentivando a inovação. É muito difícil escapar da armadilha da renda média, como comprovam os poucos países que o fizeram com sucesso, certamente nenhum tão grande como a China. Ainda assim, a China parece ter adotado a estratégia correta e apoiado suas políticas com outras reformas de longo prazo, tais como a liberalização da conta capital e dos mercados financeiros, visando melhorar a intermediação do capital e, portanto, direcionar capital às partes mais produtivas da economia. Ao mesmo tempo, os gastos ambientais e com infraestrutura ajudarão a sustentar internamente as perspectivas de crescimento de longo prazo, bem como a expandir o alcance global da China, especialmente através da nova iniciativa "um cinturão, uma estrada". Ainda existem riscos significativos. Em primeiro lugar, a política monetária precisa chegar a um delicado equilíbrio. Até agora, o Banco Popular da China (PBOC) tem se limitado a atenuar a desaceleração econômica. Caso o crescimento desacelere ainda mais, entretanto, as recentes medidas que permitem que dívidas de governos locais sejam trocadas por títulos municipais e provinciais pode se tornar um excessivo estímulo, ao estilo de flexibilização quantitativa, prejudicando a desalavancagem e criando condições para um pouso forçado. Em segundo lugar, ao longo da última década a China acumulou rapidamente um estoque substancial de dívida, principalmente em operações menos transparentes de governos locais e instituições financeiras informais. De acordo com nossas estimativas, esse estoque pode chegar a 250% do PIB, incluindo todas as diferentes fontes de dívida contabilizáveis ou não (por exemplo, governo central e governos locais, pessoas físicas e corporações). Entretanto, diferente de muitos outros países, o estado chinês possui um enorme estoque de ativos, composto de reservas cambias e, mais importante, os ativos de suas mais fortes empresas públicas. Adicionalmente, o governo central não possui dívida estrangeira. Esses fatores ajudam a minimizar os riscos de uma clássica crise de sustentabilidade de dívida. Entretanto, o processo de desalavancagem pode não ser tão suave, o que geraria problemas no setor bancário ou corporativo, prejudicando o crescimento. Por outro lado, a desalavancagem pode ser revertida, o que poderia levar a um acúmulo de dívida, ainda uma fonte de risco. Em terceiro lugar, o mercado de ações poderia desabar, especialmente após os índices das ações da China terem mais do que dobrado nos últimos 12 meses, gerando preocupações. Embora o mercado de ações da China ainda tenha um papel relativamente pequeno em sua economia, tanto como fonte de capital para empresas como na condição de ativo para famílias, sua importância em ambos os lados tem aumentado um pouco. Uma queda repentina poderia dar mais um choque de retração no crescimento, interrompendo o processo de reforço e diversificação do setor financeiro. Finalmente, as reformas essenciais nas empesas estatais precisam superar poderosos interesses já instalados, e podem enfrentar uma considerável reação, aumentando as chances de fracasso. De modo geral, com base em nossa análise detalhada, acreditamos que a China permanecerá no caminho certo, com o crescimento do PIB desacelerando um pouco para em torno dos 6% durante os próximos anos, enquanto a economia migra para o consumo, os serviços e a manufatura de mais alto valor agregado. Isso tem importantes implicações para a economia global: O aumento dos salários provavelmente gerou um aumento do consumo China: consumo e salários reais China: consumo e salários reais 1979–2013 Preços de 1978 = 100 2800 2500 2200 1900 1600 1300 1000 700 400 100 % GDP 500 400 300 200 100 1979 1986 1993 2000 2007 2013 Real Consumption per Capita (LHS) Migrant Workers' Monthly Salary (RHS) Consumo real per capta (Esq.) Salário mensal de trabalhadores migrantes (Dir.) 0 1992–2013 Preços de 1978 = 100 3000 % GDP 50% 2500 45% 2000 1500 40% 1000 35% 500 0 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 2013 Real Consumption per Capita (LHS) Services/GDP (RHS) Consumo real per capta (Esq.) Serviços/PIB (Dir.) Fonte: National Bureau of Statistics,China. Esq.= Escala da esquerda; Dir.= Escala da direita G L O B A L M A C R O S H O F T S | China: em busca de um novo equilíbrio 30% “Atualmente, a China enfrenta recessões em três setores importantes da economia.” Michael Hasenstab, CIO Templeton Global Macro • Um crescimento acima de 6% na China suportará o crescimento global, um fator importante dada a fragilidade estrutural da recuperação europeia e a perspectiva de arrocho da política monetária do Banco Central dos EUA (Fed). • Juntamente com a nova rodada de investimentos em infraestrutura, isso dará algum suporte aos mercados de commodities. Lembre, entretanto, que o reequilíbrio da China, do investimento para o consumo, também reduzirá a demanda pela maioria dos metais industriais. Em suma, portanto, nossa perspectiva para a China é consistente com preços estáveis para as commodities nos próximos anos. • O reequilíbrio da China também tem um impacto diferenciado nos fluxos de comércio internacional. Esperamos ver mais negócios com economias avançadas, que produzem bens acabados e industriais, e relativamente menos com produtores de commodities. Além disso, a iniciativa "um cinturão, uma estrada" e as medidas do recém lançado Banco de Investimentos em Infraestrutura da Ásia também requerem monitoramento cuidadoso, devido ao seu potencial impacto nos fluxos de comércio, no longo prazo. • Finalmente, a manutenção do crescimento salarial indica que a China deverá gradualmente exportar um ímpeto mais inflacionário para o resto do mundo, reforçando nossa crença de que, começando com os EUA, as perspectivas permanecem de taxas de inflação e de juros mais altas. De modo geral, com base em nossa análise detalhada, acreditamos que a busca da China por um novo equilíbrio será bem sucedida. Reafirmamos nossa opinião inicial de que a China permanecerá no caminho certo, com o crescimento do PIB reduzindo gradativamente para em torno de 6% enquanto a economia se reequilibra. Isso oferecerá um apoio importante para o crescimento global e estabelecerá um piso para os mercados de commodities, mesmo que a absorção de metais industriais da China provavelmente diminua ainda mais. O comércio internacional da China gradualmente se reorientará, dos produtores de commodities para as economias avançadas, produzindo bens acabados e industriais, e a manutenção do crescimento salarial indica que a China deverá gradualmente exportar um ímpeto mais inflacionário para o resto do mundo, reforçando nossa crença de que, começando com os EUA, as perspectivas permanecem de taxas de inflação e de juros mais altas. 2 AMBIENTE GLOBAL Como pano de fundo para nossa análise da China, gostaríamos de avaliar a situação da economia global na metade de 2015. EUA Começando com a economia dos EUA, que iniciou o ano com o pé esquerdo, acreditamos que a fraqueza dos primeiros trimestres é temporária por natureza, devida em grande parte a fatores excepcionais. Foi registrado que o PIB dos EUA retraiu 0,2% no 1ºT, apesar de ter havido revisões nessa estimativa. O ritmo da atividade foi restringido por severas condições climáticas, paralisações nos portos da costa oeste, menores investimentos em energia, após a queda nos preços do petróleo (o que retirou em torno de 0,5 ponto percentual do crescimento do 1ºT), e fracas exportações, prejudicadas pelo forte dólar. Além disso, as técnicas de ajuste de sazonalidade nas estatísticas oficiais têm resultado em um registro sistemático do crescimento do 1ºT bem abaixo da média do ano. Tanto os preços do petróleo como o dólar se estabilizaram. Como consequência, o ajuste da oferta nos mercados de energia desacelerou. A quantidade de equipamento de perfuração em operação continua a cair, mas a um ritmo bem mais lento, e o impacto negativo nas exportações (equivalente a aproximadamente 0,6 pontos percentuais para cada 10% de aumento real) já deve ter se encerrado. Enquanto isso, o mercado de trabalho continua a melhorar, com a criação de novos postos de trabalho em setores não rurais chegando a uma média trimestral em torno de 200.000. A taxa de desemprego caiu para 5,3%, próxima à estimativa da taxa de desemprego que não gera pressões inflacionários (NAIRU - non-accelerating inflation rate of unemployment) do Congressional Budget Office. Um mercado de trabalho demandado começou a exercer pressão sobre os salários. O índice de custo da mão de obra acelerou para 2,6% ano a ano no 1ºT, o ritmo mais elevado desde 2008. Os salários subiram 5,0% ano a ano, em maio. O núcleo da inflação permaneceu estável, próximo de 1,5%. O efeito na base dos preços mais baixos do petróleo começarão a diminuir em agosto, e a recente recuperação dos preços do petróleo gradualmente levará a inflação cheia para próximo do núcleo. As pressões salariais provavelmente se traduzirão em aumentos de preços mais significativos, no restante do ano e em 2016. De modo geral, esses dados nos deixam confiantes de que a recuperação dos EUA permanece no caminho certo. Por sua vez, isso deverá levar o Fed a elevar as taxas de juros mais para o final deste ano, provavelmente no fim do 3ºT ou no 4ºT. Os mercados financeiros começaram a prever o movimento provável, com os rendimentos dos títulos do tesouro de 10 anos subindo, de aproximadamente 1,64% ao final de janeiro para em torno de 2,35% ao final de junho. Entretanto, os mercados estão precificando um ritmo mais lento do arrocho da política monetária do que o indicado pelo próprio Fed. Apesar de o banco central provavelmente iniciar o arrocho a um ritmo lento, ele pode precisar acelerar quando as pressões inflacionárias aumentarem. Isso implicará em uma diferença ainda maior das atuais expectativas do mercado. mais saudável. O superávit comercial da Alemanha está em torno de 7% do PIB, provando sua resistente capacidade exportadora. Na França e na Itália, entretanto, a aceleração parece ser de natureza mais cíclica. Os dois países precisam de um esforço de reformas mais determinado, para acelerar o crescimento de uma forma mais sustentável. O recentemente divulgado programa de flexibilização começou a ter sucesso na reversão da contração anterior do balança patrimonial do Banco Central Europeu, que encolheu em até um terço de seu pico. Juntamente com os programas existentes para a compra de títulos lastreados em empréstimos (covered bonds) e em ativos1, a 1ª flexibilização aumentou o balanço patrimonial do banco central em aproximadamente € 200 bilhões, em comparação com a meta de € 1,1 trilhões, em 30 de junho. Alguns analistas e participantes do mercado especulam que o Banco Central Europeu pode abandonar o programa de flexibilização no futuro breve, dado o ritmo de crescimento mais forte do que esperado. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, porém, enfatizou repetidamente que o banco pretende executar seu programa pelo menos até setembro de 2016 e, de qualquer forma, precisaria de evidências convincentes de que a inflação estivesse se aproximando de sua meta de 2%, de forma sustentável, antes de considerar uma mudança de política. A saga grega continua sendo a principal preocupação da recuperação europeia. Em um plebiscito realizado em 5 de julho, os eleitores gregos rejeitaram a proposta dos credores. O plebiscito perguntou se os eleitores aceitavam ou recusavam o mais recente programa econômico, que resultou de seis meses de difíceis negociações com a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional. Os líderes da Zona de Euro avisaram que um voto de "recusa" provavelmente resultaria na saída da Grécia da Zona do Euro. Caso a Grécia saia do Euro, acreditamos que isso causaria um choque temporário nos mercados financeiros, com os spreads periféricos aumentando na Zona do Euro, e um aumento na aversão ao risco global. Estamos confiantes de que os atuais muros de proteção da Zona do Euro são fortes o suficientes para limitar o contágio, para que o impacto adverso seja limitado e temporário em escopo. EUROPA O crescimento na zona do euro surpreendeu positivamente no 1ºT, como havíamos previsto em nossa publicação anterior do Deslocamentos Macro Globais. Com +0,4%, o 1ºT marcou o oitavo trimestre consecutivo de crescimento positivo trimestre a trimestre. O aumento na atividade econômica foi causado, acima de tudo, pelo fraco euro, que fortaleceu a competitividade dos exportadores da zona do euro. A flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu (BCE) também ajudou, reduzindo os custos de financiamento e jogando mais liquidez no sistema bancário. Indicadores recentes sugerem que ainda existe uma dinâmica positiva: O índice de compras de manufatura, os indicadores de vendas no varejo e os indicadores de empréstimos permanecem com tendência positiva. Apesar de a maior parte da zona do euro ter visto uma ampla aceleração na atividade, a sustentabilidade disso varia entre os países. A Espanha, por exemplo, tem tido um desempenho superior aos demais países, graças às suas reformas e aos seus esforços para colocar as finanças públicas em ordem. A Alemanha mantém uma forte competitividade internacional, atualmente sustentada por uma demanda doméstica G L O B A L M A C R O S H O F T S | China: em busca de um novo equilíbrio 3 AMBIENTE GLOBAL cont. JAPÃO O Japão parece estar finalmente vencendo a luta contra a deflação. O núcleo do IPC está aproximadamente em 2%, mesmo após subtrair o impacto da alta dos impostos. Nem mesmo o colapso nos preços do petróleo foi o suficiente para empurrar o país de volta à deflação, e o crescimento nominal do PIB permanece com uma tendência de alta saudável. O sucesso do Japão em manter a inflação em um patamar positivo é especialmente notável dado o extremamente adverso ambiente externo, onde muitos países sentiram pressões deflacionárias. Isso é uma evidência muito encorajadora de que a "primeira diretriz" do programa "Abenomics", basicamente uma implementação mais decisiva de flexibilização, mostrou-se eficaz. O impacto positivo do Abenomics pode ser visto no crescimento da produção: O PIB avançou mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre, a uma taxa anualizada, ajustada para sazonalidade, acima de 2% trimestre a trimestre. O acúmulo de estoques teve um papel importante, mas houve também sinais encorajadores de uma recuperação, tanto no consumo privado quanto nos gastos de capital. Além disso, os preços dos produtos produzidos estão significativamente acima dos preços dos insumos, indicando que provavelmente haverá um aumento na lucratividade, o que melhora a perspectiva de um crescimento ainda maior nos investimentos. O aumento de impostos do ano passado não interrompeu a recuperação, ao contrário do que muitos analistas temiam, especialmente considerando que um aumento de impostos prejudicou a tentativa do Japão de sair da deflação, em 1997. Esse aumento de impostos, o alicerce da estratégia fiscal, foi uma aposta calculada mas corajosa, e rendeu resultados. Isso deveria ser considerado como outro grande sucesso da política do governo: A "segunda diretriz", uma política fiscal prudente, promove confiança na sustentabilidade da dívida no longo prazo. A "terceira diretriz", reformas estruturais, continua sendo a parte mais importante da equação, e tem sido o alvo de muitas perguntas e ceticismo desde o lançamento do Abenomics. Nessa área já houve progressos importantes. Na área financeira, o rebalanceamento do portfólio do Fundo de investimento previdenciário do governo tem afetado outras instituições, como o Japan Post e os fundos de pensão dos funcionários públicos. Talvez mais importantes sejam os esforços para fortalecer a governança corporativa, melhorando a transparência e encorajando a participação mais ativa dos acionistas e dos conselhos administrativos. A produtividade do Japão, após estar em torno de 3% nos anos 80s e cerca de 2% nos anos 90s, atualmente permanece em apenas 1%. As fracas práticas de gestão corporativa e as consequentes ineficiências são os principais vilões para essa desaceleração na produtividade. O Japão precisa aumentar o crescimento do PIB nominal de forma duradoura para garantir a sustentabilidade da sobrecarga de sua enorme dívida. Além de um aumento permanente na taxa da inflação, isso requer um crescimento mais forte do PIB real, em geral. Isso precisa ser alcançado, mesmo com a intensificação das pressões demográficas, uma vez que a população do Japão continuará envelhecendo rapidamente nas próximas décadas. Os programas do governo para aumentar a força de trabalho, especialmente incentivando a participação das mulheres, ajuda, mas não anula totalmente os efeitos do envelhecimento. Para obter um crescimento do PIB real mais forte, o Japão precisa de um maior crescimento da produtividade, acompanhado de um fortalecimento da governança corporativa. O Japão, portanto, adotou um novo código de governança corporativa, que responsabiliza explicitamente os conselhos administrativos pela verificação da gestão e pela comunicação de informações aos acionistas, e exige que cada conselho tenha pelo menos dois diretores externos. Muito trabalho será necessário para aumentar a flexibilidade e produtividade, mas as medidas já tomadas confirmam que o governo compreende que é necessário tentar abordar as reformas mais complexas, mesmo que isso signifique ir contra os poderosos interesses instalados. Sobre os deslocamentos macro globais Deslocamentos Macro Globais é um estudo baseado em pesquisa sobre as economias globais que inclui as análises e as opiniões do Dr. Michael Hasenstab e dos membros seniores da Templeton Global Macro. O Dr. Hasenstab e sua equipe gerenciam as estratégias de títulos de renda fixa globais da Templeton, incluindo estratégias macro globais, de moedas estrangeiras e de renda fixa irrestritas. Essa equipe econômica, treinada em algumas das melhores universidades do mundo, integra análise macroeconômica global com pesquisa aprofundada de países para ajudar na identificação de desequilíbrios de longo prazo, que resultam em oportunidades de investimento. Kang Tan, Ph.D. Analista sênior macro global e de pesquisa da Templeton Global Macro Michael Hasenstab, Ph.D. Vice presidente executivo, Gestor de portfólio, CIO, Templeton Global Macro Calvin Ho, Ph.D. Vice presidente, Analista sênior macro global e de pesquisa da Templeton Global Macro Diego Valderrama, Ph.D. Analista sênior macro global e de pesquisa da Templeton Global Macro Sonal Desai, PhD Vice presidente sênior, Gestor de portfólio, Diretor de pesquisa da Templeton Global Macro Hyung C. Shin, Ph.D. Vice presidente, Analista sênior macro global e de pesquisa da Templeton Global Macro Attila Korpos, Ph.D. Analista de pesquisa da Templeton Global Macro G L O B A L M A C R O S H O F T S | China: em busca de um novo equilíbrio 4 QUAIS SÃO OS RISCOS? Todos os investimentos envolvem riscos, inclusive uma possível perda de principal. Os preços dos títulos de renda fixa se movimentam na direção oposta à das taxas de juros. Portanto, conforme os preços dos títulos de renda fixa em um portfólio de investimentos se ajustam a um aumento nas taxas de juros, o valor do portfólio pode baixar. Há riscos específicos associados ao investimento estrangeiro, incluindo flutuações de câmbio, instabilidade econômica e acontecimentos relacionados à política. Os investimentos em mercados em desenvolvimento, dos quais os mercados de fronteira são um subconjunto, acarretam riscos mais elevados em relação aos mesmos fatores, além dos riscos relacionados ao menor tamanho desses mercados, à menor liquidez e à menor estrutura jurídica, política, comercial e social estabelecida para fornecer suporte aos mercados de valores mobiliários. INFORMAÇÕES LEGAIS IMPORTANTES Este material reflete a análise e as opiniões dos autores até 15 de julho de de 2015, as quais podem diferir das opiniões de outros gestores de portfólio e de outras equipes ou plataformas de investimento da Franklin Templeton Investments. 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