Newsletter 50
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Boletim Mensal Número 50 27 / Janeiro / 2003 Ambiente Macroeconômico e de Investimentos O primeiro mês do novo Governo transcorreu sem maiores obstáculos para os negócios. Com a continuidade da política macroeconômica e com o discurso focado no fortalecimento de fundamentos, o Governo tem conseguido desengavetar importantes empreendimentos privados, suspensos ao longo da corrida eleitoral. E isso, a despeito de ainda persistirem gargalos conjunturais, tais como as altas taxas de inflação e de juros. No curto prazo há fatores externos (Oriente Médio) suficientemente perigosos para a dinâmica dos investimentos, uma vez que eles afetam diretamente a taxa de câmbio. Efetivamente, porém, o maior desafio para esses próximos meses será a administração das inevitáveis frustrações e ansiedades, típicas de início de Governo. Desse aspecto dependerá a real eficácia das reformas estruturais ora em debate. Com relação aos negócios recentemente anunciados na mídia, destacamos, novamente, o bom momento da agroindústria brasileira. Todavia, a melhora de humor já é geral, sendo que nossa pesquisa recente aponta importantes movimentações nos principais setores da economia. Em nossa opinião, a continuidade desse processo dependerá essencialmente do sucesso do Governo em manter-se previsível e confiável. Cenário Anual PIB (PM) - Var % PIB (PM) - US$ Bilhões IPCA - Var % Déficit Fiscal - % PIB Taxa de Câmbio - R$/US$ Taxa de Câmbio - Var % Taxa de Juros Nominal - % Saldo Comercial - US$ Bilhões Trans. Corrent. - % PIB 2001 1,5 519,3 7,7 -3,6 2,320 18,7 17,3 2,7 -4,5 1º S 0,2 2,9 2,844 22,6 8,6 2,6 - 2º S 2,5 9,3 3,533 24,2 9,6 10,5 - 2002 1,4 487,3 12,5 -4,1 3,533 52,3 19,1 13,1 -1,6 2003 (O) 0,6 488,6 15,5 -2,7 4,036 14,2 27,1 16,9 -0,5 2003 (P) -3,0 473,9 26,1 -2,8 4,636 31,2 39,5 27,3 0,3 Conjuntura de Investimentos - 19/Dez/2002 a 23/Jan/2003 Agroindústria * A Moinho Pacífico, maior moinho da América Latina, vai construir em 2003 mais uma unidade de moagem. A unidade ficará em Santos (SP) e os investimentos previstos na obra são de R$ 50 m. Em 2002 a Moinho Pacífico concluiu a construção de dois silos na Região da Baixada Santista, investindo R$ 45 m. * A Bunge Limited e a DuPont anunciaram nos EUA a criação de uma aliança global nas áreas de ingredientes de soja (proteínas e lecitinas), biotecnologia e serviços para o campo. A nova joint venture, a Solae, contará com a parte de ingredientes alimentícios da DuPont (DuPont Protein Technologies) e a divisão de ingredientes especiais da Bunge. A DuPont terá 72% da Solae. Por sua parte, a Bunge ficará com 28% e ainda receberá US$ 260 m. No setor em foco, a DuPont possui negócios na China, Bélgica e EUA; já a área de ingredientes da Bunge concentra-se no Brasil, EUA e Europa. As duas empresas já possuem um acordo de distribuição nos mercados de Brasil e Argentina. * A Archer Daniels Midland (ADM) anunciou que vai ampliar em 50% a capacidade de processamento de soja em sua unidade de Rondonópolis (MT). A conclusão das obras está prevista para o início de 2004 e, de início, a produção extra deverá ser destinada ao mercado externo. A ADM é a terceira maior processadora de soja do Brasil, onde atua desde 1997, quando adquiriu seis unidades pertencentes à Sadia. * A cooperativa Cocamar pretende construir mais uma unidade de armazenamento de grãos em Maringá (PR). Para tanto está destinando R$ 8,5 m no projeto e a expectativa é de que em julho ela esteja pronta para a estocagem da safra de inverno de milho e trigo. Em 2004 está prevista a construção de mais armazéns nas cidades de Umuarama, Cianorte e Paranavaí por conta do aumento previsto na plantação de soja da região. * A Caramuru Alimentos está iniciando a construção de uma nova esmagadora de soja em Ipameri, GO. A fábrica, a terceira da empresa, vai receber R$ 60 m de investimentos até 2004, quando está previsto o início de suas atividades. O investimento inclui uma unidade de recebimento e a fábrica atenderá tanto o mercado interno quanto o exterior. * O grupo J.Pessoa adquiriu 46,5% do capital da Alcoazul, usina de açúcar e álcool de Araçatuba, SP. O valor da transação não foi revelado, mas é estimado em R$ 35 m, incluindo parte das terras da usina. Com ela, o grupo pernambucano torna-se o maior acionista individual da Alcoazul. A Alcoazul é a terceira maior usina do Estado de São Paulo e a oitava do País. O Grupo J.Pessoa também fechou a compra da Quissaman, localizada no município de Quissamã (RJ). A transação abrange 100% da área agrícola e 50% da parte industrial da usina. No Rio de Janeiro, o Grupo J.Pessoa já possui a Usina Santa Cruz, adquirida em maio de 2002. Seu objetivo agora é promover a integração entre as duas unidades, sendo que já foram definidos investimentos de R$ 50 m em dois anos para expandir as atividades de Quissaman. Alimentos * A gaúcha Elegê, segunda maior fabricante de leite longa vida no País, está entrando na Região Centro-Oeste. A empresa, controlada pela Avipal, escolheu o Mato Grosso do Sul e vai investir R$ 25 m em uma unidade produtora de leite longa vida e queijos. O laticínio ficará em Nova Andradina e está previsto para começar a operar no final de 2003. Hoje a Elegê trabalha com cinco fábricas no Rio Grande do Sul e uma na Argentina. A Avipal possui uma unidade de abate de frangos em Dourados e seus produtores integrados que também produzem leite poderão ser aproveitados pela Elegê. * A Companhia Iguaçu de Café Solúvel decidiu diversificar suas atividades e assumiu o controle da Autômatos Industrial, empresa fabricante de máquinas para café e outras bebidas quentes. A Iguaçu adquiriu 55,14% da Autômatos, pagando R$ 3,6 m, e vai investir mais R$ 1 m na ampliação de sua capacidade produtiva. * A Seara Alimentos, empresa controlada pelo grupo Bunge, vai investir R$ 12 m em uma segunda linha de produção na fábrica de processados de frango que possui em Itapiranga, SC. O foco será o segmento de nuggets, cortes temperados e empanados. A previsão é de que a linha esteja pronta até julho. A unidade de Itapiranga hoje exporta 70% de sua produção e a previsão é de que esse percentual chegue a 90% até 2004. Bebidas * A Schincariol pretende construir uma fábrica na Região Sul do País. Os locais mais cotados são os Estados de SC e RS, regiões que, aliás, constituem o mercado-alvo da nova unidade. Os investimentos estão orçados em R$ 150 m, o que abrange a produção de cerveja, refrigerantes, sucos e água mineral. Atualmente a Schincariol possui fábricas em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão e prepara-se para iniciar suas atividades em Alexânia (GO) e Recife (PE). * A mexicana Coca-Cola Femsa fechou acordo para a compra da engarrafadora Panamco. A transação está avaliada em US$ 3,6 bilhões, incluindo a assunção de US$ 800 m em dívidas. A Femsa á a maior empresa de bebidas da América Latina e a Panamco é a maior engarrafadora de refrigerantes da região, com atuação no México, Brasil, Colômbia, Venezuela, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala e Panamá. No mercado brasileiro a Panamco é a maior fabricante de produtos Coca-Cola. Ela também possui sua própria marca de água mineral (Água Crystal) e ainda comercializa as cervejas Kaiser, Bavária, Heineken e Xingu. * A holandesa Heineken está saindo do capital da argentina Quilmes e a AmBev está ampliando para 40,475% sua fatia na Quilmes International Bermuda (QIB). Os 15% de participação da Heineken na QIB foram adquiridos pela Beverage Associates Corp (BAC). A BAC, por sua vez, vai repassar uma fatia de 8,6% para a AmBev, que pagará US$ 58,5 m. Essas transações se seguem à recente aprovação, pelo governo argentino, da entrada da AmBev no capital da Quilmes Industrial (Quinsa), que é dona de 85% da QIB. A QIB detém 99,67% da Cervecería e Maltería Quilmes. Em maio de 2002 a AmBev anunciou a aquisição de 37,5% da Quinsa, numa transação de US$ 600 m. Têxtil * A Vicunha Têxtil vendeu para a Dupont sua participação na Fibra Dupont, joint venture que as duas companhias formaram em 1994 para produzir fios de nylon. A Fibra Dupont possui três fábricas no Brasil e uma na Argentina. Sua venda faz parte da reestruturação da Vicunha, que pretende focar seus negócios na produção de indigo (jeans), malharia e fibras naturais e sintéticas. Tanto que a Vicunha Têxtil também se desfez de sua unidade de linhas industriais, que foi repassada à fabricante de linhas Coats Corrente por R$ 33 m. A venda abrange máquinas, equipamentos, estoques, marcas, carteira de clientes e equipe de vendas. Desde 2001, quando iniciou sua reestruturação, a Vicunha Têxtil já fechou seis fábricas. * O Grupo Camargo Corrêa ampliou sua participação na São Paulo Alpargatas, fabricante de calçados, adquirindo 22,67% de suas ações ordinárias e 2,92% de suas ações preferenciais. As ações pertenciam à Organização Bradesco. A Camargo Corrêa passa agora a deter 61,29% do controle da SP Alpargatas, empresa que detém as marcas Rainha e Havaiana e que possui a licença de fabricação da Mizuno e da Timberland. * A norte-americana Springs reforçou sua parceria com a brasileira Coteminas, assumindo mais 4% de participação em seu capital. A operação se deu com a venda de 6,2% de ações preferenciais da Wembley, empresa controladora da Coteminas. A Wembley, que detinha 42% do capital total da têxtil mineira, passa agora a 38% de participação. O negócio não envolveu ações ordinárias e o valor da transação, embora não revelado, é estimado em R$ 62 m. * A Rhodia Poliamida, empresa do grupo francês Rhodia, vai investir US$ 35 m em 2003. Os recursos serão empregados no desenvolvimento de novos produtos, marketing, modernização e manutenção das duas fábricas, instaladas em Santo André (SP) e Jacareí (SP). As unidades produtivas ficarão com uma fatia de aproximadamente US$ 20 m. Madeira e Papel * A Satipel, fabricante de painéis de madeira aglomerada, pretende investir US$ 32,5 m até meados de 2004. Os recursos focarão aumento de produtividade, capacidade produtiva e expansão da área de reflorestamento. A unidade de Uberaba (MG) receberá a maior parte dos investimentos voltados para expansão produtiva. A fábrica de Taquari (RS) também será contemplada, mas focará apenas aumentos de produtividade. * A Suzano exerceu seu direito de saída do capital da Sonae Produtos e Derivados Florestais (SPDF), empresa que participa do capital da portuguesa Portucel e que pretendia arrematar seu controle. O Grupo Sonae deverá pagar cerca de US$ 140 m pelos 49,9% detidos pela Suzano na SPDF e ficará com 100% do capital dessa última. Para a decisão da Suzano, pesaram as modificações no modelo de privatização da Portucel, a quais inviabilizam a tomada de seu controle. Energia * A Companhia Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), destilaria de álcool localizada em Patrocínio Paulista (SP), vai investir R$ 28 m em uma unidade de co-geração energética a partir do bagaço de cana. As obras da unidade começarão em 2004 e os equipamentos já estão sendo encomendados. * O grupo Gerdau adquiriu as ações da Inepar Energia na Hidrelétrica Dona Francisca, localizada no RS. A Gerdau já detinha 21,8% da hidrelétrica e com a operação passa a uma participação de 51,8% em seu capital. Na transação, a Gerdau vai pagar R$ 20 m à Inepar e ainda lhe passará parte dos créditos da usina junto ao MAE. Mineração e Siderurgia * A Usiminas anunciou a reforma de seu alto-forno 2 na Usina de Ipatinga (MG). A siderúrgica vai substituir os equipamentos desgastados do forno, que produz ferro-gusa. A reforma vai se iniciar em setembro e deverá demorar cerca de três meses. A Alstom, responsável pela área elétrica, instrumentação e automação do projeto, vai ficar com uma parcela de R$ 22 m do orçamento. A parte mecânica será concentrada na Voest-Alpine, responsável por uma parcela de R$ 23 m nos gastos. Outras empresas envolvidas na reforma são a Usiminas Mecânica e a Indústrias Brasileiras de Artigos Refratários (IBAR). * A Sweet River exerceu contra a CSN sua opção de saída (put) do capital da Valepar, empresa controladora da CVRD. A Sweet River é formada pelo Bank of America, BHP Billinton, Goldman Sachs e Lehman Brothers e detinha 10,11% da Valepar. O negócio é avaliado em US$ 540 m. A CSN, por sua vez, transferiu em meados de 2001 o compromisso desse put à Litel (formada pelos fundos Previ, Petros, Funcef e Funcesp) e à Bradespar. Com a operação, a Litel e a Bradespar podem chegar a quase 90% do capital votante de Valepar, caso os demais sócios (Investvale, BNDESPar e Oppotunity) não exerçam os direitos de preferência proporcionais às suas participações. A Cia. Vale do Rio Doce é a maior produtora mundial de minério de ferro. * Enquanto se define sua composição acionária, a CVRD segue firme seu plano de investimentos. Com o grupo europeu Arcelor, maior companhia siderúrgica no mundo, a Vale firmou acordo para adquirir a participação da Acesita na Cia. Siderúrgica de Tubarão (CST). As ações estão em poder da Aços Planos do Sul (APS) e correspondem a cerca de 28,7% do capital total da CST. Com elas, a Vale e a Arcelor tornam-se majoritárias no bloco de controle da siderúrgica capixaba, com cerca de 60% do capital total e 50,1% do capital votante. A japonesa Kawasaki Steel, também no bloco de controle da CST, não deve exercer seu direito de preferência no negócio e futuramente pode até negociar sua fatia de participação com a Vale e a Arcelor. O valor da transação é avaliado entre US$ 200 m e US$ 250 m. Em outra operação, a CVRD pagou cerca de US$ 20 m para ficar com a Elkem-Rana, produtora de ferro-cromo da Noruega. As ligas de cromo, assim como as de níquel, são utilizadas na fabricação de aços inoxidáveis. No Brasil a Vale já domina o segmento de ligas à base de manganês, aplicadas na produção de todos os tipos de aço e de fundidos de ferro. No setor de ligas ela controla a Sibra (BA), a CPFL (MG) e a RDME (na França). * O grupo Caemi e sua sócia Dofasco, conglomerado siderúrgico do Canadá, anunciaram um plano de reestruturação da empresa controlada Quebec Cartier Mining (QCM). O plano vai redimensionar o perfil operacional da QCM no mercado de minério de ferro. Haverá aporte de capital, mas o montante final não foi revelado. A Caemi e a Dofasco se comprometeram, cada uma, a entrar com US$ 23 m. Bens de Capital * A Apolo, fabricante de tubos de aço do grupo Peixoto de Castro, deverá contar com uma nova linha de tubos de grande porte em maio de 2003. A empresa está investindo US$ 18 m no projeto e, com ele, ela pretende entrar no segmento de óleo e gás. A nova linha deverá atingir sua plena operação em 2004. * A Kepler Weber, terceira maior fabricante mundial na área de armazenagem, vai construir uma unidade em Campo Grande (MS). O investimento será de R$ 85 m e a fábrica começará a produzir silos e secadores metálicos a partir de 2005. As obras deverão se iniciar em março desse ano. A Kepler Weber hoje possui uma fábrica em Panambi (RS), mas já escolheu a Região Centro-Oeste como ponto central de sua estratégia no setor de grãos. A unidade gaúcha passará a se focar na produção de instalações industriais, estruturas portuárias e torres para energia elétrica e telefonia. Materiais de Transporte * A subsidiária brasileira da Volvo obteve autorização para investir US$ 100 m em modernização e ampliação de suas atividades. Os projetos ainda não foram detalhados, mas a empresa sueca, segunda maior fabricante de caminhões pesados do mundo, estuda entrar no segmento de caminhões leves e médios. Aqui no Brasil esse segmento é dominado pela Mercedes-Benz. * A Moto Honda do Brasil decidiu construir uma nova fábrica de motocicletas. O local da unidade ainda não foi definido, mas AM, GO e BA são os Estados mais cotados. A Honda possui uma única fábrica brasileira de motocicletas, em Manaus (AM). EletroEletrônicos * Seguindo os passos da holandesa Philips, a japonesa Sony também decidiu interromper sua fabricação de videocassetes no Brasil. A decisão decorre do rápido crescimento do mercado de DVD's, o qual já supera o de videocassetes. A Sony produzia aparelhos de VHS na Zona Franca de Manaus. * A Proview, fabricante de produtos eletroeletrônicos de Hong Kong, vai investir US$ 25 m na reativação da fábrica da Sharp em Manaus (AM). A Sharp teve sua falência decretada no início de 2002. O reinício de suas atividades prevê a produção de televisores e DVD's. Atualmente, as unidades da empresa produzem partes e componentes para outras indústrias de Manaus. * A Embraco, maior fabricante mundial de compressores para refrigeração, vai construir uma nova fábrica na China. O projeto será executado em parceria com a Snowflake, com quem a Embraco mantém uma joint venture desde 1995. Com sede em Joinville (SC), a Embraco é controlada pela norte-americana Whirlpool. A previsão é de que a inauguração da nova fábrica, que será uma plataforma de exportações para a Ásia, ocorra no primeiro semestre de 2004. O investimento na unidade é estimado entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões. * A Atlasul, empresa formada pela fabricante de fogões Atlas e pela Cooperativa de Produção Industrial de Eletrodomésticos Caxias (Eletrocoop), prepara-se para reativar a marca Enxuta. A Eletrocoop é formada por ex-funcionários da Enxuta e a nova companhia só aguarda a liberação pela Justiça do arrendamento dos pavilhões industriais da massa falida da Enxuta. A unidade produtiva da empresa fica em Caxias do Sul (RS) e deve voltar a montar os três principais produtos da Enxuta: secadora, lava-louça e lavadora de roupas. A Atlas possui sede em Pato Branco, PR. Telecom * A Brasil Telecom (BrT) projeta investimentos de R$ 1,76 bilhão em 2003. Desse montante, cerca da metade destina-se à rede fixa, 22% à comunicação de dados e 19% à tecnologia da informação. O valor não considera os investimentos da empresa na área de telefonia celular, na qual a BrT prepara-se para prestar serviços no Sul e Centro-Oeste do País. Nesse segmento, a empresa pode ainda estabelecer acordos com a Telemig Celular e com a Amazônia Celular para ampliar sua atuação, já que ambas as partes têm em comum os sócios CVC/Opportunity, Previ, Sistel, Telos e Petros. * A Telefónica Móviles e a Portugal Telecom formalizaram a joint venture anunciada no ano passado para atuar no mercado brasileiro de telefonia celular. A nova empresa será denominada BrasilCel. A Telefónica Móviles hoje controla a Telerj Celular (RJ), a Telest Celular (ES), a TeleBahia (BA), a Telergipe (SE) e a CRT Celular (RS). Por sua vez, a Portugal Telecom controla a Telesp Celular (SP) e a Global Telecom (PR e SC). Cada sócia vai ficar com 50% da BrasilCel. E nem bem foi formada, a BrasilCel anunciou acordo para a incorporação da Tele Centro-Oeste (TCO). A TCO atua em 11 Estados das Regiões Norte e Centro-Oeste e era controlada pela FixCel, do Grupo Splice (61,1% das ações ordinárias). A transação era esperada pelo setor e envolve R$ 1,408 bilhão, dos quais R$ 1 bilhão em dívidas assumidas. Outros R$ 2 bilhões deverão ser empregados na oferta de compra aos acionistas minoritários. Com a TCO, a participação da BrasilCel no mercado doméstico eleva-se para 54%, o que consolida a empresa como maior operadora da América Latina. Financeiro * O Bradesco adquiriu do espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) o controle do BBV Brasil. A transação envolve 99,99% das ações do BBV. Ela custou R$ 2 bilhões ao Bradesco em dinheiro e mais R$ 630 m a serem pagos na forma de ações do Bradesco. Dessa forma, o BBVA passará a deter 4,5% do capital do banco brasileiro. O BBVA entrou no mercado brasileiro em 1998 com a compra do Banco Excel Econômico. Com a aquisição do BBV Brasil, o Bradesco passa a acumular ativos de R$ 156,9 bilhões, 27% a mais do que os ativos de seu rival Itaú, segundo maior banco privado do País. * O Unibanco-AIG Previdência comprou a carteira de previdência privada da Cigna Seguradora, subsidiária brasileira da norte-americana Cigna International. A carteira da Cigna é de R$ 120 m em reservas e o Unibanco hoje soma R$ 2 bilhões. O valor da transação não foi revelado. A Cigna International também anunciou a venda de seus negócios de assistência médica no Brasil para o Grupo Amil. O valor da transação não foi revelado. Com essas duas operações, a Cigna definitivamente deixa de operar no mercado brasileiro. Por seu lado, o Unibanco anunciou ainda uma outra aquisição. Juntamente com o Unibanco Asset Management (UAM), a instituição vai assumir a administração e a gestão dos fundos de investimento do Banco Modal e da Pictet Modal Asset Management. A incorporação envolve 9 fundos de renda fixa e 3 de renda variável, totalizando cerca de R$ 260 m. Transportes e Logística * A Ryder do Brasil, subsidiária da empresa norte-americana de transportes e serviços logísticos Ryder System, está investindo US$ 4 m na compra de 200 carretas. O primeiro lote, de 100 unidades, deverá ser entregue entre fevereiro e março, ficando o restante para o mês de julho. O investimento também abrange a compra de 92 cavalos-mecânicos para puxar as carretas. Com a nova frota, a Ryder pretende ampliar suas operações entre o Brasil e a Argentina. * A American International Group (AIG) adquiriu uma participação minoritária na Linhas Aéreas Gol. A entrada do sócio estratégico não foi detalhada, mas o mercado estima que a AIG pagou cerca de R$ 120 m para ficar com uma fatia entre 15% e 20%. Os recursos deverão ser utilizados para expandir a Gol, o que inclui a aquisição de aeronaves e a construção de um centro de manutenção. Aliás, recentemente a Gol anunciou o início da construção de seu hangar de manutenção no Aeroporto de Viracopos, Campinas (SP). A unidade tem previsão de estar pronta no primeiro semestre de 2003, sendo que hoje a Gol está utilizando os serviços da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), no Rio de Janeiro. Atualmente a Gol possui 19 aeronaves e pretende chegar a 35 até 2005. * A CVRD e a japonesa Mitsui anunciaram a formação de uma parceria para expandir a navegação de cabotagem e alavancar os serviços de logística integrada da América Latina. A Docenave, subsidiária da Vale, terá 79% da nova companhia, ficando os 21% restantes com a Mitsui. A área de logística é considerada estratégica para a CVRD, sendo que hoje ela detém 61% da malha ferroviária brasileira. * A Cereal Sul Empreendimento Marítimo, sociedade entre a Portway e a Spartacus, vai investir R$ 11 m para construir o mais novo terminal de grãos do Porto de Santos. A instalação, que focará o segmento de trigo e cevada, começará a ser montada em abril e deverá iniciar suas operações no final de 2004. O investimento inclui a construção de esteiras aéreas do terminal até o cais e um descarregador pneumático. Outros Setores * A Suvinil, empresa do grupo Basf, vai investir R$ 10 m para construir uma nova fábrica em seu complexo industrial de tintas e vernizes em São Bernardo do Campo (SP). A unidade deverá ser inaugurada no segundo semestre e deverá ser a maior fábrica de tintas da América do Sul. Outros R$ 3 m deverão ser empregados na manutenção e modernização das oito linhas da Suvinil no complexo. * A Química Amparo, proprietária da marca de detergentes líquidos Ypê, adquiriu mais uma empresa regional. Depois da Tecnicron, fábrica de sabão em pó do Vale do Paraíba incorporada no ano passado, a empresa agora assumiu a baiana Atol. Com isso, a Amparo consolida sua liderança no mercado brasileiro de detergentes líquidos e amplia sua atuação na Região Nordeste. A Atol possui diversas linhas de produtos, entre as quais, lustra-móveis, sabão em barra, esponjas e sabão em pasta. * A Redevco, braço imobiliário da holandesa Cofra, tem planos de investir R$ 600 m no mercado imobiliário brasileiro ao longo dos próximos cinco anos. A Cofra é a proprietária da rede de lojas C&A e até há pouco tempo seu braço imobiliário se limitava a dar suporte às operações do magazine. Agora, os planos da Redevco no Brasil abrangem investimentos em shoppings, escritórios, indústrias e até em residências. * O grupo paulista Ultra, de olho na desregulamentação do setor de combustíveis, pretende ampliar seus terminais de gasolina, álcool e insumos petroquímicos. O grupo já definiu investimentos de R$ 34 m para os portos de Suape (PE) e Aratu (BA). Os dois terminais integram a Tequimar, braço do Ultra nesse setor para a Região Nordeste. * O grupo espanhol Iberostar, que possui hotéis em 28 países, vai implantar um empreendimento de US$ 300 m em Praia do Forte, Bahia. O projeto prevê a construção de dois mil apartamentos e contará com grande infra-estrutura de lazer. Sua primeira fase deverá ser inaugurada em dezembro de 2004. Esse novo mega-resort ficará não muito distante do Costa do Sauípe, e está consolidando a região como um dos maiores pólos turísticos da América do Sul. * O Grupo Itausa vendeu os 13,55% de participação que detinha na Petroquímica União (PqU) para a norte-americana Dow Química. A PqU é a central de matérias-primas do pólo petroquímico de Mauá, em São Paulo. A participação do Itausa na PqU é representada pelos 27% da Elekeiroz (Itausa) na antiga Union Carbide, incorporada mundialmente pela Dow há dois anos. Com a operação, a Dow passa a deter integralmente a unidade de polietilenos que tinha em parceria com a Elekeiroz, mas o que realmente interessava à Dow era aumentar sua participação na PqU. * A marca Sé Supermercados, que há seis meses foi vendida pelo grupo português Jerónimo Martins ao Grupo Pão de Açúcar, agora pertence à Marsau Overseas. A Marsau Overseas é coligada do Banco ABC Brasil (Arab Banking Corporation, de Bahrein). A alienação foi determinada pelo Cade, como condição para o Pão de Açúcar ficar com as 60 lojas da bandeira. O Banco ABC pagou R$ 300 mil em leilão. A BRASILPAR atua na área de Serviços Financeiros, prestando serviços envolvendo compra, venda, associação entre empresas, atração de sócios, avaliação de empresas e projetos, assim como assessoria no levantamento de recursos de longo prazo e de capital (Project Financing e Restruturação de Empresas). A BPE INVESTIMENTOS é o novo nome para as atividades das empresas: Brasilprivate Consultoria e Participações Ltda., administradora do FIRE - Fundo Mútuo de Investimentimentos em Empresas Emergentes e da Brasil Private Equity Ltda., contratada exclusiva da WestSphere do Brasil Ltda. para a administração da carteira de investimentos do South America Private Equity Growth Fund Coinvestors, L.P. no Brasil. Combinados esses dois fundos a BPE já conta com 12 investimentos em suas carteiras de participações nas seguintes empresas: Armco Staco (produtos metalurgicos para construção viária e saneamento) Autotrac (serviços de telecomunicação e rastreamento para frotas) CBE (serviços de esterilização por cobalto) Datasul (software de gestão empresarial) Getec (insumos derivados do açúcar para indústria química) Latina (fabricação de eletrodomésticos) Metalkraft (fundição e usinagem de peças em metal) Mobitel (serviços de call center) Mr. Clean (serviços de lavanderia industrial) OpenCommerce (automação comercial de serviços de varejo) Padron (fabricação de cartões eletrônicos) TendTudo (varejo de material de construção) BRASILPAR: BPE Investimentos: Alberto Ortenblad Filho [email protected] Antonio Carlos Molina [email protected] Luiz Carlos Mazzaferro Junior [email protected] Marco Antonio Serra [email protected] Marina Fernandes de Oliveira [email protected] Ricardo Hanitzsch [email protected] Rodrigo de Barros Monzoni [email protected] Vinicius Casagrande Canheu [email protected] Cláudio A. Peçanha R. Duncan Littlejohn Frederico Greve Luis Fernando Salem Paulo Chueri [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] www.brasilpar.com.br Tel.: (011) 3269-5200 Fax : (011) 3285-6582 O boletim NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS é editado mensalmente pela BPE Investimentos e pela Brasilpar Serviços Financeiros Av. Paulista, 949 16º andar SP Tel: (011) 3269-5200 Fax: (011) 3285-6582. Diretores: Paulo Chueri e Antonio Carlos Molina. O cenário econômico contido neste boletim refere-se aos resultados de nossas simulações e podem ser modificados sem prévia comunicação. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela utilização comercial ou financeira dessas previsões. Os projetos e valores de investimentos das empresas citadas nesse boletim referem-se aos divulgados nos principais meios jornalísticos. A BPE Investimentos e a Brasilpar não se responsabilizam pela veracidade dessas informações. Não é permitida a reprodução sem autorização da BPE Investimentos e da Brasilpar.
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Newsletter 93
PMG Trading, a norte-americana CHS e a japonesa Mitsui.
| A Merial, fabricante de produtos veterinários, vai concentrar no
Brasil sua linha mundial de medicamentos para equinos. Para
tanto, a empre...
Newsletter 98
à indústria têxtil em Pernambuco. Com isso, a Petroquisa fica
como única acionista remanescente do empreendimento, que visa
a criação de uma indústria têxtil integrada no Nordeste. Os
investimentos...
Newsletter 109
armazéns. Este é o primeiro grande desembolso da fabricante de
copos e outros produtos de vidro desde a reforma da unidade
adquirida em 2008. O forno deverá entrar em operação no prazo
de dois anos...